2. Concepção Pedagógica
A expressão “concepções pedagógicas” é
correlata de “ideias pedagógicas”. A palavra
“pedagógico” têm marcadamente ressonância
metodológica, denotando o modo de operar,
de realizar o ato educativo. (Saviani, 2008,
p.166/167)
3. Quadro sobre concepções de
Educação no Brasil (Adaptação do quadro elaborado por SAVIANI, 2008, pg.80)
Concepção
humanista
tradicional
Concepção
humanista
moderna
Concepção analítica Concepção
crítico-
reprodutivista
Concepção dialética
(concepção
histórico-crítica)
Concepção
Pós-moderna
Filosofia da
educação
tradicional
Filosofia da
educação
moderna
Filosofia da
educação
moderna
______ Filosofia da
educação
crítico-
reprodutivista
Filosofia da educação
histórico-crítica
Filosofia da
educação pós-
moderna
Teoria da
educação
tradicional
Teoria da
educação
Nova
______ Teoria
da
educaçã
oTecnic
ista
Teoria da
educação
crítico-
reprodutivista
Teoria da educação
histórico-crítica
Teoria da educação
Neopositivista
Prática
pedagógica
tradicional
Prática
pedagógica
Nova
______ Prática
pedagóg
ica
Tecnicis
ta
_________ Prática pedagógica
histórico-crítica
Prática pedagógica
Pragmática
Positivismo Fenomenolgia Positivismo MHD MHD Pós-modernidade
4. Periodização das Ideias Pedagógicas
no Brasil (SAVIANI, 2007)
1º Período (1549-1759): monopólio da vertente religiosa da pedagogia tradicional, subdividido nas seguintes
fases:
1. Uma pedagogia brasílica ou período heróico (1549-1599);
2. A institucionalização da pedagogia jesuítica ou o Ratio Stidiorum (1599-1759).
2º Período (1759-1932): Coexistência entre as vertentes religiosa e leiga da pedagogia tradicional, subdividido
nas seguintes fases:
1. A pedagogia pombalina ou as ideias pedagógicas do despotismo esclarecido (1759-1827);
2. Desenvolvimento da pedagogia leiga: ecletismo, liberalismo e positivismo (1827-1932).
3º Período (1932-1969): Predominância da pedagogia nova, subdividido nas seguintes fases:
1. Equilíbrio entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova (1932-1947);
2. Predomínio da influência da pedagogia nova (1947-1961);
3. Crise da pedagogia nova e articulação da pedagogia tecnicista (1961-1969).
4º Período (1969-2001): Configuração da concepção pedagógica produtivista, subdividido nas seguintes fases:
1. Predomínio da pedagogia tecnicista, manifestações da concepção analítica de filosofia da educação e
concomitante desenvolvimento da visão crítico-reprodutivista (1969-1980);
2. Ensaios contra-hegemônicos: pedagogias da “educação popular”, pedagogias da prática, pedagogias
crítico-social dos conteúdos e pedagogia histórico-crítica (1980-1991);
3. O neoprodutivismo e suas variantes: neo-escolanovismo, neoconstrutivismo e neotecnicismo (1991-
2001)”.
5. PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTAPEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA
Pedagogia liberal tecnicistaPedagogia liberal tecnicista aparece nos Estadosaparece nos Estados
Unidos na segunda metade do século XX e éUnidos na segunda metade do século XX e é
introduzida no Brasil entre 1960 e 1970. Nessaintroduzida no Brasil entre 1960 e 1970. Nessa
concepção comportamentalista, o homem éconcepção comportamentalista, o homem é
considerado um produto do meio. É umaconsiderado um produto do meio. É uma
consequência das forças existentes em seuconsequência das forças existentes em seu
ambiente. A consciência do homem é formada nasambiente. A consciência do homem é formada nas
relações acidentais que ele estabelece com o meiorelações acidentais que ele estabelece com o meio
ou controlada cientificamente através da educação,ou controlada cientificamente através da educação,
sendo possível prever os resultados desendo possível prever os resultados de
determinadas abordagens em relação aodeterminadas abordagens em relação ao
homem/produto final.homem/produto final.
