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Análise dos poemas
“D.João, Infante de Portugal”
“D.Sebastião, Rei de Portugal”
Gonçalo Marques, 12ºM
D. João, Infante de
Portugal
Não fui alguém. Minha alma estava estreita
Entre tão grandes almas minhas pares,
Inutilmente eleita,
Virgemmente parada;
Porque é do português, pai de amplos mares,
Querer, poder só isto:
O inteiro mar, ou a orla vã desfeita
O todo, ou o seu nada.
D. João, Infante de
Portugal
Análise formal/estrutura externa do poema:
Este poema é constituído por 2 estrofes, contendo ambas 4
versos, denominando-se assim, quadras.
Quanto ao esquema rimático, este é do tipo ABAC/ BDAC.
Os versos são versos livres, ou seja, não têm um numero de
sílabas fixo, nem rimas fixas ou algo que obedeça a estrutura
clássica de um poema.
Por fim, relativamente aos recursos expressivos pode observar-se
a existência de uma antítese em “Minha alma estava estreita/Entre
tão grandes almas minhas pares,” e também em “O todo, ou o seu
nada”
D. João, Infante de Portugal
Análise formal/estrutura externa do poema:
Inutilmente eleita,
Virgemmente parada; -
Porque é do português, pai de
amplos mares,
Querer, poder só isto:
inteiro mar, ou a orla vã desfeita
Não fui alguém. minha alma
estava estreita-
Entre tão grandes almas minhas
pares,
O todo, ou o seu nada.
Antítese
Antítese
D. João, Infante de
Portugal
Análise da 1ª estrofe
D. João embora feito condestável, não chegou a ser rei nem sequer
regente “ nunca fui alguém”. Com isto, ele quer significar não ter sido
ninguém de alto cargo ou responsabilidade, visto que ao seu lado se
erguiam grandes figuras da nossa história ( D.Duarte e D.Pedro).
Assim, ficou a sua alma “ inutilmente eleita”, “virgemmente parada”,
sem que pudesse dar tudo o que poderia dar.
• Estrutura interna do poema:
D. João, Infante de
Portugal
• Análise da 2ª estrofe
A alma de D.João é triste e Fernando Pessoa explica o que
ele sente. Ele sente que o português, na alma “pai de amplos
mares”, é sempre um homem de extremos, não podendo ter “o
tudo”, ele tem “o nada”. O nada neste caso, para D.João ainda
foi alguma coisa, mas não tudo o que ele poderia ter, ser rei,
ter o seu próprio reino.
• Estrutura interna do poema:
D. Sebastião, Rei de
Portugal
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
D. Sebastião, Rei de
Portugal
Este poema é constituído por 2 estrofes, contendo ambas 5 versos,
denominando-se assim, quintilhas.
Quanto à rima, esta é irregular e o esquema rimático é do tipo
ABABB/CDCDD.
Os versos variam entre as seis sílabas métricas, as oito e as dez.
Por fim, relativamente aos recursos expressivos, está presente uma
interrogação retórica em “Cadáver adiado que procria?”.
• Análise formal/estrutura externa do poema:
D. Sebastião, Rei de
Portugal
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Interrogação
retórica
D. Sebastião, Rei de
Portugal
Análise da 1ª estrofe:
Na primeira estrofe, o sujeito lírico encontra a base da loucura na
grandeza ( o sonho, o ideal) que o sujeito lírico assume como orgulho.
Em consequência dessa loucura, o herói encontrou a morte em Alcácer
Quibir (perífrase). Apesar disto a loucura tem, neste poema, uma
conotação positiva, já que se liga ao desejo de grandeza, à capacidade
realizadora, sem a qual um homem não passa de um animal.
Pode ainda observar-se nesta estrofe, a referência ao ser histórico,
“ser que houve”, que ficou na batalha de Alcácer Quibir, onde
encontrou a destruição física, e a distinção deste com o ser mítico “não
o que há”, que sobreviveu pois é imortal.
• Estrutura interna do poema:
D. Sebastião, Rei de Portugal
Análise da 2ª estrofe
Na segunda estrofe, o sujeito poético lança um repto aos destinatários,
fazendo um apelo à loucura e à valorização do sonho. Deve portanto dar-
se asas à loucura como força motora da ação. Trata-se de um apelo de
alcance nacional e universal. Este mesmo elogio será repetido várias
vezes ao longo da obra. É a referencia ao mito sebastianista, força
criadora, capaz de impelir a nação para a sua ultima fase que está aqui
em questão. O repto permite aos destinatários considerarem a grandeza
do rei suficiente para todos. A utopia foi e será sempre a força criadora de
novos mundos que a nível individual, quer a nível coletivo. Sem ideal cai-
se no viver materialista. A interrogação retórica com que termina o poema
aponta precisamente para a loucura como força criativa que poderá ser
canalizada para a reconstrução nacional. Sem o sonho, “a loucura”, o
homem não se distingue do animal.
