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O conflito inter/intraculturas tem sido
representado principalmente por
metáforas espaciais e de polaridades
geopolíticas binárias – por exemplo,
urbanos versus suburbanos, nativos
versus imigrantes, imigrantes antigos
versus imigrantes novos, e hoje,
sobretudo, modernistas ocidentais versus
fundamentalistas islâmicos, etc.
O outro não é um outro natural,
mas um outro da linguagem e dos
sistemas de classificação nos quais
estão e estamos insertos, embora
em diferentes temporalidades e
especialidades ou, melhor, em
assimetria temporais e espaciais.
A representação do outro:
1. esse outro que geralmente é considerado um
alter ego que não deixa de ser um eu
deslocado para um indivíduo diferente.
2. o outro, no sentido de que esse outro talvez
esteja ausente ou invisível, isto é, negado como
tal.
3. nossa própria percepção do outro, percepções
geralmente errôneas, distorcidas, tentativas de
mascaramento, etc.
O mundo do politicamente correto é um
mundo onde seria melhor não nomear o
negro como negro, não chamar o deficiente
de deficiente, onde não seria melhor
chamar o índio de índio. É o mundo do
eufemismo, do travestismo discursivo. Não
nomeá-los, não dizê-los, não chamá-los,
mas manter intactas as representações
sobre eles, os olhares em torno deles.
Arquetípicos na construção e na produção da exclusão:
 a exclusão por aniquilamento (o massacre, o
genocídio, a matança do outro),
 a exclusão por separação institucional (o afastar
o outro, a distância do outro),
 a exclusão através da inclusão (uma
aproximação somente momentânea do outro que
logo resultará, isto é, será traduzida, será
compreendida e será praticada mais cedo ou mais
tarde, como seu aniquilamento ou sua separação).
A exclusão, se é que pode ser então
alguma coisa, é um processo cultural,
um discurso de verdade, uma interdição,
uma rejeição, a negação mesma do
espaço-tempo em que vivem e se
apresentam os outros. O excluído é
somente um produto da
impossibilidade de integração. Não é
um sujeito, é um dado.
Precisamos do louco, do deficiente, da criança, do
estrangeiro, do selvagem, do marginal, da mulher,
do violento, do preso, do indígena etc. E
precisamos deles, basicamente, conforme uma
invenção que nos reposicione no lugar de
partida para nós mesmos; como um resguardo
para nossas identidades, nossos corpos, nossa
racionalidade, nossa liberdade, nossa maturidade,
nossa civilização, nossa língua, nossa
sexualidade. Precisamos, tragicamente, do outro.
O multiculturalismo simplesmente é. Representa uma
condição do modo de vida ocidental de fim de século:
vivemos uma sociedade multicultural.
 Multiculturalismo conservador: usa da
diversidade para manter a diferença. A tolerância
é usada como uma arma de desprezo, de
indiferença.
 Multiculturalismo liberal: usa a diversidade para
igualar a diferença. Todos os negros vivem a sua
negritude da mesma maneira, todas as mulheres
vivem seu gênero do mesmo modo.
A alteridade deficiente, anormal, como
significado que parece referir-se a um
outro, só tem sentido se foge e refoge
desse outro e se confronta a normalidade;
se fere de morte a normalidade; se
transfigura a normalidade.
Egocêntrica normalidade cuja infame
tentação é a invenção do anormal.
É evidente que existe uma prática de
medicalização diretamente orientanda
para o corpo (do) deficiente, mas
existe, sobretudo, uma medicalização
de sua vida cotidiana, da pedagogia,
da escolarização, de sua sexualidade,
da vida e da morte do outro deficiente.
A educação especial conserva para si um olhar iluminista
sobre a identidade da alteridade deficiente, isto é, vale-se
das oposições de
 normalidade/anormalidade, de
 racionalidades/irracionalidade e de
 completude/incompletude
como elementos centrais na produção de discursos e
práticas pedagógicas. Os sujeitos são homogeneizados,
infantilizados e, ao mesmo tempo naturalizados, valendo-
se de representações sobre aquilo que está faltando em
seus corpos, em suas mentes, em sua linguagem etc.
