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ATENÇÃO ÀS
MULHERES
POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O
TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
A mulher, que está vivenciando/sentindo em seu próprio
corpo, precisa estar livre para mover-se e posicionar-se de
forma que encontre conforto e alívio. Este é o caminho para
um parto fisiológico e uma experiência positiva.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Objetivos dessa apresentação:
• Expor os benefícios de permitir que mulheres em trabalho de parto
definam qual a melhor posição para elas durante todo o processo,
inclusive no período expulsivo.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Nas mais diferentes culturas, as vivências do parto foram de caráter íntimo e privado, e
uma experiência compartilhada entre mulheres (parteiras e outras mulheres da
comunidade), e a maioria das mulheres de todas as raças e culturas adotava a posição
vertical durante o trabalho de parto e parto.
• Entre os séculos XVI e XVII surge na assistência ao parto a figura do cirurgião, que no
período era vista com ansiedade e medo pois o médico só era chamado para casos com
intercorrências.
• No ensino médico, a obstetrícia nasce como especialidade em 1806, sob a tutela
cirúrgica. Os primeiros profissionais que atendiam ao parto estavam mais focados na
hemostase, sutura e drenagem, fato que retardou o desenvolvimento de um saber
voltado às particularidades da gestação e da fisiologia do parto.
Parto em Posição Litotômica: quando a prática começou?
Sabatino, 1997; Mamede, 2007; Gayeski e Brüggemann, 2009.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Com a hospitalização/medicalização da assistência ao
parto e a invenção do fórceps obstétrico (Hugh
Chamberlen, 1670), ocorreram várias mudanças no
processo de assistir ao parto e uma delas diz respeito
à postura e à posição adotadas pela mulher durante o
período de dilatação, expulsão e dequitação.
• Atribui-se a François Mauriceau, médico francês do
século XVII, a maior influência na mudança da posição
da mulher no parto de vertical para semi reclinada.
Neste contexto a posição litotômica se estabeleceu
em definitivo por facilitar o trabalho do profissional
para extrair a criança, observar atentamente a
situação do períneo e realizar a episiotomia.
Parto em Posição Litotômica: quando a prática começou?
Sabatino, 1997; Mamede, 2007; Gayeski e
Brüggemann, 2009; Gupta, 2017.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Há mais de 130 anos, um médico chamado Engelmann
descreveu que: “o fato das mulheres não civilizadas
evitarem a posição litotômica para o parto, deveria ser
evidência suficiente de que esta posição não era
desejável.”
• Estudos realizados na década de 60 e 70 com mulheres de
culturas mais primitivas evidenciaram que menos de 20%
das mulheres escolhiam parir em posições deitadas.
• Imagens do livro "Training for childbirth: From the
mother's point of view", publicado em janeiro de 1945,
cuja autoria é de Minnie Randell mostra que há quase 75
anos já se ensinava sobre verticalização do parto, ou seja,
essa não é uma orientação/questionamento recente.
Reynolds, 1991.
Parto em Posição Litotômica: questionamentos
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Maior risco de trauma perineal;
• Maior risco de incontinência urinária;
• Menor mobilidade do sacro, dificultando a descida fetal;
• Relatos de experiência mais dolorosas no parto;
• Trabalho de partos comparativamente mais longos;
• Alterações dos padrões de frequência cardíaca fetal de
forma não tranquilizadora;
• A mulher deve utilizar um aumento de 35% da força total do
parto quando realiza os esforços do puxo em posição
horizontal, como consequência da falta de ação da força da
gravidade.
Parto em Posição Litotômica: resultados
Huang et.al., 2019; Sabatino, 2010.
Ao longo da prática as pesquisas descrevem
que a posição litotômica tem como resultado:
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Se esta não é uma informação nova e tem sido discutida há
anos, qual a dificuldade de permitir que a mulher escolha
como deseja se mover e se posicionar no parto e nascimento?
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Vamos ver os benefícios
da livre movimentação
para o trabalho de parto
e nascimento.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Para as parturientes, a liberdade de
movimentação pode melhorar muito seu
senso de controle, permitindo a vivência de
uma experiência positiva de parto.
• Pode diminuir o tempo total de trabalho de
parto.
• Favorece o processo de descida fetal
facilitando o alinhamento do feto aos planos
da pelve materna.
• Proporciona maior mobilidade do sacro,
promovendo mais espaço para o feto no
estreito inferior da pelve.
