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Repertório de Música Brasileira Para Violão: Construindo Conhecimentos
Musicais Significativos Para Estudantes1
Risaelma de Jesus Arcanjo Moura2
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Resumo: Este trabalho trata-se de um projeto de pesquisa em andamento vinculado ao
Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal da Bahia, UFBA, e se
encontra em fase de coleta de dados. Pretendemos investigar como o repertório de
música brasileira utilizado na disciplina Instrumento Suplementar, violão, pode ser
significativo para a construção dos conhecimentos musicais dos estudantes da
Licenciatura em Música da UFBA. A estratégia de pesquisa adotada é o estudo de caso
com a observação participante e a entrevista como principais fontes de evidências.
Assim, esperamos que este estudo possa trazer contribuições que favoreçam o
entendimento e suscite reflexões acerca dos conhecimentos musicais adquiridos a partir
das práticas educativo-musicais que têm como base a música brasileira.
Palavras-chave: repertório; música brasileira; ensino de violão.
Introdução
O repertório musical, como componente que integra várias disciplinas dos
cursos de música no Brasil, constitui um dos elementos de significativo valor para a
aquisição do conhecimento musical em geral, envolvendo desde a prática instrumental
ou vocal até a própria formação do músico ou do educador musical.
Embora, historicamente, sua escolha estivesse associada ao processo de
desenvolvimento da educação musical brasileira e vinculada aos interesses do espírito
burguês em expansão da época, como ressalta Kiefer (1997), “a classe burguesa, [...]
suficientemente numerosa para, dentro da diversificação de profissões, lançar o reclamo
de condições de aprendizado da música” (KIEFER, 1977, p. 71) com ênfase às músicas
de tradição européia, atualmente, sua escolha tem dependido das necessidades e
expectativas das novas demandas sociais.
1
Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional da ISME na América
Latina - 2007
2
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal da Bahia, mestrado em
Educação Musical, sob orientação da Prof. Dr. Ana Cristina Gama dos Santos Tourinho. Atualmente,
desenvolvo o trabalho de pesquisa no curso de Licenciatura em Música da referida universidade o qual se
encontra em fase de coleta de dados e redação da dissertação. E-mail para contato:
risaelma@yahoo.com.br
2
Desse modo, temos encontrado uma série de objetivos, atividades
metodológicas, disciplinas e conteúdos no curso de Licenciatura em Música da Escola
de Música da Universidade Federal da Bahia, EMUS-UFBA, que enfocam a música
brasileira demonstrando formas alternativas e diferenciadas do ensino “tradicional”
europeu que constituiu a base das propostas pedagógicas dessa instituição em suas
origens. Conscientes dessa realidade acreditamos na relevância da realização deste
estudo que se encontra em andamento (fase de coleta de dados) e tem como problema
norteador de pesquisa: como o repertório de música brasileira da disciplina Instrumento
Suplementar III, IV e V, violão, pode ser significativo para a construção do
conhecimento musical?
Ressaltamos que não é a intenção dogmatizar como “boas” ou “ruins” práticas
educativo-musicais que têm como base o repertório musical brasileiro em detrimento ao
estrangeiro. Mas, como espaço social, a escola é um lugar propício para que os alunos
ampliem seus conhecimentos musicais a partir da articulação entre suas propostas e a
realidade dos estudantes, pois na maior parte das vezes ocorre o contrário. Como
lembra-nos Tourinho (2002), “muitas vezes procura-se iniciar este trabalho partindo de
coisas áridas, extemporâneas, fora do contexto e das obras musicais, fora do contexto
social do indivíduo” (TOURINHO, 2002, p. 165).
Nessa perspectiva, temos visto vários estudos que apontam para um diálogo
entre as propostas educativo-musicais das instituições e o contexto social/musical dos
educandos a fim de estabelecer um ensino prazeroso, eficaz e que tenha sentido para os
estudantes. Dentre os trabalhos podemos mencionar Arroyo (1999, 2001, 2002);
Oliveira (2001); Queiroz (2000); Souza (2004); Tourinho (1995) e Travassos (1999,
2005).
