O documento descreve o crescimento econômico e social dos EUA e da Europa após a Segunda Guerra Mundial, incluindo o Plano Marshall, o "milagre econômico" do Japão, e a formação da União Europeia. Também aborda o crescimento do comunismo na Europa Oriental e em outros países, assim como a crise eventual do modelo comunista.
2. Crescimento dos EUA
• Território extenso e poupado às destruições da guerra;
• Mercado interno em expansão;
• Surto demográfico, resultado do baby boom;
• Pleno emprego (todos, ou quase, possuíam emprego);
• Enormes reservas de capital e riqueza em recursos naturais;
• Capacidade produtiva (progressos científicos) e de consumo (intensificação
das técnicas de venda);
• Alargamento da intervenção económica e social do estado na sociedade;
• Dinamização da indústria e desenvolvimento das multinacionais.
3. Crescimento dos EUA
• Para a Europa: apoiam a reconstrução através do plano
Marshall.
• Na Ásia: auxiliam o Japão tornar-se a grande potência
capitalista dessa zona.
• Na América Latina: organizam os OEA (Organização dos
Estados Americanos).
• Intervêm em vários conflitos mundiais, como o Vietname, o
Panamá ou no Chile.
• Desenvolve-se o “American way of life”.
• Os EUA pisam a lua (Kennedy impulsiona a corrida ao Espaço).
4. Novo Capitalismo
0 Nova tendência para a concentração de empresas, ligadas a setores de
ponta e de grande importância para a economia e o bem-estar da
população.
0 Desenvolve-se o neoliberalismo, que defende o fim da intervenção estatal.
0 Surgem as sociedades multinacionais, com vista ao domínio do mercado
mundial – sedeadas no país de origem, criavam filiais por todo o mundo
(ex. IBM).
0 As multinacionais constituíram-se normalmente, em sociedades por ações
e o seu crescimento baseava-se na produção intensa de um produto ou na
diversidade da produção.
5. O Estado Providência
0 O Estado assume um papel de maior intervenção na sociedade, quer em
termos económicos, como sociais:
0 Economicamente, define os objetivos económicos, a política de
investimentos, a distribuição de rendimentos e a investigação tecnológica.
0 Socialmente, alarga a sai participação na educação, segurança social e
saúde:
0 Aumento dos anos de escolaridade mínima,
0 Ensino básico obrigatório e gratuito,
0 Expansão de subsídios, abonos ou pensões,
0 Implementação de sistemas de saúde gratuitos…
6. Estado-providência
Direitos sociais
Assistência médica Educação básica Habitação social
Maior redistribuição da riqueza
Sociedade do bem-estar
Segurança social:
Abono de
família;
Subsídios de
maternidade,
desemprego…
Pensões de
reforma.
7. A Recuperação Japonesa
0 O Japão, por ação dos EUA, transformou-se numa democracia ao estilo ocidental.
0 MacArthur, general americano, é enviado para reorganizar o país:
0 Julgamento dos criminosos de guerra,
0 Saneamento do exército, da administração pública e empresas conotados
com o antigo regime,
0 extinção das indústrias bélicas,
0 Distribuição pelo povo, das terras expropriadas aos grandes proprietários,
0 Elaboração de uma Constituição que garantisse a representação parlamentar;
0 As indemnizações de guerra são diminuídas, autoriza-se a formação de grandes
empresas, concessão de ajuda económica…
8. 0 O “Milagre Japonês”:
0 O crescimento japonês aumentou anualmente, em média, 15% em 20 anos.
0 O Estado está estabilizado a nível político e empreende uma cooperação com
as empresas.
0 Na década de 60 é já a terceira potência mundial, graças a:
0 À mentalidade e espírito de iniciativa japonês;
0 À mão-de-obra disciplinada e abundante;
0 À aposta na formação e educação profissional;
0 À relação trabalhador/empresa como uma verdadeira família;
0 À automatização e robotização dos processos produtivos;
0 À diminuição dos custos de produção, logo, aumento dos lucros;
0 À aposta nos setores da transformação e da eletrónica, automóvel e
informática.
9. A Reconstrução da Europa
0 Nos inícios da década de 50 a Europa pôde entrar novamente em
crescimento. Para tal contribuíram:
0 A ajuda financeira do Plano Marshall;
0 O desenvolvimento demográfico permitido pelo baby boom;
0 A intervenção do Estado Providência;
0 O recurso à mão de obra barata proveniente das ex-colónias.
0 Jean Monnet e Shuman propõe então a edificação de uma comunidade que
valorizasse os esforços dos países em recuperação. A Alemanha associa-se à
Itália, à França , Bélgica, Holanda e Luxemburgo e constitui-se assim a CECA
(1951). Esta organização daria então origem à Comunidade Económica
Europeia (CEE) em 1957, com o Tratado de Roma.
