Este documento descreve a queda do Império Romano do Ocidente e a formação dos reinos cristãos. Detalha como os bárbaros invadiram gradualmente o Império a partir do século V, levando ao seu colapso. Também explica como a Igreja Católica desempenhou um papel central na preservação da cultura e da lei romanas após a queda de Roma, e como os mosteiros se tornaram importantes centros educacionais e econômicos durante a Idade Média.
1. Ficha Informativa/Trabalhonº1
Da queda do Império Romano do Ocidente à criação dos
reinos cristãos
A queda do império romano deu-se gradualmente, tendo-se iniciado no séc. V com a queda
da parte ocidental. Roma acabou por cair em 410, com a sua destruição pelos bárbaros, e o
império romano do ocidente acabou por ver o seu término a 476, tendo-se fragmentado em
vários reinos bárbaros. Este acontecimento marca o início da idade média.
A desordem política e a disseminação do cristianismo foram dois fatores que, somados às
Invasões Bárbaras, foram responsáveis pela crise do Império Romano.
Esse processo de ocupação foi realizado pelos bárbaros, povos que eram assim chamados
pelos romanos hunos (século V) dos territórios do Império e não falarem latim.
Como são os por viverem fora
Habitando as regiões fronteiriças ao Império Romano, os nas margens do Mar
“Os historiadores antigos mal mencionam os hunos. Eles habitam povos bárbaros foram
penetrando osferocidade supera tudo. um processo lento e gradual. Inicialmente, dado o
Glacial. Sua territórios de Roma em
colapso da estrutura militar e as constantes guerras civis, os imperadores romanos
realizavam acordos, pelos quaisoos bárbaros Alimentam-se de raízes habitar essas da
Não cozinham nem temperam que comem. ganharam o direito de silvestres ou regiões.
Em troca, eles defendiam aque aparece, carne esta que esquentam por algum tempo, sobre
carne do primeiro animal fronteira da invasão de outros povos.
o dorso de seu cavalo, entre suas próprias pernas. Não possuem abrigo. Entre eles não se
usam casas, nem túmulos. Não encontraríamos nem mesmo uma cabana. Passam a vida
percorrendo as montanhas e as florestas. São endurecidos desde o berço contra o frio, a
tome e a sede. Mesmo em viagem, não entram em habitação sem necessidade absoluta e
não se crêem nunca em segurança.
No entantoreis nem governantes, mas invadiram as chefes, eleitosimpério romano.
Não têm pressionados pelos Hunos obedecem a fronteiras do em cada circunstância.
Quando se lançam ao combate, soltam no ar uma gritaria terrível.”
ProfªCarla teixeira Página 1
Amiano Marcelino. Res gestae. Transcrito por Courcelle, Pierre. História literária
das grandes invasões germânicas. Petrópolis, Vozes, 1955, pp. 151-152
2. Ficha Informativa/Trabalhonº1
Os bárbaros dividiam-se em vários reinos.A maioria destes povos organizavam-se em
aldeias rurais, compostas por
habitações rústicas feitas de
barro e galhos de árvores.
Praticavam o cultivo de cereais
como, por exemplo, o trigo, o
feijão, a cevada e a ervilha.
Criavam gado para obter o couro,
a carne e o leite. Dedicavam-se
também às guerras como forma
de saquear riquezas e alimentos.
Nos momentos de batalhas
importantes, escolhiam um
guerreiro valente e forte e
faziam dele seu líder militar.
Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da
natureza.
Responde no teu caderno às seguintes questões:
1-Define o conceito de Bárbaro.
ProfªCarla teixeira Página 2
3. Ficha Informativa/Trabalhonº1
2-Exemplifica de que modo os Bárbaros se integraram nas regiões invadidas.
3-Caracteriza os Hunos.
4-Descreve o modo de vida dos Bárbaros.
O papel da Igreja
Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476, a igreja cristã passou a ser a única
ponte entre o mundo antigo e o mundo medieval, a Igreja tornou-se a única instituição da
Antiguidade a manter-se intacta após a queda de Roma. Foi a Igreja que manteve a cultura
e a lei romana preservada mesmo com a queda do Império. A Igreja reforçou o seu estilo
pastoral, incentivando as peregrinações aos lugares santos ( Terra Santa, Compostela e
Galiza) e organizou as cruzadas, importantes movimentos religiosos e militares geradores
da reaproximação da Europa com o mundo oriental e com África
É nesta altura que os mosteiros vão ter um papel muito importante. Os mosteiros
medievais estavam quase todos instalados em zonas isoladas, no alto das montanhas ou em
vales e clareiras de florestas, embora alguns existissem no seio das cidades. Eram
concebidos como pequenos mundos autónomos e auto-suficientes virados para o seu
interior e fechados ao exterior por muralhas e portas. O mosteiro organizava-se com
ProfªCarla teixeira Página 3
4. Ficha Informativa/Trabalhonº1
várias dependências de carácter funcional, que permitiam a sua auto-suficiência, tais como:
refeitórios, cozinha, dispensa, adegas, estábulos, oficinas, etc. Se é certo que o mosteiro,
constituía um centro de oração o seu papel na vida económica e cultural não pode ser
ignorado. De facto, o mosteiro transformou-se num centro de dinamização da economia
(difusores de técnicas e práticas agrícolas inovadoras, incentivadores do artesanato e do
comércio, etc.), em avançados centros de produção cultural na teologia, nas letras e nas
ciências e em escolas de nomeada. Exerceram assim um papel civilizacional.
