SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
LITERATURA BRASILEIRA I
“PROSOPOPÉIA”
BENTO TEIXEIRA
José Paulo Alexandre de Barros
Hellyton José Vieira Marinho
Thaynã Emanoela Guedes Carneiro
INTRODUÇÃO
Uma das obras mais valiosas do barroco brasileiro –
Prosopopéia de Bento Teixeira– traz uma rica leitura
mitológica, junto com o nativismo de Pernambuco.
Com este trabalho, temos a pretenção de conhecer mais
profundamente a obra de Bento e analisar todos os aspectos à
ela ligados, tanto no nível de compreensão textual quanto no
nível estrutural da obra.
APRESENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DO AUTOR
BENTO TEIXEIRA (1561-1600)
• Nasceu em Portugal, cristão-novo, veio para o
Brasil e instalou-se no Espírito Santo. Foi
perseguido pela inquisição e refugiou-se em Olinda.
• Foi preso após admitir sua crença judaíca.
• Escreveu “Prosopopéia” na prisão, em Lisboa.
Mas só foi publicado após sua morte.
• Só escreveu a obra durante toda sua vida.
EXPLICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E CONCEITUAÇÃO
DO GÊNERO EM FOCO
• “Epopéia” vem do grego épos = verso ’+ poieô = faço’
• Narrativa de fatos grandiosos e maravilhosos que interessa a um povo.
• É uma poesia objetiva, impessoal, contém a presença de um narrador
falando do passado (os verbos aparecem no pretérito).
• Episódio grandioso e heróico da história de um povo.
• Enquadra-se no gênero narrativo - é sempre um relato de
acontecimentos.
• O assunto deverá ter um carácter excepcional e um ser excepcional
• As epopéias evoluíram da Grécia e Tróia com Ilíadas e Odisséia, e
chegaram ao Brasil com Caramuru e O Uruguai.
EXIBIÇÃO SUPERFICIAL DO MEIO DA OBRA
• Conta-se os feitos de Jorge de Albuquerque (terceiro donatário da
capitania de Pernambuco) e de seu irmão, Duarte Coelho de
Albuquerque;
• Usa da mitologia para tratar uma guerra contra os índios na Nova
Lusitâna (Pernambuco), lutam com Vulcano.
• O poeta introduz mitologia para retratar a batalha de Alcácer-Quibir,
no Marrocos, travam uma luta com Nepturno e Tritão.
ESTRUTURA EXTERNA DO POEMA
• Prosopopéia foi escrito em versos decassílabos, dispostos em oitava
rima, heróicos, com 94 estrofes. Sem divisão de cantos, nem
numeração de estrofes, cheio de reminiscências, imitações, arremedos
e paródias dos Lusíadas.
ESTRUTURA INTERNA DO POEMA
• Proposição (estrofe 1): O poeta começa chamando o seu compatriota,
Jorge de Albuquerque, ressaltando sua personalidade firme. Declara seus
feitos contra os inimigos.
• Invocação (estrofe 2-6): Bento dispensa as musas da tradição como fonte
de inspiração católica e invoca Jorge, para exercer sua obra.
“(...) Aquele chamo só, de quem espero
A vida que se espera em fim de tudo”
(II)
“(...) Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro
(I)
“(...) E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta
A Estirpe d'Albuquerques excelente.”
(III)
• Narração (estrofe 7-16): Aqui ele concretiza tudo que apresentou na
“Proposição”
• Dedicatória (Localizada no Prológo): É a parte em que ele oferece,
humildemente, o poema a Jorge de Albuquerque.
“...receba minhas Rimas, por serem as primícias com que tento servi-lo. “
• Epílogo (estrofe 94): Conclui-se o poema.
“(...) Eu que a tal espetáculo presente
Estive, quis em Verso numeroso
Escrevê-lo por ver que assim convinha...”
(XCIV)
• Plano mitológico: Bento utiliza da mitologia pagã clássica, esse
recurso é mais uma forma de o poeta engrandecer os feitos de Jorge.
“(...)Quando ao longo da praia, cuja area
É de Marinhas aves estampada, (...)
Do mar cortando a prateada vea,
Vinha Tritão em cola duplicada,
Não lhe vi na cabeça casca posta
