SlideShare uma empresa Scribd logo
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
1
SISTEMATIZAÇÃO DE CONTEÚDOS EM 36 TÓPICOS
1. Identificar o acontecimento que pôs fim à carreira política de Napoleão Bonaparte.
O fim do Império Napoleónico aconteceu em 1815, com a derrota de Napoleão na Batalha de
Waterloo.
2. Indicar os objetivos do Congresso de Viena e as consequências destas medidas.
As potências aliadas (Prússia, Rússia e Império Austro-Húngaro) formaram a Santa Aliança
e organizaram o Congresso de Viena (1814-15). Neste Congresso reafirmaram-se os direitos
dinásticos e fez-se num novo mapa da Europa, criando fronteiras artificiais e ignorando as
aspirações nacionalistas de vários povos.
3. Referir a evolução política da França entre 1815 e 1871.
Registaram-se em França uma série de revoltas que conduziram a alguma instabilidade política:
- 1815-1830: restauração da monarquia dos Bourbon
- 1830-1848: monarquia constitucional de Luís Filipe
- 1848-1851: Segunda República
- 1851-1870: Segundo Império
- 1871-1940: Terceira República
4. Após o Congresso de Viena deram-se, na Europa, um conjunto de movimentos
revolucionários de independência nacional. Onde tiveram lugar? Contra quem?
Os movimentos de independência, conhecidos como “A Primavera das Nações”, foram os
seguintes:
- Movimentos nacionalistas na Grécia e Sérvia (libertaram-se dos turcos otomanos em
1830)
- Movimento nacionalista da Bélgica (separação da Holanda em 1830)
5. A América Central e do Sul também foram abrangidas por esta vaga revolucionária.
Justifica.
Ao longo do século XIX registaram-se revoltas liberais e nacionalistas na América Latina,
tendo as colónias espanholas e portuguesa (Brasil) declarado a independência e tendo
imposto, paralelamente, regimes liberais.
6. Indicar algumas invenções tecnológicas fundamentais para o desenvolvimento da
Revolução Industrial no século XIX.
Ao longo do século XIX registou-se um grande avanço científico, a par de um grande
avanço tecnológico, nomeadamente com o aparecimento do telefone, da lâmpada /
eletricidade, telégrafo e a aplicação da máquina a vapor aos transportes (locomotiva e navio
a vapor)
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. GINESTAL MACHADO
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES
CURSO PROFISSIONAL DE ARTES DO ESPETÁCULO -
INTERPRETACAO
12º ANO TURMA- M MÓDULO 8: A CULTURA DA GARE
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
2
7. Quais os tipos de transporte que mais se desenvolveram no século XIX?
No século XIX desenvolveu-se a locomotiva a vapor e o navio a vapor.
8. Quais as vantagens económicas, sociais e culturais resultantes do desenvolvimento dos
transportes?
- desenvolvimento económico devido ao aumento de circulação de produtos
- formação de novas cidades
- alteração urbanística nas cidades devido à construção de infraestruturas (pontes, viadutos,
túneis, apeadeiros, gares)
- combateu o isolamento e encurtou distâncias
- aumento da mobilidade geográfica e social da população
- aumento da população urbana (bairros operários)
- aparecimento de novos empregos e profissões
- desenvolvimento financeiro dos investidores (Estados, sociedades privadas e Bolsa de
Valores)
- rapidez na correspondência
- avanço cultural
9. “ Convertidas em autênticos templos de modernidade, as gares vão refletir as últimas
novidades tecnológicas e construtivas decorrentes da Revolução industrial”. Comenta
a frase.
No século XIX, dá-se um desenvolvimento urbano devido ao crescimento demográfico, à
industrialização, ao desenvolvimento do comércio e dos serviços, ao crescimento da
burguesia e ao aparecimento do caminho-de-ferro. Este novo meio de transporte leva à
necessidade de construir uma estação de caminhos-de-ferro, a gare, no centro da cidade,
para onde convergem largas vias e avenidas, permitindo o escoamento rápido de um tráfico
intensificado pelas constantes “chegadas” dos comboios, dos transportes públicos, dos
automóveis e da população. A gare passa a ser a “nova porta da cidade”: ponto de encontro e
local de divulgação e de troca, espaços animados pela azáfama de gentes. Por isso, a gare
passa a ser um pólo de dinamização urbana: era um ponto aglutinador de ideias,
experiências e trocas, um local de pessoas em trânsito (esperas/despedidas), num
permanente movimento e burburinho. Tornou-se um símbolo da vida urbana, do progresso e
da civilização, lugar de confluência de viajantes e aventureiros, homens de negócios e
industriais, de gente à procura de melhores condições de vida.
A gare representa os novos tempos (a velocidade, o desenvolvimento da tecnologia, a
modernidade, a abertura ao mundo), a capacidade inventiva dos homens e o exemplo do uso
dos novos materiais construtivos (o ferro e o vidro, produzidos industrialmente) e a
proeminência de uma classe de técnicos, os engenheiros que se destacam dos arquitetos pela
sua formação nas Escolas Politécnicas. Os novos materiais permitem um novo esqueleto
arquitetónico, com uma estrutura mais resistente e aligeirada, maior amplidão dos vãos e da
altura dos edifícios; maior facilidade de modelação dos elementos, maior rapidez na
construção. Por outro lado, surge uma nova estética dominada pelas novas técnicas
construtivas, caracterizando-se pela abundância de vidro nas fachadas, pelas novas formas
de cobertura e pela valorização estética da estrutura.
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
3
10. Descrever a primazia do sentimento e da natureza no movimento Romântico.
O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, na
literatura e filosofia, para depois alcançar as artes plásticas. Diante do racionalismo anterior
à revolução, ele propunha a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Este
movimento cultural caracterizou-se por cultivar a emoção, a fantasia, o sonho, a
originalidade, a evasão para mundos exóticos, onde a verdade e a imaginação se confundem,
a exaltação da Natureza, o gosto pela Idade Média (o tempo da formação das Nações) e a
defesa dos ideais nacionalistas.
O romântico sente-se em rutura consigo próprio e, para se reconciliar consigo mesmo e
entender o mundo exterior projetou-se e identificou-se com a Natureza, ajustando-a a si,
fazendo dela o reflexo do seu estado interior, das suas emoções.
11. Descrever a importância do sentimento nacionalista para os Românticos.
Os Românticos eram defensores dos ideais liberais e, por isso, tinham preocupações
políticas, numa permanente contestação ao presente, apoiando os projetos nacionalistas
(como por exemplo Lord Byron, que apoiou a luta grega). Por isso, os românticos
valorizaram as raízes históricas das nações, retrocedendo até à Idade Média, e privilegiaram
as línguas nacionais, o folclore e as tradições.
12. Condições de vida e de trabalho do proletariado.
Com a industrialização, surgem cidades-cogumelo que acolhiam cada vez mais operários
vindos dos campos, com famílias numerosas que vendiam como força de trabalho às
fábricas e minas, de onde retiravam, em média, parcos sustentos e encontravam difíceis e
desumanas condições de trabalho, nomeadamente em Inglaterra, onde a pobreza urbana da
Revolução Industrial atingiu níveis chocantes e desigualdades sociais extremas.
13. Identificar os fatores que contribuíram para a crítica social e política.
Os fatores que contribuíram para a crítica social e política foram a crescente alfabetização, o
desenvolvimento da imprensa, o espírito interventivo, o declínio da mentalidade religiosa e a
crescente consciencialização das liberdades individuais.
14. Relacionar a crítica social e política com a produção artística.
A defesa do princípio da liberdade estendeu-se ao princípio da liberdade na arte e, através da
ação criativa, os artistas acabaram, também, por contribuir para a crítica social e política. A
arte deixa de ser elitista e “desce à rua”: Munch e Toulouse-Lautrec dedicaram-se ao cartaz,
Balzac e George Sand publicaram os seus romances em folhetins de jornais, os livros de
Emílio Zola atingiram grandes tiragens e apareceram os museus.
15. Justificar o contributo de Gustave Eiffel para a inovação registada na arquitetura do
século XIX.
Gustave Eiffel (1832-1923), nasceu em Dijon onde fez os estudos iniciais, mas completa em
Paris a sua formação superior e técnica. Preparado para dirigir uma empresa familiar, acaba
por iniciar a sua carreira numa empresa de construções metálicas, onde se distinguiu na obra
da ponte de Bordéus (1868-1860). Em 1867, fundou a sua própria empresa especializando-
se na chamada construção do ferro, sendo o inventor de um novo sistema de distribuições de
cargas com base no desenho de arcos metálicos que lhe permitia vencer grandes vãos, sendo
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
4
a Ponte de D. Maria I em 1877 a sua primeira obra. Em Portugal da sua autoria, destaca-se a
Ponte de Viana do Castelo em 1878. No plano internacional, a estrutura interna da Estátua
da Liberdade em Nova Iorque em 1881 e em França uma série de obras de referência: Ponte
Route de Saint André de Cubaz, em Gironde (1883), a Ponte Garabit em Cantal (1884) e a
Cúpula do Observatório de Nice (1886). Porém a sua obra emblemática foi sem dúvida a
Torre Eiffel com 324 metros de altura e 12.000 peças, edificada em 1889, por ocasião da
Exposição Universal de Paris e por ocasião das Comemorações do 1ºCentenário da
Revolução Francesa e que traduz os novos desafios, das construções do ferro e do vidro,
associados à leveza e a originalidade da referida obra.
16. Explicar a importância da 1ª Exposição Universal em Londres, em 1851.
- a Exposição Universal como montra do progresso industrial europeu e das suas
capacidades tecnológicas;
- os progressos tecnológicos e a sua manifestação na arquitetura: afirmação da engenharia
do ferro, que estende os seus processos construtivos, ligados aos caminhos-de-ferro,
à edificação de pavilhões;
- construção do Palácio de Cristal, um edifício de grande capacidade (70 000 m2) que não
era mais do que uma gigantesca estufa de ferro e vidro, criando um espaço amplo e
translúcido que surpreendeu a sociedade da época.
- para a construção ser rápida, foram introduzidos sistemas de pré-fabricação e
estandardização de elementos construtivos;
- a cobertura de interiores foi feita com grandes superfícies em vidro;
17. Identificar o Romantismo como um produto da época.
O Romantismo foi um produto da própria época porque adotou os princípios do Liberalismo
(individualismo, humanismo e nacionalismo), identificando o povo como a verdadeira alma
das nações, valorizando, portanto, a cultura popular (tradição, folclore). Defendeu o
idealismo revolucionário (democrático e socializante) devido à desilusão com a nova elite