Assim, acreditamos que o estudo nos revelará, de maneira abrangente, como o
uso da música brasileira no repertório para violão, familiar à realidade social dos
educandos, tem contribuído significativamente para a construção do próprio
conhecimento musical.
Objetivos da investigação
O objetivo principal deste trabalho é investigar como o repertório de música
brasileira da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, pode ser
3
significativo para a construção do conhecimento musical dos estudantes da Licenciatura
em Música da EMUS-UFBA.
Para isso, estamos listando as músicas brasileiras estudadas no repertório da
disciplina, destacando os elementos musicais (melodia, harmonia, ritmo, dinâmica, por
exemplo) mencionados frequentemente por professores e alunos e como são abordados
durante as aulas. Pretendemos identificar as principais dificuldades técnicas
relacionadas à execução de cada música e à estratégia adotada, tanto por alunos quanto
por professores, a fim de aumentar o desempenho prático (instrumental) dos estudantes
e, por fim, pretendemos verificar como a música é contextualizada durante as práticas
de ensino e aprendizagem do violão.
Contextualizando o cenário em estudo: pressupostos teóricos
A Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal da
Bahia, EMUS-UFBA, tem buscado novas estratégias quanto ao ensino da música. Pelo
número de alunos que atende – dos mais variados contextos da cidade de Salvador e até
mesmo do Estado da Bahia –, tem flexibilizado suas propostas a partir da escolha do
repertório utilizando música brasileira para o estudo do instrumento. Mesmo com um
programa criado em 1978, mas que se encontra, atualmente, ultrapassado por não
corresponder às expectativas dos estudantes, isso não tem impedido que estabeleçam
novas estratégias de ensino e aprendizagem para atender às demandas sociais recentes.
Dessa forma, temos visto no repertório da disciplina Instrumento Suplementar
III, IV e V, violão, um trabalho que tem como base a música brasileira. Entendida, aqui,
como a música de origem nacional firmada e estabelecida com seus elementos
constitutivos oriundos das “fusões [encontro] das diversas etnias, classes e regiões que
formam o nosso grande mosaico nacional” (NAPOLITANO, 2002, p. 7). Nesse sentido,
desconsideramos a antiga dicotomia erudito e popular que, por muito tempo, gerou
linhas divisórias quanto ao entendimento da música no Brasil, fruto do interesse de
classes divergentes que lutavam pela “alternância entre reprodução dos modelos
europeus e descoberta de um caminho próprio” (TRAVASSOS, 2000, p. 7).
Consultando a literatura da área, é notória a procura crescente pelos cursos de
“violão popular” em faculdades brasileiras (ANTUNES, 2006). Por ser o violão um
4
instrumento de grande popularidade entre as pessoas e estar presente em diversas
práticas musicais da sociedade, além de ocupar, atualmente, um lugar privilegiado em
salas de concerto no Brasil afora incentivando, dessa forma, jovens atores em festivais
de violão, como ressalta Antunes (2006), “o curso superior de violão continua sendo o
mais procurado nas faculdades de música brasileiras” (ANTUNES, 2006, p. 45).
Podemos constatar que essa realidade também se repete no contexto da Escola de
Música da UFBA de modo que a procura pelo curso de Instrumento (violão) tem
permanecido constante nos últimos anos.
Acreditamos, porém que a escolha do repertório continua sendo, junto às
demais disciplinas e atividades desenvolvidas no curso de Licenciatura em Música da
EMUS-UFBA, importante para a formação musical dos educandos. O seu papel é
relevante: o de ampliar a dimensão do conhecimento musical indo além da reprodução
das músicas que os alunos têm acesso em seus contextos sociais. Nesse sentido, Oliveira
(2001) considera importante, estudos que possam abordar o que é específico,
musicalmente, em cada região brasileira:
[...] a preocupação a respeito das características regionais, todavia, não
tem acontecido nos programas de treinamento de professores, talvez
devido à escassez de estudos sistemáticos que identifica os elementos
específicos das músicas de cada região. Portanto, cursos de preparação
de professores em instituições especializadas não têm oferecido cursos
de música onde estes elementos específicos e suas aplicações didáticas
sejam estudadas (OLIVEIRA, 2001, p. 35).
