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QUINHENTISMO NO BRASIL
1500 carta de Pero Vaz de Caminha-
1601 (Prosopopeia de Bento Teixeira
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Chegando em Porto Seguro, Pedro Álvares Cabral foi ter com um índio:
- Ora, pois... Nativo desta terra tão bela... Como se chamas?
- Índio chamar Bah! - respondeu ele, rispidamente.
- Bah? - perguntou o português, surpreso. - Tudo bem, tudo bem! Preciso
de um favor seu, senhor Bah!
- Bigodudo falar, Bah escutar...
- A vela do meu barco apagou! Sabe como é, venta muito por aqui...
Preciso que você vá nadando até aquele outro navio e avise os meus
companheiros que descobrimos uma nova terra!
- O que Bah ganhar com isso?
- Como homenagem a vossa senhoria e para que todos se lembrem que
Bah foi até o outro lado da praia para oficializar esta descoberta, esta
terra se chamará Bahfoi!
- Ah, não, Bah não querer ir... Bah ter muita preguiça... Melhor o senhor
chamar a terra de ...
Lista dos mais famosos registros
produzidos nesta época:
- Carta de Pero Vaz de Caminha (1500)
- Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa (1530)
- Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero
de Magalhães Gandavo (1576)
- Tratado Descritivo do Brasil, de Ambrósio Fernandes
Brandão (1618)
- História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627)
- Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557)
- Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578)
- Cartas dos Jesuítas à Metrópole, dando contas de suas
atividades nos primeiros séculos de catequese.
1189 1434 1527 1580
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TROV. HUM. CLASS.
QUINHENTISMO
Esta expressão é a denominação genérica de
todas as manifestações literárias ocorridas no
Brasil durante o século XVI, correspondendo à
introdução da cultura européia em terras
brasileiras. Não se pode falar em uma
literatura "do" Brasil, como característica do
país naquele período, mas sim em literatura
"no" Brasil - uma literatura ligada ao Brasil,
mas que denota as ambições e as intenções do
homem europeu (EXPLORAÇÃO – INTERESSE
ECONÔMICO).
Desembarque de Pedro Álvares Cabral
 No Quinhentismo, o que se demonstrava era
o momento histórico vivido pela Península
Ibérica. O Quinhentismo brasileiro engloba
produções de natureza informativa e
catequética, como principais manifestações
literárias no século XVI. A literatura
informativa estava com os olhos voltados
para as riquezas materiais (ouro, prata,
ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura
dos jesuítas se preocupava com o trabalho de
catequese.
QUINHENTISMO
 A literatura informativa, também chamada
de literatura dos viajantes ou dos cronistas,
reflexo das grandes navegações, empenha-
se em fazer um levantamento da terra nova,
de sua flora, fauna, de sua gente. É,
portanto, uma literatura meramente
descritiva e, como tal, sem grande valor
literário.
QUINHENTISMO
 A principal característica dessa manifestação
é a exaltação da terra, resultante do
assombro do europeu que vinha de um
mundo temperado e se defrontava com o
exotismo e a exuberância de um mundo
tropical. Com relação à linguagem, o louvor à
terra aparece no uso exagerado de adjetivos,
quase sempre empregados no superlativo
(belo é belíssimo, lindo é lindíssimo etc.)
QUINHENTISMO
O melhor exemplo da escola quinhentista
brasileira é Pero Vaz de Caminha. Sua "Carta
ao El Rei Dom Manuel sobre o achamento do
Brasil", além do inestimável valor histórico, é
um trabalho de bom nível literário. O texto
da carta mostra claramente o duplo objetivo
que, segundo Caminha, impulsionava os
portugueses para as aventuras marítimas,
isto é, a conquista dos bens materiais e a
dilatação da fé cristã.
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos
pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro,
mui grande, ao pescoço. E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e
Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele
íamos, sentados no chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles
entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão;
nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a
fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como
se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um
castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para
o castiçal, como se lá também houvesse prata!
Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo;
tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse
ali.
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.
Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe
queriam pôr a mão.
Depois lhe pegaram, mas como espantados.
 Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal
que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao
pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço,
e acenava para a terra e novamente para as contas e para
o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.
 Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o
desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas
e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que
lho não havíamos de dar! E depois tornou as contas a
quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na
alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de encobrir
suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as
cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas.
Trecho da carta de Caminha
“A Carta do Achamento do Brasil”
 “... Ali andavam entre eles três ou quatro moças
bem novinhas e gentis, com cabelos mui pretos e
compridos pelas costas e suas vergonhas tão
saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as
nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma
vergonha.”
QUINHENTISMO
Oh!!!
LITERATURA JESUÍTICA “FORMAÇÃO”
Literatura jesuíta - Consequência da
Contrarreforma, a principal preocupação dos
jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que
determinou toda a sua produção literária, tanto na
poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de
vista estético, foi a melhor produção literária do
Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de
devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter
pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as
cartas que informavam aos superiores na Europa
sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
Não se pode comentar, no entanto, a
literatura dos jesuítas sem referências ao que
o padre José de Anchieta representa para o
Quinhentismo brasileiro. Chamado pelos
índios de "Grande Piahy" (supremo pajé
branco), Anchieta veio para o Brasil em 1553
e, no ano seguinte, fundou um colégio no
planalto paulista, a partir do qual surgiu a
cidade de São Paulo.
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
 Ao realizar um exaustivo trabalho de
catequese, José de Anchieta deixou uma
fabulosa herança literária: a primeira
gramática do tupi-guarani, insuperável
cartilha para o ensino da língua dos nativos;
várias poesias no estilo do verso medieval; e
diversos autos, segundo o modelo deixado
pelo poeta português Gil Vicente, que agrega
à moral religiosa católica os costumes dos
indígenas, sempre com a preocupação de
caracterizar os extremos, como o bem e o
mal, o anjo e o diabo.
 Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?
Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?
Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,
Que a morte tão cruel do FILHO chora tanto?
 E cujas entranhas sofre e se consome de dor,
Ao ver, ali presente, as chagas que ELE padece?
Em qualquer parte que olha, vê JESUS,
Apresentando aos teus olhos cheios de sangue.
 Olha como está prostrado diante da Face do PAI,
Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.
Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão fosse,
Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.
Principais cronistas da literatura jesuítica
Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira
missão jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura
jesuítica no Brasil.
Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e
peças teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela
expansão da fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do
auto medieval em conjunto com elementos da cultura
indígena. Mostrando cenas de duelos entre anjos e
demônios, pois assim, ficaria mais fácil o aprendizado
das lições religiosas. Embora tenha usado modelos
europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura
indígena, resultando na criação de um “estilo”
tipicamente brasileiro. Sua obra apresenta
simplicidade, religiosidade e indianismo.

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  • 1. D E S C O B R I M E N T O D O B R A S I L - 1 5 0 0 QUINHENTISMO NO BRASIL 1500 carta de Pero Vaz de Caminha- 1601 (Prosopopeia de Bento Teixeira
  • 2. DESCOBRIMENTO DO BRASIL Chegando em Porto Seguro, Pedro Álvares Cabral foi ter com um índio: - Ora, pois... Nativo desta terra tão bela... Como se chamas? - Índio chamar Bah! - respondeu ele, rispidamente. - Bah? - perguntou o português, surpreso. - Tudo bem, tudo bem! Preciso de um favor seu, senhor Bah! - Bigodudo falar, Bah escutar... - A vela do meu barco apagou! Sabe como é, venta muito por aqui... Preciso que você vá nadando até aquele outro navio e avise os meus companheiros que descobrimos uma nova terra! - O que Bah ganhar com isso? - Como homenagem a vossa senhoria e para que todos se lembrem que Bah foi até o outro lado da praia para oficializar esta descoberta, esta terra se chamará Bahfoi! - Ah, não, Bah não querer ir... Bah ter muita preguiça... Melhor o senhor chamar a terra de ...
  • 3. Lista dos mais famosos registros produzidos nesta época: - Carta de Pero Vaz de Caminha (1500) - Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa (1530) - Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero de Magalhães Gandavo (1576) - Tratado Descritivo do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618) - História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627) - Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557) - Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578) - Cartas dos Jesuítas à Metrópole, dando contas de suas atividades nos primeiros séculos de catequese.
  • 4.
  • 5. 1189 1434 1527 1580 │--------│-------│-------│ TROV. HUM. CLASS.
  • 6. QUINHENTISMO Esta expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura "do" Brasil, como característica do país naquele período, mas sim em literatura "no" Brasil - uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu (EXPLORAÇÃO – INTERESSE ECONÔMICO).
  • 7. Desembarque de Pedro Álvares Cabral
  • 8.  No Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela Península Ibérica. O Quinhentismo brasileiro engloba produções de natureza informativa e catequética, como principais manifestações literárias no século XVI. A literatura informativa estava com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com o trabalho de catequese.
  • 9.
  • 10. QUINHENTISMO  A literatura informativa, também chamada de literatura dos viajantes ou dos cronistas, reflexo das grandes navegações, empenha- se em fazer um levantamento da terra nova, de sua flora, fauna, de sua gente. É, portanto, uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário.
  • 11.
  • 12. QUINHENTISMO  A principal característica dessa manifestação é a exaltação da terra, resultante do assombro do europeu que vinha de um mundo temperado e se defrontava com o exotismo e a exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra aparece no uso exagerado de adjetivos, quase sempre empregados no superlativo (belo é belíssimo, lindo é lindíssimo etc.)
  • 13. QUINHENTISMO O melhor exemplo da escola quinhentista brasileira é Pero Vaz de Caminha. Sua "Carta ao El Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil", além do inestimável valor histórico, é um trabalho de bom nível literário. O texto da carta mostra claramente o duplo objetivo que, segundo Caminha, impulsionava os portugueses para as aventuras marítimas, isto é, a conquista dos bens materiais e a dilatação da fé cristã.
  • 14. O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele íamos, sentados no chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.
  • 15.  Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.  Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que lho não havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de encobrir suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas.
  • 16. Trecho da carta de Caminha “A Carta do Achamento do Brasil”  “... Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelos mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha.”
  • 18. LITERATURA JESUÍTICA “FORMAÇÃO” Literatura jesuíta - Consequência da Contrarreforma, a principal preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária, tanto na poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de vista estético, foi a melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
  • 19. PADRE JOSÉ DE ANCHIETA Não se pode comentar, no entanto, a literatura dos jesuítas sem referências ao que o padre José de Anchieta representa para o Quinhentismo brasileiro. Chamado pelos índios de "Grande Piahy" (supremo pajé branco), Anchieta veio para o Brasil em 1553 e, no ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a partir do qual surgiu a cidade de São Paulo.
  • 20. PADRE JOSÉ DE ANCHIETA  Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos, segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o anjo e o diabo.
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  • 22.  Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono? Por que no pesado sono, tão fundo ressonas? Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto, Que a morte tão cruel do FILHO chora tanto?  E cujas entranhas sofre e se consome de dor, Ao ver, ali presente, as chagas que ELE padece? Em qualquer parte que olha, vê JESUS, Apresentando aos teus olhos cheios de sangue.  Olha como está prostrado diante da Face do PAI, Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai. Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão fosse, Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.
  • 23. Principais cronistas da literatura jesuítica Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira missão jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura jesuítica no Brasil. Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela expansão da fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o aprendizado das lições religiosas. Embora tenha usado modelos europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena, resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo.