REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
ICC: Insuficiência Cardíaca Crônica
1. INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
CRÔNICA
Egon Henrique Braga Quirino
Jorgelito Chaves Monteiro
Karina Pereira de Sá e Silva
Kherolley Romana Ramos da Silva
2. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
• A insuficiência cardíaca congestiva
(ICC) refere-se a uma consequência
fisiopatológica e clínica da insuficiência
cardíaca: o fenômeno da congestão
venocapilar.
• O Aumento resultante da pressão
venocapilar provoca distensão venosa
e extravasamento de líquido para o
interstício, causando edema.
• A congestão está relacionado com os
sinais e sintomas decorrentes da
insuficiência cardíaca.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
3. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Uma das mais importantes causas de admissão hospitalar no SUS;
• Incidência da doença aumenta com a idade;
• Pode afetar pessoas de todas as idades;
• Motivo mais comum de hospitalização em pessoas com +65 anos;
• 2º motivo mais comum de consultas médicas;
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
4. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Maior incidência reflete o maior número de pessoas idosas;
• Hospitalização pode ser evitada com cuidados adequados;
• Em regiões endêmicas, a doença de Chagas é a principal etiologia da IC em 41% dos
pacientes;
• Entre 1999 a 2005 houve tendência de redução de mortalidade, exceto para pacientes acima
de 80 anos;
• Dados recentes do estudo MESA (Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis) demonstram que
diabetes e hipertensão são os responsáveis pela maior incidência em afroamericanos.;
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
5. FATORES DE RISCO
• Um fator de risco único pode ser suficiente para causar insuficiência
cardíaca, mas uma combinação de fatores, de acordo com médicos,
também pode aumentar o risco da doença:
– Pressão arterial elevada
– Doença arterial coronariana
– Ataque cardíaco
– Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença
– Apneia do sono
– Cardiopatias congênitas
– Infecção por vírus
– Consumo de álcool
– Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
6. TIPOS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
• Quanto ao lado do coração afetado:
– Insuficiência Cardíaca Esquerda (Nem toda é crônica)
– Insuficiência Cardíaca Direita
– Insuficiência Cardíaca Biventricular
• Quanto ao Aspecto Fisiopatológico:
– Insuficiência Cardíaca Sistólica
– Insuficiência Cardíaca Diastólica
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
7. TIPOS DE IC | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA
• Constitui a maioria dos casos de IC
• Relacionado à insuficiência ventricular esquerda (IVE)
• Sindrome cursa com congestão pulmonar
– Dispnéia
– Ortopnéia
– Dispnéia paroxística noturna
• Exemplos:
– Infarto agudo do miocárdio,
– isquemia miocárdica,
– miocardiopatia idiopática
– Sobrecarga de VE, como na cardiopatia hipertensiva e doença valvar.
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8. TIPOS DE IC | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA
• Relacionado à insuficiência ventricular direita (IVD)
• Sindrome cursa com congestão sistêmica
– Turgência jugular patológica
– Hepatomegalia
– Ascite
– Edema de membros inferiores
• Exemplos:
– Cor pulmonale (relacionado à DPOC),
– Obesidade morbida,
– Pneumopatias,
– Tromboembolismo pulmonar
– Infarto do ventrículo direito
– Miocardiopatias.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
9. TIPOS DE ICC | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA BIVENTRICULAR
• Disfunção cardíaca esquerda + Disfunção cardíaca direita
• Sindrome cursa com:
– Congestão pulmonar e sistemica
• A maioria dos casos inicia como IVE e evolui para biventricular
(IVE+IVD)
• Causa mais comum de IVD é IVE
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
10. TIPOS DE ICC | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SISTÓLICA
• 50-60% dos casos
• O problema está na perda da capacidade contrátil do miocárdio
• Na maioria das vezes provoca dilatação ventricular (cardiopatia dilatada)
• Redução da fração de ejeção (≤45%)
• Consequências fisiopatológicas:
– 1) Baixo débito cardíaco
– 2) Aumento do volume de enchimento (VDF)
• Exemplos:
– Isquemia miocárdica
– Fase diletada da cardiopatia hipertensiva
– Miocardiomiopatia dilatada idiopática
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11. TIPOS DE ICC | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIASTÓLICA
• 40-50% dos casos
• Contração miocárdica normal (FE >45%)
• Restrição patolófica ao enchimento diastólico
– Causa elevação das pressões de enchimento
– Aumento da pressão venocapilar (Congestão)
• Causas:
– Relaxamento do miocárdio ventricular prejudicado
– Complacência ventricular reduzida
• Na maioria dos casos existe hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (Com
redução da cavidade ventricular)
• Exemplos:
– Fase hipertrófica da cardiopatia hipertensiva
– Cardiomiopatia hipertrófica
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13. ANAMNESE
• Pesquisa de fatores de risco para o desenvolvimento de IC:
– DAC, HAS, DM, doença de chagas, febre reumática, historia familiar de cardiomiopatia,
AIDS, uso de drogas ilícitas, etc.
• Avaliação dos sintomas do paciente quanto ao:
– início, frequência, características, fatores desencadeantes, uso recente ou atual de
medicações, capacidade de realização de atividades físicas, dieta, doenças sistêmicas
ou patologias concomitantes
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14. EXAME FÍSICO
• Varia de acordo com o estágio clínico em que o paciente se
encontra;
• Mais comuns:
– Pele fria, sudorese, pulsos filiformes, estertores pulmonares, edemas
de MMII, etc.
