1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA I
PROFESSOR: LUCIANO BARROS
FARMACOLOGIA DOS
OPIÓIDES
2017
Seliel Assunção
Raira Morais
Victor Hugo
Marcela Lopes
Maria Carolina
Leticia Martins
2. • Opiáceos - são substâncias (alcalóides)
derivadas do ópio, e portanto, estão incluídos na
classe dos opioides.
•Papaver somniferum, de onde o Ópio é obtido
3. • Opiáceos - Produzem
ações de insensibilidade à
dor (analgesia) e são
usados principalmente na
terapia da dor crônica e
da dor aguda de alta
intensidade. Produzem
em doses elevadas
euforia, estados
hipnoticos e dependência
e alguns (morfina e
heroína) são usados
como droga recreativa de
abuso.
4. • Opióides – É um
grupo de fármacos
que atuam nos
receptores opioides
neuronais. Compondo
todas as drogas,
naturais ou sintéticas,
endógena (peptídeos
endógenos) ou
exógena.
5. • Opióides - Sao agonistas dos receptores
opioides encontrados nos neurônios de
algumas zonas do cérebro, medula espinal e
nos sistemas neuronais do intestino.
Há três famílias de opióides endógenos
1 – Encefalinas
2 – Endorfinas
3 – Dinorfina
Os opióides endógenos participam dos
mecanismos de modulação da dor
6. •Encefalinas - São neurotransmissores
narcóticos secretados pelo encéfalo.
Semelhantes à morfina, elas se ligam a sítios
estéreo-específicos de receptores opióides
no cérebro (reagindo com os mesmos
receptores neurais do cérebro que a heroína),
aliviando a dor (mecanismo de analgesia) e
produzindo uma sensação de euforia.
7. •Endorfinas - Foram encontrados 20 tipos diferentes de
endorfinas no sistema nervoso sendo a beta-endorfina a
mais eficiente, pois é a que dá o efeito mais eufórico ao
cérebro. Composta por 31 aminoácidos, a endorfina é
produzida, por exemplo, em resposta à atividade física e
durante o orgasmo, visando relaxar e dar prazer,
despertando uma sensação de euforia e bem-estar.
• As comidas picantes (com pimenta) contém capsaicina,
um agonista de receptores de dor na língua. A ativação
da vias da dor libera quantidades moderadas de
endorfinas. Dai o prazer de comer comidas picantes que
é devido à sensação de bem estar que as endorfinas
produzem.
8. •Dinorfina - Desempenha um
papel importante no
enfraquecimento da ansiedade.
As endorfinas são liberadas pelo
corpo de atletas, e têm um
efeito analgésico e eufórico.
•Já as dinorfinas têm o efeito
inverso : elas funcionam como
um amortecedor emocional.
•Há uma grande diferença entre
as pessoas nos níveis de
dinorfinas liberadas
naturalmente pelo cérebro.
9. Receptor
e ligante natural
Efeitos Agonistas
µ
endomorfina 1 e 2, β-endorfina
Analgesia
Euforia
Redução motilidade TGI
Imunossupressão
Depressão respiratória
Emese
Tolerância
Dependência física
κ
Dinorfinas e β-endorfina
Analgesia
Sedação
Miose
Diurese
Disforia
δ
Encefalinas e β-endorfina
Analgesia
Estimulação imunológica
Depressão respiratória
RECEPTORES OPIÓIDES E EFEITOS
11. A maioria dos neurônios reagem aos opióides
hiperpolarizando, refletindo um aumento da condutância do K.
O influxo de Ca2+ nos neurônios terminais durante a excitação
está diminuído, levando a uma diminuição da liberação de
neurotransmissores e diminuição da atividade sináptica.
Dependendo do tipo celular afetado, essa inibição sináptica se
traduz como um efeito excitante ou inibitório.
Mecanismo de ação dos opióides
12. Farmacocinética
• Principais locais de ABSORÇÃO: via subcutânea,
transdérmica, intramuscular, mucosa do nariz, boca e
TGI.
• A biodisponibilidade dos opióides utilizados por via oral
sofre redução devido ao metabolismo de primeira
passagem.
• Ajuste da dose administrada por via oral>via parenteral.
• Os comprimidos de opióides possuem duas formas de
apresentação
Liberação imediata
Liberação lenta
13. Liberação Imediata
• absorção rápida
• picos plasmáticos elevados
• riscos de toxicidade
• maior incidência de efeitos
colaterais
Liberação lenta
• conc. equilíbrio 24 h
• dupla matriz
• conc analgésicas
eficazes por mais tempo
(8 -12 h)
• sem picos plasmáticos
de toxicidade
14. Distribuição
• Ligação a proteínas plasmáticas ⇒ albumina e alfa-1
glicoproteína ácida.
• Distribuição em tecidos altamente vascularizados ⇒
pulmões, fígado, baço e rim
A conc no SNC é relativamente baixa em relação a outros
órgãos, devido à barreira hematoencefálica.
• Compostos como a heroína e codeína atravessam mais
facilmente a barreira hematoencefálica
• Esta barreira não está presente em neonatos.
