O documento descreve as vanguardas artísticas que surgiram no fim do século XIX e início do século XX na Europa. As vanguardas como Expressionismo, Cubismo, Futurismo e Dadaísmo romperam com os padrões estabelecidos e experimentaram novas formas de expressão artística, refletindo o clima tenso da época e questionando o papel social da arte. O documento também apresenta exemplos de obras representativas de cada movimento.
2. Momento histórico
• Fins do século XIX e início do século XX
• Crescimento do nacionalismo europeu.
• Primeira Grande Guerra entre 1914 e 1918.
• A Europa viu-se banhada de sangue pela disputa das grandes
potências, na primeira guerra pós-Revolução Industrial
• Revolução Russa de 1917, com a criação de um novo país: a União
Soviética.
• A urbanização, a corrida armamentista, as crises econômicas e as
disputas na Europa criavam um clima tenso e contraditório, mas
profundamente propício à criação artística.
3. Vanguarda
• Palavra derivada do francês “avant-garde”
• É o nome da guarda que precede as tropas em um ataque para
desestabilizar o inimigo.
• Na arte, associa a ideologia à criação, subvertendo a cultura, e a
maneira de pensar da sociedade, desestabilizando as estruturas
conservadoras.
• Ruptura com padrões estabelecidos.
• Experimentalismo
• Assim, os movimentos de vanguarda são aqueles que inovam a
expressão artística.
KANDINSKY, Wassily. Composição VII (1913)
4. A arte moderna
• Estilos inovadores
• Ruptura com a representação das
aparências naturais
• Desconstrução das formas e da
realidade
• Questionamento do papel social da
arte
• Questionamento da própria validade
da arte em si
BOCCIONI, Umberto. Formas únicas de continuidade no espaço (1913)
6. • A criação parte da subjetividade do
artista em direção ao mundo exterior.
• A arte é a materialização de seu mundo
interior, dispensando conceitos de
beleza ou feiura.
• Deformação da realidade.
• Cores fortes e agressivas.
• Sua temática é reflexo da angústia
interior, solidão e miséria humanas.
• Caricatura da alma humana, na busca
pela dor e pelo sentido trágico da vida.
MUNCH, Edvard. O grito (1893)
9. • Ressignificação da realidade pela
geometrização de formas e
volumes.
• Ruptura completa com a
perspectiva.
• Fragmentação da realidade,
revelando objetos e pessoas
simultaneamente em seus
múltiplos ângulos.
• Decomposição do objeto em
diferentes planos geométricos,
múltiplos, superpostos e
descontínuos.
PICASSO, Pablo. As senhoritas de Avignon (1907)
11. • Na literatura, o poeta francês
Guillaume Apollinaire
propunha a mistura de
assuntos, espaços e tempos
diferentes, em uma clara
superposição e
simultaneidade de planos,
correspondendo à
decomposição e à
fragmentação usadas na
pintura.
• Ilogismo, humor, verso livre,
antiacademicismo, palavras
soltas em uma linguagem
nominal.
Banquete
Uma hora de táxi ao longo da praia
Velocidade buzina apresentações risos mocidade Paris Rio
Brasil França entrevistas apresentações risos
Vamos até a Gruta da Imprensa
Depois voltamos para almoçar na cidade
Os pratos ainda não foram servidos e já os jornais falam de
mim e publicam a foto de agora há pouco
Boa cozinha do país vinhos portugueses e pinga
Às quatorze horas em ponto estou a bordo
Um jovem poeta simpático vomita no convés eu o levo de
volta à terra onde seu companheiro vomita por sua vez
Os outros não conseguiram acompanhar
Subo para mergulhar na piscina enquanto o Forome le-
vanta ferros
Viva a água
Blaise Cendrars
13. • Temática da exaltação à
modernidade, à máquina, ao
automóvel e à velocidade.
• Sobreposição de imagens,
repetições de traços buscando
a ideia de movimento.
• Dinamismo em simultaneidade.
• Ideologicamente, o movimento
sofreu grande repulsa por ter
uma forte identificação com o
fascismo de Mussolini.
• O termo “Futurismo” virou
sinônimo de postura artística
inovadora.
BOCCIONI, Umberto. Visões simultâneas (1911-1912)
14. • No plano literário,
propôs a destruição da
sintaxe, o uso de sinais
matemáticos e
musicais, o
menosprezo pela
pontuação e a
abolição dos advérbios
e dos adjetivos,
usando-se em seu
lugar o substantivo
duplo (praça-funil,
mulher-golfo etc.).
BALLA, Giacomo. Dinamismo de cão na coleira (1912)
16. • Movimento mais radical entre as
vanguardas.
• Crítica à preocupação estética no
contexto da guerra, por parecer
hipócrita e presunçoso.
• Ridicularização da arte
• O dadaísmo representa a
antiarte.
• Ilogismo, ridicularização da arte e
das concepções estéticas.
• Ready-made: retirar um objeto
de seu uso comum e apresentá-lo
como obra de arte.
DUCHAMPS, Marcel. Fonte (1917)
17. • Na literatura, caracterizou-se pela
desordem, pelo improviso, pela
agressividade e pela rejeição de qualquer
racionalização poética.
• Quebra de estruturas de sentidos básicos
na composição.
DUCHAMPS, Marcel. L.H.O.O.Q. – Elle a choud au cul (1917)
19. • Arte que pretende unir a arte à
psicanálise.
• Valorização do sonho e do
subconsciente.
• Temática de devaneios, ilogismo e
loucura.
• Ambivalência de imagens.
• Aproxima-se ao expressionismo,
mas acrescenta elementos artísticos
e temáticos à visão interior do
artista.
MAGRITTE, René. Não deve ser representado (1937)
20. • Propõe experiências
criadoras automáticas.
• Os impulsos criadores
do subconsciente.
• Ilogismo, devaneio,
loucura, hipnose,
inusitado e impulsos
humanos em geral.
MAGRITTE, René. Clarividência (1936)
23. “Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer supremo: o de ser Salvador
Dalí.”
NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das “girafas em chamas” em 1931. Esse
artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante a Guerra Civil Espanhola e, por
esse motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, André Breton. Dessa
forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado na interpretação dos sonhos e nos estudos
de Sigmund Freud, denominado “método de interpretação paranoico”. Esse método era
constituído por textos visuais que demonstram imagens
A. do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela
emoção e pela dramaticidade desenvolveram um estilo incomparável.
B. do onírico, que misturava sonho com realidade e inconsciente como um universo
único ou pessoal.
C. da linha inflexícel da razão, dando vazão a uma forma de produção despojada no
traço, na temática e nas formas vinculadas ao real.
D. do reflexo que, apesar do termo "paranoico", possui sobriedade e elegância advindas
de uma técnica de cores discretas e desenhos precisos.
E. da expressão e intensidade entre o consciente e a liberdade, declarando o amor pela
forma de conduzir o enredo histórico dos personagens retratados.
GABARITO: B
24. O quadro Les Demoiselles d’Avignon
(1907), de Pablo Picasso, representa o
rompimento com a estética clássica e a
revolução da arte no início do século XX.
Essa nova tendência se caracteriza pela
A. pintura de modelos em planos irregulares.
B. mulher como temática central da obra.
C. cena representada por vários modelos.
D. oposição entre tons claros e escuros.
E. nudez explorada como objeto de arte.
GABARITO: A