2. Através desta análise, iremos focar-nos:
Na identificação destes dois episódios na estrutura externa;
Na contextualização do tempo e espaço dos acontecimentos (estrutura interna);
No resumos dos acontecimentos narrados e o seu contexto na obra Os Lusíadas;
No simbolismo dos elementos mencionados pelo poeta;
Nas figuras de estilo;
E no significado e mensagem transmitida nestes dois episódios.
3. O episódio é antecedido pela narração de Vasco da Gama sobre como lhe foi
atribuída a missão desta viagem:
«Eu vos tenho entre todos escolhido
Pera uã empresa, qual a vós se deve,
Trabalho ilustre, duro e esclarecido,
O que eu sei que por mi vos será leve.»
Começa na estância 84 e termina no
final do Canto IV na estância 104.
4. O episódio d’As Despedidas de Belém começa imediatamente após o relato de Vasco da Gama ao
Rei de Melinde sobre o motivo da viagem e a preparação da armada.
Espaço:
«E já no porto da ínclita Ulisseia,»
«Partimo-nos assi do santo templo
Que nas praias do mar está assentado
Que o nome tem da terra, pera exemplo,
Donde Deus foi em carne ao mundo dado»
Tempo:
Verão de 1497;
Narrador:
Vasco da Gama;
Velho do Restelo:
Estância 94;
Termina no final do canto IV.
5. Descrição do ambiente no porto:
«De mil Religiosos diligentes,
Em procissão solene (…)»
« As mulheres cum choro piadoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia (…)»
« Porque de mi te vás, ó filho caro,
A fazer o funéreo enterramento
Onde sejas de pexes mantimento?»
HeróisVencer a condição
humana
Patriotas
Sem despedimento costumado,
Que, posto que é de amor usança boa,
A quem se aparta, ou fica, mais
magoa.
S
O
F
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I
M
E
N
T
O
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A
C
R
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F
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C
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6. Quem é?
- «Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só de experiências feito,»
- «Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!»
- «Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!»
- «Fonte de desemparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de renas e de impérios!»
- «(A vida) De sempre ser estimada, pois que já
Temeu tanto perdê-la Quem a dá:»
- «Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?»
Pouco
letrado
Humilde
Piedoso
Cristão
Ponderado
Receoso
Pragmático
Apelo ao bom
senso
7. Teorias:
Vertente conservadora;
Vertente humanista;
Intervenção direta do poeta;
Crítica aos opositores
do progresso
Estância 102
Atitude
não heroica
Conflito de ideias
camonianas
(anti belicismo/Cruzadas)
Estância 100
Valorização
de uma
guerra que
incentive a
cultura
Crítica ao risco destas
viagens
Perspetiva de um nobre
Estância 96
Pertencente à
nobreza da época
Medo da
perda da
identidade
portuguesa
8. O Velho do Restelo expõe simultaneamente medos e receios da época contrastando o medo e
passividade dos que ficam e a heroicidade dos que partem:
«Oh, maldito o primeiro que, no mundo,
Nas ondas vela pôs em seco lenho!»
«Buscas o incerto
e incógnito
perigo»
«Trouxe o filho de Jápeto do Céu
O fogo que ajuntou ao peito humano,
Fogo que o mundo em armas acendeu,
Em mortes, em desonras (grande engano!).
Anti-herói
Amante do inação
9. Perífrase:
«Porque a gente marítima e de Marte»
«Que nas praias está assentado,
Que o nome tem da terra, pera exemplo,
Donde Deus foi em carne ao mundo dado.»
Personificação:
«Os montes de mais perto respondiam,
Quási movidos de alta piedade;»
Interrogação retórica:
«Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?»
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Repare-se que o Velho apega-se às políticas do passado praticadas pelo Rei D.Afonso V. Até as antigas
gerações que o poeta elogia vivem apegadas ao passado