dominadora: a burguesia. Adotou as novas correntes filosóficas: Kant, Schelling e
Schopanhauer.
18. Descrever os princípios do Romantismo.
O Romantismo é um movimento cultural que se caracteriza por uma nova maneira de sentir:
- a interioridade, o mundo complexo dos sentimentos e das emoções, os sonhos, os
devaneios, as fantasias, as viagens ao interior de cada um, numa incansável fuga ao real, que
desilude, magoa e engana
- privilegia a emoção em detrimento da razão, o sonho em vez da realidade e o idealismo
acima do pragmatismo
- o isolamento da alma em comunhão com a natureza, manifestado na exaltação do mundo
rural e puro e no interesse pelas sociedades primitivas ou exóticas, não maculadas pela
civilização ocidental
- a valorização do passado de cada nação, cujas raízes mergulhavam na Idade Média,
idealizada através da literatura e das suas ruínas monumentais
- convicção de que a arte é essencialmente inspiração e criação (não nasce por receita,
academismo ou encomenda), obedecendo unicamente a impulsos pessoais, despoletada por
uma necessidade inata e sublime. Por isso, afronta aos critérios e normas académicas,
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
5
apresentando os esboços, os desenhos ou as aguarelas como obras definitivas e utilizando
técnicas mais experimentais e expressivas, com pincelada mais fluida.
19. Descrever as características da arquitetura romântica, integrando-as na procura de
uma estética própria.
À ordem, proporção, simetria e harmonia do Neoclassicismo, a arquitetura romântica vai
contrapor a irregularidade, o organicismo das formas, os efeitos de luz, os movimentos dos
planos e o pitoresco da decoração, com a intenção de provocar o encantamento e evasão, a
imaginação e sentidos, o sonho e fantasia, os espaços distantes ou imaginários. Para os
Românticos, a arquitetura deveria ser capaz de provocar sensações, motivar estados de
espírito e transmitir ideias, marcando a passagem da “forma medida” (neoclássica) para a
“forma sentida” (a romântica).
Os primeiros sinais desta nova postura face à arquitetura dos espaços manifestaram-se nos
jardins que, desde os inícios do século XVIII, começaram a misturar as características do
jardim francês, racional e geométrico, com o chamado “jardim à inglesa”, natural e
selvagem, semeado de pavilhões chineses e falsas ruínas.
Preocupada com os efeitos, a arquitetura do Romantismo manifestou-se sobretudo pela
forma e pela decoração na procura de uma estética própria, dando menos importância aos
aspetos técnicos e estruturais que, no geral, seguiram as tendências e os progressos da
construção da época. São muitos os exemplos de edifícios com estruturas em ferro e aço
(com estruturadas deixadas à vista e/ou trabalhadas com formas decorativas próprias) e com
a utilização de materiais industriais (ferro, tijolo vidrado e vidro).
A procura de uma estética própria não conduziu, no entanto, a uma nova arquitetura ou a um
novo estilo porque promoveu a reprodução de estilos construídos em épocas não
influenciadas pelo Classicismo, em culturas exóticas e não contaminadas pela civilização
industrial.
20. Descrever o aparecimento de revivalismos no contexto cultural da época.
O interesse crescente pela História, o nacionalismo político, a valorização das tradições
nacionais, o desejo de fuga ao presente conduziram aos revivalismos, ao desejo de reanimar
estilos do passado.
A Idade Média foi a época de eleição do 1º revivalismo – o Neogótico – que começou a
revelar-se em meados do século XVIII com os arquitetos Horace Walpole e filho, James
Wyatt, os teorizadores August Pugin filho, o historiador e crítico de arte John Ruskin e os
franceses Chateaubriand e Viollet-le-Duc. John Ruskin enaltecia as qualidades do Gótico,
afirmando ser um estilo verdadeiramente universal pois aliou-se às necessidades práticas
sem receber influência de movimentos anteriores. Viollet-le-Duc destacou o Gótico como o
apogeu do progresso e expressão do génio humano devido à invenção de nova tecnologia
construtiva.
Exemplos de construções românticas:
- Charles Berry e August Pugin, filho, Palácio do Parlamento, Londres, Inglaterra: longa
fachada, simétrica; irregularidade gótica (algumas torres desirmanadas), decoração
tipicamente medieval (esculturas, pináculos, cúpulas)
- F.C. Bau,e Thérodore Ballu, Igreja de Santa Clotilde, Paris: planta em cruz latina,
transepto pouco saliente, abóbadas nas naves, torres sineiras terminadas com agulhas, portal
ocidental triplo; características modernas: utilização de novos materiais (ferro, aço)
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
6
- Georg von Dollman, Castelo de Neuschwanstein, 1870, Baviera, Alemanha: volumes
irregulares; múltiplas torres aguçadas e esguias
Outros revivalismos: neorromânico, neorrenascentista, neobizantino, neobarroco.
Ecletismo: combinação de vários estilos arquitetónicos no mesmo edifício
Exotismos (Estilo indo-muçulmano): gosto pelas culturas não europeias, por tudo aquilo que
apela à imaginação e ao mistério; o espírito irrequieto, insatisfeito e sonhador leva ao gosto
por viagens e pelas culturas não europeias, por tudo aquilo que apela à imaginação e ao
mistério
21. Caracterizar a arquitetura romântica portuguesa.
A introdução do Romantismo em Portugal está relacionada com uma conjuntura propícia à
eclosão do nacionalismo e à defesa intransigente da nossa cultura e do nosso passado
histórico: as invasões francesas, a Revolução Liberal de 1820, a Guerra Civil e a
Regeneração. Em Portugal, o revivalismo teve, por isso, um carácter nacionalista, evocando,
principalmente nos edifícios públicos, as épocas de maior esplendor da nossa História, com
destaque para os Descobrimentos e o estilo Manuelino:
- Palácio do Buçaco (Luigi Manini e Nicola Bigaglia): exemplo da arquitetura revivalista
romântica; revivalismo neomanuelino, adotando características da Torre de Belém, com
planta rectangular, torre coroada por uma esfera armilar e galeria do piso térreo com arcadas
ornamentadas; corpo central é uma réplica da Torre de Belém enquanto que a arcada é uma
réplica do Mosteiro dos Jerónimos.
- Estação do Rossio (José Luís Monteiro)
- Palácio da Regaleira (Luigi Manini) - obra mística e misteriosa, eclética, simbolista e
esotérica
O Neogótico ficou em 2º plano: moradias, igrejas, jazigos fúnebres.
Outros revivalismos: neorromânico, neoárabe
22. Integrar a construção e as características formais do Palácio da Pena no contexto
artístico da época.
O Palácio da Pena é expressão da arquitetura e do espírito romântico, devido aos seguintes
aspetos e características:
- Iniciativa e sensibilidade estética do encomendador:
- aquisição, por parte de D. Fernando de Saxe-Coburgo (1818-1885), marido da
rainha D. Maria II, de um antigo mosteiro, para a construção de uma residência-
palácio de Verão ao gosto romântico;
- escolha de um local no topo da Serra de Sintra, com vista privilegiada sobre toda a
natureza envolvente;
- o encomendador, D. Fernando era um romântico por natureza.
- Exotismos e revivalismos presentes na estrutura:
• ecletismo arquitetónico, concretizado numa profusão de estilos: neogótico,
neomanuelino, neomourisco, neo-indiano (mistura intencional da mentalidade
romântica, que dedicava invulgar fascínio ao exotismo);
• neomourisco, nos contrafortes exteriores, nos arcos e nas cúpulas;
• neogótico, na torre do relógio;
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
7
• neomanuelino, na decoração do claustro do antigo convento e na janela que
constitui uma réplica da janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar.
Elementos decorativos exteriores:
• bow-window (janela saliente), ladeada por duas torres de sugestão medieval;
• pórtico alegórico da criação do mundo, encimado por um tritão (representação
manuelina – temas marítimos – e exótica);
• baluarte cilíndrico de grande porte, encimado por uma cúpula;
• cúpulas orientalizantes.
23. Descrever as características da pintura romântica.
A pintura foi a disciplina mais representativa do romantismo. Foi ela o veículo que
consolidaria definitivamente o ideal de uma época. As cores se libertaram e fortaleceram,
dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A
paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição,
mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
- Quebra de regras das academias e exaltação da liberdade de expressão artística e de
sentimentos: a obra de arte é o resultado da inspiração, genialidade e impulsos o que leva à
emancipação do pintor relativamente à encomenda, à individualização e à diversificação da
pintura romântica.
Temas:
- históricos: episódios da época medieval de cada nação, através de uma leitura exaltada dos
acontecimentos e da valorização do herói individual, abnegado, individualista, e entregue à
causa
- literários: inspiração na literatura do passado e do presente: romances medievais de
cavalaria e autores clássicos
- mitológicos: Gosto pelas mitologias cristã e nórdica, tratadas com misticismo e
espiritualidade
- atualidade político-social da época: naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas e seus
heróis, lutas pela libertação das minorias
- Temas inspirados no mundo do sonho (onírico) e do fantástico: inspiração no mundo
interior, na imaginação e na fantasia, no subconsciente, nas lendas, nos contos de fadas, no
metafísico e no absurdo
- costumes populares: festas e romarias
- Temas inspirados nas tradições, hábitos e raças exóticas e nas civilizações não europeias
(China, Índia ou Norte de África) devido ao gosto pelo pitoresco
- vida animal
- paisagem, o tema de grande preferência: natureza tratada com bucolismo e nostalgia
(dramática ou emocional), projetando nela os seus próprios estados de espírito
24. Caracterizar os distintos modos como o tema “paisagem” ou “natureza” foi tratado no
período romântico.
Na pintura romântica, o artista privilegia a natureza da seguinte forma:
- a paisagem é um tema preferencial entre os pintores românticos, porque nela projectavam
os seus estados de espírito e a sua visão da existência;
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
8
- a natureza torna-se uma fonte de inspiração para os românticos, que a retratavam nas suas
várias cambiante (tempestuosa, dramática, bucólica e pitoresca);
- a representação da natureza constitui um modo privilegiado de os artistas expressarem as
emoções, os sentimentos, a sensibilidade, a imaginação, a fantasia, o mistério, o sonho, a
subjectividade, a espiritualidade;
- John Constable recria, de um modo naturalista, ainda que poético, emotivo e sensível, as
formas, o elementos e as cores da natureza, com rigor, detalhe e precisão, evocando, por