Benefícios da Livre Movimentação
Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang
et.al., 2019; Berta et al., 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Promovem bem estar materno e fetal
pois podem evitar a compressão dos
vasos intra-abdominais, especialmente
de veia cava inferior, portanto, menos
padrões de frequência cardíaca fetal não
tranquilizadoras.
• Melhor equilíbrio ácido básico materno e
fetal em posições não supinas.
• Descompressão do diafragma materno.
Benefícios da Livre Movimentação
Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Por ação da gravidade, a mulher em posição
vertical recebe uma força extra, calculada de 30% a
40% em milímetros de mercúrio, para empurrar o
bebê.
• Contrações uterinas mais eficientes pela melhor
circulação uterina.
• Contrações mais suportáveis
• Permite que a mulher busque posições de conforto
durante a contração, o que pode promover
analgesia não farmacológica.
Benefícios da Livre Movimentação
Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Diminuição da solicitação de analgesia.
• Diminuição de lacerações graves,
provavelmente relacionada a adaptação
gradual do períneo a descida da cabeça
fetal.
• Diminuição do número de parto
instrumental.
• Redução da realização de episiotomias.
Benefícios da Livre Movimentação
Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Fatores de Ricos da Livre Movimentação
Gupta et al, 2017; Sabatino, 2010.
• Uma revisão da Cochrane de 2017 descreve que existe nos partos em posições não
litotômicas, um risco aumentado de perda de sangue superior a 500 ml. Porém, pela falta
de dados para se fazer tais afirmações, em vista do risco variável de viés dos estudos
revisados, pesquisas adicionais usando protocolos bem desenhados são necessários para
determinar os verdadeiros riscos das várias possibilidades de posições para o nascimento.
• Uma pesquisa de 2010, ressalta que a perda sanguínea, medida pela diferença nas médias
de hematócrito e hemoglobina antes e depois do parto, foi significativamente menor na
posição cócoras-supino, quando após o parto a mãe é convidada a deitar-se.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Distócia de Ombros em Posição Não Litotômica
• Outro fator que pode dificultar a livre movimentação da parturiente principalmente no
período expulsivo é o medo da necessidade de manobras para Distócias de Ombro.
• O mnemônico para resolução das distócias mais usados o ALEERTA – ALSO, parte do
princípio de que a mulher está em posição litotômica e as manobras são iniciadas a partir
da litotomia. Apenas na ação final do mnemônico, caso a distócia não tenha sido resolvida
considera-se mudar a mulher de posição (quatro apoios ou Gaskin – que resolve cerca de
80% das distócias), neste sentido a abordagem tem limitações para partos assistidos em
outras posições, pois a mulher deve estar em litotomia para a intervenção.
Amorim e Katz, 2008; Amorim et al, 2013; Davis et al, 2020.
Vale ressaltar que a episiotomia não é útil na distócia de ombros, porque o problema
neste caso é uma desproporção dos ombros fetais com a pelve óssea, e não com o
períneo materno.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Em 2013 foi publicado um artigo
brasileiro, com uma nova proposta de
mnemônico de atendimento às distócias
de ombro, o algoritmo A SAÍDA.
Este algoritmo foi pensado para a
resolução de distócias de ombro nas
mulheres que estão em posições
verticais, ou simplesmente não estão
presas a uma maca ou mesa cirúrgica. A
principal mudança proposta é o uso de
manobras menos invasivas.
A
Avisar a parturiente; chamar ajuda;
anestesista a postos, aumentar o
agachamento (McRoberts modificada)
S Pressão supra púbica
A Alterar a posição para quatro apoio
Í
Manobras internas
Manobra Rubin
Manobra Wood
Manobra Parafuso invertido
D Desprender o ombro posterior
A Avaliar manobras de resgate
Distócia de Ombros em Posição
Não Litotômica
Amorim et al, 2013; Febrasgo, 2017.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Episiotomia em Posições Não Litotômicas
Porém quando analisamos com base nas evidências científicas temos os seguintes resultados:
1. Não há diferença nos resultados perinatais nem redução da incidência de asfixia nos partos com
episiotomia seletiva vs. episiotomia de rotina.
2. Não há proteção do assoalho pélvico materno: a episiotomia de rotina não protege contra
incontinência urinária ou fecal, e tampouco contra o prolapso genital, associando-se com redução
da força muscular do assoalho pélvico em relação aos casos de lacerações perineais espontâneas.
3. A perda sanguínea é menor, há menor necessidade de sutura e há menor frequência de dor
perineal quando não se realiza episiotomia de rotina.
