2. Momento histórico
Fim do século XIX
Início da “República do
café-com-leite”, na qual os
grandes proprietários
rurais exerciam enorme
influência.
Urbanização, ainda
incipiente, dava sinais de
crescimento
principalmente em São
Paulo. Caricatura de Osvaldo Storni sobre as eleições de 1910
3. Momento histórico
• Ciclo da borracha desloca para
o norte a riqueza do país
• Algumas regiões prosperavam
em meio ao atraso
irremediável de outras.
• Revolta de Canudos, na Bahia;
a série de conflitos no Ceará
em torno do religioso Padre
Cícero; e o cangaço.
O bando de cangaceiros de Lampião
4. Momento histórico
• A capital, Rio de Janeiro,
sangrava seus problemas
sociais.
• Revolta da Vacina – uma
rebelião popular contra a
vacinação obrigatória
• Revolta da Chibata – uma
rebelião de marinheiros
contra os castigos físicos.
Charge de Leônidas sobre a Revolta da Vacina
5. Estética
• Não se pode dizer que o Pré-
modernismo constitui-se em
uma escola literária em si.
• É, em verdade, um conjunto de
manifestações do espírito de
uma época, que apresentava o
novo, rompia com o velho, mas
ainda não possuía um rumo
certo ou uma clara intenção
estética.
Rua da Carioca, início dos anos 1900
6. Estética
• o final do século XIX e início
do século XX é um tempo de
prosperidade dos livreiros,
época do crescimento do
mercado editorial no país
• Os autores dessa época são
influenciados
principalmente pelo
Realismo.
• Os escritores românticos,
parnasianos e simbolistas
ainda publicavam seus
livros. Livraria Garnier, Rio de Janeiro
7. Estética
• Esses novos autores demonstram
um grande interesse pela
realidade nacional.
• O cotidiano brasileiro passa a ser
exposto nas páginas dos livros,
dando espaço a criação de obras
de nítida preocupação social.
• Os tipos marginalizados, as lutas
inglórias e as mazelas do povo
passam a ser os temas da prosa
pré-modernista. O povoado de Canudos
8. Estética
• A aproximação com a realidade
brasileira traz como consequência
formal a busca por uma linguagem
mais simples, mais direta,
coloquial, próxima da população.
• Os textos apresentam linguagem
jornalística, aproximando-se, por
vezes, mais da realidade que de
um estilo artístico propriamente
dito.
9. Estética
• Na poesia, a ruptura fica por conta
de um dos mais geniais poetas que já
surgiram: Augusto dos Anjos.
• Irônico e pessimista, rompe com o
linguajar poético, tripudia do
realismo e do materialismo, brinca
com as ciências e a filosofia.
• Tivesse nascido dez anos depois,
seguramente estaria no rol dos
maiores modernistas brasileiros.
Augusto dos Anjos
10. PRÉ-MODERNISMO
CARACTERÍSTICAS
MOVIMENTO HERDEIRO DO REALISMO
REGIONALISMO
LINGUAGEM SIMPLES
DENÚNCIA SOCIAL
EXPOSIÇÃO DA REALIDADE NACIONAL
AUTORES
Euclides da Cunha
Lima Barreto
Monteiro Lobato
Augusto dos Anjos
DURAÇÃO 20 ANOS
ESTÉTICA
INFLUÊNCIA
FORMALIDADE
RELEVÂNCIA
1902 - 1922
SEGALL, Lasar. Aldeia russa (1912)
11. Euclides da Cunha
“O sertanejo é, antes de tudo,
um forte. Não tem o
raquitismo exaustivo dos
mestiços do litoral. A sua
aparência, entretanto, ao
primeiro lance de vista, revela
o contrário. É desengonçado,
torto. Hércules-Quasímodo,
reflete no aspecto a fealdade
típica dos fracos.”
Os sertões
Cantagalo (RJ), 1866 – Rio de Janeiro (RJ), 1909
• Positivista e republicano
• Cobriu como jornalista a Revolta
de Canudos
• Caráter cientificista
• Descrição de Canudos: o
homem, a terra e a luta
• Morreu assassinado na
”Tragédia da Piedade"
12. Lima Barreto
“E era assim todos os dias,
há quase trinta anos.
Vivendo em casa própria e
tendo outros rendimentos
além do seu ordenado, o
Major Quaresma podia
levar um trem de vida
superior ao seus recursos
burocráticos, gozando, por
parte da vizinhança, da
consideração e respeito de
homem abastado.“
Triste Fim de Policarpo
Quaresma
Rio de Janeiro (RJ), 1881 - 1922
• Vítima de preconceito racial
• Alcoólatra
• Militante socialista
• Defesa dos direitos femininos
• Denúncia das desigualdades e
preconceitos
• Ridicularização dos políticos e da classe
média
• Descrição dos subúbrbios e de
personagens marginais do Rio de
Janeiro
13. Monteiro Lobato
“- Upa! Cavalgo e parto.
Por estes dias de março a
natureza acorda tarde. Passa as
manhãs embrulhada num roupão
de neblina e é com
espreguiçamentos de mulher
vadia que despe os véus da
cerração para o banho de sol.
A névoa esmaia o relevo da
paisagem, desbota-lhe as cores.
Tudo parece coado através dum
cristal despolido.”
Urupês
Taubaté (SP), 1882 – São Paulo (SP), 1948
• Polêmico colunista de jornal
• Moralista e conservador
• Nacionalista
• Crítico do atraso do país
• Defensor do progresso material e
cultural do povo
• Estilo literário sem grandes inovações
• Inaugura a literatura infantil nacional
• Crítico ferrenho da arte modernista
14. Augusto dos Anjos
Vila do Espírito Santo (PB), 1884 – Leopoldina (MG), 1914
• Apropria-se de todas as tendências da época
• Linguagem científica aliada à agressividade e vulgaridade
volcabular
• Palavras antipoéticas
• Temática da morte, dos cadáveres, dos vermes e dos
fluidos corporais
• Pessimista
• Expressava a angústia da matéria
15. VERSOS ÍNTIMOS
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!