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A Epidemia de Cesarianas no Brasil A cesariana ou parto cesáreo é uma intervenção cirúrgica originalmente criada para aliviar condições maternas ou fetais, quando há riscos para a mãe, para o bebê, ou para ambos, no decorrer do parto. Quando bem indicada, como em casos de sofrimento fetal durante o trabalho de parto (que prejudica a oxigenação do bebê); ou quando ocorre um descolamento da placenta, a operação cesariana é uma tecnologia que salva vidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (1985), a taxa ideal de partos cesáreos deve se manter em torno de 7-10% (não ultrapassando 15%). Entretanto, nos últimos 37 anos testemunhamos uma epidemia mundial de cesarianas. Muitas cesarianas realizadas em todo o mundo são medicamente desnecessárias. As repercussões disso são bastante sérias: segundo o Conselho Federal de Medicina (1997), as cesáreas acarretam quatro vezes mais risco de infecção pós-parto, três vezes mais risco de mortalidade e morbidade materna, aumento dos riscos de prematuridade e mortalidade neonatal, recuperação mais difícil da mãe, maior período de separação entre mãe/bebê com retardo do início da amamentação e elevação de gastos para o sistema de saúde. O assunto não é novo. O Ministério da Saúde persegue a diminuição das taxas de cesarianas no Brasil há décadas. Em 1997, o Conselho Federal de Medicina lançou a campanha 
Natural é o Parto Normal
. Após essa campanha, o MS intensificou o Programa de Assistência à Saúde da Mulher, com medidas como aumento de recursos para os procedimentos de partos normais ou cesarianos, incentivo à criação de serviços de alto risco com remuneração diferenciada, pagamento de analgesia nos partos normais e de UTI neonatal, entre outras. Apesar de todas as medidas adotadas para coibir as cesáreas desnecessárias, o número continua a subir, mostrando que outras estratégias se fazem necessárias. O Brasil é um dos líderes mundiais em cesarianas, com taxas, desde o início da década de 80, em torno de 30% (na saúde pública, houve crescimento das taxas de cesáreas, de 14,6% em 1970 para 31,0% em 1987, chegando a 27,5% em 2004). Na saúde privada (planos de saúde), segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a situação é ainda pior, com taxas em torno dos 80% (2006).  Vários trabalhos apontam para indicações não médicas, ou seja, fatores sócio-culturais, como possíveis explicações para taxas tão altas, dentre elas: as conveniências de tempo e financeiras para o profissional médico; o modelo de organização da assistência obstétrica no país; a falta de leitos nos pré-partos dos hospitais; a cultura da “cesariana a pedido” e a possibilidade de realização concomitante de ligadura de trompas durante a cirurgia. Muitas mulheres associam o parto vaginal à dor e desconhecem o fato de que pode-se utilizar anestesia / analgesia durante o processo. Outro medo comum nas gestantes é o relacionado à elasticidade vaginal, que poderia ficar comprometida após o parto. As mulheres precisam estar cientes de que nascimentos por via vaginal e com períneo intacto são plenamente possíveis na maioria das vezes, não causando ”frouxidão do períneo”, nem problemas sexuais no futuro. A episiotomia (corte no períneo que ajuda o bebê a passar), pode ser feita, mas estudos baseados em evidências científicas mostram que nem sempre, ela é necessária. Mesmo nos dias de hoje, as cesarianas não são isentas de risco. À exceção das situações em que existem indicações médicas precisas para cesariana, o correto é esperar o início do trabalho de parto e aguardar sua evolução. Se tudo correr bem, não há motivo para realizá-la. Programar o nascimento, sem nem mesmo  deixar a gestante entrar em trabalho de parto, transformando um ato fisiológico (o parto normal), em um ato operatório (parto cesáreo), traz muitas desvantagens para a mulher e para o bebê. Mulheres que dão à luz por meio de parto vaginal /normal têm recuperação mais rápida e maior facilidade no início da amamentação (pois estímulos hormonais naturalmente se encarregam de “fazer o leite descer”). Estudos mostram que quando a gestante está bem informada sobre essas possibilidades, o parto tem maiores chances de ser mais saudável  e ela pode expressar maior satisfação com a experiência. Recentemente, o Ministério da Saúde retomou a discussão e até janeiro de 2007, diversos estados haviam aderido ao pacto de redução das taxas de cesárea no SUS, que pretende manter as taxas em cerca de 10% ao ano.  Em 2008, a ANS e o Ministério da Saúde também pretendem incentivar a realização de partos normais nos planos de saúde. Tanto a classe médica, quanto a população devem ser conscientizadas para os riscos do uso irracional das cesarianas. Dra. Isabella V. de Oliveira 17/12/2007
A Epidemia De Cesarianas No Brasil

