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Anderson Leonardo de Castro Seabra
Resenha: Max Weber - “Burocracia” em “Ensaios de Sociologia. ”
Apresentação
Árido, seco como poeira, ainda brilhante, no entanto. Após a leitura de Weber,
constata-se que muitas de suas ideias e conceitos, elaborados há tanto tempo, continuam
mais relevantes que muitos contemporaneos podem admitir.
Compreender e transmitir o que foi capturado da obra de Max Weber é um
trabalho árduo, praticamente martirizante. Mesmo assim, empreende-se aqui uma
tentativa resumir as ideias contidas no livro Ensaios de Sociologia, parte VIII que trata
sobre a Burocracia, que ainda são fundamentais para entender a sociedade hoje.
Weber recorre a analise histórica para explicar o desenvolvimento da Burocracia.
Argumentava que a civilização humana evoluiu de primitiva e mística para os estágios e
as relações racionais e complexas. Nesse contexto, Weber salienta que a burocracia
incentivava um "modo racionalista da vida.". A sociedade então se moveu de um estágio
primitivo para um teórico-técnico. Essa evolução teria sido facilitada por três tipos de
autoridade: tradicional, carismática e racional-legal. E é esse último tipo que constitui a
base do conceito de burocracia e a fundação da civilização moderna, de acordo com o
autor, uma vez que tem como premissa a crença na legitimidade do padrão de regras
normativas, proveniente de uma ordem jurídica e das leis promulgadas no seu interio e
nos direitos daqueles de exercer autoridade e emitir comandos baseados nas leis. Isto
contrasta com as formas tradicionais de autoridade, que surgiram a partir de fenômenos
como parentesco vigentes anteriormente. Portanto, a coordenação burocrática de
atividades, segundo ele, é a marca distintiva da era moderna. Para ele, a burocratização e
racionalização parecia um destino quase inevitável. O patrimonialismo, o idealismo, a
confusão entre o público e o privado, a irracionalidade não tinha mais lugar na sociedade
moderna. O profissionalismo e o isolamento emocional suplantaria a liderança com base
na simpatia, na graça, no favor.
Antecipando algumas impressões durante o exercício da leitura, ao contrário da
interpretação de muitos, não foi percebido que Weber agiu como defensor da burocracia.
Na verdade, de forma ambivalente apresenta pontos positivos e negativos, o processo que
conduziu seu desenvolvimento e faz um exercício de explicação dos supostos estágios da
burocracia até o que seria o seu futuro. O autor defende que a burocracia existia em toda
parte em uma sociedade capitalista. Considerava ele que capitalismo e a burocracia eram
estrtuturas de apoio, que compartilham o mesmo tipo de comportamento: impessoal, legal
e ético para obter êxito. Weber argumentava que a racionalidade formal era dominante na
sociedade ocidental, sublinhando o crescimento do capitalismo e ligando as estruturas
sociais modernas através das formas burocráticas de organização.
A seguir, é apresentado um resumo crítico contendo ideias chaves extraídas do
trecho que vai da página 229 a 277 do referido livro.
“A burocracia Weberiana”, um ensaio.
A burocracia é um termo frequentemente criticado pelo senso comum. A ela
atribui-se por exemplo o carater de ineficiência e atraso, o apego ao controle e emprego
de procedimentos repetitivos e desnecessários.
Neste ensaio, Weber ao tecer o conceito de burocracia, vilipendiada por muitos
até hoje, ele a reveste com a neutralidade necessária para a sua compreensão. Assim,
independente das suas virtudes e disfunções, como o próprio autor expõe, ela é
apresentada como um elemento necessário ao funcionamento das instituições modernas.
Assevera que a organização burocrática é condição sine qua non para o desenvolvimento
de uma nação, por ser indispensável ao funcionamento do Estado, gestor dos serviços
públicos, e de todas as atividades econômicas particulares a partir daquele contexto.
São examinadas pelo autor também duas áreas chaves que são de importância
central para entender a Burocracia. Em primeiro lugar enquanto meio para estabelecer
igualdade social. O autor percebia como uma de suas funções primárias um meio de
estabelecer a equidade social através do processo de tratamento justo e equitativo. Em
segundo lugar, considera o desenvolvimento da burocracia um meio para criar uma
organização que servirá aos seus próprios fins e não ao interesse privativo de um líder.
No texto, a burocracia é então apresentada não somente como um modelo
científico e genérico que pode ser aplicado no setor público e privado, mas como uma
forma de organização da sociedade. Weber argumentava que a burocracia era o princípio
de organização da vida moderna
Esse carater de transição histórica é explorado ao longo do ensaio. Não se pode
omitir o fato de que aquele era um momento de transformações intensas na sociedade, na
cultura, na política e na economia., influencada pelo processo de “desencatamento do
mundo” observado pelo próprio. No advento dos tempos modernos, o homem passa a ter
explicações racionais para explicar o mundo. Esse desencantamento é atribuído a ciência
mediante a tomada de conhecimento através da construção de conhecimentos específicos
e especializados. Essa visão racionalista da vida é uma ruptura com o idealismo que
permeava a sociedade Alemã na época. E a burocracia de acordo com o sociólogo alemão,
agia como como facilitadora da institucionalização da racionalidade.
