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Licenciatura em Música na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul:
investigando a formação e atuação dos egressos
Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel
PIBID/CAPESUERGS
cristina-wolffenbuttel@uergs.edu.br
Sophia Dessotti
PIBID/CAPESUERGS
sophiadessotti@gmail.com
Ranielly Boff Scheffer
PIBID/CAPESUERGS
raniellyscheffer@gmail.com
Resumo: este trabalho apresenta os resultados da pesquisa concluída sobre os egressos do
curso de Graduação em Música: Licenciatura, da Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul (UERGS). Como objetivo geral, a pesquisa buscou investigar a atuação profissional dos
egressos do curso de Graduação em Música: Licenciatura da Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul. Considerando-se os aspectos metodológicos, a investigação foi desenvolvida
em duas etapas. Na etapa inicial o método utilizado foi o survey interseccional de grande
porte e a aplicação de questionários autoadministrados junto aos estudantes egressos como
técnica para a coleta dos dados. Na etapa subsequente utilizou-se como método a realização
de entrevistas qualitativas e a realização de reuniões virtuais através da constituição de grupo
focal como técnica para a coleta dos dados. Considerando-se a Lei 11.769, de agosto de 2008,
que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na Educação Básica, bem como a
necessidade de os sistemas de ensino se adequarem às legislações vigentes, esta pesquisa pode
contribuir com a inserção da música na Educação Básica, a partir do estudo e análise das
experiências dos estudantes egressos do curso Graduação em Música: Licenciatura, da
UERGS.
Palavras-chave: espaços de atuação profissional, egressos da licenciatura em música,
currículos em educação musical.

Introdução
O trabalho apresenta os resultados da pesquisa concluída sobre egressos do Curso de
Graduação em Música: Licenciatura (CGML), da Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul (UERGS). Ressalta-se que os resultados apresentados representam a realidade dos
egressos do curso da UERGS, não podendo ser generalizados para todos os cursos existentes
no país.

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Conforme Amato (2006), “a formação dos educadores musicais para a prática de
ensino na Educação Básica tem sido um assunto bastante discutido em âmbito acadêmico e
científico” (p. 714). Este tipo de pesquisa vem sendo desenvolvida também em outras áreas
do

conhecimento

(BARBOSA,

GUTFILEN,

GASPARETTO,

2009;

PALHARINI,

PALHARINI, 2008; ALVES, ROSSI, VASCONCELOS, 2003). Estes estudos demonstram,
portanto, uma preocupação quanto aos egressos em geral no Brasil.
Mesmo que o CGML da UERGS seja uma licenciatura, não objetiva, apenas, formar
profissionais que atuem como educadores, mas destacando-se uma característica especial do
CGM, que é a de formar um educador capaz de atuar como professor e artista, assumindo
papeis diversificados no mercado de trabalho. Conforme explica Cereser (2007), atualmente o
mercado de trabalho exige “uma formação onde o licenciando tenha mais contato com o fazer
musical, e o bacharelando com a didática” (p.7) sendo uma necessidade encontrada pelos
licenciandos. Cereser (2007), ao citar a declaração de um licenciando em sua investigação,
elucida a questão:
Acho que hoje em dia ninguém é só professor, ninguém é só bacharel. Acho
que a gente precisa estar preparado, como eu te falei, para chegar lá fora e
poder defender o pão de cada dia com o peito estufado. (CERESER, 2007,
p.7).

De acordo com Cereser (2007), os cursos oferecidos no país formam profissionais
específicos, como músico erudito, professor ou artista. A realidade vivida pelos egressos dos
cursos de música é a de que precisam atuar como artistas e professores ao mesmo tempo;
portanto, neste contexto surge a proposta do CGML da UERGS, uma formação não só
específica, mas integrada à docência.
O CGML, primeiramente denominado Pedagogia da Arte: Qualificação em Música,
teve seu início através de uma parceria entre a UERGS e a Fundação Municipal de Artes de
Montenegro (FUNDARTE), em 2002. A grade curricular do CGML foi elaborada em 2001
sendo, posteriormente, revisada. A proposta atual do curso data, portanto, de 2006.
Considerando-se que já se passaram cerca de sete anos desde a última revisão, torna-se
necessária uma reestruturação da proposta do CGML, o que pode ser obtida, também, através
da consulta aos egressos do curso. Entende-se, portanto, que esta investigação ofereça
subsídios neste sentido.

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Até 1996, a Lei nº 5.692/71 propunha um ensino polivalente na área das artes no
currículo da Educação Básica; nesta proposta, as aulas deveriam ser ministradas por um único
professor que tivesse a competência de conectar todas as diversas linguagens artísticas
fazendo, assim, as linguagens específicas perderem grande influência sobre os estudantes. De
acordo com Figueiredo (2011):
A partir da década de 1970, a Lei n. 5.692/71 trouxe a Educação Artística
para o currículo escolar, estabelecendo a prática da polivalência para as artes
– um professor responsável por todas as áreas artísticas, tendo, como uma de
suas consequências, a superficialização de conteúdos artísticos na escola.
(FIGUEIREDO, 2011, p.6).

