SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
1
Práticas de ensino na formação inicial do professorado
INFORME DE EXPERIÊNCIA
ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS
NA FORMAÇÃO DO PROFESSORADO DE MÚSICA
MATEIRO, Teresa
teresa.mateiro@udesc.br
Universidade do Estado de Santa Catarina
Palavras-chave: Estágio curricular – Interdisciplinaridade – Concertos didáticos – Ensino
fundamental
Introdução
Para este trabalho apresento dois cenários da minha prática pedagógica como professora
formadora de futuros professores de música: Concertos didáticos e o Projeto
Interdisciplinar de Estágio. Esses cenários retratam a busca por uma prática mais
aproximada ao estudante no intuito de oferecer possibilidades de uma formação mais
voltada para a autonomia, para a crítica, para a interdisciplinaridade e para o
desenvolvimento da identidade profissional. Tanto os concertos didáticos quanto o projeto
interdisciplinar são, entre outras razões, tentativas de motivar aqueles acadêmicos que
não se sentem atraídos pelo curso de licenciatura, pois desejariam, em primeiro lugar, ser
músicos. Essa é uma questão que prepassa tanto a discussão sobre os status acadêmico
e social quanto o debate sobre a identidade profissional. O dilema entre ser músico ou
professor é constatado desde a escolha pela profissão, fato este apontado por vários
educadores musicais, brasileiros (Louro, 2004; Mateiro, 2007; Vieira, 2009) e
estrangeiros (Stephens, 1995; Bouij, 2004; Bernard, 2005; Fröehlich, 2007). Em estudo
realizado com um grupo de estudantes, Mateiro (2007), constatou que eles escolheram a
licenciatura como um meio para alcançar outros objetivos, estando o primeiro deles
relacionado ao estudo do instrumento. O ser professor estava entre as opções, porém o
fato de ser uma profissão relacionada à música foi o argumento mais utilizado. Essas
respostas demonstram que a identidade oscila entre o ser professor e o ser músico.
Moreira e Mateiro (2013) ao analisarem os dados coletados em entrevistas com um
professor de violão, que dá aulas de instrumento há mais de vinte anos em uma escola
livre de música, destacam que ele se autodenomina como “um músico de sala de aula”.
Foram poucas as vezes que durante as conversas informais e as entrevistas o professor
se referiu a ele mesmo como “professor”. Esta tensão identitária é observada em alguns
licenciandos, tornando-se mais acentuada no momento de enfrentar os dois semestres
do estágio curricular supervisionado que ocorre na educação básica, ou seja, na escola
da rede pública de ensino. Assim, as questões de pesquisa que tem norteado a minha
prática são: (1) De que maneira, os concertos didáticos podem promover a identidade
dos estudantes enquanto estagiários-professores na escola básica?; (2) Como os
2
procedimentos de ensino das áreas de música e teatro podem contribuir para a prática
pedagógica dos estudantes em formação docente durante o período de estágio?
Cenário 1: Concertos didáticos
Para este trabalho o principal objetivo é descrever e refletir sobre o concerto didático
como uma ferramenta pedagógica na formação de professores de música.
Consequemente, outras questões emergem como, por exemplo: o professor como
músico, a performance na sala de aula e a vivência musical do aluno na escola. Venho
sugerindo aos estagiários a preparação de recitais didáticos por várias razões. Primeiro,
para que os estudantes tenham a oportunidade de experimentar ser músico e professor
ao mesmo tempo unindo, assim, a identidade de músico-professor, sem gerar conflitos de
valor ou status social ou acadêmico. Segundo, para fazer valer o Artigo 31 da Convenção
sobre os Direitos da Criança (2004), assinada por quase todos os países do mundo,
incluindo o Brasil, que afirma:
Os Estados Partes respeitam e promovem o direito da criança de participar
plenamente na vida cultural e artística e encorajam a organização, em seu
benefício, de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas,
artísticas e culturais, em condições de igualdade.
A escola é, portanto, um espaço que pode e deve respeitar a criança, promovendo
eventos culturais e educacionais. O desafio que proponho é o de pensar e preparar um
concerto que ultrapasse a ideia do concerto tradicional, aquele onde os músicos tocam e
a platéia fica sentada imóvel, ouvindo. Esses são os concertos que acontecem nos
templos, nos teatros, nos auditórios. Os concertos onde o silêncio e os aplausos no
momento certo são exigidos da platéia, educada, culta e elitizada. Seriam esses os
“concertos musicais bancários”, parafraseando Paulo Freire? Estimulo, então, a
preparação de concertos onde, de preferência, as crianças possam interagir. A interação
pode ocorrer de diversas formas, desde cantar junto com o grupo de músicos, fazer
algum tipo de acompanhamento com palmas ou até mesmo tocar. Por um lado, a audição
da criança torna-se ativa e participativa e, por outro, ela sente-se parte da apresentação
musical. Neste sentido, Swanwick (1994) amplia o conceito de execução musical, para
além daquele dado à apresentação formal de uma obra musical para uma platéia, quando
diz que o acompanhar de uma canção com palmas também é performance. Os
estudantes assistiram a vários vídeos de concertos e recitais didáticos produzidos,
principalmente, em outros países, onde essa prática musical faz parte do cotidiano das
escolas. Além dos vídeos do grupo Barbatuques (Brasil), outros trabalhos foram
apreciados como, por exemplo: Body Rhythm Factory e Impuls Trio, da Dinamarca; e,
The world according to James e The Chambermaids, da Austrália. Como palestrante, os
estudantes tiveram o Presidente da Organização Mundial Juventudes Musicais (JMI), Per
Ekedahl, que falou sobre a importância da música ao vivo para crianças em idade
escolar. Esses estímulos, somados à produção de um Programa de Concerto (ver Anexo
1) atrativo para crianças e/ou adolescentes foram atividades que permearam as aulas
dos estagiários durante dois anos. Em 2011 foram realizados quatro recitais em duas
escolas da rede municipal de uma cidade do estado de Santa Catarina. Os concertos
3
foram preparados por dois grupos de licenciandos em parceria com os oito estagiários
que atuavam nas escolas básicas municipais. O primeiro concerto, idealizado por 25
licenciandos, teve um repertório variado interpretado por diferentes formações musicais
como: Grupo de Música de Câmara, de Percussão, de Choro, de Samba, de Rock e
Grupo Coral. O segundo, formado por outros 20 licenciandos, teve a música popular
brasileira como repertório principal. Foram interpretadas canções de Chico Buarque,
Lenine, Pixinguinha, Ary Barroso, Hermeto Pascoal, Nelson Cavaquinho, Vinícius de
Moraes, João Bosco e do grupo Palavra Cantada. Assistiram a esses concertos
aproximadamente 150 alunos do ensino fundamental. Em 2012 foram realizados oito
recitais didáticos em turmas de estagiários atuantes em cinco escolas da rede municipal.
Formações musicais foram compostas por 16 licenciandos e alguns músicos convidados:
Grupo de Choro, Quateto de Flauta de Doce, Quarteto de Cordas, Grupo de Metais e um
Grupo Vocal. Desta vez, os recitais foram realizados na sala de aula, pois o foco era
aquele grupo de alunos que foi preparado para interagir com os músicos. Ao total cerca
de 240 alunos foram comtemplados com esses recitais. As apresentações foram
gravadas em vídeo e tem sido utilizadas como um material de apoio a outros estudantes.
Por um lado, como material didático para as aulas dos estudantes em estágio e, por
outro, como exemplos de recitais realizados por colegas do curso. Neste caso, tem
servido como um estímulo a essa prática no contexto escolar. Avaliações tem sido
realizadas com o intuito de ouvir tanto os alunos das escolas que tem participado dos
concertos quanto os licenciandos que tem ativamente se envolvido com tais atividades
pedagógico-musicais. Entrevistas abertas e questionários tem sido os instrumentos para
a coleta de dados. Nas escolas, os alunos respondem a dois questionários: um antes e