Entre os mosteiros destacou-se o de Monte Cassino, na Itália, fundada por São Bento, em
525. Surgem outras ordens como a dos franciscanos, dominicanos, agostinianos e
carmelitas, que também possuíam mosteiros e
seguiam as orientações gerais da ordem beneditina.
Aos seis anos a criança era encaminhada aos
mosteiros com a finalidade de ser educada para a
vida religiosa.
No século XI desenvolveu-se as escolas catedrais,
cujos professores eram os próprio
monges, bispos e sacerdotes, que se
destacavam na pregação da doutrina
católica cristã.O ensino continha
matérias predominantemente
teológicas e em segundo plano a cultura
humanista em geral. Esta educação
evitava despertar inquietação
intelectual ou desenvolver a
criatividade. Evitava-se que os homens
questionassem o mundo.A principal atitude estimulada era a obediência, o respeito à
hierarquia religiosa e a aceitação conformista diante dos ensinamentos dos superiores.
Aquilo que não era compreendido deveria ser aceito como um mistério divino.
“A ociosidade é inimiga da alma. Por isso os irmãos devem estar ocupados
determinadas horas no trabalho manual e outras serão destinadas à leitura
das coisas sagradas.(...) Aquele que aceita a dignidade do abade deve
governar os seus discípulos por um duplo ensinamento: deverá inculcar-lhe o
que é bom e são, mais pelos actos do que por palavras. Tudo deve ser feito
segundo a vontade do abade.(...)
ProfªCarla teixeira Página 4
5. Ficha Informativa/Trabalhonº1
Se (o irmão) possuir alguma coisa , ou será distribuída pelos pobres ou
será doada ao mosteiro, sem qualquer reserva.
O mosteiro deve, sempre que possível, estar disposto de maneira que aí
se encontre tudo o que é necessário(...).Que todos os ofícios estejam aí
representados de modo a que os monges não tenham necessidade de saírem
fora dele; isso seria perigoso para as suas almas.”
Regra de S. Bento
1-Quais as actividades a que se dedicavam os monges?
2-Por que S. Bento considerava a ociosidade inimiga da alma?
3-A quem os monges deviam obediência?
4-Qual é a função do abade?
5-Por que é que o mosteiro era tão importante?
Os guardiães da escrita
.A depressão cultural provocada pela queda do
Império Romano do Ocidente, provocou um
retorno ao analfabetismo e a uma cultura popular
não escolarizada e não escrita, onde predominou
a tradição oral. Todavia mantiveram-se alguns
focos culturais activos, distantes uns dos outros
nas regiões mediterrânicas e britânicas. Contudo
os homens que animavam estes centros de
produção cultural são uma minoria ínfima no
conjunto da população. No total, umas centenas de pessoas, apenas seriam capazes de ler e
escrever, e muito menor os que sabiam organizar e sintetizar ideias. Assim acentuou-se por
todo o Ocidente uma notória disparidade cultural entre a cultura latina ( escrita em Latim),
cada vez mais restrita ao âmbito e a cultura das massas, medíocre, barbarizada, oral.
O papel de guardiães do saber escrito cabe igualmente aos monges pelo trabalho exercido
nos scriptoria ( escritórios), conventuais, espécie de oficinas de escrita, onde
pacientemente, alguns monges especializados (escribas e copistas) escreviam documentos e
registos do mosteiro e se entregavam à tarefa de copiar, à mão, os livros religiosos e os
grandes clássicos, muitas vezes ricamente ilustrados com iluminuras ou miniaturas. Esta
acção foi extremamente valiosa numa época em que não havia outros processos de edição
ou reprodução de livros, nem oficinas privadas que disso se encarregassem. Assim, foi o
esforço destes copistas que trouxe até nós o conhecimento e o pensamento dos Antigos. A
arte de escrever, restrita a uma elite, foi então extremamente aperfeiçoada. Devido às
ProfªCarla teixeira Página 5
6. Ficha Informativa/Trabalhonº1
dificuldades de comunicação da época e ao isolamento dos mosteiros, desenvolveram-se
caligrafias e alfabetos diferenciados. O domínio da arte da escrita e do saber engrandeceu
o papel dos eclesiásticos na sociedade e conferiu-lhe durante muito tempo, pelo menos até
ao advento da burguesia (Séculos XII-XIII), o monopólio dos cargos públicos e das
chancelarias régias, valorizando-os aos olhos do monarca
6-Na tua opinião, a se deve a importância dos monges copistas?
ProfªCarla teixeira Página 6