Thacker et al, 1983; Woolley, 1995; Visco e Tocca, 1996; Myers et al, 1999; Hartmann et al, 2005; Carroli, 2009; Amorim et al, 2009 e 2010.
A recomendação atual da Organização Mundial de Saúde não é de proibir a episiotomia, mas de
restringir seu uso, admitindo-se que em alguns casos ela pode ser necessária, embora não esteja
claro em quais ocasiões deveria o procedimento ser realizado.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
5. A episiotomia é uma laceração perineal de segundo grau, e quando ela não é realizada pode não ocorrer
nenhuma laceração ou surgirem lacerações anteriores, de primeiro ou segundo graus, mas de melhor
prognóstico. Verifica-se importante redução de trauma posterior quando não se realiza episiotomia de
rotina.
6. A episiotomia não reduz o dano perineal, ao contrário, aumenta-o: uma prática de episiotomia restritiva
reduz o risco de lesão perineal grave.
7. Nas episiotomias medianas é maior o risco de lacerações de terceiro ou quarto graus.
8. A episiotomia aumenta a chance de dor pós-parto e dispareunia.
9. A episiotomia pode cursar com complicações como edema, deiscência, infecção e hematoma.
10.A prática da episiotomia acarreta maiores custos hospitalares.
Episiotomia em Posições Não Litotômicas
Thacker, 1983; Woolley, 1995; Visco e Tocca, 1996; Myers et al, 1999; Hartmann et al, 2005; Carroli et al, 2009; Amorim et al 2009 e 2010.
A episiotomia não deveria ser considerada na assistência ao parto, independente
da posição materna, por não existir evidências que sustentem a prática.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Lacerações em Posições Não Litotômicas
• As duas principais causas de trauma perineal são as rupturas naturais e a episiotomia.
Estudos demonstram que as posições supinas e litotômicas estão associadas a lesões
perineais graves, neste sentido evitar essas posições se torna uma ação protetiva na
assistência a mulher.
• Algumas posições não litotômicas, adotadas pelas parturientes durante o expulsivo
parecem estar relacionadas a um risco aumentado de lacerações de segundo grau,
enquanto outras posições como quatro apoios e decúbito lateral a um menor número de
lesões perineais. Não sendo descrito um aumento de lacerações de terceiro e quarto grau
em posições não litotômicas e sem episiotomia, quando comparados a nascimentos em
posição litotômica. Porém, pela falta de dados para se fazer tais afirmações, em vista do
risco variável de viés dos estudos revisados, pesquisas adicionais usando protocolos bem
desenhados são necessários para determinar os verdadeiros riscos das várias
possibilidades de posições para o nascimento.
Gupta el al, 2017; Huang et al, 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Posições Possíveis Durante o Trabalho De Parto e Parto
• Cócoras
• Agachada
• Em pé com os dois pés no chão
• Em pé com uma das pernas apoiadas
• Em decúbito lateral
• Sentada na bola
• Em suspensão
• Tronco apoiado e penas assimétricas
• Na banheira sentada ou de quatro apoios
• Movimentos livres com o corpo (dançar)
• Caminhar
• Deitada de lado com travesseiros ou bola
feijão entre as pernas
• Em pé ou sentada no chuveiro
• Joelho/Quatro apoios na bola, na cama ou
no chão
• Na banqueta
• No chuveiro em pé, de cócoras ou na
banqueta
• Na banheira sentada ou de quatro apoios
Calais et al, 2013; Huang et al, 2019.
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
Quem decide a posição para parir, é quem está parindo!
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POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Sabatino H. Parto na vertical. RBM-GO 1997 abril; 8(2): 51-64.
• Gayeski, Michele Edianez, & Brüggemann, Odaléa Maria. (2009). Percepções de puérperas sobre a vivência de parir na posição vertical e horizontal.
Revista Latino-Americana de Enfermagem, 17(2), 153-159.
• Mamede, Fabiana Villela, Mamede, Marli Villela, & Dotto, Leila Maria Geromel. (2007). Reflexões sobre deambulação e posição materna no trabalho de
parto e parto. Escola Anna Nery, 11(2), 331-336.
• Jing Huang, Yu Zang, Li-Hua Ren, Feng-Juan Li, & Hong Lu (2019). A review and comparison of common maternal positions during the second-stage of
labor. International Journal of Nursing Sciences, 6(4), 460-467.