6.
A partir do pressuposto da neutralidadeA partir do pressuposto da neutralidade
científica e inspirada nos princípios decientífica e inspirada nos princípios de
racionalidade, eficiência e produtividade, aracionalidade, eficiência e produtividade, a
pedagogia tecnicista advogou a reordenação dopedagogia tecnicista advogou a reordenação do
processo educativo para torná-lo objetivo eprocesso educativo para torná-lo objetivo e
operacional. De modo semelhante ao queoperacional. De modo semelhante ao que
ocorreu no trabalho fabril,pretendeu-se aocorreu no trabalho fabril,pretendeu-se a
objetivação do trabalho pedagógico. Com baseobjetivação do trabalho pedagógico. Com base
em justificativas teóricas derivadas da correteem justificativas teóricas derivadas da correte
filosófico-psicológica do behavorismo, planejarfilosófico-psicológica do behavorismo, planejar
a educação para dotá-la de uma organizaçãoa educação para dotá-la de uma organização
racional capaz de minimizar as interferênciasracional capaz de minimizar as interferências
subjetivas que pudessem pôr em risco asubjetivas que pudessem pôr em risco a
eficiência. (SAVIANI, 2008, p. 202)eficiência. (SAVIANI, 2008, p. 202)
PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA
7.
Na pedagogia tecnicista o elemento principalNa pedagogia tecnicista o elemento principal
passou a ser a organização racional dos meios,passou a ser a organização racional dos meios,
ocupando o professor e o aluno posiçãoocupando o professor e o aluno posição
secundária. A organização do processosecundária. A organização do processo
converteu-se na garantia da eficiência,converteu-se na garantia da eficiência,
compensando e corrigindo as deficiências docompensando e corrigindo as deficiências do
professor e maximizando os efeitos de suaprofessor e maximizando os efeitos de sua
intervenção. (SAVIANI, 2008, p. 202)intervenção. (SAVIANI, 2008, p. 202)
PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA
8.
Na tendência liberal tecnicista a educação escolarNa tendência liberal tecnicista a educação escolar
organiza, o processo de aquisição de habilidades eorganiza, o processo de aquisição de habilidades e
atitudes, conhecimentos específicos, úteis eatitudes, conhecimentos específicos, úteis e
necessários para que o indivíduo se integre nanecessários para que o indivíduo se integre na
máquina do sistema social global.máquina do sistema social global. Seus conteúdosSeus conteúdos
de ensino (currículo) são as informações,de ensino (currículo) são as informações,
princípios científicos, leis etc, estabelecidos eprincípios científicos, leis etc, estabelecidos e
ordenados numa sequência lógica e psicológicaordenados numa sequência lógica e psicológica
por especialistas. É matéria de ensino apenas opor especialistas. É matéria de ensino apenas o
que é redutível ao conhecimentos que pode serque é redutível ao conhecimentos que pode ser
observado, os conhecimentos decorrem daobservado, os conhecimentos decorrem da
ciência objetiva.(LUCKESI,1994,p 60-61)ciência objetiva.(LUCKESI,1994,p 60-61)
PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA
9.
A educação atua, assim, no aperfeiçoamento daA educação atua, assim, no aperfeiçoamento da
ordem social vigente (o sistema capitalista),ordem social vigente (o sistema capitalista),
articulando-se diretamente com o sistemaarticulando-se diretamente com o sistema
produtivo; para tanto emprega a ciência daprodutivo; para tanto emprega a ciência da
mudança de comportamento, ou seja, amudança de comportamento, ou seja, a
tecnologia comportamental. Seu interessetecnologia comportamental. Seu interesse
imediato é o de produzir indivíduosimediato é o de produzir indivíduos
"competentes para o mercado de trabalho,"competentes para o mercado de trabalho,
transmitindo, eficientemente, informaçõestransmitindo, eficientemente, informações
precisas, objetivas e rápidas" (LIBÂNEO, 1989,precisas, objetivas e rápidas" (LIBÂNEO, 1989,
p. 290).p. 290).
10.