(Como Camões descreve) de Lagosta “
(X)
“Toca a Trobeta com crescido alento,
Engrossa as veas, move os elementos,
E, rebramando os ares com o acento,
Penetra o vão dos infinitos assentos.
Os Pólos que sustem o firmamento,
Abalados dos próprios fundamentos,
azem tremer a terra e Ceo jucundo,
E Neptuno gemer no Mar profundo.”
(XIV)
ESTRUTURA DA NARRAÇÃO
• Plano nativista: O poema conta com uma seção denominada
“Descrição do Recife de Pernambuco”, na qual o poeta exalta o
nativismo de Pernambuco, mais especificamente de Olinda, por qual o
poeta andou um tempo.
“(...)Mas, enquanto te dão a sepultura,
Contemplo a tua Olinda celebrada,
Cuberta de fúnebre vestidura,
Inculta, sem feição, descabelada. “
(XCI)
“(...) E a opulenta Olinda florescente
Chegar ao cume do supremo estado.
Ser de fera e belicosa gente
O seu largo destricto povoado;
Por nome ter Nova Lusitânia,
Das Leis isenta da fatal insânia. “
(XXVI)
• Plano indianista: Quanto aos índios, o autor adota a ótica do
colonizador, na qual propõe que os índios devem ser domados. No
poema eles são bárbaros descendentes de Vulcano, tratados com
desprezo na obra.
“Porque Lémnio cruel, de quem descende
A Bárbara progênie e insolência,
Vendo que o Albuquerque tanto ofende
Gente que dele tem a descendência,
Com mil meos ilícitos pretende
Fazer irreparável resistência
Ao claro Jorge, varonil e forte,
Em quem não dominava a vária sorte.”
(XLV)
“O Princípio de sua Primavera
Gastarão seu destrito dilatando,
Os bárbaros cruéis e gente Austera,
Com meio singular, domesticando(...)”
(XXX).
• Plano do poeta: Bento expressa suas considerações pessoais no início e no
final do poema, sempre ressaltando sua dedicação da obra à Jorge de
Albuquerque.
“Aqui deu [fim] a tudo, e brevemente
Entra no Carro [de] Cristal lustroso;
Após dele a demais Cerúlea gente
Cortando a vea vai do Reino acoso.
Eu que a tal espetáculo presente
Estive, quis em Verso numeroso
Escrevê-lo por ver que assim convinha
Pera mais Perfeição da Musa minha.”
(XCIV)
“Imagem da vida e feitos memoráveis de vossa
mercê, quis primeiro fazer este riscunho, pera
depois, sendo-me concedido por vossa mercê, ir
mui particularmente pintando os membros
desta Imagem, se não me faltar a tinta do favor
de vossa mercê, a quem peço, humildemente,
receba minhas Rimas, por serem as primícias
com que tento servi-lo.”
(Epílogo)
• Plano da exaltação: A prosopopéia de onde Bento Teixeira tirou o
nome, foi de uma fala de Proteu, profetizando o Post Facto, que
significa os feitos e as fortunas dos Albuquerques, exageradamente
idealizados pelo poeta.
“(...)Cousas que Deos eterno e ele cura,
E tornando ao Preságio novo e raro,
Que na parte mental se me figura,
De Jorge d’Albuquerque, forte e claro,
A despeito direi da enveja pura,
Pera o qual monta pouco a culta Musa,
Que Meónio em louvar Aquiles usa.”
(XXXIX)
“(...)Vereis seu Estandarte derribado
Aos Católicos pés victoriosos,
Vereis em fim o garbo e alto brio
Do famoso Albuquerque vosso Tio.”
(IV)
ESTÉTICA DA OBRA
• Personagens: Jorge D’Albuquerque, Duarte Coelho Albuquerque,
Jerônimo, Vulcano, Tritão, Proteo, Nepturno, dentre outros seres
mitológicos, D. Sebastião, mouros e índios.
• Cenário: Nova Lusitâna, Olinda, Lisboa, Marrocos.
• Tempo: Tudo acontece em 24 horas.
• Estrutura do poema:
1. Prólogo
2. Narração
3. Descrição do Recife de Pernambuco
4. Epílogo
5. Soneto per ecos, ao mesmo Senhor Jorge d’Albuquerque Coelho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Prosopopéia, Bento Teixeira, 1600.
A Prosopopéia de Bento Texeira, 1997.
MOISÉS, Massaud – História da Literatura Brasileira, 3 vols., S.
Paulo, Cultrix, 2001

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Barroco
Barroco Barroco
Barroco
 
Introdução a Literatura
Introdução a LiteraturaIntrodução a Literatura
Introdução a Literatura
 
Humanismo - Literatura
Humanismo - LiteraturaHumanismo - Literatura
Humanismo - Literatura
 
Pré modernismo-slides
Pré modernismo-slidesPré modernismo-slides
Pré modernismo-slides
 
Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)
 
Humanismo
HumanismoHumanismo
Humanismo
 
Dom quixote
Dom quixoteDom quixote
Dom quixote
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Vanguardas Europeias
Vanguardas EuropeiasVanguardas Europeias
Vanguardas Europeias
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Dom Casmurro
Dom CasmurroDom Casmurro
Dom Casmurro
 
Parnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo BilacParnasianismo de Olavo Bilac
Parnasianismo de Olavo Bilac
 
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua PortuguesaLiteraturas Africanas de Língua Portuguesa
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poema
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco no Brasil
Barroco no BrasilBarroco no Brasil
Barroco no Brasil
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
Humanismo
HumanismoHumanismo
Humanismo
 
O Realismo no Brasil
O Realismo no BrasilO Realismo no Brasil
O Realismo no Brasil
 

Semelhante a Literatura Barroca e Bento Teixeira

Semelhante a Literatura Barroca e Bento Teixeira (20)

Ficha 5 lusiadas
Ficha 5  lusiadasFicha 5  lusiadas
Ficha 5 lusiadas
 
Quinhentismo.ppt
Quinhentismo.pptQuinhentismo.ppt
Quinhentismo.ppt
 
Teste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadasTeste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadas
 
Aula 1 quinhentismo
Aula 1  quinhentismoAula 1  quinhentismo
Aula 1 quinhentismo
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Quinhentismo - CILP
Quinhentismo - CILPQuinhentismo - CILP
Quinhentismo - CILP
 
Quinhentismo 140730131250-phpapp01 (1)
Quinhentismo 140730131250-phpapp01 (1)Quinhentismo 140730131250-phpapp01 (1)
Quinhentismo 140730131250-phpapp01 (1)
 
Narrativa Épica
Narrativa ÉpicaNarrativa Épica
Narrativa Épica
 
Quinhentismo
Quinhentismo Quinhentismo
Quinhentismo
 
Linguística textual - Intertextualidade
Linguística textual - IntertextualidadeLinguística textual - Intertextualidade
Linguística textual - Intertextualidade
 
Barroco (Contexto Histórico, Arte, Literatura)
Barroco (Contexto Histórico, Arte, Literatura)Barroco (Contexto Histórico, Arte, Literatura)
Barroco (Contexto Histórico, Arte, Literatura)
 
Unidade ii
Unidade iiUnidade ii
Unidade ii
 
Primeiras manifestações literárias no Brasil (séc. xvi xviii)
Primeiras manifestações literárias no Brasil (séc. xvi   xviii)Primeiras manifestações literárias no Brasil (séc. xvi   xviii)
Primeiras manifestações literárias no Brasil (séc. xvi xviii)
 
Luís vaz de camões
Luís vaz de camõesLuís vaz de camões
Luís vaz de camões
 
Luís vaz de camões
Luís vaz de camõesLuís vaz de camões
Luís vaz de camões
 
Humanismo
HumanismoHumanismo
Humanismo
 
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
Literatura Brasileira [Quinhentismo, Barroco, Arcadismo]
 