• Berta, M., Lindgren, H., Christensson, K. et al. Effect of maternal birth positions on duration of second stage of labor: systematic review and meta-analysis.
BMC Pregnancy Childbirth 19, 466 (2019).
• Sabatino H, Dunn PM, Caldeyro-Barcia R. Parto humanizado: formas alternativas. Campinas (SP): Ed Unicamp; 2000.
• Gizzo, G. (2014). Women’s Choice of Positions during Labour: Return to the Past or a Modern Way to Give Birth? A Cohort Study in Italy. BioMed Research
International, 2014, 638093.
• Hugo Sabatino, Análise crítica dos benefícios do parto normal em distintas posições. Tempus Actas de Saúde Coletiva: v. 4 n. 4 (2010): ReHuNa – Rede pela
Humanização do Parto e Nascimento
• Gupta JK, Sood A, Hofmeyr GJ, Vogel JP. Position in the second stage of labour for women without epidural anaesthesia. Cochrane Database Syst Rev. 2017
May 25;5(5):CD002006. doi: 10.1002/14651858.CD002006.pub4. PMID: 28539008; PMCID: PMC6484432.
• Amorim MMR, Duarte AC, Andreucci CB, Knobel R, Takemoto ML . Distocia de ombro: proposta de um novo algorítmo para conduta em partos em
posições não supinas FEMINA | Maio/Junho 2013 | vol 41 | no 3
• Davis DD, Roshan A, Canela CD, Varacallo M. Shoulder Dystocia. 2020 Dec 2. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan–.
PMID: 29261950.
• Amorim MMR de, Katz L. O papel da episiotomia na obstetrícia moderna. Femina. 2008;36:47-54.
• Hartmann K, Viswanathan M, Palmieri R, Gartlehner G, Thorp J Jr, Lohr KN. Outcomes of routine episiotomy: a systematic review. JAMA. 2005 May
4;293(17):2141-8. doi: 10.1001/jama.293.17.2141. PMID: 15870418.
Referências
portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO:
BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
• Myers-Helfgott MG, Helfgott AW. Routine use of episiotomy in modern obstetrics. Should it be performed? Obstet Gynecol Clin North Am. 1999
Jun;26(2):305-25. doi: 10.1016/s0889-8545(05)70077-2. PMID: 10399764.
• Thacker SB, Banta HD. Benefits and risks of episiotomy: an interpretative review of the English language literature, 1860-1980. Obstet Gynecol Surv. 1983
Jun;38(6):322-38. PMID: 6346168.
• Carroli G, Mignini L. Episiotomy for vaginal birth. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jan 21;(1):CD000081. doi: 10.1002/14651858.CD000081.pub2. Update
in: Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 08;2:CD000081. PMID: 19160176; PMCID: PMC4175536.
• Woolley RJ. Benefits and risks of episiotomy: a review of the English-language literature since 1980. Part II. Obstet Gynecol Surv. 1995 Nov;50(11):821-35.
doi: 10.1097/00006254-199511000-00021. PMID: 8545087.
• Visco P, Tocca A, Russo PL. Considerazioni sull’episiotomia: aspetti clinici, tecnici e psicologici [Episiotomy: clinical, technical and psychological aspects].
Minerva Ginecol. 1996 Jan-Feb;48(1-2):39-43. Italian. PMID: 8750489.
• Amorim MMR, Maia SB, Leite DFB, et al. Assistência humanizada ao parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA): resultados maternos. Saúde
Ciência. 2010;1:80-6.
• Amorim, M., Melo, F., Leite, D., Maia, S., Radaci, I., Melo, A., Souza, A. and Alves, J. (2009), V30 Humanization of childbirth in Brazil: results in a public
maternity in Northeast. International Journal of Gynecology & Obstetrics, 107: S405-S405. https://doi.org/10.1016/S0020-7292(09)61467-3.
• Amorim MMR, Melo FO, Leite D, et al. Humanization of childbirth in a public hospital of Brazil: maternal and neonatal outcomes. International Journal of
Gynecology & Obstetrics. 2009;107:S93–S396.
• Febrasgo. Distócia de Ombro. Sexta, 01 Dezembro 2017. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/259-distocia-de-ombro
• Calais-Germain, Blandine. A pleve feminina e o parto: compreendendo a impotância do movimento pélvico durante o trabalho de parto. Barueri, SP:
Manole, 2013.
