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Farmacologia dos 
Anestésicos Venosos 
DR. LEANDRO BRAZ DE CARVALHO 
29 DE SETEMBRO DE 2014
Anestesia Intravenosa 
 Indução da Anestesia Balanceada 
 TIVA – Anestesia Venosa Total 
 TCI – Infusão alvo-controlada 
 Drogas de ação rápida 
 Sistemas de infusão dinâmica farmacocinética 
 Monitores cerebrais baseados no EEG
Anestésico Venoso Ideal 
 Solubilidade aquosa e estabilidade em solução 
 Sem dor a injeção, sem irritação venosa ou dano tecidual 
 Baixo potencial de liberação histamínica ou reação 
alérgica 
 Início de ação hipnótica rápido e suave sem atividade 
excitatória 
 Rápido metabolismo a metabólitos farmacologicamente 
inativos
Anestésico Venoso Ideal 
 Relação dose-resposta previsível para permitir titulação 
e evitar acúmulo tecidual 
 Sem depressão aguda cardiovascular ou respiratória 
 Redução do metabolismo cerebral e pressão 
intracraniana 
 Retorno rápido e suave da consciência e habilidades 
cognitivas com analgesia residual 
 Ausência de náuseas e vômitos pós-operatórios, 
amnésia, reações psicomiméticas, tonteira, cefaleia ou 
sedação prolongada (ressaca)
Mecanismos de ação 
 Benzodiazepínicos: ligam-se receptor específico no complexo do 
receptor GABAA, aumentando a eficiência do acoplamento 
GABA com canal de cloro; 
 Barbitúricos e propofol: ligam-se receptor específico no complexo 
do receptor GABAA , reduzindo a dissociação do GABA de seu 
receptor, aumentando a duração da abertura do canal de cloro; 
 Etomidato aumenta as correntes de cloro no receptor GABA, 
mesmo na ausência de GABA; 
 Cetamina antagoniza receptores N-metil-D-aspartato (NMDA); 
 Clonidina e dexmedetomidina são agonistas α2-adrenérgicos, 
inibindo a liberação de noradrenalina.
Farmacocinética e metabolismo 
 Solubilidade lipídica facilita difusão dos anestésicos, 
inclusive na barreira hemato-encefálica, mas só a forma 
não-ionizada atravessa membranas (proporção definida 
pelo pKa) 
 Efeito rápido dos anestésicos venosos no SNC determinado 
pela alta lipossolubilidade e alta proporção do débito 
cardíaco que vai para o cérebro (20%) 
 Variável grau de histerese (“tempo de equilíbrio”) entre a 
concentração sanguínea da droga hipnótica e seu início 
de ação no SNC 
 Percentual de ligação protéica também tem importância 
no efeito da droga e na sua velocidade de metabolização
Farmacocinética e metabolismo 
 Hipnóticos venosos tem rápida redistribuição em 
compartimentos, de acordo com o fluxo sanguíneo em diversos 
tecidos. 
 A duração de efeito é determinada pela velocidade de 
redistribuição do compartimento central para os periféricos. 
 Eliminação comumente por metabolismo hepático e excreção 
renal, alguns metabólitos ativos (como diazepam e cetamina) 
 A taxa de eliminação reduz-se com a redução da 
concentração plasmática (cinética de primeira ordem), exceto 
quando há acúmulo em infusões prolongadas, com a 
eliminação tornando-se independente da concentração 
(cinética de ordem zero)
Farmacocinética e metabolismo 
 A meia-vida de eliminação (t1/2β) é o tempo necessário para que 
a concentração plasmática caia 50% na fase final da curva. 
 O t1/2β depende do volume de distribuição e da eficácia do 
sistema de eliminação. 
 Os volumes de distribuição dos anestésicos venosos são similares, 
portanto o t1/2β varia de acordo com a velocidade de clearance 
(eliminação). 
 O “estado-de-equilíbrio” é alcançado em um tempo 
correspondente a 3 vezes o t1/2β, dependendo portanto da 
velocidade de infusão e do clearance
Farmacocinética e metabolismo 
 Biofase é o local onde os fármacos ajem 
 KeO é uma constante que determina a velocidade em que o 
fármaco deixa a circulação e entra na biofase 
 T1/2 KeO representa o tempo para que ocorra a metade do 
fenômeno de equilíbrio, se a concentração plasmática 
permaneceu constante.