Foi essa tendência racionalizadora a sua qualidade mais atraente para os que
buscavam alternativas às formas anteriores de dominação despótica e aristocrática. Aliás,
ele enxerga a burocracia como um aperfeiçoamento do sistema anterior dos Estados
Absolutistas, porém previa que sua evolução poderia transformar o Estado e as
organizações em uma jaula de ferro.
Dito isso a Burocracia pode ser considerada como um caso particular de
racionalização ou racionalização aplicada a organização humana. Para estudar estas
organizações, tanto historicamente quanto na sociedade contemporânea, Weber
desenvolveu as características de um tipo ideal burocracia. Para isso, o autor tenta
“disseca-la” a partir de suas características começando com os elementos que a compõe
e em seguida passando para uma reflexão de cada ponto, incluindo entre outros: As
pessoas dentro da burocracia, as vantagens da organização burocrática, o carater da
“máquina burocrática”, as suas implicações económicas e sociais, e como o poder é
gerenciado em uma instituição burocrática.
De acordo com Weber, burocracias são organizações orientadas para os objetivos
concebidos de acordo com princípios racionais para atingi-los eficazmente. Ela funciona
independentemente de uma pessoa em particular.
O trabalho dentro da burocracia tem de ser dividido de forma racional em unidades
que podem ser realizadas por indivíduos ou grupos de indivíduos de forma diligente.
Órgãos, departamentos e gabinetes, que são altamente especializados, são classificados
em uma ordem hierárquica.
As organizações operam através de regras impessoais que declaram
expressamente deveres, responsabilidades, procedimentos padronizados e condutas. As
ordem e a comunicação delas flui pela cadeia de comando obdecendo a sequência
hierarquica.
Os incumbidos por cada responsabilidade são regidos pela alocação metódica de
áreas de jurisdição e esferas delimitados de dever. A posição é definida pelo fluxo de
trabalho e as regras que orientam o comportamento dos ocupantes naquela posição. As
nomeações para os cargos são feitas de acordo com qualificações especializadas. Isto
evidencia uma outra característica marcante da burocracia, a suposta valorização da
meritocracia e critérios racionais. Excluindo laços familiares, afetivos, políticos, etc.
Uma das matizes que Weber destaca na burocracia é que ela funciona como um
sistema de poder onde os líderes exercem controle sobre os outros - um sistema baseado
na disciplina e na hierarquia. Ao condicionar a atuação dos indivíduos a aspectos
normativos (regras, leis, estatutos, etc) contribui para o nivelamento social. A burocracia
rejeita privilégios e agir “caso a caso” em nome da igualdade perante as normas. Isto faz
com que a autoridade não possa ser exercida fora dos limites permitidos, constrangendo
atitudes desiguais (teoricamente).
Resulta disso a maior independência dos subordinados em relação aos superiores
e os protege de autoritarismos. A responsabilidade e autoridade de cada funcionário são
partes de uma hierarquia de autoridade vertical, com respectivos direitos de supervisão e
apelação. Os subordinados podiam desafiar as decisões dos lideres, tendo como base as
normas vigentes. Isso se deve ao fato de que na burocracia tudo é conduzido estritamente
de acordo com as regras que condicionam tudo, que inclui os deveres de cada um, a
autoridade para executar as tarefas e os meios de coerção.
O autor recorda que a autoridade permanente nos órgãos públicos baseada numa
sistema legal fixo históricamente não é a regra, mas sim a exceção. Essa declaração parece
destinar-se a mostrar a diferenciação entre a execução das funções do Estado Moderno e
no passado. O primeiro operando sob um sistema de leis e responsabilidades claramente
definida enquanto anteriormente se governava com base nas vontades e caprichos de um
líder. Através desse contraste, ele procura também parece demonstrar como a
modernidade política e a burocracia são amplamente simbióticas. A ascensão do Estado
Moderno se processou lado a lado ao aumento da burocracia
De forma muito feliz, Weber apresenta uma referência alegórica à burocracia
como uma máquina, contribuindo para entender o seu caracter racionalizador. Na
organização burocrática cada funcionário é uma parte individual da máquina e executa
uma função essencial para que ela opere normalmente. O sucesso da totalidade do
processo gera benefícios individuais. Consciente de que é parte do todo e que esse todo
resulta em ganhos individuais, o indivíduo mantem-se motivado. Logo, há um efeito de
geração de interesses em comum. Assim a burocracia experimenta uma continuidade de
operações que outras formas de organização desejariam reproduzir.