Referências
portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Material de 26 de março de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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Posições da Mulher durante o Trabalho de Parto e Parto: benefícios da livre movimentação

  • 1. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br ATENÇÃO ÀS MULHERES POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO
  • 2. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO A mulher, que está vivenciando/sentindo em seu próprio corpo, precisa estar livre para mover-se e posicionar-se de forma que encontre conforto e alívio. Este é o caminho para um parto fisiológico e uma experiência positiva.
  • 3. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Objetivos dessa apresentação: • Expor os benefícios de permitir que mulheres em trabalho de parto definam qual a melhor posição para elas durante todo o processo, inclusive no período expulsivo.
  • 4. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Nas mais diferentes culturas, as vivências do parto foram de caráter íntimo e privado, e uma experiência compartilhada entre mulheres (parteiras e outras mulheres da comunidade), e a maioria das mulheres de todas as raças e culturas adotava a posição vertical durante o trabalho de parto e parto. • Entre os séculos XVI e XVII surge na assistência ao parto a figura do cirurgião, que no período era vista com ansiedade e medo pois o médico só era chamado para casos com intercorrências. • No ensino médico, a obstetrícia nasce como especialidade em 1806, sob a tutela cirúrgica. Os primeiros profissionais que atendiam ao parto estavam mais focados na hemostase, sutura e drenagem, fato que retardou o desenvolvimento de um saber voltado às particularidades da gestação e da fisiologia do parto. Parto em Posição Litotômica: quando a prática começou? Sabatino, 1997; Mamede, 2007; Gayeski e Brüggemann, 2009.
  • 5. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Com a hospitalização/medicalização da assistência ao parto e a invenção do fórceps obstétrico (Hugh Chamberlen, 1670), ocorreram várias mudanças no processo de assistir ao parto e uma delas diz respeito à postura e à posição adotadas pela mulher durante o período de dilatação, expulsão e dequitação. • Atribui-se a François Mauriceau, médico francês do século XVII, a maior influência na mudança da posição da mulher no parto de vertical para semi reclinada. Neste contexto a posição litotômica se estabeleceu em definitivo por facilitar o trabalho do profissional para extrair a criança, observar atentamente a situação do períneo e realizar a episiotomia. Parto em Posição Litotômica: quando a prática começou? Sabatino, 1997; Mamede, 2007; Gayeski e Brüggemann, 2009; Gupta, 2017.
  • 6. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Há mais de 130 anos, um médico chamado Engelmann descreveu que: “o fato das mulheres não civilizadas evitarem a posição litotômica para o parto, deveria ser evidência suficiente de que esta posição não era desejável.” • Estudos realizados na década de 60 e 70 com mulheres de culturas mais primitivas evidenciaram que menos de 20% das mulheres escolhiam parir em posições deitadas. • Imagens do livro "Training for childbirth: From the mother's point of view", publicado em janeiro de 1945, cuja autoria é de Minnie Randell mostra que há quase 75 anos já se ensinava sobre verticalização do parto, ou seja, essa não é uma orientação/questionamento recente. Reynolds, 1991. Parto em Posição Litotômica: questionamentos
  • 7. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Maior risco de trauma perineal; • Maior risco de incontinência urinária; • Menor mobilidade do sacro, dificultando a descida fetal; • Relatos de experiência mais dolorosas no parto; • Trabalho de partos comparativamente mais longos; • Alterações dos padrões de frequência cardíaca fetal de forma não tranquilizadora; • A mulher deve utilizar um aumento de 35% da força total do parto quando realiza os esforços do puxo em posição horizontal, como consequência da falta de ação da força da gravidade. Parto em Posição Litotômica: resultados Huang et.al., 2019; Sabatino, 2010. Ao longo da prática as pesquisas descrevem que a posição litotômica tem como resultado:
  • 8. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Se esta não é uma informação nova e tem sido discutida há anos, qual a dificuldade de permitir que a mulher escolha como deseja se mover e se posicionar no parto e nascimento?
  • 9. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Vamos ver os benefícios da livre movimentação para o trabalho de parto e nascimento.
