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a isso significa enfrentar os beneficiários e mantenedores do status quo,

Práticas e saberes docentes em discussão

fato que requer consistente convicção e disposição para se situar no
Gilberto Fraga de Melo

grupo minoritário.

1

São várias frentes abertas em apenas um parágrafo, ainda que longo.
A prática dos professores inicia-se bem antes de sua formação

Sobre esses pontos descreverei outros parágrafos, sem o compromisso

profissional. A prática dos professores traz influência de sua formação

de apresentar conclusões. O motivo pela ausência das respostas pode

profissional. A prática dos professores é construída em sua convivência

ser conhecido nas considerações finais.

com a realidade. Essas três afirmações são carregadas de contextos e
A formação inicial dos professores

pretextos. O contexto é o trabalho dos professores. O pretexto é discutir
sua compreensão sobre essa tríade. Nesse contexto estão presentes os
saberes profissionais e os saberes experienciais (Tardif, 2007). Ao falar

Todo profissional docente tem pelo menos 16 anos de estudos (12+4).

de professores não posso ignorar que esse é o portador do verbo

São doze anos entre o ensino fundamental e o ensino médio e mais

ensinar. Sim, isso pode ser pouco significativo para alguns. Então,

quatro anos de formação acadêmica.

incluo nesse caso o verbo aprender. Mas qual é a ordem em que isso é
socialmente conhecida? Para direcionar a resposta basta verificar a

Sempre que tive oportunidade de perguntar aos professores sobre suas

composição da expressão ensino-aprendizagem. É essa a expressão

lembranças escolares, as respostas foram carregadas de emoção e

que caracteriza o trabalho nas escolas. É ela que traduz a ação dos

relatadas com detalhes que pareciam não encobertas pelo tempo.

professores e indica a essência de uma unidade escolar. Assim, com
essa diretiva há quem ensina e há quem aprende. Na estrutura

“Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da

organizacional tradicional quem ensina é o professor. Quem aprende os

gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo

alunos ou estudantes. É claro que essa assertiva tem adeptos. É claro

sabe; e se sabe, me entende.”

que pode ter opositores. Certamente é mais fácil ser adepto e manter
Essa citação de Guimarães Rosa, contida em “Grande Sertão: veredas”

um determinado status quo já assegurado pela sociedade. Ser oposição

pode contribuir para o entendimento a que me proponho. Penso que há
tempos que marcam, outros que passam. A nossa memória é seletiva e
1 Professor, Doutor em Educação (Uni-Siegen, Alemanha)

1
registra aquilo que teve uma contribuição interiorizada, composta pelo

Assim, ao fazer essa regressão na formação dos docentes há um

contexto da aprendizagem. É isso o que explica a força do tempo em

propósito explícito: refletir . A reflexão sobre um tempo em que ainda

um determinado relato.

não havia preocupação com o tempo. De um tempo que de tanto se

2

somar com outros chegou ao hoje. Olhar para esse tempo com o
Os doze anos escolares são influentes na composição da infância, da

propósito reflexivo é um exercício que faz mais sentido se houver um

adolescência e na assimilação dos preceitos culturais e padronizados

fato determinante. E nesse caso, esse fato é a formação docente.

da fase adulta. Pois bem, é exatamente nesse tempo dessa
composição que somos submetidos ao processo escolar e nos

Duas perguntas aditivas à reflexão: há a compreensão de que o tempo

envolvemos com a vida escolar. Nossa e de nossos colegas, com uma

de aprendizagem (na condição de aluno da educação básica) faz parte

relação estranha com os conteúdos curriculares e com a constante

da formação profissional? Como se dá o rito de passagem entre o

presença de diversos professores que desfilam a uniformidade de seu

aprender e o ensinar?

figurino e suas posturas.
Formação profissional
Nesse tempo aprendemos os conteúdos curriculares, mas aprendemos,
mesmo que não estejamos atentos a isso, é a metodologia. A

E então foi superado o tempo da educação básica e, com a latência da

aprendizagem do saber-fazer de nossos professores é uma carga

juventude, uma imposição: defina uma profissão! Alguns professores

transportada para sempre. Seja para a reprodução, seja para a crítica

podem tomar essa decisão ainda no período da educação básica. São

ou para a reflexão que poderá implicar em alguma mudança. O fato é

aqueles com formação em Magistério. Hoje essa formação não é

que são marcantes não só os conteúdos que nos são transmitidos, mas

predominante, ainda que seja admissível para a prática na educação

a forma como isso se dá. E mais, para alguns professores torna-se

infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Para a maioria, aqui

difícil o desapego àquele tempo. Refiro-me aqueles professores, por
exemplo, que cultuam a mesma forma de preparação de aula, a mesma

2

postura autoritária na relação com os alunos e que nutrem o mesmo
tipo de avaliação. Aqueles para quem o saber é uma peculiaridade do
professor, que tratam os alunos como meros receptores e que aplicamlhes uma punição através da avaliação.