• As alterações semiológicas cardíacas incluem:
– Cardiomegalia, ausculta de 3ª ou 4ª bulhas cardíacas, sopros
sistólicos, hiperfonese de 2ª bulha pulmonar
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15. AVALIAÇÃO LABORATORIAL
• Hemograma
• Glicemia de jejum
• Creatinina sérica
• Ureia
• Sódio e potássio plasmáticos
• Perfil lipídico e análise de urina
• Exames bioquímicos adicionais
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18. CLASSIFICAÇÃO DA IC | NEW YORK HEART ASSOCIATION
CLASSIFICAÇÃO DA NEW YORK HEART ASSOCIATION
CLASSE I Doença cardíaca, Sem sintomas
CLASSE II Limitação física para atividades cotidianas, sem sintomas em repouso
CLASSE III Séria limitação física para atividades simples, sem sintomas em repouso
CLASSE IV Sintomas em repouso e acentuados por qualquer atividade física
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21. TRATAMENTO CLÍNICO
• As metas globais do tratamento da ICC consistem em aliviar os sintomas
do paciente, melhorar o estado funcional e a qualidade de vida e
prolongar a sobrevida. Objetivos do tratamento clínico:
– Eliminar ou reduzir quaisquer fatores etiológicos contribuintes como,
hipertensão não controlada ou fibrilação atrial com resposta ventricular rápida.
– Otimizar os esquemas farmacológicos e outros esquemas terapêuticos.
– Reduzir a carga de trabalho sobre do coração, diminuindo a pré e a pós–carga.
– Promover um estilo de vida favorável para a saúde cardíaca
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22. TERAPIA NUTRICIONAL
• Seguir uma dieta com baixo teor de sódio (2 a 3g/dia) e evitar
o consumo de quantidades excessivas de líquidos são
prescrições habitualmente recomendadas.
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23. TERAPIA ADICIONAL
• Oxigênio Suplementar
– A oxigenoterapia pode torna-se necessária com a progressão da IC.A
necessidade baseia-se no grau de congestão pulmonar e hipoxia
resultante.
• Outras intervenções
– Vários procedimentos e abordagens cirúrgicas podem beneficiar os
pacientes com IC. Como: revascularização, enxerto de baypass da
artéria coronária, trocas de válvulas
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24. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Medicamentos Efeitos Terapêuticos Considerações Chave de Enfermagem
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA
Inibidores da enzima convservadora de Angiotensina (ECA)
Lisinopril
PA e pós carga, alivio dos sinais e sintomas e evitar a
progressão da IC
Observar a ocorrência de hipotensão sintomática, aumento
dos níveis séricos de K, tosse e agravamento da função renal.
Benazepril
Captopril
Enalapril
Fosinopril
Bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA)
Valsartana
PA e pós carga, alivio dos sinais e sintomas e evitar a
progressão da IC
Observar a ocorrência de hipotensão sintomática, aumento
dos níveis séricos de K, tosse e agravamento da função renal.
Candesartana
Eprosartana
Losartana
Agentes Bloqueadores Beta-Adrenérgicos (Betabloqueadores)
Metoprolol
Dilata os vasos sanguíneos e pós carga, sinais e
sintomas da IC, melhora a capacidade de realizar
exercício
Observar a ocorrência de diminuição da frequência cardíaca,
hipertensão, sintomas e fadiga
Atenolol
Caverdilol
Diuréticos
Diurético de alça: Furosemida
Sobrecarga de volume de líquido, sinais e sintomas de IC
Observar a correção de anormalidades eletrolíticas,
disfunção renal, resistência a diuréticos e diminuição da PA
e pesar diariamente.
Diuréticos
Tiazídicos:
Hidropoclorotiazid
a
Antagonista de
aldosterona:
Espironolactoma
Digitálico
Diroxina Melhorar a contratilidade, sinais e sintomas de IC Observar a ocorrência de bradicardia e intoxicação digitálica
Bloqueadores dos canais de cálcio
Di-hidropiridma Vasodilatação e redução da resistência vascular
sistêmica
Observar a ocorrência de hipotensão sintomática e tonturas
Anlodipino
25. DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Diagnósticos de Enfermagem Intervenções Resultados Esperados
Débito Cardíaco Diminuído
relacionado com a contratilidade
comprometida.
• Monitorizar dados vitais;
• Observar e anotar perfusão periférica;
• Restringir movimentos;
• Promover repouso no leito;
• Oferecer apoio psicológico;
• Observar sinais: mucosa oral, leitos ungueais, extremidades, estase
jugular, edema e registrar;
• Controlar infusão rigorosamente;
• Controlar balanço hídrico;
• Pesar se possível.
Manter débito cardíaco adequado.
Padrão Respiratório Ineficaz
• Encorajar a repouso no leito;
• Auxiliar no conforto em posição e mudança freqüente;
• Manter decúbito elevado em 45º C;
• Observar e anotar alteração de padrão respiratório.
Melhorar a oxigenação.
Volume de Líquidos Excessivo
relacionado à retenção de sódio
e água.
• Realizar balanço hídrico;
• Restringir líquidos conforme a prescrição;
• Investigar a ingestão alimentar e os hábitos que podem contribuir para
a retenção de líquidos.
Restaurar o equilíbrio hídrico.
Intolerância a atividade
relacionada ao desequilíbrio
entre o suprimento e a demanda
do oxigênio.
• Investigar a resposta do individuo a atividade;
• Aumentar gradualmente a atividade e avaliar a resposta do individuo.
Melhorar a tolerância a atividade.
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