Porém, a realidade do cotidiano demonstra que os profissionais da rede pública de
ensino não atuam com o trânsito disciplinar proposto; provavelmente o motivo resida nas
dificuldades encontradas pela formação específica que tiveram, na qual não foram englobadas
as outras artes; a partir daí não só a música, mas a arte como um todo padeceu com estas
questões (WOLFFENBÜTTEL, 2009; HIRSH, 2007; AMATO, 2006; PENNA, 2001).
Segundo Penna (2001) anteriormente à Lei nº 11.769/2008, já havia um espaço
mínimo reservado para a música, mas que não vem ocupando. Em sua investigação,
empreendida com 186 professores da rede pública de ensino da Grande João Pessoa (PB),
Penna coletou dados que fundamentam esta afirmação. Dentre os investigados, apenas 4,83%
são professores de música, tendo a área predominante as Artes Plásticas 1. Outra questão
apontada na literatura em educação musical é que o curso de licenciatura é visto como uma
segunda opção, sendo considerado de qualidade inferior. Dentre as razões para esta concepção
encontra-se o fato de este curso estar vinculado diretamente à profissão de professor e ao
ensino, notadamente concebidas como inferiores. De acordo com Pires (2004), os candidatos,
assim, seguidamente direcionam-se aos bacharelados. Hirsch (2007) corrobora a análise
explicando que a “escassez de recursos materiais e financeiros e de espaço físico adequado,
como uma das principais dificuldades sentidas pelos professores para desenvolver atividades
musicais nas escolas” (p.6).
A este respeito, Pires (2004) afirma, em sua pesquisa sobre as concepções e
implicações da licenciatura em música, que “a concepção de licenciatura como curso
1

Saliente-se que, durante a investigação da autora, Artes Plásticas ainda era a denominação utilizada para a
referência aos professores que desenvolviam atividades atualmente entendidas como Artes Visuais.

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secundário dá-se no nível do instrumento, ou seja, a diferença entre o bacharel e o licenciado
reside na capacidade e desenvoltura para executar bem um instrumento musical” (p.836).
Os resultados desta e de outras pesquisas enfatizam a necessidade de uma
reformulação não apenas no CGML, mas em todos os cursos de música o Brasil, para que,
assim, seja possível rever e repensar as concepções quanto à atuação como profissional da
educação.
Com a Lei nº 11.769/2008, sobre a obrigatoriedade da música na Educação Básica,
torna-se importante esta revisão curricular. Os estudantes do CGML poderão desenvolver
suas atividades profissionais com uma formação sólida e em sintonia com a realidade da
escola atual. Palharini e Palharini (2008) destacam que, dentre as várias características de um
ensino de qualidade, “uma instituição de nível superior só oferecerá uma educação de
qualidade se corresponder às necessidades da sociedade em que se encontra imersa, embora
não seja tarefa fácil especificar quais são essas necessidades” (p.586). Assim, considerando-se
a atual situação do CGML, bem como dos cursos de licenciatura no país, justifica-se a
realização deste projeto.
Outro aspecto importante que impulsionou a pesquisa foi o questionamento quanto à
atuação profissional como educadores dos egressos da UERGS. Como mencionado
anteriormente, o cunho da maioria dos debates quanto à educação musical se dá em relação ao
número de licenciados em música e a sua presença nas redes de ensino do país
(WOLFFENBÜTTEL, 2009; HIRSCH, 2007; AMATO, 2006; PENNA, 2001). Estas
pesquisas revelam que não somente o Rio Grande do Sul está passando por este problema,
mas também outros estados padecem neste sentido; é, portanto, um problema nacional.
Hirsch (2007) apresenta algumas razões para a formação de um círculo vicioso. Para
a autora,
se a música parece não integrar os projetos pedagógicos das escolas, é
pequena a necessidade de professores de música; ao mesmo tempo, se não há
professores de música, talvez as escolas não encontrem sentido em inserir a
música em seus projetos pedagógicos. (HIRSCH, 2007, p.5).

A partir daí foram elaboradas as questões que direcionam a presente pesquisa, quais
sejam: Quais são os espaços profissionais ocupados pelos egressos do CGML da UERGS?
Como se constitui o trabalho pedagógico-musical destes egressos? Quais são as práticas e
metodologias pedagógico-musicais utilizadas por eles? Qual a contribuição do CGML para a

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atuação profissional dos egressos da UERGS? Partindo destes questionamentos, esta pesquisa
objetiva investigar a atuação profissional de egressos do CGML da UERGS.