  • 10. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Para as parturientes, a liberdade de movimentação pode melhorar muito seu senso de controle, permitindo a vivência de uma experiência positiva de parto. • Pode diminuir o tempo total de trabalho de parto. • Favorece o processo de descida fetal facilitando o alinhamento do feto aos planos da pelve materna. • Proporciona maior mobilidade do sacro, promovendo mais espaço para o feto no estreito inferior da pelve. Benefícios da Livre Movimentação Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
  • 11. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Promovem bem estar materno e fetal pois podem evitar a compressão dos vasos intra-abdominais, especialmente de veia cava inferior, portanto, menos padrões de frequência cardíaca fetal não tranquilizadoras. • Melhor equilíbrio ácido básico materno e fetal em posições não supinas. • Descompressão do diafragma materno. Benefícios da Livre Movimentação Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
  • 12. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Por ação da gravidade, a mulher em posição vertical recebe uma força extra, calculada de 30% a 40% em milímetros de mercúrio, para empurrar o bebê. • Contrações uterinas mais eficientes pela melhor circulação uterina. • Contrações mais suportáveis • Permite que a mulher busque posições de conforto durante a contração, o que pode promover analgesia não farmacológica. Benefícios da Livre Movimentação Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
  • 13. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Diminuição da solicitação de analgesia. • Diminuição de lacerações graves, provavelmente relacionada a adaptação gradual do períneo a descida da cabeça fetal. • Diminuição do número de parto instrumental. • Redução da realização de episiotomias. Benefícios da Livre Movimentação Sabatino, 2000 e 2010; Gizzo et.al, 2014; Huang et.al., 2019; Berta et al., 2019.
  • 14. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Fatores de Ricos da Livre Movimentação Gupta et al, 2017; Sabatino, 2010. • Uma revisão da Cochrane de 2017 descreve que existe nos partos em posições não litotômicas, um risco aumentado de perda de sangue superior a 500 ml. Porém, pela falta de dados para se fazer tais afirmações, em vista do risco variável de viés dos estudos revisados, pesquisas adicionais usando protocolos bem desenhados são necessários para determinar os verdadeiros riscos das várias possibilidades de posições para o nascimento. • Uma pesquisa de 2010, ressalta que a perda sanguínea, medida pela diferença nas médias de hematócrito e hemoglobina antes e depois do parto, foi significativamente menor na posição cócoras-supino, quando após o parto a mãe é convidada a deitar-se.
  • 15. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Distócia de Ombros em Posição Não Litotômica • Outro fator que pode dificultar a livre movimentação da parturiente principalmente no período expulsivo é o medo da necessidade de manobras para Distócias de Ombro. • O mnemônico para resolução das distócias mais usados o ALEERTA – ALSO, parte do princípio de que a mulher está em posição litotômica e as manobras são iniciadas a partir da litotomia. Apenas na ação final do mnemônico, caso a distócia não tenha sido resolvida considera-se mudar a mulher de posição (quatro apoios ou Gaskin – que resolve cerca de 80% das distócias), neste sentido a abordagem tem limitações para partos assistidos em outras posições, pois a mulher deve estar em litotomia para a intervenção. Amorim e Katz, 2008; Amorim et al, 2013; Davis et al, 2020. Vale ressaltar que a episiotomia não é útil na distócia de ombros, porque o problema neste caso é uma desproporção dos ombros fetais com a pelve óssea, e não com o períneo materno.
  • 16. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Em 2013 foi publicado um artigo brasileiro, com uma nova proposta de mnemônico de atendimento às distócias de ombro, o algoritmo A SAÍDA. Este algoritmo foi pensado para a resolução de distócias de ombro nas mulheres que estão em posições verticais, ou simplesmente não estão presas a uma maca ou mesa cirúrgica. A principal mudança proposta é o uso de manobras menos invasivas. A Avisar a parturiente; chamar ajuda; anestesista a postos, aumentar o agachamento (McRoberts modificada) S Pressão supra púbica A Alterar a posição para quatro apoio Í Manobras internas Manobra Rubin Manobra Wood Manobra Parafuso invertido D Desprender o ombro posterior A Avaliar manobras de resgate Distócia de Ombros em Posição Não Litotômica Amorim et al, 2013; Febrasgo, 2017.
  • 17. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Episiotomia em Posições Não Litotômicas Porém quando analisamos com base nas evidências científicas temos os seguintes resultados: 1. Não há diferença nos resultados perinatais nem redução da incidência de asfixia nos partos com episiotomia seletiva vs. episiotomia de rotina. 2. Não há proteção do assoalho pélvico materno: a episiotomia de rotina não protege contra incontinência urinária ou fecal, e tampouco contra o prolapso genital, associando-se com redução da força muscular do assoalho pélvico em relação aos casos de lacerações perineais espontâneas. 3. A perda sanguínea é menor, há menor necessidade de sutura e há menor frequência de dor perineal quando não se realiza episiotomia de rotina. Thacker et al, 1983; Woolley, 1995; Visco e Tocca, 1996; Myers et al, 1999; Hartmann et al, 2005; Carroli, 2009; Amorim et al, 2009 e 2010. A recomendação atual da Organização Mundial de Saúde não é de proibir a episiotomia, mas de restringir seu uso, admitindo-se que em alguns casos ela pode ser necessária, embora não esteja claro em quais ocasiões deveria o procedimento ser realizado.