Todas estas características ideais têm um objetivo, promover a realização eficiente
dos objetivos da organização.
Portanto, como visto, a essência da burocracia está em três palavras:
Impessoalidade, eficiência e racionalidade que se desdobram em diversos elementos:
Carreiras assalariadas, Rotinas e procedimentos, competência técnica e mérito,
profissionalização, carater formal das comunicações, divisão do trabalho e regras por
escrito, impessoalidade no relacionamento e previsibilidade do funcionamento.
Essas características tinham como consequências previstas a previsibilidade do
comportamento humano e a padronização do desempenho dos participantes, que levariam
a organização a máxima eficiência na consecução dos seus objetivos. Tudo é estabelecido
para prever antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar sua execução para que a
máxima eficiência do sistema seja alcançada.
Esses seriam elementos básicos da característica estrutural dominante das
modernas formas de organização, que de acordo com Weber, somente através deste
dipositivo, o Estado Moderno e a Economia Moderna, tornaríam-se possíveis e os chefes
de Estado poderiam mobilizar e centralizar recursos de poder político, que nos tempos
feudais, por exemplo, tinham se despersado.
Para explicar o desenvolvimento da Burocracia o sociólogo realiza uma analise
histórica e aponta supostos fatores e condições prévias que o favoreceram.
O crescimento da população que está sendo administrada. O aumento da
população faz com que a burocracia cresça por causa da necessidades de oferta de
educação, saúde, serviços, arrecadação de impostos, e outros, e, portanto, o trabalho tem
de ser dividido e especializado para alcançar os desejados coisas pela sociedade.
O desenvolvimento da economia monetária é uma das bases para a burocracia,
posto que exigia um sistema administrativo mais eficiente.. Nela, a moeda assume o lugar
da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da
autoridade e o fortalecimento da administração burocrática Weber mostra como o
crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas das organizações
políticas coincidiram com o desenvolvimento de uma burocracia sofisticada.
Como resultado do desenvolvimento das tecnologias de comunicação e de
transporte, uma administração mais eficiente tornou-se não apenas possível, mas exigida
pelo público. Acompanhando esta mudança, houve uma crescente democratização e
racionalização da cultura. Isto resultou em demandas públicas por um novo sistema
administrativo que alterava também as formas de tratar os individuos.
Não pode ser excluído a transição que se imprimria na sociedade através do
processo de racionalização, na qual motivadores tradicionais de comportamento, como
valores, crenças e emoções, são substituídos por cálculos racionais
A parte de tudo isso, Weber reforça que a burocracia era um destino inevitável,
com base na sua suposta superioridade técnica – em termos de eficiência – que serviu
como uma força autônoma para impor sua prevalência. De acordo com Weber a
burocracia é, de um ponto de vista puramente técnico, capaz de alcançar o mais alto grau
de eficiência e é nesse sentido formalmente que meios mais racionais conhecidos de
realizar o controle imperativo sobre os seres humanos.
Para Max Weber a razão decisiva para o avanço da burocracia deve-se ao fato da
sua superioridade puramente técnica. Para ele, este sistema oferecia acima de tudo, a
possibilidade ideal para levar a cabo o princípio da especialização de funções
administrativas de acordo com considerações puramente objetivas. Isto é, de acordo com
regras calculáveis sem levar em conta as pessoas. A racionalidade instrumental, que tem
um caracter economicista e preocupado com a eficiência sobrepõe a racionalidade
substantativa. Assim, a burocracia funciona "sem levar em conta as pessoas”.
No processo de construção do que seria o tipo ideal de burocracia, Weber
apresentou suas vantagens técnicas no contexto de certas tendências sociológicas gerais.
No entanto, também observou suas limitações e efeitos colaterais, as ditas disfunções.
Segundo o próprio, as burocracias continham tendências inerentes de
despersonalização/desumanização, posto que o processo decisório era baseado em regras,
práticas e políticas impessoais.
Ele também alertava sobre a possibilidade de a burocracia aprisionar os indivíduos
e as organizações se submetidos a uma regulação rigorosa que poderia constranger as
ações. As linhas racionais as quais desenham a burocracia restrigiam o abuso de poder
dos lideres e visavam a eficiência das atividade. Porém, quando levadas ao extremo,
poderiam produzir o apego em demasia aos regulamentos, o excesso de formalismo,
resistências às mudanças, e a excessiva conformidade às rotinas e aos procedimentos, que
paradoxalmente tornariam a burocracia menos eficiente.
Sua maior vantagem, a previsibilidade dos resultados, também a torna mais difícil
de manejar e até mesmo morosa e ineficiente em lidar com casos individuais. Dessa
maneira, a racionalidade moderna e os sistemas burocráticos legais possuem uma
capacidade limitada (ou simplesmente não possuem) para lidar com casos individuais e
suas particularidades. Para ilustrar a crítica as disfunções da burocracia, Weber toma o
exemplo do ordenamento jurídico da Europa Continental da época e compara o “juiz
moderno” a uma máquina de vendas automática, que emitia sentenças acompanhadas pela
razão mecanicamente extraída do código.
