2. 2
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ESCOLA DE CHICAGO (1915-1940...)
1890- criação da Universidade de Chicago
1910- departamentos de sociologia e
antropologia
1935- crise da Escola (publicação de
Parsons sobre Teoria dos Sistemas)
3. 3
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ESCOLA DE CHICAGO (1915-1940...)
INFLUÊNCIAS
Filosofia: Pragmatismo (John Dewey)
Pragmatismo = Filosofia de Ação (Andrew Reck)
a atividade humana sob 3 ângulos: biologia, psicologia,ética
⇓
.Ao agir o indivíduo persegue uma meta, tem sentimentos e emoções, daí as 3 dimensões
Pragmatismo como Filosofia Social da Democracia (para reforma social)
Psicologia Social: Fenomenologia
a proposta da fenomenologia é de revelar a essência do fenômeno, superando a ‘atitude
natural’ (vida diária)
o ser humano vive em um mundo de coisas, instituições, atividades etc -que aceita sem
questionar, pois nasce nele como ele existe - é a atitude natural
para a F. devemos assumir o lugar do outro, assim podemos compreender o significado
que possa ter para o outro. Só assim encontraremos a própria essência do
fenômeno
4. 4
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
O Urbano na Escola de Chicago: a Ecologia Urbana
Com a formação da Escola de Chicago inaugura-se um novo campo de pesquisa sociológica,
centrado exclusivamente nos fenômenos urbanos, que levará à constituição da chamada
Sociologia Urbana como ramo de estudos especializados
Assim:
inaugura um tipo de reflexão inédita, que tem a cidade como objeto privilegiado de
investigação; “a cidade como laboratório social” tem como referência a própria
Chicago dos anos de 1920.
O empirismo: resulta do intuito de buscar soluções concretas para Chicago, uma
cidade caótica, marcada por intenso processo de industrialização e de urbanização,
na virada do século XIX para o XX.
Cidade industrial por excelência, Chicago torna-se nessa época a mais importante
dos Estados Unidos. O crescimento demográfico intenso, o imenso contingente
imigratório, os guetos de diferentes nacionalidades geradores de segregação
urbana, a concentração populacional excessiva e as condições de vida e de infra-
estrutura precaríssimas favorecem a formulação pela Escola da idéia da cidade como
problema, dificultando a transcendência de tal realidade imediata e a articulação de
um pensamento com maior grau de abstração sobre o tema.
5. 5
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
A sociologia de Chicago
A sociologia deveria se ocupar da reforma social combinada com o
fato de que a sociologia deveria ter um caráter cientifico
Na populosa cidade de Chicago que “vivia” os efeitos positivos e
negativos da urbanização e a industrialização , se deveria praticar
a sociologia cientifica com fins da melhora social
Chicago presenciou o aparecimento de fenômenos sociais
urbanos que foram concebidos como problemas sociais: o
crescimento da criminalidade, da delinquência juvenil, o
aparecimento de gangues de marginais, os bolsões de pobreza e
desemprego, a imigração e, com ela, a formação de várias
comunidades segregadas (os guetos).
6. 6
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
NOVIDADES:
INTERACIONISMO SIMBÓLICO (1937-Blumer)
ETNOMETODOLOGIA (déc 40) – Garfunkel
DRAMATURGIA SOCIAL (Goffman) dec. 50
A especificidade da abordagem ecológica estaria no fato de tratar a
cidade isoladamente
⇓
essa visão marca o início de um estudo mais sistemático sobre a
cidade, ao menos tradicionalmente, fornecendo a base teórica para a
constituição da Sociologia Urbana.
7. 7
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Cleide Magáli
A primeira geração de sociólogos da Escola de
Chicago foi composta por Albion W. Small; Robert
Ezra Park (1864-1944); Ernest Watson Burgess
(1886-1966); Roderick Duncan McKenzie (1885-
1940) e William Thomas (1863-1947). Foram eles
que elaboraram o primeiro programa de estudos de
sociologia urbana. E década seguinte Louis Wirth
(1897-1952).
