COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
“TEORIAS, HIPÓTESES E A REVISÃO DA LITERATURA” Silvia M. Mendes
1. “TEORIAS, HIPÓTESES E A REVISÃO DA LITERATURA”
Silvia M. Mendes
Exercício 6
Resumo do capítulo V do livro “Metodologia para a investigação social” (2012) de
Silvestre, H. C. & Araújo, J. F.
Trabalho elaborado por:
Nome: Bárbara Morim
Nº de aluno: A83540
Email: a83540@alunos.uminho.pt
Data: 16/10/2017
1º ano - Relações Internacionais – Metodologia da Ciência Política
2. “A ciência começa e acaba com teorias (…) começa e termina com problemas” [1]
Popper,1996:192
“ É a teoria que decide o que podemos observar. ”
Albert Einstein, 1879-1955
“ Um estudo empírico despido de teoria não passa de dados e da sua descrição. ” [1]
Silvia M. Mendes, 2012
[1] Ver Bibliografia (diap.23 )
3. ÍNDICE:
1.Introdução (diap.5)
3. Formas de Teorizar (diap.8)
A. Perspetiva Dedutiva (diap.9-10)
B. Perspetiva Indutiva (diap.11)
C. Elaboração da teoria: dedução e indução (diap.12-13)
Conceitos-chave: teoria, hipótese, revisão de literatura, dedução, indução e inferência
2. Teoria e Enquadramento Teórico A. Definição de Teoria (diap.6)
B. Enquadramento da Teoria na Investigação (diap.7)
4. Hipóteses, Inferências e Causalidade
A. Hipóteses - Definição de Hipóteses (diap.14)
B. Inferência- Descritiva e Explicativa/ Causal (diap.15-17)
4. ÍNDICE (CONT.):
5. Critérios de avaliação de Teorias (diap.18)
6. Erros cometidos na seleção da teoria e revisão de literatura (diap.19-22)
7. Bibliografia (diap.23)
5. 1. INTRODUÇÃO
Etapa inicial na investigação científica
Área de pesquisa
Tema a analisar: engloba o
problema, a revisão de
literatura da temática e o
enquadramento teórico
Questões de Pesquisa
Hipóteses que
comprovam a
teoria ou que
baseiam uma
nova teoria
Mapeamento
da investigação
Recolha e análise de dados
Teste das Hipóteses
Diagrama 1. Sequência da investigação científica
Fonte: Silvestre, H e Silvestre, M. (2011),
Metodologia para a Investigação Social. Escolar
Editora, pp38, Gráfico 3.1. enfâse de Bárbara
Morim
❶ ❷ ❸ ❹ ❺ ❻ ❼
Fase Empírica
6. 2. TEORIA E ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.A. Definição de Teoria:
Pressupostos expressos pela relação entre conceitos,
com possível contestação direta através de observação
de fatos e do teste empírico. Desligados de crenças e
juízos de valor.
Silvia M. Mendes, 2012: 81;83
Afirmações sobre a relação entre duas classes de
fenómenos.
Vold e Benard, 1986: 4
Conjunto de proposições abstratas inter-
relacionadas sobre questões humanas e mundo
social, que explicam as suas regularidades e
relacionamentos. [2]
Brewer, 2000:192
Explicações entre dois ou mais eventos
relacionados.
Williams e McShane, 1988: 2
Conjunto coerente e lógico de argumentos que
pensamos que podem explicar um fenómeno da
natureza.
Manheim et al, 2008; Asher, 1984; White e
Adams, 1994
7. 2.B. Enquadramento da Teoria na Investigação
2. TEORIA E ENQUADRAMENTO TEÓRICO (CONT.)
Revisão de Literatura:
Enquadramento teórico –
recurso a teorias que
permitem explicar eou
solucionar o problema. Orienta
as leituras a rever, garante a
consistência, relevância e
originalidade do estudo
Levantamento de Problemas
Sociais
Tentativa de Resposta
(elaboração de hipóteses)
Fenómenos Reais
Diagrama 2. Enquadramento teórico na Investigação
• Estudos sucessivos sobre uma determinada área podem provocar o desuso de uma teoria quando esta deixa de ser
uma “ ferramenta intelectual” viável quando comparada a teorias rivais (Manheim et al, 2008:32), exemplo: Teoria
Geocêntrica de Ptolomeu (90-168 D.C.) – Teoria Heliocêntrica de Copérnico (1473-1543).
• As teorias dão sentido aos fatos e aos fenómenos sociais, dando resposta à Questão de Partida, relacionando os
diversos conceitos e dados.
