1. CAPÍTULO 3
GESTÃO FINANCEIRA DE
ESTOQUES E LOGÍSTICA
Coordenação: Prof. Dr. Alberto Borges Matias
Finanças Corporativas de Curto Prazo
2. Objetivos
• Apresentar a importância da gestão de estoques
para o capital de giro
• Mostrar as principais questões envolvidas na
gestão de estoques
• Apresentar modelos que auxiliam na gestão de
estoques
• Mostrar como a logística e a gestão da cadeia de
suprimentos podem contribuir para a gestão do
capital de giro
3. Introdução
• Gestão do capital de giro
– Ativo circulante
– Passivo circulante
• Ativo circulante: gerenciamento de caixa, crédito
e estoques
• Estabelecer nível adequado de estoque: custos
riscos
– Maior volume: maior necessidade de capital de
giro
– Menor volume: prejudica conclusão de metas
• Manter ativo o ciclo operacional
4. Ciclo Operacional, Financeiro e
Econômico
Compra Matéria-prima
Compra Início Fim Recebimento
Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas Vendas
PME MP PMF PME PA
Ciclo Operacional
Ciclo Econômico
PMP Ciclo Financeiro (Caixa) PMR
Pagamento das
compras
5. Ciclo Operacional, Financeiro e
Econômico
Compra Início Fim Recebimento
Matéria-prima Fabricação Fabricação Vendas Vendas
PME PMF PME PA
MP
Ciclo Econômico
PME
PMP Ciclo Financeiro (Caixa) PMR
Diminuir o Ciclo de Caixa:
PMP PME PMR
6. Estoques
• Estoque influencia PME das empresas
– Aumentos no volume de estoque sem respectivo
aumento no volume de vendas, elevam PME
• Alinhamento das finanças com marketing,
vendas, compras e produção para manutenção
de nível de estoque
• Evitar rupturas no ciclo operacional
7. Estoques
• Razões para manter nível adequado de
estoques:
– Tornar o fluxo econômico contínuo
– Características particulares de cada setor
– Expectativa de aumento nos preços dos insumos
– Proteção contra perdas inflacionárias
– Política de venda dos fornecedores (descontos)
OS ESTOQUES SÃO ESSENCIAIS PARA AS
VENDAS E AS VENDAS SÃO NECESSÁRIAS PARA
OS LUCROS
8. Tipos de Estoques
• Matéria-prima
• Produtos em elaboração
• Produtos acabados
• Embalagens
• Produtos em trânsito
• Estoque em consignação
INVESTIMENTO EM ESTOQUES É UM DOS
FATORES MAIS IMPORTANTES PARA A
ADEQUADA GESTÃO FINANCEIRA DAS EMPRESAS
9. Previsão de Vendas
• Praticamente todas as empresas necessitam planejar
seus recursos de produção, distribuição e aquisição de
insumos ou serviços em face de condições futuras
incertas.
• É necessário prever as vendas, antes de estabelecer o
melhor nível de estoque
• Previsões inadequadas de vendas implicam em nível
inadequado de estoques
• É preciso organizar a previsão de vendas de acordo com
as necessidades dos diversos departamentos da empresa
10. Processo Integrado de Previsão
• Incorporam dados e informações de diversas
fontes, não somente dos departamentos de
marketing e vendas, mas também de outras
áreas, como depósitos e varejistas
• Utilizam técnicas estatísticas e matemáticas,
sistemas de apoio à decisão e gerenciam o
impacto do esforço de vendas sobre as vendas
reais
11. Processo Integrado de Previsão
Bases de Dados Processo de Previsão de Vendas Usuários
Históricos Áreas
Gerenciamento das Previsões
- Vendas - Finanças
- Preço Sistemas de -
- Promoções Técnicas de Marketing
Apoio à
- Previsão -
Decisão
Concorrência Produção
- Compras
- Logística
Processo Integrado de Previsão de Vendas
12. Erros de previsão
• Contínuo monitoramento dos erros de previsão
são importantes:
– Determinação de estoque de segurança (diminuir
o risco da falta de algum produto)
– Modelos de previsão de vendas necessitam de
reavaliação
– Feedback sobre as sensibilidade do tomador de
decisão (comportamentos tendenciosos)
– Julgamentos humanos (pressões internas)
• Auxílio de tecnologias de informação
– Estreitamento entre varejista e fabricante
13. Gestão Financeira de Estoques
• Principais aspectos relacionados com a gestão
financeira de estoque:
– Riscos
– Custos
• Riscos inerentes ao estoque:
– Furto Riscos operacionais
– Deterioração
– Obsolescência
Riscos de mercado
– Queda nos preços
14. Custos relacionados a estoques
• Custos de Estocagem
– Custo de oportunidade, aluguel, manutenção, seguro,