Compreendemos a dificuldade em lidar com o desafio de trabalhar matéria-
prima musical e nacional em sala de aula, devido às especificidades de cada lugar e a
diversidade musical do país, de modo que práticas educativo-musicais possam ter
sentido para a vida do alunado. Nesse aspecto, Swanwick (2003) propõe aos educadores
musicais “uma fundamentação teórica que una as ações de produzir música com os
vários contextos dessas ações, para que o significado musical apropriadamente inclua
todas as funções humanizadoras e concretas da música” (SWANWICK, 2003, p. 46). A
fundamentação teórica constituirá, pois, um dos caminhos possíveis que poderão ser a
base para um trabalho efetivo, que estimule a construção dos saberes musicais e
direcione as práticas em sala de aula.
Convictos de que, as demandas sociais requerem uma formação musical que
contemple cada vez mais a música brasileira, especialmente em cursos de Licenciaturas
5
que se ocupam com a formação dos profissionais da área, a universidade, como parte
integrante da esfera maior - a sociedade - deve buscar conhecer a realidade dos seus
atores sem, contudo permanecer nela, pois abarcar toda diversidade musical brasileira
seria impossível à escola (FORQUIN, 1993).
Assim, entendemos que o curso de Licenciatura em Música da EMUS-UFBA
tem buscado em suas práticas educativo-musicais ultrapassar dicotomias como nacional
e estrangeiro, erudito e popular, que há muito determinaram a educação musical
brasileira, sem ficar limitada, apenas, a atender as expectativas do alunado mas sendo
eficaz na construção do saber musical e das distintas possibilidades de ensinar e
trabalhar com a música na sociedade atual.
Procedimentos metodológicos
O caráter descritivo desta investigação requer uma abordagem qualitativa o que
independe da estratégia que está sendo aplicada ao fenômeno em estudo, pois
entendemos, como diz Yin (2005), que “o contraste entre evidências quantitativas e
qualitativas não diferencia as várias estratégias de pesquisa” (YIN, 2005, p. 34) e,
portanto, não determina o planejamento da coleta de informações de forma que as
evidências poderão ser oriundas tantos de dados quantitativos quanto de dados
qualitativos. Assim sendo, optamos pela abordagem qualitativa devido as fontes de
evidências desta pesquisa serem de caráter descritivo, que assim contribuirão para
futuras interpretações e análise dos resultados.
Nessa perspectiva, elegemos como estratégia de pesquisa, o estudo de caso
(YIN, 2005, MARTIN, 2006), por estarmos diante de um fenômeno atual que acontece
em seu contexto “da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2005, p. 32), não existindo, portanto
separação entre o contexto das aulas da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V,
violão, e o fenômeno da música brasileira presente no repertório estudado pelos alunos
da Licenciatura em Música de modo que não podemos discernir um do outro.
Como instrumentos de coleta de dados, estamos recorrendo à observação não
participante e à entrevista. A primeira ferramenta nesta pesquisa tem sido útil por
aproximar-nos mais do contexto real dos estudantes para assim, a partir do
6
conhecimento da realidade dos alunos, elaborarmos questões para a entrevista, pois
como afirma Rosa e Arnoldi (2006):
É imprescindível, portanto, que o entrevistador tenha, como ponto de
partida, toda a visualização desse contexto externo, cultural e histórico
em que está inserido o sujeito a ser pesquisado, e, também neste
momento o conteúdo da pesquisa em questão, podendo prosseguir ou
iniciar a coleta de dados somente após essa averiguação, para que não
se perca em caminhos transversos (ROSA e ARNOLDI, 2006, p. 20).
A segunda ferramenta, a entrevista, constitui a técnica fundamental para a
coleta de informações deste estudo. Adotamos a entrevista informal (GIL, 1995) que
tem como base uma semi-estrutura de perguntas, as quais estamos recorrendo, mas de
acordo com as respostas dos entrevistados, possíveis esclarecimentos poderão suscitar
novos questionamentos. Esse tipo de entrevista difere da conversação simples porque
tem um objetivo básico, como entende Gil (1995) quanto à entrevista informal, “o que
se pretende com entrevistas deste tipo é a obtenção de uma visão geral do problema
pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do
entrevistado” (GIL, 1995, p. 116), sendo importante nesse sentido o significado que os
entrevistados dão ao caso em estudo: o repertório de música brasileira na disciplina
Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, da EMUS-UFBA.
