O documento descreve a proposta da Escola Transvergente, que busca integrar formação profissional e preparação para o ensino superior de forma autogerida e corresponsável. A escola implementou ações como horários sem sinal, decisões coletivas e comissão de alunos para promover autonomia e responsabilidade. A proposta é avaliada constantemente para aperfeiçoar as práticas pedagógicas e os níveis de aprendizagem.

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MANIFESTO DA ESCOLA TRANSVERGENTE
Jobenemar Carvalho dos Santos1
A Escola Estadual de Educação Profissional Professora Maria Célia Pinheiro
Falcão, localizada à Rua Projetada, s/n – Bairro Cruz – CEP: 63460-000, na cidade de
Pereiro, iniciou suas atividades em 19 de abril de 2011, com uma proposta de integração
entre formação profissional técnica e preparação para o ensino superior. Atualmente as
seleções de ingresso na escola são realizadas no início de cada ano através da análise do
histórico escolar, com a entrada de 45 alunos em quatro cursos técnicos diferentes, que
são oferecidos no período integral com duração de três anos, finalizados com 400 horas
de estágio obrigatório.
A organização pedagógica da Escola está fundamentada em prática e preceitos
que buscam garantir a eficiência da aprendizagem e sua aplicação. No acompanhamento
dos processos de ensino-aprendizagem são observados os avanços e dificuldades
encontradas, os quais permitem ao corpo docente a implementação de novas ações
pedagógicas, que possibilitam uma melhoria do desempenho escolar. Tais processos são
constantemente submetidos a avaliações, tendo suas ações corrigidas/redirecionadas
sempre que necessário.
A implementação de uma dinâmica que moverá educadores e estudantes a
padrões de aprendizagem que, por exemplo, permitam a participação em processos
seletivos com chances reais para concorrer e lograr êxito, numa região que não possui
tal tradição, no qual os indicadores insistiam em permanecer abaixo da média da rede
estadual, exigiu da comunidade escolar a adoção de medidas pouco comuns. Duas
palavras poderiam resumir o conjunto de ações implementadas, autonomia e
responsabilidade. Faz-se necessário dizer que não estávamos “inventando a roda”,
muito menos “descobrindo a pólvora”, mas estávamos lidando com situações até então
pouco comuns à maioria das instituições de ensino. Sensibilizar toda a comunidade
escolar em torno dessas ações passou a ser a nossa maior [sic] prioridade.
O Norte das ações:
 Disseminar padrões de autonomia e responsabilidade entre educadores e estudantes
através de ações concretas, com vistas ao melhoramento das práticas pedagógicas e,
consequentemente, dos níveis de aprendizagem;
 Oportunizar ocasiões em que os jovens tenham a possibilidade de vivenciar
situações de cunho real, nos quais possam atuar com poder de influência, com liberdade
e compromisso;
 Produzir um ambiente educativo no qual o jovem protagonista venha a despertar e
desenvolver as suas potencialidades, capacitando-o ao planejamento e a realização de
projetos sócio pedagógicos, inclusive aos relacionados ao seu projeto de vida.
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Jobenemar Carvalho dos Santos é professor regente do Centro de Multimeios da EEEP Professora
Maria Célia Pinheiro Falcão. Sociólogo e Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública, foi o
primeiro diretor da Escola Profissional de Pereiro (2011 a 2015).

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Os conhecimentos mobilizados:
Os principais conteúdos que nortearam a implementação das ações orbitaram,
inicialmente em torno das temáticas relacionadas aos processos de autogestão. Um
exemplo prático é que a escola não utiliza nenhum outro tipo de sinal (visual ou
auditivo), indicador dos horários de entrada e saída de aulas, que não seja a disposição
de relógios por todo o ambiente escolar, o que comumente denominamos de “escola
sem sirene”. Portanto, a introdução ao mundo da autogestão conduziu estudantes e
educadores ao universo da corresponsabilidade, uma vez que, a partir de então, cada
um seria diretamente responsável para o sucesso da ação implementada.
