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“ELE ESTÁ ESQUECIDO...”
Avaliação cognitiva no idoso e diagnóstico diferencial das principais
síndromes demenciais
Humberto Alexandre Amadori - Geriatra
ROTEIRO
• Anamnese cognitiva
• Exame físico
• Funcionalidade
• Atenção
• Memória
• Funções executivas
• Envelhecimento normal
• Demências reversíveis
• Depressão
• Transtornos de ansiedade
• Demências
• Doença de Alzheimer
• Demência Vascular
• Demência com corpos de Lewy
• Demência na Doença de Parkinson
• Demência Frontotemporal
• Afasia Progressiva Primária
• Hidrocefalia de Pressão Normal
• Avaliação cognitiva no idoso
• Testes cognitivos ultra-rápidos
• Teste do desenho do relógio
• Fluência verbal
• MEEM
• MOCA
• Outros testes cognitivos globais
• Testes domínios congitivo-específicos
CONCEITOS
• Independência
• Autonomia
HISTÓRIA
Um dia você simplesmente percebe:
Sua mãe está diferente.
Aquela PERDA DE MEMÓRIA, antes atribuída ao envelhecimento, continua
progredindo e começa a se manifestar de outras maneiras.
- O que eu vim fazer aqui?
O sagrado café do dia-a-dia e os passos para seu preparo tornaram-se desafios
intransponíveis. Os caminhos da vizinhança, tão familiares anteriormente,
transformaram-se em um labirinto indecifrável cujo destino final, cada vez mais, é a
porta de um novo desconhecido.
E o dinheiro, tão bem cuidado em outros tempos, agora desaparece, apenas para
Depois ser reencontrado dentro da geladeira ou da máquina de lavar.
De alguma forma, a boca do fogão cada vez mais acesa contrasta com as memórias de
sua mãe.
- O que eu vim fazer aqui?
ANAMNESE COGNITIVA
• A avaliação cognitiva se inicia durante a obtenção da história
clínica, observando-se o nível de atenção, a organização do
pensamento, o humor, o juízo crítico, a linguagem
espontânea e a capacidade de lembrar fatos recentes ou
remotos.
• Escolaridade, profissão e qualquer possível problema de
aprendizado prévio;
• Se o paciente ainda trabalha, saber a ocupação é importante
para orientar a necessidade de afastamento e se a
manutenção do trabalho traz algum risco.
Durante consulta, atentar:
• Repetição de informações (como se fosse a primeira vez);
• Recorre ao informante para responder perguntas.
ANAMNESE COGNITIVA
A realização de entrevista com familiar ou com acompanhante que conviva com o paciente
aumenta a acurácia diagnóstica. Idealmente, em algum momento, deve-se realizar
entrevistas do paciente e acompanhante separadamente.
Alguns informantes que passam grande quantidade de tempo com o idoso avaliam
com MENOR precisão sua funcionalidade, pois executam as atividades PELOS idosos e não COM
os idosos.
• Epilepsia na infância;
• TCE (mesmo sem perda de nível de consciência e leves e múltiplos
– prática esportiva);
• AVCs prévios bem como fatores de risco cardiovascular (FA);
• Antecedente de depressão e outras doenças psiquiátricas.
• Tabagismo e etilismo.
ANAMNESE COGNITIVA
• Há quanto tempo? Piorou no último ano?
• Outras pessoas notaram que a sua memória está pior?
• Você acha que a memória está abaixo do esperado em
comparação a outras pessoas da sua idade?
• Essas dificuldades te preocupam/incomodam? Por quê?
• Não há preocupação (queixa ocasional);
• Temor de estar desenvolvendo doença de Alzheimer;
• Frustração com o rendimento.
• Dê exemplos de situações do dia a dia
Sempre busque determinar o grau de funcionalidade basal do paciente, interpretando
a funcionalidade e a cognição atuais com base em suas habilidades prévias.
Estabeleça funcionalidade basal e declínio.
ANAMNESE COGNITIVA
• Cronologia do aparecimento dos sintomas:
• Do primeiro sintoma até os dias de hoje;
• Primeiros sintomas: Problemas de “memória”
são de memória? Alterações comportamentais
são realmente comportamentais? Confusão é
confusão?
• Velocidade de progressão.
Familiares tendem a informar espontaneamente menor tempo de início por considerarem as
primeiras manifestações clínicas como apenas decorrentes do envelhecimento.
ANAMNESE COGNITIVA
• Anosognosia, distorções da memória e falsas
memórias (perda de insight, discernimento);
• Resistência de familiares: Constranger que há
declínio comportamental ou para expor
comportamentos inapropriados;
• Tempo para estabelecer relação médico-
paciente-família
É fundamental a busca ativa por medicamentos que possam provocar declínio cognitivo.
Estabeleça relação temporal.
ANAMNESE COGNITIVA
• SONO:
• Insônia:
• Busque sinais de transtornos de humor e transtornos de
ansiedade;
• Sonolência diurna:
• Busque sinais para SAHOS e Demência com corpos de
Lewy;
• Roncos
• Busque sinais para SAHOS (STOPBANG)
• Vocalizações (falar, rir, gritar, xingar)?
• Movimentos súbitos e violento de membros (chutar, socar,
pular da cama)? Agressão ao cônjuge enquanto dorme?
• Busque sinais para Transtorno comportamental do Sono
REM
ANAMNESE COGNITIVA
• Memória episódica:
• Não lembram onde guardam objetos, de esquecer
compromissos ou de dar recados e de esquecer o fogão
ligado
• Familiares relatam que o paciente está repetitivo,
perguntando as mesmas coisas e repetindo as mesmas
histórias
• Desorientação espacial: tarefas como andar ou dirigir
• Caminhos errados e sensação de estar perdidos
• Grandes dificuldades em planejar novas rotas
A queixa subjetiva isolada de memória, especialmente em pacientes com escolaridade alta,
freqüentemente é preditora de declínio cognitivo.
ANAMNESE COGNITIVA
• Disfunção executiva:
• Dificuldades em funções executivas (pagar contas e lidar
com finanças);
• Dificuldade de realizar tarefas que requeiram raciocínios
simples, previamente feitas com facilidade;
• Dificuldade para realizar duas tarefas simultaneamente
• Mudanças no comportamento:
• Exacerbação de traços de personalidade prévios?
• Apatia? Irritabilidade?
• Algum acontecimento em que o paciente agiu de forma
inadequada ou inesperada para os padrões sociais?
ANAMNESE COGNITIVA
• Distúrbios da linguagem:
• Depois da perda da memória é um dos sintomas mais
comuns da doença
• Anomia
• Parafasia semântica
• Parafasia fonêmica
• Circunlóquio
• Pausas no discurso e dificuldades de leitura e escrita.
ANAMNESE COGNITIVA
• Perguntas ou conversas repetidas, de eventos ou compromissos;
• Esquecimento onde foram colocados objetos ou guardar em locais inadequados.;
• Perder-se em trajetos familiares;
• Dificuldade em utilizar instrumentos simples (talheres, escova de dente, caneta);
• Dificuldade ou incapacidade de planejar atividades complexas ou seqüenciadas;
• Dificuldade ou incapacidade de manejar finanças;
• Incapacidade de reconhecer faces ou objetos comuns ou encontrar objetos
situados à vista;
• Afastamento progressivo dos passatempos e tarefas mais complexas;
• Maior tempo para execução de tarefas;
• Dificuldade de lembrar palavras comuns ao falar, erros de expressão oral,
desordens de escrita ou operações aritméticas;
• Flutuações do humor, agitação, falta de motivação, perda de iniciativa, apatia,
retraimento social, diminuição de interesse em atividades prévias,
comportamentos socialmente inaceitáveis.
ANAMNESE COGNITIVA
• Antecedente psiquiátrico <50 anos?
• Sintomas depressivos?
• Quedas freqüentes? Alteração da marcha?
• Incontinência urinária?
• Flutuação cognitiva?
• Alucinações visuais?
• Alteração da preferência alimentar?
Constipação e incontinência urinária podem ser parâmetros de disfunção autonômica
ANAMNESE COGNITIVA
• Flutuação cognitiva
• Variações no estado de alerta, na atenção e também no estado
cognitivo
• Letargia diurna;
• Cochilos de mais de 2 horas;
• Olhar para o vazio;
• Episódios desorganizados de fala
• DCL: Inconsciência parcial ou desatenção – Pode oscilar no mesmo dia.
• DA: períodos de “confusão” se caracterizam por conversas repetitivas
ou esquecimentos em momentos de maior demanda cognitiva ou
ansiedade
Na prática clínica, as flutuações são difíceis de serem bem definidas.
90% DCL, 35-50% vascular, 20% DA.
ANAMNESE COGNITIVA
ANAMNESE COGNITIVA
EXAME FÍSICO
• Circunferência cervical ;
• Hipotensão ortostática;
• Parkinsonismo (apendicular ou axial);
• Motricidade ocular extrínseca
(paralisia do olhar vertical);
• Hiposmia
• Mioclonias;
• Déficits focais;
• Sinais piramidais;
• A presença de alterações no exame físico fala contra o Diagnóstico de Doença de Alzheimer.
• Lembre-se: Presença de parkinsonismo não é obrigatório para diagnóstico de Demência com
corpos de Lewy
Kim, C., Lee, H. W., & Park, M. Y. (2009). Journal of Korean Medical Science, 24(5), 982.
FUNCIONALIDADE
• Independência + Autonomia
• O declínio na funcionalidade em indivíduos idosos está
diretamente relacionado à presença de déficits cognitivos.
Galasko, D. (1998). An integrated approach to the management of Alzheimer’s disease: assessing cognition, function and behaviour. European Journal of Neurology, 5(S4), S9–S17.
FUNCIONALIDADE
Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de
Medicina, Universidade de São Paulo; 2018
• Avaliação pode ser direta ou indireta:
• Direta: Mensurada através da observação do examinador em um
ambiente terapêutico próximo da vida diária do idoso.
• Dificuldade é o tempo de aplicação bem como necessidade de
profissional treinado.
• Indireta: Escalas e questionários a informantes que convivem com o
idoso
• O estresse do cuidador/informante pode fazer com que, ao
responderem o questionário, mascarem algumas informações
levando a uma terapêutica mais tardia.
No estresse do cuidador, o uso de questionários indiretos pode levar a um mascaramento de informações e,
pois, diagnóstico tardio. A avaliação exclusivamente direta pode não ser a melhor pela influência por várias
pontuais e transitórias do momento. A combinação direta + indireta parece ser a mais fidedigna.
FUNCIONALIDADE
• Avaliação pode ser direta ou indireta:
• Direta: DAFS-BR (Direct Assessment Functional States);
• Indireta:
• Pfeffer;
• IQCODE;
• ADL-Q (Activities of Daily Living);
• B- ADL (Bayer activies of daily living)*
• Não há consenso se avaliações indiretas conseguem identificar
prejuízos iniciais, visto que dependem de informantes.
• Poucas pesquisas tentaram definir qual seria a melhor forma de
identificar precocemente declínio das AIVDs.
Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de
São Paulo; 2018
A combinação de uma escala direta e indireta pode ser a melhor alternativa para avaliação
funcional e na definição de tratamento acerca da funcionalidade, favorecendo
tratamento mais precoce e, por conseguinte, manutenção da independência por mais tempo.
FUNCIONALIDADE
Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de
Medicina, Universidade de São Paulo; 2018
• Funcionalidade está associada a principalmente duas
funções cognitivas:
• Memória;
• Funções executivas (principalmente na
capacidade de planejamento
• Funções executivas são muito importantes tanto
para atividades simples quanto complexas.
Funções executivas parecem ser mais importantes do que a memória
para manutenção da funcionalidade.
QUESTIONÁRIOS PARA FAMILIARES
FUNCIONALIDADE
• IQCODE
• Não depende da escolaridade;
• Em comparação há dez anos, como está a pessoas nas situações:
Acurácia: 80-85%
para demência
DEMÊNCIA
(TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR)
• Atenção complexa
• Aprendizado e memória
• Funções executivas
• Linguagem
• Percepção motora
• Cognição Social
DEMÊNCIA
(TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR)
• Pré-frontal: Funções executivas e comportamento;
• Límbica: Memória e emoções;
• Perisilviana: Linguagem;
• Dorsal parietofrontal: Atenção espacial e habilidades
visuoespaciais
• Ventral occiptotemporal: Reconhecimento de objetos
e faces
ATENÇÃO
• ATENÇÃO BÁSICA
• Habilidade de manter o foco em determinada tarefa,
sem distrair-se com estímulos externos e internos;
• Na anamnese, capacidade de se concentrar na
entrevista e não se distrair com estímulos externos;
• Por exemplo: Delirium.
• Digit span ordem direta, teste de vigilância, trilhas A
• Deve ser o primeiro domínio cognitivo a ser avaliado, já que pode comprometer toda a
avaliação cognitiva.
ATENÇÃO
• ATENÇÃO COMPLEXA
• Não é uma habilidade cognitiva única, mas uma complexa combinação de
subsistemas;
• Capacidade de sustentar, selecionar, dividir e alternar o foco atencional,
permitindo manipular a informação e executar tarefas de múltiplos passos.
• A atenção complexa (atenção dividida, atenção seletiva e atenção sustentada)
envolve também algumas funções executivas (como a memória operacional)
• Dirigida*
• Mantida *
• Dividida
• Seletiva
• Alternada
• A matriz atencional depende da integridade de estruturas subcorticais (principalmente núcleos talâmicos
e o SRAA) e estruturas corticais (córtex frontoparietal dorsal).
E ao córtex pré-frontal cabe o papel central na modulação da atenção complexa.
ATENÇÃO
DIGIT SPAN
Ordem direta
2 3
8 9
2 5 8
9 3 5
8 3 2 7
6 9 1 8
2 6 1 5 8
4 9 3 2 7
7 1 5 2 9 4
6 8 1 4 9 5
8 4 7 2 9 3 6
6 1 8 5 3 4 7
Normal: Acerto de
7± 2 dígitos
MEMÓRIA
“Somos exatamente o que nos lembramos e também somos aquilo
que não queremos lembrar.” Ivan Izquierdo
• A memória representa a habilidade cognitiva de aprender e
consolidar novas informações para potencial uso depois de um
intervalo tempo variável, de minutos a anos.
• De acordo com a natureza dessas informações, consciente ou
inconsciente, diferentes redes neurais estão associadas.
• "Memória" significa aquisição, formação, conservação e evocação
de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem:
só se "grava aquilo que foi aprendido”.
• O bom funcionamento da memória depende inicialmente do nível
de atenção.
Memória episódica é o único tipo de memória que piora com o envelhecimento. Todas as
outras, se treinadas, podem melhorar.
MEMÓRIA
Memória de
Longo prazo
Declarativa
(explícita)
Episódica Semântica
Não declarativa
(implícita)
Procedural Priming
Aprendizado não
associativo
Condicionamento
clássico
MEMÓRIA
• DECLARATIVA (explícita): Pode ser conscientemente acessado
• Memória semântica: informação, linguagem, e conhecimento;
conceitos e conhecimentos gerais de fatos, objetos ou palavras -
lembrança de fatos e eventos
• Memória episódica: experiências autobiográficas
• NÃO DECLARATIVA (implícita): Conteúdo é inconsciente
• Memória de procedimento: motora e de habilidade cognitivas
(amarrar um sapato, andar de bicicleta)
MEMÓRIA
• O processo de aquisição de novas informações na memória episódica
envolve uma série de etapas, incluindo a codificação, a consolidação e a
recuperação, e o circuito de Papez tem um papel central nesse processo.
Essa neurocircuitaria compõe-se de estruturas temporais mesiais (como as
formações hipocampais) e diencefálicas.
• Em última análise, os testes de memória avaliam a integridade desse
sistema.
O método mais comum de avaliar a memória é por meio de lista de palavras e em geral envolve uma fase de
aprendizagem, outra de evocação (ou recordação) tardia (delayed recall) e por fim uma de reconhecimento.
A fase de reconhecimento representa, assim, uma recordação com pista.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Permitem ao ser humano adaptar-se ao meio externo e
desempenhar adequadamente suas atividades de vida diária;
• Ordem de funções cognitivas superiores envolvida na auto-
regulação do comportamento direcionado a objetivos e
organização e uso eficaz de grandes quantidades de
informação;
• As funções executivas são diversas, mas compartilham uma
dependência comum do córtex pré-frontal - estrutura
heterogênea com extensa conectividade com outras áreas do
cérebro.
FE são habilidades cognitivas dependentes de circuitarias corticossubcorticais entre o córtex pré-frontal e
estruturas subcorticais (núcleos da base e talâmicos - nu dorsomedial). Essas recebem conexões de estruturas
como sistema límbico e do córtex parietal dorsal. Assim, são várias estruturas que, quando afetadas, levam a
síndromes diseexecutivas, e não apenas lesões frontais
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• As funções executivas compreendem um conceito
neuropsicológico que se aplica às atividades cognitivas
responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas
incluem o raciocínio, a lógica, a estratégias, a tomada de
decisões e a resolução de problemas.
Testes de funções executivas também avaliam atenção complexa, pois o indivíduo deve estar apto
a sustentar, dividir e alternar o foco atencional durante execução de tarefa de múltiplos passos.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• MEMÓRIA DE TRABALHO (segundos- minutos): Breve e fugaz, serve para
"gerenciar a realidade" e determinar o contexto em que os diversos fatos,
acontecimentos ou outro tipo de informação ocorrem, se vale a pena ou
não fazer uma nova memória disso ou se esse tipo de informação já
consta dos arquivos.
• Capacidade de seguir instruções, prestar atenção, usar informações
relevantes no meio de uma atividade.
• Diferente de outros tipos de memória, não deixa traços e não produz
arquivos.
• Por exemplo: a terceira palavra da frase anterior.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Memória de trabalho (operacional);
• Controle inibitório: Habilidade "pensar antes de agir“, não ser impulsivo;
• Controle emocional: Controle das emoções de acordo com cada situação;
• Flexibilidade mental: Capacidade de ajustar o comportamento para
mudanças imprevistas, aprender com os erros;
• Automonitoramento: Autoconsciência de como se está passando no
momento para fazer ajustes de ações / comportamentos à situação atual;
• Iniciação de tarefa: Capacidade de se motivar para iniciar tarefas,
direcionando comportamentos e ações, sem procrastinar.
• Organização;
• Planejamento/gestão do tempo: Capacidade de planejar tarefas diárias
para cumprir responsabilidades de curto e longo prazo.
• Abstração;
• Cognição social/controle de emoções: Habilidade de gerenciar emoções
para atingir metas e completar tarefas
FUNÇÕES EXECUTIVAS
ENVELHECIMENTO NORMAL
• De maneira geral, a memória episódica é o único tipo de
memória que piora com o envelhecimento – a partir dos 30 anos
de idade.
• Todas as outras (semântica e não declarativas), se treinadas,
podem melhorar.
• A "memória" operacional declina precocemente, desde o início
da vida adulta, assim como a velocidade de processamento.
• A atenção dirigida e sustentada tendem a se manter estáveis
com o envelhecimento. Já as dividida, seletiva e alternada
tendem a declinar.
Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752
Habilidades bem aprendidas tendem a se aprimorar com a idade e só decaem em
idades mais avançadas.
ENVELHECIMENTO NORMAL
• A memória episódica decai com a idade, o que fica evidente
principalmente nas tarefas que necessitam de maior esforço
dirigido, como a recordação de listas de palavras, em comparação
com a lembrança de histórias e figuras. As tarefas de evocação livre
se mostram mais prejudicadas do que a evocação com pistas e o
reconhecimento.
• A memória semântica tende a aumentar ao longo do
envelhecimento (p. ex.: testes de vocabulário e conhecimentos
gerais), exceto em tarefas que exigem a eficiência nos processos de
evocação, como no teste de fluência verbal com categorias
semânticas, que requer rapidez.
Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752
Declínio cognitivo parece ser algo inerente ao desenvolvimento humano, no entanto, está sujeito a
variações entre os indivíduos ou mesmo intraindividuais, ou seja, uma pessoa pode apresentar declínio
diferenciado entre as funções avaliadas.
ENVELHECIMENTO NORMAL
• Inteligência cristalizada:
• Habilidades e conhecimentos que são superaprendidos, bem praticados e familiares -
devem-se ao acúmulos de informações com base na experiência de vida de uma
pessoa.
• Permanecem estáveis ou melhoram gradualmente até 6a e 7a décadas de vida.
• Exemplos: Vocabulário e o conhecimento geral.
• Inteligência fluida:
• Habilidades que envolvem resolução de problemas e raciocínio sobre coisas que são
menos familiares e independem do que a pessoa aprendeu.
• Inclui a capacidade inata de processar e aprender novas informações, resolver
problemas e atender e manipular o ambiente.
• Exemplos: Função executiva, velocidade de processamento, memória e habilidade
psicomotora.
Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752
Muitas habilidades cognitivas fluidas, especialmente a capacidade psicomotora e a velocidade de
processamento, atingem o pico na terceira década de vida e, em seguida, diminuem.
ENVELHECIMENTO NORMAL
Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752
DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS
• Mais freqüentes em pacientes mais jovens e em casos de declínio cognitivo
recente;
• Causas mais freqüentes são as neurocirúrgicas (HPN, hematoma subdural e
tumores benignos). Etiologias alcoólica, Wernicke-korsakoff, neurolues e
encefalopatia de Hashimoto são outros exemplos;
• Entre as verdadeiramente reversíveis: Depressão, encefalopatia medicamentosa
e transtornos metabólicos;
• 9% das demências são por causas potencialmente reversíveis;
• Cerca de 6% dos casos foram revertidos (aproximadamente 50% completamente);
• A descoberta de causa reversível nem sempre permite recuperação completa
com o tratamento;
• A condição tratável é apenas um componente de demência superposta a outra
condição (DA).
Clarfield AM. The decreasing prevalence of reversible dementias: an updated meta-analysis. Arch Intern Med. 2003;163:2219-29
HPN HSC Meningioma
DEPRESSÃO
Culpepper L, Lam RW, McIntyre RS. Cognitive Impairment in Patients With Depression: Awareness, Assessment, and Management. J Clin Psychiatry. 2017
Nov/Dec;78(9):1383-1394
• Depressão pode preceder, ocorrer concomitantemente à síndrome demencial ou
ser um diagnóstico diferencial ao declínio cognitivo;
• Na avaliação do paciente idoso com depressão é importante:
• Reconhecer o comprometimento cognitivo como uma barreira para a recuperação funcional;
• Determinar a percepção subjetiva de cada paciente sobre a carga de seu comprometimento cognitivo, a fim de priorizar os
objetivos do tratamento;
• Avaliar os efeitos diretos e indiretos na cognição ao selecionar os tratamentos.
• A depressão no idoso pode se manifestar subsindromicamente, com predomínio
de queixas físicas e cognitivas.
• São escalas utilizadas para rastreio:
• GDS :Geriatric Depression Scale
• PHQ-9 (PatientHealth Questionnaire)
• CES-D
(Center for Epidemiological Scale – Depression)
DEPRESSÃO
• Comprometimento da memória, velocidade de processamento e funções
executivas são freqüentes na depressão de início tardio;
• Grande variabilidade no perfil cognitivo na depressão geriátrica sugere
que esta síndrome corresponde a um grupo heterogêneo de transtornos;
• Pior desempenho nas provas que avaliam funções executivas e na
evocação tardia. Desempenho mantido em tarefas de reconhecimento.
• Mau desempenho na Fluência Verbal: Desempenho reduzido na
categorização semântica aumenta o risco de resposta inadequada a
farmacoterapia.
• Pacientes com “pseudodemência” por depressão apresentam maior risco
de desenvolvimento de síndrome demencial nos 3 anos subseqüentes.
Morimoto, S. S., Kanellopoulos, D., Manning, K. J., & Alexopoulos, G. S. (2015). Diagnosis and treatment of depression and cognitive
impairment in late life. Annals of the New York Academy of Sciences, 1345(1), 36–46.