2

De acordo com Saviani (1996, p.16), “a palavra vem do verbo latino “Reflectere" que
significa "voltar atrás". É, pois, um re-pensar, ou seja, um pensamento em segundo
grau. Poderíamos, pois, dizer: se toda reflexão é pensamento, nem todo pensamento
é reflexão. Esta é um pensamento consciente de si mesmo, capaz de se avaliar, de
verificar o grau de adequação que mantém com os dados objetivos, de medir-se com
o real. Pode aplicar-se as impressões e opiniões, aos conhecimentos científicos e
técnicos, interrogando-se sobre o seu significado. Refletir é o ato de retomar,
reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de
significado. E examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado”.
focalizada, foi necessário o percurso da formação acadêmica

de aula há um longo e largo distanciamento. Para esse autor é

universitária. É nesse tempo que acontece uma extraordinária

importante que os pesquisadores deixem de ver os professores em sua

mudança. Não apenas a passagem de jovem para adulto, mas sim, a

formação “como cobaias, estatísticas ou objetos de pesquisa, mas

aquisição de uma nova e permanente identidade: professor. Isso é mais

como colaboradores e até como co-pesquisadores”.

que a aquisição de uma profissão. Sua identidade é sua profissão. É
Não é o caso de se esticar a corda da falsa dicotomia entre teoria e

como o sujeito se apresenta, é como ele é visto.

prática, mas possibilitar a interação entre ambas. Para Deleuze (2004,
A profissão e a identidade têm seu início nos quatro anos na Instituição

p.41), “a prática é um conjunto de revezamentos de uma teoria a outra e

de Ensino Superior.

Citei acima o quanto é marcante o período

a teoria um revezamento de uma prática a outra. Nenhuma teoria pode

antecedente. E o que marca nessa fase? Quais as lembranças trazidas

se desenvolver sem encontrar uma espécie de muro e é preciso a

desse período?

prática para atravessar o muro”. Isso não é simples de ser assimilado
por quem detém o desejo de apenas teorizar ou fazer “aplicacionismos”.

Essas são perguntas objetivas que só a subjetividade é capaz de

Por outro lado, àqueles que estão mais envolvidos com o fazer não se

responder. A subjetividade respeita a expressão da individualidade, traz

dispensa a necessária teorização desse fazer. Teorização que se inicia

em si a complexidade, contrapõe o estático e padronizado. Dessa

com a reflexão, que por sua vez afasta a tentação da rotinização.

forma, posso apenas indicar possibilidades.
Acontece que não há na formação profissional a necessária preparação
É possível apresentar fatores favoráveis e desfavoráveis. É claro que há

para a reflexão ou teorização. Isso é uma falha, pois impede a

uma estrutura curricular diferenciada na academia. Ali há um estudo

exposição ao contraditório, à adversidade no fazer docente. A

dirigido para uma formação, diferente da generalização anterior. É uma

deficiência dessa formação pode contribuir para a baixa produtividade e

passagem para o científico. Há o encontro com a teoria. Mas também

impedir o alcance da auto-estima.

existe a prática. Mesmo que seja unicamente a prática dos professores.
Ah, isso pode ser um aspecto desfavorável, quando os professores

Há várias pesquisas empíricas que apontam para a necessidade de

utilizam um modelo aplicacionista do conhecimento (Tardif, idem). Ou

revisão dos cursos de formação de docentes. Já não faltam indicações

seja, os futuros professores assimilam os conteúdos, aplicam os em

sobre o que as IES devem fazer, mas ainda falta muito para acontecer a

seus estágios, mas quando precisam enfrentar o cotidiano de uma sala

mudança. De minha parte tenho pouca expectativa sobre as mudanças

3
produzidas a partir das IES. Ora, não são elas que sentem a

prática. É pertinente lembrar Nóvoa (1995, p.26). Diz ele: “A formação

necessidade de mudança e, no entanto, aqueles que querem a

de professores é, provavelmente, a área mais sensível das mudanças

mudança são frágeis em suas argumentações ou demagógicos em

em curso no setor educativo: aqui não se formam apenas profissionais;

suas proposições.

aqui produz-se uma profissão”.