vezes, o gosto pela Idade Média
- William Turner tem uma conceção sublime da paisagem, recriando paisagens heroicas
através da apresentação da paisagem como protagonista no momento de máxima violência.
Neste sentido, o indivíduo funde-se com a paisagem e as formas diluem-se (próximo da
abstração)
- C.D. Friedrich cria espaços irreais, atmosferas melancólicas, apresentando uma Natureza
como emanação de Deus (espaço poético, espiritual e sublime). Por conseguinte, há uma
indefinição de espaço concreto (vazio inquietante), uma limitada gama cromática e uma
ausência de detalhes.
25. Descrever as técnicas inovadoras da pintura romântica.
- Influências do academismo: tratamento realista e naturalista da forma; prática do claro-
escuro
- Emancipação do academismo: sobrevalorização da cor, usada de forma mais livre,
emocional e lírica; a cor transforma-se no principal elemento construtivo da forma pelo que
se regista uma simplificação no desenho das formas e no tratamento do claro-escuro e uma
maior sensação de bidimensionalidade
- Prevaleceu a cor sobre o desenho linear
- Uso de uma paleta cromática variada
- Exploração dos contrastes fortes e não harmónicos
- Uso de intensos efeitos de claro-escuro
- Luminosidade artificial e dramática
- Focalização da luz sobre o assunto a destacar, acentuando a expressividade da cena
- Preferência pelo óleo e pela aguarela
- Pintura larga, fluida, vigorosa e espontânea
- Definição menos nítida dos volumes
- Composições movimentadas: linhas oblíquas e sinuosas para reforçar o sentido trágico,
dramático e heróico da cena
- A figura humana não obedece aos cânones clássicos: em escorço e em contraposto;
atitudes contratadas; dramatismo e movimento
26. Identificar os principais pintores românticos.
- França: Théodore Géricault e Eugéne Delacroix
- Alemanha: Gaspar David Friedrich
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
9
- Inglaterra: William Blake, Georges Stubbs, John Constable e William Turner
- Suiça: Henri Füssli
- Espanha: Francisco Goya
27. Identificar o lugar da escultura na arte romântica.
A escultura romântica teve um lugar secundário entre as artes do Romantismo. A exigência
dos materiais e a conceção/execução mais lenta impunham limites à espontaneidade e à
liberdade do artista.
28. Descrever a temática e as formas de representação da escultura romântica.
Os temas da escultura romântica foram: a natureza (animais selvagens), as alegorias /
fantasias, a história / literatura e o retrato
Quanto às formas de representação, e como reação ao Neoclassicismo (evitaram-se as
composições estáticas e as superfícies polidas e lisas), exaltou-se a expressividade através de
composições movimentadas e de sentido dramático.
Os principais escultores foram: August Préault, Jean Batista Carpeaux, François Rude
29. Caracterizar a pintura e a escultura romântica em Portugal.
A pintura romântica teve uma entrada tardia em Portugal, não teve um programa
consistente nem objetivos concretos e incidiu sobretudo pintura de paisagens (confusão com
Naturalismo)
Os principais temas foram a pintura histórica (Idade Média/História Nacional), a pintura de
género (vida rural e costumes populares), a paisagem, as cenas místicas (procissões) e o
retrato
Os principais pintores foram Tomás da Anunciação, Francisco Metras, Leonel Marques
Pereira, João Cristino da Silva, Augusto Roquemont
A escultura também teve uma forte tradição académica neoclássica e representou, sobretudo,
heróis e figuras nacionais. Os principais escultores românticos foram Vitor Bastos, Costa
Mota Tio e Anatole Camels
30. Descrever a nova conjuntura de meados do século XIX e os seus reflexos sobre a arte.
Em meados do século XIX fazem-se já sentir as primeiras crises do sistema capitalista, a
“questão operária” transforma-se num verdadeiro problema social, conduzindo à
organização do movimento operário, com o crescente número de greves e de manifestações.
Os movimentos nacionalistas continuavam assim como a luta entre os liberais (entre as
fações mais democráticas e as mais conservadoras). As questões políticas, económicas e
sociais eram divulgadas pelo crescente número de jornais o que, conjuntamente com a
crescente alfabetização, contribuiu para a laicização do pensamento e das mentalidades.
Deste modo, foi crescendo o interesse pela realidade, a par de um maior racionalismo,
pragmatismo e materialismo da vida quotidiana, o que permitiu uma visão mais realista e
objetiva da realidade. A imaginação começa a ser substituída pela observação da realidade e
a subjetividade é posta de parte.
31. Caracterizar a pintura da “Escola de Barbizon”.
Barbizon, a 30 km de Paris, foi o local escolhido por alguns pintores para pintar a natureza
em natureza (ao ar livre), fora dos ateliers. Os naturalistas pintam paisagens, cenas do
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
10
quotidiano e retratos, com o objetivo de representar objetivamente a realidade visível.
Abandonam os temas dos pintores românticos (temas de inspiração literária ou histórica,
fantasias) e o sentimentalismo e a subjetividade exagerados.
Camille Corot retrata paisagem rural e citadina e retratos com rigor objetivo da composição,
respeito pelos valores atmosféricos (luz e cor) e serenidade expressiva.
Eugéne Boudin e Jonkind dedicam-se a temas ligados ao mar e à água, com uma
intensificação da luminosidade
32. Justificar o conceito de “arte útil” defendido pelos pintores realistas.
O realismo nasceu na França, após as revoltas de 1848 e como resposta à estética novelesca
e fictícia do romantismo. A vida dos trabalhadores no campo, nas minas, ou seja, das classes
menos privilegiadas, foi o tema dessa pintura, que tinha como finalidade a
consciencialização da sociedade o que, logicamente, foi recusada pela alta burguesia. O
Realismo está, portanto, relacionado com o espírito científico e tecnológico e com uma
sociedade em mudança, levando os artistas a procurarem olhar a realidade envolvente de
modo objetivo. Como consequência, realizaram uma renovação da linguagem plástica e das
temáticas pictóricas, agora inspiradas na realidade, demonstrando um espírito analítico e
científico na arte. A pintura aparece, portanto, como um processo interpretativo da realidade
física e social, havendo uma relação entre a arte e o compromisso social: a teoria sobre a
Questão Social, de Pierre Proudhon, segundo a qual a arte devia ter fins sociais e o artista
devia comprometer-se com as grandes causas humanas, denunciando, através da sua obra, as
contradições e as injustiças (arte útil).
33. Caracterizar a pintura realista, a nível temático e formal.
O Realismo descende do Naturalismo e da “Escola de Barbizon”, constituindo uma forma
mais politizada de retratar a realidade social, utilizando a arte como instrumento de denúncia
social e política (conceito socialista de arte útil).
Os pintores realistas retratam aspetos do quotidiano rural, representando a condição humilde
dos camponeses e a dureza do trabalho da terra: cenas domésticas, de trabalho ou de lazer
com pessoas comuns e anónimas. Representam a realidade de modo fotográfico e objetivo
(denúncia das injustiças e das incoerências sociais presentes no mundo do trabalho).
Em termos formais, os pintores realistas acentuaram a importância da luz no tratamento dos
volumes, respeitaram a cor ambiente e a anatomia humana nas proporções e volumetrias.
Gustave Courbet, defensor dos ideais socialistas, dedicou-se a representar paisagens
campestres e cenas da pequena burguesia urbana, retratos e auto-retratos (a realidade
visível). Jean François Millet retratou cenas da vida rural.
O Realismo expandiu-se sobretudo para países com maiores problemas sociais causados
pela industrialização: Wilhelm Leibl (Alemanha) e Giovanni Fattori (Itália)
34. Referir os principais progressos registados na fotografia.
- Século XVI – Giovanni Battista della Porta – invenção da “câmara escura”
- 1839 – Louis Daguerre inventa o “daguerreótipo” - emprego de uma camada de prata pura
sobre placas de cobre, polidas e sensibilizadas por meio de vapores de iodo que, após uma
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL
11
exposição de 3 a 30 minutos, revelava a imagem por meio de vapores de mercúrio, fixando-
se numa solução de hipossulfito de soda.
- William Fox Talbot – invenção do processo de reprodução de imagens positivas a partir de
uma imagem negativa; Janela da biblioteca de Abadia de Locock Abbey, considerada a
primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo
35. Descrever os contributos recíprocos entre a fotografia e a pintura realista.
Os contributos da fotografia para a pintura foram o olhar casual capaz de ver a realidade em
fragmentos e de apreciar os gestos e os movimentos espontâneos, contribuiu para terminar
com todas as conceções académicas sobre a composição da pintura e permitiu rever as
técnicas de representação da realidade. Por sua vez, a pintura contribuiu para a fotografia
pelas referências temáticas, a composição e o enquadramento da imagem.
36. Demonstrar a utilização da fotografia por Lewis Hine como instrumento de educação e
de alerta.
Lewis Hine, nasceu em Winsconsin (Estados Unidos). Com formação académica na área da
sociologia, desenvolve a sua atividade no ensino onde utiliza a câmara fotográfica com fins
educativos antes de se dedicar definitivamente à fotografia. Os seus primeiros trabalhos são
marcados pela denúncia das injustiças sociais, situação da classe trabalhadora e outras
questões de natureza crítica que afetam a sociedade americana. É neste contexto que se
identificam as suas fotografias sobre a imigração de Ellis Island, em que o papel persuasivo
dessas imagens têm como objetivo abalar as consciências dos cidadãos, de modo a fazer
pressão para a melhoria das condições de alojamento, trabalho e educação dos imigrantes.
Como fotógrafo do National Child Labor desde 1808, denuncia a situação das crianças,
desde o abandono à situação precária a que estão sujeitas nomeadamente no trabalho
infantil. Do seu registo, destaca-se a ação da Cruz Vermelha americana na Europa durante o
1º conflito mundial e as obras de construção do Empire State Building, nos anos 20 e 30,
que se destaca a valorização do trabalho do homem no contexto da construção da sociedade
industrial moderna. Finalmente de referir que o valor artístico das suas imagens
acompanhou este processo de denúncia da exploração da mão-de-obra infantil assim como o
valor da força do homem na construção da sociedade industrial.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cultura da catedral
Cultura da catedralCultura da catedral
Cultura da catedral
Ana Barreiros
 