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com aquilo dos princípios da pedagogia de
sempre (está mal ser o que se está sendo;
está bem ser o que nunca se poderá ser) e
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radicalmente outros: não está mal ser o
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  • 2. O conflito inter/intraculturas tem sido representado principalmente por metáforas espaciais e de polaridades geopolíticas binárias – por exemplo, urbanos versus suburbanos, nativos versus imigrantes, imigrantes antigos versus imigrantes novos, e hoje, sobretudo, modernistas ocidentais versus fundamentalistas islâmicos, etc.
  • 3. O outro não é um outro natural, mas um outro da linguagem e dos sistemas de classificação nos quais estão e estamos insertos, embora em diferentes temporalidades e especialidades ou, melhor, em assimetria temporais e espaciais.
  • 4. A representação do outro: 1. esse outro que geralmente é considerado um alter ego que não deixa de ser um eu deslocado para um indivíduo diferente. 2. o outro, no sentido de que esse outro talvez esteja ausente ou invisível, isto é, negado como tal. 3. nossa própria percepção do outro, percepções geralmente errôneas, distorcidas, tentativas de mascaramento, etc.
  • 5. O mundo do politicamente correto é um mundo onde seria melhor não nomear o negro como negro, não chamar o deficiente de deficiente, onde não seria melhor chamar o índio de índio. É o mundo do eufemismo, do travestismo discursivo. Não nomeá-los, não dizê-los, não chamá-los, mas manter intactas as representações sobre eles, os olhares em torno deles.
  • 6. Arquetípicos na construção e na produção da exclusão:  a exclusão por aniquilamento (o massacre, o genocídio, a matança do outro),  a exclusão por separação institucional (o afastar o outro, a distância do outro),  a exclusão através da inclusão (uma aproximação somente momentânea do outro que logo resultará, isto é, será traduzida, será compreendida e será praticada mais cedo ou mais tarde, como seu aniquilamento ou sua separação).
  • 7. A exclusão, se é que pode ser então alguma coisa, é um processo cultural, um discurso de verdade, uma interdição, uma rejeição, a negação mesma do espaço-tempo em que vivem e se apresentam os outros. O excluído é somente um produto da impossibilidade de integração. Não é um sujeito, é um dado.
  • 8. Precisamos do louco, do deficiente, da criança, do estrangeiro, do selvagem, do marginal, da mulher, do violento, do preso, do indígena etc. E precisamos deles, basicamente, conforme uma invenção que nos reposicione no lugar de partida para nós mesmos; como um resguardo para nossas identidades, nossos corpos, nossa racionalidade, nossa liberdade, nossa maturidade, nossa civilização, nossa língua, nossa sexualidade. Precisamos, tragicamente, do outro.
  • 9. O multiculturalismo simplesmente é. Representa uma condição do modo de vida ocidental de fim de século: vivemos uma sociedade multicultural.  Multiculturalismo conservador: usa da diversidade para manter a diferença. A tolerância é usada como uma arma de desprezo, de indiferença.  Multiculturalismo liberal: usa a diversidade para igualar a diferença. Todos os negros vivem a sua negritude da mesma maneira, todas as mulheres vivem seu gênero do mesmo modo.
  • 10. A alteridade deficiente, anormal, como significado que parece referir-se a um outro, só tem sentido se foge e refoge desse outro e se confronta a normalidade; se fere de morte a normalidade; se transfigura a normalidade. Egocêntrica normalidade cuja infame tentação é a invenção do anormal.
  • 11. É evidente que existe uma prática de medicalização diretamente orientanda para o corpo (do) deficiente, mas existe, sobretudo, uma medicalização de sua vida cotidiana, da pedagogia, da escolarização, de sua sexualidade, da vida e da morte do outro deficiente.
  • 12. A educação especial conserva para si um olhar iluminista sobre a identidade da alteridade deficiente, isto é, vale-se das oposições de  normalidade/anormalidade, de  racionalidades/irracionalidade e de  completude/incompletude como elementos centrais na produção de discursos e práticas pedagógicas. Os sujeitos são homogeneizados, infantilizados e, ao mesmo tempo naturalizados, valendo- se de representações sobre aquilo que está faltando em seus corpos, em suas mentes, em sua linguagem etc.
  • 13. Uma pedagogia que acabe de uma vez com aquilo dos princípios da pedagogia de sempre (está mal ser o que se está sendo; está bem ser o que nunca se poderá ser) e que suponha outros dois princípios radicalmente outros: não está mal ser o que se é e não está mal ser além daquilo que já se é e/ou se está sendo, ser outras coisas.