Considerações finais: possíveis contribuições para a área
Por contemplar um dos importantes universos de educação em música, a
Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia que, ao
longo da sua história, realizou importantes conquistas para a área formando um número
abrangente de profissionais em diferentes níveis, também tem se caracterizado como
universo político para pensar, discutir, conceber e agir por meio de propostas de ensino
da música contextualizadas com a realidade social dos educandos.
Acreditamos que o aprofundamento nesse tema, analisando, pensando e
refletindo não só teoricamente, mas, sobretudo, poderá gerar um forte impacto na
estruturação pedagógica desse universo escolar e, fundamentalmente, na forma de agir e
trabalhar do professor no seu cenário educativo.
7
O presente estudo se adéqua às perspectivas das ciências sociais da
contemporaneidade, tendo em vista que está alicerçado em uma metodologia
consistente, que abordará o fenômeno a ser estudado em seus aspectos qualitativos de
forma abrangente através da estratégia do estudo de caso. Estratégia ampla que abrange
desde o planejamento do projeto de pesquisa, os instrumentos de coleta de dados
adequados ao caso proposto, até a análise e interpretação dos resultados (LAVILLE e
DIONNE, 1999; MARTINS, 2006; YIN, 2005).
Na medida em que propomos investigar e discutir uma temática de suma
importância para atender as atuais demandas sociais, certamente o estudo trará
contribuições significativas que possibilitarão reflexões acerca da utilização de matéria-
prima de origem nacional, especificamente em um universo oficial de educação
musical.
Referências
ANTUNES, Gilson. O curso de violão continua sendo o mais procurado nas faculdades
de música brasileiras: você já sabe onde estudar? Revista ViolãoPro, São Paulo, n. 5, p.
45-47, 2006.
ARROYO, Margarete. Representações sociais sobre práticas de ensino e aprendizagem
musical: um estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música.
1999. 360 f. Tese (Doutorado) – Curso de Educação Musical, Programa de Pós-
Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.
________. Música popular em um Conservatório de Música. Revista da ABEM, Porto
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________. Mundos musicais locais e educação musical. Em Pauta, Porto Alegre, v.13,
n.1, p. 98-114, 2002.
FORQUIN, Jean Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do
conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: Atlas,
1995.
8
KIEFER, Bruno. História da Música Brasileira: dos primórdios ao início do século XX.
4ed. Porto Alegre: Movimento, 1977.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do Saber: manual de metodologia
da pesquisa em ciências sociais. Revisão técnica e adaptação da obra: Lana Mara
Siman. Porto Alegre: Artes Médicas Sul LTDA, 1999.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de Caso: uma estratégia de pesquisa. São
Paulo: Atlas, 2006.
NAPOLITANO, Marcos. História e Música. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
OLIVEIRA, Alda de Jesus. Música na Escola Brasileira. Freqüência de elementos
musicais em canções vernáculas da Bahia utilizando análise manual e por computador:
sugestões para aplicação na educação musical. Porto Alegre: ABEM, 2001.
QUEIROZ, Luis Ricardo S. O ensino do violão clássico sob uma perspectiva da
educação musical contemporânea. 2000. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Educação Musical, Programa de Pós-Graduação em Música, Conservatório Brasileiro
de Música, Rio de Janeiro, 2000.
ROSA, Maria Virgínia de Figueiredo Pereira do Couto e ARNOLDI, Marlene
Aparecida Gonzalez Colombo Arnoldi. A entrevista na pesquisa qualitativa:
mecanismos para validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM, Porto
Alegre, n. 10, p.7-11, 2004.
SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda de Oliveira e
Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.
TOURINHO, Ana Cristina Gama dos Santos. A motivação e o desempenho escolar na
aula de violão em grupo: influência do repertório de interesse do aluno. 1995.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação Musical, Pós-Graduação em Música,
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influência do repertório de interesse do aluno. Ictus, Salvador, n. 04, p. 157-271, 2002.