Farmacocinética e metabolismo 
 A histerese (tempo de equilíbrio entre a concentração plasmática 
e a biofase) para fármacos venosos é de 4,32 vezes a meia vida 
do fármaco 
 Meia vida contexto-dependente determina o tempo para que 
ocorra redução da concentração plasmática para metade, após 
o ponto de equilíbrio entre concentração plasmática e biofase. 
Incorpora as meias vidas de eliminação e distribuição lenta e 
rápida
Farmacodinâmica dos 
Anestésicos Venosos
Farmacodinâmica dos 
Anestésicos Venosos 
 Devido a variabilidade farmacodinâmica entre indivíduos, a 
concentração de um anestésico venoso necessária para 
alcançar um determinado efeito é descrita como um intervalo, 
ou “faixa terapêutica”. 
 A maior parte dos sedativos-hipnóticos produz redução do 
metabolismo cerebral (CMRO2) e fluxo sanguíneo cerebral, 
consequentemente reduzido a pressão intracraniana. 
Alguns ainda tem efeitos neuroprotetores adicionais. 
 Baixa concentrações de hipnóticos produzem padrões de alta 
frequência no EEG (15 a 30 Hz) enquanto altas concentrações 
levam a redução da frequência e aumento da amplitude. 
 Depressão respiratória e dos reflexos de tosse dose-dependente
Farmacodinâmica dos 
Anestésicos Venosos 
 Efeitos hemodinâmicos dependem do status do paciente (idade, 
doenças preexistentes, volemia, uso de medicamentos, tônus 
simpático) e da velocidade de injeção e outros anestésicos. 
 Anestésicos venosos deprimem a resposta do SNC e periférico, 
inibem a resposta barorreceptora, deprimem o miocárdio e 
reduzem a resistência vascular sistêmica. 
 Reações alérgicas raras, liberação histamínica frequente. 
 A função neuroendócrina é influenciada pelo estímulo cirúrgico, 
com elevação da resistência sistêmica, redução do débito 
urinário e intolerância a glicose.
Barbitúricos: Tiopental 
 Tiopental é metabolizado no fígado para metabólitos pouco 
ativos; 
 Clearance de eliminação lento (3,4 ml/kg/min) com t1/2β 11 
horas; 
 Doença renal ou hepática reduz ligação protéica aumentando 
efeitos cardiovasculares e no SNC; 
 Infusões prolongadas levam a aumento da concentração 
tecidual, passando a eliminação dependente de metabolismo 
(cinética de ordem zero);
Barbitúricos: Tiopental 
 Dose de indução maior em crianças, reduzida em idosos, 
baseada no peso de massa magra; 
 Redução proporcional de metabolismo e fluxo cerebral, levando 
a redução da pressão intracraniana, além de efeitos 
neuroprotetores; 
 Depressão respiratória dose-dependente; 
 Efeito cardiovascular por venodilatação e depressão 
miocárdica.
Propofol 
 Insolúvel em solução aquosa; 
 Formulação de emulsão em óleo de soja (10%), glicerol (2,25%) e 
ovo (1,2%); 
 Novas formulações apresentam menor conteúdo lipídico (Ampofol) 
ou pró-droga solúvel em água (Aquavan); 
 Em modelo tri-compartimental, distribuição inicial em 1 a 8 minutos 
e distribuição lenta em 30 a 70 minutos, t1/2β de 2 a 24 horas; 
 Metabolismo hepático, Clearance de 20 a 30 ml/kg/min;
Propofol 
 Meia vida contexto-sensitiva em infusões de até 8 horas de 40 min; 
 Redução do metabolismo e fluxo cerebral, consequentemente da 
PIC, porém redução da pressão arterial sistêmica pode 
comprometer PPC; 
 Depressão respiratória, apnéia em 25 a 35% dos pacientes; 
 Efeitos cardiovasculares por cardiodepressão e vasodilatação 
arterial e venosa
Benzodiazepínicos 
 Diazepam e lorazepam são insolúveis em água; 
 Midazolam tem formulação aquosa, com pH 3,5, tornando-se mais 
lipossolúvel em pH fisiológico; 
 Metabolismo hepático por oxidação e conjugação; 
 Efeitos de ansiólise, amnésia anterógrada, sedação, hipnose, 
anticonvulsivante e relaxante muscular (espinhal) dependentes de 
dose;
Benzodiazepínicos 
 Podem ser hipnóticos, com efeito teto, mais ansiolíticos e 
sedativos; 
 Meia vida de equilíbrio do midazolam é de 2 a 3 minutos; 
 Reduzem metabolismo e fluxo cerebral, mas não levam a 
supressão do EEG; 
 Depressão respiratória dose-dependente, especialmente 
associado a opiáceos; 
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intubação.