10. 0 Em 1986 foi assinado o Ato Único Europeu que alargava as competências da
CEE e estabelecia como objetivo a formação de um mercado único assente
numa união financeira.
0 Em 1992 assina-se o Tratado de Maastricht, passando a CEE a designar-se por
União Europeia (EU).
0 Em 1995 a adesão da Áustria, Finlândia e Suécia conduz à Europa dos 15.
0 Apesar de todas as vantagens, as carências de recursos energéticos e as
diferenças entre estados membros vão acentuar as dificuldades que se
procuram então resolver co base no princípio da solidariedade.
0 A comunidade é então transformada num verdadeiro
espaço unitário a nível económico:
0 institui-se a moeda única – o Euro – que se
torna a moeda oficial de quase todos os estados
membros a partir de 2002.
11. UE: Espaço de cidadania
0 Em 2004 a UE assistiu ao maior alargamento: Malta, Chipre, Eslovénia,
Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria.
0 Em 2007, Roménia e Bulgária passam a fazer parte da UE e em 2013 o
alargamento final (até à data…): Croácia.
0 Apesar de ser um espaço único económico, a UE não era ainda um verdadeiro
espaço unitário político.
0 Institui-se a cidadania europeia:
0 Qualquer cidadão da UE pode votar e ser eleito para as eleições
municipais do seu lugar de residência e do Parlamento Europeu;
0 Os cidadãos da UE são livres de circular, morar e estudar em qualquer
espaço da União Europeia (Acordos de Shengen).
12. Prosperidade económica capitalista
0 O desenvolvimento económico dos países capitalistas conduz a um período
conhecido como os “Trinta Gloriosos” (entre 1945 e 1973):
0 A rentabilização das verbas do Plano Marshall;
0 A aplicação das decisões de Bretton Woods;
0 A criação da CEE – UE e outras organizações económicas…
0 Há uma verdadeira aceleração do desenvolvimento cientifico e tecnológico,
para lá do bélico;
0 O petróleo é a principal fonte energética;
0 Aumentam as multinacionais e concentrações empresariais;
0 Aumenta a produção e graças ao crescimento da população ativa;
0 A agricultura moderniza-se…
13. A Sociedade do Bem-Estar
0 Terciarização da economia e aumento da classe média.
0 Acentuada melhoria nas condições de vida da população leva ao
aparecimento de uma sociedade da abundância, onde tudo está à disposição
de todos:
0 Desenvolvem-se as técnicas de venda,
0 Recorre-se marketing e à publicidade,
0 Desenvolve-se a venda e compra a crédito e
a venda a prestações
0 Cria-se a sociedade de consumo em que é mais importante parecer e ter só
que ser.
14. Os problemas do capitalismo
0 Conflitos sociais que originam grandes manifestações e colocaram em causa os
poderes estabelecidos:
0 O movimento antirracista: luta pelos direitos cívicos dos negros;
0 O movimento hippie: forma de contestação da juventude ao consumismo e à
participação na guerra (ex. Vietname);
0 O Maio de 68: na França, contestação iniciada pelos estudantes, com objetivos
políticos e em luta por melhoria das condições de vida e de trabalho;
0 Movimentos feministas, que reivindicavam direitos iguais e o fim da
descriminação
Martin Luther King
15. Os problemas do capitalismo
0 A contestação assume também aspetos culturais, traduzida em novos hábitos de
consumo apoiado numa forte massificação cultural.
0 A música assume um lugar de destaque, com a organização de concertos que não
eram mais do que espaços culturais com oportunidade para o protesto e debate
ideológico (ex. Woodstock).
0 A arte retoma a figuração dos seus temas, agora verdadeiramente massificados e
populares. Era uma crítica à sociedade de consumo e materialista da época –
surge a Pop Art (destacando-se aqui Andy Warhol).
16. Os problemas do capitalismo
0 Com o crescimento da Europa, aumenta para os EUA a concorrência estrangeira,
0 crises económicas – o caso da crise do Petróleo de 1973, que agravam a inflação
e a instabilidade monetária.
0 Para enfrentar a crise, muitos países adotam uma política neoliberal, procurando
diminuir as despesas com a proteção social (ex. Margaret Thatcher em
Inglaterra). Era o fim do Estado Providência.
17.
18. A expansão do comunismo
0 Na Europa de Leste formam-se novos países socialistas, onde se assiste:
0 à nacionalização da industria e de grande parte do comércio,
0 À coletivização da exploração agrícola,
0 À planificação centralizada da economia,
0 Ao domínio completo do Estado pelo partido comunista,
0 À criação /desenvolvimento de fortes instituições de censura e repressão.
0 Na Hungria e na Checoslováquia, os partidos tentaram impor um regime mais
democrático e mais afastado do soviético, mas sem sucesso (invasão dos exércitos
do Pacto de Varsóvia).