15. Metabolismo
• Conjugação com ácido glicurônico (morfina)
• Os ésteres (meperidina e heroína) são
hidrolizados por esterases hepáticas.
16. Excreção
• Podem ser excretados em forma inalterada
ou em compostos polares pela urina.
• Os glicuronídeos são excretados na bile.
17. Vias de administração
• Via retal (supositórios)
• Via epidural (anestesia)
• Via transdérmica (efeitos sistêmicos) cataplasma
de fentanil
• Via intranasal
18. Efeitos dos Opióides
Sistema Nervoso Central
• Afinidade por receptores µ
• Analgesia - alteração da PERCEPÇÃO da dor e da
REAÇÃO do paciente a esta dor.
• Euforia - sensação agradável de flutuar e estar livre da
ansiedade e do desconforto.
• Sedação - sonolência e turvação da consciência
• Depressão respiratória - inibição dos mecanismos do
tronco cerebral
19. Efeitos dos Opióides
Sistema Nervoso Central
• Supressão da tosse -mais especificamente a codeína.
• Miose -
• Rigidez no tronco - aumento do tônus nos grandes
músculos do tronco, interferindo na ventilação
• Náuseas e vômitos - ativação da zona desencadeante
quimiorreceptora do tronco cerebral.
20. Efeitos dos Opióides
Efeitos Periféricos
• Trato Gastrointestinal
- efeitos constipantes: da motilidade do estômago e
aumento do tônus, produção de secreção gástrica.
- aumento do tônus do intestino delgado e espasmos
periódicos.
- aumento do tônus do intestino grosso e das ondas
propulsivas constipação
21. Efeitos dos Opióides
Efeitos Periféricos
• Trato Biliar
- contração do músculo liso biliar, pode ocasionar cólicas
biliares.
• Trato genitourinário
- depressão da função renal ( do fluxo plasmático renal)
- do tônus do esfíncter uretral pode levar à retenção
urinária.
22. Efeitos dos Opióides
Efeitos Periféricos
• Útero
- pode haver prolongamento do trabalho de parto
• Neuroendócrino
- estimulação da liberação do hormônio antidiurético,
prolactina e somatotropina.
23. Uso dos opióides
• O tratamento da dor é essencial para a prática médica
• Há inúmeras situações em que é necessário proporcionar
analgesia antes do diagnóstico definitivo.
24. Uso dos opióides
• Analgesia
- a dor intensa e constante é aliviada com uso de opóides.
- a dor associada ao câncer e outras doenças terminais
- a administração do opióide a intervalos fixos é mais eficaz
no alívio da dor do que a quando solicitada.
- utilização em obstetrícia - atenção - os opióides
atravessam a BHE do feto, podendo provocar depressão
respiratória.
25. Uso dos opióides
• Edema agudo de pulmão
- o mecanismo provável é redução na percepção de falta de
ar
- da pré-carga (redução do tônus venoso)
- da pós-carga (diminuição da resistência periférica)
26. Uso dos opióides
• Tosse
- atualmente seu uso está bastante pelo desenvolvimento
de antitussígenos sintéticos que não causam dependência.
Codeína, dextrometorfano, levopropoxifeno
• Diarréia
- elixir paregórico
27. Uso dos opióides
• Anestesia
- medicação pré anestésica - propriedades sedativas,
ansiolíticas e analgésicas
- podem ser usados com drogas anestésicas primárias
(fentanil)
- analgésicos regionais ( ação direta sobre a medula
espinhal) quando administrados nos espaços epidural ou
subaracnóide da medula espinhal reversão com naloxona
28. Efeitos tóxicos dos analgésicos
opióides
• Comportamento agitado, tremor, reações disfóricas
• Depressão respiratória
• Náuses e vômitos
• Aumento da pressão intracraniana
• Constipação
• Retenção urinária
• Urticária (mais freqüente com adm parenteral)
29. Interações das drogas opióides
• Sedativos-hipnóticos: maior depressão do SNC,
particularmente depressão respiratória.
• Tranquillizantes antipsicóticos:Sedação maior;
efeitos variáveis sobre a depressão respiratória;
acentuação dos efeitos cardiovasculares (ações
muscarínicas e alfa-bloqueadoras).
• Inibidores da MAO: Contra-indicação relativa a todos
os analgésicos opióides pela elevada incidência de
coma hiperpirético e hipertensão.
30. Efeitos indesejados
• Tolerância - necessidade de doses cada vez
maiores para produzir analgesia.