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A Epidemia De Cesarianas No Brasil

  • 1. A Epidemia de Cesarianas no Brasil A cesariana ou parto cesáreo é uma intervenção cirúrgica originalmente criada para aliviar condições maternas ou fetais, quando há riscos para a mãe, para o bebê, ou para ambos, no decorrer do parto. Quando bem indicada, como em casos de sofrimento fetal durante o trabalho de parto (que prejudica a oxigenação do bebê); ou quando ocorre um descolamento da placenta, a operação cesariana é uma tecnologia que salva vidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (1985), a taxa ideal de partos cesáreos deve se manter em torno de 7-10% (não ultrapassando 15%). Entretanto, nos últimos 37 anos testemunhamos uma epidemia mundial de cesarianas. Muitas cesarianas realizadas em todo o mundo são medicamente desnecessárias. As repercussões disso são bastante sérias: segundo o Conselho Federal de Medicina (1997), as cesáreas acarretam quatro vezes mais risco de infecção pós-parto, três vezes mais risco de mortalidade e morbidade materna, aumento dos riscos de prematuridade e mortalidade neonatal, recuperação mais difícil da mãe, maior período de separação entre mãe/bebê com retardo do início da amamentação e elevação de gastos para o sistema de saúde. O assunto não é novo. O Ministério da Saúde persegue a diminuição das taxas de cesarianas no Brasil há décadas. Em 1997, o Conselho Federal de Medicina lançou a campanha Natural é o Parto Normal . Após essa campanha, o MS intensificou o Programa de Assistência à Saúde da Mulher, com medidas como aumento de recursos para os procedimentos de partos normais ou cesarianos, incentivo à criação de serviços de alto risco com remuneração diferenciada, pagamento de analgesia nos partos normais e de UTI neonatal, entre outras. Apesar de todas as medidas adotadas para coibir as cesáreas desnecessárias, o número continua a subir, mostrando que outras estratégias se fazem necessárias. O Brasil é um dos líderes mundiais em cesarianas, com taxas, desde o início da década de 80, em torno de 30% (na saúde pública, houve crescimento das taxas de cesáreas, de 14,6% em 1970 para 31,0% em 1987, chegando a 27,5% em 2004). Na saúde privada (planos de saúde), segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a situação é ainda pior, com taxas em torno dos 80% (2006). Vários trabalhos apontam para indicações não médicas, ou seja, fatores sócio-culturais, como possíveis explicações para taxas tão altas, dentre elas: as conveniências de tempo e financeiras para o profissional médico; o modelo de organização da assistência obstétrica no país; a falta de leitos nos pré-partos dos hospitais; a cultura da “cesariana a pedido” e a possibilidade de realização concomitante de ligadura de trompas durante a cirurgia. Muitas mulheres associam o parto vaginal à dor e desconhecem o fato de que pode-se utilizar anestesia / analgesia durante o processo. Outro medo comum nas gestantes é o relacionado à elasticidade vaginal, que poderia ficar comprometida após o parto. As mulheres precisam estar cientes de que nascimentos por via vaginal e com períneo intacto são plenamente possíveis na maioria das vezes, não causando ”frouxidão do períneo”, nem problemas sexuais no futuro. A episiotomia (corte no períneo que ajuda o bebê a passar), pode ser feita, mas estudos baseados em evidências científicas mostram que nem sempre, ela é necessária. Mesmo nos dias de hoje, as cesarianas não são isentas de risco. À exceção das situações em que existem indicações médicas precisas para cesariana, o correto é esperar o início do trabalho de parto e aguardar sua evolução. Se tudo correr bem, não há motivo para realizá-la. Programar o nascimento, sem nem mesmo deixar a gestante entrar em trabalho de parto, transformando um ato fisiológico (o parto normal), em um ato operatório (parto cesáreo), traz muitas desvantagens para a mulher e para o bebê. Mulheres que dão à luz por meio de parto vaginal /normal têm recuperação mais rápida e maior facilidade no início da amamentação (pois estímulos hormonais naturalmente se encarregam de “fazer o leite descer”). Estudos mostram que quando a gestante está bem informada sobre essas possibilidades, o parto tem maiores chances de ser mais saudável e ela pode expressar maior satisfação com a experiência. Recentemente, o Ministério da Saúde retomou a discussão e até janeiro de 2007, diversos estados haviam aderido ao pacto de redução das taxas de cesárea no SUS, que pretende manter as taxas em cerca de 10% ao ano. Em 2008, a ANS e o Ministério da Saúde também pretendem incentivar a realização de partos normais nos planos de saúde. Tanto a classe médica, quanto a população devem ser conscientizadas para os riscos do uso irracional das cesarianas. Dra. Isabella V. de Oliveira 17/12/2007