Este documento resume a obra "Lagrimas Abençoadas" de 1857 do escritor português Camilo Castelo Branco, descrevendo sua rara edição original e detalhando a vida e carreira do autor.
2. "Lagrimas Abençoadas: romance"
é uma obra de Camilo Castelo
Branco publicada em 1857, com
encadernação em couro
marmoreado e lombada com
detalhes gravados em dourado.
A obra rara, parte da Coleção
Especial Oswaldo Fernandes
Vergara, da Biblioteca Central da
UCS, apresenta falsa folha de
rosto e folha de rosto com
informações recortadas e é
citada no Diccionario
Bibliographico Portuguez de
Innocencio Francisco da Silva.
3. Camilo Castelo Branco nasceu
em 1825, na freguesia dos
Mártires, em Lisboa, Portugal e,
órfão com apenas 10 anos de
idade, experienciou desde cedo
em seu país, momentos de
turbulências políticas e sociais.
Consequentemente, o romancista
tornou-se renegado com vida e
quanto às paixões tornou-se
inquieto, levando uma vida
familiar não muito exemplar. Foi
um historiador do século XIX,
romancista, poeta que contribuía
aos jornais com suas críticas,
crônicas, novelas e folhetins.
4. É conhecido como um dos escritores mais marcantes da literatura
portuguesa, destaque no movimento romântico da época e vale
salientar que no início de sua carreira foi coibido e violentado por
afrontar alguns poderosos da elite através de suas críticas políticas.
5. Por pouco tempo trabalhou para "A
Aurora", o mais antigo jornal de
Portugal, e paralelo ao seu trabalho
escrevia para os jornais "A Verdade"
e "Clamor”, onde seu romance
"Lagrimas Abençoadas" vinha sendo
divulgado em folhetins com o título
"Temor de Deus".
Apesar dos contratempos e
adversidades encontradas, a junção
pode ser publicada em 1857 por
Antonio José da Silva Teixeira, em sua
tipografia.
6. O romance é apresentado pelo próprio autor:
"a quem ler que a felicidade é possível sobre a terra: tal é o
pensamento d'este romance [...]. Este romance é religioso na
essência. Escreve-se ali muitas vezes a palavra Deus. Evitam-se as
imagens do deleite, o pasto de ociosos, gastos do coração e falidos
da alma. Os que buscam no romance qualquer coisa que não sirva de
nada para o espírito, não leiam este".
7. Na obra o autor ainda trata de
alguns costumes gastronômicos,
enaltece o "vinho de Setúbal, que é
demais a mais um triunfo patriótico
sobre o Champanhe e o Bordéus"
que eram símbolos de progresso,
bom gosto e requinte da burguesia
oitocentista. Apresenta o pão como
um dos alimentos mais sagrados
para o corpo e para a alma, todas as
classes dele comiam, porém os de
centeio e milho estavam à mesa dos
pobres "amassado em suor",
demonstrando que este alimento foi
revelador das diferenças sociais
daquele período.
8. "E EU, QUE TANTO CARPI
(LAMENTO) OS CONDENADOS,
OS CEGOS - OS SUPREMOS
DESGRAÇADOS!- JÁ
LÁGRIMAS NÃO TENHO PARA
MIM!"
Apesar do reconhecimento intelectual de Camilo, o diagnóstico
de que ficaria totalmente sem visão por um problema de saúde
deprimiu-o, o que o fez suicidar-se em 1890.
Seu triste fim é expressado na sua última obra editada:
9. CASTELO BRANCO, Camilo. Nas trevas: sonetos sentimentaes e hunoristicos.
Lisboa: Livraria Editora Tavares Corso & Irmão, 1890.
QUEIROGA, Elzira Sá. Os gestos e os paladares da mesa camiliana. 2015. 221 f.
Dissertação (Mestrado em Estudos do Patrimônio) – Universidade Aberta,
Lisboa/Portugal, 2015.
SILVA, Innocencio Francisco da. Diccionario bibliographico portuguez: estudos
de Innocencio Francisco da Silva aplicáveis a Portugal e ao Brasil. Lisboa,
Portugal: Imprensa Nacional, 1972.
Fontes e links
11. CASTELO BRANCO, Camilo. Lagrimas abençoadas: romance. Porto: Typographia
de Antonio José da Silva Teixeira, 1857.
Lagrimas abençoadas
Texto elaborado por:
Elisiane da Silva Soares
Editoração:
Clara Leidens da Silva
Revisão e Colaboração:
Ana Guimarães Pereira
Paula Fernanda Fedatto Leal