  • 18. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO 5. A episiotomia é uma laceração perineal de segundo grau, e quando ela não é realizada pode não ocorrer nenhuma laceração ou surgirem lacerações anteriores, de primeiro ou segundo graus, mas de melhor prognóstico. Verifica-se importante redução de trauma posterior quando não se realiza episiotomia de rotina. 6. A episiotomia não reduz o dano perineal, ao contrário, aumenta-o: uma prática de episiotomia restritiva reduz o risco de lesão perineal grave. 7. Nas episiotomias medianas é maior o risco de lacerações de terceiro ou quarto graus. 8. A episiotomia aumenta a chance de dor pós-parto e dispareunia. 9. A episiotomia pode cursar com complicações como edema, deiscência, infecção e hematoma. 10.A prática da episiotomia acarreta maiores custos hospitalares. Episiotomia em Posições Não Litotômicas Thacker, 1983; Woolley, 1995; Visco e Tocca, 1996; Myers et al, 1999; Hartmann et al, 2005; Carroli et al, 2009; Amorim et al 2009 e 2010. A episiotomia não deveria ser considerada na assistência ao parto, independente da posição materna, por não existir evidências que sustentem a prática.
  • 19. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Lacerações em Posições Não Litotômicas • As duas principais causas de trauma perineal são as rupturas naturais e a episiotomia. Estudos demonstram que as posições supinas e litotômicas estão associadas a lesões perineais graves, neste sentido evitar essas posições se torna uma ação protetiva na assistência a mulher. • Algumas posições não litotômicas, adotadas pelas parturientes durante o expulsivo parecem estar relacionadas a um risco aumentado de lacerações de segundo grau, enquanto outras posições como quatro apoios e decúbito lateral a um menor número de lesões perineais. Não sendo descrito um aumento de lacerações de terceiro e quarto grau em posições não litotômicas e sem episiotomia, quando comparados a nascimentos em posição litotômica. Porém, pela falta de dados para se fazer tais afirmações, em vista do risco variável de viés dos estudos revisados, pesquisas adicionais usando protocolos bem desenhados são necessários para determinar os verdadeiros riscos das várias possibilidades de posições para o nascimento. Gupta el al, 2017; Huang et al, 2019.
  • 20. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Posições Possíveis Durante o Trabalho De Parto e Parto • Cócoras • Agachada • Em pé com os dois pés no chão • Em pé com uma das pernas apoiadas • Em decúbito lateral • Sentada na bola • Em suspensão • Tronco apoiado e penas assimétricas • Na banheira sentada ou de quatro apoios • Movimentos livres com o corpo (dançar) • Caminhar • Deitada de lado com travesseiros ou bola feijão entre as pernas • Em pé ou sentada no chuveiro • Joelho/Quatro apoios na bola, na cama ou no chão • Na banqueta • No chuveiro em pé, de cócoras ou na banqueta • Na banheira sentada ou de quatro apoios Calais et al, 2013; Huang et al, 2019.
  • 21. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO Quem decide a posição para parir, é quem está parindo!
