O documento discute conceitos de identidade, diferença e diversidade no contexto da antropologia urbana. Aborda como a identidade é construída por meio de interações sociais e a importância de respeitar as diversidades culturais. Também analisa como diferentes culturas entraram em contato no Brasil ao longo da história, influenciando a formação da sociedade brasileira.
2. Geral: conscientizar o aluno a entender os
principais conceitos de Identidade, diferença e
diversidade no contexto da antropologia urbana.
Específicos: noções gerais de Identidade,
diferença e diversidade.
Produção de pensamento e texto sobre o
assunto.
3. A construção da identidade se dá por meio das
interações no meio social. Para pensar
cientificamente no problema da identidade e
diversidade. Fazer da ciência um ambiente farto em
interações, que acolha as particularidades de cada
indivíduo, promova o reconhecimento das
diversidades, aceitando-as e respeitando-as, ao
mesmo tempo em que contribui a construção da
unidade coletiva, favorece a estruturação da
identidade, e desconstrução dos preconceitos.
4. Atualmente pode ser
redundante a afirmação de
que vivermos num mundo
ultraconectado,
principalmente para quem já
nasceu no mundo dominado
pelas tecnologias
informacionais.
e as consequenciais dessa
realidade?
6. Isso nos leva a afirmar que o “eu”, consciente da
individualidade se reconhece em contato e
contraposição ao “outro”.
“Do ponto de vista da antropologia, o Eu referido não é o indivíduo em si; nem tampouco o é o Outro. O eu é
sempre um ser coletivo, transcendental, é a cultura que está embutida em cada indivíduo; o Outro é
simplesmente uma outra cultura, uma cultura que se coloca como objeto de entendimento. (GOMES, 2009, p.
53).”
7. Poderíamos então afirmar que cultura é a forma ou o
jeito comum de viver a vida cotidiana na sua totalidade
por parte de um grupo humano. Essa inclui
comportamentos, conhecimentos, crenças, arte, moral,
leis, costumes, hábitos, aptidões, tanto adquiridos como
herdados (MASSENZIO, p. 72-76). A cultura não é uma
herança genética, mas o resultado da inserção do ser
humano em determinados contextos sociais. É a
adaptação da pessoa aos diferentes ambientes pelos
quais passa e vive.
8. Observando o processo histórico notamos que o
“eu cultural”, definidor de uma nação ou de uma
sociedade, recebe interferências e se transforma.
Não deixa o seu “eu” para ser o “outro” que lhe
influencia, mas ao mesmo tempo, incorpora
elementos novos. E assim o “eu’ se renova; e isso
sempre ocorre na e a partir da relação com o
“outro”.
9. “eu social” se relaciona com um “outro social” e
ambos interagem tornando-se um novo eu social
que se desenvolve e produz uma nova cultura,
uma nova identidade. Esse terceiro é tão distinto
do eu como do outro, embora desenvolva-se pela
interação entre ambos, em uma cultura de
personagens que se relacionam à distância
10. Sem a idéia de uma identidade humana universal e da
superioridade prática e intelectual da sociedade
civilizada - cuja prova está inscrita no processo histórico
que universaliza todo evento particular conferindo-lhe
significado à medida que o engloba como um momento
na seqüência do tempo - não há como sustentar a
possibilidade e a legitimidade do projeto civilizatório.
11. São todas as situações nas quais diferentes
culturas/etnias são colocadas em contato; supõe
que dois ou mais povos que representam suas
etnias mantenham alguma forma de convivência.
Exs: deslocamento de grupos de pessoas de uma
etnia para outro lugar; ocupação de território;
atividades comerciais; procura de condições de
vida melhores; diáspora ou guerras.
12. A sociedade brasileira é constituída por
diferentes grupos étnico-raciais que a
caracterizam, em termos culturais, como
uma das mais ricas do mundo. Entretanto,
sua história é marcada por desigualdades
e discriminações, especificamente contra
negros e indígenas, impedindo, desta
forma, seu pleno desenvolvimento
econômico, político e social.
13. Grandes Navegações e Descobrimentos
Marítimos (Séc. XV/XVI)= Portugal/ Espanha
“Rota das Índias”
COLONIALISMO= Forma de imposição de
autoridade de uma cultura sobre a outra; poder
político, econômico; exploração de recursos
naturais, minerais.
“Brasil Colônia de Portugal”= 1500- 1822.
14. Reforça a ideia de que o Brasil não era habitado e os
portugueses foram os primeiros a encontra-la.
Mais de cinco milhões de indígenas, divididos
em várias nações, que já habitavam o Brasil muito
tempo antes da chegada dos portugueses.
muitos historiadores preferem falar em “Chegada
dos Portugueses ao Brasil”= é valorizada a
presença dos nativos brasileiros no território.