Etomidato 
 Solução aquosa instável em pH fisiológico, contém propileno-glicol, 
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 Rápido início da anestesia, produz mioclonias, despertar rápido 
mesmo após doses repetidas; 
 Clearance elevado (18 a 25 ml/kg/min) devido a hidrólise no 
fígado;
Etomidato 
 Reduz metabolismo e fluxo cerebral, reduz PIC e mantém PPC, 
usado para proteção cerebral (cirurgia de carótida, angiografia, 
eletroconvulsoterapia); 
 Mínima depressão cardiorrespiratória, sem liberação histamínica, 
não abole resposta a intubação ; 
 Alta frequência de náusea e vômitos pós-operatórios; 
 Efeito inibitório na síntese de cortisol (por 5 a 8 horas), aumento de 
mortalidade relacionado a sepse, inibe função plaquetária.
Cetamina 
 Solução aquosa com pKa 7,5; Isômero S (+) com maior potência 
analgésica e anestésica; 
 Metabolizado pelo citocromo P450, norcetamina com 1/3 a 1/5 da 
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 Depressão dose-dependente do SCN , anestesia dissociativa, 
profunda analgesia e amnésia, embora possa manter consciência 
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 Duração de ação de 20 min após bolus, orientação recuperada 
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Cetamina 
 Utlizado para analgesia preemptiva e resistência a opiáceos; 
 Reaçoes psicomiméticas, reduzida pela administração de 
benzodiazepínicos, barbitúricos ou propofol; 
 Pode elevar metabolismo e fluxo cerebrais, aumentando PIC; 
 Produz mioclonias, mas pode ser utilizado como anticonvulsivante; 
 Pode ser usado em broncoespasmo, instabilidade hemodinâmica, 
depressão.
Dexmedetomidina 
 Aprovada para sedação em UTI por período < 24 horas, menos 
depressão ventilatória que outros sedativos ou opiáceos; 
 Uso para sedação em procedimentos diagnóstico ou 
terapêuticos “off-label”; 
 Maior incidência de hipotensão e bradicardia que os 
benzodiazepínicos; 
 Reduz ansiedade, resposta simpática e necessidade de 
opiáceos; 
 Efeito sedativo, amnéstico e analgésico mesmo em baixas doses 
de infusão;
Dexmedetomidina 
 Como pré-medicação, comparável ao midazolam, ou como 
adjuvante na indução ou manutenção da anestesia geral; 
 Adjuvante potencialmente útil durante anestesia local ou 
regional; 
 Sedação comparável ao midazolam; 
 Início de ação e despertar mais lentos que o propofol.
Dexmedetomidina
Referências 
 Paul F. White, “Intravenous Anesthetics” , In: Barash, Clinical Anesthesia, 
Chapter 18, 6th edition, 2009 
 T. E. Peck, S. A. Hill. Pharmacology for anaesthesia and intensive care ・ 
Fourth edition. 
 Joseph Antognini (Ed). Neural mechanisms of anesthesia , 2003D 
 Duarte, Nádia. Anestesia Venosa Total. Rio de Janeiro: Sociedade 
Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2011. 248 p. 
 Fernando Squeff Nora. Infusão Alvo-Controlada de Drogas Venosas. 
