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NOITE
DE FERNANDO PESSOA
A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.
*
Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o vêem, vêem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
O Poder e o Renome —
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
ANÁLISE
• É caracterizado pela irregularidade métrica e por um ritmo rápido relacionado com a
estrutura narrativa do poema, que é realçada pelo recurso a sucessivos transportes.
• O poema possui cinco sextilhas e o esquema rimático é: AA/BB/CC
• O poema “Noite” dá luz à terceira parte da obra, “O Encoberto”. Expressa o desejo do
renascimento e da reconquista de uma alma e de uma identidade perdidas, e apela à
mudança e à acção dos portugueses na construção de um Império futuro, o Quinto
Império.
• Existe a expectativa de algo acontecer em que a “Noite” é o tempo de gestação de alguma
coisa e, também simbolizar o tempo da morte e do mistério. A “ânsia” pela reabilitação da
pátria leva o sujeito poético a relembrar os heróis que permanecem na memória.
ESTRUTURA INTERNA
• 1ª parte do poema corresponde às duas primeiras estrofes e diz respeito ao passado
enquanto tempo da descoberta e da superação refirindo-se, então, aos heróis dos
Descobrimentos, aqueles que nunca atingem a satisfação e a felicidade e que se
distinguem do animal ( “Ser descontente é ser homem” ). O mar é o local onde os
portugueses superaram os limites representando a conquista humana em relação ao
conhecimento.
ESTRUTURA INTERNA
• 2ª parte do poema corresponde à terceira e quarta estrofes e representam, após a
morte dos heróis, o presente, isto é, a decadência do Império e a vontade de
reabilitação da morte dos dois irmãos, da pátria, concretizada pelo terceiro irmão
(“olhos rasos de ânsia/ Fitando a proibida azul distância”). O “Poder” e o “Renome”
são a alusão simbólica a dois referentes históricos, os irmãos Corte-Real, que estão
aqui desmaterializados para vencer o tempo.
ESTRUTURA INTERNA
• 3ª parte do poema. A estrofe final é um apelo a Deus, enquanto entidade abstracta,
pelo ressurgimento do Império (“A Deus as mãos alçamos”).
• http://arquivopessoa.net/textos/2271
• Trabalho realizado por: Afonso Costa Nº1 12ºG

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  • 2. A nau de um deles tinha-se perdido No mar indefinido. O segundo pediu licença ao Rei De, na fé e na lei Da descoberta, ir em procura Do irmão no mar sem fim e a névoa escura. Tempo foi. Nem primeiro nem segundo Volveu do fim profundo Do mar ignoto à pátria por quem dera O enigma que fizera. Então o terceiro a El-Rei rogou Licença de os buscar, e El-Rei negou. * Como a um cativo, o ouvem a passar Os servos do solar. E, quando o vêem, vêem a figura Da febre e da amargura, Com fixos olhos rasos de ânsia Fitando a proibida azul distância. Senhor, os dois irmãos do nosso Nome O Poder e o Renome — Ambos se foram pelo mar da idade À tua eternidade; E com eles de nós se foi O que faz a alma poder ser de herói. Queremos ir buscá-los, desta vil Nossa prisão servil: É a busca de quem somos, na distância De nós; e, em febre de ânsia, A Deus as mãos alçamos. Mas Deus não dá licença que partamos.
  • 3. ANÁLISE • É caracterizado pela irregularidade métrica e por um ritmo rápido relacionado com a estrutura narrativa do poema, que é realçada pelo recurso a sucessivos transportes. • O poema possui cinco sextilhas e o esquema rimático é: AA/BB/CC • O poema “Noite” dá luz à terceira parte da obra, “O Encoberto”. Expressa o desejo do renascimento e da reconquista de uma alma e de uma identidade perdidas, e apela à mudança e à acção dos portugueses na construção de um Império futuro, o Quinto Império. • Existe a expectativa de algo acontecer em que a “Noite” é o tempo de gestação de alguma coisa e, também simbolizar o tempo da morte e do mistério. A “ânsia” pela reabilitação da pátria leva o sujeito poético a relembrar os heróis que permanecem na memória.
  • 4. ESTRUTURA INTERNA • 1ª parte do poema corresponde às duas primeiras estrofes e diz respeito ao passado enquanto tempo da descoberta e da superação refirindo-se, então, aos heróis dos Descobrimentos, aqueles que nunca atingem a satisfação e a felicidade e que se distinguem do animal ( “Ser descontente é ser homem” ). O mar é o local onde os portugueses superaram os limites representando a conquista humana em relação ao conhecimento.
  • 5. ESTRUTURA INTERNA • 2ª parte do poema corresponde à terceira e quarta estrofes e representam, após a morte dos heróis, o presente, isto é, a decadência do Império e a vontade de reabilitação da morte dos dois irmãos, da pátria, concretizada pelo terceiro irmão (“olhos rasos de ânsia/ Fitando a proibida azul distância”). O “Poder” e o “Renome” são a alusão simbólica a dois referentes históricos, os irmãos Corte-Real, que estão aqui desmaterializados para vencer o tempo.
  • 6. ESTRUTURA INTERNA • 3ª parte do poema. A estrofe final é um apelo a Deus, enquanto entidade abstracta, pelo ressurgimento do Império (“A Deus as mãos alçamos”).
  • 7. • http://arquivopessoa.net/textos/2271 • Trabalho realizado por: Afonso Costa Nº1 12ºG