Na "Pedagogia Tecnicista", o aluno e o professor ocupam uma posiçãoNa "Pedagogia Tecnicista", o aluno e o professor ocupam uma posição
secundária, porque, o elemento principal é o sistema técnico desecundária, porque, o elemento principal é o sistema técnico de
organização da aula e do curso: Orientados por uma concepção maisorganização da aula e do curso: Orientados por uma concepção mais
mecanicista, os professores brasileiros entendiam seus planejamentos emecanicista, os professores brasileiros entendiam seus planejamentos e
planos de aulas centrados apenas nos objetivos que eramplanos de aulas centrados apenas nos objetivos que eram
operacionalizados de forma minuciosa. Faz parte ainda desse contextooperacionalizados de forma minuciosa. Faz parte ainda desse contexto
tecnicista o uso abundante de recursos tecnológicos e audiovisuais,tecnicista o uso abundante de recursos tecnológicos e audiovisuais,
sugerindo uma "modernização" do ensino.sugerindo uma "modernização" do ensino.
Bibliografia : Luckesi,Cipriano Carlos-Bibliografia : Luckesi,Cipriano Carlos-Filosofia da Educação-Filosofia da Educação- São Paulo:São Paulo:
Cortez,1994.Cortez,1994.
A "Pedagogia Tecnicista" e as aulasA "Pedagogia Tecnicista" e as aulas
11.
Educação para o trabalho e para o mercado deEducação para o trabalho e para o mercado de
trabalho;trabalho;
Educação para o desenvolvimento econômicoEducação para o desenvolvimento econômico
Educação voltado ao aprendizado da técnica eEducação voltado ao aprendizado da técnica e
da organização do trabalho produtivoda organização do trabalho produtivo
Com usos de manuais e recursos tecnológicosCom usos de manuais e recursos tecnológicos
para o desenvolvimento do aprendizadopara o desenvolvimento do aprendizado
EspecialistasEspecialistas
Educação profissional e técnica – sistema S.Educação profissional e técnica – sistema S.
TecnicismoTecnicismo
12.
Concepção pedagógica produtivistaConcepção pedagógica produtivista
Pedagogia das competênciasPedagogia das competências
Pedagogia corporativistaPedagogia corporativista
Pedagogia neoprodutivistaPedagogia neoprodutivista
Pedagogia neotecnicistaPedagogia neotecnicista
Pedagogia da qualidade totalPedagogia da qualidade total
Correlatos da pedagogia tecnicista:Correlatos da pedagogia tecnicista:
13. Visão Reprodutivista da Escola
Também chamada de crítico-reprodutivista, essa perspectiva de
olhar para a educação escolar recebeu essa denominação por
fazer a crítica às teorias conservadoras (funcionalista e
estruturalista) e afirmar, com base na teoria marxista, que a
escola tem um papel fundamental à reprodução da ideologia
burguesa desmistificando a imagem da educação como um fator
determinante de equalização e de mobilidade social. No interior
dessa perspectiva de olhar para a escola, encontramos duas
vertentes: aquelas que Burocracia - “Uma estrutura social na
qual a direção das atividades coletivas fica a cargo de um
aparelho impessoal hierarquicamente organizado, que deve agir
segundo critérios impessoais e métodos racionais” (MOTTA,
1988, p. 07) veem na escola a função de reprodução social e
aquelas que veem na escola a função de reprodução cultural.
14. Continuação
Representando a abordagem da reprodução social, os
franceses Baudelot & Establet no livro “La Escuela
Capitalista” (1986), argumentam que a escola única,
apregoada pelo Sistema de Ensino Francês, não existe. A
divisão em redes diferentes percorre o mesmo caminho
da divisão de classes na sociedade capitalista.
As teorias da reprodução cultural afirmam a função
reprodutora da educação escolar sem, no entanto, traçar
uma correspondência entre a esfera econômica e a esfera
da educação. O elemento distintivo dessa perspectiva,
que tem como principal representante o autor francês
Pierre Bourdieu, se encontra no fato de a educação e,
portanto, a escola possuir seus próprios princípios de
organização.