outro depois do concerto. O primeiro, é um questionário diagnóstico para saber se o
aluno toca algum instrumento ou se tem alguém na família que toca ou canta, se já foi a
algum concerto, onde e se lembra das músicas que ouviu. O segundo, é um questionário
de caráter mais avaliativo, onde as questões versam sobre a opinião do aluno sobre o
concerto que assistiu, quais os instrumentos e gêneros musicais que identificou, se
reconheceu alguma música e se iria novamente a um concerto ou recital didático. Esses
dados ficarão para um próximo trabalho onde o foco será aluno do ensino fundamental.
Quanto aos estudantes em formação docente, ilustro o trabalho desenvolvido com os
concertos didáticos com a fala de um deles: “Foi uma atividade de valor incalculável em
todos os aspectos. Não consigo expressar com palavras a grandiosidade que foi esse
evento para o segmento educacional”. Esse depoimento é representativo, uma vez que a
preparação e a realização dos concertos e/ou recitais tem tido um significado formativo e
reflexivo na formação musical e pedagógica dos futuros professores de música.
Cenário 2: Projeto Interdisciplinar de Estágio
A interdisciplinaridade surgiu como uma alternativa pedagógica de formação para os
estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado dos cursos
de Licenciatura em Música e Teatro. Nesta proposta, a definição que tem sido adotada é
a de “troca e cooperação”, conforme propõe Morin (2001). Para o autor os termos inter-
multi-trans-disciplinaridade são “difíceis de definir, porque são polissêmicos e imprecisos”
e, por isso, é necessário conservar as principais noções: “cooperação; melhor, objeto
4
comum; e, melhor ainda, projeto comum” (p.115). Para tanto, é preciso romper com a
lógica da organização disciplinar e hierárquica do conhecimento, da divisão do trabalho,
da hiperespecialização do pesquisador e, consequentemente, da dispersão do saber. As
disciplinas de estágio curricular ocorrem na segunda metade dos cursos e tem como foco
a prática de ensino no contexto escolar. As aulas ocorrem uma vez por semana na
universidade e a atuação no campo de estágio, ou seja, em escolas de educação básica,
tem uma previsão de 30 horas por semestre. O projeto iniciou em 2011 com o tema
“Educação para a autonomia. Uma utopia possível”. As discussões e reflexões giraram
em torno à realidade das escolas públicas: o modelo de aula tradicional, a motivação dos
alunos, a cultura e a gestão escolar, a organização disciplinar, a disciplina de artes no
currículo, o espaço escolar para as atividades de música e teatro, a obrigatoriedade do
conteúdo de música desde 2008 com a Lei 11.769, as condições de trabalho, a
infraestrutura, os materiais didáticos, o salário, a carreira do professor, entre outros tantos
aspectos. A Escola da Ponte foi o exemplo estudado como um modelo para uma escola
possível. Repensar os modelos da escola pública a partir do estudo do Projeto Fazer a
Ponte era um dos objetivos das disciplinas. Vídeos que tratavam sobre a referida escola
foram assistidos, além do debate sobre alguns textos, como: “Fazer a Ponte, construir a
memória” de José Pacheco (CANARIO; MATOS; TRINDADE, s/d); os textos do livro de
Rubem Alves (2002) e do livro de José Pacheco (2000). Para culminar o semestre os
estagiários tiveram a oportunidade de ter uma aula e uma palestra com o professor José
Pacheco sobre os diversos temas estudados e discutidos. Em 2012 o projeto teve sua
continuidade e como fundamentos teóricos foram escolhidos a pedagogia de Paulo Freire
e as teorias do cotidiano. Naquele ano a ideia foi a de despertar a curiosidade sobre
conhecimentos teóricos e experiências já estabelecidas e reconhecidas que pudessem
auxiliar a prática pedagógica dos estagiários no contexto escolar. Para tanto, foram
oferecidas duas palestras: uma com o professor Lourival José Martins Filho (UDESC)
para falar sobre o trabalho de Paulo Freire e outra com a professora Jusamara Souza
(UFRGS) para expor sobre as teorias do cotidiano com ênfase nas pesquisas realizadas
na área da sociologia da educação musical. Leituras das obras de Paulo Freire (1967;
2011) e de Jusamara Souza (2000; 2008) foram recomendadas aos estudantes em
formação. Uma vez mais, a integração das aprendizagens e dos conhecimentos estavam
sendo propostos. Humanizar o conhecimento e compreender como os processos afetivos
podem ser construídos no cotidiano escolar foram os principais objetivos que permearam
as aulas dos estagiários no primeiro semestre de 2013. Com o tema “Afetividade na
educação, a troca de ideias permeou assuntos como: a função social da escola; o papel
dos pais e professores diante dos problemas de aprendizagem; os valores como
elementos constituintes da dimensão afetiva; a diferença entre sentimentos, emoções e
afetividade; os laços afetivos necessários aos processos educacionais; ética e moral; a
resolução de conflitos interpessoais; as influências das emoções nas funções cognitivas e
comportamentais; a violência e o fracasso escolar. Ana Maria Borges de Sousa (UFSC)
foi a professora convidada que falou aos estudantes sobre a educação a partir da Ética
do Cuidado. Para ela a ética pedagógica tem por base a afetividade qualificadora e o
aprender deve ser um direito prazeroso que encanta e dá liberdade. Não é um dever
moral. A professora diz que “a escola, orientada pela gestão do cuidado na formação
5
humana e na capacitação de sua comunidade, rejeita qualquer processo que produza
exclusão, nega qualquer manifestação de desrespeito, porque pratica, pelo exemplo, o
desenraizamento das indiferenças” (SOUSA, 2002, p.186). Além da roda de conversa
com os estudantes de música e teatro, Ana Maria propos e orientou vivências
fundamentadas nos princípios da Educação Biocêntrica e da Biodanza (ver SOUSA,
2006). Uma aula por mês foi dedicada às aulas interdisciplinares, envolvendo os
estudantes dos dois cursos e os respectivos professores. Os estudantes preparavam
atividades possíveis para a sala de aula e, assim, os estagiários de música tiveram
contato com algumas metodologias teatrais, como o Drama (VIDOR, 2010) e o Teatro
Playback (SALAS, 2000), enquanto os estagiários de teatro experimentaram atividades
musicais fundamentadas em pedagogias de educação musical como, por exemplo, as
propostas de Schafer (1991). As aulas foram gravadas em vídeo e registradas em
protocolos escritos. Ao final de cada semestre foi realizada uma avaliação com os
estudantes, por meio de questionários e entrevistas. Na opinião dos licenciandos essas
aulas constituíram um espaço de troca de ideias pedagógicas, pois durante o período de
estágio o planejamento é uma das tarefas que mais ocupa e preocupa os estudantes.
Maurício escreveu: “As aulas de estágio foram produtivas no sentido de compartilhar as
experiências vividas em sala de aula, tanto do pessoal da música quanto do pessoal de
teatro. Inclusive as aulas integradas no meu ponto de vista contribuíram imensamente na
nossa prática como estagiários”. A maioria dos colegas foi unânime em afirmar o mesmo.
Outros aspectos foram também destacados como, por exemplo, a oportunidade que cada
um teve de desenvolver habilidades e/ou comportamentos, como se pode observar no
depoimento de Luiza: “Nestas aulas consegui me soltar um pouco mais e ter mais
coragem de me expor de outra maneira, além de ter aumentado o repertório de
atividades em sala de aula”. Esse “soltar um pouco mais” está relacionado às atividades
corporais que foram mais desafiantes para os alunos de música do que para os de teatro.
Durante os três anos de realização do Projeto Interdisciplinar de Estágio, os
procedimentos metodológicos foram alternados entre leituras e debates, palestras e
minicursos, mostra de vídeos e propostas práticas para o ensino de música e para o
ensino de teatro.
Considerações finais
Buscar alternativas pedagógicas para a formação de professores tem sido um estímulo
constante nos dias atuais, onde a presença das tecnologias da informação e da
