2.
O Realismo é um movimento artístico que buscou objetividade e olhar crítico
sobre a sociedade do final do século XIX. Ilustração do próprio autor, Gustave
Flaubert, para o livro Madame Bovary, umas das obras-primas do Realismo. O
Realismo foi um dos principais movimentos artísticos do final do século XIX.
4. Os principais fatos históricos que permeiam o Realismo
são:
Desenvolvimento de teorias científicas na Europa,
tais como o
o Evolucionismo;
o Comunismo;
o Determinismo;
o Positivismo;
Abolição da escravidão no Brasil, em 1888;
Proclamação da República brasileira, em 1889;
Contexto histórico
do Realismo
5.
Realismo na Literatura
Para além da obra de Gustave Flaubert, autor do já
citado Madame Bovary, vale a pena conhecer outros
autores europeus como:
Balzac;
Eça de Queirós;
Émile Zola;
Dostoiévski.
6. Características do movimento realista
oposição ao romantismo;
objetividade, trazendo cenas e situações de forma
direta;
caráter descritivo;
análise de traços de personalidade e da psique das
personagens;
tom crítico sobre as instituições e a sociedade,
sobretudo a elite;
exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e
comportamentos duvidosos;
interesse em incitar questionamentos no
público;
valorização da coletividade;
valorização de conhecimentos científicos
propostos em teorias como o Darwinismo,
Socialismo Utópico e Científico, Positivismo,
Evolucionismo;
enfoque em temas contemporâneos e cotidianos;
na literatura desenvolveu-se mais intensamente
na prosa e no conto;
caráter de denúncia social.
7. Escritor negro nascido em Livramento, no Rio de Janeiro. Vindo de uma família humilde, Machado de Assis estudou por
conta própria e tornou-se um dos escritores de maior reconhecimento do país.
Além de romancista, Machado de Assis também foi crítico literário, jornalista, poeta, cronista e um dos fundadores da
Academia brasileira de Letras.
Teve uma carreira fértil na literatura, produzindo diversas obras importantes, com destaque para Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis (1839-
1908)
8. O Naturalismo é um estilo de época surgido na segunda metade do
século XIX, na Europa. Suas principais características são o
determinismo e a zoomorfização, elementos que o diferenciam do
Realismo. Porém, ambos os estilos apresentam linguagem objetiva,
crítica social e falta de idealizações.
Linguagem simplificada, representando tipos humanos
animalizados e patológicos. Busca o engajamento social e o
cientificismo.
9. O maior representante do naturalismo na literatura
brasileira. Foi com o livro “O Mulato” que o autor
apresentou as primeiras marcas do movimento literário ao
público, assim como as críticas à escravidão. Seguiu a linha
naturalista também na obra “O Cortiço”. O autor
maranhense ainda atuou como jornalista e caricaturista,
devido ao talento para o desenho.
Aluísio Azevedo
(1857 –1913)
10. João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que
enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do
Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se
o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda
com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e
estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-
se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia
sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de
estopa cheio de palha. A comida arranjava-lhe, mediante quatrocentos réis por dia, uma
quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente
em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes
na cidade. Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada
do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito e iscas de fígado; pagava de jornal a
seu dono vinte mil-réis por mês, e, apesar disso, tinha de parte quase que o necessário para a
alforria. Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua, puxando uma carga
superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.
João Romão mostrou grande interesse por esta desgraça, fez-se até participante direto dos
sofrimentos da vizinha, e com tamanho empenho a lamentou, que a boa mulher o escolheu
para confidente das suas desventuras. Abriu-se com ele, contou-lhe a sua vida de
amofinações e dificuldades. “Seu senhor comia-lhe a pele do corpo! Não era brinquedo para
uma pobre mulher ter de escarrar pr’ali, todos os meses, vinte mil-réis em dinheiro!” E
segredou-lhe então o que já tinha junto para a sua liberdade e acabou pedindo ao vendeiro
que lhe guardasse as economias, porque já de certa vez fora roubada por gatunos que lhe
entraram na quitanda pelos fundos.
11. Estilo
Como representante do naturalismo, o autor
utiliza expressões animalescas para descrever os
personagens e suas atitudes. Aluísio fazia uma
análise da sociedade sem moralismos. Era
comum encontrar em suas obras críticas à
sociedade brasileira e ao preconceito racial.
As casas de pensão, onde moravam muitas
pessoas humildes, foram retratadas por Aluísio
em uma de suas obras mais aclamadas, “O
Cortiço”. Além da exploração dos portugueses e
o preconceito racial, temas constantes do autor.
12. Resumo sobre o Naturalismo
O Naturalismo é um estilo de
época marcado pela objetividade e
cientificismo.
No exterior, o francês Émile Zola, autor
de Germinal, é o principal autor naturalista.
No Brasil, Aluísio Azevedo, autor de O
Cortiço, é o principal escritor naturalista.
O determinismo e a zoomorfização são
características do Naturalismo, e não do
Realismo.