0 No Vietname e na Coreia (zona Norte) implantam-se regimes comunistas que
procuram instalar as reformas a partir de uma base rural.
19. 0 Em Cuba, Fidel Castro (junto com
Che Guevara) comanda a guerrilha
contra a ditadura de Fulgêncio
Baptista e torna-se chefe do governo
socialista.
0 Inicia-se uma reforma agrária que
põe em causa os interesses
americanos na ilha, razão pela qual
ainda subsiste, apesar das medidas
do ex presidente Obama, o bloqueio
económico a esta região.
0 Em resposta a este bloqueio, Cuba
torna-se aliada da URSS e inimiga
política dos EUA (ex. Crise dos
Mísseis de Cuba).
20. 0 A Jugoslávia desde 1948, sob governo de
Tito, desenvolve um papel de autogestão
das empresas e rejeitou o papel dirigente
da URSS.
0 Mais tarde, à semelhança da URSS, o
enfraquecimento do poder central irá
conduzir à libertação dos nacionalismos
croata e esloveno.
0 Em 1991 inicia-se a guerra, com a revolta
da minoria que servia na Croácia. Esta
guerra só irá terminar com a participação
da ONU e da NATO e a assinatura do
tratado de paz de 1995.
21. O caso Chinês
0 A China segue o modelo soviético. Os comunistas liderados por Mao Tsé Tung
proclamam a república Popular da China,
enveredando por uma política de reconstrução
económica e caracterizada pela planificação
centralizada e pelo desenvolvimento da industria
pesada.
0 Em 1957 dá-se o Grande Salto em Frente – viragem na política chinesa, que passa a
funcionar com base nas Comunas Populares (unidades de produção rurais).
0 Em 1966 iniciou-se a Revolução Cultural e empreenderam-se reformas económicas
e uma certa abertura ao ocidente. Institui-se o Maoismo. Com a morte de Mao em
76, a China manteve-se politicamente comunista mas a adaptada à economia
capitalista.
22. 0 Após a segunda guerra mundial, vários partidos comunistas alcançam o poder e
para estes, a URSS era o modelo a seguir.
0 Com a morte de Estaline e o governo de Kruchtchev assiste-se a um conjunto de
reformas para por fim ao estalinismo:
0 Libertação de milhares de opositores presos nos campos de trabalho,
0 Elaboração do plano septenal de aumento da produção (sem grandes
resultados),
0 Abrandamento da repressão cultural,
0 Politica externa de coexistência pacífica.
0 As resistências à politica de Kruchtchev levam ao poder Brejnev (em 64) e ao
regresso à guerra fria.
A evolução da URSS
23. A crise do comunismo
0 A URSS da década de 80 é já um país em sérias dificuldades financeiras:
0 Regressão do crescimento industrial,
0 Queda acentuada da produção agrícola,
0 Problemas sociais graves…
0 Os países do bloco socialista atravessam os mesmos problemas.
0 O partido comunista continuava a ser, contudo, a única força política com poder.
24. A crise do comunismo
0 Com a subida ao poder de Gorbatchev, o estado soviético abre
caminho para uma sociedade moderna:
0 Com a Perestroika – reduz-se o papel do estado na economia
(autoriza-se a propriedade individual, a economia de
mercado controlada, uma reforma da constituição – criam-se
as condições para o fim da guerra fria).
0 A Glasnost – transparência da vida política trás a liberdade
de expressão e opinião.
0 Gorbatchev toma ainda medidas tendentes a diminuir as
despesas militares, diminuindo o orçamento e retirando os seus
soldados do Afeganistão.
25. A crise do comunismo
0 Os movimentos autonomistas levam à concessão de liberdade e independência de
muitas repúblicas, extinguindo a URSS (1991/92) e pondo fim ao mundo bipolar.
26. Modelos
Capitalista Comunista
Países EUA, Japão e Europa Ocidental URSS, China, Jugoslávia, Coreia do Norte,
Vietname e Cuba
Características
- Modelo mais liberal;
- Economia de mercado, predominando
a lei da oferta e da procura;
- Livre iniciativa e concorrência;
- Propriedade privada;
- Concentração empresarial;
- Realização do lucro como objetivo
principal das empresas;
- Utilização intensiva do capital
acumulado;
- Sociedade de consumo;
- Vários partidos políticos que
governam através de eleições
- Modelo mais conservador;
- Economia planificada e centralizada;
- Abolição da livre iniciativa e concorrência;
- Propriedade estatal;
- Sociedade sem classes;
- Medidas para o bem comum: consumo
restringido e racionado, supressão progressiva
dos impostos diretos, diminuição do tempo de
trabalho, gratuidade do pão … ;
- Partido único e censura