2. História da Antropologia
• Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto disciplina só depois da
revolução Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e método, as origens do saber antropológico
remontam à Antiguidade Clássica, atravessando séculos. Enquanto o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre sua
relação com o "outro", pensou antropologicamente. A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e
cultural. Sendo cada uma destas dimensões por si só muito ampla, o conhecimento antropológico geralmente é organizado
em áreas que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem privilegiados como a “Antropologia Física ou
Biológica” (aspectos genéticos e biológicos do homem), “Antropologia Social” (organização social e política, parentesco,
instituições sociais), “Antropologia Cultural” (sistemas simbólicos, religião, comportamento) e “Arqueologia” (condições
de existência dos grupos humanos desaparecidos). Além disso podemos utilizar termos como Antropologia, Etnologia e
Etnografia para distinguir diferentes níveis de análise ou tradições acadêmicas.
• Para o antropólogo Claude Lévi-Strauss (1970:377), a etnografia corresponde “aos primeiros estágios da pesquisa:
observação e descrição, trabalho de campo”. A etnologia, com relação à etnografia, seria “um primeiro passo em direção à
síntese” e a antropologia, “uma segunda e última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da etnografia e da
etnologia”.
• Qualquer que seja a definição adotada, é possível entender a antropologia como uma forma de conhecimento sobre a
diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para entendermos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “outro”;
uma maneira de se situar na fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas entre eles, através das quais
podemos alargar nossas possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o que, afinal de contas, nos torna seres singulares,
humanos.
3. A Antropologia Evolucionista
• Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que
considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as
sociedades aborígines eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta visão usava o conceito de
"civilização" para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos. Esta maneira
de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos
povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. É a «Visão Etnocêntrica», o conceito
europeu do homem que se atribui o valor de "civilizado", fazendo crer que os outros povos, como os das
Ilhas da Oceania estavam "situados fora da história e da cultura". Esta afirmação está muito presente nos
escritos de Pauw e Hegel.
Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci.
4.
5.
6. DIVERSIDADE CULTURAL
• A diversidade cultural são diferenças culturais que
existem entre o ser humano. Há vários tipos, tais
como: a linguagem, danças, vestuário, religião e
outras tradições como a organização da sociedade. A
diversidade cultural é algo associado à dinâmica do
processo aceitativo da sociedade.Pessoas que por
algumas razões decidem pautar suas vidas por normas
pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias
idiossincrasias (Mistura De Culturas). Em outras
palavras, o todo vigente se impõe às necessidades
individuais. O denominado "status quo" deflagra
natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num
processo dialético, a adequação significativa do ser ao
meio. A cultura insere o indivíduo num meio social.
• O termo diversidade diz respeito à variedade e
convivência de idéias, características ou elementos
diferentes entre si, em determinado assunto, situação
ou ambiente. Cultura (do latim cultura, cultivar o
solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em
diferentes níveis de profundidade e diferente
especificidade. São práticas e ações sociais que
seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se
refere a crenças, comportamentos, valores,
instituições, regras morais que permeiam e
"preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido
a cosmologia social, é a identidade própria de um
grupo humano em um território e num determinado
período.
7. A idéia de diversidade está ligada aos conceitos
de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos
de visão ou de
abordagem, heterogeneidade e variedade. E,
muitas vezes, também, pode ser encontrada na
comunhão de contrários, na intersecção de
diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A
diversidade cultural é complicada de quantificar,
mas uma boa indicação é pensar em uma
contagem do número de línguas faladas em uma
região ou no mundo como um todo. Através desta
medida, há sinais de que podemos estar
atravessando um período de declínio precipitado
na diversidade cultural do mundo. Pesquisa
realizada na década de 1990 por Luã Queiros
(Professor Honorário de Linguística na University
of Wales, Bangor) sugeriu que naquela época em
média, uma língua caía em desuso a cada
duas semanas. Ele calculou que se a taxa
de mortalidade de línguas continuasse até o ano
2100, mais de 90% dos estilos falados atualmente
no mundo serão extintos.
8. DIREITOS HUMANOS
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de
todos os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos
humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento e
de expressão, e a igualdade perante a lei.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que :
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade
e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir
uns para com os outros em espírito de fraternidade.
— Artigo 1º Declaração Universal dos Direitos do
Homem
As ideias de direitos humanos tem origem no
conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos
por Deus; Alguns sustentam que não haveria nenhuma
diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e
veem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma
ideia. Outros argumentam ser necessário manter termos
separados para eliminar a associação com características
normalmente relacionadas com os direitos naturais,
sendo John Locke talvez o mais importante filósofo a
desenvolver esta teoria.
9.
10. Para concluir…
O conceito de direitos humanos universais oferece bastantes atractivos para o
senso comum e para a boa compreensão da nossa humanidade comum. Esta
ideia unificadora tem sido objecto de críticas virulentas, por parte de
separatistas culturais e de porta-vozes de governos autoritários. Esta ideia
universalista tem sido frequentemente utilizada de forma manipuladora pelo
chauvinismo intelectual ocidental, pretendendo arrogar-se como o lugar único
da tolerância, da liberdade e dos direitos humanos em todos os tempos. Tais
críticas e reivindicações são, não raras vezes, profundamente a-históricas. É
verdade que há dissensões no mundo, mas as linhas de divergência não
coincidem com as fronteiras nacionais, nem com a grande dicotomia entre o
Oriente e o Ocidente. Isto aplica-se tanto às tradições do passado quanto às
prioridades e às aspirações actuais.
No nosso empenho de levar em conta a diversidade, não devemos ignorar a
heterogeneidade no interior de cada país ou cultura nem deixar de reconhecer o
apoio dado pelos militantes aos direitos humanos, mesmo sob regimes
autoritários. As divergências que observamos nos estudos históricos sobre a
heterogeneidade das culturas repetem-se nas que constatamos no mundo
contemporâneo. A diversidade no interior dos países pode estranhamente
contribuir para unificar o mundo e torná-lo menos discordante. Os direitos
humanos podem contribuir para este processo e também dele colher frutos.