O Ministério da Educação, responsável pela manutenção e/ou controle

Sim, mas se a insensibilidade for predominante é necessária uma ação

da IES diz em um documento (MEC, 2008, p.08), que

efetiva (eficiente e eficaz) para provocar as mudanças. O ponto de
partida pode ser as escolas; o foco, a prática reflexiva dos docentes.

A formação inicial e continuada do professor exige que
Saberes docentes

o parque de universidades públicas se volte (e não dê
as costas) para a educação básica. Assim, a melhora
da qualidade da educação básica depende da formação

Há, acima, uma crítica à formação dos professores. Nessa formação

de seus professores, o que decorre diretamente das

deve estar contida a aquisição das competências dos professores para

oportunidades oferecidas aos docentes.

o exercício de sua profissão. Os saberes disciplinares (aqueles que
pertencem

aos

diferentes

campos

do

conhecimento,

como

a

Schön (2000, p.20), ao analisar especificamente a crise das escolas

matemática, literatura, geografia, história, etc) está presente na

profissionalizantes dentro das universidades, diz que “nos últimos anos,

formação dos professores. Além desses conhecimentos há a produção

tem havido uma crescente percepção de que os pesquisadores, que

da ciência da Educação e da pedagogia. Enfim, são saberes que

deveriam suprir as escolas profissionais com conhecimento útil, têm

compõem o currículo da formação dos professores.

cada vez menos a dizer a respeito de algo que os profissionais possam
Mas qual é a crítica? A resposta dos professores é:

considerar útil”.

−
A deficiência na formação repercute na atividade escolar. Os gestores

Ah, a universidade não nos prepara suficientemente bem para o
exercício da profissão.

escolares sabem que não poderão contar com o que há de melhor. Da
mesma forma, sabem os docentes que conviverão com a precariedade

Mas não prepara em quê? Nos conteúdos das ciências de educação e

da formação e que a estratégia para a superação é a reflexão sobre sua

pedagogia ou nos conteúdos disciplinares?

4
A resposta recai sobre o distanciamento entre os pressupostos teóricos

interação entre os docentes e seus saberes para então dar relevância à

e a realidade. É como se as instituições responsáveis pela formação

interação dos docentes com seus alunos.

não enxergassem que existem formadores sociais além da família,
igreja e estado. Há mais: os meios de comunicação e, principalmente,

Começo por retornar à formação inicial e reafirmar que os docentes

num sentido amplo, a rua. Tanto no ensino superior como na educação

sustentam suas práticas, em grande parte, em seus professores da

básica

se

educação básica. Ou seja, é onde mais estão arraigados. Menos em

transformaram em sujeitos e a malha social onde nos inserimos é uma

conteúdo, mais em didática. Porém, isso não é suficiente, já que os

teia local com todo a influência global.

tempos são outros (as tais paróquias, os atores, etc). De fato os

outras

“paróquias”

foram

edificadas,

outros

atores

docentes convivem com um grande desafio temporal: no presente mais
São outros atores, outros poderes. Talvez sejam necessários outros

olham para o passado e pouco conseguem enxergar o futuro.

No

autores, outras concepções sociais. Quem sabe uma mudança

passado veem exemplos que solidificam sua prática no presente, mas

paradigmática, em contraposição às retóricas programáticas.

sabem que estes não se sustentam na perspectiva dos propósitos
delegados à educação.

Enfim, numa sequência como nos apresenta Tardif, é preciso valorizar
além dos saberes disciplinares e dos saberes curriculares. Os saberes

A necessidade de decidir no cotidiano carregado de adversidades é o

docentes são fortemente influenciados pelos saberes experienciais.

seu grande campo de formação. Campo composto por seus colegas,
pelos alunos, pais e pela estrutura e conjuntura social. Essa é a
diversidade, essa é a riqueza de seu campo de trabalho.

Vejamos a seguir como esses saberes experiências são percebidos e
analisados pelos docentes.