Os três sintomas mais relacionados a declínio funcional:
• Humor deprimido;
• Fadiga;
• Dificuldade de concentração*
DEPRESSÃO
Culpepper L, Lam RW, McIntyre RS. Cognitive Impairment in Patients With Depression: Awareness, Assessment, and Management. J Clin
Psychiatry. 2017 Nov/Dec;78(9):1383-1394
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO DA
Idade de início < ou > 60 anos > 60 anos
Início Agudo Progressivo
Curso Progressão rápida
Flutuante, geralmente congruente
Progressão lenta
Variável
Queixa de memória Usualmente presente, queixa enfatizada Variável (Anosognosia)
Humor Depressivo Depressivo ou eutímico
Memória Desempenho melhor do que
autoavaliação; melhora com pistas
Desempenho similar para memória
recente e remota
Desempenho pior do que
autoavaliação; não se beneficia com
pistas
Memória recente mais comprometida.
Orientação Poucas queixas Dificuldade de localização
Disfunção executiva Típica Variável, mais tardia
V de processamento Lentificada Normal
Esforço Diminui com a demanda cognitiva, com
comprometimento desproporcional em tarefas que
demandam maior esforço. “NÃO SEI”
Tipicamente normal
Sempre diferencia depressão de apatia.
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Delphin-Combe, F., Bathsavanis, A., Rouch, I., Liles, T., Vannier-Nitenberg, C., Fantino, B., … Krolak-Salmon, P. (2016). Relationship between anxiety and cognitive
performance in an elderly population with a cognitive complaint. European Journal of Neurology, 23(7), 1210–1217.
• Os exames da relação entre desempenho cognitivo e ansiedade
resultaram em resultados conflitantes.
• Transtornos de ansiedade, incluindo TOC e TEPT, estão associados a
baixo desempenho neuropsicológico de atenção e memória;
• Jovens com TAG parecem ter pior desempenho na memória de
trabalho, controle inibitório e memória não verbal;
• Um estudo demonstrou que os domínios cognitivos afetados na
depressão e no TAG foram similares;
• Em outro estudo, indivíduos ansiosos tiveram pior desempenho na
memória de curto prazo, ao passo que os deprimidos mostraram
mais disfunção executiva.
DEMÊNCIA
• Definição: Sintomas cognitivos e/ou comportamentais que
interferem em atividades da vida diária e, pois, declínio
funcional em relação a níveis prévios, não explicáveis por
delirium ou transtorno psiquiátrico;
• Diagnóstico: Anamnese, avaliação cognitiva/neuropsicológica
que demonstre prejuízo;
• O exame cognitivo pode determinar a gravidade e ajudar a
estabelecer etiologia
• Como o exame neurológico somático, o exame cognitivo deve
ser sistematizado, no caso por domínios cognitivos (atenção,
funções executivas, memória, linguagem, praxias, habilidades
visuoespaciais e funções visuoperceptivas).
DEMÊNCIA
(TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR)
• Prejuízo em pelo menos uma das
seguintes áreas:
• Atenção;
• Funções executivas;
• Aprendizagem e memória;
• Linguagem;
• Percepção Motora;
• Cognição social.
• Interfere no funcionamento social e
ocupacional
BENEFICIA-SE DE PISTAS?
DECLÍNIO COGNITIVO SUBJETIVO COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE DEMÊNCIA
Autoexperiência da deterioração no desempenho cognitivo não detectado
objetivamente por meio de testes neuropsicológicos formais.
Declínio cognitivo com relativa preservação das atividades da vida diária
Síndrome clínica que cursa com deterioração do funcionamento dos domínios
cognitivos, alterando desta maneira seu comportamento e levando a graves
prejuízos funcionais.
DEMÊNCIA
(TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR)
VANISHED
V: vascular, vitamin deficiency: B1, B6, B12, folate
A: Alzheimer disease, autoimmune: cerebral vasculitis, systemic lupus erythematosus
N: normal pressure hydrocephalus, neoplasia
I: infection, e.g. Creutzfeldt-Jakob disease, herpes simplex encephalitis, prion diseases, tertiary syphilis,
HIV/AIDS, PML
S: substance abuse, serum abnormalities e.g. hyperammonemia, uremia, Wilson disease
H: hormones: hypothyroidism, hyperparathyroidism
E: electrolyte disturbances: e.g. hyponatremia, hypokalemia, hypocalcemia, hypercalcemia etc.
D: depression (pseudodementia)
DEMENTIAS
D: drugs/depression
E: emotions
M: multy-infarct/medication/metabolic and endocrine issues
E: eyes and ears (sensory problems)
N: nutritional issue
T: toxins/tumors
I: ischemia/infections
A: alcohol
S:Sleep disorders and rarely seizures
https://radiopaedia.org/articles/causes-of-dementia-mnemonic?lang=us
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Demência neurodegenerativa - mais freqüente – declínio cognitivo
progressivo;
• Principal causa de demência em < 65 anos e em >65 anos;
• Deposição de B-amilóide; Taupatia;
• Déficit colinérgico – Núcleo Basal de Meynert;
• Idade é o principal fator de risco
• Compartilha fatores de risco com demência vascular;
• Comprometimento amnéstico (mais freqüente em >70 anos),
comprometimento não amnéstico em variantes menos freqüentes
– pacientes mais jovens.
Aos 45 anos, o risco de desenvolver DA para os homens é de 10% e 20% para as
mulheres.
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Comprometimento amnéstico progride para graus variáveis de
comprometimento da linguagem, orientação espacial e funções
executivas;
• Memória episódica anterógrada inicialmente comprometida -
desorientação temporal é precoce;
• Os esquecimentos são freqüentemente negligenciados “da idade”, pode
passar desapercebido por clínicos. O início é difícil de precisar, pois o
declínio é gradual;
• Memória remota comprometida em estágios avançados.
Para um indivíduo com 70 anos, as estimativas de duração são de 10 anos para o
estágio pré-clínico, 4 anos para o estágio prodrômico e 6 anos para o estágio de
demência da doença de Alzheimer, totalizando 20 anos
Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr
24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Guardar objetos em locais inapropriados;
• Afastamento progressivo dos passatempos e tarefas mais complexas;
• Anomia;
• Desorientação espacial (dificuldade de encontrar a casa –posteriormente,
dentro de casa);
• Desorientação temporal (dificuldade com datas relevantes e dificuldade
de estabelecer relações cronológicas)
• Disfunção executiva (dificuldades de raciocínio, julgamento e resolução de
problemas);
• Dificuldade para tomar decisões ;
• Dificuldade para manejar finanças pessoais.
Há uma representativa variação interindividual conseqüente, principalmente, da extraordinária complexidade do
cérebro. A estrutura mental pré-mórbida, a estrutural familiar e o meio em que o paciente vive são fatores que
contribuem para essa variabilidade. Assim, a taxa de progressão cognitiva em pessoas com DA é altamente variável.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Knopman, D. S., Amieva, H., Petersen, R. C., Chételat, G., Holtzman, D. M., Hyman, B. T., … Jones, D. T. (2021). Alzheimer disease. Nature Reviews Disease Primers, 7(1).
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Amnéstica
CCL Leve Moderada Avançada
Memória Episódica + ++ +++ +++
Semântica -/+ + ++ +++
Remota -/+ -/+ ++ +++
Operacional - -/+ ++ +++
Orientação temporal/espacial - + ++ +++
Atenção e funções executivas -/+ + ++ +++
Linguagem - -/+ + +++
Praxia - -/+ ++ +++
Habilidades visuoespaciais e
perceptivas
- -/+ ++ +++
• Em tratamento, espera-se, em média, 3,3 pontos de piora do MEEM no ano.
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Ao invés de comprometimento amnésico...
• Variantes da DA (mais freqüentes na DA de início precoce)
• Atrofia cortical posterior
• Variante mais freqüente;
• Habilidades visuoespaciais;
• Variante frontal
• Funções executivas e problemas comportamentais;
• APP logopênica
• Linguagem
LATE (Limbic-predominant age-related TDP-43 encephalopathy): Após os 90 anos, a incidência de DA
parece diminuir à medida que a esclerose hipocampal se torna progressivamente mais freqüente.
Caracteriza-se por um perfil amnéstico similar ao da DA, porém com progressão mais lenta.
DOENÇA DE ALZHEIMER
• RM crânio:
• Atrofia hipocampal (lobo temporal medial) está associada a DA, mas não é
exclusiva (Esclerose hipocampal, DLFT, Doença cerebrovascular, ausência de
déficit cognitivo);
• Na DA de inicio precoce, a preservação do hipocampo é freqüente (pode
auxiliar (no diagnóstico de ACP)
Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr
24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
DOENÇA DE ALZHEIMER
• Escore de Atrofia temporal (MTA - Scheltens)
• T1 coronal – porção anterior da ponte;
• Fissura coróide, corno temporal, hipocampo;
• S: 85% E: 85%
Alterado:
< 75anos: ≥ 2
> 75anos: ≥ 3
https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri
DOENÇA DE ALZHEIMER
• ERICA score (Entorhinal cortex atrophy)
• Corte coronal – ao nível dos corpos mamilares;
• Volume do córtex entorrinal e do giro parahipocampal,
tentório do cerebelo.
• Erica x Scheltens: Acurácia: 91% x 74%
Enkirch SJ, Traschütz A, Müller A, et al. The ERICA Score: An MR Imaging-based Visual Scoring System for the Assessment of Entorhinal Cortex Atrophy in Alzheimer
Disease. Radiology. 2018 Jul;288(1):226-333. DOI: 10.1148/radiol.2018171888. PMID: 29514015
Alterado:
ERICA ≥2
DOENÇA DE ALZHEIMER
• FDG-PET:
• Diagnóstico diferencial;
• Predição de evolução clínica, extensão da doença.
• Hipometabolismo temporo-parietal cíngulo posterior que precede a perda de
volume;
• O grau e a extensão do hipometabolismo medido se correlaciona com a
gravidade geral do comprometimento cognitivo na DA;
Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr
24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
DOENÇA DE ALZHEIMER
Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr
24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
• PET-Amilóide:
• Mais útil para descartar a DA;
• Parece aumentar acurácia diagnóstica.
• Tau-PET:
• Diagnóstico diferencial;
• Avaliar progressão da doença e disseminação de tau ao longo das redes
cerebrais;
• Ainda necessário refinamento metodológico.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr
24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
• Padrões de TAU-PET e FDG-PET:
• DA típica: Amnéstica: Hipometabolismo/taupatia temporoparietal;
• APP logopênica: Assimetria importante com hipometabolismo/taupatia predominante no hemisfério
esquerdo;
• Atrofia cortical posterior: Hipometabolismo/taupatia temporal posterior, parietal e occiptal
• Variante frontal: Hipometabolismo/taupatia temporal, parietal e frontal.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Vogel, J. W., Young, A. L., Oxtoby, N. P., Smith, R., Ossenkoppele, R., … Hansson, O. (2021). Four distinct trajectories of tau deposition identified in
Alzheimer’s disease. Nature Medicine, 27(5), 871–881.
Padrões de distribuição da Proteína Tau
• Variante 1 (33%): Lobo temporal -> Memória
• Variante 2 (18%): Córtex cerebral -> Funções executivas
• Variante 3 (30%): Córtex visual -> Agnosia visual
• Variante 4 (19%): Hemisfério E -> Linguagem
• Apresentações atípicas não amnésticas parecem ser
mais freqüentes na variante 2;
• As trajetórias cognitivas diferem entre os subtipos.
DEMÊNCIA VASCULAR
• Demência secundária mais prevalente, segunda entre
todas as demências.
• Causa direta é a doença cerebrovascular - grupo
heterogêneo de subtipos relacionando aspectos clínicos
e de neuroimagem;
• Espectro do Comprometimento Cognitivo Vascular;
• O declínio cognitivo é a conseqüência mais comum da
doença cerebrovascular, não o AVC;
• Pós-ictus (único, múltiplo, estratégico) x Subcorticais
(infartos lacunares e hiperintensidades)
Até um terço das demências apresentam patologia vascular significativa.
O’Brien, J. T., & Thomas, A. (2015). Vascular dementia. The Lancet, 386(10004), 1698–1706.
DEMÊNCIA VASCULAR
• Lesões em territórios de grandes vasos: Infartos médios ou grandes, únicos
ou múltiplos, corticais e/ou córtico-subcorticais ou áreas estratégicas (cognição
e/ou comportamento)
• Lesões de pequenos vasos: Pequenos infartos ou lacunas múltiplas no tálamo,
núcleos da base e na substância branca ou comprometimento isquêmico de
extensão variável da substância branca ou a associação de ambos os tipos de
lesão.
• Pode haver lesão decorrente de doença de vasos grandes ou de vasos pequenos,
ou de ambos associados.
A localização preferencialmente deve atingir áreas corticais e estruturas subcorticais associativas ou
límbicas-paralímbicas, com expressão cognitiva e/ou comportamental (“áreas estratégicas”), incluindo os
circuitos da memória (hipocampo-núcleo mamilar-tálamo e amígdalo-tálamo-frontal).
• 1) DV PÓS-ICTUS ÚNICO
• Oclusão de grande vaso; Comprometimento cognitivo cortical – até 3-
6 meses após ictus;
• 2) DV POR INFARTOS MÚLTIPLOS
• Múltiplos infartos corticais e/ou subcorticais;
• 3) DV POR INFARTOS EM TERRITÓRIOS LIMÍTROFES (watershed areas)
• As lesões isquêmicas podem ser encontradas no córtex cerebral entre
os territórios de irrigação da ACA, ACM, ACP.
• 4) DV POR INFARTO ESTRATÉGICO
• Instalação abrupta
• Áreas corticais (hipocampo, giro angular, córtex pré-frontal etc) ou
• Áreas subcorticais (proséncefalo basal, nucleo caudado, tálamo)
• 5) DV PÓS-ICTUS HEMORRÁGICO
• 6) DV ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS):
DEMÊNCIA VASCULAR
DEMÊNCIA VASCULAR
Subcortical Cortical Infarto
estratégico
MECANISMOS VASCULARES
Pequenos vasos Sim x Sim
Hipoperfusão Sim Sim Sim
Lesão de grande vasos x Sim Sim
Cardiembolismo x Sim Sim
ALTERAÇÕES CEREBRAIS
Lesões de substância branca Sim X Sim
Infarto lacunar Sim X Sim
Infarto do território arterial x Sim Sim
Infarto watershed x Sim Sim
Heterogeneidade + ++ +++
Neurologia cognitiva e do envelhecimento do conhecimento básico a abordagem clínica /[coordenadores] Norberto Anízio
Ferreira Frota...[et al.]. -- São Paulo : Editora e Eventos Omnifarma, 2016.
• DEMÊNCIA VASCULAR ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS)
• Subtipo mais prevalente, cerca de 50% dos casos;
• Subgrupo mais homogêneo – aspectos clínicos, evolução e resposta terapêutica mais
previsíveis (espectro: estado lacunar a doença de Biswanger);
• Principal Causa: Doença de pequenos vasos em estruturas subcorticais
(microangiopatia pelo envelhecimento, HAS, DM, angiopatia amilóide etc.) levando à
formação de infartos lacunares e lesões isquêmicas da substância branca de extensão
variável;
• As lesões subcorticais se relacionam com desconexão dos circuitos subcortico - pré-
frontais;
• Acometimento de ≥ 25% da substância branca;
• Evolução lenta e insidiosa;
• Relações temporais entre as manifestações clínicas e neuroimagem freqüentemente
não são nítidas.
DEMÊNCIA VASCULAR
Infartos em territórios limítrofes subcorticais, assim como infartos estratégicos subcorticais,
atingindo gânglios da base, tálamo ou substância branca (conexões), também podem ser
considerados nesta categoria.
• DEMÊNCIA VASCULAR ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS)
• Alteração da marcha, incontinência urinária, quedas freqüentes;
• Geralmente déficits focais ausentes;
• Depressão, apatia marcante, mudança de personalidade e
labilidade emocional (afeto pseudobulbar) são freqüentes;
• Mudança de personalidade e labilidade emocional;
• Principal domínio cognitivo afetado: Funções executivas
(formulação inadequada de objetivos, iniciação, organização,
seqüenciamento, planejamento, mudança e manutenção de
estratégias, abstração)
DEMÊNCIA VASCULAR
O principal domínio cognitivo afetado são as funções executivas e atenção complexa.
A memória é menos comprometida do que na DA. A evocação espontânea é comprometida,
porém se beneficia com pistas e o reconhecimento é relativamente intacto.
Dementia & Neuropsychologia / Brazilian Academy of Neurology / Associação Neurologia Cognitiva e do Comportamento. -- v. 5, Suppl. 1 (2011).
DEMÊNCIA VASCULAR
• Exames de neuroimagem funcional podem auxiliar no diagnóstico
diferencial outras demências neurodegenerativas;
• A avaliação de DVIS pode mostrar comprometimento frontal precoce
nos casos leves e, nos casos graves, hipoperfusão difusa;
• As imagens com SPECT e PET, na DV mostram padrões diversos de
acordo com o subtipo de DV – como o padrão multifocal, visto na
demência por infartos múltiplos, ou com padrão mais difuso associado
a lesão extensa da substância branca e lacunas.
A inexistência de lesões vasculares na RM é um forte indicativo da baixa probabilidade de
etiologia vascular da demência.
ESCALA DE FAZEKAS (Fazekas et al., 1987)
Hiperintensidades periventriculares Lesões de substância branca
0 Ausente Ausente
1 Linhas finas de hipersinal Múltiplas lesões puntiformes
2 Halos tênues Início de lesões confluentes
3 Extensão para substância branca Extensas lesões confluentes
Método utilizado para quantificar o grau de lesões hiperintensas em T2 visíveis na substância branca.
Fazekas 1 é normal em idosos. 2 e 3 quase sempre são patológicos, sinalizando alto risco de declínio cognitivo.
DEMÊNCIA VASCULAR
• Fazekas prevê incapacidade;
• Fazekas 1 é considerada normal em idosos;
• 2 e 3 são patológicas, mas podem ser vistas em indivíduos com funcionalidade
normal, porém com alto risco de perda funcional posterior;
• Em um estudo com 600 idosos com funcionamento normal, a pontuação de
Fazekas previu incapacidade em um ano . Pacientes com fazekas 3, 25% evoluiram
com incapacidade.
O acompanhamento de três anos mostra que alterações graves da substância branca independentemente e
predizem fortemente o rápido declínio funcional global.
https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri
DEMÊNCIA VASCULAR
AVC no território da ACP com envolvimento do lobo temporal medial no
hemisfério dominante
Infarto talâmico bilateral
https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri
O’Brien, J. T., & Thomas, A. (2015). Vascular dementia. The Lancet, 386(10004), 1698–1706
DEMÊNCIA MISTA AV
• Entidade heterogênea;
• A DA e a DV compartilham fatores de risco, aspectos clínicos e mecanismos patogênicos.
• Estreita relação entre DA e DV: Lesões da substância branca e infartos lacunares são comuns
na DA; placas amilóides e deposição de proteína tau na DV - as lesões das duas tendem a
aumentar a probabilidade de declínio cognitivo significativo.
• Ao lesar os circuitos subcórtico-pré-frontais a DCV pode participar na composição de
sintomas com os decorrentes da lesão hipocampal da D;
• Não há consenso para diagnóstico da DM AV;
• Comprometimento da memória episódica x atenção/funções executivas.
ESCORE DE HACHINSKI
Início súbito 2 pts Deterioração não-linear, em degraus 1 pt
Evolução flutuante 2 pts Confusão noturna 1 pt
Antecedente de AVC 2 pts Conservação relativa da personalidade 1 pt
Sintomas neurológicos focais 2 pts Depressão 1 pt
Sinais neurológicos focais (objetivados no exame) 2 pts Antecedente de HAS 1 pt
Queixas somáticas 1 pt Evidências de aterosclerose associada 1 pt
Labilidade funcional 1 pt
≥ 7 pontos: D. Vascular; ≤ 4 pontos: D. Alzheimer.
Dement Neuropsychol 2017 December;11(4):364-370365Custodio et al. Mixed dementia
Escore de Hachinski: Sensibilidade e especificidade de 70-80% na diferenciação de DA e DV .
Na concomitância das duas condições tende a superdiagnosticar DV.
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
• Sinucleidopatia – déficit colinérgico e dopaminérgico;
• 2ª demência neurodegenerativa mais freqüente – 3ª mais
frequente;
• Perfil neuropatológico similar a DP (regra do um ano);
• Demência subcortical;
• Expectativa de vida média: 5-7 anos.
https://www.alz.org/alzheimers-dementia/what-is-
dementia/types-of-dementia/lewy-body-dementia
Cerca de metade dos casos de Demência com Corpos de Lewy são diagnosticados incorretamente.
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
• TÉTRADE DIAGNÓSTICA
• Flutuação cognitiva;
• Estado de alerta e atenção - “delirium like”
• Alucinações visuais recorrentes;
• Tipicamente bem formadas e detalhadas
• Parkinsonismo;
• Geralmente simétrico; pelo menos um dos sinais
• Distúrbio comportamental do Sono REM
• Pode preceder o declínio cognitivo
• BIOMARCADORES INDICATIVOS
• SPECT ou PET com TRODAT:
• Atividade occiptal reduzida na neuroimagem (sinal da ilha do giro do
cíngulo – hipometabolismo na regiao occiptal)
• Cintilografia miocárdica com MIBG
• Denervação simpática miocárdica – pode ser precoce
• Polissonografia
• RM crânio:
• Preservação relativa das estruturas do lobo temporal.
• EEG:
• Atividades de ondas lentas posteriores mesclando com atividades periódicas
na faixa pré-alfa e theta
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
Captação reduzida na cintilografia miocárdica com MIBG .
A cintilografia miocárdica com iodo-MIBG (metaiodobenzilguanidina) quantifica a
inervação cardíaca simpática pós-ganglionar, que é reduzida na DCL em comparação
a DA.
McKeith, I. G., Boeve, B. F., Dickson, D. W., Halliday, G., Taylor, J.-P., Weintraub, D., … Ballard, C. G. (2017). Diagnosis and management of dementia with Lewy bodies.
Neurology, 89(1), 88–100.
PSG de sono REM normal x PSG de sono REM sem atonia
• Déficit de memória é infreqüente no inicio;
• No início, espera-se: Déficit em testes de atenção, funções executivas e
habilidade visuoperceptivas;
• Sensibilidade a neurolépticos: Deixou de ser característica sugestiva;
• Instalação ou agravamento de rigidez e acinesia de maneira subaguda
e grave após ingesta de neurolépticos – “SNM like” – neurolépticos
típicos;
• Instabilidade postural*, quedas repetidas, sincope ou episódios
transitórios de perda de consciência;
• Disautonomia (H.O, incontinência urinaria, constipação);
• Perda de olfato, constipação intestinal, urgência miccional, salivação
excessiva e depressão
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
Anosmia e sonolência excessiva estão nos novos critérios.
Muitos pacientes com Demência com Corpos de Lewy nunca desenvolverão parkinsonismo.
• DIAGNÓSTICO
• 3º consenso para o 4º: melhora na
sensibilidade sem prejudicar especificidade
• Provável:
• 2 características clínicas centrais ;
• 1 central + 1 biomarcador indicativo
• Possível:
• 1 característica clínica central
• 1 biomarcador indicativo
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
• Flutuação cognitiva “delirium like: Desatenção
ou inconsciência parcial;
• 90% dos pacientes:
• Alheamento durante estado de alerta OU
• Períodos de sonolência excessiva sem motivo
óbvio OU
• Confusão diurna com comprometimento da
percepção dos estímulos ao seu redor
• Podem oscilar entre o confuso e “normal” no
mesmo dia.
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
• Parkinsonismo: Pelo menos 2/3 dos pacientes –
simétrico, geralmente rígido-acinético (tremor é
raro)– marcha e estabilidade postural costumam ser
afetadas precocemente.
Ausência de parkinsonismo é a principal causa para não realização do diagnóstico.
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
• Manifestações psiquiátricas mais freqüentes do que na DA;
• Alucinações visuais:
• Recorrentes, visões tridimensionais de imagens muito
bem formadas (geralmente pessoas, crianças ou
animais) – até 80% durante evolução;
• Ilusões são freqüentes (listras de um tapete = cobra),
pessoas atrás da cortina;
• Alucinações auditivas e delírios são mais infreqüentes;
• Estranhos dentro de casa;
• Visitas de parentes falecidos;
• Familiar trocado por impostor (Síndrome de Capgras)
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
RM crânio: Relativa preservação do hipocampo em
comparação a DA e o controle
FP-CIT SPECT: Captação mínima, restrita ao caudado "em
ponto final" em comparação a absorção robusta no caudado
e putame na DA e o controle.