Biografia as vidas passadas de emmanuel
Biografia   as vidas passadas de emmanuelBiografia   as vidas passadas de emmanuel
Biografia as vidas passadas de emmanuel
 
Barroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasilBarroco e-arcadismo-no-brasil
Barroco e-arcadismo-no-brasil
 
Barroco.pptx
Barroco.pptxBarroco.pptx
Barroco.pptx
 

Mais de Thaynã Guedes

PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdf
PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdfPEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdf
PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdfThaynã Guedes
 
Lula Cortês - Paisagens Pernambucanas
Lula Cortês - Paisagens PernambucanasLula Cortês - Paisagens Pernambucanas
Lula Cortês - Paisagens PernambucanasThaynã Guedes
 
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimas
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimasMarconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimas
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimasThaynã Guedes
 
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana Zolin
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana ZolinRESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana Zolin
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana ZolinThaynã Guedes
 
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António Nóvoa
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António NóvoaRESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António Nóvoa
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António NóvoaThaynã Guedes
 
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...Thaynã Guedes
 
O Local da Cultura - Homi K. Bha Bha
O Local da Cultura - Homi K. Bha BhaO Local da Cultura - Homi K. Bha Bha
O Local da Cultura - Homi K. Bha BhaThaynã Guedes
 
Rachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeRachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeThaynã Guedes
 
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)Thaynã Guedes
 
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales..."Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...Thaynã Guedes
 
Aparição - Vergílio Ferreira
Aparição - Vergílio FerreiraAparição - Vergílio Ferreira
Aparição - Vergílio FerreiraThaynã Guedes
 
Ecocrítica - Greg Garrard
Ecocrítica - Greg GarrardEcocrítica - Greg Garrard
Ecocrítica - Greg GarrardThaynã Guedes
 

Mais de Thaynã Guedes (12)

PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdf
PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdfPEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdf
PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE.pdf
 
Lula Cortês - Paisagens Pernambucanas
Lula Cortês - Paisagens PernambucanasLula Cortês - Paisagens Pernambucanas
Lula Cortês - Paisagens Pernambucanas
 
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimas
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimasMarconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimas
Marconi Notaro Ferreira - Amor, risos e lágrimas
 
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana Zolin
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana ZolinRESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana Zolin
RESUMO - Literatura de autoria feminina - Lúcia Osana Zolin
 
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António Nóvoa
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António NóvoaRESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António Nóvoa
RESUMO - Formação de Professores e Profissão Docente - António Nóvoa
 
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
 
O Local da Cultura - Homi K. Bha Bha
O Local da Cultura - Homi K. Bha BhaO Local da Cultura - Homi K. Bha Bha
O Local da Cultura - Homi K. Bha Bha
 
Rachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeRachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O Quinze
 
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)
Modernismo de 30 - Rachel de Queiroz e Jorge Amado (Análise Literária)
 
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales..."Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...
"Contos da Cantuária" e "Conto do Médico" - Exercícios ("The Canterbury Tales...
 
Aparição - Vergílio Ferreira
Aparição - Vergílio FerreiraAparição - Vergílio Ferreira
Aparição - Vergílio Ferreira
 
Ecocrítica - Greg Garrard
Ecocrítica - Greg GarrardEcocrítica - Greg Garrard
Ecocrítica - Greg Garrard
 