9
TRAVASSOS, Elizabeth. Redesenhando as fronteiras do gosto musical: estudantes de
música e diversidade musical. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v.5, n.11,
p.119-144, 1999.
____________. Modernismo e música brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2000.
____________. Apontamentos sobre estudantes de música e suas experiências
formadoras. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.12, 11-19, mar. 2005.
YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 3.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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Repertório de Música Brasileira no Ensino de Violão

  • 1. 1 Repertório de Música Brasileira Para Violão: Construindo Conhecimentos Musicais Significativos Para Estudantes1 Risaelma de Jesus Arcanjo Moura2 Universidade Federal da Bahia - UFBA Resumo: Este trabalho trata-se de um projeto de pesquisa em andamento vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal da Bahia, UFBA, e se encontra em fase de coleta de dados. Pretendemos investigar como o repertório de música brasileira utilizado na disciplina Instrumento Suplementar, violão, pode ser significativo para a construção dos conhecimentos musicais dos estudantes da Licenciatura em Música da UFBA. A estratégia de pesquisa adotada é o estudo de caso com a observação participante e a entrevista como principais fontes de evidências. Assim, esperamos que este estudo possa trazer contribuições que favoreçam o entendimento e suscite reflexões acerca dos conhecimentos musicais adquiridos a partir das práticas educativo-musicais que têm como base a música brasileira. Palavras-chave: repertório; música brasileira; ensino de violão. Introdução O repertório musical, como componente que integra várias disciplinas dos cursos de música no Brasil, constitui um dos elementos de significativo valor para a aquisição do conhecimento musical em geral, envolvendo desde a prática instrumental ou vocal até a própria formação do músico ou do educador musical. Embora, historicamente, sua escolha estivesse associada ao processo de desenvolvimento da educação musical brasileira e vinculada aos interesses do espírito burguês em expansão da época, como ressalta Kiefer (1997), “a classe burguesa, [...] suficientemente numerosa para, dentro da diversificação de profissões, lançar o reclamo de condições de aprendizado da música” (KIEFER, 1977, p. 71) com ênfase às músicas de tradição européia, atualmente, sua escolha tem dependido das necessidades e expectativas das novas demandas sociais. 1 Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional da ISME na América Latina - 2007 2 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal da Bahia, mestrado em Educação Musical, sob orientação da Prof. Dr. Ana Cristina Gama dos Santos Tourinho. Atualmente, desenvolvo o trabalho de pesquisa no curso de Licenciatura em Música da referida universidade o qual se encontra em fase de coleta de dados e redação da dissertação. E-mail para contato: risaelma@yahoo.com.br
  • 2. 2 Desse modo, temos encontrado uma série de objetivos, atividades metodológicas, disciplinas e conteúdos no curso de Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, EMUS-UFBA, que enfocam a música brasileira demonstrando formas alternativas e diferenciadas do ensino “tradicional” europeu que constituiu a base das propostas pedagógicas dessa instituição em suas origens. Conscientes dessa realidade acreditamos na relevância da realização deste estudo que se encontra em andamento (fase de coleta de dados) e tem como problema norteador de pesquisa: como o repertório de música brasileira da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, pode ser significativo para a construção do conhecimento musical? Ressaltamos que não é a intenção dogmatizar como “boas” ou “ruins” práticas educativo-musicais que têm como base o repertório musical brasileiro em detrimento ao estrangeiro. Mas, como espaço social, a escola é um lugar propício para que os alunos ampliem seus conhecimentos musicais a partir da articulação entre suas propostas e a realidade dos estudantes, pois na maior parte das vezes ocorre o contrário. Como lembra-nos Tourinho (2002), “muitas vezes procura-se iniciar este trabalho partindo de coisas áridas, extemporâneas, fora do contexto e das obras musicais, fora do contexto social do indivíduo” (TOURINHO, 2002, p. 165). Nessa perspectiva, temos visto vários estudos que apontam para um diálogo entre as propostas educativo-musicais das instituições e o contexto social/musical dos educandos a fim de estabelecer um ensino prazeroso, eficaz e que tenha sentido para os estudantes. Dentre os trabalhos podemos mencionar Arroyo (1999, 2001, 2002); Oliveira (2001); Queiroz (2000); Souza (2004); Tourinho (1995) e Travassos (1999, 2005). Assim, acreditamos que o estudo nos revelará, de maneira abrangente, como o uso da música brasileira no repertório para violão, familiar à realidade social dos educandos, tem contribuído significativamente para a construção do próprio conhecimento musical. Objetivos da investigação O objetivo principal deste trabalho é investigar como o repertório de música brasileira da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, pode ser