PET-CT: Hipometabolismo occiptal
McKeith, I. G., Boeve, B. F., Dickson, D. W., Halliday, G., Taylor, J.-P., Weintraub, D., … Ballard, C. G. (2017). Diagnosis and management of dementia with Lewy bodies.
Neurology, 89(1), 88–100.
DDP
• DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PARKINSON
• Regra do um ano: DDP inicia ≥ 1 ano após a DP;
• Mais freqüentemente, ocorre após dez anos de DP;
• Presença de RBD aumenta muito o risco de evolução para
demência;
• DDP e DCL são quase indistinguíveis patologicamente;
• O déficit primariamente subcortical, tende a ser menos reconhecido
pelos familiares com importante atraso no diagnóstico;
• Disfunção executiva – déficit cognitivo subcortical, diagnóstico
tende a ser mais tardio.
• Pacientes com alterações nos testes de fluência semântica,
reconhecimento visual e cópia dos pentágono apresentam maior
risco de evoluir para demência.
DA x DP: Comprometimento da memória e orientação x Atenção e Visuoespacial
DDP
• Diagnóstico diferencial:
• PSP: Paralisia do olhar associado a sintomas parkinsonianos, geralmente
simétricos.
• AMS: Presença de sinais disautonômicos ou cerebelares em conjunto com
sinais de parkinsonismo. Perfil cognitivo semelhante a Parkinson.
• DCB: Déficits corticais precoces (apraxia, mão alienígenas) associada a
parkinsonismo. Perfil cognitivo similar a DP.
• HPN: Não apresentam alterações visuoespaciais marcantes. O déficit
atencional é semelhante a DP.
• Parkinsonismo vascular: Predomínio em MMII que pode apresentar
instalação súbita ou pioras pontuais ao logo da evolução. Alterações
vasculares em neuroimagem, Mais alterações em atenção do que
visuoespaciais
• Neurossífilis: Pode ter parkinsonismo com progressão mais rápido.
Alterações comportamentais e alucinações são comuns. Déficit cognitivo
global.
DDP
• DCL tem perfil cognitivo semelhante a DP e de difícil diferenciação
sobretudo na DDP com flutuação cognitiva;
• Na presença de sintomas motores e cognitivos estão presentes, os
transtornos parecem bastante semelhantes, e ambos podem exibir
sintomas psiquiátricos, autonômicos, RBD e flutuação cognitiva;
• Diferenças potenciais nos padrões de déficits cognitivos:
• Comprometimento visuoespacial maior do que na DA, mas
similares na DDP e DCL;
• Pior desempenho na função executiva e declínio mais rápido na
DDP do que na DCL;
• DCL pior desempenho na memória e linguagem do que na DDP.
Smirnov, D. S., Galasko, D., Edland, S. D., Filoteo, J. V., Hansen, L. A., & Salmon, D. P. (2020). Cognitive decline profiles differ in Parkinson disease dementia and dementia with
Lewy bodies.
PET e SPECT com marcadores de dopamina ajudam na distinção do que na DA.
Mas não diferem DP de DDP, DCL e AMS.
DFT
• Demência Frontotemporal
• DFTvc;
• Afasia Progressiva Primária:
• Não fluente (agramática);
• Fluente (Demência semântica)
• Logopênica
DFT-VC
• Demência Frontotemporal Variante
Comportamental
• Taupatia – déficit serotoninérgico;
• 3ª demência neurodegenerativa mais freqüente;
• 30-50% tem HMF+;
• Idade de início:
• 60%: 45-64 anos;
• 30%: 65 anos ou mais.
• Sobrevida:
• Do início dos sintomas: 8 anos;
• Do diagnóstico clínico: 3-4 anos;
• Na DFT. Sintomas comportamentais são mais proeminentes do
que cognitivos.
Parkinsonismo (18-20%) e doença do neurônio motor (15%) podem ocorrer em subtipos.
DFT-VC
• COGNIÇÃO SOCIAL
• Alteração de comportamento e personalidade: Uso de vestimentas
excêntricas, alterações de convicções políticas e religiosas;
• Comportamento social inapropriado: Aproximar-se de estranhos,
ignorando fronteiras físicas e sociais, comentários inapropriados;
• Desinibição: Não respeitar semáforos, gasto financeiro excessivo –
ruída financeira, roubos, urinar em público;
• Ações impulsivas ou descuidadas (gastos imprudentes);
• Atos motores repetitivos, comportamentos estereotipados:
Caminhar por longos períodos sem destino, bater palmas, cruzar e
descruzar pernas, repetição de frases.
Alteração dos hábitos alimentares é um dos sintomas mais proeminentes nos casos de DFT e APPvs.
Maior voracidade, preferência por doces e hábito de colocar grande quantidade de alimento na boca com
conseqüente prejuízo na mastigação e maior incidência de engasgos.
DFT-VC
• Apatia: Interesse reduzido no trabalho, hobbies,
interação social e higiene.
• Perda da simpatia/empatia: Diminuição do interesse
social e deficiência em reconhecer o pensamento ou a
emoção (compaixão) do outro:
• Por exemplo, preferir ir ao supermercado do que assistir ao funeral dos pais
do seu cônjuge;
• Aumento do consumo de doces e álcool com ganho
ponderal;
• Pouco insight sobre seu comportamento;
• Podem ocorrer: Alucinações e delírios bizarros, menor
sensibilidade a dor (39-45%)
Embora, comportamentos sexuais inapropriados sejam freqüentes, habitualmente a libido é
reduzida.
DFT-VC
• Disfunção executiva é a maior característica cognitiva do quadro,
com relativa preservação da memória, orientação e funções
visuoespaciais.
• Síndrome disexecutiva: alteração do planejamento, déficit de
atenção seletiva e sustentada, abstração (pensamento concreto),
alteração de memória operacional e falta de flexibilidade mental
(inabilidade diante de contingências). Perseveração é frequente.
Fenocópia: Preenche critérios para DFTvc, mas tem curso lento da doença - décadas - com
progressão lenta de comprometimento cognitivo. Muitas vezes, RM e PET normais.
Alguns pacientes podem ter TAB ou Síndrome de Asperger.
DFT-VC
•Apatia ou inércia precoce;
•Boca: Hiperoralidade ou alterações alimentares
• Preferências alimentares alteradas;
• Compulsão alimentar, aumento de consumo de álcool ou
cigarros;
• Exploração oral ou ingestão de objetos não comestíveis;
•Compulsão: Comportamento compulsivo / ritualístico
precoce/perseverativo
• Movimentos repetitivos simples;
• Comportamentos complexos, cognitivos ou ritualísticos
• Discurso estereotipado
DFT-VC
•Desinibição comportamental precoce (até 3 anos);
• Comportamento social inadequado;
• Perda de boas maneiras ou decoro;
• Atos impulsivos, apelativos ou descuidados
•Empatia: Perda da Simpatia e Empatia
• Pouca resposta a sentimentos ou necessidades de outras
pessoas;
• Pouco interesse social/afeto pessoal.
•Funções executivas: Déficit das funções executivas
com relativa preservação da memória episódica e capacidades
visuoespaciais
DFT-VC
• NEUROIMAGEM
• Atrofia das regiões temporais anteriores e frontais. Geralmente,
assimétrica;
• Hipometabolismo e hipoperfusão precedem as alterações estruturais da RM;
• Acometimento frontal simétrico ou assimétrico: Atrofia orbitobasal
(cognição social), Atrofia anteromedial do giro do cíngulo (apatia), atrofia
da região pré-frontal dorsolateral (disfunção executiva)
FDG-PET: Hipometabolismo do lobo temporal anterior é padrão característico.
Hipometabolismo do giro do cíngulo anterior.
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• Declínio progressivo e insidioso nas habilidades lingüísticas
durante fase inicial da doença.
• Disfunção de LINGUAGEM é o principal sintomas durante os
primeiros 2 anos de doença com preservação da memória
episódica e das funções visuoespaciais. Não é esperada
alteração comportamental.
• Os déficits incluem produção de linguagem, nomenclatura de
objetos, sintaxe, ou compreensão de palavras, e são
aparentes durante conversação ou por meio de avaliação de
fala e linguagem.
Raramente, a APP se mantém como uma forma pura.
Geralmente evolui para outras síndromes e entidades: Degeneração Corticobasal (a
forma agramática), ACP, DA (a forma logopênica), DFT.
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• Pode se relacionar a DFT ou a DA.
• FLUENTE (DEMÊNCIA SEMÂNTICA)
• NÃO FLUENTE (AGRAMÁTICA)
• LOGOPÊNICA
• A memória de trabalho freqüentemente está
alterada em todas formas de APP.
• APP não fluente e logopênica: iniciam-se com
dificuldade progressiva de encontrar palavras
Para alguns autores, todos pacientes com APP desenvolveram depressão ou
ansiedade em algum momento (lobo frontal esquerdo)
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• APP fluente (Demência Semântica)
• O comprometimento da compreensão do significado das
palavras ou da identidade de objetos é a característica
dominante inicial e ao longo do curso da doença.
• São características clínicas essenciais:
1) Distúrbio de linguagem caracterizado por:
• Fala espontânea progressiva, fluente, vazia.
• Perda do significado das palavras, manifestada pelo
comprometimento da nomeação e da compreensão.
• Parafasias semânticas.
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• APP fluente (Demência Semântica):
2) Distúrbio da percepção caracterizado por:
• Prosopagnosia
• Agnosia associativa (reconhecimento
deficitário da identidade de objetos)
• 3) Preservação:
• Dos testes de percepção e de reprodução dos desenhos;
• Preservação da repetição de palavra isolada;
• Preservação da habilidade de ler em voz alta e de escrever por
ditado, com palavras ortograficamente corretas.
Perda semântica pronunciada, manifestada pela falha na compreensão de palavras e nomeação
ou reconhecimento de faces e objetos. A fonologia e sintaxe preservadas.
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• APP não fluente:
• Fala lenta, difícil e hesitante;
• Dificuldade de encontrar palavras (como na APP logopênica);
• Discurso gravemente disfluente, com nomeação de objetos
muito menos afetada do que na Demência semântica e os erros
são de natureza fonética (apito x aflito);
• Memória semântica relativamente preservada (exceto em testes
que requeiram débito verbal) – FVF mais afetado que FVS
• É essencial o início insidioso e a progressão gradual com discurso
espontâneo não fluente associado a pelo menos 1/3:
• Agramatismo;
• Anomia;
• Parafasia fonêmica.
• Podem ocorrer: Hesitação ou apraxia oral, repetição comprometida,
alexia, agrafia, preservação inicial do significado das palavras
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• APP logopênica
• Variante mais recentemente descrita;
• Compartilha mesmos achados citopatológicos com a DA – achados clínicos
em comum;
• Os indivíduos afetados têm fala lenta e hesitante devido à dificuldade em
recuperar as palavras, nomes ou números corretos
• São observados dificuldades na recuperação de uma única palavra,
repetição de frases, presença de erros fonológicos
• A fala é normalmente bem articulada e gramaticalmente correta, com boa
compreensão de uma única palavra. Com o tempo, porém, os pacientes
podem apresentar dificuldades para entender informações verbais longas
ou complexas, devido a problemas em reter informações extensas que
ouvem.
Semântica Não fluente Logopênica
Fala espontânea - Taxa normal, mas fluente,
vazia e circunlocutória
- Erros semânticos
-Lento com hesitação e
esquecimento devido a distúrbio
motor da fala e / ou
agrammatismo
-Distúrbios fonéticos / apráxicos
- Erros fonêmicos
-Fala espontânea lenta com
pausas para encontrar
palavras
- Erros fonêmicos ocasionais
Conhecimento
semântico/compreensão
de uma única palavra
Prejudicado como
decorrência do
comprometimento
semântico verbal
Inicialmente intacto, mas
depois é afetado
Relativamente intacto
Recuperação /
nomeação de palavras
Anomia severa Pode ser normal
inicialmente, com posterior
anomia
Anomia
Compreensão de
gramática / frase
Normal inicialmente, mas
torna-se prejudicada à
medida que a compreensão
de uma única palavra se
deteriora
Prejudicada para frases
complexas
Prejudicada para frases
simples e complexas
Repetição de uma única
palavra
Normal Prejudicada com erros
fonéticos / apráxicos
Relativamente intacta
Repetição de frase Muitas vezes normal no
início, mas pode cometer
erros de transposição
Frequentemente
prejudicada
Prejudicada
Comprometimento da fala Ausente Presente Ausente
Leitura Dislexia leve Dislexia fonológica Dislexia fonológica
D. Rohrer, J., & M. Schott, J. (2011). Primary Progressive Aphasia-Defining Genetic and Pathological Subtypes. Current Alzheimer Research, 8(3), 266–272.
Declínio progressivo da linguagem
como principal alteração cognitiva
Não é APP
Esforço na fala, disartria?
Agramatismo expressivo?
Repetição de frase prejudicada?
Compreensão de palavra prejudicada
Neuroimagem: Patologias não degenerativas (por ex: tumor)?
Adaptado de Warren, J. D., Rohrer, J. D., & Rossor, M. N. (2013). Frontotemporal dementia. BMJ, 347(aug12 3), f4827–f4827.
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
NÃO
SIM
SIM NÃO
Logopênica Semântica
Não fluente APP atípica
NÃO
AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA
• APP fluente
• Atrofia predominantemente temporal anterior: Geralmente assimétrica - com
progressão para lobo temporal contralateral, córtex frontal e cingulado anterior
• APP não fluente
• Atrofia frontal inferior esquerda e ínsula - com progressão para os lobos frontais médio
e superior, lobo temporal, particularmente superiormente, e lobo parietal anterior
• Logopênica
• Atrofia assimétrica da junção temporoparietal esquerda
Raramente a RM na fase inicial da APP levará a esta suspeita diagnóstica por parte de radiologista inexperiente na área, pois
as alterações são muito sutis. Assim, todo caso com apresentação predominantemente afásica deve ter um estudo cuidadosa da região frontal E.
Ruksenaite, J., Volkmer, A., Jiang, J. et al. Primary Progressive Aphasia: Toward a Pathophysiological Synthesis. Curr Neurol Neurosci Rep 21, 7 (2021)
D. Semântica Logopênica
Não fluente
HPN
• Hidrocefalia de Pressão Normal
• Tríade clássica:
• Declínio cognitivo (80%)
• Incontinência urinária (60%)
• Alteração da marcha (95%)
• Alteração de marcha e incontinência urinária são prevalentes em idosos
sem HPN.
• Parkinsonismo: Distúrbio da marcha é desproporcional.
• Apatia ocorre em 70% dos pacientes
Tríade clássica NÃO ocorre em cerca de 50% dos pacientes.
https://www.youtube.com/watch?v=hziyFfJTrQo
HPN
• Alteração da marcha
• Caminhar mais lento, instabilidade durante marcha, dificuldade em
girar 180 graus... Pode ocorrer freezing (que não melhora com
manobras), menor elevação dos pés;
• Apraxia de marcha: Dificuldade em seqüenciar os movimentos
durante a marcha.
• Déficit cognitivo:
• Gravidade é fator prognóstico depois da cirurgia
• Incontinência urinária:
• Hiperatividade do detrusor, redução do fluxo miccional – polaciúria,
urgeincontinência
• Sintomas urinários melhoram com cirurgia
HPN
Alteração de marcha ocorre em 95% das HPN.
Sua ausência reduz bastante a probabilidade deste diagnóstico
HPN
• Índice de Evans:
• Divisão entre o diâmetro do corno bifrontal do ventrículo lateral pelo maior diâmetro
encefálico no mesmo corte
• Diminuição dos sulcos corticais próximos ao vértice
• Ângulo do corpo caloso <90 graus sugerem HPN.
• Calculado a partir de um plano perpendicular, na comissura anterior e posterior
• Dilatação desproporcional dos espaços subaracnóides
(DESH)
Ishii, K., Kanda, T., Harada, A., Miyamoto, N., Kawaguchi, T., Shimada, K., … Mori, E. (2008). Clinical impact of the callosal angle in the diagnosis of idiopathic normal
pressure hydrocephalus. European Radiology, 18(11), 2678–2683.
 DA: Memória episódica. Em alguns casos, a atenção dividida e seletiva podem estar
afetadas;
 DFT-vc: Desinibição, apatia e distúrbios emocionais. Disfunção executiva é mais
precocemente afetada do que na DA;
 DCL: Comprometimento de habilidades visuoespaciais, função executiva e atenção;
 Demências Subcorticais (DVIS, HPN e DDP): Alentecimento motor e disfunção
executiva
 DVIS: Funções executivas são subtancialmente mais afetadas do que na DA no
início.
 DDP: Memoria procedural freqüentemente está alterada
 APP: Memória, atenção e funções executivas estão preservadas na fase inicial.
Geralmente não há alterações comportamentais.Embora memória recente esteja
preservada, pode ir mal em testes de memória verbal.
DEMÊNCIA
(PRIMEIROS SINTOMAS)
HPN
Na maioria das síndromes demenciais em fase inicial, a memória remota está preservada.
HPN
Reconhecimento intacto/pouco alterado: DV, DFT, APP, DDP, HPN
HPN
Alterações de personalidade são mais comuns na DFT-vc e nas DV.
Depressão é comum na DA e DV; outros sintomas psiquiátricos são freqüentes na DCL e na DV.
 AVALIAÇÃO COGNITIVA – QUANDO?
 Queixa cognitiva persistente;
 Relato de declínio cognitivo trazido por familiares
 Alteração comportamental;
 Dificuldade de adesão ao tratamento
 Avaliação de capacidades (finanças, direção, atos
da vida civil)
 Na Avaliação Geriátrica Ampla
AVALIAÇÃO COGNITIVA
Lang, L., Clifford, A., Wei, L., Zhang, D., Leung, D., Augustine, G., … Chen, R. (2017). Prevalence and determinants of undetected dementia in the community: a systematic
literature review and a meta-analysis. BMJ Open, 7(2), e011146.
HPN
61,7% é a taxa de demência não detectada por profissionais de saúde em metanálise
envolvendo diversos ambientes de saúde no mundo.
FUNÇÕES COGNITIVAS
• DSM-V:
• Memória;
• Atenção Complexa;
• Funções executivas;
• Linguagem;
• Percepto-motoras;
• Cognição social
• ESCALA DE HABILIDADES COGNITIVAS PRÉ-MÓRBIDAS
• Para definir doença, é imprescindível ter uma boa estimativa do estado pré-mórbido”;
• O nível de escolaridade formal foi o primeiro, e até o momento, o mais robusto fator
associado à reserva cognitiva;
• Devido heterogeneidade da educação nas diferentes regiões do Brasil, o número de anos de
escolaridade não é representativo do real desenvolvimento cognitivo;
• Escalas para avaliar número de habilidades cognitivas ao longo da vida:
• Premorbid Cognitive Abilities Scale (PCAS)
• Pre-morbid Cognitve Skills Questionnaire (PCSQ)
Gattás-Vernaglia, Isabella Figaro. Habilidades cognitivas adquiridas ao longo da vida e reserva cognitiva em idosos :desenvolvimento e validação de instrumento /Isabella Figaro Gattás-Vernaglia.
PCSQ
AVALIAÇÃO COGNITIVA
TRIAGEM COGNITIVA
PARA QUEM TEM PRESSA...
TRIAGEM COGNITIVA
PARA QUEM TEM PRESSA...
TRIAGEM COGNITIVA
PARA QUEM TEM PRESSA...
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• AGA-SBGG: MEEM + FVS + TDR
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
• Desenvolvido originalmente como instrumento para avaliar
apraxia construtiva (início XX);
• Até 1986: Rastreio de déficits visuoconstrutivos associados a
lesões na região parietal do cérebro;
• 1986: Shulman – triagem para declínio cognitivo;
• Tarefa de múltiplos passos e exige do paciente planejamento
e monitoramento dos passos durante sua execução;
• Influenciado pela visão.
Necessita de caneta e papel
23/11/2021
23/11/2021
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
• Reflete o funcionamento frontal e temporoparietal;
• Avalia principalmente habilidades visuoespaciais e
construcionais (manter a proporcionalidade do construto
relógio com seus itens, heminegligência) e funções executivas
(planejamento e execução do desenho, abstração);
• Pode avaliar memória recente (lembrança da orientação),
memória semântica (conceito e figura do relógio), linguagem
compreensão do comando) e praxia;
• Pacientes com depressão podem ter desempenho prejudicado.
• O ato de desenhar um relógio é multifatorial, tornando altamente sensível a déficits
cognitivos.
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
• Presente em vários testes (MOCA, BBRC, Mini-COG, ACE-R, Mini-COG...)
• Teste de fácil aplicação, já a interpretação...
• >15 scores
• Desenho livre x pré-desenho
• Pode ter uma avaliação qualitativa ou quantitativa sendo interpretado
de forma livre ou baseada em escalas de pontuação.
• 11:10 parece ser o mais sensível a declínio cognitivo
• Não há consenso sobre notas de corte.
• Recomenda-se a utilização de alguma escala para pontuação do teste,a
fim de facilitar o seguimento e a eventual resposta terapêutica do
paciente.
• Execução da tarefa: há estratégia ou é realizado de maneira desorganizada?
> 4anos de
Escolaridade
Sem limitação de tempo
Pacientes com escores normais no MEEM podem ter alterações funcionais indicadas no TDR.
Recomenda-se sua aplicação com um teste que avalie melhor a memória recente e a
linguagem, sendo o MEEM uma opção.
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
Sensibilidade: 78%
Especificidade: 96%
Sunderland (10 pontos)
Contorno - Desenho de contorno aceitável
- Contorno com tamanho médio
Números - De 1- 12, sem adição ou omissão
- Só arábicos
- Ordem correta
- Papel não é rodado quando se escreve
- Posição correta
- Todos dentro do contorno
Ponteiro - Com dois ponteiros e/ou marcas
- Hora indicada de alguma maneira (marca)
- Minutos indicado de alguma maneira (marca)
- Na proporção correta (minutos maior)
- Sem marcas supérfluas
- Ligados (ou até 12 mm de proximidade)
Centro - Centro desenhado, inferido, ou extrapolado
onde os ponteiros se encontram
Relógio e número estão corretos ( 6-10 pontos) Relógio e números incorretos (1-5 pontos)
10 Tudo está correto 5 Números em ordem inversa, ou concentrados em alguma
parte do relógio
9 Leve desordem nos ponteiros (p. ex.:
ponteiro das horas sobre o 2)
4 Números faltando ou situados fora dos limites do relógio
8 Desordem nos ponteiros mais acentuada
(p. ex: apontando 2h20)
3 Números e relógio não conectados; ausência de ponteiros
7 Ponteiros completamente errados 2 Alguma evidência de ter entendido as instruções, mas
pouca semelhança com relógio
6 Uso inapropriado (p ex: marcação digital
ou círculos envolvendo números)
1 Não tentou ou não conseguiu representar um relógio
“Desenhe um relógio com todos os números e coloque os ponteiros marcando 2:45”.
9-10: Normal; 6-8: ruim ; <6: muito ruim (anormalidade)
5 = Relógio perfeito, sem erros.
4 = Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos;
3 = Distribuição visuoespacial correta com marcação errada da hora;
2 = desorganização moderada, marcação de hora incorreta,
perseveração, confusão esquerda-direita, números faltando,
números repetidos, sem ponteiros, com ponteiro em excesso;
1 = desorganização visuoespacial grave;
0 = não representa;
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
Shulman, 1993
Sunderland, 1989
Juby A, Tench S, Baker V. The value of clock drawing in identifying executive cognitive dysfunction in people with a normal Mini-Mental State Examination score. CMAJ.
2002 Oct 15;167(8):859-64.
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
• Executive Clock Drawing Task - CLOX
• CLOX 1 (Desenho por instrução): Praxia construcional e
função executiva.
• CLOX 2 (Desenho por cópia): Praxia construcional
• Melhor desempenho no CLOX 2 sugere disfunção
executiva
• 15 pontos
• Validado para DA, com acurácia de 91,9%
Royall, D. R., Cordes, J. A., & Polk, M. (1998). CLOX: an executive clock drawing task. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 64(5), 588–594.
FLUÊNCIA VERBAL
• Capacidade de expressar o maior número de palavras em um
minuto;
• Avaliam:
• Linguagem;
• Funções executivas (estratégia, organização, monitoramento,
flexibilidade, solução de problemas, autorregulação, memória
operacional);
• Memória semântica (FVS)
• Primeiro quartil: cerca de 40% das palavras;
• FVS 1-30 segundos: acurácia para comprometimento cognitivo
idêntica a de um minuto ;
• Mais de 2/3 das palavras nos primeiros 30 segundos.