Percurso Metodológico
Para a obtenção dos dados da pesquisa foram selecionadas duas abordagens
metodológicas, a abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa, constituindo-se um
mixing methods (BRANNEN, 1992).
Na etapa inicial, quando da abordagem quantitativa, foram encaminhados
questionários autoadministrados aos egressos do CGML da UERGS, através da organização
de uma lista de e-mails destes egressos. Nos questionários, compostos de 28 perguntas
objetivas, constavam questões sobre os espaços profissionais ocupados pelos egressos, seus
trabalhos, suas práticas e metodologias pedagógico-musicais, além da contribuição que o
CGML oportunizou a eles.
Para a segunda etapa foram realizadas reuniões virtuais, na ocasião utilizando o
Messanger2. Foram, portanto, realizadas entrevistas qualitativas através da constituição de um
Grupo Focal. Este momento foi de aprofundamento de questões oriundas do survey inicial.
Por fim, foi realizada a análise dos dados, com a organização de dois cadernos, sendo
eles o Caderno dos Questionários Autoadministrados (CQA) e o Caderno das Entrevistas com
o Grupo Focal (CEGF), respectivamente, trazendo informações obtidas com os questionários
autoadministrados e Grupo Focal.
Finalizada a coleta dos dados foi empreendida uma leitura detalhada de todo o
material obtido para então, a partir daí, serem geradas as categorias finais. Ao mesmo tempo
em que o material for organizado buscou-se obter referenciais teóricos, incluindo-se a
educação e a educação musical a fim de estabelecer um diálogo entre estas duas perspectivas,
incluindo diversos autores e realidades.

2

MSN Messenger foi um programa da mensagens instantâneas criado pela Microsoft Corporation. Teve início
em 22 de Julho de 1999, permitindo falar com uma pessoa através de conversas instantâneas pela Internet. Este
programa permitia que aos usuários da Internet se relacionassem com outros em tempo real, podendo ter uma
lista de amigos "virtuais" e acompanhar quando eles entram e saem da rede. Ele foi fundido com o Windows
Messenger e originou o Windows Live Messenger. Posteriormente este programa migrou para o Skipe.

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Resultados e Algumas Discussões
Cabe destacar que toda esta pesquisa foi elaborada para ser efetivada virtualmente,
envolvendo toda a organização dos materiais, as reuniões do grupo de pesquisa, o envio dos
questionários autoadministrados e a realização das entrevistas no Grupo Focal.
Dentre os dados resultantes tem-se que, desde o início do curso, em 2002, já se
formaram 63 estudantes. A primeira formatura ocorreu em 2005. A Tabela 1, a seguir,
apresenta os estudantes formados no CGML em seus respectivos anos:
Tabela 1: Egressos do Curso de Graduação em Música:
Licenciatura
Ano
Número de Formados
2005
14
2006
14
2007
12
2008
08
2009
11
2010
04
Total de Formados
63
Observa-se que a última formatura ocorreu no ano de 2010. Não houve formatura em
2011 devido ao fato que durante anos não houve ingresso no CGML. Isto ocorreu em virtude
de diversos problemas ocorridos no convênio inicial que existiu entre a UERGS e a
FUNDARTE. A partir do ano de 2010 reiniciaram os ingressos de estudantes para o curso.
Assim, a partir de 2013 reiniciar-se-ão as formaturas.
Além das consultas dos egressos do CGML, obtidas nos registros da secretaria do
curso, foram obtidas mais informações importantes em anais de congressos e revistas
especializadas em música e educação musical. Estes procedimentos permitiram localizar
egressos do CGML que deram continuidade aos estudos musicais, inclusive atuando em
eventos da área e publicação em revistas especializadas de música e educação musical.
Dentre estes materiais consultados encontram-se os anais dos encontros nacionais e
regionais da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), as Revistas da ABEM, os
anais dos congressos e as revistas da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Música (ANPPOM). Do mesmo modo, a Plataforma Lattes (CNPq) foi consultada,
permitindo visualizar as produções acadêmicas dos egressos, bem como suas atuações

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profissionais. Todos estes procedimentos foram realizados a fim de localizar os egressos do
CGML, bem como sua produção na área da música.
Quanto às titulações obtidas, foram encontradas informações de 7 egressos, os quais
encontram-se dando continuidade à formação musical, através da realização de cursos de pósgraduação. Destes, três estão cursando o doutorado na área de música: composição, dois
cursam mestrado em música: musicologia/etnomusicoligia, e um egresso atualmente está
cursando educação musical. Um dos egressos já finalizou o mestrado em educação musical. A
Tabela 2, a seguir apresenta os dados sobre a continuidade da formação em música por parte
dos egressos do CGML da UERGS.
Tabela 2: Egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura da
UERGS e sua participação em Cursos de Pós-Graduação
Número de
Cursos de Pós-graduação
Status em relação
egressos
ao curso
3
Doutorado em Música:
Em andamento
composição
2
Mestrado em Música:
Em andamento
musicologia/etnomusicologia
1
Mestrado em Música; educação
Em andamento
musical
1
Mestrado em Música; educação
Concluído
musical
Dentre os sete estudantes egressos que deram continuidade aos estudos musicais,
através do ingresso em cursos de pós-graduação, observa-se que apenas dois optaram pela
educação musical. Estes dados, mesmo que preliminares, de certo modo ratificam o que a
literatura em educação musical tem apontado, ou seja, o afastamento dos estudantes de música
da área da docência na Educação Básica (AMATO, 2006, PENNA, 2001).
Quanto à atuação profissional, os dados revelaram 13 egressos desempenhando o
ensino de música. Destes, quatro trabalham como Instrumentistas/Professores de Instrumento,
cinco

trabalham

como

professores

na

Educação

Básica,

três

trabalham

como

Instrumentistas/Professores de Instrumento e como professores na Educação Básica e um
egresso trabalha como Instrumentista/Professor de Instrumento na Educação Básica e no
Ensino Superior. A Tabela 3, apresentada a seguir, sintetiza os dados sobre a atuação
profissional dos egressos do CGL da UERGS.