In: Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, volume III / 
Comissão de Ensino e Treinamento.– São Paulo: Office Editora 2003 
 Fernando Squeff Nora. Farmacocinética das Drogas Intravenosas. 
In: Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, volume II / 
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Farmacologia dos anestésicos venosos

  • 1. Farmacologia dos Anestésicos Venosos DR. LEANDRO BRAZ DE CARVALHO 29 DE SETEMBRO DE 2014
  • 2. Anestesia Intravenosa  Indução da Anestesia Balanceada  TIVA – Anestesia Venosa Total  TCI – Infusão alvo-controlada  Drogas de ação rápida  Sistemas de infusão dinâmica farmacocinética  Monitores cerebrais baseados no EEG
  • 3. Anestésico Venoso Ideal  Solubilidade aquosa e estabilidade em solução  Sem dor a injeção, sem irritação venosa ou dano tecidual  Baixo potencial de liberação histamínica ou reação alérgica  Início de ação hipnótica rápido e suave sem atividade excitatória  Rápido metabolismo a metabólitos farmacologicamente inativos
  • 4. Anestésico Venoso Ideal  Relação dose-resposta previsível para permitir titulação e evitar acúmulo tecidual  Sem depressão aguda cardiovascular ou respiratória  Redução do metabolismo cerebral e pressão intracraniana  Retorno rápido e suave da consciência e habilidades cognitivas com analgesia residual  Ausência de náuseas e vômitos pós-operatórios, amnésia, reações psicomiméticas, tonteira, cefaleia ou sedação prolongada (ressaca)
  • 5.
  • 6. Mecanismos de ação  Benzodiazepínicos: ligam-se receptor específico no complexo do receptor GABAA, aumentando a eficiência do acoplamento GABA com canal de cloro;  Barbitúricos e propofol: ligam-se receptor específico no complexo do receptor GABAA , reduzindo a dissociação do GABA de seu receptor, aumentando a duração da abertura do canal de cloro;  Etomidato aumenta as correntes de cloro no receptor GABA, mesmo na ausência de GABA;  Cetamina antagoniza receptores N-metil-D-aspartato (NMDA);  Clonidina e dexmedetomidina são agonistas α2-adrenérgicos, inibindo a liberação de noradrenalina.
  • 7.
  • 8. Farmacocinética e metabolismo  Solubilidade lipídica facilita difusão dos anestésicos, inclusive na barreira hemato-encefálica, mas só a forma não-ionizada atravessa membranas (proporção definida pelo pKa)  Efeito rápido dos anestésicos venosos no SNC determinado pela alta lipossolubilidade e alta proporção do débito cardíaco que vai para o cérebro (20%)  Variável grau de histerese (“tempo de equilíbrio”) entre a concentração sanguínea da droga hipnótica e seu início de ação no SNC  Percentual de ligação protéica também tem importância no efeito da droga e na sua velocidade de metabolização
  • 9. Farmacocinética e metabolismo  Hipnóticos venosos tem rápida redistribuição em compartimentos, de acordo com o fluxo sanguíneo em diversos tecidos.  A duração de efeito é determinada pela velocidade de redistribuição do compartimento central para os periféricos.  Eliminação comumente por metabolismo hepático e excreção renal, alguns metabólitos ativos (como diazepam e cetamina)  A taxa de eliminação reduz-se com a redução da concentração plasmática (cinética de primeira ordem), exceto quando há acúmulo em infusões prolongadas, com a eliminação tornando-se independente da concentração (cinética de ordem zero)
  • 10. Farmacocinética e metabolismo  A meia-vida de eliminação (t1/2β) é o tempo necessário para que a concentração plasmática caia 50% na fase final da curva.  O t1/2β depende do volume de distribuição e da eficácia do sistema de eliminação.  Os volumes de distribuição dos anestésicos venosos são similares, portanto o t1/2β varia de acordo com a velocidade de clearance (eliminação).  O “estado-de-equilíbrio” é alcançado em um tempo correspondente a 3 vezes o t1/2β, dependendo portanto da velocidade de infusão e do clearance
  • 11. Farmacocinética e metabolismo  Biofase é o local onde os fármacos ajem  KeO é uma constante que determina a velocidade em que o fármaco deixa a circulação e entra na biofase  T1/2 KeO representa o tempo para que ocorra a metade do fenômeno de equilíbrio, se a concentração plasmática permaneceu constante.
  • 12. Farmacocinética e metabolismo  A histerese (tempo de equilíbrio entre a concentração plasmática e a biofase) para fármacos venosos é de 4,32 vezes a meia vida do fármaco  Meia vida contexto-dependente determina o tempo para que ocorra redução da concentração plasmática para metade, após o ponto de equilíbrio entre concentração plasmática e biofase. Incorpora as meias vidas de eliminação e distribuição lenta e rápida
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 17. Farmacodinâmica dos Anestésicos Venosos  Devido a variabilidade farmacodinâmica entre indivíduos, a concentração de um anestésico venoso necessária para alcançar um determinado efeito é descrita como um intervalo, ou “faixa terapêutica”.  A maior parte dos sedativos-hipnóticos produz redução do metabolismo cerebral (CMRO2) e fluxo sanguíneo cerebral, consequentemente reduzido a pressão intracraniana. Alguns ainda tem efeitos neuroprotetores adicionais.  Baixa concentrações de hipnóticos produzem padrões de alta frequência no EEG (15 a 30 Hz) enquanto altas concentrações levam a redução da frequência e aumento da amplitude.  Depressão respiratória e dos reflexos de tosse dose-dependente
  • 18. Farmacodinâmica dos Anestésicos Venosos  Efeitos hemodinâmicos dependem do status do paciente (idade, doenças preexistentes, volemia, uso de medicamentos, tônus simpático) e da velocidade de injeção e outros anestésicos.  Anestésicos venosos deprimem a resposta do SNC e periférico, inibem a resposta barorreceptora, deprimem o miocárdio e reduzem a resistência vascular sistêmica.  Reações alérgicas raras, liberação histamínica frequente.  A função neuroendócrina é influenciada pelo estímulo cirúrgico, com elevação da resistência sistêmica, redução do débito urinário e intolerância a glicose.
  • 19.
  • 20. Barbitúricos: Tiopental  Tiopental é metabolizado no fígado para metabólitos pouco ativos;  Clearance de eliminação lento (3,4 ml/kg/min) com t1/2β 11 horas;  Doença renal ou hepática reduz ligação protéica aumentando efeitos cardiovasculares e no SNC;  Infusões prolongadas levam a aumento da concentração tecidual, passando a eliminação dependente de metabolismo (cinética de ordem zero);
  • 21. Barbitúricos: Tiopental  Dose de indução maior em crianças, reduzida em idosos, baseada no peso de massa magra;  Redução proporcional de metabolismo e fluxo cerebral, levando a redução da pressão intracraniana, além de efeitos neuroprotetores;  Depressão respiratória dose-dependente;  Efeito cardiovascular por venodilatação e depressão miocárdica.
  • 22. Propofol  Insolúvel em solução aquosa;  Formulação de emulsão em óleo de soja (10%), glicerol (2,25%) e ovo (1,2%);  Novas formulações apresentam menor conteúdo lipídico (Ampofol) ou pró-droga solúvel em água (Aquavan);  Em modelo tri-compartimental, distribuição inicial em 1 a 8 minutos e distribuição lenta em 30 a 70 minutos, t1/2β de 2 a 24 horas;  Metabolismo hepático, Clearance de 20 a 30 ml/kg/min;
  • 23. Propofol  Meia vida contexto-sensitiva em infusões de até 8 horas de 40 min;  Redução do metabolismo e fluxo cerebral, consequentemente da PIC, porém redução da pressão arterial sistêmica pode comprometer PPC;  Depressão respiratória, apnéia em 25 a 35% dos pacientes;  Efeitos cardiovasculares por cardiodepressão e vasodilatação arterial e venosa
  • 24. Benzodiazepínicos  Diazepam e lorazepam são insolúveis em água;  Midazolam tem formulação aquosa, com pH 3,5, tornando-se mais lipossolúvel em pH fisiológico;  Metabolismo hepático por oxidação e conjugação;  Efeitos de ansiólise, amnésia anterógrada, sedação, hipnose, anticonvulsivante e relaxante muscular (espinhal) dependentes de dose;
  • 25. Benzodiazepínicos  Podem ser hipnóticos, com efeito teto, mais ansiolíticos e sedativos;  Meia vida de equilíbrio do midazolam é de 2 a 3 minutos;  Reduzem metabolismo e fluxo cerebral, mas não levam a supressão do EEG;  Depressão respiratória dose-dependente, especialmente associado a opiáceos;  Redução da pressão arterial, antagonizada pela laringoscopia e intubação.