Módulo 8 contextualização histórica
Módulo 8   contextualização históricaMódulo 8   contextualização histórica
Módulo 8 contextualização histórica
Carla Freitas
 
Cultura do mosteiro
Cultura do mosteiroCultura do mosteiro
Cultura do mosteiro
Ana Barreiros
 
Módulo 5 - Contexto Histórico
Módulo 5 - Contexto HistóricoMódulo 5 - Contexto Histórico
Módulo 5 - Contexto Histórico
Carla Freitas
 
A arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroA arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidro
Carlos Pinheiro
 
Exame módulo 1 de HCA
Exame módulo 1 de HCAExame módulo 1 de HCA
Exame módulo 1 de HCA
teresagoncalves
 
A cultura da gare
A cultura da gareA cultura da gare
A cultura da gare
Catarina Barbosa
 
A Arquitectura do Ferro
A Arquitectura do FerroA Arquitectura do Ferro
A Arquitectura do Ferro
Michele Pó
 
A cultura do palco
A cultura do palcoA cultura do palco
A cultura do palco
Carlos Pinheiro
 
Arte Gótica
Arte GóticaArte Gótica
Arte Gótica
Carlos Vieira
 
Módulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contextoMódulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contexto
cattonia
 
Cultura do Palácio - Pintura do renascimento
Cultura do Palácio - Pintura do renascimentoCultura do Palácio - Pintura do renascimento
Cultura do Palácio - Pintura do renascimento
Carlos Vieira
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
Vítor Santos
 
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCAResumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Dylan Bonnet
 
Módulo 6 contextualização
Módulo 6   contextualizaçãoMódulo 6   contextualização
Módulo 6 contextualização
Carla Freitas
 
Cultura da gare
Cultura da gareCultura da gare
Cultura da gare
Marta Marinho
 
Cultura do palco
Cultura do palcoCultura do palco
Cultura do palco
Ana Barreiros
 
A cultura do senado
A cultura do senadoA cultura do senado
A cultura do senado
Ana Barreiros
 
Neoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugalNeoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugal
Ana Barreiros
 
Pintura e escultura do romantismo
Pintura e escultura do romantismoPintura e escultura do romantismo
Pintura e escultura do romantismo
Ana Barreiros
 

Mais procurados (20)

Cultura da catedral
Cultura da catedralCultura da catedral
Cultura da catedral
 
Módulo 8 contextualização histórica
Módulo 8   contextualização históricaMódulo 8   contextualização histórica
Módulo 8 contextualização histórica
 
Cultura do mosteiro
Cultura do mosteiroCultura do mosteiro
Cultura do mosteiro
 
Módulo 5 - Contexto Histórico
Módulo 5 - Contexto HistóricoMódulo 5 - Contexto Histórico
Módulo 5 - Contexto Histórico
 
A arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroA arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidro
 
Exame módulo 1 de HCA
Exame módulo 1 de HCAExame módulo 1 de HCA
Exame módulo 1 de HCA
 
A cultura da gare
A cultura da gareA cultura da gare
A cultura da gare
 
A Arquitectura do Ferro
A Arquitectura do FerroA Arquitectura do Ferro
A Arquitectura do Ferro
 
A cultura do palco
A cultura do palcoA cultura do palco
A cultura do palco
 
Arte Gótica
Arte GóticaArte Gótica
Arte Gótica
 
Módulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contextoMódulo 9 HCA contexto
Módulo 9 HCA contexto
 
Cultura do Palácio - Pintura do renascimento
Cultura do Palácio - Pintura do renascimentoCultura do Palácio - Pintura do renascimento
Cultura do Palácio - Pintura do renascimento
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCAResumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCA
 
Módulo 6 contextualização
Módulo 6   contextualizaçãoMódulo 6   contextualização
Módulo 6 contextualização
 
Cultura da gare
Cultura da gareCultura da gare
Cultura da gare
 
Cultura do palco
Cultura do palcoCultura do palco
Cultura do palco
 
A cultura do senado
A cultura do senadoA cultura do senado
A cultura do senado
 
Neoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugalNeoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugal
 
Pintura e escultura do romantismo
Pintura e escultura do romantismoPintura e escultura do romantismo
Pintura e escultura do romantismo
 

Semelhante a M8

Novos
NovosNovos
A cultura da gare
A cultura da gareA cultura da gare
A cultura da gare
Ana Barreiros
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
Carla Teixeira
 
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptxA 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
isabellagracemillard
 
A abertura ao mundo
A abertura ao mundoA abertura ao mundo
A abertura ao mundo
cattonia
 
História do Design - Mov Reforma - Hd04
História do Design - Mov Reforma - Hd04História do Design - Mov Reforma - Hd04
História do Design - Mov Reforma - Hd04
Valdir Soares
 
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
Vítor Santos
 
Roteiro 1 contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
Roteiro 1   contexto hist. século xix - europa - 2ª parteRoteiro 1   contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
Roteiro 1 contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
Bruno Cechinel Filho
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
Lidiane Andrade
 
a história da arte
a história da artea história da arte
a história da arte
Luiz Philip
 
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 20122C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
www.historiadasartes.com
 