comunicação tem exigido “reconstruir o mundo”. Essa busca justifica-se, portanto, pelas
inúmeras razões que prepassam a necessidade de novos modos de produção e
transmissão de conhecimentos. Superar as fronteiras disciplinares, construindo
passarelas entre as disciplinas, tem sido um desafio. Enfrentar as mídias nas aulas de
música da escola básica, tem sido outro. Se, por um lado, faz-se necessário reorganizar
o conhecimento acadêmico, por outro, as aulas escolares também caressem de novos
objetivos e opções conceituais que resultem em práticas pedagógicas mais atrativas às
novas gerações. Os concertos didáticos surgem como uma possibilidade de levar a
música ao vivo à escola, ou seja, uma experiência estética possível de ser vivida por um
determinado grupo social. Do ponto de vista da formação do professor de música é uma
6
atividade que propõe o desempenho do estudante enquanto músico e professor,
atenuando a tensão entre as duas identidades profissionais. Pensar e atuar como
músico-professor em sala de aula. De maneira geral, observo que a opção por um
concerto ou recital didático tem sido por aquele onde os músicos falam sobre o repertório
tocado e/ou cantado e apresentam as características dos instrumentos musicais.
Tomando como exemplo os concertos de música clássica em auditórios ou salas de
concerto, sabemos que não existe expectativa que os músicos se comuniquem com a
platéia de alguma forma. Quando isso ocorre, normalmente, é responsabilidade do
maestro ou de um narrador. Mesmo quando os músicos são chamados para apresentar
um instrumento, uma melodia ou outros aspectos musicais, o papel deles é tocar (ver
Myers, 2005). A maioria dos concertos didáticos preparados pelos licenciandos foram
concebidos a partir dessa imagem, isto é, os estagiários ousaram pouco e acredito que
seja por não terem outras referências que possibilitem o criar concertos diferentes
àqueles a que estão tão habituados. Olhar para outras práticas, como foi o caso dos
vídeos, é fundamental para se obter uma visão sobre a própria prática, porém não
pressupõe modificá-la ou reinventá-la. O “saber-fazer” (Tardif, 2008) no sentido de saber-
tocar/cantar é um conhecimento que os estudantes, licenciandos em música, dominam.
Entretanto, o saber-ensinar refere-se ao conhecimento pedagógico do conteúdo
(Shulman, 1987), a ser aprendido na prática, no dia a dia da sala de aula – rotina esta
que é recente à maioria dos estagiários. Respondendo à primeira questão de pesquisa é
possível afirmar que os concertos didáticos são atividades que tem exigido dos
estudantes uma dupla função: a de músico e a de professor. Contudo, parece que o ser
professor, nesse contexto, acaba ficando em segundo plano por requerer habilidades e
competências que estão ainda em desenvolvimento. Quanto à segunda questão de
pesquisa posso afirmar que os procedimentos de ensino na perspectiva adotada de
“troca e cooperação” (Morin, 2001) “contribuíram imensamente” – como assim foi definido
por um dos estudantes – para a prática pedagógica dos estagiários. Observo que os
procedimentos compartilhados de ensino tem proporcionado aos estudantes um desafio
global e complexo quando são convidados a pensar nos conhecimentos de forma
integrada e não fragmentada. As experiências relatadas neste trabalho resumem três
anos de propostas didático pedagógicas com grupos de estudantes dos cursos de
Licenciatura em Música e Teatro. Vale destacar que como parte dos resultados deste
projeto foi realizado um estágio curricular integrando música e teatro. Os licenciandos
desenvolveram um trabalho integrado com uma turma de crianças na faixa etária entre
quatro e cinco anos, do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI/UFSC). Por meio da
metodologia teatral do Drama, onde as atividades, inseridas em um contexto ficcional, se
desenvolveram por episódios e com a mediação do professor-personagem, as aulas
foram permeadas por vivências teatrais e musicais. A temática estava relacionada ao
respeito pela diversidade, onde experiências com elementos de culturas estrangeiras
tornaram-se o foco dos processos de ensino e aprendizagem. Além disso, o Projeto
Interdisciplinar de Estágio ampliou suas atividades, incluindo os estudantes matriculados
nas disciplinas de estágio curricular supervisionado do curso de Licenciatura em Artes
Visuais. Concluo, afirmando que romper com o isolamento das disciplinas, considerando
o que lhes é contextual, pode favorecer a convergência de olhares, contribuindo para
7
modificar e alterar os procedimentos de ensino das aulas de arte. Sem dúvida: a
educação e o trabalho docente estão sendo reconfigurados.
Referências
Alves, R. (2002). A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 3ª
ed. Campinas: Papirus.
Bernard, R. (2010). Making music, making selves: A call for reframing music teacher
education. Action,Criticism & Theory for Music Education, Texas, 4(3), pp.2-36. Acesso
em 31/03/2013. Disponível em: http://act.maydaygroup.org/articles/Bernard4_2.pdf.
Bouij, Ch.(2010). Two theoretical perspectives on the socialization of music teachers.
Action,Criticism & Theory for Music Education, Texas, 3(3), pp.2-14. Acesso em
31/03/2013. Disponível em: http://act.maydaygroup.org/articles/Bouij3_3.pdf
Canario, R.; Matos, F.; Trindade, R. (s/d). Escola da Ponte. Defender a escola pública.
(arquivo cedido pelos autores).
Freire, P. (1967). A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Freire, P. (2011). Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra.
Froehlich, H. C. (2007). Sociology for music teachers: perspectives for practice. New
Jersey: Pearson Prentice Hall.
Louro, A. L. M. (2004). Ser docente universitário-professor de música: dialogando sobre
identidades profissionais do professor de instrumento. Porto Alegre: Tese de Doutorado.
PPGMUS/UFRGS.
Mateiro, T. (2007) Do tocar ao ensinar: o caminho da escolha. OPUS, Goiânia, 13(2),
pp.175-196.
Moreira, T.; Mateiro, T. (2013). A experiência docente e a formação violonística e
pedagógica na construção do “saber-fazer” e do “saber-ser” de um professor de violão.
CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL,
21, 2013, Pirenópolis. Anais... Pirenópolis: ABEM, 2013. Disponível em CD-R.
Morin, E. (2001). A cabeça bem-feita. Repensar a reforma. Reformar o pensamento. 5ª
ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Myers, D. E. (2005). Preparing Performers and Composers for Effetive Educational Work
with Children. Arts Education Policy Review, 106 (6), 2005, pp.31-38.
Pacheco, J. (2000). Quando eu for grande quero ir à Primavera. Porto: Profedições.
Salas, Jo (2000) Playback Theatre: uma nova forma de expressar ação e emoção. São
Paulo: Agora.
Schafer, M. (1991). O ouvido pensante. São Paulo: UNESP.
Shulman, L. S.(1987). Knowledge and teaching: foundations of the new reform. Harvard
Educational Review, 57(1), pp.1-22.
Sousa, A. M. B. de (2006). Educação biocêntrica: tecendo uma compreensão. Revista
Pensamento Biocêntrico, Pelotas, 5, pp.9-29.
Sousa, A. M. B. de (2002). Violência e fracasso escolar: a negação do outro como
legítimo outro. Ponto de Vista, Florianópolis, 3/4, pp.179-188.
8
Souza, J. (Org.) (2008). Aprender e Ensinar Música no Cotidiano. Porto Alegre: Sulina.
Souza, J. (Org.) (2000). Música, cotidiano e educação. Porto Alegre: UFRGS.
Stephens, J. (1995). Artist or Teacher? International Journal of Music Teacher, 25, pp.3-
15.
Swanwick, K. (1994). Musical knowledge. Intuition, analysis and music education.
Routledge: London.
Tardif, M. (2008). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes.
Vidor, H. B. (2010). Drama e teatralidade. Porto Alegre: Ed. Mediação.
Vieira, A. (2009). Professores de violão e seus modos de ser e agir na profissão: um
estudo sobre culturas profissionais no campo da música. 2009. 179 f. Dissertação
(Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre.
Anexo 1: Encarte do Programa para o Recital Didático
Fonte: Elaboração de Jeasir Rego