Reflexão final.
É possível que alguns tenham mal interpretado Weber ao afirmarem que ele se
referia a burocracia como a organização ideal. Outros o criticam porque creem que as
organizações são incapazes de sobreviver a lista de “características ideais”. Outros
afirmam que Weber “inventou” a organização burocrática. A burocracia também é
comumente considerada/relembrada pelas suas disfunções, por isso normalmente sendo
tida como um elemento indesejado nas organizações e na vida cotidiana. Mas Weber,
apenas descreveu a burocracia como um “tipo ideal”, afim de detalhar com precisão a sua
ascensão como forma de poder e sua disseminação no mundo moderno.
O termo "burocracia" nunca foi tão precisamente definido quanto nos escritos de
Max Weber. Tal precisão, resultou em um útil e duradoura conceitualização.
O tipo ideal de burocracia ideal de Weber continua a ser uma síntese avançada de um
número de características com consequências estruturais de longo alcance. Ele apontou
como processos históricos foram os percurssores essenciais do seu desenvolvimento.
Weber também não fez distinção entre definições e proposições em seu modelo. Sua lista
de características da burocracia são uma mescla de ambas. O que gera certa ambiguide a
respeito de se ele defende a burocracia ou apenas a descreve. A conceitualização
weberiana de burocracia traz um duplo aspecto que pode parecer um tanto contraditório:
Por um lado foi descrita como modo de legitiamação da dominação, por outro, como um
arranjo estrutural administrativo e social.
Em suma, a organização burocrática, segundo Weber, é revestida da
instrumentalidade privilegiada que molda a política moderna, a economia moderna e a
tecnologia moderna, e, seus tipos de organização são tecnicamente superiores a todas as
outras formas de administração, assim como as máquinas são superiores aos metodos
artesanais. Ele afirmava que as formas organizacionais mais racionais e eficientes na
coordenação complexa das atividades humanas era a burocracia com as suas tarefas
especializadas, hierarquia formal, canais de comunicação fixos, cadeia de comando e
regras bem definidas e por escrito.
Esses atributos que regem o funcionamento da burocracia sintetizam as formas de
relações sociais das sociedades modernas. Uma vez enraizadas na sociedade,
consequentemente, para ele, a burocracia e a burocratização eram processos inexoráveis,
ou seja, inevitáveis e crescentes, presentes em qualquer tipo de organização, seja ela de
natureza pública ou privada.
Observou o autor que a burocracia burocracia resolve algumas das deficiências do
sistema tradicional. Talvez uma das mais evidente seja a separação do indivíduo do cargo
que ele ocupa e aquilo que é publico daquilo que é privado. Os funcionários não são
proprietários dos recursos os quais são necessários ao desempenho de sua função, mas
são responsáveis pelo seu uso. Os negócios privados e a renda derivada deles são
rigorosamente separados dos negócios públicos. Porém, a diferença mais drástica, é que
o cargo, orgão, repartição, não pode ser apropriada pelo seu encarregado, muito menos
herdado ou vendido.
O que é demasiadamente notável sobre a ideia de burocracia é a sua severa
racionalidade (A racionalidade da burocracia é uma ideia central dentro do tipo ideal de
Weber.). Weber acredita que as metas organizacionais podem ser alcançadas se houver
uma ciência da administração que separa fatos de valores. Para ele, quanto mais eficiente
se torna uma burocracia, mais ela exclui o incalculável e o pessoal, em favor do
distanciamento emocional e do profissionalismo.
A tomada de decisão racional é a raiz subjacente para o sucesso da burocracia. O
tipo ideal de burocracia fundamenta-se na racionalidade em cada ato administrativo.
Apesar de reconhecer os perigos de burocratização, o sociólogo acreditava ser a
única maneira significativa para subjugar os individuos, suas personalidades e desejos as
metas impessoais e procedimentos de uma organização, de um Estado.
A discussão sobre as consequências economicas e sociais da burocracia são,
talvez, a parte mais genérica de todo o ensaio, posto que compreendeu-se que “depende”
de como ela é usada.
Ao longo do texto Weber nunca realmente define "racionalização". Diante disso,
a compreensão obtida é que se trata de uma atividade ou empreendimento sistemático,
auto-cosciente e organizado. Ademais, percebe-se que o uso dos termos “racionais” e
“racionalização” não necessariamente são positivos. Ele é bastante ambivalente, diga-se
de passagem, posto que faz considerações sobre as virtudes e os perigosos da
racionalidade instaurado na sociedade naquele contexto.