Os docentes de hoje, diferentemente de nossos professores na
Saberes experienciais

educação

básica,

são

sujeitos

interligados,

interconectados,

3

consumidores de informações numa escala absurda . Da mesma forma
É fácil identificar que no percurso até agora traçado há uma clara opção
3 É sempre bom dizer que informação é uma célula que pode virar conhecimento.

valorativa à experiência dos professores. Aqui quero ser mais objetivo

Dados recentes mostram que diariamente na rede de computadores são inseridas oito
vezes mais dados (15 petabytes) que todo o conteúdo das bibliotecas dos EUA. Isso
não leva em consideração a veracidade da informação. Não me refiro às informações
acadêmicas, que requerem um trato intelectual. Da mesma forma, há que se
reconhecer, as informações intelectuais são menos acessadas. O fato é que já não é

para assegurar essa opção. Com ela mostrarei a necessidade de

5
estão os atuais alunos, seja em qual nível for. Assim, um afastamento

sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a

necessário: trabalhar com educação não é simples, portanto não é algo

substantividade do objeto aprendido”.

a ser praticado por quem tem capacidade apenas razoável. Para
É isso! Freire está a nos dizer que o aprender antecede o ensinar.

trabalhar com educação tem que ser bom. E não basta ser bom apenas
em sua disciplina. Isso é reducionista e obscurantista. Não existe uma
disciplina que seja independente. Portanto, o seu portador deve ser

Então, com quem aprendemos? Como e quando aprendemos?

aberto à interação com as demais disciplinas. Múltiplo e plural.

Aprendemos quando ensinamos? As respostas são subjetivas. Mas

Interativo. Próprio de quem trabalha com sujeitos. Sujeito em

opto pela capacidade integradora do ser humano. Opto pela latente e

transformação, como somos todos nós. Nós= eu+tu. Eu – tu não existe.

inerente desejo pela aprendizagem. Todos os seres vivos aprendem,

Assim, no fazer com esses sujeitos o docente se vê no outro. Vê no

mas só o homem tem o potencial para aprender-a-aprender.

outro a possibilidade de integração entre saberes (especialmente com
Considerações finais

os colegas); vê no outro a possibilidade de integração e ampliação dos
saberes (incluindo a relação com os colegas e os alunos).

Depois de tantas perguntas um esclarecimento sobre um específico tipo
de pergunta: a pedagógica.

Os saberes construídos durante o trabalho são a verdadeira base de
sua profissionalização. São robustos pela clareza de sua produção, mas
são mutáveis pela certeza do aprimoramento. Apropriar-se dessa

Para Gadamer (1999, p.535), “todo conhecimento e discurso, em que

realidade é ser sujeito em tempo real.

se queira conhecer o conteúdo das coisas, a pergunta toma a dianteira”
(grifo no original). Para o mesmo autor, a pergunta implica em uma

Freire (2006, p.69), diz da necessidade de se apreender a realidade,

abertura para a resposta. Diz ele que falta autenticidade a pergunta

não apenas para nos adaptar “mas para transformar a realidade, para

quando não existe essa abertura, e mais,

nela intervir, recriando-a”. Da mesma forma, o conceituado mestre diz
“algo disso nós conhecemos, por exemplo, da pergunta

que “a nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar,

pedagógica, cuja especial dificuldade e paradoxo
consiste em que são uma pergunta sem que haja
necessário ir à escola para obter informações, mesmo as disciplinares. Outro fato é
que nem escola, nem universidades se abriram o suficiente para esse enxame de
informações.

alguém que realmente pergunte” (...) “não somente não

6
Bibliografia

há quem pergunte, mas que nem sequer há algo
realmente perguntado”.

Deleuze, G. In Microfísica do Poder. São Paulo: Edições Graal, 2004.
Sabemos que há quem queira fazer dos docentes meros controladores

Freire, P. Pedagogia da Autonomia.

34ª edição. São Paulo: Paz e

de respostas. É claro que isso não é exposto com tanta precisão. Pelo

Terra, 2006.

contrário, fazem o discurso que os professores devem ser mediadores

Gadamer, H-G. Verdade e método. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

do conhecimento, mas, diferentemente, os livros didáticos indicam

MEC. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e

facilidades. Facilidades para reduzir a produção intelectual do professor

programas. Brasília: INEP/MEC, 2008.

e, com isso, exigir maior carga horária de trabalho. Portanto, não me

Nóvoa, A. (org) O passado e o presente dos professores. In Profissão

refiro às perguntas existentes em livros dos professores, mas sim, às

Professor. Porto: Porto Editora. 1995.

perguntas dirigidas aos alunos. Estas perguntas exigem do professor o

Rosa, J. G. Grande Sertão: Veredas. 26ª edição. Rio de Janeiro, 1988.

seu crescimento profissional, já que são desafiadoras. Perguntas que

Schön, D.A. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o

fogem da trivialidade. Perguntas que requerem a explicitação de quem

ensino e a aprendizagem – Porto Alegre: Artmed 2000.

pergunta. Perguntas que emancipam para que não haja respostas

Tardif, M. Saberes docentes e formação profissional. 8

embrutecedoras.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

a

Edição,

Assim, o professor detentor de saberes é também detentor de
respostas. O desafio é permitir que as perguntas sejam libertadas das
mesmas e tradicionais respostas. Assim, a prática docente, rica por
natureza, pode ser menos entediante, quanto mais reflexiva; pode ser
Cuiabá, janeiro/2010

mais estimada, quanto menos solitária; pode ser mais solidária, quanto

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menos totalitária.

