2. Convulsões
Alteração transitória do comportamento causada pela
ativação desordenada, sincrônica e ritmada de
populações de neurônios cerebrais.
Causa: descargas locais rápidas, excessivas e ocasionais
Perda do mecanismo de
controle inibitório
Aumento da
excitabilidade neuronal
3. Epilepsias
Distúrbio da função cerebral caracterizado pela
ocorrência periódica e imprevisível de convulsões
2o distúrbio neurológico mais comum, depois do AVE
(0,8% da população)
Sinais e sintomas determinados pelo sítio (foco) e pela
propagação (localizada vs. generalizada) da atividade
anormal
6. Crises Parciais
Parcial Simples Preservação da consciência
Manifestações diversas determinadas
pela região do córtex ativada pela
convulsão
Parcial Complexa Alteração da consciência durante 30 s a
2 min
Movimentos sem objetivo
Parcial
Secundariamente
Generalizada
Evolução para uma convulsão tônico-
clônica com perda da consciência
Duram de 1 a 2 minutos
7.
8. Crises Generalizadas
Tônicas Aumento repentino do tônus muscular
Resulta em queda
Mais comum em crianças
Clônica Períodos de contração muscular alternados
com relaxamento
Mais comum em bebês ou crianças pequenas
Tônico-Clônicas
(Grande Mal)
Resposta epilética
máxima do
cérebro
10. Crises Generalizadas
Atônicas Diminuição repentina do tônus muscular
Resulta em queda da cabeça, de um membro
Mais comum em crianças
Mioclonias Breve contração muscular
Ausência
(Pequeno Mal)
Início súbito de alteração da consciência
Olhar parado, interrupção das atividades
Duração inferior a 30 s
12. Farmacoterapia das Epilepsias
Objetivo: maximizar a qualidade de vida reduzindo a freqüência
e a intensidade das crises
20% com redução de
frequência das crises
60% dos pacientes
sem crise
20% refratários à
farmacoterapia
14. Fármacos Anticonvulsivantes
Mecanismos de Ação
Diminuição dos disparos neuronais no foco da crise
convulsiva, reduzindo a propagação da mesma a partir
do foco
D Potenciação da Inativação de Canais deSódio
D Potenciação da neurotransmissão GABAérgica
D Inibição da neurotransmissãoglutamatérgica
D Bloqueio de Canais deCálcio
D Outros
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21. Potencialização da Inativação de
Canais de Na+
Carbamazepina, Eslicarbazepina, Felbamato, Fenitoína, Lacosamida, Lamotrigina,
Oxcarbazepina, Rufinamida, Topiramato, Valproato, Zonisamida
26. Bloqueio de Canais de Ca2+
- Tipo T -
zonisamida
Localização pós-sináptica
Responsáveis por correntes de baixo limiar
Importantes para a manutenção dos disparos e ondas ritmadasno
tálamo que são vistas durante as crises de ausência.
27. Bloqueio de Canais de Ca2+
- Tipo N -
Localização pré-sináptica
Regulam o processo de
exocitose e,
consequentemente,
liberação de outros
neurotransmissores
Pregabalina
Gabapentina
Lamotrigina (?)
28. Outros Mecanismos Propostos...
a proteína SV2A:D Ligação
Leviracetam
D Potenciação de canais HCN (Canais
Acoplados a Nucleotídeos Cíclicos
por Hiperpolarização):ativados
Lamotrigina
D Inibição da Anidrase
Central: Acetazolamida,
Carbônica
Topiramato,
Zonisamida
30. Farmacocinética
Maioria tem boa absorção por via oral (BD 80 – 100%);
Maioria sofre biotransformação hepática;
Condições que alteram níveis de proteínas plasmáticas podem requerer
ajuste de doses e acompanhamento:
D insuficiência renal,
D doença hepática,
D queimaduras,
D gravidez,
D desnutrição,
D idade
32. Fenitoína NH
HN
O
O
fenitoínaAlta ligação às proteínas plasmáticas
Administração: individualização da dose!!!
Inicio de ação lento (Cmáx em 3 – 12 horas v.o.) – necessita de
dose de ataque!!
Começar com doses baixas e aumentar considerando benefício x
reações adversas
Evitar via IM!! Absorçãoerrática
Fosfenitoína
Mais indicada para
vias IM e IV
Maior solubilidade em água
N
HN
O
fosfenitoína
PO3
O
O
33. Carbamazepina N
NH2O
Administração: 2 x dia (formas de liberação controlada) –
aumentar a doses a cada 2 semanas
Uso com alimentos
Altamente metabolizada- 3% eliminada na forma inalterada
Auto-indutor enzimático
± um mês para obtenção de uma
concentração plasmática estável
34. Oxcarbazepina e Acetato de
Eslicarbazepina
Oxcarbazepina
Menos potente e melhor tolerado
que a CBZ
Menor inibição de enzimas
hepáticas
Acetato de Eslicarbazepina
Isômero S(+)
Administração em dose única diária
Menor número de estudos clínicos
35. Formas de Administração
Etossuximida: duas vezes ao dia ( queixas GI), aumentar
gradativamente a dose por um período de uma a duas semanas.