• Duas verdades-chave numa investigação segundo Anthony Bottoms (2008: 76-77):
→ o estudo e observação do mundo não pode ser efetuado de forma desligada da realidade;
→ é impossível executar trabalhos empíricos sem enquadrá-los numa teoria;
8. 3. FORMAS DE TEORIZAR
• Construir um conjunto de pressupostos que
organiza, explica e permite prever padrões de
comportamento, e perceber os mecanismos de
relacionamentos.
• Formulação de uma teoria.
Silvia . Mendes (2012) [1]
Teorizar
De acordo com Bottoms (2008); Layder (1998); Asher (1984), as Teorias podem-se formular através de dois métodos:
→ Método Dedutivo
→ Método Indutivo
9. 3. FORMAS DE TEORIZAR (CONT.)
3.A. Perspetiva Dedutiva
• Formula-se a teoria à priori, inicia-se
com um enquadramento de
pensamento já existente e geral e
conclui-se com explicações
especificas: “ Vai-se do geral e
abstrato para o concreto e
específico”.
• Recorre-se a estudos de confirmação
ou falsificação;
• As observações refutam a teoria
(Popper, 1985)
Investigação inicia-se com
uma teoria
Formulação e teste de
Hipóteses
Definição e Operacionalização de
conceitos (varáveis)
Observação e recolha de dados
Estudos de confirmação
ou falsificação
Diagrama 3. Sequência do processo dedutivo
Fonte: Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social.
Escolar Editora, pp84, Figura 5.1. enfâse de Bárbara Morim
10. Exemplo: O desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte pode ser definido
como instrumento estratégico de segurança, com o intuito de manter e defender a sua soberania, uma vez que receia
pela sobrevivência do seu regime, “ameaçado” pelos EUA. Hipótese pode ser provada pela Teoria Realista.
A partir da Teoria Realista pode-se deduzir a explicação do comportamento hostil por parte do regime de Kim-Jon-Un.
Fonte: Aula de 27/09/2017 de Fundamentos Relações Internacionais.
3. FORMAS DE TEORIZAR (CONT.)
3.A. Perspetiva Dedutiva (Cont.)
11. 3. FORMAS DE TEORIZAR (CONT.)
3.B. Perspetiva Indutiva
• Formula-se a teoria à posteriori,
inicia-se com observações isoladas,
tentado generalizá-las, formulando
um corpo mais amplo de ideias que
explicam um fenómeno: “Partimos
do concreto e específico para o
geral e abstrato”.
• Recorre-se a estudos exploratórios
de raciocínio;
• Exploração dos dados que faz com
que a formulação de hipóteses, a
conceptualização dos conceitos e a
interpretação dos dados
acontecem em simultâneo, pois a
definição dos conceitos e ideias
ocorre ao longo da investigação.
Investigação inicia-se com a
observação de fenómenos e
recolha de dados
Formulação de
problemas e perguntas
Análise de dados e procura de
padrões de comportamentos
Formulação da Teoria
Diagrama 4. Sequência do processo indutivo
Fonte: Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social.
Escolar Editora, pp86, Figura 5.2. enfâse de Bárbara Morim
12. 3. FORMAS DE TEORIZAR (CONT.)
3.C. Elaboração da Teoria: Indução e Dedução
• “ A construção de teorias implica algo mais que a indução (…) porque a indicação de fatos
não providencia uma explicação se não formos capazes de mostrar porque é que esses fatos
levaram aos resultados observados.”
Manheim et al, 2008:20
• Dedução permite validação empírica (Manheim et al, 2008) e a indução permite identificar
situações onde são necessários ajustes numa teoria – processo continuum entre estratégias
de falsificação e exploração (Gerring, 2001)
• Em casos de dúvida nos testes empíricos e/ou conceitos e/ou dados (dedução), é
necessário utilizar modos exploratórios de construção de teoria (indução).
13. 3. FORMAS DE TEORIZAR (CONT.)
3.C. Elaboração da Teoria: Indução e Dedução (Cont.)