15. A escola como um lugar de resistência
1. As chamadas pedagogias crítica e da resistência
constituem o acervo das reflexões importantes
construídas em torno das teorias da reprodução social. Os
estadunidenses Henry Giroux e Michel Apple são os
principais representantes dessa perspectiva de análise da
escola. A intenção desses autores é a de conjugar, no
domínio da educação, a teoria da reprodução cultural
com uma análise da resistência e dos movimentos sociais,
capaz de apreender a diversidade das potenciais fontes de
ação transformadora da educação escolar. Críticas a
escola capitalista.
16. Continuação
2. Histórico-Crítica:
Prática social – problematização – instrumentalização – catarse –
prática social.
Relação conteúdo-forma.
Transformação da realidade.
3. Fundamentos da Escola do Trabalho:
Programas de vida escolar.
Sistemas de Complexos.
O Trabalho na escola.
Coletivo escolar.
Auto-organização dos sujeitos.
17. A escola como um espaço sociocultural
1. Atribui à escola uma esfera de autonomia que lhe possibilita
filtrar as determinações exteriores.
2. atribui-lhe a condição de produtora de cultura, ou seja,
possibilita compreender a escola como um “mundo social”
com ritmos e ritos, linguagens, imaginários, modos de
regulação ou de transgressão, que lhes são singulares; um
sistema próprio de produção e de gestão de símbolos.
3. e por último, nos diz que qualquer mudança de prática só será
possível se estas estiverem em consonância com as dinâmicas
construídas pelos sujeitos (adultos, jovens, crianças, homens,
mulheres, negros, brancos) no interior de cada escola.
Enfim, a escola é concebida como um espaço
sociocultural. Ainda que estejam integradas, fazendo parte de
um contexto cultural mais amplo, as escolas produzem uma
cultura interna que lhes é própria e que exprime os valores e as
crenças que os membros da instituição partilham ou deixam de
partilhar.
18. Continuidade
Assim, conceber a escola como um espaço sociocultural é
reconhecer os múltiplos sentidos presentes no cotidiano
escolar, frutos das interações que ocorrem entre os
diferentes atores, cada um deles com interesses,
experiências e maneiras diversas de olhar o mundo; isso
torna possível compreender cada escola como uma
instituição singular, que constrói uma identidade própria, o
que possibilita o reconhecimento desta como um espaço
cultural. Essa abordagem amplia a visão da organização
escolar, uma vez que leva em conta os processos reais que
ocorrem no seu interior, ao mesmo tempo em que resgata o
papel ativo dos sujeitos na trama social cotidiana que a
constitui.
19. Cultura da Escola - sociocultural
a) Dimensão da Instituição Escolar: um conjunto de posições,
normas e regras que tendem a unificar e delimitar a ação dos
sujeitos. Essa dimensão compreende as políticas de gestão da
educação, a história da Escola e do seu funcionamento;
b) dimensão do cotidiano: uma complexa trama de relações sociais e
afetivas levada a cabo pelos sujeitos que diariamente transitam e se
relacionam, tecem alianças e conflitos, transgressões e acordos.
Sujeitos históricos e culturais, com capital cultural e social
diversos, ocupando diferentes lugares no interior da escola
(docentes, especialistas, diretor, alunos, etc.) e que trazem essa
diversidade para as relações que estabelecem no cotidiano da
escola;
20. Continuação
c) dimensão do contexto: a cultura local do lugar em que está situado o
estabelecimento de ensino, isto é, se a escola está localizada no campo,
na cidade, no centro, na periferia; se a predominância étnica e cultural
da população é alemã, italiana, açoriana, negra, cabocla, por exemplo, a
teia de significados que constitui a cultura do lugar se junta às outras
dimensões para constituir a identidade da escola;
d) dimensão da arquitetura: o espaço construído não é neutro, de um lado
ele é delimitado formalmente e expressa uma expectativa de
comportamento daqueles que o utiliza. De outro lado, os sujeitos no uso
destes espaços atribuem novos/outros sentidos à arquitetura, atribuindo-
lhes estéticas de colhimento, de distanciamento, de vigilância, de
sociabilidade.
