Aula da disciplina de Estrutura e Dinâmica Social, Universidade Federal do ABC, São Bernardo do Campo - SP, outubro de 2019. Gravação de aula disponível em: https://youtu.be/xCTM4xq0VxQ

1. Estrutura e Dinâmica Social
Interações pessoais
Vitor Vieira Vasconcelos
BC0602
Outubro de 2019

2. O que já vimos até o momento
 Ciências humanas
 Durkheim
• Fatos sociais
• Método sociológico
• Solidariedade mecânica e orgânica
 Método Sociológico
 Karl Marx
• Manifesto Comunista
• Fetichismo da Mercadoria

3. Conteúdo
 Escala dos estudos sociológicos
 Construcionismo social
 Interacionismo simbólico
 Corporificação das interações

4. Escala de Investigação Sociológica
 Microssociologia
• Foco nos estudos com indivíduos
• Face-a-face nas interações cotidianas
 Macrossociologia
• Sistemas políticos
• Ordem econômica
 Interação entre as duas escalas
• Estudo sobre como uma mudança econômica global,
ou política pública nacional afeta uma comunidade
específica (mesosociologia)

5. Teoria Social
 Dificuldade de testar empiricamente teorias
gerais
• Como testar a teoria Marxista?
 Teorias de médio alcançe
• Não alcançam todo o sistema social
• Mas podem ser validadas com dados empíricos
• Exemplo: Teoria da Deprivação
o Depende mais da comparação
o Família em pequena casa
 Região pobre: sem problema
 Região rica: sente-se deprivada
Merton, Robert K. (1957) Social Theory and Social Structure. Glencoe: Free Press

6. Teoria da Deprivação
 Pressuposto geral de que a pobreza e
desigualdade aumentam a violência
 Países mais pobres e/ou mais desiguais têm
mais violência que países mais ricos e/ou
mais igualitários

7. Mattos, F.A.M. and Nascimento, N., 2016. Aspectos históricos dos efeitos da evolução do salário mínimo, do
mercado de trabalho e da estrutura tributária sobre o perfil distributivo brasileiro desde meados do século XX.
In Anais do XLIII Encontro Nacional de Economia (No. 033). ANPEC.
Evolução da renda e da desigualdade (GINI)
no Brasil
O que deveria ocorrer com a violência?

8. Murray, J., Cerqueira, D.R.C. and Kahn, T., 2013. Crime and violence in Brazil: Systematic review of time trends, prevalence rates
and risk factors. Aggression and violent behavior, 18(5), pp.471-483.
Homicídiospor100.000habitantes
Por que a violência aumentou,
se a renda cresceu e a desigualdade diminuiu?
Homicídios
registrados
Homicídios
estimados
Por arma
de fogo
Sem arma
de fogo

9. Teoria da Deprivação
 Anterior a 2002
• Desigualdade entre favela e cidade formal
• Homogeneidade social dentro das favelas
 Posterior a 2002
• Aumento da desigualdade interna nas favelas
• Revolta em jovens mais pobres nas favelas
 Outros fatores?
• Acesso a armas
• Expansão do consumo e do tráfico de drogas

10. Por quê fazer estudos
microssociológicos?
- Criatividade/liderança.
Como se muda a sociedade?
- Influência das instituições sociais:
Normas, estímulos, exemplos
- Diversidade das relações sociais:
Gênero, etnia, cultura, sem homogeneizar os grupos

11. Da micro para a macro sociologia
 Que critérios os policiais usam para escolher
quem vai ser revistado na rua?
• Olhar / expressão facial
• Movimentos (rápidos/lentos)
• Roupas / acessórios / objetos
• Cor da pele / etnia
• Idade
• Gênero
• Contexto / motivo da presença
 Como a polícia forma esses
critérios?
• Estereótipos sociais
• Estatísticas criminais
 Qual a função social da revista?
• Diminuir criminalidade
• Afastar indivíduos pobres
de áreas ricas
• Repressão ideológica

12. Da macro para a micro sociologia
 Experimento da Prisão de Standford
https://youtu.be/5XdYVbhPZKo
Hipótese:
O comportamento e as
emoções dos
indivíduos são
moldados pelas
relações de poder
Zimbardo, Philip G. (1972). Pathology of Imprisonment, Society, 9.

13. Construcionismo Social
 A realidade social é o produto da interação entre
indivíduos e grupos
 Exemplo: Estudo sobre sexo homosexual em
banheiros públicos em St. Louis
(Laud Humphreys, 1970)
• O que é e para que serve um banheiro público?
Humphreys, Laud (1970) Tearom Trade: a study of homossexual encounters in
public spaces (London: Duckworth)

14. A imagem de si no espelho
1. Imaginamos como aparecemos para os
outros (como em um espelho)
2. Imaginamos a reação dos outros à nossa
aparência imaginada
3. Nós nos avaliamos de acordo com o que
imaginamos que os outros nos julgaram
Cooley, Charles .H., 1902. Looking-glass self. The production of reality: Essays and readings on social interaction, 6
Cooley, C.H. (1902). Human Nature and the Social Order. NY: Scribner’s. The Looking-Glass Self

15. A imagem de si no espelho
MãeChefe
Namorado
Sogra

16. Redes Digitais e a Imagem de Si
Como funcionaria a imagem de si mesmo com
base nas interações das redes sociais?

17. A. Cisão entre o eu real e o eu virtual
B. Interação entre o “Eu” dentro e fora da rede
Redes Digitais e a Imagem de Si
Perfis seletivos,
mentirosos ou falsos
Jogos de Realidade Virtual
Second Life
The Sims
Jones, J.M., 2015. The looking glass lens: Self-concept changes due
to social media practices. The Journal of Social Media in Society, 4(1).