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIABANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAGisele Laura Haddad
 
Consideracoes sobre harmonizacao_e_music
Consideracoes sobre harmonizacao_e_musicConsideracoes sobre harmonizacao_e_music
Consideracoes sobre harmonizacao_e_musicRaul Sá Freire
 
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalConcepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalpibiduergsmontenegro
 
Revista 27 completa
Revista 27 completaRevista 27 completa
Revista 27 completaSoraia
 
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações e suas apli...
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações  e suas apli...Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações  e suas apli...
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações e suas apli...Rita Dias
 
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...EDSON HANSEN SANT ' ANA
 
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de música
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de músicaEducação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de música
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de músicaEDSON HANSEN SANT ' ANA
 
Revista musica 7 mesquita
Revista musica 7 mesquitaRevista musica 7 mesquita
Revista musica 7 mesquitasergio luiz
 
Alfabetização musical e paulo freire
Alfabetização musical e paulo freireAlfabetização musical e paulo freire
Alfabetização musical e paulo freiremetodotedem
 
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musical
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musicalMyrian de Souza Strambi atuação e produção literária musical
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musicalGisele Laura Haddad
 
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestre
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestreDesafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestre
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestreRenata Duarte
 
Composição, apreciação e performance na música
Composição, apreciação e performance na músicaComposição, apreciação e performance na música
Composição, apreciação e performance na músicaMirtes Arcanjo
 

Mais procurados (18)

BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIABANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
 
Consideracoes sobre harmonizacao_e_music
Consideracoes sobre harmonizacao_e_musicConsideracoes sobre harmonizacao_e_music
Consideracoes sobre harmonizacao_e_music
 
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalConcepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
 
Revista 27 completa
Revista 27 completaRevista 27 completa
Revista 27 completa
 
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações e suas apli...
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações  e suas apli...Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações  e suas apli...
Propostas dos educadores musicais da primeira e segunda gerações e suas apli...
 
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...
 
Paynter e schafer
Paynter e schaferPaynter e schafer
Paynter e schafer
 
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de música
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de músicaEducação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de música
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de música
 
Revista musica 7 mesquita
Revista musica 7 mesquitaRevista musica 7 mesquita
Revista musica 7 mesquita
 
Alfabetização musical e paulo freire
Alfabetização musical e paulo freireAlfabetização musical e paulo freire
Alfabetização musical e paulo freire
 
Monografia Ana Maria Pedagogia 2012
Monografia Ana Maria Pedagogia 2012Monografia Ana Maria Pedagogia 2012
Monografia Ana Maria Pedagogia 2012
 
Monografia Cícero Pedagogia 2010
Monografia Cícero Pedagogia 2010Monografia Cícero Pedagogia 2010
Monografia Cícero Pedagogia 2010
 
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musical
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musicalMyrian de Souza Strambi atuação e produção literária musical
Myrian de Souza Strambi atuação e produção literária musical
 
Apresentação Ano Cultural _ 2012
Apresentação Ano Cultural _ 2012 Apresentação Ano Cultural _ 2012
Apresentação Ano Cultural _ 2012
 
2269 6
2269 62269 6
2269 6
 
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestre
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestreDesafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestre
Desafio musical 1 aula 2 ano...primeiro bimestre
 
Composição, apreciação e performance na música
Composição, apreciação e performance na músicaComposição, apreciação e performance na música
Composição, apreciação e performance na música
 
Caderno de mùsica mec
Caderno de mùsica mecCaderno de mùsica mec
Caderno de mùsica mec
 

Destaque

ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)
ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)
ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)PartnerSB
 
Resume - Ed Goodman
Resume - Ed GoodmanResume - Ed Goodman
Resume - Ed GoodmanEd Goodman
 
Happy New Year Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Happy New Year Dr  Shriniwas Janardan KashalikarHappy New Year Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Happy New Year Dr Shriniwas Janardan Kashalikarbanothkishan
 
Herrera gregory codigo linux (1)
Herrera gregory  codigo linux (1)Herrera gregory  codigo linux (1)
Herrera gregory codigo linux (1)Gregory Herrera
 
NAZ-2013-Community-Survey-Report
NAZ-2013-Community-Survey-ReportNAZ-2013-Community-Survey-Report
NAZ-2013-Community-Survey-ReportAlysia Allen
 
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...bmake
 
Mi vida en tres minutos...
Mi vida en tres minutos...Mi vida en tres minutos...
Mi vida en tres minutos...Dayana Londoño
 
Organizacion de eventos
Organizacion de eventos Organizacion de eventos
Organizacion de eventos Dayana Pelaez
 
GaMPI Social Media Presentation
GaMPI Social Media PresentationGaMPI Social Media Presentation
GaMPI Social Media PresentationDesiree Colonna
 
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDAD
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDADCAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDAD
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDADJavier Osorio
 
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...ProfessorPrincipiante
 

Destaque (16)

Trabalho escrito caps
Trabalho escrito capsTrabalho escrito caps
Trabalho escrito caps
 
ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)
ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)
ЕГАИС в общепите. Все что нужно знать (Н. Пидемская)
 
Resume - Ed Goodman
Resume - Ed GoodmanResume - Ed Goodman
Resume - Ed Goodman
 
Happy New Year Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
Happy New Year Dr  Shriniwas Janardan KashalikarHappy New Year Dr  Shriniwas Janardan Kashalikar
Happy New Year Dr Shriniwas Janardan Kashalikar
 
Herrera gregory codigo linux (1)
Herrera gregory  codigo linux (1)Herrera gregory  codigo linux (1)
Herrera gregory codigo linux (1)
 
FTC6 Jean-Emmanuel Rodriguez welcome Frogans Technology 6 2016/02/16
FTC6 Jean-Emmanuel Rodriguez welcome Frogans Technology 6 2016/02/16FTC6 Jean-Emmanuel Rodriguez welcome Frogans Technology 6 2016/02/16
FTC6 Jean-Emmanuel Rodriguez welcome Frogans Technology 6 2016/02/16
 
NAZ-2013-Community-Survey-Report
NAZ-2013-Community-Survey-ReportNAZ-2013-Community-Survey-Report
NAZ-2013-Community-Survey-Report
 
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...
Umsetzungskonzepte und Nutzen von IT-Dienste-Katalogen für die IT-Versorgung...
 