No campo do conhecimento propedêutico a elaboração da proposta curricular
passou a ser trabalhada conjuntamente entre educadores e estudantes, ou seja, a turmas
passaram a ter influência direta sobre a organização dos conteúdos a serem estudados
durante o ano letivo. Tal medida contribuiu para aumentar o nível de responsabilidade
de todos sobre o cumprimento da proposta, minimizando possíveis perdas ou atrasos na
condução dos conteúdos.
Um terceiro fator que foi de fundamental importância para o sucesso na
implementação das ações foi a questão disciplinar entre todos os segmentos escolares,
inclusive em relação aos estudantes. Evidentemente foi necessária a discussão e,
consequentemente, a adoção de alguns níveis de sanções para os casos de indisciplina,
definidas coletivamente, inicialmente entre o grupo de educadores e posteriormente com
cada turma para as contribuições finais. De forma similar definiu-se o conjunto de
deveres e direitos de cada segmento.
Sobre o tripé da autogestão, da corresponsabilidade e da disciplina, foram
firmados os pressupostos para o nascimento da Escola Transvergente.
Os caminhos em construção
A Escola Transvergente é uma proposta em constante construção que
viabiliza a abertura de canais de comunicação entre todos os segmentos da EEEP
Professora Maria Célia Pinheiro Falcão (Pereiro/CE).
É uma iniciativa que oportuniza voz e vez para os educandos e educadores,
destinando esforços e energia no aperfeiçoamento das práticas vivenciadas na rotina
escolar e na ampliação das possibilidades de efetivação das expectativas de
aprendizagem.
Trata-se de uma experiência ousada e inovadora que tem como pilares a livre
expressão dos jovens e profissionais participantes, em todas as áreas e segmentos da
comunidade escolar, ajustando processos, currículo, relacionamentos, organização, ou
seja, toda e qualquer relação que envolva iniciativas de aprendizagem.
Podemos afirmar, com maior grau de certeza, que o que temos de novo é o termo
sob o qual abrigamos o nosso conjunto de ações, a Escola Transvergente. Esse
neologismo propõe a reunião de conceitos estabelecidos pelo prefixo trans que pode
significar “através de”, juntamente com parte da palavra convergente, que tem como
significado “afluir (para um ponto em comum)”. Então se conclui que Escola
Transvergente é um “conjunto de ações que aflui para um mesmo objetivo através da
escola”.
Com vistas a uma melhor organização das ideias e a facilitação do entendimento
por partes dos leitores, passaremos a relacionar algumas das principais ações
desenvolvidas dentro do modelo de gestão da Escola Transvergente:

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a) A escola sem sirene: organização dos horários de aulas com ausência de quaisquer
sinais auditivos e/ou visuais que não sejam os relógios distribuídos no ambiente escolar,
ressaltada a pontualidade dos envolvidos;
b) Fundamentados nos pressupostos que a educação não acontece somente mediante a
atuação da propedêutica, mas também nos aspectos socioculturais, adotamos os
princípios de horizontalidade nas relações interpessoais, onde todos os funcionários e
professores passam a ser denominados de “educadores”, ou seja, do porteiro à
cozinheira, do auxiliar de serviços gerais ao professor, todos se tornam corresponsáveis
pelos processos de aprendizagem e, portanto, tratados com o mesmo status social;
c) As decisões pedagógico-administrativas deixam de serem prerrogativas do núcleo
gestor e assumem um caráter de construção coletiva, onde todos são consultados
regularmente na congregação de educadores, apresentando suas sugestões e
preferências, e a posição da maioria passa a ser adotada pelos demais como decisão de
todos;
d) Formalização da organização interna através da construção coletiva do Regimento