Referências
MAX WEBER. “Burocracia” em “Ensaios de Sociologia. ” Organização e
Introdução: H.H. Gerth e C. Wright Mills. Quinta edição. Tradução: Waltensir
Dutra. Revisão Técnica: Prof. Fernando Henrique Cardoso. LTC. 1982

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A burocracia Weberiana: um modelo de organização racional e indispensável à modernidade

  • 1. Anderson Leonardo de Castro Seabra Resenha: Max Weber - “Burocracia” em “Ensaios de Sociologia. ” Apresentação Árido, seco como poeira, ainda brilhante, no entanto. Após a leitura de Weber, constata-se que muitas de suas ideias e conceitos, elaborados há tanto tempo, continuam mais relevantes que muitos contemporaneos podem admitir. Compreender e transmitir o que foi capturado da obra de Max Weber é um trabalho árduo, praticamente martirizante. Mesmo assim, empreende-se aqui uma tentativa resumir as ideias contidas no livro Ensaios de Sociologia, parte VIII que trata sobre a Burocracia, que ainda são fundamentais para entender a sociedade hoje. Weber recorre a analise histórica para explicar o desenvolvimento da Burocracia. Argumentava que a civilização humana evoluiu de primitiva e mística para os estágios e as relações racionais e complexas. Nesse contexto, Weber salienta que a burocracia incentivava um "modo racionalista da vida.". A sociedade então se moveu de um estágio primitivo para um teórico-técnico. Essa evolução teria sido facilitada por três tipos de autoridade: tradicional, carismática e racional-legal. E é esse último tipo que constitui a base do conceito de burocracia e a fundação da civilização moderna, de acordo com o autor, uma vez que tem como premissa a crença na legitimidade do padrão de regras normativas, proveniente de uma ordem jurídica e das leis promulgadas no seu interio e nos direitos daqueles de exercer autoridade e emitir comandos baseados nas leis. Isto contrasta com as formas tradicionais de autoridade, que surgiram a partir de fenômenos como parentesco vigentes anteriormente. Portanto, a coordenação burocrática de atividades, segundo ele, é a marca distintiva da era moderna. Para ele, a burocratização e racionalização parecia um destino quase inevitável. O patrimonialismo, o idealismo, a confusão entre o público e o privado, a irracionalidade não tinha mais lugar na sociedade moderna. O profissionalismo e o isolamento emocional suplantaria a liderança com base na simpatia, na graça, no favor. Antecipando algumas impressões durante o exercício da leitura, ao contrário da interpretação de muitos, não foi percebido que Weber agiu como defensor da burocracia. Na verdade, de forma ambivalente apresenta pontos positivos e negativos, o processo que conduziu seu desenvolvimento e faz um exercício de explicação dos supostos estágios da burocracia até o que seria o seu futuro. O autor defende que a burocracia existia em toda parte em uma sociedade capitalista. Considerava ele que capitalismo e a burocracia eram
  • 2. estrtuturas de apoio, que compartilham o mesmo tipo de comportamento: impessoal, legal e ético para obter êxito. Weber argumentava que a racionalidade formal era dominante na sociedade ocidental, sublinhando o crescimento do capitalismo e ligando as estruturas sociais modernas através das formas burocráticas de organização. A seguir, é apresentado um resumo crítico contendo ideias chaves extraídas do trecho que vai da página 229 a 277 do referido livro. “A burocracia Weberiana”, um ensaio. A burocracia é um termo frequentemente criticado pelo senso comum. A ela atribui-se por exemplo o carater de ineficiência e atraso, o apego ao controle e emprego de procedimentos repetitivos e desnecessários. Neste ensaio, Weber ao tecer o conceito de burocracia, vilipendiada por muitos até hoje, ele a reveste com a neutralidade necessária para a sua compreensão. Assim, independente das suas virtudes e disfunções, como o próprio autor expõe, ela é apresentada como um elemento necessário ao funcionamento das instituições modernas. Assevera que a organização burocrática é condição sine qua non para o desenvolvimento de uma nação, por ser indispensável ao funcionamento do Estado, gestor dos serviços públicos, e de todas as atividades econômicas particulares a partir daquele contexto. São examinadas pelo autor também duas áreas chaves que são de importância central para entender a Burocracia. Em primeiro lugar enquanto meio para estabelecer igualdade social. O autor percebia como uma de suas funções primárias um meio de estabelecer a equidade social através do processo de tratamento justo e equitativo. Em segundo lugar, considera o desenvolvimento da burocracia um meio para criar uma organização que servirá aos seus próprios fins e não ao interesse privativo de um líder. No texto, a burocracia é então apresentada não somente como um modelo científico e genérico que pode ser aplicado no setor público e privado, mas como uma forma de organização da sociedade. Weber argumentava que a burocracia era o princípio de organização da vida moderna Esse carater de transição histórica é explorado ao longo do ensaio. Não se pode omitir o fato de que aquele era um momento de transformações intensas na sociedade, na cultura, na política e na economia., influencada pelo processo de “desencatamento do mundo” observado pelo próprio. No advento dos tempos modernos, o homem passa a ter explicações racionais para explicar o mundo. Esse desencantamento é atribuído a ciência mediante a tomada de conhecimento através da construção de conhecimentos específicos