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Práticas docentes em discussão

  • 1. a isso significa enfrentar os beneficiários e mantenedores do status quo, Práticas e saberes docentes em discussão fato que requer consistente convicção e disposição para se situar no Gilberto Fraga de Melo grupo minoritário. 1 São várias frentes abertas em apenas um parágrafo, ainda que longo. A prática dos professores inicia-se bem antes de sua formação Sobre esses pontos descreverei outros parágrafos, sem o compromisso profissional. A prática dos professores traz influência de sua formação de apresentar conclusões. O motivo pela ausência das respostas pode profissional. A prática dos professores é construída em sua convivência ser conhecido nas considerações finais. com a realidade. Essas três afirmações são carregadas de contextos e A formação inicial dos professores pretextos. O contexto é o trabalho dos professores. O pretexto é discutir sua compreensão sobre essa tríade. Nesse contexto estão presentes os saberes profissionais e os saberes experienciais (Tardif, 2007). Ao falar Todo profissional docente tem pelo menos 16 anos de estudos (12+4). de professores não posso ignorar que esse é o portador do verbo São doze anos entre o ensino fundamental e o ensino médio e mais ensinar. Sim, isso pode ser pouco significativo para alguns. Então, quatro anos de formação acadêmica. incluo nesse caso o verbo aprender. Mas qual é a ordem em que isso é socialmente conhecida? Para direcionar a resposta basta verificar a Sempre que tive oportunidade de perguntar aos professores sobre suas composição da expressão ensino-aprendizagem. É essa a expressão lembranças escolares, as respostas foram carregadas de emoção e que caracteriza o trabalho nas escolas. É ela que traduz a ação dos relatadas com detalhes que pareciam não encobertas pelo tempo. professores e indica a essência de uma unidade escolar. Assim, com essa diretiva há quem ensina e há quem aprende. Na estrutura “Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da organizacional tradicional quem ensina é o professor. Quem aprende os gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo alunos ou estudantes. É claro que essa assertiva tem adeptos. É claro sabe; e se sabe, me entende.” que pode ter opositores. Certamente é mais fácil ser adepto e manter Essa citação de Guimarães Rosa, contida em “Grande Sertão: veredas” um determinado status quo já assegurado pela sociedade. Ser oposição pode contribuir para o entendimento a que me proponho. Penso que há tempos que marcam, outros que passam. A nossa memória é seletiva e 1 Professor, Doutor em Educação (Uni-Siegen, Alemanha) 1
  • 2. registra aquilo que teve uma contribuição interiorizada, composta pelo Assim, ao fazer essa regressão na formação dos docentes há um contexto da aprendizagem. É isso o que explica a força do tempo em propósito explícito: refletir . A reflexão sobre um tempo em que ainda um determinado relato. não havia preocupação com o tempo. De um tempo que de tanto se 2 somar com outros chegou ao hoje. Olhar para esse tempo com o Os doze anos escolares são influentes na composição da infância, da propósito reflexivo é um exercício que faz mais sentido se houver um adolescência e na assimilação dos preceitos culturais e padronizados fato determinante. E nesse caso, esse fato é a formação docente. da fase adulta. Pois bem, é exatamente nesse tempo dessa composição que somos submetidos ao processo escolar e nos Duas perguntas aditivas à reflexão: há a compreensão de que o tempo envolvemos com a vida escolar. Nossa e de nossos colegas, com uma de aprendizagem (na condição de aluno da educação básica) faz parte relação estranha com os conteúdos curriculares e com a constante da formação profissional? Como se dá o rito de passagem entre o presença de diversos professores que desfilam a uniformidade de seu aprender e o ensinar? figurino e suas posturas. Formação profissional Nesse tempo aprendemos os conteúdos curriculares, mas aprendemos, mesmo que não estejamos atentos a isso, é a metodologia. A E então foi superado o tempo da educação básica e, com a latência da aprendizagem do saber-fazer de nossos professores é uma carga juventude, uma imposição: defina uma profissão! Alguns professores transportada para sempre. Seja para a reprodução, seja para a crítica podem tomar essa decisão ainda no período da educação básica. São ou para a reflexão que poderá implicar em alguma mudança. O fato é aqueles com formação em Magistério. Hoje essa formação não é que são marcantes não só os conteúdos que nos são transmitidos, mas predominante, ainda que seja admissível para a prática na educação a forma como isso se dá. E mais, para alguns professores torna-se infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Para a maioria, aqui difícil o desapego àquele tempo. Refiro-me aqueles professores, por exemplo, que cultuam a mesma forma de preparação de aula, a mesma 2 postura autoritária na relação com os alunos e que nutrem o mesmo tipo de avaliação. Aqueles para quem o saber é uma peculiaridade do professor, que tratam os alunos como meros receptores e que aplicamlhes uma punição através da avaliação. 