Company profile Polaris
Company profile Polaris Company profile Polaris
Company profile Polaris
 
Mi vida en tres minutos...
Mi vida en tres minutos...Mi vida en tres minutos...
Mi vida en tres minutos...
 
ref.1
ref.1ref.1
ref.1
 
Organizacion de eventos
Organizacion de eventos Organizacion de eventos
Organizacion de eventos
 
CC Company Profile
CC Company ProfileCC Company Profile
CC Company Profile
 
GaMPI Social Media Presentation
GaMPI Social Media PresentationGaMPI Social Media Presentation
GaMPI Social Media Presentation
 
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDAD
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDADCAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDAD
CAMBIO EN LA HISTORIA DE LA HUMANIDAD
 
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...
NARRATIVAS DE PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA NO ENSINO SUPERIOR DA UNIVERS...
 

Semelhante a ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSORADO DE MÚSICA

Simcam4 licie martin
Simcam4 licie martinSimcam4 licie martin
Simcam4 licie martinmizaelcabral
 
As propostas dos_educadores_musicais_da
As propostas dos_educadores_musicais_daAs propostas dos_educadores_musicais_da
As propostas dos_educadores_musicais_daRaul Sá Freire
 
Concepções sobre aulas de música na escola
Concepções sobre aulas de música na escolaConcepções sobre aulas de música na escola
Concepções sobre aulas de música na escolapibiduergsmontenegro
 
Revista musica educacao_basica 1
Revista musica educacao_basica 1Revista musica educacao_basica 1
Revista musica educacao_basica 1Soraia
 
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕES
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕESA INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕES
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕESProfessorPrincipiante
 
#6 paulo ulrich julho 2014
#6 paulo ulrich   julho 2014#6 paulo ulrich   julho 2014
#6 paulo ulrich julho 2014Paulo Ulrich
 
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLA
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLAAPRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLA
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLASuperTec1
 
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalConcepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalpibiduergsmontenegro
 
Autonomia na aprendizagem_musical_contri
Autonomia na aprendizagem_musical_contriAutonomia na aprendizagem_musical_contri
Autonomia na aprendizagem_musical_contriRaul Sá Freire
 
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicas
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicasEnsino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicas
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicasEDSON HANSEN SANT ' ANA
 
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasil
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasilebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasil
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasilErnest Bowes
 
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesus
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesusRepertório brasileiro de violao risaelma de jesus
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesusPatricia Carlienne
 
O ensino coletivo de instrumentos musicais - História
O ensino coletivo de instrumentos musicais - HistóriaO ensino coletivo de instrumentos musicais - História
O ensino coletivo de instrumentos musicais - HistóriaCésar A. Martín
 
Formação de professores não especializados
Formação de professores não especializadosFormação de professores não especializados
Formação de professores não especializadosLiliane Barros
 
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]grupointerartes
 
Amusicanaescola
AmusicanaescolaAmusicanaescola
AmusicanaescolaEzio Souza
 
Artigo tcc paula
Artigo tcc paulaArtigo tcc paula
Artigo tcc paulaPaula Mello
 
Curso de 5° paralelas
Curso de 5° paralelasCurso de 5° paralelas
Curso de 5° paralelasMILTON ALVES
 
Educação musical e pne
Educação musical e pneEducação musical e pne
Educação musical e pnePatricia Bampi
 

Semelhante a ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSORADO DE MÚSICA (20)

Simcam4 licie martin
Simcam4 licie martinSimcam4 licie martin
Simcam4 licie martin
 
As propostas dos_educadores_musicais_da
As propostas dos_educadores_musicais_daAs propostas dos_educadores_musicais_da
As propostas dos_educadores_musicais_da
 
Concepções sobre aulas de música na escola
Concepções sobre aulas de música na escolaConcepções sobre aulas de música na escola
Concepções sobre aulas de música na escola
 
Revista musica educacao_basica 1
Revista musica educacao_basica 1Revista musica educacao_basica 1
Revista musica educacao_basica 1
 
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕES
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕESA INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕES
A INSERÇÃO DA MÚSICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DIFERENTES CONCEPÇÕES
 
#6 paulo ulrich julho 2014
#6 paulo ulrich   julho 2014#6 paulo ulrich   julho 2014
#6 paulo ulrich julho 2014
 
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLA
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLAAPRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLA
APRENDIZAGEM CRIATIVA E PRATICAS NA ESCOLA
 
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamentalConcepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
Concepções de estudantes sobre aulas de música no ensino fundamental
 
Autonomia na aprendizagem_musical_contri
Autonomia na aprendizagem_musical_contriAutonomia na aprendizagem_musical_contri
Autonomia na aprendizagem_musical_contri
 
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicas
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicasEnsino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicas
Ensino de música na educação básica: algumas possibilidades metodológicas
 
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasil
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasilebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasil
ebook-a-formacao-do-professor-de-musica-no-brasil
 
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesus
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesusRepertório brasileiro de violao risaelma de jesus
Repertório brasileiro de violao risaelma de jesus
 
O ensino coletivo de instrumentos musicais - História
O ensino coletivo de instrumentos musicais - HistóriaO ensino coletivo de instrumentos musicais - História
O ensino coletivo de instrumentos musicais - História
 
Formação de professores não especializados
Formação de professores não especializadosFormação de professores não especializados
Formação de professores não especializados
 
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]
Exemplo formataçãotexto-engrup edança[1]
 
A musica na escola
A musica na escolaA musica na escola
A musica na escola
 
Amusicanaescola
AmusicanaescolaAmusicanaescola
Amusicanaescola
 
Artigo tcc paula
Artigo tcc paulaArtigo tcc paula
Artigo tcc paula
 
Curso de 5° paralelas
Curso de 5° paralelasCurso de 5° paralelas
Curso de 5° paralelas
 
Educação musical e pne
Educação musical e pneEducação musical e pne
Educação musical e pne
 