Último

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 

Literatura Barroca e Bento Teixeira

  • 1. LITERATURA BRASILEIRA I “PROSOPOPÉIA” BENTO TEIXEIRA José Paulo Alexandre de Barros Hellyton José Vieira Marinho Thaynã Emanoela Guedes Carneiro
  • 2. INTRODUÇÃO Uma das obras mais valiosas do barroco brasileiro – Prosopopéia de Bento Teixeira– traz uma rica leitura mitológica, junto com o nativismo de Pernambuco. Com este trabalho, temos a pretenção de conhecer mais profundamente a obra de Bento e analisar todos os aspectos à ela ligados, tanto no nível de compreensão textual quanto no nível estrutural da obra.
  • 3. APRESENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DO AUTOR BENTO TEIXEIRA (1561-1600) • Nasceu em Portugal, cristão-novo, veio para o Brasil e instalou-se no Espírito Santo. Foi perseguido pela inquisição e refugiou-se em Olinda. • Foi preso após admitir sua crença judaíca. • Escreveu “Prosopopéia” na prisão, em Lisboa. Mas só foi publicado após sua morte. • Só escreveu a obra durante toda sua vida.
  • 4. EXPLICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DO GÊNERO EM FOCO • “Epopéia” vem do grego épos = verso ’+ poieô = faço’ • Narrativa de fatos grandiosos e maravilhosos que interessa a um povo. • É uma poesia objetiva, impessoal, contém a presença de um narrador falando do passado (os verbos aparecem no pretérito). • Episódio grandioso e heróico da história de um povo. • Enquadra-se no gênero narrativo - é sempre um relato de acontecimentos. • O assunto deverá ter um carácter excepcional e um ser excepcional • As epopéias evoluíram da Grécia e Tróia com Ilíadas e Odisséia, e chegaram ao Brasil com Caramuru e O Uruguai.
  • 5. EXIBIÇÃO SUPERFICIAL DO MEIO DA OBRA • Conta-se os feitos de Jorge de Albuquerque (terceiro donatário da capitania de Pernambuco) e de seu irmão, Duarte Coelho de Albuquerque; • Usa da mitologia para tratar uma guerra contra os índios na Nova Lusitâna (Pernambuco), lutam com Vulcano. • O poeta introduz mitologia para retratar a batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, travam uma luta com Nepturno e Tritão.
  • 6. ESTRUTURA EXTERNA DO POEMA • Prosopopéia foi escrito em versos decassílabos, dispostos em oitava rima, heróicos, com 94 estrofes. Sem divisão de cantos, nem numeração de estrofes, cheio de reminiscências, imitações, arremedos e paródias dos Lusíadas.
  • 7. ESTRUTURA INTERNA DO POEMA • Proposição (estrofe 1): O poeta começa chamando o seu compatriota, Jorge de Albuquerque, ressaltando sua personalidade firme. Declara seus feitos contra os inimigos. • Invocação (estrofe 2-6): Bento dispensa as musas da tradição como fonte de inspiração católica e invoca Jorge, para exercer sua obra. “(...) Aquele chamo só, de quem espero A vida que se espera em fim de tudo” (II) “(...) Que eu canto um Albuquerque soberano, Da Fé, da cara Pátria firme muro (I) “(...) E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta A Estirpe d'Albuquerques excelente.” (III)
  • 8. • Narração (estrofe 7-16): Aqui ele concretiza tudo que apresentou na “Proposição” • Dedicatória (Localizada no Prológo): É a parte em que ele oferece, humildemente, o poema a Jorge de Albuquerque. “...receba minhas Rimas, por serem as primícias com que tento servi-lo. “ • Epílogo (estrofe 94): Conclui-se o poema. “(...) Eu que a tal espetáculo presente Estive, quis em Verso numeroso Escrevê-lo por ver que assim convinha...” (XCIV)