Revista Ideia Abstrata
Revista Ideia AbstrataRevista Ideia Abstrata
Revista Ideia Abstrata
Lidiane Gleyce
 
01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia
Vítor Santos
 
A Civilização Industrial no século XIX
A Civilização Industrial no século XIXA Civilização Industrial no século XIX
A Civilização Industrial no século XIX
Nuno Eusébio
 
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdfAula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
SilviaRaquelChiarell1
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
Marilia Pimentel
 
A belle époque
A belle époqueA belle époque
A belle époque
Katia Hartmann
 
Do Ultrarromantismo ao Realismo
Do Ultrarromantismo ao RealismoDo Ultrarromantismo ao Realismo
Do Ultrarromantismo ao Realismo
Lurdes Augusto
 
Renascimento raquel manhita
Renascimento raquel manhitaRenascimento raquel manhita
Renascimento raquel manhita
ceufaias
 
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
Vítor Santos
 

Semelhante a M8 (20)

Novos
NovosNovos
Novos
 
A cultura da gare
A cultura da gareA cultura da gare
A cultura da gare
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptxA 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
A 2ª fase da industrialização - PPT trabalho individual de história.pptx
 
A abertura ao mundo
A abertura ao mundoA abertura ao mundo
A abertura ao mundo
 
História do Design - Mov Reforma - Hd04
História do Design - Mov Reforma - Hd04História do Design - Mov Reforma - Hd04
História do Design - Mov Reforma - Hd04
 
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
 
Roteiro 1 contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
Roteiro 1   contexto hist. século xix - europa - 2ª parteRoteiro 1   contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
Roteiro 1 contexto hist. século xix - europa - 2ª parte
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
a história da arte
a história da artea história da arte
a história da arte
 
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 20122C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
2C14 Romantismo e National Gallery of Art of Washington 2012
 
Revista Ideia Abstrata
Revista Ideia AbstrataRevista Ideia Abstrata
Revista Ideia Abstrata
 
01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia
 
A Civilização Industrial no século XIX
A Civilização Industrial no século XIXA Civilização Industrial no século XIX
A Civilização Industrial no século XIX
 
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdfAula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
Aula 2_Ecletismo e Neoclassicismo.pdf
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
A belle époque
A belle époqueA belle époque
A belle époque
 
Do Ultrarromantismo ao Realismo
Do Ultrarromantismo ao RealismoDo Ultrarromantismo ao Realismo
Do Ultrarromantismo ao Realismo
 
Renascimento raquel manhita
Renascimento raquel manhitaRenascimento raquel manhita
Renascimento raquel manhita
 
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
 

Mais de Biblioteca da Escola S. Ginestal Machado

Guia alinhamento quadro_eqavet
Guia alinhamento quadro_eqavetGuia alinhamento quadro_eqavet
Guia alinhamento quadro_eqavet
Biblioteca da Escola S. Ginestal Machado
 
Passaporte leitor
Passaporte leitorPassaporte leitor
A arte barroca
A arte barrocaA arte barroca
Folha resumo domínios
Folha resumo domíniosFolha resumo domínios
Notícias da biblioteca 2.º periodo
Notícias da biblioteca 2.º periodoNotícias da biblioteca 2.º periodo
Notícias da biblioteca 2.º periodo
Biblioteca da Escola S. Ginestal Machado
 
Camões
CamõesCamões
Cartaz ines 5
Cartaz ines 5Cartaz ines 5
Novas aquisições
Novas aquisiçõesNovas aquisições
Novas aquisições
Novas aquisiçõesNovas aquisições
Como apresentar uma bibliografia
Como apresentar uma bibliografiaComo apresentar uma bibliografia
Como apresentar uma bibliografia
Biblioteca da Escola S. Ginestal Machado
 
Visita do Livro
Visita do LivroVisita do Livro
Manual de Procedimentos
Manual de ProcedimentosManual de Procedimentos
Guia do utilizador da BE
Guia do utilizador da BEGuia do utilizador da BE
Regimento da Biblioteca
Regimento da BibliotecaRegimento da Biblioteca

Mais de Biblioteca da Escola S. Ginestal Machado (15)

Guia alinhamento quadro_eqavet
Guia alinhamento quadro_eqavetGuia alinhamento quadro_eqavet
Guia alinhamento quadro_eqavet
 
Passaporte leitor
Passaporte leitorPassaporte leitor
Passaporte leitor
 
A arte barroca
A arte barrocaA arte barroca
A arte barroca
 
Folha resumo domínios
Folha resumo domíniosFolha resumo domínios
Folha resumo domínios
 
Notícias da biblioteca 2.º periodo
Notícias da biblioteca 2.º periodoNotícias da biblioteca 2.º periodo
Notícias da biblioteca 2.º periodo
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Cartaz ines 5
Cartaz ines 5Cartaz ines 5
Cartaz ines 5
 
Novas aquisições
Novas aquisiçõesNovas aquisições
Novas aquisições
 
Novas aquisições
Novas aquisiçõesNovas aquisições
Novas aquisições
 
Como apresentar uma bibliografia
Como apresentar uma bibliografiaComo apresentar uma bibliografia
Como apresentar uma bibliografia
 
Visita do Livro
Visita do LivroVisita do Livro
Visita do Livro
 
Manual de Procedimentos
Manual de ProcedimentosManual de Procedimentos
Manual de Procedimentos
 
Guia do utilizador da BE
Guia do utilizador da BEGuia do utilizador da BE
Guia do utilizador da BE
 
Regimento da Biblioteca
Regimento da BibliotecaRegimento da Biblioteca
Regimento da Biblioteca
 
Classificação Decimal Universal (adotada na escola)
Classificação Decimal Universal (adotada na escola)Classificação Decimal Universal (adotada na escola)
Classificação Decimal Universal (adotada na escola)
 

Último

Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
enpfilosofiaufu
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
TomasSousa7
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
DanielCastro80471
 
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmenteeducação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
DeuzinhaAzevedo
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slidesSócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
jbellas2
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdfthe_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
CarinaSoto12
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
JulianeMelo17
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
AdrianoMontagna1
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
djincognito
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 

Último (20)

Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
 
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmenteeducação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slidesSócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdfthe_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
the_story_garden_5_SB_with_activities.pdf
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 