  • 22. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Sabatino H. Parto na vertical. RBM-GO 1997 abril; 8(2): 51-64. • Gayeski, Michele Edianez, & Brüggemann, Odaléa Maria. (2009). Percepções de puérperas sobre a vivência de parir na posição vertical e horizontal. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 17(2), 153-159. • Mamede, Fabiana Villela, Mamede, Marli Villela, & Dotto, Leila Maria Geromel. (2007). Reflexões sobre deambulação e posição materna no trabalho de parto e parto. Escola Anna Nery, 11(2), 331-336. • Jing Huang, Yu Zang, Li-Hua Ren, Feng-Juan Li, & Hong Lu (2019). A review and comparison of common maternal positions during the second-stage of labor. International Journal of Nursing Sciences, 6(4), 460-467. • Berta, M., Lindgren, H., Christensson, K. et al. Effect of maternal birth positions on duration of second stage of labor: systematic review and meta-analysis. BMC Pregnancy Childbirth 19, 466 (2019). • Sabatino H, Dunn PM, Caldeyro-Barcia R. Parto humanizado: formas alternativas. Campinas (SP): Ed Unicamp; 2000. • Gizzo, G. (2014). Women’s Choice of Positions during Labour: Return to the Past or a Modern Way to Give Birth? A Cohort Study in Italy. BioMed Research International, 2014, 638093. • Hugo Sabatino, Análise crítica dos benefícios do parto normal em distintas posições. Tempus Actas de Saúde Coletiva: v. 4 n. 4 (2010): ReHuNa – Rede pela Humanização do Parto e Nascimento • Gupta JK, Sood A, Hofmeyr GJ, Vogel JP. Position in the second stage of labour for women without epidural anaesthesia. Cochrane Database Syst Rev. 2017 May 25;5(5):CD002006. doi: 10.1002/14651858.CD002006.pub4. PMID: 28539008; PMCID: PMC6484432. • Amorim MMR, Duarte AC, Andreucci CB, Knobel R, Takemoto ML . Distocia de ombro: proposta de um novo algorítmo para conduta em partos em posições não supinas FEMINA | Maio/Junho 2013 | vol 41 | no 3 • Davis DD, Roshan A, Canela CD, Varacallo M. Shoulder Dystocia. 2020 Dec 2. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan–. PMID: 29261950. • Amorim MMR de, Katz L. O papel da episiotomia na obstetrícia moderna. Femina. 2008;36:47-54. • Hartmann K, Viswanathan M, Palmieri R, Gartlehner G, Thorp J Jr, Lohr KN. Outcomes of routine episiotomy: a systematic review. JAMA. 2005 May 4;293(17):2141-8. doi: 10.1001/jama.293.17.2141. PMID: 15870418. Referências
  • 23. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO • Myers-Helfgott MG, Helfgott AW. Routine use of episiotomy in modern obstetrics. Should it be performed? Obstet Gynecol Clin North Am. 1999 Jun;26(2):305-25. doi: 10.1016/s0889-8545(05)70077-2. PMID: 10399764. • Thacker SB, Banta HD. Benefits and risks of episiotomy: an interpretative review of the English language literature, 1860-1980. Obstet Gynecol Surv. 1983 Jun;38(6):322-38. PMID: 6346168. • Carroli G, Mignini L. Episiotomy for vaginal birth. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jan 21;(1):CD000081. doi: 10.1002/14651858.CD000081.pub2. Update in: Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 08;2:CD000081. PMID: 19160176; PMCID: PMC4175536. • Woolley RJ. Benefits and risks of episiotomy: a review of the English-language literature since 1980. Part II. Obstet Gynecol Surv. 1995 Nov;50(11):821-35. doi: 10.1097/00006254-199511000-00021. PMID: 8545087. • Visco P, Tocca A, Russo PL. Considerazioni sull’episiotomia: aspetti clinici, tecnici e psicologici [Episiotomy: clinical, technical and psychological aspects]. Minerva Ginecol. 1996 Jan-Feb;48(1-2):39-43. Italian. PMID: 8750489. • Amorim MMR, Maia SB, Leite DFB, et al. Assistência humanizada ao parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA): resultados maternos. Saúde Ciência. 2010;1:80-6. • Amorim, M., Melo, F., Leite, D., Maia, S., Radaci, I., Melo, A., Souza, A. and Alves, J. (2009), V30 Humanization of childbirth in Brazil: results in a public maternity in Northeast. International Journal of Gynecology & Obstetrics, 107: S405-S405. https://doi.org/10.1016/S0020-7292(09)61467-3. • Amorim MMR, Melo FO, Leite D, et al. Humanization of childbirth in a public hospital of Brazil: maternal and neonatal outcomes. International Journal of Gynecology & Obstetrics. 2009;107:S93–S396. • Febrasgo. Distócia de Ombro. Sexta, 01 Dezembro 2017. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/259-distocia-de-ombro • Calais-Germain, Blandine. A pleve feminina e o parto: compreendendo a impotância do movimento pélvico durante o trabalho de parto. Barueri, SP: Manole, 2013. Referências
  • 24. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Material de 26 de março de 2021 Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Eixo: Atenção às Mulheres Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal. ATENÇÃO ÀS MULHERES POSIÇÕES DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO E PARTO: BENEFÍCIOS DA LIVRE MOVIMENTAÇÃO