  • 3. 3 significativo para a construção do conhecimento musical dos estudantes da Licenciatura em Música da EMUS-UFBA. Para isso, estamos listando as músicas brasileiras estudadas no repertório da disciplina, destacando os elementos musicais (melodia, harmonia, ritmo, dinâmica, por exemplo) mencionados frequentemente por professores e alunos e como são abordados durante as aulas. Pretendemos identificar as principais dificuldades técnicas relacionadas à execução de cada música e à estratégia adotada, tanto por alunos quanto por professores, a fim de aumentar o desempenho prático (instrumental) dos estudantes e, por fim, pretendemos verificar como a música é contextualizada durante as práticas de ensino e aprendizagem do violão. Contextualizando o cenário em estudo: pressupostos teóricos A Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, EMUS-UFBA, tem buscado novas estratégias quanto ao ensino da música. Pelo número de alunos que atende – dos mais variados contextos da cidade de Salvador e até mesmo do Estado da Bahia –, tem flexibilizado suas propostas a partir da escolha do repertório utilizando música brasileira para o estudo do instrumento. Mesmo com um programa criado em 1978, mas que se encontra, atualmente, ultrapassado por não corresponder às expectativas dos estudantes, isso não tem impedido que estabeleçam novas estratégias de ensino e aprendizagem para atender às demandas sociais recentes. Dessa forma, temos visto no repertório da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, um trabalho que tem como base a música brasileira. Entendida, aqui, como a música de origem nacional firmada e estabelecida com seus elementos constitutivos oriundos das “fusões [encontro] das diversas etnias, classes e regiões que formam o nosso grande mosaico nacional” (NAPOLITANO, 2002, p. 7). Nesse sentido, desconsideramos a antiga dicotomia erudito e popular que, por muito tempo, gerou linhas divisórias quanto ao entendimento da música no Brasil, fruto do interesse de classes divergentes que lutavam pela “alternância entre reprodução dos modelos europeus e descoberta de um caminho próprio” (TRAVASSOS, 2000, p. 7). Consultando a literatura da área, é notória a procura crescente pelos cursos de “violão popular” em faculdades brasileiras (ANTUNES, 2006). Por ser o violão um
  • 4. 4 instrumento de grande popularidade entre as pessoas e estar presente em diversas práticas musicais da sociedade, além de ocupar, atualmente, um lugar privilegiado em salas de concerto no Brasil afora incentivando, dessa forma, jovens atores em festivais de violão, como ressalta Antunes (2006), “o curso superior de violão continua sendo o mais procurado nas faculdades de música brasileiras” (ANTUNES, 2006, p. 45). Podemos constatar que essa realidade também se repete no contexto da Escola de Música da UFBA de modo que a procura pelo curso de Instrumento (violão) tem permanecido constante nos últimos anos. Acreditamos, porém que a escolha do repertório continua sendo, junto às demais disciplinas e atividades desenvolvidas no curso de Licenciatura em Música da EMUS-UFBA, importante para a formação musical dos educandos. O seu papel é relevante: o de ampliar a dimensão do conhecimento musical indo além da reprodução das músicas que os alunos têm acesso em seus contextos sociais. Nesse sentido, Oliveira (2001) considera importante, estudos que possam abordar o que é específico, musicalmente, em cada região brasileira: [...] a preocupação a respeito das características regionais, todavia, não tem acontecido nos programas de treinamento de professores, talvez devido à escassez de estudos sistemáticos que identifica os elementos específicos das músicas de cada região. Portanto, cursos de preparação de professores em instituições especializadas não têm oferecido cursos de música onde estes elementos específicos e suas aplicações didáticas sejam estudadas (OLIVEIRA, 2001, p. 35). Compreendemos a dificuldade em lidar com o desafio de trabalhar matéria- prima musical e nacional em sala de aula, devido às especificidades de cada lugar e a diversidade musical do país, de modo que práticas educativo-musicais possam ter sentido para a vida do alunado. Nesse aspecto, Swanwick (2003) propõe aos educadores musicais “uma fundamentação teórica que una as ações de produzir música com os vários contextos dessas ações, para que o significado musical apropriadamente inclua todas as funções humanizadoras e concretas da música” (SWANWICK, 2003, p. 46). A fundamentação teórica constituirá, pois, um dos caminhos possíveis que poderão ser a base para um trabalho efetivo, que estimule a construção dos saberes musicais e direcione as práticas em sala de aula. Convictos de que, as demandas sociais requerem uma formação musical que contemple cada vez mais a música brasileira, especialmente em cursos de Licenciaturas