obsolescência, refrigeração, iluminação
• Custo de encomendar, embarcar e receber
– Dispêndios com deslocamentos, custo dos registros e
contratos administrativos
• Custo de ineficiência de estoques
– Perdas de vendas, ruptura dos cronogramas de
produção, insatisfação dos clientes
• Custo de qualidade
– Falhas e inconformidades, trocas em garantia e
assistência técnica, imagem e reputação da empresa,
tempo ocioso
15. Estoques: Vantagens x Custos
PERDAS DE VENDAS
ERROS NO ESTABELECIMENTO
DOS NÍVEIS DE ESTOQUE
ELEVADOS CUSTOS
ESTOCAGEM
As vantagens de possuir estoques devem ser
comparadas com os custos de estocagem
MAU CONTROLE PREJUDICIAL PARA A
LUCRATIVIDADE DA
DOS ESTOQUES EMPRESA
16. Giro dos estoques
• Diminuir custos de estoque significa diminuir custos de
produção e distribuição
• Para se avaliar o desempenho da gestão de estoques:
Giro ou rotação do recursos investidos em estoque
(índice de renovação do estoque em determinado
período)
Giro dos estoques = Custo da Mercadoria Vendida
Estoque Médio
• Quanto maior o giro, maior deve ser a rentabilidade dos
recursos investidos
17. Administração de Estoques
• Objetivo
– Proporcionar nível adequado de estoque
• Sustentar operações da empresa
• Menor custo possível
A DECISÃO DE QUANTO E QUANDO
COMPRAR É UMA DAS MAIS IMPORTANTES
NA GESTÃO DE ESTOQUES
18. Áreas da empresa e Estoque
• Muitas decisões relativas a estoques são tomadas
por outras áreas devido às características físicas do
estoque
Áreas
Preferências
Compras Vendas Finanças
Sortimento
Estoques
Dispersão
19. Administração de estoques
A delimitação funcional de áreas (Financeira, RH,
Marketing) vem perdendo o sentido
Necessidade de decisões integradas, conjuntas e não
segregadas
O ESTOQUE É UM ATIVO FÍSICO QUE NECESSITA DE
INVESTIMENTOS E GERA CUSTOS E BENEFÍCIOS
20. Abordagens para Gestão de Estoque
• Métodos para auxiliar o administrador na gestão
de estoques:
– Curva ABC
– Lote Econômico de Compras (LEC)
21. Curva ABC
• Prioridade de estoque
• Processo para monitorar estoques
• Hierarquização dos estoques (dar atenção aos
itens mais representativos)
• Listar os produtos de acordo com suas
movimentações de valor
Taxa de uso x Valor Individual
• Itens com alta movimentação de valor
demandam controle mais cuidadoso
– Consumo, prazo e valor do estoque
22. Curva ABC
• Usado para mostrar, por ordem de importância, a
contribuição de cada item para o efeito total
LEI DE PARETO
%
CUMULATIVA
DO VALOR
(REGRA 80/20)
TOTAL
% DO NÚMERO
TOTAL DE ITENS
20 50 100
A: rigor B: LEC C: menor rigor
23. Lote Econômico de Compras - LEC
LEC
2(Cpu )(V ) Q = Quantidade
LEC =
Ce u Q* = Quantidade Ótima
CT = Custo Total
Ce = Custo de Estocagem
Cp = Custo do Pedido
24. Estoque de Segurança
• O LEC é um modelo determinístico
• Quantidade de recursos demandado pela
empresa é incerta
– Excesso de estoque
– Falta de estoque
– Atrasos na entrega
– Falhas no processo
• Estoque de segurança é uma porcentagem da
demanda prevista
26. Estoque de Segurança
• O estoque de segurança depende da
variabilidade da demanda, medida pelo desvio
padrão da demanda (σ) e do risco que a
empresa pretende incorrer para não haver falta
de estoque, que corresponde aos valores da
variável z
ES = Z . σ
ES = z . σ = 1,65 . 91 = 150,15
27. Sistema de Informação de Estoques
• Apoio computacional aos cálculos envolvidos na
gestão de estoques
• Funções:
– Atualizar registros de estoques
– Gerar registros de estoques
– Gerar pedidos (quanto e quando)
• Método da linha vermelha
– Atualizar nível de demanda
– Ajudar na previsão de vendas
• Foca o processo de produção, mas pode ser
aplicado a finanças devido à importância de se
avaliar o aspecto financeiro dos processos
28. Gestão Operacional de Estoques
• Modelos
– MRP (ou MRP I)
– MRP II
– OPT
– JUST IN TIME
29. MRP - Material Requirements Planning
• Permite calcular quantos e que tipos de materiais são
necessários ao processo produtivo e em que momento
MRP
FORNECIMENTO DEMANDA
PRODUTOS E PRODUTOS E
SERVIÇOS DECISÃO DE SERVIÇOS
QUANTIDADE E
MOMENTO DE FLUXO
DE RECURSOS
RECURSOS CONSUMIDORES
30. MRP II - MANUFACTURING RESOURCES PLANNING
• Permite avaliar as implicações da demanda futura em
áreas como marketing, finanças e engenharia, assim
como as implicações em relação à necessidade de
materiais
MRP MRP II
FOCO NA GESTÃO SISTEMA CORPORATIVO
OPERACIONAL
AUXILIA PLANEJAMENTO E APOIO AO PLANEJAMENTO
CONTROLE DA NECESSIDADE DA NECESSIDADE DE
DE MATERIAIS TODOS OS RECURSOS DO
NEGÓCIO
31. OPT - OPTIMIZED PRODUCTION TECHNOLOGY
• Técnica computadorizada que auxilia a
programação de sistemas produtivos ao ritmo
dotado pelos recursos mais carregados
(gargalos)
• Se a atividade exceder a capacidade do gargalo,
há formação de estoques
• Não sobrecarregar o sistema produtivo
• Teoria das restrições (Goldratt)
32. JIT – JUST IN TIME
• Filosofia de gestão empresarial criada no
Japão, baseada em dois fundamentos:
– Eliminação total dos estoques
– Produção puxada pela demanda
• A empresa deve reduzir ao máximo:
– Número de defeitos
– Período de tempo do processo produtivo
– Volume de matéria-prima
– Movimentação de estoque
– Complexidade da linha de produção
33. JIT – JUST IN TIME
Fábrica
Fornecedores Clientes
Não há estoques
intermediários ou finais
34. Compras – Relacionamento Tradicional
• Uma visão simplista da atividade de compras é o mero
ato de comprar
Produto
FORNECEDOR COMPRADOR
Dinheiro
Relacionamento Tradicional
36. Área de Compras
• O preço é o fator mais associado à
responsabilidade de compra, é o custo mais
visível
• Custo total representa mais do que o preço
– Inclui estocagem, inspeção, conserto, retificação,
defeitos, manutenção, impostos, etc.
• Área de compras tem o poder de adicionar
valor ao processo produtivo
• Modalidade eletrônica de compra
37. Logística
• Missão:
– Dispor a mercadoria ou o serviço determinado, no
lugar determinado, no momento determinado e nas
condições desejadas
• A logística não lida com detalhes de processos de
produção, tais como o controle do estoque em processo
e qualidade das operações
• O valor é expresso em termos de tempo e lugar
• Produtos ou serviços não tem valor a menos que
estejam sob a posse do cliente quando (tempo) e onde
(lugar) desejam consumí-lo
38. Logística
• Tecnologia da informação e gerenciamento logístico
– Sistemas de Informações Logísticas
• Sistemas de Gerenciamento de Transportes
• Sistemas de Gerenciamento de Armazéns
• Sistemas de Planejamento Logístico
• Sistemas de Processamento de Pedidos e
Atendimento ao Cliente
• Banco de Dados Logístico
• Sistemas de Gerenciamento de Estoques
• ERP
39. Integração da Cadeia de Suprimentos
• A Logística refere-se à gestão de fluxo de bens e
serviços, e informações relativas a estes, a partir
de uma empresa, até os clientes finais, através
de um canal de distribuição
• A Gestão da Cadeia de Suprimentos possui uma
abrangência maior, com gerenciamento além
das fronteiras da empresa
40. Evolução dos conceitos
FORNECEDORES FORNECEDORES CLIENTES DE CLIENTES DE
DE 2ª CAMADA DE 1ª CAMADA 1ª CAMADA 2ª CAMADA
CLIENTES DE
2ª CAMADA
UNIDADE
PRODUTIVA
GESTÃO DE MATERIAIS GESTÃO DISTRIB. FÍSICA
LOGÍSTICA
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
41. Gestão da Cadeia de Suprimentos
• Coordenar os principais clientes e fornecedores
no planejamento e reabastecimento de estoques
– Manufatura sob encomenda
– Uso de operadores logísticos
– Integração de redes de distribuição
– Soluções híbridas de rede de transportes
• Esforços na integração do gerenciamento da
cadeia de abastecimento têm possibilitado
melhorias no desempenho das empresas, tais
como redução dos custos
42. Relações na Cadeia de Suprimentos
Fornecedores de Serviços
• Modelos de dados padronizados
• Objetivos padronizados
Fabricante CD Varejo/ Atacadista
• Informações do produto • Previsão
• Promoção/Marketing e • Retirada de mercadorias
• Estoque/ Pedido
Planos de advertência
• Carregamento
• Mercadoria encomendada
• Armazenamento/ Reclamação
Transportadoras Loja Varejo
Outro Setor (ex. IRI, Nielsen) • Informações de transporte • Previsão
• Comportamento de compra • Avaliação de Rota • Movimentação
• Pesquisa • Viabilidade de cargas • Estoque/ Pedido
43. Referências
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