Escolaridade
(Brucki e outros 1997)
≤8A: S:79-87%
>8A: S: 86% E: 67%
FLUÊNCIA VERBAL
• FV semântica: Animais, frutas, itens encontrados no
supermercado, nomes de pessoas...
• Clusters e switching;
• Em um estado brasileiro, a categoria supermercado forneceu
melhor acurácia do que a categoria animal para a identificação
de demência em idosos com baixo nível educacional
• Supermercado (15 itens): S: 68% E: 89%
• Animais (12 itens): S: 54,84 E: 73,68%
• FV fonêmica/fonética: F,A,S
• Processo de procura é menos automático do que na FVS,
exigindo a criação de estratégias inabituais
FVS
Analfabetos: 9
>8: 13 pontos
FLUÊNCIA VERBAL
• FLUÊNCIA VERBAL SEMÂNTICA
• Disfunção executiva ou Comprometimento da memória semântica;
• Mais sensível para o rastreio de DA do que o fonêmico
≠
• FLUÊNCIA VERBAL FONÊMICA
(FAS)
• Mais sensível para disfunções executivas
• Mais influenciado pela escolaridade
As estratégias cognitivas utilizadas pelos pacientes são distintas nos dois testes.
Pontuação baixa na FVS é mais sugestiva de comprometimento do lobo temporal, enquanto na FVF é mais
compatível com comprometimento frontal ou frontossubcortical (especialmente área pré-frontal esquerda)
↓ Escolaridade
↑ Escolaridade
FLUÊNCIA VERBAL
• Blabla
FLUÊNCIA VERBAL
• Critérios qualitativos:
• Cluster: Formação de subcategorias
• 3 (2) elementos que compõem uma categoria, geralmente, a partir de uma perspectiva
taxonômica
• Estratégia de execução
• Switching: Troca entre essas categorias
• Responsável pela busca e flexibilidade mental.
Leão
Abelha
Mosca
Borboleta
Gato
Cachorro
Porco da índia
FVS:7
2 clusters
1 switching
]
[
Abelha
Mosca
Leão
Borboleta
Gato
Cachorro
Porco da índia
FVS:7
1 cluster
0 switching
[
Cabra
Cavalo
Cachorro
FVS: 3
0 cluster
Os agrupamentos dependem de processos de memória verbal e estão relacionados ao lobo temporal, por outro lado as
trocas exigem flexibilidade mental e cognitiva e estão relacionadas ao lobo frontal e funções executivas.
Santana, Ana Paula de Oliveira; Teste de Fluência Verbal: uma revisão histórico-crítica do conceito de fluência;Distúrb. comun;27(4), dez. 2015.
MINI-MENTAL
Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). “Mini-mental state.” Journal of Psychiatric Research, 12(3), 189–198.
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (Folstein et al., 1975)
• Importante instrumento de rastreio, de fácil e rápida aplicação;
• Consolidado para estadiamento e seguimento
( DA:3 pontos/ano, idoso sem demência - estável)
• 1975: Folstein;
• 1994: Bertolucci (Brasil);
• Diferentes versões: Para déficit auditivo, para déficit visual;
• Produto comercial com direitos autorais;
• Pontos de corte (médias e medianas) pela escolaridade foram mais próximos em
pacientes de alta escolaridade; nos analfabetos, houve há maior diferença;
• ↓ escolaridade: Falso positivo; ↑ escolaridade: Falso negativo
Sugestão prática: Utilize notas de corte para escolaridade um pouco mais altas que
as relatadas nos estudos, a fim de privilegiar a sensibilidade.
Sensibilidade: 83%
Especificidade: 82%
MINI-MENTAL
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
ORIENTAÇÃO TEMPORAL REPETIÇÃO
Dia da semana? Dia do mês? Mês? Ano? Hora aproximada? /5 Faça o paciente repetir: Nem aqui nem ali nem lá. /1
ORIENTAÇÃO ESPACIAL COMANDO
Em que local estamos? Instituição (casa, rua)? Bairro?
Cidade? Estado?
/5 Pegue este papel com a mão direita,
dobre-o ao meio e coloque-o no chão.
/3
MEMÓRIA IMEDIATA LEITURA
Mencione 3 palavras. Peça para o paciente repetir e avise
que depois terá de repeti-las novamente.
/3 Ler e obedecer "FECHE OS OLHOS". /1
ATENÇÃO E CÁLCULO FRASE ESCRITA
5 séries de subtrações de 7 (100-7; 93-7; 86-7; 79-7; 72-7; 65) /5 Faça o paciente escrever uma frase de sua
própria autoria. Ignore erros de ortografia ao
marcar o ponto.
/1
EVOCAÇÃO CÓPIA DO DESENHO
Pergunte as 3 palavras anteriormente. /3 A cópia deve conter todos os lados, ângulos e a
intersecção deve ser um quadrilátero.
/1
NOMEAÇÃO
Nomear dois objetos mostrados (caneta e relógio) /2
Pontuação (Brucki et al (2003): Analfabetos: 20; 1-4 anos: 25; 5-8 anos: 26,5; 9-11 anos: 28; > 11 anos:29
Brucki, Sonia Maria Dozzi. Doença de Alzheimer: recomendações para o diagnóstico e manejo -- São Paulo: editora e Eventos Omnifarma, 2016
Analfabetos 1-4 anos 5-8 anos 9-11 anos > 11 anos
< 20 pontos <25 <26,5 <28 <29
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (Folstein et al., 1975)
• Baixa acurácia para extremos (CCL, demência leve e avançada);
• Acurácia reduzida para demências subcorticais;
• Tarefas fáceis – constrangimento;
• Pouco avalia funções executivas;
• Memória de trabalho só é avaliada por um item;
• Falha na identificação de lesões focais do hemisfério direito;
• Teste de memória fácil (orientação temporal o torna mais sensível a
comprometimentos amnésticos);
• Interferência é de apenas um subteste
• MOCA (6), ACE-R (17)
• Pouco avalia funções visuoespaciais.
Precisa de caneta , papel e
relógio
Sugestão prática: Para melhor acurácia, associe ao MEEM a FVS e TDR ou BBRC.
5-7 minutos
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL
• Orientação: Memória recente, atenção, orientação temporo-espacial
• Memória imediata: A atenção e a memória imediata (de curto prazo ou
primária), que tem duração de, aproximadamente, 30 segundos e capacidade
limitada a 10 itens.
• 100-7: A capacidade de cálculo, a atenção e a memória imediata e operacional
(pré- requisito necessário para realização de cálculos matemáticos).
• Evocação: memória recente (secundária), que dura de minutos a semanas ou
meses.
• Nomeação: Capacidades de nomeação, compreensão e entendimento do
paciente (Afasia nominativa ou, na verdade, agnosia visual).
• Repetição: A discriminação auditiva, a memória imediata e a atenção.
• Comando: Compreensão, praxia, memória imediata, coordenação e motricidade
• Leitura: A Capacidade de leitura do paciente, compreensão, memória.
• Cópia do desenho: Orientação vísuo-espacial, programação motora e a praxia
construtiva.
Desempenho nos subtestes de Evocação tardia, orientação e a cópia dos pentágonos:
Maior relação com progressão para DA.
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL
• Avalie qualitativamente;
• Por exemplo:
• Um paciente com 10 anos de escolaridade e 28 pontos no MEEM
pode apresentar um teste anormal (não evocou 2 palavras);
• Em 2021, responder que estamos em 1921 é distinto de 2004;
• O paciente que desiste antes de tentar – “não sei” “muito difícil”;
• Déficit sensorial;
• Ansiedade de desempenho;
• A frase: “Quero ir embora”
• DV: Pior desempenho nos itens de memória operacional e construção
• DA: pior orientação temporal e evocação tardia
" 100-7" parece ser o teste mais influenciado pela escolaridade. Depois, a cópia dos pentágonos.
Recordação imediata e tardia, tarefas de nomeação e comando em três etapas parecem ser os testes menos
influenciados pela escolaridade.
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• O QUE O MINI-MENTAL NOS MOSTRA E A GENTE
NÃO VÊ:
• Anosognosia;
• Sintomas depressivos;
• Ansiedade de desempenho;
• Parafasia semântica: Linguagem
• Lápis ao invés de caneta;
• Parafasia fonêmica: Linguagem
• Caleta ao invés de caneta
• Circunlóquio: Linguagem;
• “Aquilo que serve para escrever”
• Anomia: Linguagem
• Perseveração: Disfunção executiva
• Ecolalia;
• Tremor intencional.
MINI-MENTAL
Nages Nagaratnam, Kujan Nagaratnam, Deborah O'Mara, Intersecting pentagon copying and clock drawing test in mild and moderate Alzheimer's disease, Journal
of Clinical Gerontology and Geriatrics, Volume 5, Issue 2, 2014,Pages 47-52,
• IPC (Intersection Pentagon Copying)
• Comprometimento do desenho é relativamente independente da linguagem e da memória;
• Mais afetado na Demência com Corpos de Lewy do que na DA;
• Embora tenha correlações moderadas com outras medidas diagnósticas, apresenta poder
discriminatório bastante elevado descobriu-se que tem um poder discriminatório bastante
elevado na distinção entre pacientes normais dos que tem demência.
MINI-MENTAL
MEEM-grave
erformances no SMMSE e MMSE foram encontradas para correlacionar significativamente apenas quando MMSE caiu abaixo de 9 pontos (p <0,0001). No entanto, conforme
erformances no SMMSE e MMSE foram encontradas para correlacionar significativamente apenas quando MMSE caiu abaixo de 9 pontos (p <0,0001). No entanto, conforme
Martinelli, J. E., Cecato, J. F., Martinelli, M. O., Melo, B. A. R. de, & Aprahamian, I. (2018). Performance of the Pentagon Drawing test for the screening of
older adults with Alzheimer’s dementia. Dementia & Neuropsychologia, 12(1), 54–60.
• Não parece sofrer do efeito piso (MEEM <10) até que perda cognitiva
esteja muito avançada;
• MEEM <10;
• 0-30 pontos.
5 minutos
Nome (1 ponto se a resposta for próxima do correto; 3 se for completamente correta)
Primeiro: Último:
Data de nascimento (1 ponto se qualquer elemento for correto; 2 pontos se a resposta for completamente correta)
Repita as palavras (1 ponto para cada): pássaro, casa, sombrinha
Siga as instruções (1 ponto por atender o comando; 2 pontos para manter o comando (após 5 segundos) até que se ordene
que se pare)
- Levante a mão
- Feche os olhos
Nomeação de objetos simples ( 1 ponto para cada objeto): caneta, relógio, sapato
Desenho do círculo a partir de um comando (1 ponto)
Cópia de um quadrado? (1 ponto)
Escrever o nome (1 ponto se a resposta for aproximada e 2 se completamente correta)
Primeiro: Último:
Fluência de animais: 1-2 animais: 1 ponto; 3-4: 2 pontos; >4: 3 pontos.
Soletre a palavra BOI (1 ponto para cada letra)
https://www.nytimes.com/article/trump-cognitive-test.html
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT
www.mocatest.org
• Estudo original ((Nasreddine, et al., 2005):): População 10-13 anos
de escolaridade;
• Livre de direitos autorais;
• Avalia seis domínios cognitivos onde estão incluídos vários itens
• Diferentes versões;
• Alta sensibilidade para CCL;
• Originalmente < 26 para CCL (metanálise de 9 estudos: <23)
• Bem estabelecido em demências com predomínio disexecutivo
Precisa de caneta e papel
≥ 8 anos de escolaridade
(não recomendado em <4-5 anos)
+1 ponto se ≤12 a de escolaridade
MOCA-A
13-20 minutos
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT (MoCA)
• Domínio com maior acurácia para detecção de CCL:
• Atenção (4-12 anos de escolaridade);
• Visuoespacial-executivo (1º), evocação tardia (2º) (>12 anos de escolaridade.
• Domínio com maior acurácia para detecção de DA leve:
• Orientação (4-12 anos de escolaridade);
• Visuoespacial-executivo (1º), evocação tardia (2º) (>12 anos de escolaridade.
• Nomeação não foi útil na distinção entre normalidade/CCL/ DA leve nos pacientes
com >12 anos de escolaridade (efeito teto) – itens de baixa dificuldade?
• FVF também não foi útil na distinção >12 anos de escolaridade (efeito teto -
ponto de corte de 11 seria baixo?)
Proposição da versão brasileira da bateria montreal cognitive assessment (MoCA-BR) como teste de escolha para rastreio de comprometimento cognitivo em idosos: um
estudo da acurácia, das propriedades psicométricas e dos pontos de corte da MoCA-BR / Tiago Coimbra Costa Pinto. – 2019.
CCL: 19/20: 4-12 anos; 20/21 > 12 anos de escolaridade; DA: 17/18
S: 83-96%, E: 84-100%
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT (MoCA)
• Para diferenciar cognitivo normal de demência, a melhor nota
foi de 15 pontos (S: 90% E 77%)
• Para diferenciar o cognitivo normal para o comprometimento
cognitivo sem demência foi de 19 pontos (S:84% E: 49%)
• Utilize em indivíduos com mais de 8 anos de escolaridade
•
Os itens mais afetados pela escolaridade mais associados às funções executivas e
habilidades visuoespaciais, incluindo o teste Trilhas B, a cópia do cubo e o desenho do
relógio.
Arq Neuropsiquiatr 2019;77(11):775-781
TESTES COGNITIVOS GLOBAIS
• MoCA-MIS (Memory Index Score)
• Derivada da recordação tardia de 5 palavras;
• 0-15 pontos;
• Prognóstico: Maior probabilidade de conversão de CCL
para demência em 18 meses;
• Sem pontos de corte definidos.
Apolinario D, Suemoto CK. Normative data for the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) and the Memory Index Score (MoCA-MIS) in Brazil: adjusting the
nonlinear effects of education with fractional polynomials [Internet]. International journal of geriatric psychiatry. 2018 ; 33( 7): 893-899.
3
2
1
MOCA-A
Apolinario D, Suemoto CK. Normative data for the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) and the Memory Index Score (MoCA-MIS) in Brazil: adjusting the nonlinear effects of education with fractional
polynomials [Internet]. International journal of geriatric psychiatry. 2018 ; 33( 7): 893-899.
MOCA total Pontos de corte: não inclui +1 ponto para escolaridade
MOCA-MIS
• MoCA
• 87% da amostra seria prejudicada com o ponto de corte original (<26), 67% (<23)
• Ponto de corte: Zscore ≤ -1: maior sensibilidade ≤ -1,5 maior especificidade
• CCL Entre -1 e -2 Demência <-2
MOCA-B
15-21 minutos
• Escolaridade <4 anos (4-8 anos?);
• Ainda não validado no Brasil.
ACE-R (ADDENBROOKE)
• ACE-R
• ACE: Cambridge (2000)
• 100 pontos (incluindo os 30 pontos do MEEM)
• ACE-R (2006) Mioshi et al: A aparência, a estrutura e a seqüência
das tarefas foram completamente refeitas, a fim de facilitar sua
aplicação.
• Duas notas de corte: Universidade de Cambridge:
• 82 pontos (S: 84% E: 100%)
• 88 pontos (S: 94 E: 89%)
• BR ACE-R: DA leve de controles
• 78 pontos (S: 100% E: 82,26%)
15-20 minutos
ACE-R (ADDENBROOKE)
Amaral Carvalho V & Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised. Dementia & Neuropsychologia 2007;
2: 212-216.
ACE-R (ADDENBROOKE)
Amaral Carvalho V & Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised. Dementia & Neuropsychologia 2007;
2: 212-216.
CASI-S
Cognitive Abilities Screening Instrument – Short form
20 minutos
RUDAS
Rowland Universal Dementia Assessment Scale
• Memória:
Lista de itens de mercearia: Chá, óleo de cozinha, ovos e sabão. (repetir lista 3x)
• Orientação visuoespacial: (5/30)
Eu vou pedir que o(a) senhor(a) identifique/mostre para mim diferentes partes do
corpo. (Correto = 1). (1) Mostre-me o seu pé direito (2) Mostre-me a sua mão
esquerda (3) Com a sua mão direita toque o seu ombro esquerdo (4) Com a sua
mão esquerda toque a sua orelha direita. (5) Qual é (indique/aponte para) o meu
joelho esquerdo. (6) Qual é (indique/aponte para) o meu cotovelo direito.
(7) Com a sua mão direita indique/aponte para o meu olho esquerdo
(8) Com a sua mão esquerda indique/aponte para o meu pé esquerdo
• Praxia (2/30)
Copie-me quando eu fizer isso... (uma mão em punho, a outra palma da mão para
baixo sobre a mesa – alterne simultaneamente). Agora faça comigo: Agora eu
gostaria que o(a) senhor(a) continuasse fazendo esta ação nesta velocidade até
que eu peça para parar – aproximadamente 10 segundos.
RUDAS
Rowland Universal Dementia Assessment Scale
• Desenho visuocontrucional (3/30)
• Cópia da figura:
• Julgamento (4/30)
O(a) senhor(a) está parado(a) ao lado de uma rua movimentada. Não há
travessia para pedestre e semáforos. Diga-me o que o(a) senhor(a) faria
para atravessar para o outro lado da rua de forma segura.
Registre exatamente o que o paciente disser e circule todas as partes da resposta que receberam pistas
• Memória de evocação (8/30)
Chá Óleo de cozinha Ovos Sabão
• Linguagem (até 8 pontos)
Fluência verbal semântica
SLUMS
Saint Louis University Mental Status
FOME
FULD OBJECT MEMORY EVALUATION
• Objetos: Bola, garrafa, botão, cartão, xícara, chave, fósforos, prego, anel e
tesoura
• Baixa escolaridade;
• Minimiza influência de déficit sensorial, linguagem, atenção e diferenças
culturais;
• Dez objetos comuns em uma bolsa são apresentados para determinar se o
paciente pode identificar objetos pelo toque (estereognosia). O paciente
não é informado de que a memória desse evento será testada.
• O paciente dá um nome, ou descreve, cada objeto e, em seguida, puxa-o
para fora da bolsa "para ver se estava certo".
• Apresenta teste de interferência e evocação tardia.
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• Avaliam um domínio de forma mais aprofundada
• Indicações:
• Teste de memória na DA leve;
• Teste de atenção para avaliar capacidade de dirigir;
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• Bateria Breve de Rastreio Cognitivo:
• Pouco influenciado pela escolaridade
• Nomeação
• 3 fases de exposição (30 s)
• Memória imediata <5: atenção
• Evocação imediata (60s)
• Aprendizado ≥ 7
• Interferência: FVS + TDR
• Memória Tardia (M5): ≥ 6
• Reconhecimento: Verdadeiros positivos – falso positivos. Normal é >9
Erros de percepção: Confundir peixe com avião ou balde com um copo;
Erros de nomeação mais típicos ocorrem quando o paciente faz o gesto de usar a
chave ou de se pentear, mas não sabe dizer o nome.
Teste de memória de
figuras: S e E >80%
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• Bateria Breve de Rastreio Cognitivo:
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
Efeito de primazia
Efeito de recência
Intrusão:Porco
3 5 8 7 9
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT):
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
TESTE DE LISTA DE PALAVRAS DO CERAD (Bertolucci, Okamoto et al. 2001)
Memória imediata Memória
Tardia
Reconhecimento
1a tentativa 2a tentativa 3a tentativa > 10 minutos
MANTEIGA BILHETE PRAIA MANTEIGA IGREJA RAINHA
CARTA CABANA ERVA CARTA CAFÉ CABANA
POSTE MANTEIGA POSTE POSTE MANTEIGA CHINELO
MOTOR PRAIA RAINHA MOTOR DÓLAR POSTE
BRAÇO MOTOR CARTA BRAÇO BRAÇO ALDEIA
RAINHA BRAÇO BILHETE RAINHA PRAIA CORDA
BILHETE RAINHA CABANA BILHETE CINCO BILHETE
PRAIA CARTA BRAÇO PRAIA CARTA TROPA
CABANA ERVA MANTEIGA CABANA HOTEL ERVA
ERVA POSTE MOTOR ERVA MONTANHA MOTOR
Mínimo: 4 6 7/8 90 segundos SIM corretos – NÂO corretos
Total < 14 palavras : anormal <4: anormal <8: anormal (Escolaridade: 8-9 anos)
Bateria CERAD: FVS, Teste de Nomeação de Boston (versão reduzida), memória da lista de palavras, praxia
construtiva, evocação tardia, reconhecimento da lista de palavras, evocação tardia da praxia
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• CERAD:
(escolaridade de 8-9 anos)
HABILIDADE VISUOCONSTRUTIVA (Bertolucci, Okamoto et al. 2001)
CÍRCULO RETÂNGULOS
Círculo fechado (a 3 mm aproximadamente) Duas figuras com os quatro lados
Forma circular Sobreposição semelhante ao original
FIGURA TRIDIMENSIONAL
LOSANGO Figura tem 3 dimensões
Desenha 4 lados Face frontal corretamente orientada
(para D ou E)
Fecha os 4 ângulos da figura
(a 3 mm aproximadamente)
Linhas internas corretamente
desenhadas
Lados aproximadamente do mesmo
tamanho
Lados opostos paralelos
(a cerca de dez graus)
Até 2 minutos para cada desenho. <10/11: Anormal
EVOCAÇÃO DA PRAXIA CONSTRUTIVA: <5/11: Anormal (8-9 anos de escolaridade)
• Figura Complexa de Rey:
• Cópia: Planejamento e funções visuoespaciais;
• Evocação 30 minutos: memória tardia não verbal
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
DIGIT SPAN
(Amplitude de dígitos)
• ORDEM DIRETA
• Atenção
≠
• ORDEM INVERSA
• Atenção e Funções executivas
(memória operacional)
Ordem direta: 7±2
Ordem inversa: 5±2
DIRETA INVERSA
2 3
8 9
2 5 8
9 3 5
8 3 2 7
6 9 1 8
2 6 1 5 8
4 9 3 2 7
7 1 5 2 9 4
6 8 1 4 9 5
8 4 7 2 9 3 6
6 1 8 5 3 4 7
1 5
5 3
7 4 2
3 9 8
3 9 4 8
6 2 9 4
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
Hollis et al. J Am Geriatr Soc. 2015;63(5):988-92. Carr DB et al. JAMA. 2010 Apr 28;303(16):1632-
5 minutos
• Trilhas
• Desenvolvido em 1938 por Partington - para avaliar atenção dividida;
• Sensível a danos do SNC, particularmente sensível a disfunções executivas;
• Avalia a atenção, seqüenciamento, flexibilidade mental, busca visual e função
motora;
• Duas partes (Trilhas A e Trilhas B): Realização é precedida por um treinamento
curto do percurso a ser executado
• A parte A do teste fornece informações sobre a agilidade e coordenação motora e
a parte B, além de mensurar as funções da parte A, também pode ser útil para
evidenciar a capacidade de alternância entre duas tarefas e flexibilidade cognitiva
(atenção alternada x atenção sustentada)
• Pontuação é o tempo de execução. Máximo: 4 minutos ou 3 erros.
• Tempo da parte B do TMT é comumente utilizado com o índice de função
executiva, sendo melhor para discriminar declínio cognitivo do que a parte A.
TTB-TTA: Medida de eficiência cognitiva. Alta correlação com habilidades cognitivas e severidade do prejuízo cognitivo;
TTB/TTA: 2-3 (índice não varia com a idade nem escolaridade.
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
10 minutos
• EXIT-25 (Executive Interview)
• 25 questões (0-2 pontos);
• Ponto de corte: 15-50;
• 1) Tarefa de números e letras.
• 2) Fluência verbal letra “A”.
• 3)Fluência em desenhar.
• 4) Repetição de sentenças alteradas.
• 5) Percepção temática.
• 6) Tarefa de memória e distração.
• 7) Tarefa com interferência.
• 8) Comportamento automático I.
• 9) Comportamento automático II.
• 10) Reflexo de preensão palmar
(“grasp reflex”).
• 11) Hábito social I.
• 12) Impersistência motora.
• 13) Reflexo de projeção tônica dos lábios
(“snout reflex”)
• 14) Tarefa índex-nariz-índex.
• 15) Tarefa vai/não vá (“go-no-go”).
• 16) Ecopraxia I.
• 17) Seqüência de mãos de Luria I.