Escolar onde estão estabelecidos direitos e deveres de todos os membros da comunidade
escolar, com a apreciação e aprovação de todos os artigos, pela Congregação de
Educadores e pela Comissão de Mediação;
e) Criação da Comissão de Mediação composta por cinco alunos de cada turma, como
representação do corpo discente nos processos de decisão da escola (totalizando 60
alunos), três educadores indicados/eleitos pelos membros da Comissão e o diretor como
representante do Núcleo Gestor (essa comissão assume papel central no processo de
transvergência);
f) Instituição dentro da Comissão de Mediação do Conselho de Guardiões, no qual um
conjunto de estudantes, escolhidos democraticamente e/ou observados o grau de
afinidades, assumiriam funções estratégicas de proteção das ações implementadas e dos
objetivos a serem alcançados;
g) Implementação de medidas importantes/polêmicas como a restrição do uso de
celulares, onde a Comissão de Mediação promoveu consultas às suas respectivas
turmas, decidindo pelo voto da maioria que não seria permitido o porte de celulares nas
dependências da escola, exceto em momentos previamente estabelecidos (eventos e
cursos tecnológicos);
h) Organização coletiva das propostas curriculares personalizadas, mediante
apresentação e consulta às respectivas turmas, ação que promoveu a
corresponsabilidade em sua execução, minimizando possíveis atrasos e/ou prejuízos;
i) Cada turma passou a organizar seu calendário de avaliações parciais e bimestrais, ou
seja, os alunos passaram a decidir que provas fariam em que dia da semana, permitindo
que os processos avaliativos se estendessem durante todo o bimestre, fomentando uma
cultura de estudos constantes entre os estudantes. Como temos propostas curriculares
diferentes para cada turma, não teria sentido fazer uma mesma avaliação para turmas da
mesma série, portanto, todas as avaliações acontecem na própria aula da disciplina e no
decorrer do período letivo, preservando o tempo pedagógico do aluno;
j) Implementação do Planejamento Integrado: formato de planejamento organizado e
dirigido, alternadamente, pelo grupo de professores de determinada área (Ciências da
Natureza, Humanas, Linguagens e Códigos, Matemática, Eixo Técnico e Multimeios),
eventualmente contando com a participação de estudantes (convite permanente);
l) A maioria dos eventos acadêmicos e culturais da escola passa a ser, essencialmente,
planejados e realizados pela ação protagonista de nossos jovens estudantes.
Evidentemente, disponibilizamos o acompanhamento e apoio dos educadores e Núcleo

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Gestor da escola. Anualmente são realizados grandes eventos como: Luau da Maria
Célia (acolhimento das novas turmas), Carnaval Consciente, Halloween, São João,
Torneio Geração da Paz, Encontro Regional de Tecnologia-ERETEC, Prêmio
Empresário do Ano, Semana do Agronegócio e Meio Ambiente, Semana Instrucional de
Segurança do Trabalho-SIST, etc.
Todas as ações supracitadas foram paulatinamente implementadas, entre avanços
e retrocessos, assumindo a sua configuração atual no início do ano letivo de 2015,
quando houve a apresentação formal da proposta de Escola Transvergente no período de
preparação do ano letivo, também conhecido como Semana Pedagógica.
Avaliando as ações
A avaliação do conjunto de ações vem acontecendo constantemente, desde a
semana pedagógica do ano em curso (2016), entre os educadores e com a Comissão de
Mediação após o início das atividades letivas. De acordo com as informações e as
opiniões apresentadas, a maioria deliberou pela continuidade das ações e pela
revitalização dos pontos referentes à instituição do “Conselho de Guardiões”, uma vez
que não foram trabalhadas a contento, mas que, de acordo com as opiniões
apresentadas, podem contribuir para a consolidação das demais.
