2. COMO QUE O BARROCO VEIO PARA O BRASIL?
O Barroco no Brasil foi o estilo artístico dominante
durante a maior parte do período colonial, encontrando
um terreno receptivo para um rico florescimento. Fez
sua aparição no país no início do século XVII,
introduzido por missionários católicos, especialmente
jesuítas, que para lá se dirigiram a fim de catequizar e
aculturar os povos indígenas, no contexto da
colonização portuguesa daquelas terras vastas e
virgens, descobertas pelos europeus há meros cem
anos.
3. As características mais típicas do Barroco, descrito usualmente
como um estilo dinâmico, narrativo, ornamental, dramático,
cultivando os contrastes e uma plasticidade sedutora, veiculam
um conteúdo programático articulado com requintes de retórica
e grande pragmatismo.
A arte barroca brasileira foi uma arte em essência funcional,
prestando-se muito bem aos fins a que foi posta a servir: além
de sua função puramente decorativa, facilitava a absorção da
doutrina católica e dos costumes europeus pelos neófitos -
primeiro índios, e logo em seguida negros - mas também
fomentava o cultivo e confirmava a fé e as tradições dos
conquistadores cristãos,
4. que haviam chegado para dominar e explorar todo esse grande
território, impondo-lhe sua cultura.
Com o passar do tempo, os elementos dominados, neste caso
mais o negro do que o índio, mais os artesãos populares de uma
sociedade em processo de integração e estabilização,
começaram a dar ao Barroco importado da Europa feições
novas, originais, e por isso considera-se que essa aclimatação
constitua um dos primeiros testemunhos da formação de uma
cultura genuinamente nacional.
5. OS PRINCIPAIS ARTISTAS E OBRAS DO BARROCO
NO BRASIL
Época: "Prosopopéia", obra publicada em Lisboa no ano de
1601; é considerado o marco inicial do Barroco literário no
Brasil, e tida, por algum tempo, como o primeiro poema
impresso de autor brasileiro. Entretanto, descobriu-se, mais
tarde, que Bento Teixeira se passava por pernambucano,
quando, na verdade, era natural da cidade do Porto (Portugal).
6. Prosopopéia é de influência camoniana - a semelhança de Os
Lusíadas -, composta com 94 estâncias (estrofes) de versos
decassílabos em oitava heróica (AB, AB, AB, CC). O narrador é
Proteu. Foi composta com a finalidade de louvar a D. Jorge de
Albuquerque Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco.
7. • MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA (1636-1711)
Manuel Botelho de Oliveira ( Nasceu em 1636 — em Salvador,
5 de janeiro de 1711) foi um advogado, político e um poeta
barroco de nacionalidade portuguesa nascido no Brasil colônia.
Foi uns dos primeiros autores nascidos no Brasil a ter um livro
publicado.
Poesia: "Música do Parnaso" (coletânea de poemas) – obra
publicada em Lisboa, em 1705. Dividida em quatro coros de
rimas – por.
8. • BENTO TEIXEIRA (1561-1600)
Poesia tuguesas, castelhanas, italianas e latinas. Das "rimas
portuguesas" que englobam 42 sonetos, 23 madrigais, 12
décimas, três redondilhas, 14 romances, um panegírico, um
poema em oitavas, seis conações e uma silva; destacam-se o
poema A Ilha da Maré e os sonetos dedicados à amada Anarda,
sua musa soberana. Botelho foi o primeiro escritor nascido no
Brasil a ter um livro publicado.
9. • FREI MANOEL DE SANTA MARIA
ITAPARICA (1704- 1768?)
Poesia: "Eustáquidos" (1769) - Epopéia sacra e
tragicômica poema sacro, sobre a vida de Santo
Eustáquio. Nesta obra encontra-se a Descrição da
Cidade da Ilha de Itaparica, apologia hiperbólica
(exagerada) da paisagem brasileira.
10. • PADRE ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697)
Foi o maior pregador do seu tempo; defensor dos
negros, dos índios e dos cristãos-novos (judeus
convertidos). A defesa dos cristãos-novos e valeram-lhe
o ódio da Inquisição que o processou por opiniões
heréticas. Foi condenado a dois anos de reclusão em
uma casa jesuítica e o impedimento de pregar.
Anistiado por D. Pedro regressou ao Brasil em 1681.
Pertence tanto à nossa literatura quanto a portuguesa.
11. • GREGÓRIO DE MATOS “GUERRA” (1633-1693)
Apelido: Boca do Inferno (devido linguagem maliciosa e ferina
com que criticava pessoas e instituições da época).
Advogado formado em direito pela universidade de Coimbra. Foi
o mais importante poeta do Barroco Brasileiro.
12. Sua obra nunca foi publicada em vida, o que ocasionou muitos
problemas de autoria. Permaneceu inédita até o século XX
quando Afrânio Peixoto a reuniu em seis volumes, publicados no
Rio de Janeiro, pela Academia Brasileira de Letras, entre 1923 e
1933,: I. Poesia Sacra; II. Poesia Lírica; III. Poesia Graciosa; IV.
e V. Poesia Satírica e VI.
A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia
em criticar a Igreja Católica, muitas vezes ofendendo padres e
freiras. Criticava também a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador,
como neste soneto:
13. ristes sucessos, casos lastimosos,
Desgraças nunca vistas, nem faladas.
São, ó Bahia, vésperas choradas
De outros que estão por vir estranhos
Sentimo-nos confusos e teimosos
Pois não damos remédios as já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas
Como que estamos delas desejosos.
Levou-me o dinheiro, a má fortuna,
Ficamos sem tostão, real nem branca,
macutas, correão, nevelão, molhos:
Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
E é que quem o dinheiro nos arranca,
Nos arrancam as mãos, a língua, os olhos.
14. OUTROS ARTISTA BARROCOS
• Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) - escultor
• Bento Teixeira - poeta
• Gregório de Matos - poeta
• Mestre Ataíde (pintor)
• Eusébio de Matos e Guerra (pintor)
• José Joaquim da Rocha (pintor)
• Jesuíno do Monte Carmelo (pintor, arquiteto e escultor)
• Manuel de Jesus Pinto (pintor)
• José Teófilo de Jesus (pintor)
• Agostinho de Jesus (escultor)
• Francisco das Chagas (escultor)