• 18) Seqüência de mão de Luria II.
• 19) Tarefa de segurar.
• 20) Ecopraxia II.
• 21) Tarefa de comando complexo.
• 22) Tarefa de ordenar em ordem inversa.
• 23) Tarefa de contar I.
• 24) Comportamento de utilização.
• 25) Comportamento de imitação.
Matioli, Maria Niures Pimentel dos Santos. Estudo comparativo do desempenho em testes neuropsicológicos de pacientes com diagnóstico de doença de Alzheimer e
demência vascular [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 2005 [citado 2021-11-14].
TESTES COGNITIVOS
ESPECÍFICOS
• COGNIÇÃO SOCIAL
• Ekman 60-Faces (EK-60F)
• Faux-Pas: 10 histórias
• Bateria de avaliação frontal
COMPORTAMENTO
FAVI - Avaliacao cognitiva no idoso e dx diferencial das sindromes demenciais
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FAVI - Avaliacao cognitiva no idoso e dx diferencial das sindromes demenciais

  • 1. “ELE ESTÁ ESQUECIDO...” Avaliação cognitiva no idoso e diagnóstico diferencial das principais síndromes demenciais Humberto Alexandre Amadori - Geriatra
  • 2. ROTEIRO • Anamnese cognitiva • Exame físico • Funcionalidade • Atenção • Memória • Funções executivas • Envelhecimento normal • Demências reversíveis • Depressão • Transtornos de ansiedade • Demências • Doença de Alzheimer • Demência Vascular • Demência com corpos de Lewy • Demência na Doença de Parkinson • Demência Frontotemporal • Afasia Progressiva Primária • Hidrocefalia de Pressão Normal • Avaliação cognitiva no idoso • Testes cognitivos ultra-rápidos • Teste do desenho do relógio • Fluência verbal • MEEM • MOCA • Outros testes cognitivos globais • Testes domínios congitivo-específicos
  • 4. HISTÓRIA Um dia você simplesmente percebe: Sua mãe está diferente. Aquela PERDA DE MEMÓRIA, antes atribuída ao envelhecimento, continua progredindo e começa a se manifestar de outras maneiras. - O que eu vim fazer aqui? O sagrado café do dia-a-dia e os passos para seu preparo tornaram-se desafios intransponíveis. Os caminhos da vizinhança, tão familiares anteriormente, transformaram-se em um labirinto indecifrável cujo destino final, cada vez mais, é a porta de um novo desconhecido. E o dinheiro, tão bem cuidado em outros tempos, agora desaparece, apenas para Depois ser reencontrado dentro da geladeira ou da máquina de lavar. De alguma forma, a boca do fogão cada vez mais acesa contrasta com as memórias de sua mãe. - O que eu vim fazer aqui?
  • 5. ANAMNESE COGNITIVA • A avaliação cognitiva se inicia durante a obtenção da história clínica, observando-se o nível de atenção, a organização do pensamento, o humor, o juízo crítico, a linguagem espontânea e a capacidade de lembrar fatos recentes ou remotos. • Escolaridade, profissão e qualquer possível problema de aprendizado prévio; • Se o paciente ainda trabalha, saber a ocupação é importante para orientar a necessidade de afastamento e se a manutenção do trabalho traz algum risco. Durante consulta, atentar: • Repetição de informações (como se fosse a primeira vez); • Recorre ao informante para responder perguntas.
  • 6. ANAMNESE COGNITIVA A realização de entrevista com familiar ou com acompanhante que conviva com o paciente aumenta a acurácia diagnóstica. Idealmente, em algum momento, deve-se realizar entrevistas do paciente e acompanhante separadamente. Alguns informantes que passam grande quantidade de tempo com o idoso avaliam com MENOR precisão sua funcionalidade, pois executam as atividades PELOS idosos e não COM os idosos. • Epilepsia na infância; • TCE (mesmo sem perda de nível de consciência e leves e múltiplos – prática esportiva); • AVCs prévios bem como fatores de risco cardiovascular (FA); • Antecedente de depressão e outras doenças psiquiátricas. • Tabagismo e etilismo.
  • 7. ANAMNESE COGNITIVA • Há quanto tempo? Piorou no último ano? • Outras pessoas notaram que a sua memória está pior? • Você acha que a memória está abaixo do esperado em comparação a outras pessoas da sua idade? • Essas dificuldades te preocupam/incomodam? Por quê? • Não há preocupação (queixa ocasional); • Temor de estar desenvolvendo doença de Alzheimer; • Frustração com o rendimento. • Dê exemplos de situações do dia a dia Sempre busque determinar o grau de funcionalidade basal do paciente, interpretando a funcionalidade e a cognição atuais com base em suas habilidades prévias. Estabeleça funcionalidade basal e declínio.
  • 8. ANAMNESE COGNITIVA • Cronologia do aparecimento dos sintomas: • Do primeiro sintoma até os dias de hoje; • Primeiros sintomas: Problemas de “memória” são de memória? Alterações comportamentais são realmente comportamentais? Confusão é confusão? • Velocidade de progressão. Familiares tendem a informar espontaneamente menor tempo de início por considerarem as primeiras manifestações clínicas como apenas decorrentes do envelhecimento.
  • 9. ANAMNESE COGNITIVA • Anosognosia, distorções da memória e falsas memórias (perda de insight, discernimento); • Resistência de familiares: Constranger que há declínio comportamental ou para expor comportamentos inapropriados; • Tempo para estabelecer relação médico- paciente-família É fundamental a busca ativa por medicamentos que possam provocar declínio cognitivo. Estabeleça relação temporal.
  • 10. ANAMNESE COGNITIVA • SONO: • Insônia: • Busque sinais de transtornos de humor e transtornos de ansiedade; • Sonolência diurna: • Busque sinais para SAHOS e Demência com corpos de Lewy; • Roncos • Busque sinais para SAHOS (STOPBANG) • Vocalizações (falar, rir, gritar, xingar)? • Movimentos súbitos e violento de membros (chutar, socar, pular da cama)? Agressão ao cônjuge enquanto dorme? • Busque sinais para Transtorno comportamental do Sono REM
  • 11. ANAMNESE COGNITIVA • Memória episódica: • Não lembram onde guardam objetos, de esquecer compromissos ou de dar recados e de esquecer o fogão ligado • Familiares relatam que o paciente está repetitivo, perguntando as mesmas coisas e repetindo as mesmas histórias • Desorientação espacial: tarefas como andar ou dirigir • Caminhos errados e sensação de estar perdidos • Grandes dificuldades em planejar novas rotas A queixa subjetiva isolada de memória, especialmente em pacientes com escolaridade alta, freqüentemente é preditora de declínio cognitivo.
  • 12. ANAMNESE COGNITIVA • Disfunção executiva: • Dificuldades em funções executivas (pagar contas e lidar com finanças); • Dificuldade de realizar tarefas que requeiram raciocínios simples, previamente feitas com facilidade; • Dificuldade para realizar duas tarefas simultaneamente • Mudanças no comportamento: • Exacerbação de traços de personalidade prévios? • Apatia? Irritabilidade? • Algum acontecimento em que o paciente agiu de forma inadequada ou inesperada para os padrões sociais?
  • 13. ANAMNESE COGNITIVA • Distúrbios da linguagem: • Depois da perda da memória é um dos sintomas mais comuns da doença • Anomia • Parafasia semântica • Parafasia fonêmica • Circunlóquio • Pausas no discurso e dificuldades de leitura e escrita.
  • 14. ANAMNESE COGNITIVA • Perguntas ou conversas repetidas, de eventos ou compromissos; • Esquecimento onde foram colocados objetos ou guardar em locais inadequados.; • Perder-se em trajetos familiares; • Dificuldade em utilizar instrumentos simples (talheres, escova de dente, caneta); • Dificuldade ou incapacidade de planejar atividades complexas ou seqüenciadas; • Dificuldade ou incapacidade de manejar finanças; • Incapacidade de reconhecer faces ou objetos comuns ou encontrar objetos situados à vista; • Afastamento progressivo dos passatempos e tarefas mais complexas; • Maior tempo para execução de tarefas; • Dificuldade de lembrar palavras comuns ao falar, erros de expressão oral, desordens de escrita ou operações aritméticas; • Flutuações do humor, agitação, falta de motivação, perda de iniciativa, apatia, retraimento social, diminuição de interesse em atividades prévias, comportamentos socialmente inaceitáveis.
  • 15. ANAMNESE COGNITIVA • Antecedente psiquiátrico <50 anos? • Sintomas depressivos? • Quedas freqüentes? Alteração da marcha? • Incontinência urinária? • Flutuação cognitiva? • Alucinações visuais? • Alteração da preferência alimentar? Constipação e incontinência urinária podem ser parâmetros de disfunção autonômica
  • 16. ANAMNESE COGNITIVA • Flutuação cognitiva • Variações no estado de alerta, na atenção e também no estado cognitivo • Letargia diurna; • Cochilos de mais de 2 horas; • Olhar para o vazio; • Episódios desorganizados de fala • DCL: Inconsciência parcial ou desatenção – Pode oscilar no mesmo dia. • DA: períodos de “confusão” se caracterizam por conversas repetitivas ou esquecimentos em momentos de maior demanda cognitiva ou ansiedade Na prática clínica, as flutuações são difíceis de serem bem definidas. 90% DCL, 35-50% vascular, 20% DA.
  • 19. EXAME FÍSICO • Circunferência cervical ; • Hipotensão ortostática; • Parkinsonismo (apendicular ou axial); • Motricidade ocular extrínseca (paralisia do olhar vertical); • Hiposmia • Mioclonias; • Déficits focais; • Sinais piramidais; • A presença de alterações no exame físico fala contra o Diagnóstico de Doença de Alzheimer. • Lembre-se: Presença de parkinsonismo não é obrigatório para diagnóstico de Demência com corpos de Lewy Kim, C., Lee, H. W., & Park, M. Y. (2009). Journal of Korean Medical Science, 24(5), 982.
  • 20. FUNCIONALIDADE • Independência + Autonomia • O declínio na funcionalidade em indivíduos idosos está diretamente relacionado à presença de déficits cognitivos. Galasko, D. (1998). An integrated approach to the management of Alzheimer’s disease: assessing cognition, function and behaviour. European Journal of Neurology, 5(S4), S9–S17.
  • 21. FUNCIONALIDADE Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2018 • Avaliação pode ser direta ou indireta: • Direta: Mensurada através da observação do examinador em um ambiente terapêutico próximo da vida diária do idoso. • Dificuldade é o tempo de aplicação bem como necessidade de profissional treinado. • Indireta: Escalas e questionários a informantes que convivem com o idoso • O estresse do cuidador/informante pode fazer com que, ao responderem o questionário, mascarem algumas informações levando a uma terapêutica mais tardia. No estresse do cuidador, o uso de questionários indiretos pode levar a um mascaramento de informações e, pois, diagnóstico tardio. A avaliação exclusivamente direta pode não ser a melhor pela influência por várias pontuais e transitórias do momento. A combinação direta + indireta parece ser a mais fidedigna.
  • 22. FUNCIONALIDADE • Avaliação pode ser direta ou indireta: • Direta: DAFS-BR (Direct Assessment Functional States); • Indireta: • Pfeffer; • IQCODE; • ADL-Q (Activities of Daily Living); • B- ADL (Bayer activies of daily living)* • Não há consenso se avaliações indiretas conseguem identificar prejuízos iniciais, visto que dependem de informantes. • Poucas pesquisas tentaram definir qual seria a melhor forma de identificar precocemente declínio das AIVDs. Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2018 A combinação de uma escala direta e indireta pode ser a melhor alternativa para avaliação funcional e na definição de tratamento acerca da funcionalidade, favorecendo tratamento mais precoce e, por conseguinte, manutenção da independência por mais tempo.
  • 23. FUNCIONALIDADE Harder J. A percepção do informante frente à funcionalidade do idoso com doençad e Alzheimer (dissertação). São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2018 • Funcionalidade está associada a principalmente duas funções cognitivas: • Memória; • Funções executivas (principalmente na capacidade de planejamento • Funções executivas são muito importantes tanto para atividades simples quanto complexas. Funções executivas parecem ser mais importantes do que a memória para manutenção da funcionalidade.
  • 25. FUNCIONALIDADE • IQCODE • Não depende da escolaridade; • Em comparação há dez anos, como está a pessoas nas situações: Acurácia: 80-85% para demência
  • 26. DEMÊNCIA (TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR) • Atenção complexa • Aprendizado e memória • Funções executivas • Linguagem • Percepção motora • Cognição Social
  • 27. DEMÊNCIA (TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR) • Pré-frontal: Funções executivas e comportamento; • Límbica: Memória e emoções; • Perisilviana: Linguagem; • Dorsal parietofrontal: Atenção espacial e habilidades visuoespaciais • Ventral occiptotemporal: Reconhecimento de objetos e faces
  • 28. ATENÇÃO • ATENÇÃO BÁSICA • Habilidade de manter o foco em determinada tarefa, sem distrair-se com estímulos externos e internos; • Na anamnese, capacidade de se concentrar na entrevista e não se distrair com estímulos externos; • Por exemplo: Delirium. • Digit span ordem direta, teste de vigilância, trilhas A • Deve ser o primeiro domínio cognitivo a ser avaliado, já que pode comprometer toda a avaliação cognitiva.
  • 29. ATENÇÃO • ATENÇÃO COMPLEXA • Não é uma habilidade cognitiva única, mas uma complexa combinação de subsistemas; • Capacidade de sustentar, selecionar, dividir e alternar o foco atencional, permitindo manipular a informação e executar tarefas de múltiplos passos. • A atenção complexa (atenção dividida, atenção seletiva e atenção sustentada) envolve também algumas funções executivas (como a memória operacional) • Dirigida* • Mantida * • Dividida • Seletiva • Alternada • A matriz atencional depende da integridade de estruturas subcorticais (principalmente núcleos talâmicos e o SRAA) e estruturas corticais (córtex frontoparietal dorsal). E ao córtex pré-frontal cabe o papel central na modulação da atenção complexa.
  • 30. ATENÇÃO DIGIT SPAN Ordem direta 2 3 8 9 2 5 8 9 3 5 8 3 2 7 6 9 1 8 2 6 1 5 8 4 9 3 2 7 7 1 5 2 9 4 6 8 1 4 9 5 8 4 7 2 9 3 6 6 1 8 5 3 4 7 Normal: Acerto de 7± 2 dígitos
  • 31. MEMÓRIA “Somos exatamente o que nos lembramos e também somos aquilo que não queremos lembrar.” Ivan Izquierdo • A memória representa a habilidade cognitiva de aprender e consolidar novas informações para potencial uso depois de um intervalo tempo variável, de minutos a anos. • De acordo com a natureza dessas informações, consciente ou inconsciente, diferentes redes neurais estão associadas. • "Memória" significa aquisição, formação, conservação e evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem: só se "grava aquilo que foi aprendido”. • O bom funcionamento da memória depende inicialmente do nível de atenção. Memória episódica é o único tipo de memória que piora com o envelhecimento. Todas as outras, se treinadas, podem melhorar.
  • 32. MEMÓRIA Memória de Longo prazo Declarativa (explícita) Episódica Semântica Não declarativa (implícita) Procedural Priming Aprendizado não associativo Condicionamento clássico
  • 33. MEMÓRIA • DECLARATIVA (explícita): Pode ser conscientemente acessado • Memória semântica: informação, linguagem, e conhecimento; conceitos e conhecimentos gerais de fatos, objetos ou palavras - lembrança de fatos e eventos • Memória episódica: experiências autobiográficas • NÃO DECLARATIVA (implícita): Conteúdo é inconsciente • Memória de procedimento: motora e de habilidade cognitivas (amarrar um sapato, andar de bicicleta)
  • 34. MEMÓRIA • O processo de aquisição de novas informações na memória episódica envolve uma série de etapas, incluindo a codificação, a consolidação e a recuperação, e o circuito de Papez tem um papel central nesse processo. Essa neurocircuitaria compõe-se de estruturas temporais mesiais (como as formações hipocampais) e diencefálicas. • Em última análise, os testes de memória avaliam a integridade desse sistema. O método mais comum de avaliar a memória é por meio de lista de palavras e em geral envolve uma fase de aprendizagem, outra de evocação (ou recordação) tardia (delayed recall) e por fim uma de reconhecimento. A fase de reconhecimento representa, assim, uma recordação com pista.
  • 35. FUNÇÕES EXECUTIVAS • Permitem ao ser humano adaptar-se ao meio externo e desempenhar adequadamente suas atividades de vida diária; • Ordem de funções cognitivas superiores envolvida na auto- regulação do comportamento direcionado a objetivos e organização e uso eficaz de grandes quantidades de informação; • As funções executivas são diversas, mas compartilham uma dependência comum do córtex pré-frontal - estrutura heterogênea com extensa conectividade com outras áreas do cérebro. FE são habilidades cognitivas dependentes de circuitarias corticossubcorticais entre o córtex pré-frontal e estruturas subcorticais (núcleos da base e talâmicos - nu dorsomedial). Essas recebem conexões de estruturas como sistema límbico e do córtex parietal dorsal. Assim, são várias estruturas que, quando afetadas, levam a síndromes diseexecutivas, e não apenas lesões frontais
  • 36. FUNÇÕES EXECUTIVAS • As funções executivas compreendem um conceito neuropsicológico que se aplica às atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, a estratégias, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Testes de funções executivas também avaliam atenção complexa, pois o indivíduo deve estar apto a sustentar, dividir e alternar o foco atencional durante execução de tarefa de múltiplos passos.
  • 37. FUNÇÕES EXECUTIVAS • MEMÓRIA DE TRABALHO (segundos- minutos): Breve e fugaz, serve para "gerenciar a realidade" e determinar o contexto em que os diversos fatos, acontecimentos ou outro tipo de informação ocorrem, se vale a pena ou não fazer uma nova memória disso ou se esse tipo de informação já consta dos arquivos. • Capacidade de seguir instruções, prestar atenção, usar informações relevantes no meio de uma atividade. • Diferente de outros tipos de memória, não deixa traços e não produz arquivos. • Por exemplo: a terceira palavra da frase anterior.
  • 38. FUNÇÕES EXECUTIVAS • Memória de trabalho (operacional); • Controle inibitório: Habilidade "pensar antes de agir“, não ser impulsivo; • Controle emocional: Controle das emoções de acordo com cada situação; • Flexibilidade mental: Capacidade de ajustar o comportamento para mudanças imprevistas, aprender com os erros; • Automonitoramento: Autoconsciência de como se está passando no momento para fazer ajustes de ações / comportamentos à situação atual; • Iniciação de tarefa: Capacidade de se motivar para iniciar tarefas, direcionando comportamentos e ações, sem procrastinar. • Organização; • Planejamento/gestão do tempo: Capacidade de planejar tarefas diárias para cumprir responsabilidades de curto e longo prazo. • Abstração; • Cognição social/controle de emoções: Habilidade de gerenciar emoções para atingir metas e completar tarefas
  • 40. ENVELHECIMENTO NORMAL • De maneira geral, a memória episódica é o único tipo de memória que piora com o envelhecimento – a partir dos 30 anos de idade. • Todas as outras (semântica e não declarativas), se treinadas, podem melhorar. • A "memória" operacional declina precocemente, desde o início da vida adulta, assim como a velocidade de processamento. • A atenção dirigida e sustentada tendem a se manter estáveis com o envelhecimento. Já as dividida, seletiva e alternada tendem a declinar. Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752 Habilidades bem aprendidas tendem a se aprimorar com a idade e só decaem em idades mais avançadas.
  • 41. ENVELHECIMENTO NORMAL • A memória episódica decai com a idade, o que fica evidente principalmente nas tarefas que necessitam de maior esforço dirigido, como a recordação de listas de palavras, em comparação com a lembrança de histórias e figuras. As tarefas de evocação livre se mostram mais prejudicadas do que a evocação com pistas e o reconhecimento. • A memória semântica tende a aumentar ao longo do envelhecimento (p. ex.: testes de vocabulário e conhecimentos gerais), exceto em tarefas que exigem a eficiência nos processos de evocação, como no teste de fluência verbal com categorias semânticas, que requer rapidez. Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752 Declínio cognitivo parece ser algo inerente ao desenvolvimento humano, no entanto, está sujeito a variações entre os indivíduos ou mesmo intraindividuais, ou seja, uma pessoa pode apresentar declínio diferenciado entre as funções avaliadas.
  • 42. ENVELHECIMENTO NORMAL • Inteligência cristalizada: • Habilidades e conhecimentos que são superaprendidos, bem praticados e familiares - devem-se ao acúmulos de informações com base na experiência de vida de uma pessoa. • Permanecem estáveis ou melhoram gradualmente até 6a e 7a décadas de vida. • Exemplos: Vocabulário e o conhecimento geral. • Inteligência fluida: • Habilidades que envolvem resolução de problemas e raciocínio sobre coisas que são menos familiares e independem do que a pessoa aprendeu. • Inclui a capacidade inata de processar e aprender novas informações, resolver problemas e atender e manipular o ambiente. • Exemplos: Função executiva, velocidade de processamento, memória e habilidade psicomotora. Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752 Muitas habilidades cognitivas fluidas, especialmente a capacidade psicomotora e a velocidade de processamento, atingem o pico na terceira década de vida e, em seguida, diminuem.
  • 43. ENVELHECIMENTO NORMAL Harada, C. N., Natelson Love, M. C., & Triebel, K. L. (2013). Normal Cognitive Aging. Clinics in Geriatric Medicine, 29(4), 737–752
  • 44. DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS • Mais freqüentes em pacientes mais jovens e em casos de declínio cognitivo recente; • Causas mais freqüentes são as neurocirúrgicas (HPN, hematoma subdural e tumores benignos). Etiologias alcoólica, Wernicke-korsakoff, neurolues e encefalopatia de Hashimoto são outros exemplos; • Entre as verdadeiramente reversíveis: Depressão, encefalopatia medicamentosa e transtornos metabólicos; • 9% das demências são por causas potencialmente reversíveis; • Cerca de 6% dos casos foram revertidos (aproximadamente 50% completamente); • A descoberta de causa reversível nem sempre permite recuperação completa com o tratamento; • A condição tratável é apenas um componente de demência superposta a outra condição (DA). Clarfield AM. The decreasing prevalence of reversible dementias: an updated meta-analysis. Arch Intern Med. 2003;163:2219-29 HPN HSC Meningioma
  • 45. DEPRESSÃO Culpepper L, Lam RW, McIntyre RS. Cognitive Impairment in Patients With Depression: Awareness, Assessment, and Management. J Clin Psychiatry. 2017 Nov/Dec;78(9):1383-1394 • Depressão pode preceder, ocorrer concomitantemente à síndrome demencial ou ser um diagnóstico diferencial ao declínio cognitivo; • Na avaliação do paciente idoso com depressão é importante: • Reconhecer o comprometimento cognitivo como uma barreira para a recuperação funcional; • Determinar a percepção subjetiva de cada paciente sobre a carga de seu comprometimento cognitivo, a fim de priorizar os objetivos do tratamento; • Avaliar os efeitos diretos e indiretos na cognição ao selecionar os tratamentos. • A depressão no idoso pode se manifestar subsindromicamente, com predomínio de queixas físicas e cognitivas. • São escalas utilizadas para rastreio: • GDS :Geriatric Depression Scale • PHQ-9 (PatientHealth Questionnaire) • CES-D (Center for Epidemiological Scale – Depression)
  • 46. DEPRESSÃO • Comprometimento da memória, velocidade de processamento e funções executivas são freqüentes na depressão de início tardio; • Grande variabilidade no perfil cognitivo na depressão geriátrica sugere que esta síndrome corresponde a um grupo heterogêneo de transtornos; • Pior desempenho nas provas que avaliam funções executivas e na evocação tardia. Desempenho mantido em tarefas de reconhecimento. • Mau desempenho na Fluência Verbal: Desempenho reduzido na categorização semântica aumenta o risco de resposta inadequada a farmacoterapia. • Pacientes com “pseudodemência” por depressão apresentam maior risco de desenvolvimento de síndrome demencial nos 3 anos subseqüentes. Morimoto, S. S., Kanellopoulos, D., Manning, K. J., & Alexopoulos, G. S. (2015). Diagnosis and treatment of depression and cognitive impairment in late life. Annals of the New York Academy of Sciences, 1345(1), 36–46. Os três sintomas mais relacionados a declínio funcional: • Humor deprimido; • Fadiga; • Dificuldade de concentração*
  • 47. DEPRESSÃO Culpepper L, Lam RW, McIntyre RS. Cognitive Impairment in Patients With Depression: Awareness, Assessment, and Management. J Clin Psychiatry. 2017 Nov/Dec;78(9):1383-1394
  • 48. DEPRESSÃO DEPRESSÃO DA Idade de início < ou > 60 anos > 60 anos Início Agudo Progressivo Curso Progressão rápida Flutuante, geralmente congruente Progressão lenta Variável Queixa de memória Usualmente presente, queixa enfatizada Variável (Anosognosia) Humor Depressivo Depressivo ou eutímico Memória Desempenho melhor do que autoavaliação; melhora com pistas Desempenho similar para memória recente e remota Desempenho pior do que autoavaliação; não se beneficia com pistas Memória recente mais comprometida. Orientação Poucas queixas Dificuldade de localização Disfunção executiva Típica Variável, mais tardia V de processamento Lentificada Normal Esforço Diminui com a demanda cognitiva, com comprometimento desproporcional em tarefas que demandam maior esforço. “NÃO SEI” Tipicamente normal Sempre diferencia depressão de apatia.