  • 3. e especializados. Essa visão racionalista da vida é uma ruptura com o idealismo que permeava a sociedade Alemã na época. E a burocracia de acordo com o sociólogo alemão, agia como como facilitadora da institucionalização da racionalidade. Foi essa tendência racionalizadora a sua qualidade mais atraente para os que buscavam alternativas às formas anteriores de dominação despótica e aristocrática. Aliás, ele enxerga a burocracia como um aperfeiçoamento do sistema anterior dos Estados Absolutistas, porém previa que sua evolução poderia transformar o Estado e as organizações em uma jaula de ferro. Dito isso a Burocracia pode ser considerada como um caso particular de racionalização ou racionalização aplicada a organização humana. Para estudar estas organizações, tanto historicamente quanto na sociedade contemporânea, Weber desenvolveu as características de um tipo ideal burocracia. Para isso, o autor tenta “disseca-la” a partir de suas características começando com os elementos que a compõe e em seguida passando para uma reflexão de cada ponto, incluindo entre outros: As pessoas dentro da burocracia, as vantagens da organização burocrática, o carater da “máquina burocrática”, as suas implicações económicas e sociais, e como o poder é gerenciado em uma instituição burocrática. De acordo com Weber, burocracias são organizações orientadas para os objetivos concebidos de acordo com princípios racionais para atingi-los eficazmente. Ela funciona independentemente de uma pessoa em particular. O trabalho dentro da burocracia tem de ser dividido de forma racional em unidades que podem ser realizadas por indivíduos ou grupos de indivíduos de forma diligente. Órgãos, departamentos e gabinetes, que são altamente especializados, são classificados em uma ordem hierárquica. As organizações operam através de regras impessoais que declaram expressamente deveres, responsabilidades, procedimentos padronizados e condutas. As ordem e a comunicação delas flui pela cadeia de comando obdecendo a sequência hierarquica. Os incumbidos por cada responsabilidade são regidos pela alocação metódica de áreas de jurisdição e esferas delimitados de dever. A posição é definida pelo fluxo de trabalho e as regras que orientam o comportamento dos ocupantes naquela posição. As nomeações para os cargos são feitas de acordo com qualificações especializadas. Isto evidencia uma outra característica marcante da burocracia, a suposta valorização da meritocracia e critérios racionais. Excluindo laços familiares, afetivos, políticos, etc.
  • 4. Uma das matizes que Weber destaca na burocracia é que ela funciona como um sistema de poder onde os líderes exercem controle sobre os outros - um sistema baseado na disciplina e na hierarquia. Ao condicionar a atuação dos indivíduos a aspectos normativos (regras, leis, estatutos, etc) contribui para o nivelamento social. A burocracia rejeita privilégios e agir “caso a caso” em nome da igualdade perante as normas. Isto faz com que a autoridade não possa ser exercida fora dos limites permitidos, constrangendo atitudes desiguais (teoricamente). Resulta disso a maior independência dos subordinados em relação aos superiores e os protege de autoritarismos. A responsabilidade e autoridade de cada funcionário são partes de uma hierarquia de autoridade vertical, com respectivos direitos de supervisão e apelação. Os subordinados podiam desafiar as decisões dos lideres, tendo como base as normas vigentes. Isso se deve ao fato de que na burocracia tudo é conduzido estritamente de acordo com as regras que condicionam tudo, que inclui os deveres de cada um, a autoridade para executar as tarefas e os meios de coerção. O autor recorda que a autoridade permanente nos órgãos públicos baseada numa sistema legal fixo históricamente não é a regra, mas sim a exceção. Essa declaração parece destinar-se a mostrar a diferenciação entre a execução das funções do Estado Moderno e no passado. O primeiro operando sob um sistema de leis e responsabilidades claramente definida enquanto anteriormente se governava com base nas vontades e caprichos de um líder. Através desse contraste, ele procura também parece demonstrar como a modernidade política e a burocracia são amplamente simbióticas. A ascensão do Estado Moderno se processou lado a lado ao aumento da burocracia De forma muito feliz, Weber apresenta uma referência alegórica à burocracia como uma máquina, contribuindo para entender o seu caracter racionalizador. Na organização burocrática cada funcionário é uma parte individual da máquina e executa uma função essencial para que ela opere normalmente. O sucesso da totalidade do processo gera benefícios individuais. Consciente de que é parte do todo e que esse todo resulta em ganhos individuais, o indivíduo mantem-se motivado. Logo, há um efeito de geração de interesses em comum. Assim a burocracia experimenta uma continuidade de operações que outras formas de organização desejariam reproduzir. Todas estas características ideais têm um objetivo, promover a realização eficiente dos objetivos da organização. Portanto, como visto, a essência da burocracia está em três palavras: Impessoalidade, eficiência e racionalidade que se desdobram em diversos elementos:
  • 5. Carreiras assalariadas, Rotinas e procedimentos, competência técnica e mérito, profissionalização, carater formal das comunicações, divisão do trabalho e regras por escrito, impessoalidade no relacionamento e previsibilidade do funcionamento. Essas características tinham como consequências previstas a previsibilidade do comportamento humano e a padronização do desempenho dos participantes, que levariam a organização a máxima eficiência na consecução dos seus objetivos. Tudo é estabelecido para prever antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar sua execução para que a máxima eficiência do sistema seja alcançada. Esses seriam elementos básicos da característica estrutural dominante das modernas formas de organização, que de acordo com Weber, somente através deste dipositivo, o Estado Moderno e a Economia Moderna, tornaríam-se possíveis e os chefes de Estado poderiam mobilizar e centralizar recursos de poder político, que nos tempos feudais, por exemplo, tinham se despersado. Para explicar o desenvolvimento da Burocracia o sociólogo realiza uma analise histórica e aponta supostos fatores e condições prévias que o favoreceram. O crescimento da população que está sendo administrada. O aumento da população faz com que a burocracia cresça por causa da necessidades de oferta de educação, saúde, serviços, arrecadação de impostos, e outros, e, portanto, o trabalho tem de ser dividido e especializado para alcançar os desejados coisas pela sociedade. O desenvolvimento da economia monetária é uma das bases para a burocracia, posto que exigia um sistema administrativo mais eficiente.. Nela, a moeda assume o lugar da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade e o fortalecimento da administração burocrática Weber mostra como o crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas das organizações políticas coincidiram com o desenvolvimento de uma burocracia sofisticada. Como resultado do desenvolvimento das tecnologias de comunicação e de transporte, uma administração mais eficiente tornou-se não apenas possível, mas exigida pelo público. Acompanhando esta mudança, houve uma crescente democratização e racionalização da cultura. Isto resultou em demandas públicas por um novo sistema administrativo que alterava também as formas de tratar os individuos. Não pode ser excluído a transição que se imprimria na sociedade através do processo de racionalização, na qual motivadores tradicionais de comportamento, como valores, crenças e emoções, são substituídos por cálculos racionais
  • 6. A parte de tudo isso, Weber reforça que a burocracia era um destino inevitável, com base na sua suposta superioridade técnica – em termos de eficiência – que serviu como uma força autônoma para impor sua prevalência. De acordo com Weber a burocracia é, de um ponto de vista puramente técnico, capaz de alcançar o mais alto grau de eficiência e é nesse sentido formalmente que meios mais racionais conhecidos de realizar o controle imperativo sobre os seres humanos. Para Max Weber a razão decisiva para o avanço da burocracia deve-se ao fato da sua superioridade puramente técnica. Para ele, este sistema oferecia acima de tudo, a possibilidade ideal para levar a cabo o princípio da especialização de funções administrativas de acordo com considerações puramente objetivas. Isto é, de acordo com regras calculáveis sem levar em conta as pessoas. A racionalidade instrumental, que tem um caracter economicista e preocupado com a eficiência sobrepõe a racionalidade substantativa. Assim, a burocracia funciona "sem levar em conta as pessoas”. No processo de construção do que seria o tipo ideal de burocracia, Weber apresentou suas vantagens técnicas no contexto de certas tendências sociológicas gerais. No entanto, também observou suas limitações e efeitos colaterais, as ditas disfunções. Segundo o próprio, as burocracias continham tendências inerentes de despersonalização/desumanização, posto que o processo decisório era baseado em regras, práticas e políticas impessoais. Ele também alertava sobre a possibilidade de a burocracia aprisionar os indivíduos e as organizações se submetidos a uma regulação rigorosa que poderia constranger as ações. As linhas racionais as quais desenham a burocracia restrigiam o abuso de poder dos lideres e visavam a eficiência das atividade. Porém, quando levadas ao extremo, poderiam produzir o apego em demasia aos regulamentos, o excesso de formalismo, resistências às mudanças, e a excessiva conformidade às rotinas e aos procedimentos, que paradoxalmente tornariam a burocracia menos eficiente. Sua maior vantagem, a previsibilidade dos resultados, também a torna mais difícil de manejar e até mesmo morosa e ineficiente em lidar com casos individuais. Dessa maneira, a racionalidade moderna e os sistemas burocráticos legais possuem uma capacidade limitada (ou simplesmente não possuem) para lidar com casos individuais e suas particularidades. Para ilustrar a crítica as disfunções da burocracia, Weber toma o exemplo do ordenamento jurídico da Europa Continental da época e compara o “juiz moderno” a uma máquina de vendas automática, que emitia sentenças acompanhadas pela razão mecanicamente extraída do código.