• Estrutura interna do poema:

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Análise dos poemas

  • 1. Análise dos poemas “D.João, Infante de Portugal” “D.Sebastião, Rei de Portugal” Gonçalo Marques, 12ºM
  • 2. D. João, Infante de Portugal Não fui alguém. Minha alma estava estreita Entre tão grandes almas minhas pares, Inutilmente eleita, Virgemmente parada; Porque é do português, pai de amplos mares, Querer, poder só isto: O inteiro mar, ou a orla vã desfeita O todo, ou o seu nada.
  • 3. D. João, Infante de Portugal Análise formal/estrutura externa do poema: Este poema é constituído por 2 estrofes, contendo ambas 4 versos, denominando-se assim, quadras. Quanto ao esquema rimático, este é do tipo ABAC/ BDAC. Os versos são versos livres, ou seja, não têm um numero de sílabas fixo, nem rimas fixas ou algo que obedeça a estrutura clássica de um poema. Por fim, relativamente aos recursos expressivos pode observar-se a existência de uma antítese em “Minha alma estava estreita/Entre tão grandes almas minhas pares,” e também em “O todo, ou o seu nada”
  • 4. D. João, Infante de Portugal Análise formal/estrutura externa do poema: Inutilmente eleita, Virgemmente parada; - Porque é do português, pai de amplos mares, Querer, poder só isto: inteiro mar, ou a orla vã desfeita Não fui alguém. minha alma estava estreita- Entre tão grandes almas minhas pares, O todo, ou o seu nada. Antítese Antítese
  • 5. D. João, Infante de Portugal Análise da 1ª estrofe D. João embora feito condestável, não chegou a ser rei nem sequer regente “ nunca fui alguém”. Com isto, ele quer significar não ter sido ninguém de alto cargo ou responsabilidade, visto que ao seu lado se erguiam grandes figuras da nossa história ( D.Duarte e D.Pedro). Assim, ficou a sua alma “ inutilmente eleita”, “virgemmente parada”, sem que pudesse dar tudo o que poderia dar. • Estrutura interna do poema:
  • 6. D. João, Infante de Portugal • Análise da 2ª estrofe A alma de D.João é triste e Fernando Pessoa explica o que ele sente. Ele sente que o português, na alma “pai de amplos mares”, é sempre um homem de extremos, não podendo ter “o tudo”, ele tem “o nada”. O nada neste caso, para D.João ainda foi alguma coisa, mas não tudo o que ele poderia ter, ser rei, ter o seu próprio reino. • Estrutura interna do poema:
  • 7. D. Sebastião, Rei de Portugal Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há. Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nela ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?
  • 8. D. Sebastião, Rei de Portugal Este poema é constituído por 2 estrofes, contendo ambas 5 versos, denominando-se assim, quintilhas. Quanto à rima, esta é irregular e o esquema rimático é do tipo ABABB/CDCDD. Os versos variam entre as seis sílabas métricas, as oito e as dez. Por fim, relativamente aos recursos expressivos, está presente uma interrogação retórica em “Cadáver adiado que procria?”. • Análise formal/estrutura externa do poema:
  • 9. D. Sebastião, Rei de Portugal Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há. Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nela ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria? Interrogação retórica
  • 10. D. Sebastião, Rei de Portugal Análise da 1ª estrofe: Na primeira estrofe, o sujeito lírico encontra a base da loucura na grandeza ( o sonho, o ideal) que o sujeito lírico assume como orgulho. Em consequência dessa loucura, o herói encontrou a morte em Alcácer Quibir (perífrase). Apesar disto a loucura tem, neste poema, uma conotação positiva, já que se liga ao desejo de grandeza, à capacidade realizadora, sem a qual um homem não passa de um animal. Pode ainda observar-se nesta estrofe, a referência ao ser histórico, “ser que houve”, que ficou na batalha de Alcácer Quibir, onde encontrou a destruição física, e a distinção deste com o ser mítico “não o que há”, que sobreviveu pois é imortal. • Estrutura interna do poema:
  • 11. D. Sebastião, Rei de Portugal Análise da 2ª estrofe Na segunda estrofe, o sujeito poético lança um repto aos destinatários, fazendo um apelo à loucura e à valorização do sonho. Deve portanto dar- se asas à loucura como força motora da ação. Trata-se de um apelo de alcance nacional e universal. Este mesmo elogio será repetido várias vezes ao longo da obra. É a referencia ao mito sebastianista, força criadora, capaz de impelir a nação para a sua ultima fase que está aqui em questão. O repto permite aos destinatários considerarem a grandeza do rei suficiente para todos. A utopia foi e será sempre a força criadora de novos mundos que a nível individual, quer a nível coletivo. Sem ideal cai- se no viver materialista. A interrogação retórica com que termina o poema aponta precisamente para a loucura como força criativa que poderá ser canalizada para a reconstrução nacional. Sem o sonho, “a loucura”, o homem não se distingue do animal. • Estrutura interna do poema: