SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
CONCEITO DE CURRÍCULO E O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DE
                    TECNOLOGIAS AO CURRÍCULO
                                                                Silvania Bucar

Um currículo pode ser definido por uma Rede de Ensino (para todas as suas
escolas), ou por uma escola em particular. Um currículo também pode ser
definido a partir dos livros didáticos que são adotados para cada série
escolar ou pode funcionar a partir de algumas diretrizes nacionais.
Em nosso país não existe um currículo único nacional, conhecemos os
Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem como sugestão, uma forma
de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os
componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à
diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros
Curriculares        chegam         às        salas      de        aula.
O que nos interessa neste momento é discutir o currículo frente ao desafio
de ensinar a todos e de integrá-lo às tecnologias, portanto, como trabalhar a
partir de um currículo com as diferenças nas formas de aprender e na
cultura.
Com este objetivo, várias escolas brasileiras têm elaborado formas de
organização do ensino que privilegiam conhecimentos da pedagogia
contemporânea para oportunizar a todos o acesso ao conhecimento.
Entre estas contribuições encontramos: a importância de trazer para a sala
de aula a cultura local, o estudo de problemas cotidianos, a aplicação do
conhecimento aos problemas que a aluna ou o aluno precisam enfrentar em
seu      dia-a-dia     e      as      contribuições     das      tecnologias.
Junto a esta perspectiva, encontramos também a possibilidade de libertar a
escola do cumprimento de uma lista de conteúdos previamente estipulados
e, propondo aprendizados fundamentais em um determinado número de
anos (além do ano letivo), ir desenvolvendo métodos de acompanhamento
das aprendizagens que atendam ao contexto de desenvolvimento que cada
aluno                                apresenta.
Neste sentido: “O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o
entende em sua função socializadora e cultural, bem como forma de
apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do
conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro
as     atividades      escolares”      (Krug,      2001,      p.     56).
Esta compreensão implica, ao abordar o currículo escolar, entender que
este apresenta aspectos inter-relacionados de diferentes áreas humanas:
sócio-antropológica, psicopedagógica, epistemológica e filosófica,
integrando também os aspectos tecnológicos a esta dimensão do currículo.
Diante destas contribuições, cabe sintetizar a noção de currículo com a qual
trabalhamos associada à concepção de aprendizagem que compartilhamos:
em sua natureza, o currículo necessariamente implica diferentes formas de
apropriação que o sujeito faz de um conjunto de vivências e conhecimentos
oportunizados pela escola. Trata-se sempre de uma reconstrução individual,
portanto,        diferenciada        a      cada        aluna/aluno.
Ao pensarmos o currículo escolar, devemos atentar que nem tudo o que a
escola diz ensinar, a aluna ou o aluno assumem como aprendidos e, ainda,
que nem tudo o que alunas e alunos dizem ter aprendido na escola, a escola
assume          como          resultado        de        seu         ensino.
De fato, nas escolas, muitas coisas são ensinadas sem necessariamente
serem anunciadas e muitas coisas são aprendidas sem que constem dos
currículos                                                         escolares.
O método que a escola usa para a definição do conhecimento que vai
trabalhar diz muito sobre como ela encara o desafio de ensinar a todos.
Mais que respostas, algumas perguntas podemos fazer a nós mesmos sobre
o            ensino            na          sala           de            aula:
Quem define o conteúdo que será trabalhado em sala de aula? Com quem e
a      partir      de      que      este     conteúdo       é      definido?
Como se distribui o trabalho com o conhecimento entre as séries ou ciclos?
Como as professoras e professores interpretam a ciência? Ela se
fundamenta             de         verdades          ou           incertezas?
Quando e como o trabalho em sala de aula é planejado? O planejamento é
coletivo? Acontece com os alunos e alunas junto aos professores e
professoras? Acontece diariamente, semanalmente, mensalmente,
semestralmente ou anualmente? As séries planejam vertical e
horizontalmente?                  E                os                 ciclos?
De que maneiras são acompanhadas as construções dos alunos e alunas?
Em que medida o currículo é diferenciado para atender às diferentes formas
de aprender e às diferentes sínteses que o sujeito constrói ao longo de sua
vida? Quais as contribuições das tecnologias ao desenvolvimento do
currículo? Como integrar efetivamente as tecnologias ao desenvolvimento do currículo?
Como desenvolver projetos no âmbito do currículo? Algumas propostas de trabalho
curricular são desenvolvidas no Brasil e podem colaborar com a escola na atividade de
ensinar de forma participativa e crítica a todos. Entre estas propostas podemos citar o
tema gerador, o complexo temático e também a rede temática.
Estas propostas têm em comum a organização do ensino a partir de uma leitura da
realidade vivida pelos alunos e alunas, com o objetivo de elencar conceitos, formas de
linguagem e relações políticas, tecnológicas econômicas e sociais presentes no cotidiano
destes                                    estudantes.
A partir desta leitura, alguns conhecimentos são elencados para o trabalho através das
diferentes disciplinas ou do conjunto de professores que trabalha com a turma.
Definidos estes conceitos, a serem decodificados, o que se pretende é que o aluno ou
aluna consiga avançar de uma determinada forma de ver a sua realidade (chamada
realidade percebida) para uma outra forma (chamada concebida), mais elaborada e
crítica.
Nesta transformação da forma como o sujeito vê o real é que diversos conteúdos vão
sendo trabalhados, buscando instrumentalizar o estudante para a transformação social e
atual                                    da                                   realidade.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Didática
DidáticaDidática
Didáticaifbauab
 
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta curriculo integrado do ensin...
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta  curriculo integrado do ensin...Roteiro de trabalho para elaboração de proposta  curriculo integrado do ensin...
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta curriculo integrado do ensin...Rosana Vasconcelos Paz
 
Manifestações do currículo na prática escolar
Manifestações do currículo na prática escolarManifestações do currículo na prática escolar
Manifestações do currículo na prática escolarPaulo Alves de Araujo
 
Saberes do Professor Universitário
Saberes do Professor UniversitárioSaberes do Professor Universitário
Saberes do Professor Universitárioeducastbar
 
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículo
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículoAvaliação na alfabetização na perspectiva de um currículo
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículoTatiana Schiavon
 
Formação continuada de professores
Formação continuada de professoresFormação continuada de professores
Formação continuada de professoresditadoida
 
Supervisão e gestão na escola
Supervisão e gestão na escolaSupervisão e gestão na escola
Supervisão e gestão na escolaUlisses Vakirtzis
 
Áreas de atuação do pedagogo
Áreas de atuação do pedagogoÁreas de atuação do pedagogo
Áreas de atuação do pedagogoBeatriz
 
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-095 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09Ana Vanessa Paim
 
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escolaEducação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escolaUlisses Vakirtzis
 
Os desafios do coordenador pedagógico
Os desafios do coordenador pedagógicoOs desafios do coordenador pedagógico
Os desafios do coordenador pedagógicoLuciene Chagas
 
C:\Fakepath\Otp Papel Do Pedagogo
C:\Fakepath\Otp Papel Do PedagogoC:\Fakepath\Otp Papel Do Pedagogo
C:\Fakepath\Otp Papel Do PedagogoSolange Soares
 
Organização do Trabalho Pedagogico
Organização do Trabalho PedagogicoOrganização do Trabalho Pedagogico
Organização do Trabalho Pedagogicomcsales
 
ExpressãO Oral E Escrita I I
ExpressãO Oral E Escrita  I IExpressãO Oral E Escrita  I I
ExpressãO Oral E Escrita I Igeorgescheller
 
Janete projeto do coordenador
Janete projeto do coordenadorJanete projeto do coordenador
Janete projeto do coordenadorNethy Marques
 

Mais procurados (20)

Didática
DidáticaDidática
Didática
 
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta curriculo integrado do ensin...
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta  curriculo integrado do ensin...Roteiro de trabalho para elaboração de proposta  curriculo integrado do ensin...
Roteiro de trabalho para elaboração de proposta curriculo integrado do ensin...
 
Formação docente
Formação docenteFormação docente
Formação docente
 
Manifestações do currículo na prática escolar
Manifestações do currículo na prática escolarManifestações do currículo na prática escolar
Manifestações do currículo na prática escolar
 
Currículo inclusivo
Currículo inclusivoCurrículo inclusivo
Currículo inclusivo
 
Saberes do Professor Universitário
Saberes do Professor UniversitárioSaberes do Professor Universitário
Saberes do Professor Universitário
 
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículo
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículoAvaliação na alfabetização na perspectiva de um currículo
Avaliação na alfabetização na perspectiva de um currículo
 
Formação continuada de professores
Formação continuada de professoresFormação continuada de professores
Formação continuada de professores
 
Supervisão e gestão na escola
Supervisão e gestão na escolaSupervisão e gestão na escola
Supervisão e gestão na escola
 
Áreas de atuação do pedagogo
Áreas de atuação do pedagogoÁreas de atuação do pedagogo
Áreas de atuação do pedagogo
 
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-095 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
 
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escolaEducação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola
Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola
 
Os desafios do coordenador pedagógico
Os desafios do coordenador pedagógicoOs desafios do coordenador pedagógico
Os desafios do coordenador pedagógico
 
Didática
DidáticaDidática
Didática
 
C:\Fakepath\Otp Papel Do Pedagogo
C:\Fakepath\Otp Papel Do PedagogoC:\Fakepath\Otp Papel Do Pedagogo
C:\Fakepath\Otp Papel Do Pedagogo
 
6.proposta curricular
6.proposta curricular6.proposta curricular
6.proposta curricular
 
Organização do Trabalho Pedagogico
Organização do Trabalho PedagogicoOrganização do Trabalho Pedagogico
Organização do Trabalho Pedagogico
 
ExpressãO Oral E Escrita I I
ExpressãO Oral E Escrita  I IExpressãO Oral E Escrita  I I
ExpressãO Oral E Escrita I I
 
Ambientes de aprendizagem
Ambientes de aprendizagemAmbientes de aprendizagem
Ambientes de aprendizagem
 
Janete projeto do coordenador
Janete projeto do coordenadorJanete projeto do coordenador
Janete projeto do coordenador
 

Destaque (20)

Por dentro do GeoServer
Por dentro do GeoServerPor dentro do GeoServer
Por dentro do GeoServer
 
Livro do mês de novembro
Livro do mês de novembroLivro do mês de novembro
Livro do mês de novembro
 
Inf edii semii.1
Inf edii semii.1Inf edii semii.1
Inf edii semii.1
 
Revista Rinoceronte - Edital
Revista Rinoceronte - EditalRevista Rinoceronte - Edital
Revista Rinoceronte - Edital
 
Lla vida animal
Lla vida animalLla vida animal
Lla vida animal
 
Nuts I, II e III
Nuts I, II e IIINuts I, II e III
Nuts I, II e III
 
Digimess microdurometro-catalogo-tecnico-587620
Digimess microdurometro-catalogo-tecnico-587620Digimess microdurometro-catalogo-tecnico-587620
Digimess microdurometro-catalogo-tecnico-587620
 
Súmula jogo 34 ceará 1 x 1 cruzeiro
Súmula jogo 34 ceará 1 x 1 cruzeiroSúmula jogo 34 ceará 1 x 1 cruzeiro
Súmula jogo 34 ceará 1 x 1 cruzeiro
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
A surda guerra pelo conhecimento
A surda guerra pelo conhecimentoA surda guerra pelo conhecimento
A surda guerra pelo conhecimento
 
CARMELO TERESIANO - CURIA GENERAL - Communicationes 281
CARMELO TERESIANO - CURIA GENERAL - Communicationes 281CARMELO TERESIANO - CURIA GENERAL - Communicationes 281
CARMELO TERESIANO - CURIA GENERAL - Communicationes 281
 
Conselho carmico
Conselho carmicoConselho carmico
Conselho carmico
 
Dia Mundial da alimentação
Dia Mundial da alimentaçãoDia Mundial da alimentação
Dia Mundial da alimentação
 
O s melhores leitores do mês de outubro
O s melhores leitores do mês de outubroO s melhores leitores do mês de outubro
O s melhores leitores do mês de outubro
 
Plano 4
Plano 4Plano 4
Plano 4
 
Como achar um tradutor juramentado
Como achar um tradutor juramentadoComo achar um tradutor juramentado
Como achar um tradutor juramentado
 
A tocante história de alguém em busca de sua identidade
A tocante história de alguém em busca de sua identidadeA tocante história de alguém em busca de sua identidade
A tocante história de alguém em busca de sua identidade
 
trababalho do cesarrrrx
trababalho do  cesarrrrxtrababalho do  cesarrrrx
trababalho do cesarrrrx
 
O sorriso.[1]
O sorriso.[1]O sorriso.[1]
O sorriso.[1]
 
Dgplalogro1
Dgplalogro1Dgplalogro1
Dgplalogro1
 

Semelhante a Integração Tecnologia Currículo

CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLACURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLAcefaprodematupa
 
Caderno 1 curriculo - Pontes e Lacerda - MT
Caderno 1  curriculo - Pontes e Lacerda - MTCaderno 1  curriculo - Pontes e Lacerda - MT
Caderno 1 curriculo - Pontes e Lacerda - MTweleslima
 
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições power point
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições  power pointPnaic 2a aula curriculo texto com varias definições  power point
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições power pointtlfleite
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisrenatalguterres
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisRosinara Azeredo
 
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2♥Marcinhatinelli♥
 
apresentacaosobrecurriculo.pptx
apresentacaosobrecurriculo.pptxapresentacaosobrecurriculo.pptx
apresentacaosobrecurriculo.pptxThaisJussara
 
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...HELENO FAVACHO
 
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)Simone Mendes Dos Santos
 
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomandoPed 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomandoSimone Mendes Dos Santos
 

Semelhante a Integração Tecnologia Currículo (20)

CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLACURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
 
10º encontro
10º encontro10º encontro
10º encontro
 
Proposta curricular
Proposta curricularProposta curricular
Proposta curricular
 
Proposta curricular
Proposta curricularProposta curricular
Proposta curricular
 
Grade curricular ensinomedia 1o 5o ano
Grade curricular ensinomedia 1o   5o anoGrade curricular ensinomedia 1o   5o ano
Grade curricular ensinomedia 1o 5o ano
 
Caderno 1 curriculo - Pontes e Lacerda - MT
Caderno 1  curriculo - Pontes e Lacerda - MTCaderno 1  curriculo - Pontes e Lacerda - MT
Caderno 1 curriculo - Pontes e Lacerda - MT
 
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições power point
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições  power pointPnaic 2a aula curriculo texto com varias definições  power point
Pnaic 2a aula curriculo texto com varias definições power point
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciais
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
Curriculo_Heber_Sônia
Curriculo_Heber_SôniaCurriculo_Heber_Sônia
Curriculo_Heber_Sônia
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciais
 
Aula do dia 03 de outubro
Aula do dia 03 de outubroAula do dia 03 de outubro
Aula do dia 03 de outubro
 
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
 
apresentacaosobrecurriculo.pptx
apresentacaosobrecurriculo.pptxapresentacaosobrecurriculo.pptx
apresentacaosobrecurriculo.pptx
 
21 pdca
21 pdca21 pdca
21 pdca
 
Didaticgeoaula8
Didaticgeoaula8Didaticgeoaula8
Didaticgeoaula8
 
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...
A base nacional comum curricular e as práticas pedagógicas – licenciaturas se...
 
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando (1)
 
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomandoPed 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando
Ped 8 1-coordenação pedagógica-aula 8-un 8-rev3_retomando
 

Mais de bucarbio

Memorial reflexivo
Memorial reflexivoMemorial reflexivo
Memorial reflexivobucarbio
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarbucarbio
 
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucar
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucarUnid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucar
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucarbucarbio
 
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarUnid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarbucarbio
 
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarUnid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarbucarbio
 
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarUnid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarbucarbio
 
Ativ 1 unid 4
Ativ 1 unid 4Ativ 1 unid 4
Ativ 1 unid 4bucarbio
 
Ativ 3 para concluir e postar
Ativ 3 para concluir e postarAtiv 3 para concluir e postar
Ativ 3 para concluir e postarbucarbio
 
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarUnid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarbucarbio
 
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarUnid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarbucarbio
 
Aula cem filomena 29 10 2010
Aula cem filomena 29 10 2010Aula cem filomena 29 10 2010
Aula cem filomena 29 10 2010bucarbio
 

Mais de bucarbio (11)

Memorial reflexivo
Memorial reflexivoMemorial reflexivo
Memorial reflexivo
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
 
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucar
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucarUnid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucar
Unid4 ativ2b projetos_detrabalhoemsala_silvaniabucar
 
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarUnid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
 
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucarUnid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
Unid4 ativ2a socializando_experienciacomprojetos_silvaniabucar
 
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarUnid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
 
Ativ 1 unid 4
Ativ 1 unid 4Ativ 1 unid 4
Ativ 1 unid 4
 
Ativ 3 para concluir e postar
Ativ 3 para concluir e postarAtiv 3 para concluir e postar
Ativ 3 para concluir e postar
 
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarUnid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
 
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucarUnid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
Unid3 ativ2 aula_commaterialdigital_silvaniabucar
 
Aula cem filomena 29 10 2010
Aula cem filomena 29 10 2010Aula cem filomena 29 10 2010
Aula cem filomena 29 10 2010
 

Integração Tecnologia Currículo

  • 1. CONCEITO DE CURRÍCULO E O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS AO CURRÍCULO Silvania Bucar Um currículo pode ser definido por uma Rede de Ensino (para todas as suas escolas), ou por uma escola em particular. Um currículo também pode ser definido a partir dos livros didáticos que são adotados para cada série escolar ou pode funcionar a partir de algumas diretrizes nacionais. Em nosso país não existe um currículo único nacional, conhecemos os Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem como sugestão, uma forma de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula. O que nos interessa neste momento é discutir o currículo frente ao desafio de ensinar a todos e de integrá-lo às tecnologias, portanto, como trabalhar a partir de um currículo com as diferenças nas formas de aprender e na cultura. Com este objetivo, várias escolas brasileiras têm elaborado formas de organização do ensino que privilegiam conhecimentos da pedagogia contemporânea para oportunizar a todos o acesso ao conhecimento. Entre estas contribuições encontramos: a importância de trazer para a sala de aula a cultura local, o estudo de problemas cotidianos, a aplicação do conhecimento aos problemas que a aluna ou o aluno precisam enfrentar em seu dia-a-dia e as contribuições das tecnologias. Junto a esta perspectiva, encontramos também a possibilidade de libertar a escola do cumprimento de uma lista de conteúdos previamente estipulados e, propondo aprendizados fundamentais em um determinado número de anos (além do ano letivo), ir desenvolvendo métodos de acompanhamento das aprendizagens que atendam ao contexto de desenvolvimento que cada aluno apresenta. Neste sentido: “O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o entende em sua função socializadora e cultural, bem como forma de apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro as atividades escolares” (Krug, 2001, p. 56). Esta compreensão implica, ao abordar o currículo escolar, entender que este apresenta aspectos inter-relacionados de diferentes áreas humanas: sócio-antropológica, psicopedagógica, epistemológica e filosófica, integrando também os aspectos tecnológicos a esta dimensão do currículo. Diante destas contribuições, cabe sintetizar a noção de currículo com a qual trabalhamos associada à concepção de aprendizagem que compartilhamos: em sua natureza, o currículo necessariamente implica diferentes formas de apropriação que o sujeito faz de um conjunto de vivências e conhecimentos
  • 2. oportunizados pela escola. Trata-se sempre de uma reconstrução individual, portanto, diferenciada a cada aluna/aluno. Ao pensarmos o currículo escolar, devemos atentar que nem tudo o que a escola diz ensinar, a aluna ou o aluno assumem como aprendidos e, ainda, que nem tudo o que alunas e alunos dizem ter aprendido na escola, a escola assume como resultado de seu ensino. De fato, nas escolas, muitas coisas são ensinadas sem necessariamente serem anunciadas e muitas coisas são aprendidas sem que constem dos currículos escolares. O método que a escola usa para a definição do conhecimento que vai trabalhar diz muito sobre como ela encara o desafio de ensinar a todos. Mais que respostas, algumas perguntas podemos fazer a nós mesmos sobre o ensino na sala de aula: Quem define o conteúdo que será trabalhado em sala de aula? Com quem e a partir de que este conteúdo é definido? Como se distribui o trabalho com o conhecimento entre as séries ou ciclos? Como as professoras e professores interpretam a ciência? Ela se fundamenta de verdades ou incertezas? Quando e como o trabalho em sala de aula é planejado? O planejamento é coletivo? Acontece com os alunos e alunas junto aos professores e professoras? Acontece diariamente, semanalmente, mensalmente, semestralmente ou anualmente? As séries planejam vertical e horizontalmente? E os ciclos? De que maneiras são acompanhadas as construções dos alunos e alunas? Em que medida o currículo é diferenciado para atender às diferentes formas de aprender e às diferentes sínteses que o sujeito constrói ao longo de sua vida? Quais as contribuições das tecnologias ao desenvolvimento do currículo? Como integrar efetivamente as tecnologias ao desenvolvimento do currículo? Como desenvolver projetos no âmbito do currículo? Algumas propostas de trabalho curricular são desenvolvidas no Brasil e podem colaborar com a escola na atividade de ensinar de forma participativa e crítica a todos. Entre estas propostas podemos citar o tema gerador, o complexo temático e também a rede temática. Estas propostas têm em comum a organização do ensino a partir de uma leitura da realidade vivida pelos alunos e alunas, com o objetivo de elencar conceitos, formas de linguagem e relações políticas, tecnológicas econômicas e sociais presentes no cotidiano destes estudantes. A partir desta leitura, alguns conhecimentos são elencados para o trabalho através das diferentes disciplinas ou do conjunto de professores que trabalha com a turma. Definidos estes conceitos, a serem decodificados, o que se pretende é que o aluno ou aluna consiga avançar de uma determinada forma de ver a sua realidade (chamada realidade percebida) para uma outra forma (chamada concebida), mais elaborada e crítica. Nesta transformação da forma como o sujeito vê o real é que diversos conteúdos vão sendo trabalhados, buscando instrumentalizar o estudante para a transformação social e atual da realidade.