  • 49. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Delphin-Combe, F., Bathsavanis, A., Rouch, I., Liles, T., Vannier-Nitenberg, C., Fantino, B., … Krolak-Salmon, P. (2016). Relationship between anxiety and cognitive performance in an elderly population with a cognitive complaint. European Journal of Neurology, 23(7), 1210–1217. • Os exames da relação entre desempenho cognitivo e ansiedade resultaram em resultados conflitantes. • Transtornos de ansiedade, incluindo TOC e TEPT, estão associados a baixo desempenho neuropsicológico de atenção e memória; • Jovens com TAG parecem ter pior desempenho na memória de trabalho, controle inibitório e memória não verbal; • Um estudo demonstrou que os domínios cognitivos afetados na depressão e no TAG foram similares; • Em outro estudo, indivíduos ansiosos tiveram pior desempenho na memória de curto prazo, ao passo que os deprimidos mostraram mais disfunção executiva.
  • 50. DEMÊNCIA • Definição: Sintomas cognitivos e/ou comportamentais que interferem em atividades da vida diária e, pois, declínio funcional em relação a níveis prévios, não explicáveis por delirium ou transtorno psiquiátrico; • Diagnóstico: Anamnese, avaliação cognitiva/neuropsicológica que demonstre prejuízo; • O exame cognitivo pode determinar a gravidade e ajudar a estabelecer etiologia • Como o exame neurológico somático, o exame cognitivo deve ser sistematizado, no caso por domínios cognitivos (atenção, funções executivas, memória, linguagem, praxias, habilidades visuoespaciais e funções visuoperceptivas).
  • 51. DEMÊNCIA (TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR) • Prejuízo em pelo menos uma das seguintes áreas: • Atenção; • Funções executivas; • Aprendizagem e memória; • Linguagem; • Percepção Motora; • Cognição social. • Interfere no funcionamento social e ocupacional
  • 52. BENEFICIA-SE DE PISTAS? DECLÍNIO COGNITIVO SUBJETIVO COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE DEMÊNCIA Autoexperiência da deterioração no desempenho cognitivo não detectado objetivamente por meio de testes neuropsicológicos formais. Declínio cognitivo com relativa preservação das atividades da vida diária Síndrome clínica que cursa com deterioração do funcionamento dos domínios cognitivos, alterando desta maneira seu comportamento e levando a graves prejuízos funcionais.
  • 53. DEMÊNCIA (TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR) VANISHED V: vascular, vitamin deficiency: B1, B6, B12, folate A: Alzheimer disease, autoimmune: cerebral vasculitis, systemic lupus erythematosus N: normal pressure hydrocephalus, neoplasia I: infection, e.g. Creutzfeldt-Jakob disease, herpes simplex encephalitis, prion diseases, tertiary syphilis, HIV/AIDS, PML S: substance abuse, serum abnormalities e.g. hyperammonemia, uremia, Wilson disease H: hormones: hypothyroidism, hyperparathyroidism E: electrolyte disturbances: e.g. hyponatremia, hypokalemia, hypocalcemia, hypercalcemia etc. D: depression (pseudodementia) DEMENTIAS D: drugs/depression E: emotions M: multy-infarct/medication/metabolic and endocrine issues E: eyes and ears (sensory problems) N: nutritional issue T: toxins/tumors I: ischemia/infections A: alcohol S:Sleep disorders and rarely seizures https://radiopaedia.org/articles/causes-of-dementia-mnemonic?lang=us
  • 54. DOENÇA DE ALZHEIMER • Demência neurodegenerativa - mais freqüente – declínio cognitivo progressivo; • Principal causa de demência em < 65 anos e em >65 anos; • Deposição de B-amilóide; Taupatia; • Déficit colinérgico – Núcleo Basal de Meynert; • Idade é o principal fator de risco • Compartilha fatores de risco com demência vascular; • Comprometimento amnéstico (mais freqüente em >70 anos), comprometimento não amnéstico em variantes menos freqüentes – pacientes mais jovens. Aos 45 anos, o risco de desenvolver DA para os homens é de 10% e 20% para as mulheres.
  • 55. DOENÇA DE ALZHEIMER • Comprometimento amnéstico progride para graus variáveis de comprometimento da linguagem, orientação espacial e funções executivas; • Memória episódica anterógrada inicialmente comprometida - desorientação temporal é precoce; • Os esquecimentos são freqüentemente negligenciados “da idade”, pode passar desapercebido por clínicos. O início é difícil de precisar, pois o declínio é gradual; • Memória remota comprometida em estágios avançados. Para um indivíduo com 70 anos, as estimativas de duração são de 10 anos para o estágio pré-clínico, 4 anos para o estágio prodrômico e 6 anos para o estágio de demência da doença de Alzheimer, totalizando 20 anos Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr 24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
  • 56. DOENÇA DE ALZHEIMER • Guardar objetos em locais inapropriados; • Afastamento progressivo dos passatempos e tarefas mais complexas; • Anomia; • Desorientação espacial (dificuldade de encontrar a casa –posteriormente, dentro de casa); • Desorientação temporal (dificuldade com datas relevantes e dificuldade de estabelecer relações cronológicas) • Disfunção executiva (dificuldades de raciocínio, julgamento e resolução de problemas); • Dificuldade para tomar decisões ; • Dificuldade para manejar finanças pessoais. Há uma representativa variação interindividual conseqüente, principalmente, da extraordinária complexidade do cérebro. A estrutura mental pré-mórbida, a estrutural familiar e o meio em que o paciente vive são fatores que contribuem para essa variabilidade. Assim, a taxa de progressão cognitiva em pessoas com DA é altamente variável.
  • 57. DOENÇA DE ALZHEIMER Knopman, D. S., Amieva, H., Petersen, R. C., Chételat, G., Holtzman, D. M., Hyman, B. T., … Jones, D. T. (2021). Alzheimer disease. Nature Reviews Disease Primers, 7(1).
  • 58. DOENÇA DE ALZHEIMER • Amnéstica CCL Leve Moderada Avançada Memória Episódica + ++ +++ +++ Semântica -/+ + ++ +++ Remota -/+ -/+ ++ +++ Operacional - -/+ ++ +++ Orientação temporal/espacial - + ++ +++ Atenção e funções executivas -/+ + ++ +++ Linguagem - -/+ + +++ Praxia - -/+ ++ +++ Habilidades visuoespaciais e perceptivas - -/+ ++ +++ • Em tratamento, espera-se, em média, 3,3 pontos de piora do MEEM no ano.
  • 59. DOENÇA DE ALZHEIMER • Ao invés de comprometimento amnésico... • Variantes da DA (mais freqüentes na DA de início precoce) • Atrofia cortical posterior • Variante mais freqüente; • Habilidades visuoespaciais; • Variante frontal • Funções executivas e problemas comportamentais; • APP logopênica • Linguagem LATE (Limbic-predominant age-related TDP-43 encephalopathy): Após os 90 anos, a incidência de DA parece diminuir à medida que a esclerose hipocampal se torna progressivamente mais freqüente. Caracteriza-se por um perfil amnéstico similar ao da DA, porém com progressão mais lenta.
  • 60. DOENÇA DE ALZHEIMER • RM crânio: • Atrofia hipocampal (lobo temporal medial) está associada a DA, mas não é exclusiva (Esclerose hipocampal, DLFT, Doença cerebrovascular, ausência de déficit cognitivo); • Na DA de inicio precoce, a preservação do hipocampo é freqüente (pode auxiliar (no diagnóstico de ACP) Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr 24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
  • 61. DOENÇA DE ALZHEIMER • Escore de Atrofia temporal (MTA - Scheltens) • T1 coronal – porção anterior da ponte; • Fissura coróide, corno temporal, hipocampo; • S: 85% E: 85% Alterado: < 75anos: ≥ 2 > 75anos: ≥ 3 https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri
  • 62. DOENÇA DE ALZHEIMER • ERICA score (Entorhinal cortex atrophy) • Corte coronal – ao nível dos corpos mamilares; • Volume do córtex entorrinal e do giro parahipocampal, tentório do cerebelo. • Erica x Scheltens: Acurácia: 91% x 74% Enkirch SJ, Traschütz A, Müller A, et al. The ERICA Score: An MR Imaging-based Visual Scoring System for the Assessment of Entorhinal Cortex Atrophy in Alzheimer Disease. Radiology. 2018 Jul;288(1):226-333. DOI: 10.1148/radiol.2018171888. PMID: 29514015 Alterado: ERICA ≥2
  • 63. DOENÇA DE ALZHEIMER • FDG-PET: • Diagnóstico diferencial; • Predição de evolução clínica, extensão da doença. • Hipometabolismo temporo-parietal cíngulo posterior que precede a perda de volume; • O grau e a extensão do hipometabolismo medido se correlaciona com a gravidade geral do comprometimento cognitivo na DA; Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr 24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID:
  • 64. DOENÇA DE ALZHEIMER Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr 24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID: • PET-Amilóide: • Mais útil para descartar a DA; • Parece aumentar acurácia diagnóstica. • Tau-PET: • Diagnóstico diferencial; • Avaliar progressão da doença e disseminação de tau ao longo das redes cerebrais; • Ainda necessário refinamento metodológico.
  • 65. DOENÇA DE ALZHEIMER Scheltens P, De Strooper B, Kivipelto M, Holstege H, Chételat G, Teunissen CE, Cummings J, van der Flier WM. Alzheimer's disease. Lancet. 2021 Apr 24;397(10284):1577-1590. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4. Epub 2021 Mar 2. PMID: 33667416; PMCID: • Padrões de TAU-PET e FDG-PET: • DA típica: Amnéstica: Hipometabolismo/taupatia temporoparietal; • APP logopênica: Assimetria importante com hipometabolismo/taupatia predominante no hemisfério esquerdo; • Atrofia cortical posterior: Hipometabolismo/taupatia temporal posterior, parietal e occiptal • Variante frontal: Hipometabolismo/taupatia temporal, parietal e frontal.
  • 66. DOENÇA DE ALZHEIMER Vogel, J. W., Young, A. L., Oxtoby, N. P., Smith, R., Ossenkoppele, R., … Hansson, O. (2021). Four distinct trajectories of tau deposition identified in Alzheimer’s disease. Nature Medicine, 27(5), 871–881. Padrões de distribuição da Proteína Tau • Variante 1 (33%): Lobo temporal -> Memória • Variante 2 (18%): Córtex cerebral -> Funções executivas • Variante 3 (30%): Córtex visual -> Agnosia visual • Variante 4 (19%): Hemisfério E -> Linguagem • Apresentações atípicas não amnésticas parecem ser mais freqüentes na variante 2; • As trajetórias cognitivas diferem entre os subtipos.
  • 67. DEMÊNCIA VASCULAR • Demência secundária mais prevalente, segunda entre todas as demências. • Causa direta é a doença cerebrovascular - grupo heterogêneo de subtipos relacionando aspectos clínicos e de neuroimagem; • Espectro do Comprometimento Cognitivo Vascular; • O declínio cognitivo é a conseqüência mais comum da doença cerebrovascular, não o AVC; • Pós-ictus (único, múltiplo, estratégico) x Subcorticais (infartos lacunares e hiperintensidades) Até um terço das demências apresentam patologia vascular significativa. O’Brien, J. T., & Thomas, A. (2015). Vascular dementia. The Lancet, 386(10004), 1698–1706.
  • 68. DEMÊNCIA VASCULAR • Lesões em territórios de grandes vasos: Infartos médios ou grandes, únicos ou múltiplos, corticais e/ou córtico-subcorticais ou áreas estratégicas (cognição e/ou comportamento) • Lesões de pequenos vasos: Pequenos infartos ou lacunas múltiplas no tálamo, núcleos da base e na substância branca ou comprometimento isquêmico de extensão variável da substância branca ou a associação de ambos os tipos de lesão. • Pode haver lesão decorrente de doença de vasos grandes ou de vasos pequenos, ou de ambos associados. A localização preferencialmente deve atingir áreas corticais e estruturas subcorticais associativas ou límbicas-paralímbicas, com expressão cognitiva e/ou comportamental (“áreas estratégicas”), incluindo os circuitos da memória (hipocampo-núcleo mamilar-tálamo e amígdalo-tálamo-frontal).
  • 69. • 1) DV PÓS-ICTUS ÚNICO • Oclusão de grande vaso; Comprometimento cognitivo cortical – até 3- 6 meses após ictus; • 2) DV POR INFARTOS MÚLTIPLOS • Múltiplos infartos corticais e/ou subcorticais; • 3) DV POR INFARTOS EM TERRITÓRIOS LIMÍTROFES (watershed areas) • As lesões isquêmicas podem ser encontradas no córtex cerebral entre os territórios de irrigação da ACA, ACM, ACP. • 4) DV POR INFARTO ESTRATÉGICO • Instalação abrupta • Áreas corticais (hipocampo, giro angular, córtex pré-frontal etc) ou • Áreas subcorticais (proséncefalo basal, nucleo caudado, tálamo) • 5) DV PÓS-ICTUS HEMORRÁGICO • 6) DV ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS): DEMÊNCIA VASCULAR
  • 70. DEMÊNCIA VASCULAR Subcortical Cortical Infarto estratégico MECANISMOS VASCULARES Pequenos vasos Sim x Sim Hipoperfusão Sim Sim Sim Lesão de grande vasos x Sim Sim Cardiembolismo x Sim Sim ALTERAÇÕES CEREBRAIS Lesões de substância branca Sim X Sim Infarto lacunar Sim X Sim Infarto do território arterial x Sim Sim Infarto watershed x Sim Sim Heterogeneidade + ++ +++ Neurologia cognitiva e do envelhecimento do conhecimento básico a abordagem clínica /[coordenadores] Norberto Anízio Ferreira Frota...[et al.]. -- São Paulo : Editora e Eventos Omnifarma, 2016.
  • 71. • DEMÊNCIA VASCULAR ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS) • Subtipo mais prevalente, cerca de 50% dos casos; • Subgrupo mais homogêneo – aspectos clínicos, evolução e resposta terapêutica mais previsíveis (espectro: estado lacunar a doença de Biswanger); • Principal Causa: Doença de pequenos vasos em estruturas subcorticais (microangiopatia pelo envelhecimento, HAS, DM, angiopatia amilóide etc.) levando à formação de infartos lacunares e lesões isquêmicas da substância branca de extensão variável; • As lesões subcorticais se relacionam com desconexão dos circuitos subcortico - pré- frontais; • Acometimento de ≥ 25% da substância branca; • Evolução lenta e insidiosa; • Relações temporais entre as manifestações clínicas e neuroimagem freqüentemente não são nítidas. DEMÊNCIA VASCULAR Infartos em territórios limítrofes subcorticais, assim como infartos estratégicos subcorticais, atingindo gânglios da base, tálamo ou substância branca (conexões), também podem ser considerados nesta categoria.
  • 72. • DEMÊNCIA VASCULAR ISQUÊMICA SUBCORTICAL (DVIS) • Alteração da marcha, incontinência urinária, quedas freqüentes; • Geralmente déficits focais ausentes; • Depressão, apatia marcante, mudança de personalidade e labilidade emocional (afeto pseudobulbar) são freqüentes; • Mudança de personalidade e labilidade emocional; • Principal domínio cognitivo afetado: Funções executivas (formulação inadequada de objetivos, iniciação, organização, seqüenciamento, planejamento, mudança e manutenção de estratégias, abstração) DEMÊNCIA VASCULAR O principal domínio cognitivo afetado são as funções executivas e atenção complexa. A memória é menos comprometida do que na DA. A evocação espontânea é comprometida, porém se beneficia com pistas e o reconhecimento é relativamente intacto. Dementia & Neuropsychologia / Brazilian Academy of Neurology / Associação Neurologia Cognitiva e do Comportamento. -- v. 5, Suppl. 1 (2011).
  • 73. DEMÊNCIA VASCULAR • Exames de neuroimagem funcional podem auxiliar no diagnóstico diferencial outras demências neurodegenerativas; • A avaliação de DVIS pode mostrar comprometimento frontal precoce nos casos leves e, nos casos graves, hipoperfusão difusa; • As imagens com SPECT e PET, na DV mostram padrões diversos de acordo com o subtipo de DV – como o padrão multifocal, visto na demência por infartos múltiplos, ou com padrão mais difuso associado a lesão extensa da substância branca e lacunas. A inexistência de lesões vasculares na RM é um forte indicativo da baixa probabilidade de etiologia vascular da demência. ESCALA DE FAZEKAS (Fazekas et al., 1987) Hiperintensidades periventriculares Lesões de substância branca 0 Ausente Ausente 1 Linhas finas de hipersinal Múltiplas lesões puntiformes 2 Halos tênues Início de lesões confluentes 3 Extensão para substância branca Extensas lesões confluentes Método utilizado para quantificar o grau de lesões hiperintensas em T2 visíveis na substância branca. Fazekas 1 é normal em idosos. 2 e 3 quase sempre são patológicos, sinalizando alto risco de declínio cognitivo.
  • 74. DEMÊNCIA VASCULAR • Fazekas prevê incapacidade; • Fazekas 1 é considerada normal em idosos; • 2 e 3 são patológicas, mas podem ser vistas em indivíduos com funcionalidade normal, porém com alto risco de perda funcional posterior; • Em um estudo com 600 idosos com funcionamento normal, a pontuação de Fazekas previu incapacidade em um ano . Pacientes com fazekas 3, 25% evoluiram com incapacidade. O acompanhamento de três anos mostra que alterações graves da substância branca independentemente e predizem fortemente o rápido declínio funcional global. https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri
  • 75. DEMÊNCIA VASCULAR AVC no território da ACP com envolvimento do lobo temporal medial no hemisfério dominante Infarto talâmico bilateral https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri O’Brien, J. T., & Thomas, A. (2015). Vascular dementia. The Lancet, 386(10004), 1698–1706
  • 76. DEMÊNCIA MISTA AV • Entidade heterogênea; • A DA e a DV compartilham fatores de risco, aspectos clínicos e mecanismos patogênicos. • Estreita relação entre DA e DV: Lesões da substância branca e infartos lacunares são comuns na DA; placas amilóides e deposição de proteína tau na DV - as lesões das duas tendem a aumentar a probabilidade de declínio cognitivo significativo. • Ao lesar os circuitos subcórtico-pré-frontais a DCV pode participar na composição de sintomas com os decorrentes da lesão hipocampal da D; • Não há consenso para diagnóstico da DM AV; • Comprometimento da memória episódica x atenção/funções executivas. ESCORE DE HACHINSKI Início súbito 2 pts Deterioração não-linear, em degraus 1 pt Evolução flutuante 2 pts Confusão noturna 1 pt Antecedente de AVC 2 pts Conservação relativa da personalidade 1 pt Sintomas neurológicos focais 2 pts Depressão 1 pt Sinais neurológicos focais (objetivados no exame) 2 pts Antecedente de HAS 1 pt Queixas somáticas 1 pt Evidências de aterosclerose associada 1 pt Labilidade funcional 1 pt ≥ 7 pontos: D. Vascular; ≤ 4 pontos: D. Alzheimer. Dement Neuropsychol 2017 December;11(4):364-370365Custodio et al. Mixed dementia Escore de Hachinski: Sensibilidade e especificidade de 70-80% na diferenciação de DA e DV . Na concomitância das duas condições tende a superdiagnosticar DV.
  • 77. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY • Sinucleidopatia – déficit colinérgico e dopaminérgico; • 2ª demência neurodegenerativa mais freqüente – 3ª mais frequente; • Perfil neuropatológico similar a DP (regra do um ano); • Demência subcortical; • Expectativa de vida média: 5-7 anos. https://www.alz.org/alzheimers-dementia/what-is- dementia/types-of-dementia/lewy-body-dementia Cerca de metade dos casos de Demência com Corpos de Lewy são diagnosticados incorretamente.
  • 78. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY • TÉTRADE DIAGNÓSTICA • Flutuação cognitiva; • Estado de alerta e atenção - “delirium like” • Alucinações visuais recorrentes; • Tipicamente bem formadas e detalhadas • Parkinsonismo; • Geralmente simétrico; pelo menos um dos sinais • Distúrbio comportamental do Sono REM • Pode preceder o declínio cognitivo
  • 79. • BIOMARCADORES INDICATIVOS • SPECT ou PET com TRODAT: • Atividade occiptal reduzida na neuroimagem (sinal da ilha do giro do cíngulo – hipometabolismo na regiao occiptal) • Cintilografia miocárdica com MIBG • Denervação simpática miocárdica – pode ser precoce • Polissonografia • RM crânio: • Preservação relativa das estruturas do lobo temporal. • EEG: • Atividades de ondas lentas posteriores mesclando com atividades periódicas na faixa pré-alfa e theta DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 80. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY Captação reduzida na cintilografia miocárdica com MIBG . A cintilografia miocárdica com iodo-MIBG (metaiodobenzilguanidina) quantifica a inervação cardíaca simpática pós-ganglionar, que é reduzida na DCL em comparação a DA. McKeith, I. G., Boeve, B. F., Dickson, D. W., Halliday, G., Taylor, J.-P., Weintraub, D., … Ballard, C. G. (2017). Diagnosis and management of dementia with Lewy bodies. Neurology, 89(1), 88–100. PSG de sono REM normal x PSG de sono REM sem atonia
  • 81. • Déficit de memória é infreqüente no inicio; • No início, espera-se: Déficit em testes de atenção, funções executivas e habilidade visuoperceptivas; • Sensibilidade a neurolépticos: Deixou de ser característica sugestiva; • Instalação ou agravamento de rigidez e acinesia de maneira subaguda e grave após ingesta de neurolépticos – “SNM like” – neurolépticos típicos; • Instabilidade postural*, quedas repetidas, sincope ou episódios transitórios de perda de consciência; • Disautonomia (H.O, incontinência urinaria, constipação); • Perda de olfato, constipação intestinal, urgência miccional, salivação excessiva e depressão DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY Anosmia e sonolência excessiva estão nos novos critérios. Muitos pacientes com Demência com Corpos de Lewy nunca desenvolverão parkinsonismo.
  • 82. • DIAGNÓSTICO • 3º consenso para o 4º: melhora na sensibilidade sem prejudicar especificidade • Provável: • 2 características clínicas centrais ; • 1 central + 1 biomarcador indicativo • Possível: • 1 característica clínica central • 1 biomarcador indicativo DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 83. • Flutuação cognitiva “delirium like: Desatenção ou inconsciência parcial; • 90% dos pacientes: • Alheamento durante estado de alerta OU • Períodos de sonolência excessiva sem motivo óbvio OU • Confusão diurna com comprometimento da percepção dos estímulos ao seu redor • Podem oscilar entre o confuso e “normal” no mesmo dia. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 84. • Parkinsonismo: Pelo menos 2/3 dos pacientes – simétrico, geralmente rígido-acinético (tremor é raro)– marcha e estabilidade postural costumam ser afetadas precocemente. Ausência de parkinsonismo é a principal causa para não realização do diagnóstico. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 85. • Manifestações psiquiátricas mais freqüentes do que na DA; • Alucinações visuais: • Recorrentes, visões tridimensionais de imagens muito bem formadas (geralmente pessoas, crianças ou animais) – até 80% durante evolução; • Ilusões são freqüentes (listras de um tapete = cobra), pessoas atrás da cortina; • Alucinações auditivas e delírios são mais infreqüentes; • Estranhos dentro de casa; • Visitas de parentes falecidos; • Familiar trocado por impostor (Síndrome de Capgras) DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 86. DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY RM crânio: Relativa preservação do hipocampo em comparação a DA e o controle FP-CIT SPECT: Captação mínima, restrita ao caudado "em ponto final" em comparação a absorção robusta no caudado e putame na DA e o controle. PET-CT: Hipometabolismo occiptal McKeith, I. G., Boeve, B. F., Dickson, D. W., Halliday, G., Taylor, J.-P., Weintraub, D., … Ballard, C. G. (2017). Diagnosis and management of dementia with Lewy bodies. Neurology, 89(1), 88–100.