8. 8
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ALGUNS AUTORES
W. I. Thomas (1863-1947)
Metodologia : sobre a variedade das fontes de dados tais como:
materiais autobiográficos, faturas, correspondência
familiar, jornais, documentos públicos e cartas
institucionais.
Orientação microscópica e sócio-psicológica ( X as perspectivas
macroscópicas, sócio-estruturais e culturais dos estudiosos
europeus como Marx, Weber e Durkheim
O Interacionismo Simbólico (Mead-1863-1931)
9. 9
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
o Interacionismo dá lugar teórico ao agente social interprete do mundo que o rodeia
e, por conseguinte, põe em prática métodos de pesquisa que dão prioridade aos
PONTOS DE VISTA DOS AGENTES , por isso a preferência pelo conhecimento
prático direto (abordagem empírica)
Daí a PESQUISA DE CAMPO
/
NOVAS TÉCNICAS agrupadas com expressão de uma Sociologia Qualitativa
/ /
análise de docs.pessoais: ESTUDO DE CASO
autobiografias /
correspondência Observação Testemunhos
diários Participante
relatos dos indivíduos
Entrevistas
Principais temas:
Imigração, Relações Étnicas, Criminalidade
Como movimento a Escola de Chicago se encerrou com a 2a. Guerra Mundial, quando a
sociologia americana se tornou mais quantitativa e mais diversa no plano teórico.
10. 10
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Cleide Magáli
• ALGUNS AUTORES (contin.)
11. 11
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ALGUNS AUTORES (contin.)
Robert Park: "hoje, o mundo inteiro ou vive na cidade ou está a caminho da
cidade; então, se estudarmos as cidades, poderemos compreender o que se passa
no mundo".
discípulo de Simmel, segue suas ideias, particularmente seu interesse como ação
e interação intervieram no desenvolvimento teórico da Escola de Chicago
observação (participante)
interesse pela Ecologia Urbana:
identifica, no interior de uma comunidade urbana, um sistema de forças que tende
a produzir um grupamento ordenado e característico de sua população e de suas
instituições (Grafmeyer; Joseph, 1979).
12. 12
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
O conceito de ecologia humana serviu de base para o
estudo do comportamento humano, tendo como
referência a posição dos indivíduos no meio social
urbano. A abordagem ecológica questiona se o habitat
social (ou seja, o espaço físico e as relações sociais)
determina ou influencia o modo e o estilo de vida dos
indivíduos
13. 13
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ALGUNS AUTORES (contin.)
Louis Wirth, outro autor de destaque da Escola de Chicago,
ligado à vertente culturalista...
A cidade fabrica um produto bem característico: a cultura
urbana.
Esta idéia é totalmente inovadora, uma vez que afirma que a
cidade atua e se desdobra para além dos limites físicos, pela
propagação do estilo de vida urbano, e se torna o locus do
surgimento do urbanismo como modo de vida. Descaracteriza-
se, assim, a importância da delimitação física da cidade,
presente em outros estudos dos autores da Escola, e destaca-
se a capacidade de a cidade moldar o caráter da vida social à
forma especificamente urbana.
14. 14
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
O conceito Gueto recebeu autoridade científica com o
paradigma ecológico da Escola de Sociologia de Chicago.
Em seu livro clássico, The Ghetto, Louis Wirth (1928, p. 6)
junta ao gueto judeu da Europa medieval outros guetos:
Pequenas Sicílias, Pequenas Polônias, Chinatowns e
cinturões negros das cidades grandes, assim como "áreas
do vício", pululando com tipos marginais tais como
vagabundos, boêmios e prostitutas – todas eles
consideradas áreas criadas "naturalmente" a partir de um
desejo universal de diferentes grupos de "preservar seus
hábitos culturais peculiares", e cada uma cumprindo sua
"função" específica no grande organismo urbano.
15. 15
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
O que é Gueto?