2 De acordo com Saviani (1996, p.16), “a palavra vem do verbo latino “Reflectere" que significa "voltar atrás". É, pois, um re-pensar, ou seja, um pensamento em segundo grau. Poderíamos, pois, dizer: se toda reflexão é pensamento, nem todo pensamento é reflexão. Esta é um pensamento consciente de si mesmo, capaz de se avaliar, de verificar o grau de adequação que mantém com os dados objetivos, de medir-se com o real. Pode aplicar-se as impressões e opiniões, aos conhecimentos científicos e técnicos, interrogando-se sobre o seu significado. Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. E examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado”.
  • 3. focalizada, foi necessário o percurso da formação acadêmica de aula há um longo e largo distanciamento. Para esse autor é universitária. É nesse tempo que acontece uma extraordinária importante que os pesquisadores deixem de ver os professores em sua mudança. Não apenas a passagem de jovem para adulto, mas sim, a formação “como cobaias, estatísticas ou objetos de pesquisa, mas aquisição de uma nova e permanente identidade: professor. Isso é mais como colaboradores e até como co-pesquisadores”. que a aquisição de uma profissão. Sua identidade é sua profissão. É Não é o caso de se esticar a corda da falsa dicotomia entre teoria e como o sujeito se apresenta, é como ele é visto. prática, mas possibilitar a interação entre ambas. Para Deleuze (2004, A profissão e a identidade têm seu início nos quatro anos na Instituição p.41), “a prática é um conjunto de revezamentos de uma teoria a outra e de Ensino Superior. Citei acima o quanto é marcante o período a teoria um revezamento de uma prática a outra. Nenhuma teoria pode antecedente. E o que marca nessa fase? Quais as lembranças trazidas se desenvolver sem encontrar uma espécie de muro e é preciso a desse período? prática para atravessar o muro”. Isso não é simples de ser assimilado por quem detém o desejo de apenas teorizar ou fazer “aplicacionismos”. Essas são perguntas objetivas que só a subjetividade é capaz de Por outro lado, àqueles que estão mais envolvidos com o fazer não se responder. A subjetividade respeita a expressão da individualidade, traz dispensa a necessária teorização desse fazer. Teorização que se inicia em si a complexidade, contrapõe o estático e padronizado. Dessa com a reflexão, que por sua vez afasta a tentação da rotinização. forma, posso apenas indicar possibilidades. Acontece que não há na formação profissional a necessária preparação É possível apresentar fatores favoráveis e desfavoráveis. É claro que há para a reflexão ou teorização. Isso é uma falha, pois impede a uma estrutura curricular diferenciada na academia. Ali há um estudo exposição ao contraditório, à adversidade no fazer docente. A dirigido para uma formação, diferente da generalização anterior. É uma deficiência dessa formação pode contribuir para a baixa produtividade e passagem para o científico. Há o encontro com a teoria. Mas também impedir o alcance da auto-estima. existe a prática. Mesmo que seja unicamente a prática dos professores. Ah, isso pode ser um aspecto desfavorável, quando os professores Há várias pesquisas empíricas que apontam para a necessidade de utilizam um modelo aplicacionista do conhecimento (Tardif, idem). Ou revisão dos cursos de formação de docentes. Já não faltam indicações seja, os futuros professores assimilam os conteúdos, aplicam os em sobre o que as IES devem fazer, mas ainda falta muito para acontecer a seus estágios, mas quando precisam enfrentar o cotidiano de uma sala mudança. De minha parte tenho pouca expectativa sobre as mudanças 3