  • 87. DDP • DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PARKINSON • Regra do um ano: DDP inicia ≥ 1 ano após a DP; • Mais freqüentemente, ocorre após dez anos de DP; • Presença de RBD aumenta muito o risco de evolução para demência; • DDP e DCL são quase indistinguíveis patologicamente; • O déficit primariamente subcortical, tende a ser menos reconhecido pelos familiares com importante atraso no diagnóstico; • Disfunção executiva – déficit cognitivo subcortical, diagnóstico tende a ser mais tardio. • Pacientes com alterações nos testes de fluência semântica, reconhecimento visual e cópia dos pentágono apresentam maior risco de evoluir para demência. DA x DP: Comprometimento da memória e orientação x Atenção e Visuoespacial
  • 88. DDP • Diagnóstico diferencial: • PSP: Paralisia do olhar associado a sintomas parkinsonianos, geralmente simétricos. • AMS: Presença de sinais disautonômicos ou cerebelares em conjunto com sinais de parkinsonismo. Perfil cognitivo semelhante a Parkinson. • DCB: Déficits corticais precoces (apraxia, mão alienígenas) associada a parkinsonismo. Perfil cognitivo similar a DP. • HPN: Não apresentam alterações visuoespaciais marcantes. O déficit atencional é semelhante a DP. • Parkinsonismo vascular: Predomínio em MMII que pode apresentar instalação súbita ou pioras pontuais ao logo da evolução. Alterações vasculares em neuroimagem, Mais alterações em atenção do que visuoespaciais • Neurossífilis: Pode ter parkinsonismo com progressão mais rápido. Alterações comportamentais e alucinações são comuns. Déficit cognitivo global.
  • 89. DDP • DCL tem perfil cognitivo semelhante a DP e de difícil diferenciação sobretudo na DDP com flutuação cognitiva; • Na presença de sintomas motores e cognitivos estão presentes, os transtornos parecem bastante semelhantes, e ambos podem exibir sintomas psiquiátricos, autonômicos, RBD e flutuação cognitiva; • Diferenças potenciais nos padrões de déficits cognitivos: • Comprometimento visuoespacial maior do que na DA, mas similares na DDP e DCL; • Pior desempenho na função executiva e declínio mais rápido na DDP do que na DCL; • DCL pior desempenho na memória e linguagem do que na DDP. Smirnov, D. S., Galasko, D., Edland, S. D., Filoteo, J. V., Hansen, L. A., & Salmon, D. P. (2020). Cognitive decline profiles differ in Parkinson disease dementia and dementia with Lewy bodies. PET e SPECT com marcadores de dopamina ajudam na distinção do que na DA. Mas não diferem DP de DDP, DCL e AMS.
  • 90. DFT • Demência Frontotemporal • DFTvc; • Afasia Progressiva Primária: • Não fluente (agramática); • Fluente (Demência semântica) • Logopênica
  • 91. DFT-VC • Demência Frontotemporal Variante Comportamental • Taupatia – déficit serotoninérgico; • 3ª demência neurodegenerativa mais freqüente; • 30-50% tem HMF+; • Idade de início: • 60%: 45-64 anos; • 30%: 65 anos ou mais. • Sobrevida: • Do início dos sintomas: 8 anos; • Do diagnóstico clínico: 3-4 anos; • Na DFT. Sintomas comportamentais são mais proeminentes do que cognitivos. Parkinsonismo (18-20%) e doença do neurônio motor (15%) podem ocorrer em subtipos.
  • 92. DFT-VC • COGNIÇÃO SOCIAL • Alteração de comportamento e personalidade: Uso de vestimentas excêntricas, alterações de convicções políticas e religiosas; • Comportamento social inapropriado: Aproximar-se de estranhos, ignorando fronteiras físicas e sociais, comentários inapropriados; • Desinibição: Não respeitar semáforos, gasto financeiro excessivo – ruída financeira, roubos, urinar em público; • Ações impulsivas ou descuidadas (gastos imprudentes); • Atos motores repetitivos, comportamentos estereotipados: Caminhar por longos períodos sem destino, bater palmas, cruzar e descruzar pernas, repetição de frases. Alteração dos hábitos alimentares é um dos sintomas mais proeminentes nos casos de DFT e APPvs. Maior voracidade, preferência por doces e hábito de colocar grande quantidade de alimento na boca com conseqüente prejuízo na mastigação e maior incidência de engasgos.
  • 93. DFT-VC • Apatia: Interesse reduzido no trabalho, hobbies, interação social e higiene. • Perda da simpatia/empatia: Diminuição do interesse social e deficiência em reconhecer o pensamento ou a emoção (compaixão) do outro: • Por exemplo, preferir ir ao supermercado do que assistir ao funeral dos pais do seu cônjuge; • Aumento do consumo de doces e álcool com ganho ponderal; • Pouco insight sobre seu comportamento; • Podem ocorrer: Alucinações e delírios bizarros, menor sensibilidade a dor (39-45%) Embora, comportamentos sexuais inapropriados sejam freqüentes, habitualmente a libido é reduzida.
  • 94. DFT-VC • Disfunção executiva é a maior característica cognitiva do quadro, com relativa preservação da memória, orientação e funções visuoespaciais. • Síndrome disexecutiva: alteração do planejamento, déficit de atenção seletiva e sustentada, abstração (pensamento concreto), alteração de memória operacional e falta de flexibilidade mental (inabilidade diante de contingências). Perseveração é frequente. Fenocópia: Preenche critérios para DFTvc, mas tem curso lento da doença - décadas - com progressão lenta de comprometimento cognitivo. Muitas vezes, RM e PET normais. Alguns pacientes podem ter TAB ou Síndrome de Asperger.
  • 95. DFT-VC •Apatia ou inércia precoce; •Boca: Hiperoralidade ou alterações alimentares • Preferências alimentares alteradas; • Compulsão alimentar, aumento de consumo de álcool ou cigarros; • Exploração oral ou ingestão de objetos não comestíveis; •Compulsão: Comportamento compulsivo / ritualístico precoce/perseverativo • Movimentos repetitivos simples; • Comportamentos complexos, cognitivos ou ritualísticos • Discurso estereotipado
  • 96. DFT-VC •Desinibição comportamental precoce (até 3 anos); • Comportamento social inadequado; • Perda de boas maneiras ou decoro; • Atos impulsivos, apelativos ou descuidados •Empatia: Perda da Simpatia e Empatia • Pouca resposta a sentimentos ou necessidades de outras pessoas; • Pouco interesse social/afeto pessoal. •Funções executivas: Déficit das funções executivas com relativa preservação da memória episódica e capacidades visuoespaciais
  • 97. DFT-VC • NEUROIMAGEM • Atrofia das regiões temporais anteriores e frontais. Geralmente, assimétrica; • Hipometabolismo e hipoperfusão precedem as alterações estruturais da RM; • Acometimento frontal simétrico ou assimétrico: Atrofia orbitobasal (cognição social), Atrofia anteromedial do giro do cíngulo (apatia), atrofia da região pré-frontal dorsolateral (disfunção executiva) FDG-PET: Hipometabolismo do lobo temporal anterior é padrão característico. Hipometabolismo do giro do cíngulo anterior.
  • 98. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • Declínio progressivo e insidioso nas habilidades lingüísticas durante fase inicial da doença. • Disfunção de LINGUAGEM é o principal sintomas durante os primeiros 2 anos de doença com preservação da memória episódica e das funções visuoespaciais. Não é esperada alteração comportamental. • Os déficits incluem produção de linguagem, nomenclatura de objetos, sintaxe, ou compreensão de palavras, e são aparentes durante conversação ou por meio de avaliação de fala e linguagem. Raramente, a APP se mantém como uma forma pura. Geralmente evolui para outras síndromes e entidades: Degeneração Corticobasal (a forma agramática), ACP, DA (a forma logopênica), DFT.
  • 99. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • Pode se relacionar a DFT ou a DA. • FLUENTE (DEMÊNCIA SEMÂNTICA) • NÃO FLUENTE (AGRAMÁTICA) • LOGOPÊNICA • A memória de trabalho freqüentemente está alterada em todas formas de APP. • APP não fluente e logopênica: iniciam-se com dificuldade progressiva de encontrar palavras Para alguns autores, todos pacientes com APP desenvolveram depressão ou ansiedade em algum momento (lobo frontal esquerdo)
  • 100. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • APP fluente (Demência Semântica) • O comprometimento da compreensão do significado das palavras ou da identidade de objetos é a característica dominante inicial e ao longo do curso da doença. • São características clínicas essenciais: 1) Distúrbio de linguagem caracterizado por: • Fala espontânea progressiva, fluente, vazia. • Perda do significado das palavras, manifestada pelo comprometimento da nomeação e da compreensão. • Parafasias semânticas.
  • 101. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • APP fluente (Demência Semântica): 2) Distúrbio da percepção caracterizado por: • Prosopagnosia • Agnosia associativa (reconhecimento deficitário da identidade de objetos) • 3) Preservação: • Dos testes de percepção e de reprodução dos desenhos; • Preservação da repetição de palavra isolada; • Preservação da habilidade de ler em voz alta e de escrever por ditado, com palavras ortograficamente corretas. Perda semântica pronunciada, manifestada pela falha na compreensão de palavras e nomeação ou reconhecimento de faces e objetos. A fonologia e sintaxe preservadas.
  • 102. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • APP não fluente: • Fala lenta, difícil e hesitante; • Dificuldade de encontrar palavras (como na APP logopênica); • Discurso gravemente disfluente, com nomeação de objetos muito menos afetada do que na Demência semântica e os erros são de natureza fonética (apito x aflito); • Memória semântica relativamente preservada (exceto em testes que requeiram débito verbal) – FVF mais afetado que FVS • É essencial o início insidioso e a progressão gradual com discurso espontâneo não fluente associado a pelo menos 1/3: • Agramatismo; • Anomia; • Parafasia fonêmica. • Podem ocorrer: Hesitação ou apraxia oral, repetição comprometida, alexia, agrafia, preservação inicial do significado das palavras
  • 103. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • APP logopênica • Variante mais recentemente descrita; • Compartilha mesmos achados citopatológicos com a DA – achados clínicos em comum; • Os indivíduos afetados têm fala lenta e hesitante devido à dificuldade em recuperar as palavras, nomes ou números corretos • São observados dificuldades na recuperação de uma única palavra, repetição de frases, presença de erros fonológicos • A fala é normalmente bem articulada e gramaticalmente correta, com boa compreensão de uma única palavra. Com o tempo, porém, os pacientes podem apresentar dificuldades para entender informações verbais longas ou complexas, devido a problemas em reter informações extensas que ouvem.
  • 104. Semântica Não fluente Logopênica Fala espontânea - Taxa normal, mas fluente, vazia e circunlocutória - Erros semânticos -Lento com hesitação e esquecimento devido a distúrbio motor da fala e / ou agrammatismo -Distúrbios fonéticos / apráxicos - Erros fonêmicos -Fala espontânea lenta com pausas para encontrar palavras - Erros fonêmicos ocasionais Conhecimento semântico/compreensão de uma única palavra Prejudicado como decorrência do comprometimento semântico verbal Inicialmente intacto, mas depois é afetado Relativamente intacto Recuperação / nomeação de palavras Anomia severa Pode ser normal inicialmente, com posterior anomia Anomia Compreensão de gramática / frase Normal inicialmente, mas torna-se prejudicada à medida que a compreensão de uma única palavra se deteriora Prejudicada para frases complexas Prejudicada para frases simples e complexas Repetição de uma única palavra Normal Prejudicada com erros fonéticos / apráxicos Relativamente intacta Repetição de frase Muitas vezes normal no início, mas pode cometer erros de transposição Frequentemente prejudicada Prejudicada Comprometimento da fala Ausente Presente Ausente Leitura Dislexia leve Dislexia fonológica Dislexia fonológica D. Rohrer, J., & M. Schott, J. (2011). Primary Progressive Aphasia-Defining Genetic and Pathological Subtypes. Current Alzheimer Research, 8(3), 266–272.
  • 105. Declínio progressivo da linguagem como principal alteração cognitiva Não é APP Esforço na fala, disartria? Agramatismo expressivo? Repetição de frase prejudicada? Compreensão de palavra prejudicada Neuroimagem: Patologias não degenerativas (por ex: tumor)? Adaptado de Warren, J. D., Rohrer, J. D., & Rossor, M. N. (2013). Frontotemporal dementia. BMJ, 347(aug12 3), f4827–f4827. SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM NÃO Logopênica Semântica Não fluente APP atípica NÃO
  • 106. AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA • APP fluente • Atrofia predominantemente temporal anterior: Geralmente assimétrica - com progressão para lobo temporal contralateral, córtex frontal e cingulado anterior • APP não fluente • Atrofia frontal inferior esquerda e ínsula - com progressão para os lobos frontais médio e superior, lobo temporal, particularmente superiormente, e lobo parietal anterior • Logopênica • Atrofia assimétrica da junção temporoparietal esquerda Raramente a RM na fase inicial da APP levará a esta suspeita diagnóstica por parte de radiologista inexperiente na área, pois as alterações são muito sutis. Assim, todo caso com apresentação predominantemente afásica deve ter um estudo cuidadosa da região frontal E. Ruksenaite, J., Volkmer, A., Jiang, J. et al. Primary Progressive Aphasia: Toward a Pathophysiological Synthesis. Curr Neurol Neurosci Rep 21, 7 (2021) D. Semântica Logopênica Não fluente
  • 107. HPN • Hidrocefalia de Pressão Normal • Tríade clássica: • Declínio cognitivo (80%) • Incontinência urinária (60%) • Alteração da marcha (95%) • Alteração de marcha e incontinência urinária são prevalentes em idosos sem HPN. • Parkinsonismo: Distúrbio da marcha é desproporcional. • Apatia ocorre em 70% dos pacientes Tríade clássica NÃO ocorre em cerca de 50% dos pacientes. https://www.youtube.com/watch?v=hziyFfJTrQo
  • 108. HPN • Alteração da marcha • Caminhar mais lento, instabilidade durante marcha, dificuldade em girar 180 graus... Pode ocorrer freezing (que não melhora com manobras), menor elevação dos pés; • Apraxia de marcha: Dificuldade em seqüenciar os movimentos durante a marcha. • Déficit cognitivo: • Gravidade é fator prognóstico depois da cirurgia • Incontinência urinária: • Hiperatividade do detrusor, redução do fluxo miccional – polaciúria, urgeincontinência • Sintomas urinários melhoram com cirurgia HPN Alteração de marcha ocorre em 95% das HPN. Sua ausência reduz bastante a probabilidade deste diagnóstico
  • 109. HPN • Índice de Evans: • Divisão entre o diâmetro do corno bifrontal do ventrículo lateral pelo maior diâmetro encefálico no mesmo corte • Diminuição dos sulcos corticais próximos ao vértice • Ângulo do corpo caloso <90 graus sugerem HPN. • Calculado a partir de um plano perpendicular, na comissura anterior e posterior • Dilatação desproporcional dos espaços subaracnóides (DESH) Ishii, K., Kanda, T., Harada, A., Miyamoto, N., Kawaguchi, T., Shimada, K., … Mori, E. (2008). Clinical impact of the callosal angle in the diagnosis of idiopathic normal pressure hydrocephalus. European Radiology, 18(11), 2678–2683.
  • 110.  DA: Memória episódica. Em alguns casos, a atenção dividida e seletiva podem estar afetadas;  DFT-vc: Desinibição, apatia e distúrbios emocionais. Disfunção executiva é mais precocemente afetada do que na DA;  DCL: Comprometimento de habilidades visuoespaciais, função executiva e atenção;  Demências Subcorticais (DVIS, HPN e DDP): Alentecimento motor e disfunção executiva  DVIS: Funções executivas são subtancialmente mais afetadas do que na DA no início.  DDP: Memoria procedural freqüentemente está alterada  APP: Memória, atenção e funções executivas estão preservadas na fase inicial. Geralmente não há alterações comportamentais.Embora memória recente esteja preservada, pode ir mal em testes de memória verbal. DEMÊNCIA (PRIMEIROS SINTOMAS) HPN Na maioria das síndromes demenciais em fase inicial, a memória remota está preservada. HPN Reconhecimento intacto/pouco alterado: DV, DFT, APP, DDP, HPN HPN Alterações de personalidade são mais comuns na DFT-vc e nas DV. Depressão é comum na DA e DV; outros sintomas psiquiátricos são freqüentes na DCL e na DV.
  • 111.  AVALIAÇÃO COGNITIVA – QUANDO?  Queixa cognitiva persistente;  Relato de declínio cognitivo trazido por familiares  Alteração comportamental;  Dificuldade de adesão ao tratamento  Avaliação de capacidades (finanças, direção, atos da vida civil)  Na Avaliação Geriátrica Ampla AVALIAÇÃO COGNITIVA Lang, L., Clifford, A., Wei, L., Zhang, D., Leung, D., Augustine, G., … Chen, R. (2017). Prevalence and determinants of undetected dementia in the community: a systematic literature review and a meta-analysis. BMJ Open, 7(2), e011146. HPN 61,7% é a taxa de demência não detectada por profissionais de saúde em metanálise envolvendo diversos ambientes de saúde no mundo.
  • 112. FUNÇÕES COGNITIVAS • DSM-V: • Memória; • Atenção Complexa; • Funções executivas; • Linguagem; • Percepto-motoras; • Cognição social
  • 113. • ESCALA DE HABILIDADES COGNITIVAS PRÉ-MÓRBIDAS • Para definir doença, é imprescindível ter uma boa estimativa do estado pré-mórbido”; • O nível de escolaridade formal foi o primeiro, e até o momento, o mais robusto fator associado à reserva cognitiva; • Devido heterogeneidade da educação nas diferentes regiões do Brasil, o número de anos de escolaridade não é representativo do real desenvolvimento cognitivo; • Escalas para avaliar número de habilidades cognitivas ao longo da vida: • Premorbid Cognitive Abilities Scale (PCAS) • Pre-morbid Cognitve Skills Questionnaire (PCSQ) Gattás-Vernaglia, Isabella Figaro. Habilidades cognitivas adquiridas ao longo da vida e reserva cognitiva em idosos :desenvolvimento e validação de instrumento /Isabella Figaro Gattás-Vernaglia. PCSQ AVALIAÇÃO COGNITIVA
  • 114. TRIAGEM COGNITIVA PARA QUEM TEM PRESSA...
  • 115. TRIAGEM COGNITIVA PARA QUEM TEM PRESSA...
  • 116. TRIAGEM COGNITIVA PARA QUEM TEM PRESSA...
  • 117. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • AGA-SBGG: MEEM + FVS + TDR
  • 118. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO • Desenvolvido originalmente como instrumento para avaliar apraxia construtiva (início XX); • Até 1986: Rastreio de déficits visuoconstrutivos associados a lesões na região parietal do cérebro; • 1986: Shulman – triagem para declínio cognitivo; • Tarefa de múltiplos passos e exige do paciente planejamento e monitoramento dos passos durante sua execução; • Influenciado pela visão. Necessita de caneta e papel 23/11/2021 23/11/2021
  • 119. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO • Reflete o funcionamento frontal e temporoparietal; • Avalia principalmente habilidades visuoespaciais e construcionais (manter a proporcionalidade do construto relógio com seus itens, heminegligência) e funções executivas (planejamento e execução do desenho, abstração); • Pode avaliar memória recente (lembrança da orientação), memória semântica (conceito e figura do relógio), linguagem compreensão do comando) e praxia; • Pacientes com depressão podem ter desempenho prejudicado. • O ato de desenhar um relógio é multifatorial, tornando altamente sensível a déficits cognitivos.
  • 120. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO • Presente em vários testes (MOCA, BBRC, Mini-COG, ACE-R, Mini-COG...) • Teste de fácil aplicação, já a interpretação... • >15 scores • Desenho livre x pré-desenho • Pode ter uma avaliação qualitativa ou quantitativa sendo interpretado de forma livre ou baseada em escalas de pontuação. • 11:10 parece ser o mais sensível a declínio cognitivo • Não há consenso sobre notas de corte. • Recomenda-se a utilização de alguma escala para pontuação do teste,a fim de facilitar o seguimento e a eventual resposta terapêutica do paciente. • Execução da tarefa: há estratégia ou é realizado de maneira desorganizada? > 4anos de Escolaridade Sem limitação de tempo Pacientes com escores normais no MEEM podem ter alterações funcionais indicadas no TDR. Recomenda-se sua aplicação com um teste que avalie melhor a memória recente e a linguagem, sendo o MEEM uma opção.
  • 121. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO
  • 122. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO Sensibilidade: 78% Especificidade: 96% Sunderland (10 pontos) Contorno - Desenho de contorno aceitável - Contorno com tamanho médio Números - De 1- 12, sem adição ou omissão - Só arábicos - Ordem correta - Papel não é rodado quando se escreve - Posição correta - Todos dentro do contorno Ponteiro - Com dois ponteiros e/ou marcas - Hora indicada de alguma maneira (marca) - Minutos indicado de alguma maneira (marca) - Na proporção correta (minutos maior) - Sem marcas supérfluas - Ligados (ou até 12 mm de proximidade) Centro - Centro desenhado, inferido, ou extrapolado onde os ponteiros se encontram Relógio e número estão corretos ( 6-10 pontos) Relógio e números incorretos (1-5 pontos) 10 Tudo está correto 5 Números em ordem inversa, ou concentrados em alguma parte do relógio 9 Leve desordem nos ponteiros (p. ex.: ponteiro das horas sobre o 2) 4 Números faltando ou situados fora dos limites do relógio 8 Desordem nos ponteiros mais acentuada (p. ex: apontando 2h20) 3 Números e relógio não conectados; ausência de ponteiros 7 Ponteiros completamente errados 2 Alguma evidência de ter entendido as instruções, mas pouca semelhança com relógio 6 Uso inapropriado (p ex: marcação digital ou círculos envolvendo números) 1 Não tentou ou não conseguiu representar um relógio “Desenhe um relógio com todos os números e coloque os ponteiros marcando 2:45”. 9-10: Normal; 6-8: ruim ; <6: muito ruim (anormalidade) 5 = Relógio perfeito, sem erros. 4 = Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos; 3 = Distribuição visuoespacial correta com marcação errada da hora; 2 = desorganização moderada, marcação de hora incorreta, perseveração, confusão esquerda-direita, números faltando, números repetidos, sem ponteiros, com ponteiro em excesso; 1 = desorganização visuoespacial grave; 0 = não representa;
  • 123. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO Shulman, 1993 Sunderland, 1989 Juby A, Tench S, Baker V. The value of clock drawing in identifying executive cognitive dysfunction in people with a normal Mini-Mental State Examination score. CMAJ. 2002 Oct 15;167(8):859-64.
  • 124. TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO • Executive Clock Drawing Task - CLOX • CLOX 1 (Desenho por instrução): Praxia construcional e função executiva. • CLOX 2 (Desenho por cópia): Praxia construcional • Melhor desempenho no CLOX 2 sugere disfunção executiva • 15 pontos • Validado para DA, com acurácia de 91,9% Royall, D. R., Cordes, J. A., & Polk, M. (1998). CLOX: an executive clock drawing task. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 64(5), 588–594.
