2. Governo da educação
Tedesco supõe uma mudança
conceitual respeitável, colocando as
políticas relativas aos docentes em
um marco de governo, ou de
governos que se sucedem em uma
sociedade, e não as tratando como
programas esparsos ou de forma
genérica, sem ancoragem.
3. Governo da educação
Juan Carlos Tedesco supõe uma mudança
conceitual respeitável, colocando as
políticas relativas aos docentes em um
marco de governo, ou de governos que se
sucedem em uma sociedade, e não as
tratando como programas esparsos ou de
forma genérica, sem ancoragem.
4. Existem duas vertentes analíticas a
considerar na discussão de um governo da
educação:
• o cenário sociocultural mais amplo em
que nos movemos na sociedade
globalizada;
• políticas para a educação e para os
docentes, em particular, colocadas pelos
diferentes níveis de gestão educacional no
Brasil.
5. Todos os países defendem a ideia de
que se deve dar prioridade à
qualidade, e não à quantidade,
embora todos concordem que isso
seja difícil, porque a docência é um
trabalho com muita demanda. Para
aumentar a qualidade, são necessários
melhores critérios de seleção, tanto
para o ingresso dos estudos, quanto
no posto de trabalho, introduzindo
uma avaliação ao longo da carreira
docente e apoiando o professorado
com maiores recursos.
Imbernón
6. Comissões Internacionais
• Estudar as novas competências que o
professorado deve adquirir na sociedade atual.
• Tornar a profissão mais atrativa, seja na entrada,
seja no seu percurso, para reduzir a escassez de
professores em muitos países (melhorar o salário,
a imagem e o prestígio social, a carga de trabalho,
a segurança no trabalho e a carreira).
• Tornar a instituição educativa mais autônoma,
mais responsável pela sua gestão pedagógica,
organizativa e de pessoal.
7. Professores na América Latina:
Radiografia de uma Profissão
Denise Vaillant
• Um entorno profissional que dificulta reter os
bons professores na docência. Há poucos
estímulos para que a profissão seja a primeira
opção na carreira. Acrescente-se a isso
condições de trabalho inadequadas, problemas
sérios na remuneração e na carreira.
• Muitos professores estão muito mal
preparados, o que requer esforço massivo de
formação em serviço.
• A gestão institucional e a avaliação dos
docentes, em geral, não têm atuado como
mecanismo básico de melhoria dos sistemas
educativos.
8. No que se refere à carreira docente, Vaillant
mostra que, em geral, a antiguidade é o principal
componente para que o(a) docente possa
avançar na carreira profissional, que finaliza com
uma posição fora da sala de aula. O(a) docente
só consegue melhoria salarial, quando passa a
ser diretor(a) de escola e, daí, a supervisor(a).
Isso quer dizer, enfatiza a autora, que, para subir
de posto, o(a) docente tem de afastar-se da sala
de aula, o que traz, como consequência
perversa, o abandono do ensino por parte dos
que são bons professores.
9. O direito à diferença vem sendo fortemente afirmado por
diferentes movimentos na sociedade contemporânea.
Estes movimentos trazem impactos na educação,
especialmente nas disputas relativas aos currículos
escolares, portanto, na formação dos professores. Ambas
as tendências são forças sociais que se avolumam e
colocam novas condições para a concepção e a
consecução de políticas públicas voltadas ao social e,
mais enfaticamente, para as redes educacionais. Aqui, o
fator humano – quem ensina, quem aprende, quem faz a
gestão do sistema e da escola e de que forma – destaca-
se como polo de atenção dos vários grupos envolvidos na
busca de nova posição social e de novas condições para
suas relações sociais, de convivência e de trabalho.
10. NOVAS EXIGÊNCIAS AO TRABALHO
DOCENTE
Os estudantes, seres em desenvolvimento, são
fortemente afetados por modismos ou
simbolismos criados e disseminados intensamente
por diferentes formas sociais de comunicação. Os
professores trabalham na confluência dessas
contradições e simbolizações, o que caracteriza,
com mais ou menos intensidade, uma situação
tensional. Além disso, são instados a compreender
essas crianças e jovens, motivá-los, formá-los e
ensiná-los.