“ os portugueses descobriram o Brasil para os
europeus”.
15.
16. Àfrica= inúmeras etnias; ESCRAVIDÃO
Chegada dos europeus ao continente africano fez
aumentar um sistema escravista já existente.
“Império Ashanti”- desde século VIII.
Brasil: Exploração da mão de obra negra, trazida
do continente africano (1530-13 de maio de 1888-
“Lei àurea”).
Atualmente vivemos consequências: “escravidão
moderna”, preconceitos raciais.
17.
18. Grande influência na demografia, cultura e
economia.
Fim do tráfico internacional de escravos negros
para o Brasil.
Expansão da economia do café no Estado de São
Paulo.
Ano de 1872 até ano de 2000: 6 milhões de
imigrantes
Portugueses, italianos, alemães, espanhóis,
japoneses; sírio-libaneses, chineses, coreanos.
19.
20. coletividade de indivíduos que se diferencia por
sua especificidade SOCIOCULTURAL- língua,
religião, maneiras de agir.
A antropologia substituiu o conceito de RAÇA
(base biológica) para o de ETNIA.
EVOLUCIONISMO SOCIAL
ETNIA= construção cultural e não existe base
biológica ou geográfica no comportamento
humano.
21. Normal X Anormal
o choque gerado diante da presença de outra cultura é
simplesmente por que a diferença é ameaçadora, esta
nos atinge naquilo que mais sagrado para nós: nossos
valores culturais.
21
22. “Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o
nosso próprio grupo é tomado como centro de
tudo e todos os outros são pensados e sentidos através
dos nossos valores, nossos modelos,
nossas definições do que é a existência.”
(ROCHA, p.5, 1986).
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23. "Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português"
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24. EU X OUTRO:
ALTERIDADE
Conceito chave da Antropologia: é na relação com o
outro que nos conhecemos,
nos descobrimos, nos revelamos.
Nos modificamos e modificamos o outro.
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25. Diferente, ao invés de
desigual
Considera que uma crença ou
qualquer atividade humana deve
ser interpretada nos termos da
própria cultura
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26. Por diversidade cultural compreendem-se as diferenças
culturais que existem entre o ser humano. Há vários
tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuários e
outras tradições como a organização da
sociedade.
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27. Sistemas de informação;
Tecnologia;
Comunicação;
“Fim” das fronteiras;
Geográficas e temporais.
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A atualidade do conceito de globalização está
relacionada ao surgimento da “aldeia global”:
comunidade mundial interligada.
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29. CONTATO CULTURAL= CHOQUE CULTURAL
RELAÇÕES DE PODER= Guerras, conquistas,
escravidão, imposição de leis que colocam o povo
“vencido”.
Até o séc XIX: não há questionamentos!
A partir das primeiras décadas do séc XX: alterações-
contribuição da Antropologia
Franz Boas; Lévi-Strauss
Cada cultura segue seus próprios caminhos de
transformação; não existe superioridade étnica/ racial
que possa ser defendida.
30. b) Diversidade cultural
1. A diversidade de comportamento dos seres humanos sempre foi um
enigma. Todos os outros seres, existentes na natureza, apresentam
comportamentos de espécie, repetitivos, limitados, com possibilidade
quase nula de variações individuais.
2. O homem, porém, como diz Lévi-Strauss, é o único que, ao nascer,
pode viver mil vidas diferentes. Qualquer um de nós poderia ser Mozart,
qualquer um poderia ser Hitler. A criação de sinfonias e a perpetração
de genocídios são possibilidades inscritas em nossa mais íntima
constituição.
31. 4. Passou a ser uma interrogação politicamente relevante no mundo
ocidental quando se formaram os gigantescos impérios multinacionais
centrados na Europa. Compreender as diferenças e manejar
comportamentos desiguais tornaram-se desafios relevantes para quem
precisava gerenciar sistemas de poder muito abrangentes.
3. A constatação da diversidade humana foi feita, ao longo da história, por
filósofos, historiadores, cronistas e viajantes, quase sempre como
curiosidade. .
b) Diversidade cultural
32. As primeiras tentativas sistemáticas nesse sentido buscaram explicações no
corpo dos indivíduos, no contexto da antropologia física. Sua culminância foi a
construção do conceito de raças humanas, o mais importante e mais
desastrado empreendimento das ciências sociais européias no século XIX.
Ecos desse desacerto nos assombram até hoje. Estudos detalhados da
fisiologia do cérebro, para relacioná-la ao caráter de cada um, e medidas de
inteligência, que tiveram respeitabilidade até a segunda metade do século
XX, completaram essas tentativas de localizar nos corpos de indivíduos e
grupos a origem da diversidade humana.
b) Diversidade cultural
33. Compreender o comportamento humano exige compreender os
sistemas de interpretação construídos pela imaginação do próprio
homem, o que nos remete ao universo simbólico, que é constitutivo da
nossa existência tanto quanto o nosso corpo físico.