  • 125. FLUÊNCIA VERBAL • Capacidade de expressar o maior número de palavras em um minuto; • Avaliam: • Linguagem; • Funções executivas (estratégia, organização, monitoramento, flexibilidade, solução de problemas, autorregulação, memória operacional); • Memória semântica (FVS) • Primeiro quartil: cerca de 40% das palavras; • FVS 1-30 segundos: acurácia para comprometimento cognitivo idêntica a de um minuto ; • Mais de 2/3 das palavras nos primeiros 30 segundos. Escolaridade (Brucki e outros 1997) ≤8A: S:79-87% >8A: S: 86% E: 67%
  • 126. FLUÊNCIA VERBAL • FV semântica: Animais, frutas, itens encontrados no supermercado, nomes de pessoas... • Clusters e switching; • Em um estado brasileiro, a categoria supermercado forneceu melhor acurácia do que a categoria animal para a identificação de demência em idosos com baixo nível educacional • Supermercado (15 itens): S: 68% E: 89% • Animais (12 itens): S: 54,84 E: 73,68% • FV fonêmica/fonética: F,A,S • Processo de procura é menos automático do que na FVS, exigindo a criação de estratégias inabituais FVS Analfabetos: 9 >8: 13 pontos
  • 127. FLUÊNCIA VERBAL • FLUÊNCIA VERBAL SEMÂNTICA • Disfunção executiva ou Comprometimento da memória semântica; • Mais sensível para o rastreio de DA do que o fonêmico ≠ • FLUÊNCIA VERBAL FONÊMICA (FAS) • Mais sensível para disfunções executivas • Mais influenciado pela escolaridade As estratégias cognitivas utilizadas pelos pacientes são distintas nos dois testes. Pontuação baixa na FVS é mais sugestiva de comprometimento do lobo temporal, enquanto na FVF é mais compatível com comprometimento frontal ou frontossubcortical (especialmente área pré-frontal esquerda) ↓ Escolaridade ↑ Escolaridade
  • 129. FLUÊNCIA VERBAL • Critérios qualitativos: • Cluster: Formação de subcategorias • 3 (2) elementos que compõem uma categoria, geralmente, a partir de uma perspectiva taxonômica • Estratégia de execução • Switching: Troca entre essas categorias • Responsável pela busca e flexibilidade mental. Leão Abelha Mosca Borboleta Gato Cachorro Porco da índia FVS:7 2 clusters 1 switching ] [ Abelha Mosca Leão Borboleta Gato Cachorro Porco da índia FVS:7 1 cluster 0 switching [ Cabra Cavalo Cachorro FVS: 3 0 cluster Os agrupamentos dependem de processos de memória verbal e estão relacionados ao lobo temporal, por outro lado as trocas exigem flexibilidade mental e cognitiva e estão relacionadas ao lobo frontal e funções executivas. Santana, Ana Paula de Oliveira; Teste de Fluência Verbal: uma revisão histórico-crítica do conceito de fluência;Distúrb. comun;27(4), dez. 2015.
  • 130. MINI-MENTAL Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). “Mini-mental state.” Journal of Psychiatric Research, 12(3), 189–198.
  • 131. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (Folstein et al., 1975) • Importante instrumento de rastreio, de fácil e rápida aplicação; • Consolidado para estadiamento e seguimento ( DA:3 pontos/ano, idoso sem demência - estável) • 1975: Folstein; • 1994: Bertolucci (Brasil); • Diferentes versões: Para déficit auditivo, para déficit visual; • Produto comercial com direitos autorais; • Pontos de corte (médias e medianas) pela escolaridade foram mais próximos em pacientes de alta escolaridade; nos analfabetos, houve há maior diferença; • ↓ escolaridade: Falso positivo; ↑ escolaridade: Falso negativo Sugestão prática: Utilize notas de corte para escolaridade um pouco mais altas que as relatadas nos estudos, a fim de privilegiar a sensibilidade. Sensibilidade: 83% Especificidade: 82%
  • 132. MINI-MENTAL MINI EXAME DO ESTADO MENTAL ORIENTAÇÃO TEMPORAL REPETIÇÃO Dia da semana? Dia do mês? Mês? Ano? Hora aproximada? /5 Faça o paciente repetir: Nem aqui nem ali nem lá. /1 ORIENTAÇÃO ESPACIAL COMANDO Em que local estamos? Instituição (casa, rua)? Bairro? Cidade? Estado? /5 Pegue este papel com a mão direita, dobre-o ao meio e coloque-o no chão. /3 MEMÓRIA IMEDIATA LEITURA Mencione 3 palavras. Peça para o paciente repetir e avise que depois terá de repeti-las novamente. /3 Ler e obedecer "FECHE OS OLHOS". /1 ATENÇÃO E CÁLCULO FRASE ESCRITA 5 séries de subtrações de 7 (100-7; 93-7; 86-7; 79-7; 72-7; 65) /5 Faça o paciente escrever uma frase de sua própria autoria. Ignore erros de ortografia ao marcar o ponto. /1 EVOCAÇÃO CÓPIA DO DESENHO Pergunte as 3 palavras anteriormente. /3 A cópia deve conter todos os lados, ângulos e a intersecção deve ser um quadrilátero. /1 NOMEAÇÃO Nomear dois objetos mostrados (caneta e relógio) /2 Pontuação (Brucki et al (2003): Analfabetos: 20; 1-4 anos: 25; 5-8 anos: 26,5; 9-11 anos: 28; > 11 anos:29 Brucki, Sonia Maria Dozzi. Doença de Alzheimer: recomendações para o diagnóstico e manejo -- São Paulo: editora e Eventos Omnifarma, 2016 Analfabetos 1-4 anos 5-8 anos 9-11 anos > 11 anos < 20 pontos <25 <26,5 <28 <29
  • 133. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (Folstein et al., 1975) • Baixa acurácia para extremos (CCL, demência leve e avançada); • Acurácia reduzida para demências subcorticais; • Tarefas fáceis – constrangimento; • Pouco avalia funções executivas; • Memória de trabalho só é avaliada por um item; • Falha na identificação de lesões focais do hemisfério direito; • Teste de memória fácil (orientação temporal o torna mais sensível a comprometimentos amnésticos); • Interferência é de apenas um subteste • MOCA (6), ACE-R (17) • Pouco avalia funções visuoespaciais. Precisa de caneta , papel e relógio Sugestão prática: Para melhor acurácia, associe ao MEEM a FVS e TDR ou BBRC. 5-7 minutos
  • 134. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL • Orientação: Memória recente, atenção, orientação temporo-espacial • Memória imediata: A atenção e a memória imediata (de curto prazo ou primária), que tem duração de, aproximadamente, 30 segundos e capacidade limitada a 10 itens. • 100-7: A capacidade de cálculo, a atenção e a memória imediata e operacional (pré- requisito necessário para realização de cálculos matemáticos). • Evocação: memória recente (secundária), que dura de minutos a semanas ou meses. • Nomeação: Capacidades de nomeação, compreensão e entendimento do paciente (Afasia nominativa ou, na verdade, agnosia visual). • Repetição: A discriminação auditiva, a memória imediata e a atenção. • Comando: Compreensão, praxia, memória imediata, coordenação e motricidade • Leitura: A Capacidade de leitura do paciente, compreensão, memória. • Cópia do desenho: Orientação vísuo-espacial, programação motora e a praxia construtiva. Desempenho nos subtestes de Evocação tardia, orientação e a cópia dos pentágonos: Maior relação com progressão para DA.
  • 135. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL • Avalie qualitativamente; • Por exemplo: • Um paciente com 10 anos de escolaridade e 28 pontos no MEEM pode apresentar um teste anormal (não evocou 2 palavras); • Em 2021, responder que estamos em 1921 é distinto de 2004; • O paciente que desiste antes de tentar – “não sei” “muito difícil”; • Déficit sensorial; • Ansiedade de desempenho; • A frase: “Quero ir embora” • DV: Pior desempenho nos itens de memória operacional e construção • DA: pior orientação temporal e evocação tardia " 100-7" parece ser o teste mais influenciado pela escolaridade. Depois, a cópia dos pentágonos. Recordação imediata e tardia, tarefas de nomeação e comando em três etapas parecem ser os testes menos influenciados pela escolaridade.
  • 136. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • O QUE O MINI-MENTAL NOS MOSTRA E A GENTE NÃO VÊ: • Anosognosia; • Sintomas depressivos; • Ansiedade de desempenho; • Parafasia semântica: Linguagem • Lápis ao invés de caneta; • Parafasia fonêmica: Linguagem • Caleta ao invés de caneta • Circunlóquio: Linguagem; • “Aquilo que serve para escrever” • Anomia: Linguagem • Perseveração: Disfunção executiva • Ecolalia; • Tremor intencional.
  • 137. MINI-MENTAL Nages Nagaratnam, Kujan Nagaratnam, Deborah O'Mara, Intersecting pentagon copying and clock drawing test in mild and moderate Alzheimer's disease, Journal of Clinical Gerontology and Geriatrics, Volume 5, Issue 2, 2014,Pages 47-52, • IPC (Intersection Pentagon Copying) • Comprometimento do desenho é relativamente independente da linguagem e da memória; • Mais afetado na Demência com Corpos de Lewy do que na DA; • Embora tenha correlações moderadas com outras medidas diagnósticas, apresenta poder discriminatório bastante elevado descobriu-se que tem um poder discriminatório bastante elevado na distinção entre pacientes normais dos que tem demência.
  • 139. MEEM-grave erformances no SMMSE e MMSE foram encontradas para correlacionar significativamente apenas quando MMSE caiu abaixo de 9 pontos (p <0,0001). No entanto, conforme erformances no SMMSE e MMSE foram encontradas para correlacionar significativamente apenas quando MMSE caiu abaixo de 9 pontos (p <0,0001). No entanto, conforme Martinelli, J. E., Cecato, J. F., Martinelli, M. O., Melo, B. A. R. de, & Aprahamian, I. (2018). Performance of the Pentagon Drawing test for the screening of older adults with Alzheimer’s dementia. Dementia & Neuropsychologia, 12(1), 54–60. • Não parece sofrer do efeito piso (MEEM <10) até que perda cognitiva esteja muito avançada; • MEEM <10; • 0-30 pontos. 5 minutos Nome (1 ponto se a resposta for próxima do correto; 3 se for completamente correta) Primeiro: Último: Data de nascimento (1 ponto se qualquer elemento for correto; 2 pontos se a resposta for completamente correta) Repita as palavras (1 ponto para cada): pássaro, casa, sombrinha Siga as instruções (1 ponto por atender o comando; 2 pontos para manter o comando (após 5 segundos) até que se ordene que se pare) - Levante a mão - Feche os olhos Nomeação de objetos simples ( 1 ponto para cada objeto): caneta, relógio, sapato Desenho do círculo a partir de um comando (1 ponto) Cópia de um quadrado? (1 ponto) Escrever o nome (1 ponto se a resposta for aproximada e 2 se completamente correta) Primeiro: Último: Fluência de animais: 1-2 animais: 1 ponto; 3-4: 2 pontos; >4: 3 pontos. Soletre a palavra BOI (1 ponto para cada letra)
  • 141. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT www.mocatest.org • Estudo original ((Nasreddine, et al., 2005):): População 10-13 anos de escolaridade; • Livre de direitos autorais; • Avalia seis domínios cognitivos onde estão incluídos vários itens • Diferentes versões; • Alta sensibilidade para CCL; • Originalmente < 26 para CCL (metanálise de 9 estudos: <23) • Bem estabelecido em demências com predomínio disexecutivo Precisa de caneta e papel ≥ 8 anos de escolaridade (não recomendado em <4-5 anos) +1 ponto se ≤12 a de escolaridade
  • 143. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT (MoCA) • Domínio com maior acurácia para detecção de CCL: • Atenção (4-12 anos de escolaridade); • Visuoespacial-executivo (1º), evocação tardia (2º) (>12 anos de escolaridade. • Domínio com maior acurácia para detecção de DA leve: • Orientação (4-12 anos de escolaridade); • Visuoespacial-executivo (1º), evocação tardia (2º) (>12 anos de escolaridade. • Nomeação não foi útil na distinção entre normalidade/CCL/ DA leve nos pacientes com >12 anos de escolaridade (efeito teto) – itens de baixa dificuldade? • FVF também não foi útil na distinção >12 anos de escolaridade (efeito teto - ponto de corte de 11 seria baixo?) Proposição da versão brasileira da bateria montreal cognitive assessment (MoCA-BR) como teste de escolha para rastreio de comprometimento cognitivo em idosos: um estudo da acurácia, das propriedades psicométricas e dos pontos de corte da MoCA-BR / Tiago Coimbra Costa Pinto. – 2019. CCL: 19/20: 4-12 anos; 20/21 > 12 anos de escolaridade; DA: 17/18 S: 83-96%, E: 84-100%
  • 144. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT (MoCA) • Para diferenciar cognitivo normal de demência, a melhor nota foi de 15 pontos (S: 90% E 77%) • Para diferenciar o cognitivo normal para o comprometimento cognitivo sem demência foi de 19 pontos (S:84% E: 49%) • Utilize em indivíduos com mais de 8 anos de escolaridade • Os itens mais afetados pela escolaridade mais associados às funções executivas e habilidades visuoespaciais, incluindo o teste Trilhas B, a cópia do cubo e o desenho do relógio. Arq Neuropsiquiatr 2019;77(11):775-781
  • 145. TESTES COGNITIVOS GLOBAIS • MoCA-MIS (Memory Index Score) • Derivada da recordação tardia de 5 palavras; • 0-15 pontos; • Prognóstico: Maior probabilidade de conversão de CCL para demência em 18 meses; • Sem pontos de corte definidos. Apolinario D, Suemoto CK. Normative data for the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) and the Memory Index Score (MoCA-MIS) in Brazil: adjusting the nonlinear effects of education with fractional polynomials [Internet]. International journal of geriatric psychiatry. 2018 ; 33( 7): 893-899. 3 2 1
  • 146. MOCA-A Apolinario D, Suemoto CK. Normative data for the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) and the Memory Index Score (MoCA-MIS) in Brazil: adjusting the nonlinear effects of education with fractional polynomials [Internet]. International journal of geriatric psychiatry. 2018 ; 33( 7): 893-899. MOCA total Pontos de corte: não inclui +1 ponto para escolaridade MOCA-MIS • MoCA • 87% da amostra seria prejudicada com o ponto de corte original (<26), 67% (<23) • Ponto de corte: Zscore ≤ -1: maior sensibilidade ≤ -1,5 maior especificidade • CCL Entre -1 e -2 Demência <-2
  • 147. MOCA-B 15-21 minutos • Escolaridade <4 anos (4-8 anos?); • Ainda não validado no Brasil.
  • 148. ACE-R (ADDENBROOKE) • ACE-R • ACE: Cambridge (2000) • 100 pontos (incluindo os 30 pontos do MEEM) • ACE-R (2006) Mioshi et al: A aparência, a estrutura e a seqüência das tarefas foram completamente refeitas, a fim de facilitar sua aplicação. • Duas notas de corte: Universidade de Cambridge: • 82 pontos (S: 84% E: 100%) • 88 pontos (S: 94 E: 89%) • BR ACE-R: DA leve de controles • 78 pontos (S: 100% E: 82,26%) 15-20 minutos
  • 149. ACE-R (ADDENBROOKE) Amaral Carvalho V & Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised. Dementia & Neuropsychologia 2007; 2: 212-216.
  • 150. ACE-R (ADDENBROOKE) Amaral Carvalho V & Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised. Dementia & Neuropsychologia 2007; 2: 212-216.
  • 151. CASI-S Cognitive Abilities Screening Instrument – Short form 20 minutos
  • 152. RUDAS Rowland Universal Dementia Assessment Scale • Memória: Lista de itens de mercearia: Chá, óleo de cozinha, ovos e sabão. (repetir lista 3x) • Orientação visuoespacial: (5/30) Eu vou pedir que o(a) senhor(a) identifique/mostre para mim diferentes partes do corpo. (Correto = 1). (1) Mostre-me o seu pé direito (2) Mostre-me a sua mão esquerda (3) Com a sua mão direita toque o seu ombro esquerdo (4) Com a sua mão esquerda toque a sua orelha direita. (5) Qual é (indique/aponte para) o meu joelho esquerdo. (6) Qual é (indique/aponte para) o meu cotovelo direito. (7) Com a sua mão direita indique/aponte para o meu olho esquerdo (8) Com a sua mão esquerda indique/aponte para o meu pé esquerdo • Praxia (2/30) Copie-me quando eu fizer isso... (uma mão em punho, a outra palma da mão para baixo sobre a mesa – alterne simultaneamente). Agora faça comigo: Agora eu gostaria que o(a) senhor(a) continuasse fazendo esta ação nesta velocidade até que eu peça para parar – aproximadamente 10 segundos.
  • 153. RUDAS Rowland Universal Dementia Assessment Scale • Desenho visuocontrucional (3/30) • Cópia da figura: • Julgamento (4/30) O(a) senhor(a) está parado(a) ao lado de uma rua movimentada. Não há travessia para pedestre e semáforos. Diga-me o que o(a) senhor(a) faria para atravessar para o outro lado da rua de forma segura. Registre exatamente o que o paciente disser e circule todas as partes da resposta que receberam pistas • Memória de evocação (8/30) Chá Óleo de cozinha Ovos Sabão • Linguagem (até 8 pontos) Fluência verbal semântica
  • 155. FOME FULD OBJECT MEMORY EVALUATION • Objetos: Bola, garrafa, botão, cartão, xícara, chave, fósforos, prego, anel e tesoura • Baixa escolaridade; • Minimiza influência de déficit sensorial, linguagem, atenção e diferenças culturais; • Dez objetos comuns em uma bolsa são apresentados para determinar se o paciente pode identificar objetos pelo toque (estereognosia). O paciente não é informado de que a memória desse evento será testada. • O paciente dá um nome, ou descreve, cada objeto e, em seguida, puxa-o para fora da bolsa "para ver se estava certo". • Apresenta teste de interferência e evocação tardia.
  • 156. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • Avaliam um domínio de forma mais aprofundada • Indicações: • Teste de memória na DA leve; • Teste de atenção para avaliar capacidade de dirigir;
  • 157. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • Bateria Breve de Rastreio Cognitivo: • Pouco influenciado pela escolaridade • Nomeação • 3 fases de exposição (30 s) • Memória imediata <5: atenção • Evocação imediata (60s) • Aprendizado ≥ 7 • Interferência: FVS + TDR • Memória Tardia (M5): ≥ 6 • Reconhecimento: Verdadeiros positivos – falso positivos. Normal é >9 Erros de percepção: Confundir peixe com avião ou balde com um copo; Erros de nomeação mais típicos ocorrem quando o paciente faz o gesto de usar a chave ou de se pentear, mas não sabe dizer o nome. Teste de memória de figuras: S e E >80%
  • 158. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • Bateria Breve de Rastreio Cognitivo:
  • 159. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS Efeito de primazia Efeito de recência Intrusão:Porco 3 5 8 7 9
  • 160. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT):
  • 161. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS TESTE DE LISTA DE PALAVRAS DO CERAD (Bertolucci, Okamoto et al. 2001) Memória imediata Memória Tardia Reconhecimento 1a tentativa 2a tentativa 3a tentativa > 10 minutos MANTEIGA BILHETE PRAIA MANTEIGA IGREJA RAINHA CARTA CABANA ERVA CARTA CAFÉ CABANA POSTE MANTEIGA POSTE POSTE MANTEIGA CHINELO MOTOR PRAIA RAINHA MOTOR DÓLAR POSTE BRAÇO MOTOR CARTA BRAÇO BRAÇO ALDEIA RAINHA BRAÇO BILHETE RAINHA PRAIA CORDA BILHETE RAINHA CABANA BILHETE CINCO BILHETE PRAIA CARTA BRAÇO PRAIA CARTA TROPA CABANA ERVA MANTEIGA CABANA HOTEL ERVA ERVA POSTE MOTOR ERVA MONTANHA MOTOR Mínimo: 4 6 7/8 90 segundos SIM corretos – NÂO corretos Total < 14 palavras : anormal <4: anormal <8: anormal (Escolaridade: 8-9 anos) Bateria CERAD: FVS, Teste de Nomeação de Boston (versão reduzida), memória da lista de palavras, praxia construtiva, evocação tardia, reconhecimento da lista de palavras, evocação tardia da praxia
  • 162. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • CERAD: (escolaridade de 8-9 anos) HABILIDADE VISUOCONSTRUTIVA (Bertolucci, Okamoto et al. 2001) CÍRCULO RETÂNGULOS Círculo fechado (a 3 mm aproximadamente) Duas figuras com os quatro lados Forma circular Sobreposição semelhante ao original FIGURA TRIDIMENSIONAL LOSANGO Figura tem 3 dimensões Desenha 4 lados Face frontal corretamente orientada (para D ou E) Fecha os 4 ângulos da figura (a 3 mm aproximadamente) Linhas internas corretamente desenhadas Lados aproximadamente do mesmo tamanho Lados opostos paralelos (a cerca de dez graus) Até 2 minutos para cada desenho. <10/11: Anormal EVOCAÇÃO DA PRAXIA CONSTRUTIVA: <5/11: Anormal (8-9 anos de escolaridade)
  • 163. • Figura Complexa de Rey: • Cópia: Planejamento e funções visuoespaciais; • Evocação 30 minutos: memória tardia não verbal TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS
  • 164. DIGIT SPAN (Amplitude de dígitos) • ORDEM DIRETA • Atenção ≠ • ORDEM INVERSA • Atenção e Funções executivas (memória operacional) Ordem direta: 7±2 Ordem inversa: 5±2 DIRETA INVERSA 2 3 8 9 2 5 8 9 3 5 8 3 2 7 6 9 1 8 2 6 1 5 8 4 9 3 2 7 7 1 5 2 9 4 6 8 1 4 9 5 8 4 7 2 9 3 6 6 1 8 5 3 4 7 1 5 5 3 7 4 2 3 9 8 3 9 4 8 6 2 9 4
  • 165. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS Hollis et al. J Am Geriatr Soc. 2015;63(5):988-92. Carr DB et al. JAMA. 2010 Apr 28;303(16):1632- 5 minutos • Trilhas • Desenvolvido em 1938 por Partington - para avaliar atenção dividida; • Sensível a danos do SNC, particularmente sensível a disfunções executivas; • Avalia a atenção, seqüenciamento, flexibilidade mental, busca visual e função motora; • Duas partes (Trilhas A e Trilhas B): Realização é precedida por um treinamento curto do percurso a ser executado • A parte A do teste fornece informações sobre a agilidade e coordenação motora e a parte B, além de mensurar as funções da parte A, também pode ser útil para evidenciar a capacidade de alternância entre duas tarefas e flexibilidade cognitiva (atenção alternada x atenção sustentada) • Pontuação é o tempo de execução. Máximo: 4 minutos ou 3 erros. • Tempo da parte B do TMT é comumente utilizado com o índice de função executiva, sendo melhor para discriminar declínio cognitivo do que a parte A. TTB-TTA: Medida de eficiência cognitiva. Alta correlação com habilidades cognitivas e severidade do prejuízo cognitivo; TTB/TTA: 2-3 (índice não varia com a idade nem escolaridade.
  • 166. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS 10 minutos • EXIT-25 (Executive Interview) • 25 questões (0-2 pontos); • Ponto de corte: 15-50; • 1) Tarefa de números e letras. • 2) Fluência verbal letra “A”. • 3)Fluência em desenhar. • 4) Repetição de sentenças alteradas. • 5) Percepção temática. • 6) Tarefa de memória e distração. • 7) Tarefa com interferência. • 8) Comportamento automático I. • 9) Comportamento automático II. • 10) Reflexo de preensão palmar (“grasp reflex”). • 11) Hábito social I. • 12) Impersistência motora. • 13) Reflexo de projeção tônica dos lábios (“snout reflex”) • 14) Tarefa índex-nariz-índex. • 15) Tarefa vai/não vá (“go-no-go”). • 16) Ecopraxia I. • 17) Seqüência de mãos de Luria I. • 18) Seqüência de mão de Luria II. • 19) Tarefa de segurar. • 20) Ecopraxia II. • 21) Tarefa de comando complexo. • 22) Tarefa de ordenar em ordem inversa. • 23) Tarefa de contar I. • 24) Comportamento de utilização. • 25) Comportamento de imitação. Matioli, Maria Niures Pimentel dos Santos. Estudo comparativo do desempenho em testes neuropsicológicos de pacientes com diagnóstico de doença de Alzheimer e demência vascular [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 2005 [citado 2021-11-14].
  • 167. TESTES COGNITIVOS ESPECÍFICOS • COGNIÇÃO SOCIAL • Ekman 60-Faces (EK-60F) • Faux-Pas: 10 histórias • Bateria de avaliação frontal