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Tabela 3: Egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura
e sua atuação profissional
Número de
Atuação
egressos
4
Instrumentistas/Professores de Instrumento
5
Professores na Educação Básica
3
Instrumentistas/Professores de Instrumento e como
professores na Educação Básica
1
Instrumentista/Professor de Instrumento na
Educação Básica e no Ensino Superior
Com estes dados parece evidente a necessidade de uma reformulação na proposta do
CGML da UERGS, considerando-se o reduzido direcionamento dos egressos às atividades
docentes em educação musical, um dos objetivos fundantes da proposta do curso.

Considerações Finais
Os dados coletados através da realização desta pesquisa permitem algumas análises e
conclusões. Considerando-se a realidade do CGML da UERGS, que demonstrou número
reduzido de egressos que se direcionaram à docência em música e, por consequência, à
Educação Básica, entende-se a problemática para a implementação da Lei nº 11.769/2008,
que dispões sobre a obrigatoriedade do ensino de música na escola. Desse modo, parece que a
assunção da música ao(s) seu(s) lugar(es) na escola esteja prejudicada.
De acordo com o que a literatura em educação musical tem apontado, parece existir
um pouco compromisso com a Educação Básica e, portanto, se faz necessário um estudo que
busque alternativas para que os licenciados optem por atuar nestes espaços educacionais
(PENNA, 2001). Neste sentido, Amato (2006) afirma que
o desafio da educação musical na escola regular apresenta-se como uma
problemática a ser discutida e transformada pela sinergia de diversos agentes
sociais: o Estado, a escola, profissionais da área, pesquisadores, professores
e entidades que congreguem esses agentes, tais como a Associação Brasileira
de Educação Musical (ABEM) e a Associação Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Música (ANPPOM). (AMATO, 2006, p.719).

Estas pesquisas parecem estar em sintonia com o que propõe Cereser (2007), ou seja,
constatar o modo “como a universidade está formando seus estudantes e o que seria

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necessário para complementar esta formação, considerando as múltiplas realidades
profissionais que este futuro professor irá enfrentar” (p. 3).
Com as informações fornecidas pelos egressos espera-se que seja possível fazer com
que o CGML da UERGS atenda às necessidades desta nova sociedade e que a reformulação
da proposta do curso tenha êxito. Fazendo, assim, com que a música tenha seus representantes
dispostos a assumir o seu papel como educadores musicais, agora possibilitado através da Lei
nº 11.769/2008.

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Referências
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distribuição geográfica, índices de pós-graduação e de filiação aos órgãos de classe. Revista
de Nutrição, Campinas, 16(3): 295-304, jul./set., 2003.
AMATO, Rita de Cássia Fucci. Um estudo sobre a (des)qualificação docente no ensino de
música na educação básica. Anais ABEM, João Pessoa, V.15, p.714-720, 2006.
BARBOSA, Dalila Maria de Meirelles; GUTFILEN, Bianca; GASPARETTO, Emerson
Leandro; KOCH, Hilton Augusto. Análise do perfil dos egressos do Programa de PósGraduação em Medicina (Radiologia) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Radiologia Brasileira, Rio de Janeiro, 42(2):121–124, 2009.
BRANNEN, J. et al. Mixing methods: qualitative and quantitative research. England: Thomas
Coram Research Unit Institute of education, 1992.
CERESER, Cristina Mie Ito. Formação inicial de professores de música: a licenciatura e o
bacharelado. Anais ABEM, Campo Grande, V.16, p.1-8, 2007.
____. A formação de professores de música sob a ótica dos alunos de licenciatura: um survey
nas universidades do Rio Grande do Sul. Anais da ABEM, Florianópolis, V, 12, p.234-243,
2003.
FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Educação musical escolar. In: Educação Musical
Escolar. Salto para o Futuro. Ano XXI Boletim 08 - Junho 2011, p.5-16.
HIRSCH, Isabel Bonat. Música na educação básica: um survey com professores de escolas
estaduais da região sul do Rio Grande do Sul. Anais ABEM, Campo Grande, V.16, p.1-9,
2007.
PALHARINI, Francisco de Assis; PALHARINI, Desirée. Opinião de diplomados sobre o
curso de psicologia da UFF. Fractal: Revista de Psicologia, v. 20, n.2, p; 583-600, jul./dez.
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PENNA, Maura. O (des)compromisso com a música no ensino fundamental. Anais ABEM,
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PIRES, Nair. Licenciatura na Área de Música: as concepções e suas implicações. Anais
ABEM, Rio de Janeiro, V.13, p.833-839, 2004.
WIERSMA, W. Research methods in education: an introduction. Boston: Allyn and Bacon,
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WOLFFENBÜTTEL, Cristina Rolim. A música no projeto político pedagógico: um estudo na
Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS. Anais ABEM, Londrina, V.18, p.1288-1294,
2009.