M8

  • 1. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 1 SISTEMATIZAÇÃO DE CONTEÚDOS EM 36 TÓPICOS 1. Identificar o acontecimento que pôs fim à carreira política de Napoleão Bonaparte. O fim do Império Napoleónico aconteceu em 1815, com a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo. 2. Indicar os objetivos do Congresso de Viena e as consequências destas medidas. As potências aliadas (Prússia, Rússia e Império Austro-Húngaro) formaram a Santa Aliança e organizaram o Congresso de Viena (1814-15). Neste Congresso reafirmaram-se os direitos dinásticos e fez-se num novo mapa da Europa, criando fronteiras artificiais e ignorando as aspirações nacionalistas de vários povos. 3. Referir a evolução política da França entre 1815 e 1871. Registaram-se em França uma série de revoltas que conduziram a alguma instabilidade política: - 1815-1830: restauração da monarquia dos Bourbon - 1830-1848: monarquia constitucional de Luís Filipe - 1848-1851: Segunda República - 1851-1870: Segundo Império - 1871-1940: Terceira República 4. Após o Congresso de Viena deram-se, na Europa, um conjunto de movimentos revolucionários de independência nacional. Onde tiveram lugar? Contra quem? Os movimentos de independência, conhecidos como “A Primavera das Nações”, foram os seguintes: - Movimentos nacionalistas na Grécia e Sérvia (libertaram-se dos turcos otomanos em 1830) - Movimento nacionalista da Bélgica (separação da Holanda em 1830) 5. A América Central e do Sul também foram abrangidas por esta vaga revolucionária. Justifica. Ao longo do século XIX registaram-se revoltas liberais e nacionalistas na América Latina, tendo as colónias espanholas e portuguesa (Brasil) declarado a independência e tendo imposto, paralelamente, regimes liberais. 6. Indicar algumas invenções tecnológicas fundamentais para o desenvolvimento da Revolução Industrial no século XIX. Ao longo do século XIX registou-se um grande avanço científico, a par de um grande avanço tecnológico, nomeadamente com o aparecimento do telefone, da lâmpada / eletricidade, telégrafo e a aplicação da máquina a vapor aos transportes (locomotiva e navio a vapor) AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. GINESTAL MACHADO HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES CURSO PROFISSIONAL DE ARTES DO ESPETÁCULO - INTERPRETACAO 12º ANO TURMA- M MÓDULO 8: A CULTURA DA GARE
  • 2. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 2 7. Quais os tipos de transporte que mais se desenvolveram no século XIX? No século XIX desenvolveu-se a locomotiva a vapor e o navio a vapor. 8. Quais as vantagens económicas, sociais e culturais resultantes do desenvolvimento dos transportes? - desenvolvimento económico devido ao aumento de circulação de produtos - formação de novas cidades - alteração urbanística nas cidades devido à construção de infraestruturas (pontes, viadutos, túneis, apeadeiros, gares) - combateu o isolamento e encurtou distâncias - aumento da mobilidade geográfica e social da população - aumento da população urbana (bairros operários) - aparecimento de novos empregos e profissões - desenvolvimento financeiro dos investidores (Estados, sociedades privadas e Bolsa de Valores) - rapidez na correspondência - avanço cultural 9. “ Convertidas em autênticos templos de modernidade, as gares vão refletir as últimas novidades tecnológicas e construtivas decorrentes da Revolução industrial”. Comenta a frase. No século XIX, dá-se um desenvolvimento urbano devido ao crescimento demográfico, à industrialização, ao desenvolvimento do comércio e dos serviços, ao crescimento da burguesia e ao aparecimento do caminho-de-ferro. Este novo meio de transporte leva à necessidade de construir uma estação de caminhos-de-ferro, a gare, no centro da cidade, para onde convergem largas vias e avenidas, permitindo o escoamento rápido de um tráfico intensificado pelas constantes “chegadas” dos comboios, dos transportes públicos, dos automóveis e da população. A gare passa a ser a “nova porta da cidade”: ponto de encontro e local de divulgação e de troca, espaços animados pela azáfama de gentes. Por isso, a gare passa a ser um pólo de dinamização urbana: era um ponto aglutinador de ideias, experiências e trocas, um local de pessoas em trânsito (esperas/despedidas), num permanente movimento e burburinho. Tornou-se um símbolo da vida urbana, do progresso e da civilização, lugar de confluência de viajantes e aventureiros, homens de negócios e industriais, de gente à procura de melhores condições de vida. A gare representa os novos tempos (a velocidade, o desenvolvimento da tecnologia, a modernidade, a abertura ao mundo), a capacidade inventiva dos homens e o exemplo do uso dos novos materiais construtivos (o ferro e o vidro, produzidos industrialmente) e a proeminência de uma classe de técnicos, os engenheiros que se destacam dos arquitetos pela sua formação nas Escolas Politécnicas. Os novos materiais permitem um novo esqueleto arquitetónico, com uma estrutura mais resistente e aligeirada, maior amplidão dos vãos e da altura dos edifícios; maior facilidade de modelação dos elementos, maior rapidez na construção. Por outro lado, surge uma nova estética dominada pelas novas técnicas construtivas, caracterizando-se pela abundância de vidro nas fachadas, pelas novas formas de cobertura e pela valorização estética da estrutura.
  • 3. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 3 10. Descrever a primazia do sentimento e da natureza no movimento Romântico. O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, na literatura e filosofia, para depois alcançar as artes plásticas. Diante do racionalismo anterior à revolução, ele propunha a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Este movimento cultural caracterizou-se por cultivar a emoção, a fantasia, o sonho, a originalidade, a evasão para mundos exóticos, onde a verdade e a imaginação se confundem, a exaltação da Natureza, o gosto pela Idade Média (o tempo da formação das Nações) e a defesa dos ideais nacionalistas. O romântico sente-se em rutura consigo próprio e, para se reconciliar consigo mesmo e entender o mundo exterior projetou-se e identificou-se com a Natureza, ajustando-a a si, fazendo dela o reflexo do seu estado interior, das suas emoções. 11. Descrever a importância do sentimento nacionalista para os Românticos. Os Românticos eram defensores dos ideais liberais e, por isso, tinham preocupações políticas, numa permanente contestação ao presente, apoiando os projetos nacionalistas (como por exemplo Lord Byron, que apoiou a luta grega). Por isso, os românticos valorizaram as raízes históricas das nações, retrocedendo até à Idade Média, e privilegiaram as línguas nacionais, o folclore e as tradições. 12. Condições de vida e de trabalho do proletariado. Com a industrialização, surgem cidades-cogumelo que acolhiam cada vez mais operários vindos dos campos, com famílias numerosas que vendiam como força de trabalho às fábricas e minas, de onde retiravam, em média, parcos sustentos e encontravam difíceis e desumanas condições de trabalho, nomeadamente em Inglaterra, onde a pobreza urbana da Revolução Industrial atingiu níveis chocantes e desigualdades sociais extremas. 13. Identificar os fatores que contribuíram para a crítica social e política. Os fatores que contribuíram para a crítica social e política foram a crescente alfabetização, o desenvolvimento da imprensa, o espírito interventivo, o declínio da mentalidade religiosa e a crescente consciencialização das liberdades individuais. 14. Relacionar a crítica social e política com a produção artística. A defesa do princípio da liberdade estendeu-se ao princípio da liberdade na arte e, através da ação criativa, os artistas acabaram, também, por contribuir para a crítica social e política. A arte deixa de ser elitista e “desce à rua”: Munch e Toulouse-Lautrec dedicaram-se ao cartaz, Balzac e George Sand publicaram os seus romances em folhetins de jornais, os livros de Emílio Zola atingiram grandes tiragens e apareceram os museus. 15. Justificar o contributo de Gustave Eiffel para a inovação registada na arquitetura do século XIX. Gustave Eiffel (1832-1923), nasceu em Dijon onde fez os estudos iniciais, mas completa em Paris a sua formação superior e técnica. Preparado para dirigir uma empresa familiar, acaba por iniciar a sua carreira numa empresa de construções metálicas, onde se distinguiu na obra da ponte de Bordéus (1868-1860). Em 1867, fundou a sua própria empresa especializando- se na chamada construção do ferro, sendo o inventor de um novo sistema de distribuições de cargas com base no desenho de arcos metálicos que lhe permitia vencer grandes vãos, sendo
  • 4. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 4 a Ponte de D. Maria I em 1877 a sua primeira obra. Em Portugal da sua autoria, destaca-se a Ponte de Viana do Castelo em 1878. No plano internacional, a estrutura interna da Estátua da Liberdade em Nova Iorque em 1881 e em França uma série de obras de referência: Ponte Route de Saint André de Cubaz, em Gironde (1883), a Ponte Garabit em Cantal (1884) e a Cúpula do Observatório de Nice (1886). Porém a sua obra emblemática foi sem dúvida a Torre Eiffel com 324 metros de altura e 12.000 peças, edificada em 1889, por ocasião da Exposição Universal de Paris e por ocasião das Comemorações do 1ºCentenário da Revolução Francesa e que traduz os novos desafios, das construções do ferro e do vidro, associados à leveza e a originalidade da referida obra. 16. Explicar a importância da 1ª Exposição Universal em Londres, em 1851. - a Exposição Universal como montra do progresso industrial europeu e das suas capacidades tecnológicas; - os progressos tecnológicos e a sua manifestação na arquitetura: afirmação da engenharia do ferro, que estende os seus processos construtivos, ligados aos caminhos-de-ferro, à edificação de pavilhões; - construção do Palácio de Cristal, um edifício de grande capacidade (70 000 m2) que não era mais do que uma gigantesca estufa de ferro e vidro, criando um espaço amplo e translúcido que surpreendeu a sociedade da época. - para a construção ser rápida, foram introduzidos sistemas de pré-fabricação e estandardização de elementos construtivos; - a cobertura de interiores foi feita com grandes superfícies em vidro; 17. Identificar o Romantismo como um produto da época. O Romantismo foi um produto da própria época porque adotou os princípios do Liberalismo (individualismo, humanismo e nacionalismo), identificando o povo como a verdadeira alma das nações, valorizando, portanto, a cultura popular (tradição, folclore). Defendeu o idealismo revolucionário (democrático e socializante) devido à desilusão com a nova elite dominadora: a burguesia. Adotou as novas correntes filosóficas: Kant, Schelling e Schopanhauer. 18. Descrever os princípios do Romantismo. O Romantismo é um movimento cultural que se caracteriza por uma nova maneira de sentir: - a interioridade, o mundo complexo dos sentimentos e das emoções, os sonhos, os devaneios, as fantasias, as viagens ao interior de cada um, numa incansável fuga ao real, que desilude, magoa e engana - privilegia a emoção em detrimento da razão, o sonho em vez da realidade e o idealismo acima do pragmatismo - o isolamento da alma em comunhão com a natureza, manifestado na exaltação do mundo rural e puro e no interesse pelas sociedades primitivas ou exóticas, não maculadas pela civilização ocidental - a valorização do passado de cada nação, cujas raízes mergulhavam na Idade Média, idealizada através da literatura e das suas ruínas monumentais - convicção de que a arte é essencialmente inspiração e criação (não nasce por receita, academismo ou encomenda), obedecendo unicamente a impulsos pessoais, despoletada por uma necessidade inata e sublime. Por isso, afronta aos critérios e normas académicas,