11. Ao falar de qualidade dos
professores da educação básica,
também se está indiretamente
referindo aos gestores de escolas
que, de origem, são professores.
Não é de hoje que pesquisas
apontam que as formas de
atuação dos diretores de escola
estão relacionadas às condições
de um funcionamento mais
efetivo das escolas.
Cláudio de Moura Castro
12. Atualmente, no Brasil, os
professores são provenientes de
camadas sociais menos
favorecidas, com menor
favorecimento educacional,
especialmente os que lecionam na
educação infantil e nos primeiros
anos do ensino fundamental,
justamente no período de
alfabetização.
13. A nova
concepção
de currículo
o ensino por
competência
ênfase à
diversidade
caráter
transversal e
interdisciplinar
contextualização
do
conhecimento
14. O modelo de gestão das políticas de currículo
centrado nos resultados não se mostra
particularmente preocupado com os processos. Em
princípio, as redes e as escolas podem escolher o
caminho que quiserem, mas têm de chegar aos
resultados esperados. A tradicional autonomia do(a)
professor(a) para manejar o currículo estaria
garantida dessa forma, não fosse a enorme pressão
do sistema educacional para o cumprimento das
metas e o alcance dos resultados de rendimento
do(a) aluno(a) dentro dos quesitos definidos pela
matriz do Saeb.
15. Ciclos de Aprendizagem
As políticas de ciclos partem de um
pressuposto básico: assegurar o direto de todos
os alunos à educação, indiscriminadamente. A
ideia é flexibilizar os tempos e os espaços do
currículo, para que a população que passou a
frequentar a escola, representada por todos os
segmentos sociais, tenha melhores
oportunidades de aprender e de nela
permanecer com aproveitamento por períodos
mais longos.
16. Universidade Aberta do Brasil (UAB)
• Prioridade de atendimento aos professores
que atuam na educação básica, seguidos de
dirigentes, gestores e trabalhadores da
educação básica.
• reduzir as desigualdades na oferta de
educação superior, ainda majoritariamente
a cargo da iniciativa privada, e desenvolver
amplo sistema nacional de educação
superior a distância.
17. Apoio ao trabalho docente
Recursos materiais que constituem as ferramentas
usadas pelo(a) professor(a) para planejar,
implementar e avaliar sua prática pedagógica em sala
de aula.
• materiais didáticos, que auxiliam professores e
alunos durante o processo de ensino e de
aprendizagem;
• infraestrutura, correspondendo aos bens e ao
patrimônio da instituição educacional;
• recursos tecnológicos, que possibilitam o acesso às
tecnologias de informação e comunicação por
professores e estudantes.
18. Imbernón analisa dados de informes
internacionais sobre a profissão
docente, ressalta que, embora os
informes apontem a inadequação dos
saberes e as competências docentes
para dar resposta à educação presente
e futura, contraditoriamente, parece
não haver muita preocupação com esse
tema por parte dos governos, já que
“numerosos países carecem de
programas sistêmicos de integração de
professores principiantes”.
19. O(A) professor(a) não pode prescindir do
apoio, da orientação e da responsabilização
conjunta dos demais agentes do processo
educativo, seja dentro da escola, seja no
âmbito mais amplo do sistema escolar. Além
disso, a própria natureza de seu trabalho tem
de passar por alterações profundas da cultura
escolar, o que implica substituir a atuação
solitária, encerrada nos estreitos limites das
salas de aula, pelo envolvimento colaborativo
com os colegas e com os demais agentes da
escola.
20. Concluindo...
É necessário não perder a perspectiva das
intervenções mais articuladas e sistêmicas
que devem ser forjadas na tessitura do
sistema nacional de educação sob a forma de
políticas de Estado, melhor contemplando a
diversidade das instâncias e a complexa
multiplicidade de fatores que concorrem para
a melhoria da educação.