21. Ainda muito importante;
Ao falarmos das ideias pedagógicas no Brasil é fundamental
trazer a baila estas duas concepções que inclusive aparecem /
influenciam na LDB, que são elas: Os quatro pilares da
Educação que são conceitos de fundamento da
educação baseados no Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional Sobre Educação para o Século XXI, coordenada
por Jacques Delors e Os Sete Saberes Necessários a
Educação do Futuro que em 1999, por iniciativa da
UNESCO, e de seu então presidente, Federico Mayor, Edgar
Morin foi solicitado a sistematizar um conjunto de reflexões que
servissem como ponto de partida para se repensar a educação do
próximo milênio.
22. No relatório editado sob a forma do livro: "Educação: Um Tesouro a
Descobrir" de 1999 e reeditado pela Editora Cortez (tendo parte da 7ª
edição, de 2012, servindo como base para uma das modificações deste
tema ), a discussão dos "quatro pilares" ocupa todo o quarto capítulo,
onde se propõe uma educação direcionada para os quatro tipos
fundamentais de educação: aprender a conhecer (adquirir
instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir
sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (cooperação com
os outros em todas as atividades humana), e finalmente aprender a
ser (conceito principal que integra todos os anteriores). Estas quatro
vias do saber, na verdade, constituem apenas uma, dado que existem
pontos de interligação entre elas., eleitos como os quatro pilares
fundamentais da educação.
Os Quatro Pilares da Educação
23. Os sete saberes necessários à educação do futuro.
A educação do futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz
de rejuntar ciências e humanidades e romper com a oposição entre
natureza e cultura. Edgar Morin, nesses 'sete saberes', expõe não um
credo a ser cumprido acriticamente, mas um desafio cognitivo a todos os
pensadores empenhados em repensar os rumos que as instituições
educacionais terão de assumir, se não quiserem sucumbir na inércia da
fragmentação e da excessiva disciplinarização características dessas
últimas décadas.
Segundo Morin, o grande paradigma do Ocidente, disjuntor do sujeito e
do objeto, da alma e do corpo, da existência e da essência, precisa ser
desobedecido e refutado, para que o pensamento alce vôos mais livres e
polifônicos. Precisamos reaprender a rejuntar a parte e o todo, o texto e
o contexto, o global e o planetário, e o enfrentar os parodoxos que o
desenvolvimento tecnoeconômico trouxe consigo. Se o século 20 acabou
por consagrar uma forma de desenvolvimento que, a cada dia, vai se
demonstrando insustentável, é forçoso reconhecer que novas formas de
solidariedade e responsabilidade se manifestam, estimulando a unidade
da diversidade.
24. Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin;
1) Evitar as cegueiras do conhecimento; o erro e a ilusão: Como a percepção do
mundo é sempre uma reconstrução, estamos todos sujeitos ao erro e a ilusão. É um
problema de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as
possibilidades de erro para ter condições de perceber a realidade.2) Os princípios do
conhecimento pertinente: É preciso ter uma visão capaz de perceber o conjunto. É
necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação, que
podem fornecer sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o
conhecimento no contexto. 3) Ensinar a condição humana; Somos indivíduos de uma
sociedade e fazemos parte de uma espécie. Ao mesmo tempo em que fazemos parte de
uma sociedade, temos a sociedade como parte de nós, pois desde o nosso nascimento a
cultura nos imprime. 4) Ensinar a compreensão: A palavra compreender vem do
latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou
seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos. A grande inimiga da
compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. 5) Enfrentar as incertezas: É
necessário mostrar em todos os domínios, sobretudo na história, o surgimento do
inesperado. 6) Ensinar a identidade terrena; O crescimento da ameaça letal se
expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça ecológica, a degradação da vida
planetária. 7) A ética do gênero humano – Os problemas da moral e da ética
diferem da cultura e da natureza humana. Existe um aspecto individual, outro
social e outro genético, de espécie. Constituem eixos e, ao mesmo tempo,
caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação, e que estão
preocupados com o futuro das crianças e adolescentes.