4. A superação desse caminho, pela antropologia cultural, teve como
ponto de partida a constatação de que o homem não apenas age, como
os demais animais, mas interpreta sua ação. Todas as ações humanas
são ações interpretadas, e ao mesmo tempo todas resultam de uma
interpretação.
b) Diversidade cultural
34. Atualmente, grande parte das sociedades atuais está passando por uma
diversificação cultural intensa, parcialmente devido às altas taxas de
imigração.A diversidade cultural de uma sociedade se dá em todos os
elementos culturais, música, arquitetura, moda, culinária.No nível político a
diversidade cultural tem se tornado fonte de conflitos.
. Brasil : no final do século XIX, havia uma grande preocupação com a
miscigenação.Acreditava-se que a miscigenação degenerava o povo,o
que tornava impossível a construção de uma nação com identidade
cultural definida.
No século XX, a miscigenação passa a ser vista como elemento
distintivo e positivo de nossa identidade cultural e nacional. Ex. na
educação, com a obrigatoriedade da temática : “História e Cultura
Afro-Brasileira”
b) Diversidade cultural
35. A revolução dos direitos
Subjacente à diversidade cultural, temos a Revolução dos
Direitos, processo pelo qual os grupos socialmente excluídos
têm lutado para adquirir direitos iguais perante a lei e na prática.
Após a segunda guerra mundial, Declaração da ONU – Ver Blim,
pg. 90.
Direitos da mulher, das minorias, dos gays, das lésbicas, de
pessoas com necessidades especiais, etc
36.
37. 37
A sexualidade humana se manifesta por meio de padrões
culturais historicamente determinados. No Brasil, ela é
marcada por claros antagonismos e concilia valores
morais como a virgindade e a castidade, indo até à
exaltação da sensualidade carnavalesca. Além disso,
diversos discursos morais e ideológicos sustentam a
intolerância diante de comportamentos, práticas e
vivências da sexualidade que não estão em conformidade
com o padrão heterossexual e patriarcal da nossa
sociedade.
38. 38
O gênero:
⇒ construção sobre crenças/normas/hábitos/valores/práticas/atitudes, onde a
diferença biológica entre homens/mulheres é hierarquizada (atribuído um
significado cultural);
⇒ por vezes, dissonante daquele convencionalmente atribuído ao sexo
biológico → aponta a direção das transformações corporais;
⇒ identificação física com o sexo oposto → buscada a partir de artifícios que
acentuam as características que lhe são culturalmente atribuídas;
⇒ esse gênero subversivo, trânsfugo dos determinismos naturais, de fatalismos
biológicos reducionistas e essencializadores → se manifesta na percepção de
si e na afirmação perante os outros.
A identidade construída se concretiza em uma
direção social. Portanto, se constrói para se
demonstrar, para aparecer, para pleitear
existência plena.
39. 39
Família:
⇒ geralmente se inicia no lar (reduto culturalmente ligado ao acolhimento e à
idéia de refúgio dos problemas do dia-a-dia);
⇒ tentativa inicial de neutralizar o fascínio exercido pela indumentária/jogos/
atividades classificadas como coisas de meninos/coisas de meninas
(categorias consideradas mutuamente excludentes);
⇒ sexualidade (em desenvolvimento) → tomada como definitiva e determinada
por esses comportamentos → duramente reprimida;
⇒ culpas/acusações são trocadas entre pais atônitos/confusos/despreparados
para lidar com uma questão tão delicada (muitas vezes, enveredam por um
caminho de negação e de rejeição);
⇒ outros partem para o convencimento pela imposição de argumentos
calcados no senso comum;
⇒ há os que buscam a cura em clínicas psiquiátricas e/ou em instituições
religiosas.
40. 1954; 1980= MOVIMENTOS SOCIAIS
Ex: Movimento Negro- Martin Luther King
Questões étnicas na Irlanda do Norte
África do Sul- Apartheid (1948-1994).
MOVIMENTO INTERNACIONAL PELOS
DIREITOS CIVIS
Discriminações étnicas, direitos femininos,
religiosos, de opção sexual, religiosa, etc.
41. “DISCRIMINAÇÃO POSITIVA”; “AÇÃO POSITIVA”
São ações políticas que pretendem retirar os registros
negativos que a sociedade cria em torno de uma etnia
ou grupo social.
Esses registros são formas preconceituosas que são
reproduzidas socialmente e “ensinam” as pessoas a
tratar com discriminação alguns grupos.
Objetivo de modificar a mentalidade através de atitudes
que invertam o preconceito.