  • 4. produzidas a partir das IES. Ora, não são elas que sentem a prática. É pertinente lembrar Nóvoa (1995, p.26). Diz ele: “A formação necessidade de mudança e, no entanto, aqueles que querem a de professores é, provavelmente, a área mais sensível das mudanças mudança são frágeis em suas argumentações ou demagógicos em em curso no setor educativo: aqui não se formam apenas profissionais; suas proposições. aqui produz-se uma profissão”. O Ministério da Educação, responsável pela manutenção e/ou controle Sim, mas se a insensibilidade for predominante é necessária uma ação da IES diz em um documento (MEC, 2008, p.08), que efetiva (eficiente e eficaz) para provocar as mudanças. O ponto de partida pode ser as escolas; o foco, a prática reflexiva dos docentes. A formação inicial e continuada do professor exige que Saberes docentes o parque de universidades públicas se volte (e não dê as costas) para a educação básica. Assim, a melhora da qualidade da educação básica depende da formação Há, acima, uma crítica à formação dos professores. Nessa formação de seus professores, o que decorre diretamente das deve estar contida a aquisição das competências dos professores para oportunidades oferecidas aos docentes. o exercício de sua profissão. Os saberes disciplinares (aqueles que pertencem aos diferentes campos do conhecimento, como a Schön (2000, p.20), ao analisar especificamente a crise das escolas matemática, literatura, geografia, história, etc) está presente na profissionalizantes dentro das universidades, diz que “nos últimos anos, formação dos professores. Além desses conhecimentos há a produção tem havido uma crescente percepção de que os pesquisadores, que da ciência da Educação e da pedagogia. Enfim, são saberes que deveriam suprir as escolas profissionais com conhecimento útil, têm compõem o currículo da formação dos professores. cada vez menos a dizer a respeito de algo que os profissionais possam Mas qual é a crítica? A resposta dos professores é: considerar útil”. − A deficiência na formação repercute na atividade escolar. Os gestores Ah, a universidade não nos prepara suficientemente bem para o exercício da profissão. escolares sabem que não poderão contar com o que há de melhor. Da mesma forma, sabem os docentes que conviverão com a precariedade Mas não prepara em quê? Nos conteúdos das ciências de educação e da formação e que a estratégia para a superação é a reflexão sobre sua pedagogia ou nos conteúdos disciplinares? 4
  • 5. A resposta recai sobre o distanciamento entre os pressupostos teóricos interação entre os docentes e seus saberes para então dar relevância à e a realidade. É como se as instituições responsáveis pela formação interação dos docentes com seus alunos. não enxergassem que existem formadores sociais além da família, igreja e estado. Há mais: os meios de comunicação e, principalmente, Começo por retornar à formação inicial e reafirmar que os docentes num sentido amplo, a rua. Tanto no ensino superior como na educação sustentam suas práticas, em grande parte, em seus professores da básica se educação básica. Ou seja, é onde mais estão arraigados. Menos em transformaram em sujeitos e a malha social onde nos inserimos é uma conteúdo, mais em didática. Porém, isso não é suficiente, já que os teia local com todo a influência global. tempos são outros (as tais paróquias, os atores, etc). De fato os outras “paróquias” foram edificadas, outros atores docentes convivem com um grande desafio temporal: no presente mais São outros atores, outros poderes. Talvez sejam necessários outros olham para o passado e pouco conseguem enxergar o futuro. No autores, outras concepções sociais. Quem sabe uma mudança passado veem exemplos que solidificam sua prática no presente, mas paradigmática, em contraposição às retóricas programáticas. sabem que estes não se sustentam na perspectiva dos propósitos delegados à educação. Enfim, numa sequência como nos apresenta Tardif, é preciso valorizar além dos saberes disciplinares e dos saberes curriculares. Os saberes A necessidade de decidir no cotidiano carregado de adversidades é o docentes são fortemente influenciados pelos saberes experienciais. seu grande campo de formação. Campo composto por seus colegas, pelos alunos, pais e pela estrutura e conjuntura social. Essa é a diversidade, essa é a riqueza de seu campo de trabalho. Vejamos a seguir como esses saberes experiências são percebidos e analisados pelos docentes. Os docentes de hoje, diferentemente de nossos professores na Saberes experienciais educação básica, são sujeitos interligados, interconectados, 3 consumidores de informações numa escala absurda . Da mesma forma É fácil identificar que no percurso até agora traçado há uma clara opção 3 É sempre bom dizer que informação é uma célula que pode virar conhecimento. valorativa à experiência dos professores. Aqui quero ser mais objetivo Dados recentes mostram que diariamente na rede de computadores são inseridas oito vezes mais dados (15 petabytes) que todo o conteúdo das bibliotecas dos EUA. Isso não leva em consideração a veracidade da informação. Não me refiro às informações acadêmicas, que requerem um trato intelectual. Da mesma forma, há que se reconhecer, as informações intelectuais são menos acessadas. O fato é que já não é para assegurar essa opção. Com ela mostrarei a necessidade de 5