Teoria
Hipóteses
Recolha e análise de dados
Procura de padrões para a
formulação de Hipóteses
Teoria Nova ou Ajustada
Legenda:
Perspetiva Indutiva
Perspetiva Dedutiva
Fase comum às duas perspetivas
Diagrama 3. Construção e Teste de Teorias
Fonte: Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp84, Figura 5.3. enfâse de Bárbara Morim
14. 4. HIPÓTESES, INFERÊNCIAS E CAUSALIDADE
4.A. Hipóteses - Definição de Hipóteses:
Afirmação ou proposição que visa colocar a teoria à
prova, portanto suporta empiricamente uma teoria
(Silvia M. Mendes, 2012: 81;83)
• Argumentos obtidos por indução ou dedução (diap.13);
• Possível resposta à Questão de Partida;
• Teste de Hipóteses define a corroboração ou rejeição de
uma teoria – graus de corroboração: rejeita-se ou não
uma hipótese, não se “confirma” nem se “verifica” uma
hipótese ( Popper, 1996; Echeverría, 2003).
• Formas de Hipótese:
→ Hipótese Nula (H0):
Não existe relação entre a proposição X e Y.
Hipóteses relacionadas com o teste de falsificação de
uma Teoria:
→ Hipótese alternativa não direcional (H1):
A proposição X influencia Y.
→ Hipótese alternativa direcional (H2):
A proposição X provoca aumento na proposição Y.
(X tem efeito positivo em Y).
15. 4. HIPÓTESES, INFERÊNCIAS E CAUSALIDADE (CONT.)
4. B. Inferência- Descritiva e Explicativa ou Causal
Teste de Hipóteses que apresenta a posição do
investigador face o fenómeno real e as observações do
desse fenómeno em estudo.
INFERÊNCIA
Inferência Descritiva Inferência Explicativa ou Causal
Segundo King, Keohane e Verba (1994):
16. 4. HIPÓTESES, INFERÊNCIAS E CAUSALIDADE (CONT.)
4. B. Inferência- Descritiva e Explicativa ou Causal (Cont.)
Tipo Inferência (King, Keohane e Verba, 1994)
Descritiva Explicativa ou Causal
Objetivo Descreve e/ou caracteriza um fenómeno real.
Não explora a amostra de observação do
fenómeno nem tenta generaliza-lo.
Explica a relação de causalidade entre dois fenómenos,
portanto exige uma explicação (Rosenberg,2000).
Obedece a cinco requisitos (diap.17)
Exemplo Qual o nível de ineficácia do SIRESP? Qual a relação entre as tensões nos regimes do Médio
Oriente e a crise dos refugiados na Europa?
Tabela 1. Representação dos dois tipos de inferências
17. 4. HIPÓTESES, INFERÊNCIAS E CAUSALIDADE (CONT.)
4. B. Inferência- Descritiva e Explicativa ou Causal (Cont.)
Requisitos de inferência explicativa ou causal ( Nachmias e Nachamias, 1992; King, Keohane e Verba,
1994; Rosenberg, 2000; Gerring, 2000)
Associação e diferenciação Prioridade Independência e Contingência
Relacionados com a Ligação entre dois
fenómenos, mas define que
ambos são diferentes, pois
não faz sentido associar dois
fenómenos iguais.
Condição temporal de
cada fenómeno.
Afirma que a Causa
terá obrigatoriamente
de preceder o Efeito.
Relação de causalidade entre os
efeitos. Estuda como a Proposição 1
afeta a Proposição 2 (Gerring, 2001).
Verifica a relação de modo a afastar
argumentos duvidosos que ponham
em causa a veracidade da
causalidade.
Tabela 3. Requisitos da Inferência Explicativa e Causal
18. 5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE TEORIAS
Critérios de avaliação de Teorias segundo King, Keohane e Verba, 1994; Akers, 1997
Generalização ou Abrangência Uma teoria que concentra em si vários fenómenos em estudo;
Detalhe Trata-se de uma questão de riqueza de informação sobre um fenómeno, é uma característica
antagónica à anterior;
Precisão A componente conceptual deve ser clara e precisa, não deve desenvolver em noções
ambíguas sujeitas a diversas interpretações;
Consistência Não pode conter lacunas ou contradições nas suas proposições;
Validade empírica É possível testá-la empiricamente, de forma a validá-la (Gerring,2001; Manheim et al, 2008)
Parcimónia Argumento mais simples possível, capaz de se submeter à modelização axiomática
(definição simplista de um fenómeno , (Fiorina,1984))
Falsificabilidade A teoria deve permitir realizar o teste de hipóteses (inferência) de modo a o investigador
corroborar ou rejeitar a teoria.
Utilidade ou Relevância A teoria deve orientar o investigador resolver e/ou melhorar a realidade. Deve permitir
compreender o mundo real, se possível prever possíveis fenómenos e detetar problemas,
incentivando uma solução.