Último

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 

ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSORADO DE MÚSICA

  • 1. 1 Práticas de ensino na formação inicial do professorado INFORME DE EXPERIÊNCIA ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSORADO DE MÚSICA MATEIRO, Teresa teresa.mateiro@udesc.br Universidade do Estado de Santa Catarina Palavras-chave: Estágio curricular – Interdisciplinaridade – Concertos didáticos – Ensino fundamental Introdução Para este trabalho apresento dois cenários da minha prática pedagógica como professora formadora de futuros professores de música: Concertos didáticos e o Projeto Interdisciplinar de Estágio. Esses cenários retratam a busca por uma prática mais aproximada ao estudante no intuito de oferecer possibilidades de uma formação mais voltada para a autonomia, para a crítica, para a interdisciplinaridade e para o desenvolvimento da identidade profissional. Tanto os concertos didáticos quanto o projeto interdisciplinar são, entre outras razões, tentativas de motivar aqueles acadêmicos que não se sentem atraídos pelo curso de licenciatura, pois desejariam, em primeiro lugar, ser músicos. Essa é uma questão que prepassa tanto a discussão sobre os status acadêmico e social quanto o debate sobre a identidade profissional. O dilema entre ser músico ou professor é constatado desde a escolha pela profissão, fato este apontado por vários educadores musicais, brasileiros (Louro, 2004; Mateiro, 2007; Vieira, 2009) e estrangeiros (Stephens, 1995; Bouij, 2004; Bernard, 2005; Fröehlich, 2007). Em estudo realizado com um grupo de estudantes, Mateiro (2007), constatou que eles escolheram a licenciatura como um meio para alcançar outros objetivos, estando o primeiro deles relacionado ao estudo do instrumento. O ser professor estava entre as opções, porém o fato de ser uma profissão relacionada à música foi o argumento mais utilizado. Essas respostas demonstram que a identidade oscila entre o ser professor e o ser músico. Moreira e Mateiro (2013) ao analisarem os dados coletados em entrevistas com um professor de violão, que dá aulas de instrumento há mais de vinte anos em uma escola livre de música, destacam que ele se autodenomina como “um músico de sala de aula”. Foram poucas as vezes que durante as conversas informais e as entrevistas o professor se referiu a ele mesmo como “professor”. Esta tensão identitária é observada em alguns licenciandos, tornando-se mais acentuada no momento de enfrentar os dois semestres do estágio curricular supervisionado que ocorre na educação básica, ou seja, na escola da rede pública de ensino. Assim, as questões de pesquisa que tem norteado a minha prática são: (1) De que maneira, os concertos didáticos podem promover a identidade dos estudantes enquanto estagiários-professores na escola básica?; (2) Como os
  • 2. 2 procedimentos de ensino das áreas de música e teatro podem contribuir para a prática pedagógica dos estudantes em formação docente durante o período de estágio? Cenário 1: Concertos didáticos Para este trabalho o principal objetivo é descrever e refletir sobre o concerto didático como uma ferramenta pedagógica na formação de professores de música. Consequemente, outras questões emergem como, por exemplo: o professor como músico, a performance na sala de aula e a vivência musical do aluno na escola. Venho sugerindo aos estagiários a preparação de recitais didáticos por várias razões. Primeiro, para que os estudantes tenham a oportunidade de experimentar ser músico e professor ao mesmo tempo unindo, assim, a identidade de músico-professor, sem gerar conflitos de valor ou status social ou acadêmico. Segundo, para fazer valer o Artigo 31 da Convenção sobre os Direitos da Criança (2004), assinada por quase todos os países do mundo, incluindo o Brasil, que afirma: Os Estados Partes respeitam e promovem o direito da criança de participar plenamente na vida cultural e artística e encorajam a organização, em seu benefício, de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas, artísticas e culturais, em condições de igualdade. A escola é, portanto, um espaço que pode e deve respeitar a criança, promovendo eventos culturais e educacionais. O desafio que proponho é o de pensar e preparar um concerto que ultrapasse a ideia do concerto tradicional, aquele onde os músicos tocam e a platéia fica sentada imóvel, ouvindo. Esses são os concertos que acontecem nos templos, nos teatros, nos auditórios. Os concertos onde o silêncio e os aplausos no momento certo são exigidos da platéia, educada, culta e elitizada. Seriam esses os “concertos musicais bancários”, parafraseando Paulo Freire? Estimulo, então, a preparação de concertos onde, de preferência, as crianças possam interagir. A interação pode ocorrer de diversas formas, desde cantar junto com o grupo de músicos, fazer algum tipo de acompanhamento com palmas ou até mesmo tocar. Por um lado, a audição da criança torna-se ativa e participativa e, por outro, ela sente-se parte da apresentação musical. Neste sentido, Swanwick (1994) amplia o conceito de execução musical, para além daquele dado à apresentação formal de uma obra musical para uma platéia, quando diz que o acompanhar de uma canção com palmas também é performance. Os estudantes assistiram a vários vídeos de concertos e recitais didáticos produzidos, principalmente, em outros países, onde essa prática musical faz parte do cotidiano das escolas. Além dos vídeos do grupo Barbatuques (Brasil), outros trabalhos foram apreciados como, por exemplo: Body Rhythm Factory e Impuls Trio, da Dinamarca; e, The world according to James e The Chambermaids, da Austrália. Como palestrante, os estudantes tiveram o Presidente da Organização Mundial Juventudes Musicais (JMI), Per Ekedahl, que falou sobre a importância da música ao vivo para crianças em idade escolar. Esses estímulos, somados à produção de um Programa de Concerto (ver Anexo 1) atrativo para crianças e/ou adolescentes foram atividades que permearam as aulas dos estagiários durante dois anos. Em 2011 foram realizados quatro recitais em duas escolas da rede municipal de uma cidade do estado de Santa Catarina. Os concertos
  • 3. 3 foram preparados por dois grupos de licenciandos em parceria com os oito estagiários que atuavam nas escolas básicas municipais. O primeiro concerto, idealizado por 25 licenciandos, teve um repertório variado interpretado por diferentes formações musicais como: Grupo de Música de Câmara, de Percussão, de Choro, de Samba, de Rock e Grupo Coral. O segundo, formado por outros 20 licenciandos, teve a música popular brasileira como repertório principal. Foram interpretadas canções de Chico Buarque, Lenine, Pixinguinha, Ary Barroso, Hermeto Pascoal, Nelson Cavaquinho, Vinícius de Moraes, João Bosco e do grupo Palavra Cantada. Assistiram a esses concertos aproximadamente 150 alunos do ensino fundamental. Em 2012 foram realizados oito recitais didáticos em turmas de estagiários atuantes em cinco escolas da rede municipal. Formações musicais foram compostas por 16 licenciandos e alguns músicos convidados: Grupo de Choro, Quateto de Flauta de Doce, Quarteto de Cordas, Grupo de Metais e um Grupo Vocal. Desta vez, os recitais foram realizados na sala de aula, pois o foco era aquele grupo de alunos que foi preparado para interagir com os músicos. Ao total cerca de 240 alunos foram comtemplados com esses recitais. As apresentações foram gravadas em vídeo e tem sido utilizadas como um material de apoio a outros estudantes. Por um lado, como material didático para as aulas dos estudantes em estágio e, por outro, como exemplos de recitais realizados por colegas do curso. Neste caso, tem servido como um estímulo a essa prática no contexto escolar. Avaliações tem sido realizadas com o intuito de ouvir tanto os alunos das escolas que tem participado dos concertos quanto os licenciandos que tem ativamente se envolvido com tais atividades pedagógico-musicais. Entrevistas abertas e questionários tem sido os instrumentos para a coleta de