  • 26. Etomidato  Solução aquosa instável em pH fisiológico, contém propileno-glicol, contribuindo para dor à injeção, irritação venosa e hemólise;  Rápido início da anestesia, produz mioclonias, despertar rápido mesmo após doses repetidas;  Clearance elevado (18 a 25 ml/kg/min) devido a hidrólise no fígado;
  • 27. Etomidato  Reduz metabolismo e fluxo cerebral, reduz PIC e mantém PPC, usado para proteção cerebral (cirurgia de carótida, angiografia, eletroconvulsoterapia);  Mínima depressão cardiorrespiratória, sem liberação histamínica, não abole resposta a intubação ;  Alta frequência de náusea e vômitos pós-operatórios;  Efeito inibitório na síntese de cortisol (por 5 a 8 horas), aumento de mortalidade relacionado a sepse, inibe função plaquetária.
  • 28. Cetamina  Solução aquosa com pKa 7,5; Isômero S (+) com maior potência analgésica e anestésica;  Metabolizado pelo citocromo P450, norcetamina com 1/3 a 1/5 da potência;  Meia vida de distribuição reduzida, clearance de 1 l/min, t1/2β 2 a 4 horas;  Depressão dose-dependente do SCN , anestesia dissociativa, profunda analgesia e amnésia, embora possa manter consciência e reflexos protetores de vias aéreas;  Duração de ação de 20 min após bolus, orientação recuperada em 60 a 90 min;
  • 29. Cetamina  Utlizado para analgesia preemptiva e resistência a opiáceos;  Reaçoes psicomiméticas, reduzida pela administração de benzodiazepínicos, barbitúricos ou propofol;  Pode elevar metabolismo e fluxo cerebrais, aumentando PIC;  Produz mioclonias, mas pode ser utilizado como anticonvulsivante;  Pode ser usado em broncoespasmo, instabilidade hemodinâmica, depressão.
  • 30. Dexmedetomidina  Aprovada para sedação em UTI por período < 24 horas, menos depressão ventilatória que outros sedativos ou opiáceos;  Uso para sedação em procedimentos diagnóstico ou terapêuticos “off-label”;  Maior incidência de hipotensão e bradicardia que os benzodiazepínicos;  Reduz ansiedade, resposta simpática e necessidade de opiáceos;  Efeito sedativo, amnéstico e analgésico mesmo em baixas doses de infusão;
  • 31. Dexmedetomidina  Como pré-medicação, comparável ao midazolam, ou como adjuvante na indução ou manutenção da anestesia geral;  Adjuvante potencialmente útil durante anestesia local ou regional;  Sedação comparável ao midazolam;  Início de ação e despertar mais lentos que o propofol.
  • 33. Referências  Paul F. White, “Intravenous Anesthetics” , In: Barash, Clinical Anesthesia, Chapter 18, 6th edition, 2009  T. E. Peck, S. A. Hill. Pharmacology for anaesthesia and intensive care ・ Fourth edition.  Joseph Antognini (Ed). Neural mechanisms of anesthesia , 2003D  Duarte, Nádia. Anestesia Venosa Total. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2011. 248 p.  Fernando Squeff Nora. Infusão Alvo-Controlada de Drogas Venosas. In: Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, volume III / Comissão de Ensino e Treinamento.– São Paulo: Office Editora 2003  Fernando Squeff Nora. Farmacocinética das Drogas Intravenosas. In: Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, volume II / Comissão de Ensino e Treinamento.– São Paulo: Office Editora 2002