  • 6. estão os atuais alunos, seja em qual nível for. Assim, um afastamento sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a necessário: trabalhar com educação não é simples, portanto não é algo substantividade do objeto aprendido”. a ser praticado por quem tem capacidade apenas razoável. Para É isso! Freire está a nos dizer que o aprender antecede o ensinar. trabalhar com educação tem que ser bom. E não basta ser bom apenas em sua disciplina. Isso é reducionista e obscurantista. Não existe uma disciplina que seja independente. Portanto, o seu portador deve ser Então, com quem aprendemos? Como e quando aprendemos? aberto à interação com as demais disciplinas. Múltiplo e plural. Aprendemos quando ensinamos? As respostas são subjetivas. Mas Interativo. Próprio de quem trabalha com sujeitos. Sujeito em opto pela capacidade integradora do ser humano. Opto pela latente e transformação, como somos todos nós. Nós= eu+tu. Eu – tu não existe. inerente desejo pela aprendizagem. Todos os seres vivos aprendem, Assim, no fazer com esses sujeitos o docente se vê no outro. Vê no mas só o homem tem o potencial para aprender-a-aprender. outro a possibilidade de integração entre saberes (especialmente com Considerações finais os colegas); vê no outro a possibilidade de integração e ampliação dos saberes (incluindo a relação com os colegas e os alunos). Depois de tantas perguntas um esclarecimento sobre um específico tipo de pergunta: a pedagógica. Os saberes construídos durante o trabalho são a verdadeira base de sua profissionalização. São robustos pela clareza de sua produção, mas são mutáveis pela certeza do aprimoramento. Apropriar-se dessa Para Gadamer (1999, p.535), “todo conhecimento e discurso, em que realidade é ser sujeito em tempo real. se queira conhecer o conteúdo das coisas, a pergunta toma a dianteira” (grifo no original). Para o mesmo autor, a pergunta implica em uma Freire (2006, p.69), diz da necessidade de se apreender a realidade, abertura para a resposta. Diz ele que falta autenticidade a pergunta não apenas para nos adaptar “mas para transformar a realidade, para quando não existe essa abertura, e mais, nela intervir, recriando-a”. Da mesma forma, o conceituado mestre diz “algo disso nós conhecemos, por exemplo, da pergunta que “a nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, pedagógica, cuja especial dificuldade e paradoxo consiste em que são uma pergunta sem que haja necessário ir à escola para obter informações, mesmo as disciplinares. Outro fato é que nem escola, nem universidades se abriram o suficiente para esse enxame de informações. alguém que realmente pergunte” (...) “não somente não 6
  • 7. Bibliografia há quem pergunte, mas que nem sequer há algo realmente perguntado”. Deleuze, G. In Microfísica do Poder. São Paulo: Edições Graal, 2004. Sabemos que há quem queira fazer dos docentes meros controladores Freire, P. Pedagogia da Autonomia. 34ª edição. São Paulo: Paz e de respostas. É claro que isso não é exposto com tanta precisão. Pelo Terra, 2006. contrário, fazem o discurso que os professores devem ser mediadores Gadamer, H-G. Verdade e método. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. do conhecimento, mas, diferentemente, os livros didáticos indicam MEC. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e facilidades. Facilidades para reduzir a produção intelectual do professor programas. Brasília: INEP/MEC, 2008. e, com isso, exigir maior carga horária de trabalho. Portanto, não me Nóvoa, A. (org) O passado e o presente dos professores. In Profissão refiro às perguntas existentes em livros dos professores, mas sim, às Professor. Porto: Porto Editora. 1995. perguntas dirigidas aos alunos. Estas perguntas exigem do professor o Rosa, J. G. Grande Sertão: Veredas. 26ª edição. Rio de Janeiro, 1988. seu crescimento profissional, já que são desafiadoras. Perguntas que Schön, D.A. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o fogem da trivialidade. Perguntas que requerem a explicitação de quem ensino e a aprendizagem – Porto Alegre: Artmed 2000. pergunta. Perguntas que emancipam para que não haja respostas Tardif, M. Saberes docentes e formação profissional. 8 embrutecedoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. a Edição, Assim, o professor detentor de saberes é também detentor de respostas. O desafio é permitir que as perguntas sejam libertadas das mesmas e tradicionais respostas. Assim, a prática docente, rica por natureza, pode ser menos entediante, quanto mais reflexiva; pode ser Cuiabá, janeiro/2010 mais estimada, quanto menos solitária; pode ser mais solidária, quanto fragamelo@yahoo.com.br menos totalitária. 7