dados. Nas escolas, os alunos respondem a dois questionários: um antes e outro depois do concerto. O primeiro, é um questionário diagnóstico para saber se o aluno toca algum instrumento ou se tem alguém na família que toca ou canta, se já foi a algum concerto, onde e se lembra das músicas que ouviu. O segundo, é um questionário de caráter mais avaliativo, onde as questões versam sobre a opinião do aluno sobre o concerto que assistiu, quais os instrumentos e gêneros musicais que identificou, se reconheceu alguma música e se iria novamente a um concerto ou recital didático. Esses dados ficarão para um próximo trabalho onde o foco será aluno do ensino fundamental. Quanto aos estudantes em formação docente, ilustro o trabalho desenvolvido com os concertos didáticos com a fala de um deles: “Foi uma atividade de valor incalculável em todos os aspectos. Não consigo expressar com palavras a grandiosidade que foi esse evento para o segmento educacional”. Esse depoimento é representativo, uma vez que a preparação e a realização dos concertos e/ou recitais tem tido um significado formativo e reflexivo na formação musical e pedagógica dos futuros professores de música. Cenário 2: Projeto Interdisciplinar de Estágio A interdisciplinaridade surgiu como uma alternativa pedagógica de formação para os estudantes matriculados nas disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado dos cursos de Licenciatura em Música e Teatro. Nesta proposta, a definição que tem sido adotada é a de “troca e cooperação”, conforme propõe Morin (2001). Para o autor os termos inter- multi-trans-disciplinaridade são “difíceis de definir, porque são polissêmicos e imprecisos” e, por isso, é necessário conservar as principais noções: “cooperação; melhor, objeto
  • 4. 4 comum; e, melhor ainda, projeto comum” (p.115). Para tanto, é preciso romper com a lógica da organização disciplinar e hierárquica do conhecimento, da divisão do trabalho, da hiperespecialização do pesquisador e, consequentemente, da dispersão do saber. As disciplinas de estágio curricular ocorrem na segunda metade dos cursos e tem como foco a prática de ensino no contexto escolar. As aulas ocorrem uma vez por semana na universidade e a atuação no campo de estágio, ou seja, em escolas de educação básica, tem uma previsão de 30 horas por semestre. O projeto iniciou em 2011 com o tema “Educação para a autonomia. Uma utopia possível”. As discussões e reflexões giraram em torno à realidade das escolas públicas: o modelo de aula tradicional, a motivação dos alunos, a cultura e a gestão escolar, a organização disciplinar, a disciplina de artes no currículo, o espaço escolar para as atividades de música e teatro, a obrigatoriedade do conteúdo de música desde 2008 com a Lei 11.769, as condições de trabalho, a infraestrutura, os materiais didáticos, o salário, a carreira do professor, entre outros tantos aspectos. A Escola da Ponte foi o exemplo estudado como um modelo para uma escola possível. Repensar os modelos da escola pública a partir do estudo do Projeto Fazer a Ponte era um dos objetivos das disciplinas. Vídeos que tratavam sobre a referida escola foram assistidos, além do debate sobre alguns textos, como: “Fazer a Ponte, construir a memória” de José Pacheco (CANARIO; MATOS; TRINDADE, s/d); os textos do livro de Rubem Alves (2002) e do livro de José Pacheco (2000). Para culminar o semestre os estagiários tiveram a oportunidade de ter uma aula e uma palestra com o professor José Pacheco sobre os diversos temas estudados e discutidos. Em 2012 o projeto teve sua continuidade e como fundamentos teóricos foram escolhidos a pedagogia de Paulo Freire e as teorias do cotidiano. Naquele ano a ideia foi a de despertar a curiosidade sobre conhecimentos teóricos e experiências já estabelecidas e reconhecidas que pudessem auxiliar a prática pedagógica dos estagiários no contexto escolar. Para tanto, foram oferecidas duas palestras: uma com o professor Lourival José Martins Filho (UDESC) para falar sobre o trabalho de Paulo Freire e outra com a professora Jusamara Souza (UFRGS) para expor sobre as teorias do cotidiano com ênfase nas pesquisas realizadas na área da sociologia da educação musical. Leituras das obras de Paulo Freire (1967; 2011) e de Jusamara Souza (2000; 2008) foram recomendadas aos estudantes em formação. Uma vez mais, a integração das aprendizagens e dos conhecimentos estavam sendo propostos. Humanizar o conhecimento e compreender como os processos afetivos podem ser construídos no cotidiano escolar foram os principais objetivos que permearam as aulas dos estagiários no primeiro semestre de 2013. Com o tema “Afetividade na educação, a troca de ideias permeou assuntos como: a função social da escola; o papel dos pais e professores diante dos problemas de aprendizagem; os valores como elementos constituintes da dimensão afetiva; a diferença entre sentimentos, emoções e afetividade; os laços afetivos necessários aos processos educacionais; ética e moral; a resolução de conflitos interpessoais; as influências das emoções nas funções cognitivas e comportamentais; a violência e o fracasso escolar. Ana Maria Borges de Sousa (UFSC) foi a professora convidada que falou aos estudantes sobre a educação a partir da Ética do Cuidado. Para ela a ética pedagógica tem por base a afetividade qualificadora e o aprender deve ser um direito prazeroso que encanta e dá liberdade. Não é um dever moral. A professora diz que “a escola, orientada pela gestão do cuidado na formação
  • 5. 5 humana e na capacitação de sua comunidade, rejeita qualquer processo que produza exclusão, nega qualquer manifestação de desrespeito, porque pratica, pelo exemplo, o desenraizamento das indiferenças” (SOUSA, 2002, p.186). Além da roda de conversa com os estudantes de música e teatro, Ana Maria propos e orientou vivências fundamentadas nos princípios da Educação Biocêntrica e da Biodanza (ver SOUSA, 2006). Uma aula por mês foi dedicada às aulas interdisciplinares, envolvendo os estudantes dos dois cursos e os respectivos professores. Os estudantes preparavam atividades possíveis para a sala de aula e, assim, os estagiários de música tiveram contato com algumas metodologias teatrais, como o Drama (VIDOR, 2010) e o Teatro Playback (SALAS, 2000), enquanto os estagiários de teatro experimentaram atividades musicais fundamentadas em pedagogias de educação musical como, por exemplo, as propostas de Schafer (1991). As aulas foram gravadas em vídeo e registradas em protocolos escritos. Ao final de cada semestre foi realizada uma avaliação com os estudantes, por meio de questionários e entrevistas. Na opinião dos licenciandos essas aulas constituíram um espaço de troca de ideias pedagógicas, pois durante o período de estágio o planejamento é uma das tarefas que mais ocupa e preocupa os estudantes. Maurício escreveu: “As aulas de estágio foram produtivas no sentido de compartilhar as experiências vividas em sala de aula, tanto do pessoal da música quanto do pessoal de teatro. Inclusive as aulas integradas no meu ponto de vista contribuíram imensamente na nossa prática como estagiários”. A maioria dos colegas foi unânime em afirmar o mesmo. Outros aspectos foram também destacados como, por exemplo, a oportunidade que cada um teve de desenvolver habilidades e/ou comportamentos, como se pode observar no depoimento de Luiza: “Nestas aulas consegui me soltar um pouco mais e ter mais coragem de me expor de outra maneira, além de ter aumentado o repertório de atividades em sala de aula”. Esse “soltar um pouco mais” está relacionado às atividades corporais que foram mais desafiantes para os alunos de música do que para os de teatro. Durante os três anos de realização do Projeto Interdisciplinar de Estágio, os procedimentos metodológicos foram alternados entre leituras e debates, palestras e minicursos, mostra de vídeos e propostas práticas para o ensino de música e para o ensino de teatro. Considerações finais Buscar alternativas pedagógicas para a formação de professores tem sido um estímulo constante nos dias atuais, onde a presença das tecnologias da informação e da comunicação tem exigido “reconstruir o mundo”. Essa busca justifica-se, portanto, pelas inúmeras razões que prepassam a necessidade de novos modos de produção e transmissão de conhecimentos. Superar as fronteiras disciplinares, construindo passarelas entre as disciplinas, tem sido um desafio. Enfrentar as mídias nas aulas de música da escola básica, tem sido outro. Se, por um lado, faz-se necessário reorganizar o conhecimento acadêmico, por outro, as aulas escolares também caressem de novos objetivos e opções conceituais que resultem em práticas pedagógicas mais atrativas às novas gerações. Os concertos didáticos surgem como uma possibilidade de levar a música ao vivo à escola, ou seja, uma experiência estética possível de ser vivida por um determinado grupo social. Do ponto de vista da formação do professor de música é uma
