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Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
12 - Circuito indutivo em CA
12.1 - Auto indução em corrente alternada
Um indutor ideal sob uma tensão CA senoidal instantânea vs(t) , com frequência linear de 60
Hz, terá internamente uma corrente primária instantânea ipr (t) , atrasada de π
2
rd em relação à
tensão, que ao circular nas suas espiras, cria um campo magnético variável (B), com fluxo dado
por: Φ=
dipr (t)
dt
, ou seja, diretamente proporcional à “rapidez” da variação dessa corrente.
Na (fig. 12 – 01) mostramos um indutor alimentado por uma fonte de tensão CA , com a tensão
no semiciclo positivo, onde a LTK instantânea será: vs(t)−vdL(t)=0V .
Vamos analisar o comportamento desse indutor, considerando que o mesmo já estava energizado:
escolhemos o instante inicial quando i(0)=0 A , variando da região negativa para a positiva.
No instante inicial, a queda de tensão no indutor, dada na expressão (7.3) vdL(t)= L
di(t)
dt
será
a tensão positiva de pico vdL(0)=V P (senoide azul) forçando o aparecimento de uma corrente
primária instantânea ipr (t) , dentro do indutor, cuja variação (slope) é positiva e crescente
(senoide laranja)
diPR(0)
dt
=0 →
diPR(t )
dt
=+∞ e provocará um campo magnetizante variável
(B), que pela Lei de Lenz, auto induzirá uma tensão contrária, dada na expressão (7.1)
−vL(t )= L
di(t)
dt
, mas com amplitude menor do que a tensão da fonte (senoide vermelha). No
mesmo instante, essa tensão autoinduzida forçará o aparecimento de uma outra corrente instantânea
−iL(t ) , se opondo à corrente primária, mas com amplitude menor (senoide verde).
Este conjunto de ocorrências, dentro do indutor, vai refletir nos seus terminais, causando uma
reação às variações da corrente de alimentação dada na expressão (7.2) i(t)=
1
L
∫
0
t
vL(t)dt .
1
Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
É por isso que nos terminais do indutor a tensão senoidal estará sempre adiantada ϕ =
π
2
rd em
relação à corrente.
Análise da figura 12 – 02: Um indutor já estabilizado no regime forçado senoidal terá a seguinte
relação entre a queda de tensão nos seus terminais e a corrente no circuito, de acordo com a
expressão (7.3) vdL(t)=L
di(t)
dt
:
1) - Nos instantes angulares ωt =
π
2
rd e ωt =
3π
2
rd a corrente no circuito estará com
amplitudes de pico ±iP(t) , portanto ela “pára de variar”, e teremos
di(t)
dt
=0 . Uma reta
tangente nesses pontos estará com “ângulo zero” em relação à horizontal, e assim não haverá queda
de tensão vdL(t)=0V .
2)- No instante ωt = π rd a senoide da corrente de
alimentação cruza o eixo horizontal, “descendo” da
região positiva para a negativa, é onde ocorre a
“máxima variação negativa” da sua derivada
di(t)
dt
→ −∞ . Uma reta tangente nesse ponto
estará com ângulo máximo negativo, em relação à
horizontal, portanto a queda de tensão será máxima
negativa vdL(t)=−V P .
3) - Nos instantes ωt =0 rd e ωt =2π rd a
senoide da corrente no circuito cruza o eixo horizontal,
“subindo” da região negativa para a positiva, é onde
ocorre a “máxima variação positiva” da sua derivada
di(t)
dt
→+ ∞ . Uma reta tangente nesse ponto estará
com ângulo máximo positivo, em relação à horizontal,
portanto a queda de tensão será máxima positiva
vdL(ωt )=+VP .
Queda de tensão instantânea no indutor
A partir da expressão (7.3), e em função da tensão de
pico, teremos: VP cos ωt = L
di(t )
dt
(12.1)
Relação fasorial entre a corrente e a tensão
Da expressão (12.1) vamos calcular a corrente
instantânea i(t) :
2
Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
1. Trazer o termo diferencial para o primeiro membro e multiplicar os dois membros por dt :
L.d i(t)=(VP cos ωt )dt .
2. Levar L para o segundo membro: d i(t )=
VP
L
(cos ωt)dt .
3. Integrar os dois membros: ∫d i(t)=
V P
L
∫(cosωt)dt .
Método da substituição: u=ωt →
du
dt
=
d ωt
dt
du
dt
=ω du=ωdt ou dt =
du
ω
∫d i(t)=
V P
L
∫(cosu)
du
ω como ω é constante, ∫d i(t)=
V P
ω L
∫(cosu)du .