  • 5. 5 que se ocupam com a formação dos profissionais da área, a universidade, como parte integrante da esfera maior - a sociedade - deve buscar conhecer a realidade dos seus atores sem, contudo permanecer nela, pois abarcar toda diversidade musical brasileira seria impossível à escola (FORQUIN, 1993). Assim, entendemos que o curso de Licenciatura em Música da EMUS-UFBA tem buscado em suas práticas educativo-musicais ultrapassar dicotomias como nacional e estrangeiro, erudito e popular, que há muito determinaram a educação musical brasileira, sem ficar limitada, apenas, a atender as expectativas do alunado mas sendo eficaz na construção do saber musical e das distintas possibilidades de ensinar e trabalhar com a música na sociedade atual. Procedimentos metodológicos O caráter descritivo desta investigação requer uma abordagem qualitativa o que independe da estratégia que está sendo aplicada ao fenômeno em estudo, pois entendemos, como diz Yin (2005), que “o contraste entre evidências quantitativas e qualitativas não diferencia as várias estratégias de pesquisa” (YIN, 2005, p. 34) e, portanto, não determina o planejamento da coleta de informações de forma que as evidências poderão ser oriundas tantos de dados quantitativos quanto de dados qualitativos. Assim sendo, optamos pela abordagem qualitativa devido as fontes de evidências desta pesquisa serem de caráter descritivo, que assim contribuirão para futuras interpretações e análise dos resultados. Nessa perspectiva, elegemos como estratégia de pesquisa, o estudo de caso (YIN, 2005, MARTIN, 2006), por estarmos diante de um fenômeno atual que acontece em seu contexto “da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2005, p. 32), não existindo, portanto separação entre o contexto das aulas da disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, e o fenômeno da música brasileira presente no repertório estudado pelos alunos da Licenciatura em Música de modo que não podemos discernir um do outro. Como instrumentos de coleta de dados, estamos recorrendo à observação não participante e à entrevista. A primeira ferramenta nesta pesquisa tem sido útil por aproximar-nos mais do contexto real dos estudantes para assim, a partir do
  • 6. 6 conhecimento da realidade dos alunos, elaborarmos questões para a entrevista, pois como afirma Rosa e Arnoldi (2006): É imprescindível, portanto, que o entrevistador tenha, como ponto de partida, toda a visualização desse contexto externo, cultural e histórico em que está inserido o sujeito a ser pesquisado, e, também neste momento o conteúdo da pesquisa em questão, podendo prosseguir ou iniciar a coleta de dados somente após essa averiguação, para que não se perca em caminhos transversos (ROSA e ARNOLDI, 2006, p. 20). A segunda ferramenta, a entrevista, constitui a técnica fundamental para a coleta de informações deste estudo. Adotamos a entrevista informal (GIL, 1995) que tem como base uma semi-estrutura de perguntas, as quais estamos recorrendo, mas de acordo com as respostas dos entrevistados, possíveis esclarecimentos poderão suscitar novos questionamentos. Esse tipo de entrevista difere da conversação simples porque tem um objetivo básico, como entende Gil (1995) quanto à entrevista informal, “o que se pretende com entrevistas deste tipo é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado” (GIL, 1995, p. 116), sendo importante nesse sentido o significado que os entrevistados dão ao caso em estudo: o repertório de música brasileira na disciplina Instrumento Suplementar III, IV e V, violão, da EMUS-UFBA. Considerações finais: possíveis contribuições para a área Por contemplar um dos importantes universos de educação em música, a Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia que, ao longo da sua história, realizou importantes conquistas para a área formando um número abrangente de profissionais em diferentes níveis, também tem se caracterizado como universo político para pensar, discutir, conceber e agir por meio de propostas de ensino da música contextualizadas com a realidade social dos educandos. Acreditamos que o aprofundamento nesse tema, analisando, pensando e refletindo não só teoricamente, mas, sobretudo, poderá gerar um forte impacto na estruturação pedagógica desse universo escolar e, fundamentalmente, na forma de agir e trabalhar do professor no seu cenário educativo.