18. Interacionismo simbólico
“O sorriso está
em mim, mas
não é o meu
sorriso”
Alienação das
expressões
emotivas
Treinamento do sorriso de aeromoças
Hochschild, Arlie R., 1983. The managed heart: Commercialization of
human feeling. Univ of California Press.

19. Interacionismo simbólico
Treinamento do sorriso de esquimós para turistas
Fineman, S. ed., 2000. Emotion in organizations. Sage.
Jones, S.A. ed., 1999. Simply living: The spirit of the indigenous people. New World Library.

20. Corporificação da Interação Social
• Insultos em jogos entre homens:
 “Você arremessa como uma garota!”
 “Você corre como uma garota!
 “Você luta como uma garota!”
Young, Iris Marion, 1990. Throwing like a girl. Bloomington, IN, Indiana Press.
Young, I.M., 1980. Throwing like a girl: A phenomenology of feminine body comportment motility and
spatiality. Human studies, 3(1), pp.137-156.
MythBusters. 2013. The throwing like a girl myth. [Video] Discovery Channel. https://youtu.be/LD5Xm5u7UDM

21. Corporificação da Interação Social
• Insultos em jogos entre homens:
 “Você arremessa como uma garota!”
 “Você corre como uma garota!
 “Você luta como uma garota!”
Young, Iris Marion, 1990. Throwing like a girl and other essays in Feminist Philosophy and Social Theory. Bloomington, IN, Indiana
Press.
Young, I.M., 1980. Throwing like a girl: A phenomenology of feminine body comportment motility and spatiality. Human
studies, 3(1), pp.137-156.
MythBusters. 2013. The throwing like a girl myth. [Video] Discovery Channel. https://youtu.be/LD5Xm5u7UDM
Princípio: corpo como um objeto para os outros
• O corpo das mulheres deve parecer:
 Elegante, delicado, frágil, nunca agressivo

22. Quais as diferenças na comunicação
não-verbal entre homens e mulheres?
Young, Iris Marion, 1990. Throwing like a girl and other essays in Feminist Philosophy and
Social Theory. Bloomington, IN, Indiana Press.
Homens
Sentar relaxado no encosto da cadeira
Pernas abertas
Olhar fixo nas pessoas
Senta mais distante das pessoas,
mas quebra distância com toques
Mulheres
Sentar com coluna ereta
Pernas juntas
Desvia mais o olhar, e retorna em seguida
Senta mais próxima das pessoas,
menos toques
Por quê?

23. Corporificação da Interação Social
Espaço Pessoal
OK Não OK

24. Espaço Pessoal
Íntimo
Pessoal
Social Público
Hall, Edward T., 1969. The hidden dimension. An anthropologist examines man's use of
space in public and private. New York: Anchor Books; Doubleday & Company, Inc.

25. Distâncias pessoais mudam com:
 Relações entre as pessoas
• Intimidade
• Status e poder
 Cultura
 Gênero
 Contexto momentâneo
Hall, Edward T., 1969. The hidden dimension. An anthropologist examines man's use of space in
public and private. New York: Anchor Books; Doubleday & Company, Inc.

26. Desatenção Civil no Espaço Público
Goffman, Ervin. 1967. Interaction Ritual (New York: Doubleday / Anchor)
Goffman, E. Relations in Public: Microstudies of the Public Order. (London: Allen Lane).

27. Espaço Pessoal nos Banheiros Masculinos
Middlemist, R.D., Knowles, E.S. and Matter, C.F., 1976. Personal space invasions in the lavatory:
suggestive evidence for arousal. Journal of personality and social psychology, 33(5), p.541.
Rawls, S.K., 1988. Restroom usage in selected public buildings and facilities: A comparison of females
and males (Doctoral dissertation, Virginia Polytechnic Institute and State University).

28. • Em relação aos membros desse grupo,
você gostaria de:
 Se casar?
 Ser amigo?
 Ser vizinho?
 Ser colega de trabalho?
 Conviver em sua cidade ou país?
 Visitar o paíse deles?
 Proibí-los de visitar o seu país?
Proximidade
Hall, Edward T., 1969. The hidden dimension. An anthropologist examines man's use of space in
public and private. New York: Anchor Books; Doubleday & Company, Inc.
Círculos Sociais e Distância Social

29. Distância social e Distância Pessoal
Família
Amigos
Vizinhos
Colegas
Concidadãos
Estrangeiros
Inimigos
DistânciaSocial Hall, E.T., 1969. The hidden
dimension. An
anthropologist examines
man's use of space in public
and private. New York:
Anchor Books; Doubleday &
Company, Inc.

30. Dúvidas?
Comentários?
Obrigado!