Resolvendo: i(t)=
V P
ω L
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VP
ω L
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V
ω L
+i(0)
(12.2)
Esta expressão nos indica que a corrente instantânea no indutor é:
• Diretamente proporcional ao valor de pico da tensão VP .
• Inversamente proporcional à indutância L e à frequência angular ω .
• A função seno indica que a corrente é atrasada 90° em relação à tensão:
φ=− j(
π
2
)rd .
A constante C representa o valor médio da corrente em um período, ou nível CC . Se a carga
for puramente indutiva, a corrente média é “zero” e a constante pode ser desprezada.
Como o termo ω. L é a Reatância indutiva XL , a corrente de pico corresponde a IP =
V P
XL
ou em valores eficazes I =
V
XL
.
Relação de fase e impedância
A tensão estará adiantada em relação à corrente, e num gráfico onde a corrente é a referência de
fase, o ângulo “fi” será positivo, com o vetor da tensão para cima (j).
Assim teremos, para um indutor ideal, ϕ =
π
2
rd como cos
π
2
=0 , teremos: XL = j ω L
ou XL = j(2π f )L .
• Com R= 0Ω e C=0Ω no indutor ideal: Z = j XL Ω (impedância igual à reatância)
e FP=0 .
3
Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
Potência instantânea no indutor:
Tomando a expressão da potência instantânea dada no capítulo 9 (9-09):
S(ω t)=[ P− Pcos 2ω t ]−[Q sen2ω t] . Como a defasagem entre a corrente e a tensão é
ϕ =
π
2
rd , teremos: cosϕ =0 , o que vai anular o primeiro termo da potência eficaz
P=VI cosϕ (9.10) , enquanto que sen−ϕ =1 determinará o sinal da segunda parcela, que é
a potência reativa Q =V . I(sen+ϕ ) (9.08). Assim, a potência total instantânea, será:
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A simetria da senoide da potência em relação ao eixo “zero” faz com que sua integração seja “zero”,
portanto há apenas uma troca de potência reativa entre fonte e o indutor, com uma circulação de
corrente que não produz trabalho e apenas ocupa a capacidade dos condutores elétricos.
Nesta caso não há triângulo das potências pois a potência aparente é igual à potência reativa:
S =Q .
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  • 1. Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto 12 - Circuito indutivo em CA 12.1 - Auto indução em corrente alternada Um indutor ideal sob uma tensão CA senoidal instantânea vs(t) , com frequência linear de 60 Hz, terá internamente uma corrente primária instantânea ipr (t) , atrasada de π 2 rd em relação à tensão, que ao circular nas suas espiras, cria um campo magnético variável (B), com fluxo dado por: Φ= dipr (t) dt , ou seja, diretamente proporcional à “rapidez” da variação dessa corrente. Na (fig. 12 – 01) mostramos um indutor alimentado por uma fonte de tensão CA , com a tensão no semiciclo positivo, onde a LTK instantânea será: vs(t)−vdL(t)=0V . Vamos analisar o comportamento desse indutor, considerando que o mesmo já estava energizado: escolhemos o instante inicial quando i(0)=0 A , variando da região negativa para a positiva. No instante inicial, a queda de tensão no indutor, dada na expressão (7.3) vdL(t)= L di(t) dt será a tensão positiva de pico vdL(0)=V P (senoide azul) forçando o aparecimento de uma corrente primária instantânea ipr (t) , dentro do indutor, cuja variação (slope) é positiva e crescente (senoide laranja) diPR(0) dt =0 → diPR(t ) dt =+∞ e provocará um campo magnetizante variável (B), que pela Lei de Lenz, auto induzirá uma tensão contrária, dada na expressão (7.1) −vL(t )= L di(t) dt , mas com amplitude menor do que a tensão da fonte (senoide vermelha). No mesmo instante, essa tensão autoinduzida forçará o aparecimento de uma outra corrente instantânea −iL(t ) , se opondo à corrente primária, mas com amplitude menor (senoide verde). Este conjunto de ocorrências, dentro do indutor, vai refletir nos seus terminais, causando uma reação às variações da corrente de alimentação dada na expressão (7.2) i(t)= 1 L ∫ 0 t vL(t)dt . 1