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Formação e atuação de egressos da Licenciatura em Música da UERGS

  • 1. Licenciatura em Música na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul: investigando a formação e atuação dos egressos Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel PIBID/CAPESUERGS cristina-wolffenbuttel@uergs.edu.br Sophia Dessotti PIBID/CAPESUERGS sophiadessotti@gmail.com Ranielly Boff Scheffer PIBID/CAPESUERGS raniellyscheffer@gmail.com Resumo: este trabalho apresenta os resultados da pesquisa concluída sobre os egressos do curso de Graduação em Música: Licenciatura, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Como objetivo geral, a pesquisa buscou investigar a atuação profissional dos egressos do curso de Graduação em Música: Licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Considerando-se os aspectos metodológicos, a investigação foi desenvolvida em duas etapas. Na etapa inicial o método utilizado foi o survey interseccional de grande porte e a aplicação de questionários autoadministrados junto aos estudantes egressos como técnica para a coleta dos dados. Na etapa subsequente utilizou-se como método a realização de entrevistas qualitativas e a realização de reuniões virtuais através da constituição de grupo focal como técnica para a coleta dos dados. Considerando-se a Lei 11.769, de agosto de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na Educação Básica, bem como a necessidade de os sistemas de ensino se adequarem às legislações vigentes, esta pesquisa pode contribuir com a inserção da música na Educação Básica, a partir do estudo e análise das experiências dos estudantes egressos do curso Graduação em Música: Licenciatura, da UERGS. Palavras-chave: espaços de atuação profissional, egressos da licenciatura em música, currículos em educação musical. Introdução O trabalho apresenta os resultados da pesquisa concluída sobre egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura (CGML), da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Ressalta-se que os resultados apresentados representam a realidade dos egressos do curso da UERGS, não podendo ser generalizados para todos os cursos existentes no país. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 2. Conforme Amato (2006), “a formação dos educadores musicais para a prática de ensino na Educação Básica tem sido um assunto bastante discutido em âmbito acadêmico e científico” (p. 714). Este tipo de pesquisa vem sendo desenvolvida também em outras áreas do conhecimento (BARBOSA, GUTFILEN, GASPARETTO, 2009; PALHARINI, PALHARINI, 2008; ALVES, ROSSI, VASCONCELOS, 2003). Estes estudos demonstram, portanto, uma preocupação quanto aos egressos em geral no Brasil. Mesmo que o CGML da UERGS seja uma licenciatura, não objetiva, apenas, formar profissionais que atuem como educadores, mas destacando-se uma característica especial do CGM, que é a de formar um educador capaz de atuar como professor e artista, assumindo papeis diversificados no mercado de trabalho. Conforme explica Cereser (2007), atualmente o mercado de trabalho exige “uma formação onde o licenciando tenha mais contato com o fazer musical, e o bacharelando com a didática” (p.7) sendo uma necessidade encontrada pelos licenciandos. Cereser (2007), ao citar a declaração de um licenciando em sua investigação, elucida a questão: Acho que hoje em dia ninguém é só professor, ninguém é só bacharel. Acho que a gente precisa estar preparado, como eu te falei, para chegar lá fora e poder defender o pão de cada dia com o peito estufado. (CERESER, 2007, p.7). De acordo com Cereser (2007), os cursos oferecidos no país formam profissionais específicos, como músico erudito, professor ou artista. A realidade vivida pelos egressos dos cursos de música é a de que precisam atuar como artistas e professores ao mesmo tempo; portanto, neste contexto surge a proposta do CGML da UERGS, uma formação não só específica, mas integrada à docência. O CGML, primeiramente denominado Pedagogia da Arte: Qualificação em Música, teve seu início através de uma parceria entre a UERGS e a Fundação Municipal de Artes de Montenegro (FUNDARTE), em 2002. A grade curricular do CGML foi elaborada em 2001 sendo, posteriormente, revisada. A proposta atual do curso data, portanto, de 2006. Considerando-se que já se passaram cerca de sete anos desde a última revisão, torna-se necessária uma reestruturação da proposta do CGML, o que pode ser obtida, também, através da consulta aos egressos do curso. Entende-se, portanto, que esta investigação ofereça subsídios neste sentido. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 3. Até 1996, a Lei nº 5.692/71 propunha um ensino polivalente na área das artes no currículo da Educação Básica; nesta proposta, as aulas deveriam ser ministradas por um único professor que tivesse a competência de conectar todas as diversas linguagens artísticas fazendo, assim, as linguagens específicas perderem grande influência sobre os estudantes. De acordo com Figueiredo (2011): A partir da década de 1970, a Lei n. 5.692/71 trouxe a Educação Artística para o currículo escolar, estabelecendo a prática da polivalência para as artes – um professor responsável por todas as áreas artísticas, tendo, como uma de suas consequências, a superficialização de conteúdos artísticos na escola. (FIGUEIREDO, 2011, p.6). Porém, a realidade do cotidiano demonstra que os profissionais da rede pública de ensino não atuam com o trânsito disciplinar proposto; provavelmente o motivo resida nas dificuldades encontradas pela formação específica que tiveram, na qual não foram englobadas as outras artes; a partir daí não só a música, mas a arte como um todo padeceu com estas questões (WOLFFENBÜTTEL, 2009; HIRSH, 2007; AMATO, 2006; PENNA, 2001). Segundo Penna (2001) anteriormente à Lei nº 11.769/2008, já havia um espaço mínimo reservado para a música, mas que não vem ocupando. Em sua investigação, empreendida com 186 professores da rede pública de ensino da Grande João Pessoa (PB), Penna coletou dados que fundamentam esta afirmação. Dentre os investigados, apenas 4,83% são professores de música, tendo a área predominante as Artes Plásticas 1. Outra questão apontada na literatura em educação musical é que o curso de licenciatura é visto como uma segunda opção, sendo considerado de qualidade inferior. Dentre as razões para esta concepção encontra-se o fato de este curso estar vinculado diretamente à profissão de professor e ao ensino, notadamente concebidas como inferiores. De acordo com Pires (2004), os candidatos, assim, seguidamente direcionam-se aos bacharelados. Hirsch (2007) corrobora a análise explicando que a “escassez de recursos materiais e financeiros e de espaço físico adequado, como uma das principais dificuldades sentidas pelos professores para desenvolver atividades musicais nas escolas” (p.6). A este respeito, Pires (2004) afirma, em sua pesquisa sobre as concepções e implicações da licenciatura em música, que “a concepção de licenciatura como curso 1 Saliente-se que, durante a investigação da autora, Artes Plásticas ainda era a denominação utilizada para a referência aos professores que desenvolviam atividades atualmente entendidas como Artes Visuais. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 4. secundário dá-se no nível do instrumento, ou seja, a diferença entre o bacharel e o licenciado reside na capacidade e desenvoltura para executar bem um instrumento musical” (p.836). Os resultados desta e de outras pesquisas enfatizam a necessidade de uma reformulação não apenas no CGML, mas em todos os cursos de música o Brasil, para que, assim, seja possível rever e repensar as concepções quanto à atuação como profissional da educação. Com a Lei nº 11.769/2008, sobre a obrigatoriedade da música na Educação Básica, torna-se importante esta revisão curricular. Os estudantes do CGML poderão desenvolver suas atividades profissionais com uma formação sólida e em sintonia com a realidade da escola atual. Palharini e Palharini (2008) destacam que, dentre as várias características de um ensino de qualidade, “uma instituição de nível superior só oferecerá uma educação de qualidade se corresponder às necessidades da sociedade em que se encontra imersa, embora não seja tarefa fácil especificar quais são essas necessidades” (p.586). Assim, considerando-se a atual situação do CGML, bem como dos cursos de licenciatura no país, justifica-se a realização deste projeto. Outro aspecto importante que impulsionou a pesquisa foi o questionamento quanto à atuação profissional como educadores dos egressos da UERGS. Como mencionado anteriormente, o cunho da maioria dos debates quanto à educação musical se dá em relação ao número de licenciados em música e a sua presença nas redes de ensino do país (WOLFFENBÜTTEL, 2009; HIRSCH, 2007; AMATO, 2006; PENNA, 2001). Estas pesquisas revelam que não somente o Rio Grande do Sul está passando por este problema, mas também outros estados padecem neste sentido; é, portanto, um problema nacional. Hirsch (2007) apresenta algumas razões para a formação de um círculo vicioso. Para a autora, se a música parece não integrar os projetos pedagógicos das escolas, é pequena a necessidade de professores de música; ao mesmo tempo, se não há professores de música, talvez as escolas não encontrem sentido em inserir a música em seus projetos pedagógicos. (HIRSCH, 2007, p.5). A partir daí foram elaboradas as questões que direcionam a presente pesquisa, quais sejam: Quais são os espaços profissionais ocupados pelos egressos do CGML da UERGS? Como se constitui o trabalho pedagógico-musical destes egressos? Quais são as práticas e metodologias pedagógico-musicais utilizadas por eles? Qual a contribuição do CGML para a XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 5. atuação profissional dos egressos da UERGS? Partindo destes questionamentos, esta pesquisa objetiva investigar a atuação profissional de egressos do CGML da UERGS. Percurso Metodológico Para a obtenção dos dados da pesquisa foram selecionadas duas abordagens metodológicas, a abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa, constituindo-se um mixing methods (BRANNEN, 1992). Na etapa inicial, quando da abordagem quantitativa, foram encaminhados questionários autoadministrados aos egressos do CGML da UERGS, através da organização de uma lista de e-mails destes egressos. Nos questionários, compostos de 28 perguntas objetivas, constavam questões sobre os espaços profissionais ocupados pelos egressos, seus trabalhos, suas práticas e metodologias pedagógico-musicais, além da contribuição que o CGML oportunizou a eles. Para a segunda etapa foram realizadas reuniões virtuais, na ocasião