Tabela 4. Critérios de avaliação de Teorias.
Adaptado de Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp93;94
enfâse de Bárbara Morim
19. 6. ERROS COMETIDOS NA SELEÇÃO DA TEORIA E REVISÃO DE LITERATURA
.
Adaptado de Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp95;98
enfâse de Bárbara Morim
A. Escolha irracional de teorias
A revisão da literatura deve ser realizada de acordo com a problemática da investigação
com o respetivo enquadramento teórico. A identificação dos erros associados à falta de
compreensão da teoria ajudarão o investigador a focar-se e compreender melhor o seu
estudo (teorias, questões de partida, hipóteses…)
B. “Pseudo” revisão da literatura
Erro baseado em citações de obras literárias, relacionado com a insuficiência de
dados teóricos retirados, pelo que o investigador só contextualizou a problemática
no tempo e no espaço, faltando todo o enquadramento teórico para prosseguir com
a investigação.
Situações que podem influenciar de forma direta ou indireta o enquadramento teórico e formulação de hipóteses.
20. 6. ERROS COMETIDOS NA SELEÇÃO DA TEORIA E REVISÃO DE LITERATURA (CONT.)
.
Adaptado de Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp95;98
enfâse de Bárbara Morim
C. Citações desgarradas e não
seletivas
Baseiam-se em erros derivados da incorreta revisão de artigos de revistas científicas.
Deste modo, não se pode citar todas as citações que se encontra de forma aleatória e
sem contextualização com a problemática em questão – citações desgarradas. A
seleção das citações deve ser contida, abrangendo somente o essencial ao
enquadramento teórico, portanto ter contributo substancial.
D. Citações excessivas dos clássicos
Erro baseado em citar obras literárias que não constituem “ a Literatura”. Por serem
clássicos estão enquadrados na gama de manuais escolares, que devem ser utilizados
de forma reservada e restrita na fase inicial da pesquisa, pois o investigador ao
restringir a revisão aos clássicos seria o mesmo que estagnar no tempo, nos primeiros
autores.
21. 6. ERROS COMETIDOS NA SELEÇÃO DA TEORIA E REVISÃO DE LITERATURA (CONT.)
.
Adaptado de Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp95;98
enfâse de Bárbara Morim
E. Receio da Originalidade
F. Afirmações Opinativas
Não é papel do investigador concordar ou discordar com estudos passados sobre o
tema em estudo. O enquadramento teórico é a fase ideal para expor de forma
organizada as ideias de quem já publicou artigos sobre o fenómeno a abordar.
O investigador deve enquadrar a sua problemática numa escola de pensamento que
tenha tradição, de forma a facilitar a demonstração da sua inovação; permite comparar
metodologias diferentes (O’Sullivan e Rassel, 1989; Hill e Hill,2005) ajudando o
investigador a encontrar o melhor rumo para a maior eficácia de trabalho, pelo que a
margem de novidade esperada é mínima, visto que baseou-se em teorias
anteriormente elaboradas.
22. 6. ERROS COMETIDOS NA SELEÇÃO DA TEORIA E REVISÃO DE LITERATURA (CONT.)
.
Adaptado de Silvestre, H e Silvestre, M. (2012), Metodologia para a Investigação Social. Escolar Editora, pp95;98
enfâse de Bárbara Morim
E. Ligação entre a Questão de
Partida, a Teoria e as Hipóteses
Erro baseado na falta de ligação (separação) entre a Questão de Partida, a Teoria e as
Hipóteses. Este erro dá-se conta na fase de desenvolvimento do argumento
(mapeamento da investigação diap.5, Nº 5 da Sequência). O investigador tem que se
certificar que todos os seus elementos de investigação estão relacionados logicamente
e claramente entre si, para que o mapa de investigação seja o mais objetivo e claro
possível.
Sendo a Teoria, a compreensão e explicação de um fenómeno real. Um trabalho de investigação associa-se a
uma Teoria para contribuir para a consolidação dessa compreensão.
Silvia M. Mendes (2012: 99)
23. 7. BIBLIOGRAFIA
[1]
Silvestre, H. C. & Araújo J. F. (2012); “ Metodologia para a investigação social”; Lisboa; Escola Editora, Cap. V, pp. 79-101
[2]
Bell, J. (2008); “ Projeto de Pesquisa - Guia para pesquisadores iniciantes em Educação, Saúde e Ciências Sociais”; São Paulo;
ARTMED Editora S.A; 5º Edição, pp90.
(https://books.google.pt/books?id=CbqnDAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-
PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false)