  • 9. • Plano mitológico: Bento utiliza da mitologia pagã clássica, esse recurso é mais uma forma de o poeta engrandecer os feitos de Jorge. “(...)Quando ao longo da praia, cuja area É de Marinhas aves estampada, (...) Do mar cortando a prateada vea, Vinha Tritão em cola duplicada, Não lhe vi na cabeça casca posta (Como Camões descreve) de Lagosta “ (X) “Toca a Trobeta com crescido alento, Engrossa as veas, move os elementos, E, rebramando os ares com o acento, Penetra o vão dos infinitos assentos. Os Pólos que sustem o firmamento, Abalados dos próprios fundamentos, azem tremer a terra e Ceo jucundo, E Neptuno gemer no Mar profundo.” (XIV) ESTRUTURA DA NARRAÇÃO
  • 10. • Plano nativista: O poema conta com uma seção denominada “Descrição do Recife de Pernambuco”, na qual o poeta exalta o nativismo de Pernambuco, mais especificamente de Olinda, por qual o poeta andou um tempo. “(...)Mas, enquanto te dão a sepultura, Contemplo a tua Olinda celebrada, Cuberta de fúnebre vestidura, Inculta, sem feição, descabelada. “ (XCI) “(...) E a opulenta Olinda florescente Chegar ao cume do supremo estado. Ser de fera e belicosa gente O seu largo destricto povoado; Por nome ter Nova Lusitânia, Das Leis isenta da fatal insânia. “ (XXVI)
  • 11. • Plano indianista: Quanto aos índios, o autor adota a ótica do colonizador, na qual propõe que os índios devem ser domados. No poema eles são bárbaros descendentes de Vulcano, tratados com desprezo na obra. “Porque Lémnio cruel, de quem descende A Bárbara progênie e insolência, Vendo que o Albuquerque tanto ofende Gente que dele tem a descendência, Com mil meos ilícitos pretende Fazer irreparável resistência Ao claro Jorge, varonil e forte, Em quem não dominava a vária sorte.” (XLV) “O Princípio de sua Primavera Gastarão seu destrito dilatando, Os bárbaros cruéis e gente Austera, Com meio singular, domesticando(...)” (XXX).
  • 12. • Plano do poeta: Bento expressa suas considerações pessoais no início e no final do poema, sempre ressaltando sua dedicação da obra à Jorge de Albuquerque. “Aqui deu [fim] a tudo, e brevemente Entra no Carro [de] Cristal lustroso; Após dele a demais Cerúlea gente Cortando a vea vai do Reino acoso. Eu que a tal espetáculo presente Estive, quis em Verso numeroso Escrevê-lo por ver que assim convinha Pera mais Perfeição da Musa minha.” (XCIV) “Imagem da vida e feitos memoráveis de vossa mercê, quis primeiro fazer este riscunho, pera depois, sendo-me concedido por vossa mercê, ir mui particularmente pintando os membros desta Imagem, se não me faltar a tinta do favor de vossa mercê, a quem peço, humildemente, receba minhas Rimas, por serem as primícias com que tento servi-lo.” (Epílogo)
  • 13. • Plano da exaltação: A prosopopéia de onde Bento Teixeira tirou o nome, foi de uma fala de Proteu, profetizando o Post Facto, que significa os feitos e as fortunas dos Albuquerques, exageradamente idealizados pelo poeta. “(...)Cousas que Deos eterno e ele cura, E tornando ao Preságio novo e raro, Que na parte mental se me figura, De Jorge d’Albuquerque, forte e claro, A despeito direi da enveja pura, Pera o qual monta pouco a culta Musa, Que Meónio em louvar Aquiles usa.” (XXXIX) “(...)Vereis seu Estandarte derribado Aos Católicos pés victoriosos, Vereis em fim o garbo e alto brio Do famoso Albuquerque vosso Tio.” (IV)
  • 14. ESTÉTICA DA OBRA • Personagens: Jorge D’Albuquerque, Duarte Coelho Albuquerque, Jerônimo, Vulcano, Tritão, Proteo, Nepturno, dentre outros seres mitológicos, D. Sebastião, mouros e índios. • Cenário: Nova Lusitâna, Olinda, Lisboa, Marrocos. • Tempo: Tudo acontece em 24 horas. • Estrutura do poema: 1. Prólogo 2. Narração 3. Descrição do Recife de Pernambuco 4. Epílogo 5. Soneto per ecos, ao mesmo Senhor Jorge d’Albuquerque Coelho
  • 15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Prosopopéia, Bento Teixeira, 1600. A Prosopopéia de Bento Texeira, 1997. MOISÉS, Massaud – História da Literatura Brasileira, 3 vols., S. Paulo, Cultrix, 2001

Notas do Editor

  1. Lit