Para efeitos didáticos, a organização dos guardiões ficou estabelecida da
seguinte forma:
Guardiões do Conselho - São responsáveis pela organização da pauta e cronograma
dos encontros. São esses alunos que dirigem esses momentos de discussão e construção,
mediando a apresentação de propostas, os encaminhamentos procedentes e, finalmente,
o registro das falas relevantes e das decisões coletivas e democráticas. (03 educandos)
Guardiões do Regimento Escolar - Responsáveis pelo estudo, reformulação e
atualização anual do documento, com vistas a reforçar o reconhecimento coletivo e a
adaptação das normas/regras à rotina escolar, de forma que este documento se constitua
em instrumento contributivo para uma plena organização do ambiente escolar, onde os
processos transcorram de forma consensual e, principalmente, seja um mecanismo que
viabilize o processo de ensino-aprendizagem. (05 educandos)
Guardiões do bem-estar coletivo - Responsáveis pela conciliação e consolidação do
tempo pedagógico, com a dimensão lúdica e/ou com as atividades extra-curriculares,
buscando a harmonia/sintonia entre as práticas pedagógicas, as atividades lúdicas e a
qualidade dos processos de aprendizagem. Esses guardiões zelam pelo bem comum,
pela equidade e pela promoção da felicidade. (05 educandos)
Guardiões da organização - Desempenham um papel de extrema importância para a
construção do "clima escolar". São responsáveis pela estruturação dos processos que
organizam a rotina escolar como: tempo, filas, alimentação, ordenamentos, projetos,
biblioteca, laboratórios, esporte, internet, atividades complementares, planejamentos,
gestão, investimentos, recursos, parcerias e etc. Esses alunos desempenham papeis
semelhantes a ouvidores, estando atentos ao funcionamento pleno e satisfatório para
comunidade estudantil, docente e familiar e apontando os direcionamentos para
melhoria dos processos escolares. (03 educandos)

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Guardiões da aprendizagem - Esses tem um papel muito especial, pois serão
responsáveis pela valorização/sublimação das expectativas de aprendizagem. Os
documentos orientadores e as matrizes curriculares atuarão como referenciais para o
estabelecimento de metas pessoais e coletivas de aprendizagem. Uma vez definidas as
propostas de trabalho para cada etapa de estudo, os educandos, os educadores e gestores
da escola se tornam corresponsáveis por sua efetivação. Esse grupo atua sobre o
processo avaliativo da unidade de aprendizagem, definindo o tipo de instrumental e/ou
as formas de avaliação que serão trabalhadas durante o ano letivo. O maior desafio a ser
capitaneado por esse grupo é conciliar a preservação do "tempo pedagógico" com o uso
das "novas tecnologias" do processo de aprendizagem, como por exemplo, a
"aprendizagem cooperativa" e/ou a utilização de aplicativos/games educativos. (05
educandos)
Guardiões da razão - Esses educandos deverão possuir algumas características bem
singulares: capacidade argumentativa, senso crítico, inteligência emocional,
conhecimentos gerais e vocação para desempenhar um papel tipo advogado/promotor.
Esse grupo será o responsável por apresentar o contraditório, fundamentalmente,
durante as reuniões, apresentando questionamentos a todas as propostas apresentadas
para votação. O importante papel desse grupo de guardiões será chamar o Conselho à
razão. Apresentando possíveis argumentações "negativas" com o intuito de promover a
reflexão dos pares e, consequentemente, pavimentar o terreno para que as decisões
sejam mais sólidas e "pés-no-chão". (03 educadores)
Conselheiros docentes - Educadores que serão/foram eleitos pelo Conselho de
Transição e convidados para contribuir no processo de construção de um novo modelo
de instituição de aprendizagem. São eleitos democraticamente e poderão contribuir com
sua experiência e maturidade docente, de forma que o encontro de ideias e proposições
venham a culminar em encaminhamentos coletivos que resultem em mudanças de
atitudes, da sublimação de expectativas e da quebra dos paradigmas de aprendizagem.
(03 educandos)
O Conjunto de ações da Escola Transvergente nasce com o intuito de fomentar
os indicadores de aprendizagem e, consequentemente, os resultados nas avaliações
internas e externas. Tal incremento pode ser facilmente constatado nos resultados
materiais e imateriais apresentados anualmente pela instituição e na credibilidade
alcançada no seio da comunidade/região (mais de 100 alunos de outros municípios
matriculados). Para citar algumas conquistas de 2015, registramos mais de 135
aprovações para o ensino superior (vestibulares, Sisu, Prouni, Fies, etc) e
aproximadamente 50 alunos encontrados em nível adequado por avaliações como
SPAECE/ENEM (ganhadores de notebook). Evidentemente, ainda não são indicadores
que coloquem a escola em destaque nacional, mas despontam como indicadores
extremamente auspiciosos na região.
