O documento discute como a orientação emocional dos pais ajuda a formar adultos bem resolvidos. O psicólogo infantil Stephen Briers defende que os pais devem se tornar orientadores emocionais dos filhos para ajudá-los a entender e controlar suas emoções. Isso é importante porque 10% das crianças têm problemas mentais e a inteligência emocional pode prevenir esses problemas e promover a felicidade futura.
Psicologia e a chave para uma boa criacao dos filhos
1. Psicologia é a chave para uma boa
criação dos filhos
Orientação emocional dos pais ajuda a formar adultos bem resolvidos
Tradução da reportagem: Pedro Moreira
Esqueça os especialistas em educação infantil que pregam rotinas rígidas. Para termos
uma geração de adultos bem resolvidos e felizes, o psicólogo infantil Stephen Briers
afirma que os pais devem se tornar orientadores emocionais dos filhos.
– Não é uma arte mística. Muita gente poderia fazer uma tentativa – diz.
Pelo menos ensaiar a possibilidade de orientar uma criança emocionalmente é tarefa
importante principalmente porque as estatísticas são alarmantes – 10% das crianças com
menos de 16 anos são diagnosticadas com algum distúrbio mental, por exemplo. Mais
exatamente, psicologia é a chave para uma boa criação.
Autor de um guia de bolso – Superpowers for Parents: The Psychology of Great
Parenting and Happy Children – Briers acredita que se você entende seus filhos e, mais
importante, se eles entendem a si mesmos, serão adultos felizes e bem resolvidos.
– Nós nos tornamos muito obcecados com a ideia de que a marca de uma excelente
criação é ter crianças imaculadamente comportadas. Esquecemos que uma das tarefas de
ser pai é tentar preparar os filhos para a vida, dando-lhes os conhecimentos que eles
precisam – lembra o autor.
Para seguir o caminho da orientação, é preciso evitar frases como “Eu mandei e
pronto!” e não apelar para o castigo. A prioridade é a inteligência emocional. Crianças
que são emocionalmente educadas, que demonstram uma grande capacidade de empatia
e têm habilidade para resolver conflitos de relacionamento, tendem a ser imunes de
todas as maneiras a problemas psicológicos. Além disso, ele acredita que este tipo de
inteligência não é apenas a chave para a felicidade futura, mas também uma importante
conquista intelectual. Então, o trabalho dos pais não consiste somente em ensinar as
crianças a como dizer “por favor” e “obrigado” e a saber a tabuada. Eles também devem
expandir o vocabulário emocional dos filhos.
– Leia e discuta com o seu filho como os personagens podem estar se sentindo.
Pergunte: você acha que ele está se sentindo assustado, nervoso, feliz ou chateado? –
aconselha Briers.
Ele também recomenda aos pais que ensinem sobre personalidades que se destacaram
pelo altruísmo, como Madre Teresa e Martin Luther King, e os auxiliem a entender e
interpretar a linguagem do corpo.
De acordo com estudos, se as crianças têm uma educação emocional, estão menos
propensas a ter problemas de relacionamento. Ser uma pessoa gentil não quer dizer que
você tem de ser ingênuo. E, se pensarmos sobre o que realmente valorizamos nas
2. pessoas que amamos, não é comum citar o desempenho ou o QI.
Estimule o equilíbrio
A ideia de fazer seus filhos ficarem mais em contato com suas emoções (e as dos
outros) é de ajudá-los a controlar a si mesmos. Stephen Briers defende o ponto de vista
de que há uma conexão entre pensamentos, sentimentos e comportamento.
– Olhe além do exterior de uma criança desobediente e malcomportada. Provavelmente
você encontrará uma alma “atormentada” de alguma forma. O comportamento será, em
algum nível, uma forma de comunicação, com um sentido, um contexto – afirma.
O trabalho dos pais será o de mostrar à criança como juntar as peças. A forma como os
pais interpretam uma situação irá determinar como eles se sentem a respeito e o que
farão sobre isso.
Observar para ensinar
Na opinião do psicólogo infantil Stephen Briers, os pais devem ser orientadores
emocionais dos filhos. É preciso ser um bom observador e saber ensinar lições às
crianças no momento certo. Conheça outras dicas do especialista inglês para os pais.
Ensinamento precoce
Certa vez, Shakespeare disse que não há coisa alguma que seja, em si própria, boa ou
má. O pensamento é que seria responsável por isso.
Para o psicólogo, livrar-se de maneiras erradas de pensar é uma coisa que a família pode
ensinar às crianças desde muito pequenas. Por exemplo: na próxima vez que seu filho
fizer alguma coisa errada na escola e voltar para casa dizendo “eu fiz papel de bobo e
não quero ir para aula”, você pode afirmar que ele está fazendo "tempestade em copo
d’água". Explique que o caso está sendo lidado de forma errada, encarado como uma
consequência mais grave do que precisa ser.
Ajudar a criança a manter hábitos mentais saudáveis é um processo particularmente
longo e demorado, pois envolve muitas questões, como “O que você acha?” e “Como tal
coisa fez você se sentir?”.
– Trata-se de desenvolver uma nova forma de relacionamento, tornando-a parte da
interação diária. Se não investirmos o tempo e a energia que temos, só restará culpar a
nós mesmos se produzirmos uma geração de filhos brigões e propensos a ter problemas
– diz Briers.
Escute sempre
Quando se fala em ensinamento, há uma atitude que faz diferença: ouvir. De acordo
com Stephen Briers, passar o tempo escutando os filhos ajuda a desenvolver a
capacidade deles para a empatia e faz eles se sentirem seguros.
Para isso, é preciso manter um bom nível de contato visual, sem mostrar atenção
3. beirando o sufocamento.
– A louvação em demasia pode facilmente perder valor quando a criança sentir que você
está dando elogios falsos, por exemplo – diz o psicólgo.
O principal é ter atitudes equilibradas. Até a forma de iniciar conversas pode ser crucial.
O ideal é encontrar o momento certo, de forma espontânea.
Autocontrole
As técnicas para a conquista emocional exigem muito autocontrole dos pais. As crianças
irão absorver aquilo que veem no comportamento dos pais e no conteúdo daquilo que
lhes é falado.
Evite gritar com seu filho e tente se acalmar quando evidentemente não está calmo.
Você deve ser o exemplo
Quando os filhos entendem a si mesmos, tornam-se adultos saudáveis