  • 5. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 5 apresentando os esboços, os desenhos ou as aguarelas como obras definitivas e utilizando técnicas mais experimentais e expressivas, com pincelada mais fluida. 19. Descrever as características da arquitetura romântica, integrando-as na procura de uma estética própria. À ordem, proporção, simetria e harmonia do Neoclassicismo, a arquitetura romântica vai contrapor a irregularidade, o organicismo das formas, os efeitos de luz, os movimentos dos planos e o pitoresco da decoração, com a intenção de provocar o encantamento e evasão, a imaginação e sentidos, o sonho e fantasia, os espaços distantes ou imaginários. Para os Românticos, a arquitetura deveria ser capaz de provocar sensações, motivar estados de espírito e transmitir ideias, marcando a passagem da “forma medida” (neoclássica) para a “forma sentida” (a romântica). Os primeiros sinais desta nova postura face à arquitetura dos espaços manifestaram-se nos jardins que, desde os inícios do século XVIII, começaram a misturar as características do jardim francês, racional e geométrico, com o chamado “jardim à inglesa”, natural e selvagem, semeado de pavilhões chineses e falsas ruínas. Preocupada com os efeitos, a arquitetura do Romantismo manifestou-se sobretudo pela forma e pela decoração na procura de uma estética própria, dando menos importância aos aspetos técnicos e estruturais que, no geral, seguiram as tendências e os progressos da construção da época. São muitos os exemplos de edifícios com estruturas em ferro e aço (com estruturadas deixadas à vista e/ou trabalhadas com formas decorativas próprias) e com a utilização de materiais industriais (ferro, tijolo vidrado e vidro). A procura de uma estética própria não conduziu, no entanto, a uma nova arquitetura ou a um novo estilo porque promoveu a reprodução de estilos construídos em épocas não influenciadas pelo Classicismo, em culturas exóticas e não contaminadas pela civilização industrial. 20. Descrever o aparecimento de revivalismos no contexto cultural da época. O interesse crescente pela História, o nacionalismo político, a valorização das tradições nacionais, o desejo de fuga ao presente conduziram aos revivalismos, ao desejo de reanimar estilos do passado. A Idade Média foi a época de eleição do 1º revivalismo – o Neogótico – que começou a revelar-se em meados do século XVIII com os arquitetos Horace Walpole e filho, James Wyatt, os teorizadores August Pugin filho, o historiador e crítico de arte John Ruskin e os franceses Chateaubriand e Viollet-le-Duc. John Ruskin enaltecia as qualidades do Gótico, afirmando ser um estilo verdadeiramente universal pois aliou-se às necessidades práticas sem receber influência de movimentos anteriores. Viollet-le-Duc destacou o Gótico como o apogeu do progresso e expressão do génio humano devido à invenção de nova tecnologia construtiva. Exemplos de construções românticas: - Charles Berry e August Pugin, filho, Palácio do Parlamento, Londres, Inglaterra: longa fachada, simétrica; irregularidade gótica (algumas torres desirmanadas), decoração tipicamente medieval (esculturas, pináculos, cúpulas) - F.C. Bau,e Thérodore Ballu, Igreja de Santa Clotilde, Paris: planta em cruz latina, transepto pouco saliente, abóbadas nas naves, torres sineiras terminadas com agulhas, portal ocidental triplo; características modernas: utilização de novos materiais (ferro, aço)
  • 6. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 6 - Georg von Dollman, Castelo de Neuschwanstein, 1870, Baviera, Alemanha: volumes irregulares; múltiplas torres aguçadas e esguias Outros revivalismos: neorromânico, neorrenascentista, neobizantino, neobarroco. Ecletismo: combinação de vários estilos arquitetónicos no mesmo edifício Exotismos (Estilo indo-muçulmano): gosto pelas culturas não europeias, por tudo aquilo que apela à imaginação e ao mistério; o espírito irrequieto, insatisfeito e sonhador leva ao gosto por viagens e pelas culturas não europeias, por tudo aquilo que apela à imaginação e ao mistério 21. Caracterizar a arquitetura romântica portuguesa. A introdução do Romantismo em Portugal está relacionada com uma conjuntura propícia à eclosão do nacionalismo e à defesa intransigente da nossa cultura e do nosso passado histórico: as invasões francesas, a Revolução Liberal de 1820, a Guerra Civil e a Regeneração. Em Portugal, o revivalismo teve, por isso, um carácter nacionalista, evocando, principalmente nos edifícios públicos, as épocas de maior esplendor da nossa História, com destaque para os Descobrimentos e o estilo Manuelino: - Palácio do Buçaco (Luigi Manini e Nicola Bigaglia): exemplo da arquitetura revivalista romântica; revivalismo neomanuelino, adotando características da Torre de Belém, com planta rectangular, torre coroada por uma esfera armilar e galeria do piso térreo com arcadas ornamentadas; corpo central é uma réplica da Torre de Belém enquanto que a arcada é uma réplica do Mosteiro dos Jerónimos. - Estação do Rossio (José Luís Monteiro) - Palácio da Regaleira (Luigi Manini) - obra mística e misteriosa, eclética, simbolista e esotérica O Neogótico ficou em 2º plano: moradias, igrejas, jazigos fúnebres. Outros revivalismos: neorromânico, neoárabe 22. Integrar a construção e as características formais do Palácio da Pena no contexto artístico da época. O Palácio da Pena é expressão da arquitetura e do espírito romântico, devido aos seguintes aspetos e características: - Iniciativa e sensibilidade estética do encomendador: - aquisição, por parte de D. Fernando de Saxe-Coburgo (1818-1885), marido da rainha D. Maria II, de um antigo mosteiro, para a construção de uma residência- palácio de Verão ao gosto romântico; - escolha de um local no topo da Serra de Sintra, com vista privilegiada sobre toda a natureza envolvente; - o encomendador, D. Fernando era um romântico por natureza. - Exotismos e revivalismos presentes na estrutura: • ecletismo arquitetónico, concretizado numa profusão de estilos: neogótico, neomanuelino, neomourisco, neo-indiano (mistura intencional da mentalidade romântica, que dedicava invulgar fascínio ao exotismo); • neomourisco, nos contrafortes exteriores, nos arcos e nas cúpulas; • neogótico, na torre do relógio;
  • 7. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 7 • neomanuelino, na decoração do claustro do antigo convento e na janela que constitui uma réplica da janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar. Elementos decorativos exteriores: • bow-window (janela saliente), ladeada por duas torres de sugestão medieval; • pórtico alegórico da criação do mundo, encimado por um tritão (representação manuelina – temas marítimos – e exótica); • baluarte cilíndrico de grande porte, encimado por uma cúpula; • cúpulas orientalizantes. 23. Descrever as características da pintura romântica. A pintura foi a disciplina mais representativa do romantismo. Foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época. As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão. - Quebra de regras das academias e exaltação da liberdade de expressão artística e de sentimentos: a obra de arte é o resultado da inspiração, genialidade e impulsos o que leva à emancipação do pintor relativamente à encomenda, à individualização e à diversificação da pintura romântica. Temas: - históricos: episódios da época medieval de cada nação, através de uma leitura exaltada dos acontecimentos e da valorização do herói individual, abnegado, individualista, e entregue à causa - literários: inspiração na literatura do passado e do presente: romances medievais de cavalaria e autores clássicos - mitológicos: Gosto pelas mitologias cristã e nórdica, tratadas com misticismo e espiritualidade - atualidade político-social da época: naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas e seus heróis, lutas pela libertação das minorias - Temas inspirados no mundo do sonho (onírico) e do fantástico: inspiração no mundo interior, na imaginação e na fantasia, no subconsciente, nas lendas, nos contos de fadas, no metafísico e no absurdo - costumes populares: festas e romarias - Temas inspirados nas tradições, hábitos e raças exóticas e nas civilizações não europeias (China, Índia ou Norte de África) devido ao gosto pelo pitoresco - vida animal - paisagem, o tema de grande preferência: natureza tratada com bucolismo e nostalgia (dramática ou emocional), projetando nela os seus próprios estados de espírito 24. Caracterizar os distintos modos como o tema “paisagem” ou “natureza” foi tratado no período romântico. Na pintura romântica, o artista privilegia a natureza da seguinte forma: - a paisagem é um tema preferencial entre os pintores românticos, porque nela projectavam os seus estados de espírito e a sua visão da existência;