Para aqueles que convivem no ambiente da escola, podemos facilmente
perceber que a maior de todas as conquistas foi a mudança de postura entre todos os
envolvidos. Sob a mediação dos mecanismos relacionados ao diálogo, os níveis de
tensão praticamente foram suprimidos. O clima escolar manteve-se de forma acolhedora
e atraente e os processos passaram a fluir com baixos níveis de stress. A postura
profissional dos jovens passou a ser reconhecida pela comunidade e pela família local
como referência de boa educação. Em cinco anos de existência da escola não se tem

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conhecimento de nenhum tipo de agressão física (briga), a infraestrutura e o mobiliário
encontra-se em estado de boa conservação e todos os conflitos alcançaram soluções
baseadas nas definições construídas internamente, sob a mediação dos órgãos
colegiados: Grêmio Estudantil, Conselho Escolar, Congregação de Educadores e
Comissão de Mediação.
Considerações pessoais:
Foram anos de intensa aprendizagem nos campos profissional e pessoal. Aprendi
que existe um potencial muito grande dentro de cada indivíduo e quando é criada uma
oportunidade, esse indivíduo pode dar grandes contribuições para o meio social. Como
gestor, tive a oportunidade de vivenciar a gestão democrática de forma efetiva, ouvindo
e dando abertura para que as pessoas pudessem não somente expressar a sua opinião,
mas influenciar efetivamente nos processos de decisões. Precisamos estar preparados
para ampliar a participação da comunidade nos processos de decisão, esse será o
instrumento que permitirá o grande salto para o desenvolvimento e melhoria da
qualidade de vida das nossas famílias.
Não querendo ser óbvio, aprendi que é muito difícil trabalhar com novos
paradigmas, uma vez que sempre vão existir pessoas que apresentam resistências para
novidades. Em determinados momentos sendo surpreendido pela incompreensão de
alguns que deveriam, justamente, possuir uma mentalidade mais madura e propensa ao
entendimento de determinadas ações (de vanguarda). Não foi fácil sensibilizar alguns
educadores, mas com o tempo e o apoio de outros que acreditaram no sonho, os
resultados tem se mostrado muito proveitosos. Portanto, posso afirmar que uma das
maiores lições foi a perseverança.
Durante o período da gestão senti a profunda necessidade de buscar um
aprimoramento das minhas habilidades profissionais, o que procurei fazer através dos
estudos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Ambos realizados pela
Universidade Federal de Juiz de Fora (CAED). Recentemente solicitei afastamento da
função de direção para me dedicar aos estudos de doutoramento.
As ações da Escola Transvergente continuam em vigor, entretanto ainda não
podemos afirmar que chegamos ao nosso destino/objetivo, o passo situado
imediatamente após a consolidação da cultura de estudos entre nossos jovens. Essa
próxima etapa que será a escola “sem paredes”, ou seja, o rompimento com o tradicional
rito de sala de aula, onde na maioria das vezes temos uma exposição num período de
tempo pré-determinado, com alunos enfileirados sempre no mesmo espaço e uma
avaliação (que faz o aluno estudar somente para tirar a nota).
Na escola sem paredes o aluno é convidado a compartilhar com seus colegas
(através de estudos cooperativos e/ou individuais) o prazer da descoberta e da
aprendizagem, que poderão acontecer nos lugares e no tempo que for apropriado. Nesse
modelo, o professor passa a ser um mediador do conhecimento, facilitando o
entendimento dos conteúdos sempre que necessário. O estudante é sempre o
protagonista na construção do conhecimento e, acreditamos que, as ações alinhadas a
Escola Transvergente contribuirão para que esses objetivos sejam alcançados. O que,
certamente, poderá ser facilitado pelos princípios da disciplina, autogestão e
corresponsabilidade.
Prof. Jobenemar Carvalho dos Santos