utilizando o Messanger2. Foram, portanto, realizadas entrevistas qualitativas através da constituição de um Grupo Focal. Este momento foi de aprofundamento de questões oriundas do survey inicial. Por fim, foi realizada a análise dos dados, com a organização de dois cadernos, sendo eles o Caderno dos Questionários Autoadministrados (CQA) e o Caderno das Entrevistas com o Grupo Focal (CEGF), respectivamente, trazendo informações obtidas com os questionários autoadministrados e Grupo Focal. Finalizada a coleta dos dados foi empreendida uma leitura detalhada de todo o material obtido para então, a partir daí, serem geradas as categorias finais. Ao mesmo tempo em que o material for organizado buscou-se obter referenciais teóricos, incluindo-se a educação e a educação musical a fim de estabelecer um diálogo entre estas duas perspectivas, incluindo diversos autores e realidades. 2 MSN Messenger foi um programa da mensagens instantâneas criado pela Microsoft Corporation. Teve início em 22 de Julho de 1999, permitindo falar com uma pessoa através de conversas instantâneas pela Internet. Este programa permitia que aos usuários da Internet se relacionassem com outros em tempo real, podendo ter uma lista de amigos "virtuais" e acompanhar quando eles entram e saem da rede. Ele foi fundido com o Windows Messenger e originou o Windows Live Messenger. Posteriormente este programa migrou para o Skipe. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 6. Resultados e Algumas Discussões Cabe destacar que toda esta pesquisa foi elaborada para ser efetivada virtualmente, envolvendo toda a organização dos materiais, as reuniões do grupo de pesquisa, o envio dos questionários autoadministrados e a realização das entrevistas no Grupo Focal. Dentre os dados resultantes tem-se que, desde o início do curso, em 2002, já se formaram 63 estudantes. A primeira formatura ocorreu em 2005. A Tabela 1, a seguir, apresenta os estudantes formados no CGML em seus respectivos anos: Tabela 1: Egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura Ano Número de Formados 2005 14 2006 14 2007 12 2008 08 2009 11 2010 04 Total de Formados 63 Observa-se que a última formatura ocorreu no ano de 2010. Não houve formatura em 2011 devido ao fato que durante anos não houve ingresso no CGML. Isto ocorreu em virtude de diversos problemas ocorridos no convênio inicial que existiu entre a UERGS e a FUNDARTE. A partir do ano de 2010 reiniciaram os ingressos de estudantes para o curso. Assim, a partir de 2013 reiniciar-se-ão as formaturas. Além das consultas dos egressos do CGML, obtidas nos registros da secretaria do curso, foram obtidas mais informações importantes em anais de congressos e revistas especializadas em música e educação musical. Estes procedimentos permitiram localizar egressos do CGML que deram continuidade aos estudos musicais, inclusive atuando em eventos da área e publicação em revistas especializadas de música e educação musical. Dentre estes materiais consultados encontram-se os anais dos encontros nacionais e regionais da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), as Revistas da ABEM, os anais dos congressos e as revistas da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM). Do mesmo modo, a Plataforma Lattes (CNPq) foi consultada, permitindo visualizar as produções acadêmicas dos egressos, bem como suas atuações XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 7. profissionais. Todos estes procedimentos foram realizados a fim de localizar os egressos do CGML, bem como sua produção na área da música. Quanto às titulações obtidas, foram encontradas informações de 7 egressos, os quais encontram-se dando continuidade à formação musical, através da realização de cursos de pósgraduação. Destes, três estão cursando o doutorado na área de música: composição, dois cursam mestrado em música: musicologia/etnomusicoligia, e um egresso atualmente está cursando educação musical. Um dos egressos já finalizou o mestrado em educação musical. A Tabela 2, a seguir apresenta os dados sobre a continuidade da formação em música por parte dos egressos do CGML da UERGS. Tabela 2: Egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura da UERGS e sua participação em Cursos de Pós-Graduação Número de Cursos de Pós-graduação Status em relação egressos ao curso 3 Doutorado em Música: Em andamento composição 2 Mestrado em Música: Em andamento musicologia/etnomusicologia 1 Mestrado em Música; educação Em andamento musical 1 Mestrado em Música; educação Concluído musical Dentre os sete estudantes egressos que deram continuidade aos estudos musicais, através do ingresso em cursos de pós-graduação, observa-se que apenas dois optaram pela educação musical. Estes dados, mesmo que preliminares, de certo modo ratificam o que a literatura em educação musical tem apontado, ou seja, o afastamento dos estudantes de música da área da docência na Educação Básica (AMATO, 2006, PENNA, 2001). Quanto à atuação profissional, os dados revelaram 13 egressos desempenhando o ensino de música. Destes, quatro trabalham como Instrumentistas/Professores de Instrumento, cinco trabalham como professores na Educação Básica, três trabalham como Instrumentistas/Professores de Instrumento e como professores na Educação Básica e um egresso trabalha como Instrumentista/Professor de Instrumento na Educação Básica e no Ensino Superior. A Tabela 3, apresentada a seguir, sintetiza os dados sobre a atuação profissional dos egressos do CGL da UERGS. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 8. Tabela 3: Egressos do Curso de Graduação em Música: Licenciatura e sua atuação profissional Número de Atuação egressos 4 Instrumentistas/Professores de Instrumento 5 Professores na Educação Básica 3 Instrumentistas/Professores de Instrumento e como professores na Educação Básica 1 Instrumentista/Professor de Instrumento na Educação Básica e no Ensino Superior Com estes dados parece evidente a necessidade de uma reformulação na proposta do CGML da UERGS, considerando-se o reduzido direcionamento dos egressos às atividades docentes em educação musical, um dos objetivos fundantes da proposta do curso. Considerações Finais Os dados coletados através da realização desta pesquisa permitem algumas análises e conclusões. Considerando-se a realidade do CGML da UERGS, que demonstrou número reduzido de egressos que se direcionaram à docência em música e, por consequência, à Educação Básica, entende-se a problemática para a implementação da Lei nº 11.769/2008, que dispões sobre a obrigatoriedade do ensino de música na escola. Desse modo, parece que a assunção da música ao(s) seu(s) lugar(es) na escola esteja prejudicada. De acordo com o que a literatura em educação musical tem apontado, parece existir um pouco compromisso com a Educação Básica e, portanto, se faz necessário um estudo que busque alternativas para que os licenciados optem por atuar nestes espaços educacionais (PENNA, 2001). Neste sentido, Amato (2006) afirma que o desafio da educação musical na escola regular apresenta-se como uma problemática a ser discutida e transformada pela sinergia de diversos agentes sociais: o Estado, a escola, profissionais da área, pesquisadores, professores e entidades que congreguem esses agentes, tais como a Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e a Associação Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Música (ANPPOM). (AMATO, 2006, p.719). Estas pesquisas parecem estar em sintonia com o que propõe Cereser (2007), ou seja, constatar o modo “como a universidade está formando seus estudantes e o que seria XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 9. necessário para complementar esta formação, considerando as múltiplas realidades profissionais que este futuro professor irá enfrentar” (p. 3). Com as informações fornecidas pelos egressos espera-se que seja possível fazer com que o CGML da UERGS atenda às necessidades desta nova sociedade e que a reformulação da proposta do curso tenha êxito. Fazendo, assim, com que a música tenha seus representantes dispostos a assumir o seu papel como educadores musicais, agora possibilitado através da Lei nº 11.769/2008. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 10. Referências ALVES, Emilaura; ROSSI, Camila Elizandra; VASCONCELOS, Francisco de Assis Guedes de. Nutricionistas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina: áreas de atuação, distribuição geográfica, índices de pós-graduação e de filiação aos órgãos de classe. Revista de Nutrição, Campinas, 16(3): 295-304, jul./set., 2003. AMATO, Rita de Cássia Fucci. Um estudo sobre a (des)qualificação docente no ensino de música na educação básica. Anais ABEM, João Pessoa, V.15, p.714-720, 2006. BARBOSA, Dalila Maria de Meirelles; GUTFILEN, Bianca; GASPARETTO, Emerson Leandro; KOCH, Hilton Augusto. Análise do perfil dos egressos do Programa de PósGraduação em Medicina (Radiologia) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Radiologia Brasileira, Rio de Janeiro, 42(2):121–124, 2009. BRANNEN, J. et al. Mixing methods: qualitative and quantitative research. England: Thomas Coram Research Unit Institute of education, 1992. CERESER, Cristina Mie Ito. Formação inicial de professores de música: a licenciatura e o bacharelado. Anais ABEM, Campo Grande, V.16, p.1-8, 2007. ____. A formação de professores de música sob a ótica dos alunos de licenciatura: um survey nas universidades do Rio Grande do Sul. Anais da ABEM, Florianópolis, V, 12, p.234-243, 2003. FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Educação musical escolar. In: Educação Musical Escolar. Salto para o Futuro. Ano XXI Boletim 08 - Junho 2011, p.5-16. HIRSCH, Isabel Bonat. Música na educação básica: um survey com professores de escolas estaduais da região sul do Rio Grande do Sul. Anais ABEM, Campo Grande, V.16, p.1-9, 2007. PALHARINI, Francisco de Assis; PALHARINI, Desirée. Opinião de diplomados sobre o curso de psicologia da UFF. Fractal: Revista de Psicologia, v. 20, n.2, p; 583-600, jul./dez. 2008. PENNA, Maura. O (des)compromisso com a música no ensino fundamental. Anais ABEM, Uberlândia, V.10, p.224-229, 2001. PIRES, Nair. Licenciatura na Área de Música: as concepções e suas implicações. Anais ABEM, Rio de Janeiro, V.13, p.833-839, 2004. WIERSMA, W. Research methods in education: an introduction. Boston: Allyn and Bacon, 2000. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013
  • 11. WOLFFENBÜTTEL, Cristina Rolim. A música no projeto político pedagógico: um estudo na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS. Anais ABEM, Londrina, V.18, p.1288-1294, 2009. XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação musical Pirenópolis, 04 a 07 de novembro de 2013