  • 7. 7 O presente estudo se adéqua às perspectivas das ciências sociais da contemporaneidade, tendo em vista que está alicerçado em uma metodologia consistente, que abordará o fenômeno a ser estudado em seus aspectos qualitativos de forma abrangente através da estratégia do estudo de caso. Estratégia ampla que abrange desde o planejamento do projeto de pesquisa, os instrumentos de coleta de dados adequados ao caso proposto, até a análise e interpretação dos resultados (LAVILLE e DIONNE, 1999; MARTINS, 2006; YIN, 2005). Na medida em que propomos investigar e discutir uma temática de suma importância para atender as atuais demandas sociais, certamente o estudo trará contribuições significativas que possibilitarão reflexões acerca da utilização de matéria- prima de origem nacional, especificamente em um universo oficial de educação musical. Referências ANTUNES, Gilson. O curso de violão continua sendo o mais procurado nas faculdades de música brasileiras: você já sabe onde estudar? Revista ViolãoPro, São Paulo, n. 5, p. 45-47, 2006. ARROYO, Margarete. Representações sociais sobre práticas de ensino e aprendizagem musical: um estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música. 1999. 360 f. Tese (Doutorado) – Curso de Educação Musical, Programa de Pós- Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. ________. Música popular em um Conservatório de Música. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.6, p. 59-67, 2001. ________. Mundos musicais locais e educação musical. Em Pauta, Porto Alegre, v.13, n.1, p. 98-114, 2002. FORQUIN, Jean Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
  • 8. 8 KIEFER, Bruno. História da Música Brasileira: dos primórdios ao início do século XX. 4ed. Porto Alegre: Movimento, 1977. LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do Saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências sociais. Revisão técnica e adaptação da obra: Lana Mara Siman. Porto Alegre: Artes Médicas Sul LTDA, 1999. MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de Caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006. NAPOLITANO, Marcos. História e Música. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. OLIVEIRA, Alda de Jesus. Música na Escola Brasileira. Freqüência de elementos musicais em canções vernáculas da Bahia utilizando análise manual e por computador: sugestões para aplicação na educação musical. Porto Alegre: ABEM, 2001. QUEIROZ, Luis Ricardo S. O ensino do violão clássico sob uma perspectiva da educação musical contemporânea. 2000. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Educação Musical, Programa de Pós-Graduação em Música, Conservatório Brasileiro de Música, Rio de Janeiro, 2000. ROSA, Maria Virgínia de Figueiredo Pereira do Couto e ARNOLDI, Marlene Aparecida Gonzalez Colombo Arnoldi. A entrevista na pesquisa qualitativa: mecanismos para validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, n. 10, p.7-11, 2004. SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda de Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003. TOURINHO, Ana Cristina Gama dos Santos. A motivação e o desempenho escolar na aula de violão em grupo: influência do repertório de interesse do aluno. 1995. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação Musical, Pós-Graduação em Música, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1995. __________. A motivação e o desempenho escolar na aula de violão em grupo: influência do repertório de interesse do aluno. Ictus, Salvador, n. 04, p. 157-271, 2002.
  • 9. 9 TRAVASSOS, Elizabeth. Redesenhando as fronteiras do gosto musical: estudantes de música e diversidade musical. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v.5, n.11, p.119-144, 1999. ____________. Modernismo e música brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. ____________. Apontamentos sobre estudantes de música e suas experiências formadoras. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.12, 11-19, mar. 2005. YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.