• Dependência -
• Síndrome de abstinência que pode ser
precipitada pelo uso de um antagonista opióide
31. Estrutura química dos
analgésicos opióides
• Fenantrênicos
Agonistas fortes
- Morfina, Hidromorfona, Oximorfona
Agonistas Leves a Moderados
- Codeína, Oxicodona e Hidrocodona
Agonistas-antagonistas mistos
- Nalbufina, buprenorfina
Antagonistas
- Nalorfina, Naloxona e Naltrexona
32. • Fenilepitilamidas
Agonistas fortes
- Metadona
Agonistas leves a moderados
- Propoxifeno
• Fenilpiperidinas
Agonistas fortes
- Meperidina, Fentanil (principais análogos sintéticos)
Agonistas leves a moderados
- Difenoxilato
Derivados sintéticos de
estrutura não relacionada
com a MORFINA
33. • Morfinanos
Agonistas fortes
- Levorfanol
Agonistas-antagonistas mistos
- Butorfanol
Antagonistas
- Levalorfan
• Benzomorfanos
Agonistas-antagonistas mistos
- Pentazocina
Derivados sintéticos de
estrutura não relacionada
com a MORFINA
38. Náusea e vômito
Depressão respiratória
Hipotermia Miose
Estimula liberação de ADH (contra indicada em uremia)
Constipação intestinal
Bradicardia, vasodilatação e hipotensão
Urticária e prurido no local da injeção
Broncoconstrição
Excitação em algumas espécies
MORFINA
39. Derivados da Morfina
CODEÍNA
Amplo uso como antitussígeno
Deprime o centro da tosse
Efeito constipante acentuado
Em geral é associada a expectorantes ou a outros
analgesicos (ex. paracetamol)
40. Meperidina
Potência analgésica 10x menor que morfina
Uso IM (podendo SC, IV e oral)
Apresenta efeito espasmolítico
Latência 30min e efeito 1 a 2 horas
Reduz salivação e secreção respiratória
< depressão CV e respiratória que morfina
Não produz vômito, nem defecação
Libera histamina, hipotensão e convulsão em injeção
IV rápida
Potencializa em 50% os barbitúricos
Profissionais da saúde (64%)
41. Fentanila
250 vezes mais potente que morfina
Uso na medicação pré-anestésica e trans-cirúrgico
Neuroleptoanalgesia (analgesia com antipsicotico)
Anestesias balanceadas
Analgesia espinhal
Analgesia Dosagem-dependente
Latência 3 a 5min, ação 20-30min
Acentuada depressão cardiorespiratória (IV)
Bradicardia, hipotesão e depressão respiratória acentuadas
quando associada à barbitúricos
42. Metadona
Opióide sintético
Estimula FR
Relaxamento e perda controle postural
Salivação e defecação
Analgesia duração 2-6 horas
Potencializa 50% os barbitúricos
Dosagem: 0,1 - 0,2mg/kg IM
43. Derivado da petidina (meperidina)
Ação sobre receptores µ periféricos
DIFENOXILATO
DIFENOXILATO ANALGÉSICO LEVE – ação direta e seletiva sobre a
musculatura lisa intestinal
DIFENOXILATO ANALGÉSICO LEVE – ação direta e seletiva sobre a
musculatura lisa intestinal
ATROPINA MOTILIDADE GI (antagonista muscarínico não seletivo)ATROPINA MOTILIDADE GI (antagonista muscarínico não seletivo)
LOMOTIL controle da diarréia, SEM atividade central,
não transpõe BHE
LOMOTIL controle da diarréia, SEM atividade central,
não transpõe BHE
44. Uso: IM, IV
Dosagem: 0,0025 – 0,01mg/kg IV,IM
Infusão: 0,5 a 5mg/kg/h
Adesivo transdérmico: duragesic® 25, 50,75 e 100µg/h
Sulfentanil
Dosagem: (0,005mg/kg IV)
5-10 vezes mais potente fentanil e efeito mais prolongado
Alfentanil
Dosagem: (0,005 a 0,75mg/kg IV)
1/5 potência fentanil e duração 10min
Uso em infusão contínua
Fentanila
45. Cloridrato de Tramadol
Analgésico sintético da codeína
Dor leve a moderada
Alta seletividade por receptor mi, porém baixa
afinidade
Dosagem: 1 a 2mg/kg IV,IM,VO,via retal
Sedação nula
Não provoca emese nem defecação
Uso no pós-operatório
46. BUTORFANOL
É um opióide sintético
Ação antagonista nos receptores mi (µ) e agonista
receptores kappa (κ)
Potência 3 a 5 vezes a da morfina
Duração 2 a 4 horas, efeito analgésico limitado
Neuroleptoanalgesia
Pode reverter os efeitos sedativos dos agonistas
puros, mas potencializa a analgesia
Isento de efeitos colaterais
Torbugesic®
Dosagem: 0,1-0,4mg/kg IM, IV, SC
Potente antitussígeno (0,05mg/kg SC)
47. BUPRENORFINA
Potência 33 vezes a da morfina
Agonista parcial de receptores mi principalmente
Pode causar excitação ocasional
Depressão respiratória d/d muito discreta
Latênica 20-30’ e duração 8-12h
Útil na analgesia pós operatória
Neuroleptoanalgesia
Tengesic®
Dosagem: 0,005-0,01mg/kg IV,IM,SC
48. AntagonistasAntagonistas
Naloxona
Antagonista competitivo em todos os
receptores
Efeito de 1 a 4 horas
Dosagem: 0,04mg/kg IV, IM, SC
Nalorfina
É um agonista parcial
Antagonizando todos os efeitos da morfina
Uso para reverter depressão respiratória
produzida pelos opióides
Efeito agonista isolada e antagonista qdo
usada após opióides puros