  • 2. Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto É por isso que nos terminais do indutor a tensão senoidal estará sempre adiantada ϕ = π 2 rd em relação à corrente. Análise da figura 12 – 02: Um indutor já estabilizado no regime forçado senoidal terá a seguinte relação entre a queda de tensão nos seus terminais e a corrente no circuito, de acordo com a expressão (7.3) vdL(t)=L di(t) dt : 1) - Nos instantes angulares ωt = π 2 rd e ωt = 3π 2 rd a corrente no circuito estará com amplitudes de pico ±iP(t) , portanto ela “pára de variar”, e teremos di(t) dt =0 . Uma reta tangente nesses pontos estará com “ângulo zero” em relação à horizontal, e assim não haverá queda de tensão vdL(t)=0V . 2)- No instante ωt = π rd a senoide da corrente de alimentação cruza o eixo horizontal, “descendo” da região positiva para a negativa, é onde ocorre a “máxima variação negativa” da sua derivada di(t) dt → −∞ . Uma reta tangente nesse ponto estará com ângulo máximo negativo, em relação à horizontal, portanto a queda de tensão será máxima negativa vdL(t)=−V P . 3) - Nos instantes ωt =0 rd e ωt =2π rd a senoide da corrente no circuito cruza o eixo horizontal, “subindo” da região negativa para a positiva, é onde ocorre a “máxima variação positiva” da sua derivada di(t) dt →+ ∞ . Uma reta tangente nesse ponto estará com ângulo máximo positivo, em relação à horizontal, portanto a queda de tensão será máxima positiva vdL(ωt )=+VP . Queda de tensão instantânea no indutor A partir da expressão (7.3), e em função da tensão de pico, teremos: VP cos ωt = L di(t ) dt (12.1) Relação fasorial entre a corrente e a tensão Da expressão (12.1) vamos calcular a corrente instantânea i(t) : 2
  • 3. Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto 1. Trazer o termo diferencial para o primeiro membro e multiplicar os dois membros por dt : L.d i(t)=(VP cos ωt )dt . 2. Levar L para o segundo membro: d i(t )= VP L (cos ωt)dt . 3. Integrar os dois membros: ∫d i(t)= V P L ∫(cosωt)dt . Método da substituição: u=ωt → du dt = d ωt dt du dt =ω du=ωdt ou dt = du ω ∫d i(t)= V P L ∫(cosu) du ω como ω é constante, ∫d i(t)= V P ω L ∫(cosu)du . Resolvendo: i(t)= V P ω L (sen u) então i(t)= VP ω L (senω t)+i(0) ou i(t)= V ω L +i(0) (12.2) Esta expressão nos indica que a corrente instantânea no indutor é: • Diretamente proporcional ao valor de pico da tensão VP . • Inversamente proporcional à indutância L e à frequência angular ω . • A função seno indica que a corrente é atrasada 90° em relação à tensão: φ=− j( π 2 )rd . A constante C representa o valor médio da corrente em um período, ou nível CC . Se a carga for puramente indutiva, a corrente média é “zero” e a constante pode ser desprezada. Como o termo ω. L é a Reatância indutiva XL , a corrente de pico corresponde a IP = V P XL ou em valores eficazes I = V XL . Relação de fase e impedância A tensão estará adiantada em relação à corrente, e num gráfico onde a corrente é a referência de fase, o ângulo “fi” será positivo, com o vetor da tensão para cima (j). Assim teremos, para um indutor ideal, ϕ = π 2 rd como cos π 2 =0 , teremos: XL = j ω L ou XL = j(2π f )L . • Com R= 0Ω e C=0Ω no indutor ideal: Z = j XL Ω (impedância igual à reatância) e FP=0 . 3
  • 4. Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto Potência instantânea no indutor: Tomando a expressão da potência instantânea dada no capítulo 9 (9-09): S(ω t)=[ P− Pcos 2ω t ]−[Q sen2ω t] . Como a defasagem entre a corrente e a tensão é ϕ = π 2 rd , teremos: cosϕ =0 , o que vai anular o primeiro termo da potência eficaz P=VI cosϕ (9.10) , enquanto que sen−ϕ =1 determinará o sinal da segunda parcela, que é a potência reativa Q =V . I(sen+ϕ ) (9.08). Assim, a potência total instantânea, será: S(ω t)=Q sen2ω t . A simetria da senoide da potência em relação ao eixo “zero” faz com que sua integração seja “zero”, portanto há apenas uma troca de potência reativa entre fonte e o indutor, com uma circulação de corrente que não produz trabalho e apenas ocupa a capacidade dos condutores elétricos. Nesta caso não há triângulo das potências pois a potência aparente é igual à potência reativa: S =Q . 4