  • 8. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 8 - a natureza torna-se uma fonte de inspiração para os românticos, que a retratavam nas suas várias cambiante (tempestuosa, dramática, bucólica e pitoresca); - a representação da natureza constitui um modo privilegiado de os artistas expressarem as emoções, os sentimentos, a sensibilidade, a imaginação, a fantasia, o mistério, o sonho, a subjectividade, a espiritualidade; - John Constable recria, de um modo naturalista, ainda que poético, emotivo e sensível, as formas, o elementos e as cores da natureza, com rigor, detalhe e precisão, evocando, por vezes, o gosto pela Idade Média - William Turner tem uma conceção sublime da paisagem, recriando paisagens heroicas através da apresentação da paisagem como protagonista no momento de máxima violência. Neste sentido, o indivíduo funde-se com a paisagem e as formas diluem-se (próximo da abstração) - C.D. Friedrich cria espaços irreais, atmosferas melancólicas, apresentando uma Natureza como emanação de Deus (espaço poético, espiritual e sublime). Por conseguinte, há uma indefinição de espaço concreto (vazio inquietante), uma limitada gama cromática e uma ausência de detalhes. 25. Descrever as técnicas inovadoras da pintura romântica. - Influências do academismo: tratamento realista e naturalista da forma; prática do claro- escuro - Emancipação do academismo: sobrevalorização da cor, usada de forma mais livre, emocional e lírica; a cor transforma-se no principal elemento construtivo da forma pelo que se regista uma simplificação no desenho das formas e no tratamento do claro-escuro e uma maior sensação de bidimensionalidade - Prevaleceu a cor sobre o desenho linear - Uso de uma paleta cromática variada - Exploração dos contrastes fortes e não harmónicos - Uso de intensos efeitos de claro-escuro - Luminosidade artificial e dramática - Focalização da luz sobre o assunto a destacar, acentuando a expressividade da cena - Preferência pelo óleo e pela aguarela - Pintura larga, fluida, vigorosa e espontânea - Definição menos nítida dos volumes - Composições movimentadas: linhas oblíquas e sinuosas para reforçar o sentido trágico, dramático e heróico da cena - A figura humana não obedece aos cânones clássicos: em escorço e em contraposto; atitudes contratadas; dramatismo e movimento 26. Identificar os principais pintores românticos. - França: Théodore Géricault e Eugéne Delacroix - Alemanha: Gaspar David Friedrich
  • 9. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 9 - Inglaterra: William Blake, Georges Stubbs, John Constable e William Turner - Suiça: Henri Füssli - Espanha: Francisco Goya 27. Identificar o lugar da escultura na arte romântica. A escultura romântica teve um lugar secundário entre as artes do Romantismo. A exigência dos materiais e a conceção/execução mais lenta impunham limites à espontaneidade e à liberdade do artista. 28. Descrever a temática e as formas de representação da escultura romântica. Os temas da escultura romântica foram: a natureza (animais selvagens), as alegorias / fantasias, a história / literatura e o retrato Quanto às formas de representação, e como reação ao Neoclassicismo (evitaram-se as composições estáticas e as superfícies polidas e lisas), exaltou-se a expressividade através de composições movimentadas e de sentido dramático. Os principais escultores foram: August Préault, Jean Batista Carpeaux, François Rude 29. Caracterizar a pintura e a escultura romântica em Portugal. A pintura romântica teve uma entrada tardia em Portugal, não teve um programa consistente nem objetivos concretos e incidiu sobretudo pintura de paisagens (confusão com Naturalismo) Os principais temas foram a pintura histórica (Idade Média/História Nacional), a pintura de género (vida rural e costumes populares), a paisagem, as cenas místicas (procissões) e o retrato Os principais pintores foram Tomás da Anunciação, Francisco Metras, Leonel Marques Pereira, João Cristino da Silva, Augusto Roquemont A escultura também teve uma forte tradição académica neoclássica e representou, sobretudo, heróis e figuras nacionais. Os principais escultores românticos foram Vitor Bastos, Costa Mota Tio e Anatole Camels 30. Descrever a nova conjuntura de meados do século XIX e os seus reflexos sobre a arte. Em meados do século XIX fazem-se já sentir as primeiras crises do sistema capitalista, a “questão operária” transforma-se num verdadeiro problema social, conduzindo à organização do movimento operário, com o crescente número de greves e de manifestações. Os movimentos nacionalistas continuavam assim como a luta entre os liberais (entre as fações mais democráticas e as mais conservadoras). As questões políticas, económicas e sociais eram divulgadas pelo crescente número de jornais o que, conjuntamente com a crescente alfabetização, contribuiu para a laicização do pensamento e das mentalidades. Deste modo, foi crescendo o interesse pela realidade, a par de um maior racionalismo, pragmatismo e materialismo da vida quotidiana, o que permitiu uma visão mais realista e objetiva da realidade. A imaginação começa a ser substituída pela observação da realidade e a subjetividade é posta de parte. 31. Caracterizar a pintura da “Escola de Barbizon”. Barbizon, a 30 km de Paris, foi o local escolhido por alguns pintores para pintar a natureza em natureza (ao ar livre), fora dos ateliers. Os naturalistas pintam paisagens, cenas do
  • 10. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 10 quotidiano e retratos, com o objetivo de representar objetivamente a realidade visível. Abandonam os temas dos pintores românticos (temas de inspiração literária ou histórica, fantasias) e o sentimentalismo e a subjetividade exagerados. Camille Corot retrata paisagem rural e citadina e retratos com rigor objetivo da composição, respeito pelos valores atmosféricos (luz e cor) e serenidade expressiva. Eugéne Boudin e Jonkind dedicam-se a temas ligados ao mar e à água, com uma intensificação da luminosidade 32. Justificar o conceito de “arte útil” defendido pelos pintores realistas. O realismo nasceu na França, após as revoltas de 1848 e como resposta à estética novelesca e fictícia do romantismo. A vida dos trabalhadores no campo, nas minas, ou seja, das classes menos privilegiadas, foi o tema dessa pintura, que tinha como finalidade a consciencialização da sociedade o que, logicamente, foi recusada pela alta burguesia. O Realismo está, portanto, relacionado com o espírito científico e tecnológico e com uma sociedade em mudança, levando os artistas a procurarem olhar a realidade envolvente de modo objetivo. Como consequência, realizaram uma renovação da linguagem plástica e das temáticas pictóricas, agora inspiradas na realidade, demonstrando um espírito analítico e científico na arte. A pintura aparece, portanto, como um processo interpretativo da realidade física e social, havendo uma relação entre a arte e o compromisso social: a teoria sobre a Questão Social, de Pierre Proudhon, segundo a qual a arte devia ter fins sociais e o artista devia comprometer-se com as grandes causas humanas, denunciando, através da sua obra, as contradições e as injustiças (arte útil). 33. Caracterizar a pintura realista, a nível temático e formal. O Realismo descende do Naturalismo e da “Escola de Barbizon”, constituindo uma forma mais politizada de retratar a realidade social, utilizando a arte como instrumento de denúncia social e política (conceito socialista de arte útil). Os pintores realistas retratam aspetos do quotidiano rural, representando a condição humilde dos camponeses e a dureza do trabalho da terra: cenas domésticas, de trabalho ou de lazer com pessoas comuns e anónimas. Representam a realidade de modo fotográfico e objetivo (denúncia das injustiças e das incoerências sociais presentes no mundo do trabalho). Em termos formais, os pintores realistas acentuaram a importância da luz no tratamento dos volumes, respeitaram a cor ambiente e a anatomia humana nas proporções e volumetrias. Gustave Courbet, defensor dos ideais socialistas, dedicou-se a representar paisagens campestres e cenas da pequena burguesia urbana, retratos e auto-retratos (a realidade visível). Jean François Millet retratou cenas da vida rural. O Realismo expandiu-se sobretudo para países com maiores problemas sociais causados pela industrialização: Wilhelm Leibl (Alemanha) e Giovanni Fattori (Itália) 34. Referir os principais progressos registados na fotografia. - Século XVI – Giovanni Battista della Porta – invenção da “câmara escura” - 1839 – Louis Daguerre inventa o “daguerreótipo” - emprego de uma camada de prata pura sobre placas de cobre, polidas e sensibilizadas por meio de vapores de iodo que, após uma
  • 11. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES – CURSO PROFISSIONAL 11 exposição de 3 a 30 minutos, revelava a imagem por meio de vapores de mercúrio, fixando- se numa solução de hipossulfito de soda. - William Fox Talbot – invenção do processo de reprodução de imagens positivas a partir de uma imagem negativa; Janela da biblioteca de Abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo 35. Descrever os contributos recíprocos entre a fotografia e a pintura realista. Os contributos da fotografia para a pintura foram o olhar casual capaz de ver a realidade em fragmentos e de apreciar os gestos e os movimentos espontâneos, contribuiu para terminar com todas as conceções académicas sobre a composição da pintura e permitiu rever as técnicas de representação da realidade. Por sua vez, a pintura contribuiu para a fotografia pelas referências temáticas, a composição e o enquadramento da imagem. 36. Demonstrar a utilização da fotografia por Lewis Hine como instrumento de educação e de alerta. Lewis Hine, nasceu em Winsconsin (Estados Unidos). Com formação académica na área da sociologia, desenvolve a sua atividade no ensino onde utiliza a câmara fotográfica com fins educativos antes de se dedicar definitivamente à fotografia. Os seus primeiros trabalhos são marcados pela denúncia das injustiças sociais, situação da classe trabalhadora e outras questões de natureza crítica que afetam a sociedade americana. É neste contexto que se identificam as suas fotografias sobre a imigração de Ellis Island, em que o papel persuasivo dessas imagens têm como objetivo abalar as consciências dos cidadãos, de modo a fazer pressão para a melhoria das condições de alojamento, trabalho e educação dos imigrantes. Como fotógrafo do National Child Labor desde 1808, denuncia a situação das crianças, desde o abandono à situação precária a que estão sujeitas nomeadamente no trabalho infantil. Do seu registo, destaca-se a ação da Cruz Vermelha americana na Europa durante o 1º conflito mundial e as obras de construção do Empire State Building, nos anos 20 e 30, que se destaca a valorização do trabalho do homem no contexto da construção da sociedade industrial moderna. Finalmente de referir que o valor artístico das suas imagens acompanhou este processo de denúncia da exploração da mão-de-obra infantil assim como o valor da força do homem na construção da sociedade industrial.