Valproato: FF revestimento entérico e junto com alimentos
( queixas GI)
Gabapentina: BD saturável ( com aumento da dose).
inicialmente, aumentar freqüência de administração (1 x dia – 2 x
dia – 3 x dia). Correção de doses em pacientes nefropatas!!
Tiagabina: aumentar a dose a cada semana até resposta
satisfatória
Felbamato, Topiramato, Zonisamida: aumentar a dose a cada
duas semanas até resposta satisfatória
36. Interações Medicamentosas
Induz
CYP
Induz
UGT
Inibe
CYP
Inibe
UGT
Metabolizado
por CYP
Metab.
p/ UGT
Carbamazepina 2C9; 3A* Sim 1A2;2C8;2C9;3A4 Não
Oxcarbazepina 3A4 / 5 Sim 2C19 Fra
Fenobarbital 2C*; 3A* Sim Sim Nã
ca Não Sim
o 2C9;2C19 Não
Fenitoína 2C*; 3A*
CYP3A4 metaboliza os
contraceptivos orais !
Primidona 2C*; 3A* Sim Sim
Valproato Não
Lamotrigina Não Sim Não
Sim Sim Não 2C9;2C19 Não
Não 2C9;2C19 Não
Não 2C9 Sim 2C9;2C19 Sim
Não Sim Sim
Topiramato Não Não 2C19 Não
Etossuximida Não Não Não Não ? ?
Gabapentina Não Não Não Não Não Não
Tiagabina Não Não Não Não 3A4 Não
Levetiracetam Não Não Não Não Não Não
Zonisamida Não Não Não Não 3A4 Sim
46. Uso Durante a Gravidez
D Utilização de anticonvulsivantes aumenta o risco de
nascimentos abaixo do peso
D Malformações congênitas: evitar o uso de valproato,
carbamazepina e fenitoína ou politerapia durante o 1o
trimestre
D Prejuízo cognitivo: evitar uso de valproato, fenitoína,
fenobarbital ou politerapia durante todo o período gestacional
D Gravidez - depuração lamotrigina,
fenitoína, carbamazepina,
oxcarbazepina e levetiracetam
47. Uso Durante a Lactação
D Primidona e levetiracetam são
excretados no leite materno em
concentrações clínicamente
relevantes
D Vigabatrina: crises de espasmos em
flexão afetando lactentes, cursa com
retardo mental.
D Valproato, fenobarbital, fenitoina e
carbamazepina não são encontradas
no leite materno em concentrações
clinicamente relevantes
48. Resultados Terapêuticos
Estabelecer regime de dosagem para cadapaciente;
Monitoramento crônico: controle das crises, reações adversas,ajuste
social, interações medicamentosas, adesão ao tratamento
Monitorar surgimento de outros distúrbios neuropsiquiátricos
Retirada da Medicação – considerar quando:
D Paciente sem crises a 2 – 4 anos;
D EEG e exame neurológico normais;
D Obteve controle completo das crises no primeiro ano de tratamento;
D Início das crises entre 2 e 35 anos;
Sempre retirada gradual!!!
49. Estado de Mal Epiléptico
(Status Epilepticus)
Convulsões recorrentes sem períodos conscientes intercaladosentre
as mesmas, ou convulsões de duração superior a 30 min.
Emergência médica!!!
Crises > 60 min de duração podem ocasionar dano neuronal
Mortalidade – 20%
Objetivos do tratamento:
D Estabilizar o paciente (função cardiorespiratória, glicemia, etc.)
D Interromper a atividade clínica e elétrica
D Prevenir a reincidiva
50. Farmacoterapia das Emergências
Convulsivas
D Benzodiazepínicos: lorazepam i.v./i.o., diazepam i.v. ou retal,
midazolam i.v., intranasal, i.m.
D Se não ceder em 10 min, repetir BZD
D Se não ceder em mais 10 min: fenitoína i.v. ou fosfenitoína i.v.
D Após 30 min: repetir fenitoína ou fenobarbital i.v.
D Após 60 min: anestesia geral (tiopental, midazolam ou propofol
i.v.)
D Att.: risco de depressão respiratória com BZD ou BZD +
fenobarbital i.v.
51. Outros Usos de
Anticonvulsivantes
D Estabilizadores do humor (valproato, carbamazepina,
lamotrigina)
D TDAH
D Transtorno de Estresse Pós-traumático (lamotrigina)
D Enxaqueca (fenitoína, gabapentina, topiramato)
D Obesidade (topiramato)
D Dor neuropática (carbamazepina, gabapentina, pregabalina)
• Neuralgias do trigêmeo e glossofaríngeo
• Tabes dorsalis
D Outras condições dolorosas crônicas, resistentes ao
tratamento convencional