  • 7. Reflexão final. É possível que alguns tenham mal interpretado Weber ao afirmarem que ele se referia a burocracia como a organização ideal. Outros o criticam porque creem que as organizações são incapazes de sobreviver a lista de “características ideais”. Outros afirmam que Weber “inventou” a organização burocrática. A burocracia também é comumente considerada/relembrada pelas suas disfunções, por isso normalmente sendo tida como um elemento indesejado nas organizações e na vida cotidiana. Mas Weber, apenas descreveu a burocracia como um “tipo ideal”, afim de detalhar com precisão a sua ascensão como forma de poder e sua disseminação no mundo moderno. O termo "burocracia" nunca foi tão precisamente definido quanto nos escritos de Max Weber. Tal precisão, resultou em um útil e duradoura conceitualização. O tipo ideal de burocracia ideal de Weber continua a ser uma síntese avançada de um número de características com consequências estruturais de longo alcance. Ele apontou como processos históricos foram os percurssores essenciais do seu desenvolvimento. Weber também não fez distinção entre definições e proposições em seu modelo. Sua lista de características da burocracia são uma mescla de ambas. O que gera certa ambiguide a respeito de se ele defende a burocracia ou apenas a descreve. A conceitualização weberiana de burocracia traz um duplo aspecto que pode parecer um tanto contraditório: Por um lado foi descrita como modo de legitiamação da dominação, por outro, como um arranjo estrutural administrativo e social. Em suma, a organização burocrática, segundo Weber, é revestida da instrumentalidade privilegiada que molda a política moderna, a economia moderna e a tecnologia moderna, e, seus tipos de organização são tecnicamente superiores a todas as outras formas de administração, assim como as máquinas são superiores aos metodos artesanais. Ele afirmava que as formas organizacionais mais racionais e eficientes na coordenação complexa das atividades humanas era a burocracia com as suas tarefas especializadas, hierarquia formal, canais de comunicação fixos, cadeia de comando e regras bem definidas e por escrito. Esses atributos que regem o funcionamento da burocracia sintetizam as formas de relações sociais das sociedades modernas. Uma vez enraizadas na sociedade, consequentemente, para ele, a burocracia e a burocratização eram processos inexoráveis, ou seja, inevitáveis e crescentes, presentes em qualquer tipo de organização, seja ela de natureza pública ou privada.
  • 8. Observou o autor que a burocracia burocracia resolve algumas das deficiências do sistema tradicional. Talvez uma das mais evidente seja a separação do indivíduo do cargo que ele ocupa e aquilo que é publico daquilo que é privado. Os funcionários não são proprietários dos recursos os quais são necessários ao desempenho de sua função, mas são responsáveis pelo seu uso. Os negócios privados e a renda derivada deles são rigorosamente separados dos negócios públicos. Porém, a diferença mais drástica, é que o cargo, orgão, repartição, não pode ser apropriada pelo seu encarregado, muito menos herdado ou vendido. O que é demasiadamente notável sobre a ideia de burocracia é a sua severa racionalidade (A racionalidade da burocracia é uma ideia central dentro do tipo ideal de Weber.). Weber acredita que as metas organizacionais podem ser alcançadas se houver uma ciência da administração que separa fatos de valores. Para ele, quanto mais eficiente se torna uma burocracia, mais ela exclui o incalculável e o pessoal, em favor do distanciamento emocional e do profissionalismo. A tomada de decisão racional é a raiz subjacente para o sucesso da burocracia. O tipo ideal de burocracia fundamenta-se na racionalidade em cada ato administrativo. Apesar de reconhecer os perigos de burocratização, o sociólogo acreditava ser a única maneira significativa para subjugar os individuos, suas personalidades e desejos as metas impessoais e procedimentos de uma organização, de um Estado. A discussão sobre as consequências economicas e sociais da burocracia são, talvez, a parte mais genérica de todo o ensaio, posto que compreendeu-se que “depende” de como ela é usada. Ao longo do texto Weber nunca realmente define "racionalização". Diante disso, a compreensão obtida é que se trata de uma atividade ou empreendimento sistemático, auto-cosciente e organizado. Ademais, percebe-se que o uso dos termos “racionais” e “racionalização” não necessariamente são positivos. Ele é bastante ambivalente, diga-se de passagem, posto que faz considerações sobre as virtudes e os perigosos da racionalidade instaurado na sociedade naquele contexto. Referências MAX WEBER. “Burocracia” em “Ensaios de Sociologia. ” Organização e Introdução: H.H. Gerth e C. Wright Mills. Quinta edição. Tradução: Waltensir Dutra. Revisão Técnica: Prof. Fernando Henrique Cardoso. LTC. 1982