  • 6. 6 atividade que propõe o desempenho do estudante enquanto músico e professor, atenuando a tensão entre as duas identidades profissionais. Pensar e atuar como músico-professor em sala de aula. De maneira geral, observo que a opção por um concerto ou recital didático tem sido por aquele onde os músicos falam sobre o repertório tocado e/ou cantado e apresentam as características dos instrumentos musicais. Tomando como exemplo os concertos de música clássica em auditórios ou salas de concerto, sabemos que não existe expectativa que os músicos se comuniquem com a platéia de alguma forma. Quando isso ocorre, normalmente, é responsabilidade do maestro ou de um narrador. Mesmo quando os músicos são chamados para apresentar um instrumento, uma melodia ou outros aspectos musicais, o papel deles é tocar (ver Myers, 2005). A maioria dos concertos didáticos preparados pelos licenciandos foram concebidos a partir dessa imagem, isto é, os estagiários ousaram pouco e acredito que seja por não terem outras referências que possibilitem o criar concertos diferentes àqueles a que estão tão habituados. Olhar para outras práticas, como foi o caso dos vídeos, é fundamental para se obter uma visão sobre a própria prática, porém não pressupõe modificá-la ou reinventá-la. O “saber-fazer” (Tardif, 2008) no sentido de saber- tocar/cantar é um conhecimento que os estudantes, licenciandos em música, dominam. Entretanto, o saber-ensinar refere-se ao conhecimento pedagógico do conteúdo (Shulman, 1987), a ser aprendido na prática, no dia a dia da sala de aula – rotina esta que é recente à maioria dos estagiários. Respondendo à primeira questão de pesquisa é possível afirmar que os concertos didáticos são atividades que tem exigido dos estudantes uma dupla função: a de músico e a de professor. Contudo, parece que o ser professor, nesse contexto, acaba ficando em segundo plano por requerer habilidades e competências que estão ainda em desenvolvimento. Quanto à segunda questão de pesquisa posso afirmar que os procedimentos de ensino na perspectiva adotada de “troca e cooperação” (Morin, 2001) “contribuíram imensamente” – como assim foi definido por um dos estudantes – para a prática pedagógica dos estagiários. Observo que os procedimentos compartilhados de ensino tem proporcionado aos estudantes um desafio global e complexo quando são convidados a pensar nos conhecimentos de forma integrada e não fragmentada. As experiências relatadas neste trabalho resumem três anos de propostas didático pedagógicas com grupos de estudantes dos cursos de Licenciatura em Música e Teatro. Vale destacar que como parte dos resultados deste projeto foi realizado um estágio curricular integrando música e teatro. Os licenciandos desenvolveram um trabalho integrado com uma turma de crianças na faixa etária entre quatro e cinco anos, do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI/UFSC). Por meio da metodologia teatral do Drama, onde as atividades, inseridas em um contexto ficcional, se desenvolveram por episódios e com a mediação do professor-personagem, as aulas foram permeadas por vivências teatrais e musicais. A temática estava relacionada ao respeito pela diversidade, onde experiências com elementos de culturas estrangeiras tornaram-se o foco dos processos de ensino e aprendizagem. Além disso, o Projeto Interdisciplinar de Estágio ampliou suas atividades, incluindo os estudantes matriculados nas disciplinas de estágio curricular supervisionado do curso de Licenciatura em Artes Visuais. Concluo, afirmando que romper com o isolamento das disciplinas, considerando o que lhes é contextual, pode favorecer a convergência de olhares, contribuindo para
  • 7. 7 modificar e alterar os procedimentos de ensino das aulas de arte. Sem dúvida: a educação e o trabalho docente estão sendo reconfigurados. Referências Alves, R. (2002). A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 3ª ed. Campinas: Papirus. Bernard, R. (2010). Making music, making selves: A call for reframing music teacher education. Action,Criticism & Theory for Music Education, Texas, 4(3), pp.2-36. Acesso em 31/03/2013. Disponível em: http://act.maydaygroup.org/articles/Bernard4_2.pdf. Bouij, Ch.(2010). Two theoretical perspectives on the socialization of music teachers. Action,Criticism & Theory for Music Education, Texas, 3(3), pp.2-14. Acesso em 31/03/2013. Disponível em: http://act.maydaygroup.org/articles/Bouij3_3.pdf Canario, R.; Matos, F.; Trindade, R. (s/d). Escola da Ponte. Defender a escola pública. (arquivo cedido pelos autores). Freire, P. (1967). A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. Freire, P. (2011). Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. Froehlich, H. C. (2007). Sociology for music teachers: perspectives for practice. New Jersey: Pearson Prentice Hall. Louro, A. L. M. (2004). Ser docente universitário-professor de música: dialogando sobre identidades profissionais do professor de instrumento. Porto Alegre: Tese de Doutorado. PPGMUS/UFRGS. Mateiro, T. (2007) Do tocar ao ensinar: o caminho da escolha. OPUS, Goiânia, 13(2), pp.175-196. Moreira, T.; Mateiro, T. (2013). A experiência docente e a formação violonística e pedagógica na construção do “saber-fazer” e do “saber-ser” de um professor de violão. CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 21, 2013, Pirenópolis. Anais... Pirenópolis: ABEM, 2013. Disponível em CD-R. Morin, E. (2001). A cabeça bem-feita. Repensar a reforma. Reformar o pensamento. 5ª ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. Myers, D. E. (2005). Preparing Performers and Composers for Effetive Educational Work with Children. Arts Education Policy Review, 106 (6), 2005, pp.31-38. Pacheco, J. (2000). Quando eu for grande quero ir à Primavera. Porto: Profedições. Salas, Jo (2000) Playback Theatre: uma nova forma de expressar ação e emoção. São Paulo: Agora. Schafer, M. (1991). O ouvido pensante. São Paulo: UNESP. Shulman, L. S.(1987). Knowledge and teaching: foundations of the new reform. Harvard Educational Review, 57(1), pp.1-22. Sousa, A. M. B. de (2006). Educação biocêntrica: tecendo uma compreensão. Revista Pensamento Biocêntrico, Pelotas, 5, pp.9-29. Sousa, A. M. B. de (2002). Violência e fracasso escolar: a negação do outro como legítimo outro. Ponto de Vista, Florianópolis, 3/4, pp.179-188.
  • 8. 8 Souza, J. (Org.) (2008). Aprender e Ensinar Música no Cotidiano. Porto Alegre: Sulina. Souza, J. (Org.) (2000). Música, cotidiano e educação. Porto Alegre: UFRGS. Stephens, J. (1995). Artist or Teacher? International Journal of Music Teacher, 25, pp.3- 15. Swanwick, K. (1994). Musical knowledge. Intuition, analysis and music education. Routledge: London. Tardif, M. (2008). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes. Vidor, H. B. (2010). Drama e teatralidade. Porto Alegre: Ed. Mediação. Vieira, A. (2009). Professores de violão e seus modos de ser e agir na profissão: um estudo sobre culturas profissionais no campo da música. 2009. 179 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Anexo 1: Encarte do Programa para o Recital Didático Fonte: Elaboração de Jeasir Rego