Gueto como um instrumento bifacetado [Janus faced] de
cercamento e controle etno-racial. Por meio desse
procedimento, o gueto revela-se como um dispositivo sócio-
organizador composto de quatro elementos (estigma, limite,
confinamento espacial e encapsulamento institucional) que
emprega o espaço para reconciliar seus dois propósitos
contraditórios: exploração econômica e ostracismo social. O
gueto não é uma "área natural", produto da "história da
migração" (como Louis Wirth defendia), mas sim uma forma
especial de violência coletiva concretizada no espaço
urbano
16. 16
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
Guetos ...Afrodizia http://letras.mus.br/afrodizia/120412/
Estou cansado, estou exausto
São tantos guetos que eu já passei
Olhar pesado, dilacerado,
Tantas maldades eu presenciei
Já pinta a noite, cai a tarde lá no horizonte
Nos guetos medo outra vez.
Tantas pessoas desarmadas meio à noite
O fim da noite ninguém pode prever
E as mensagens do jornal são só pra proteger
Do frio que a noite insiste em trazer
Latas viradas pra matar a fome
Se a violência vem fardada não dá pra saber
Vem, vem! Não vou cansar da caminhada...
Me dê a mão na busca da virada
Nós vamos conseguir vencer
Oxalá, Tupã, Inti, Deus, oh! Jah
Que haja tempo pra lutar
De todo o mal nos libertar
Oxalá, oh! Buda, Zeus, Alah, Deus, Jah
Que haja força pra lutar
Sem medo de recomeçar.
17. 17
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
PROBLEMAS
Controvérsias sobre a terminologia Urbano e uma Sociologia
Urbana:
O conceito que especifica o campo da sociologia
urbana não é ponto pacifico de entendimento
18. 18
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
O Urbano na Escola de Chicago: o nascimento da Ecologia Urbana (cont.)
As duas vertentes da Escola – ecólogos e
culturalistas – orientam-se pelos conceitos da
ecologia humana, elaborados por Robert
Park. A cidade é concebida como uma
entidade físicoterritorial empiricamente
constituída e delimitada no espaço por
critérios geográficos, demográficos,
numéricos e político-administrativos.
19. 19
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
Criticas e contra-sensos:
Castells: tal sociologia, marcada por tais origens, que
advoga a idéia da existência de um urbano per se,
que tem na cidade a própria variável explicativa, não
é uma ciência, mas, sim, uma ideologia (Castells,
1977).
Essa crítica, mesmo procedente, não invalida a
importância da abordagem ecológica na construção
de um conhecimento específico sobre a cidade.
20. 20
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
Exemplo de critica:
sobre Wirth (O modo de vida urbana)
Uma das mais incisivas críticas de Castells (1977) a
Wirth objetiva exatamente mostrar que a cidade não
produz a própria cultura; não há uma cultura da cidade,
mas, sim, uma cultura da sociedade capitalista.
ASSIM,
Comparação dos tipos de assentamentos urbanos e
pré-urbanos era ainda frutífera, mas, a tarefa primária
para a sociologia urbana ( ou de comunidade) parece
ser a analise das similaridades e diferenças entre os
tipos de assentamentos contemporâneos. (CASTRO,
1993, p.15)
21. 21
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
REFERENCIAS
CASTRO, Pedro. Sociologia sobre e sub urbana. Niterói: EUFF, 1993
SANT´ANNA, Maria Josefina Gabriel. A concepção de cidade em diferentes
matrizes teóricas das Ciências Sociais. Revista Rio de Janeiro, n. 9, p. 91-99,
jan./abr. 2003 91
22. 22
UNEB
Sociologia Urbana – bases para sociologia aplicada
Profa. Dra. Cleide Magáli
ESCOLA DE CHICAGO no Brasil
MENDOZA, Edgar S. G. Donald Pierson e a escola sociológica
de Chicago no Brasil: os estudos urbanos na cidade de São
Paulo (1935-1950) in Sociologias, Porto Alegre, ano 7, nº 14,
jun/dez 2005, p. 440-470. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/soc/n14/a15n14.pdf . Acesso em
março 2014