SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 53
TERAPIA FARMACOLÓGICA NA
DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Ricardo Manzochi Assmé
Psiquiatra especialista em dependências químicas (PUC PR)
agosto 2019
O Circuito de Recompensa
 Recompensa a motivação com prazer
 Objetivo de promover a sobrevivência da espécie
 As drogas aditivas aumentam a atividade nesse circuito
 Sofre mudanças duradouras devido ao uso da droga
Basesneuroanatômicasdadependência
dedrogas
 Área tegmental ventral: origem da via dopaminérgica.
Cognição, motivação e prazer. Neurônios
dopaminérgicos, de gaba e glutamato.
 Núcleo accumbens: motivação, aprendizado, reforço
 Hipocampo:Aquisição de informação factual e formação
de memórias sobre eventos pessoais
 Amígdala: aquisição, armazenamento e expressão de
memórias emocionais. Resposta emocional diante de um
evento
Basesneuroanatômicasdadependência
dedrogas
 Giro do cíngulo anterior: auto controle emocional, função
cognitiva de solução de problemas, detecção de erros
 Córtex pré frontal: controle e planejamento
 Córtex órbito frontal: controle de impulso e tomada de
decisão
 Córtex pré frontal ventro medial: verificação de risco,
medo, decisão, aprendizado por erro, decisões morais
Neurobiologiadadependênciaquímica
 Impulsividade: incapacidade de interromper a iniciação de
ações. Ação sem reflexão prévia. Centro no estriado ventral
(núcleo accumbens) ligado ao tálamo, ao córtex pré frontal
ventromedial e ao córtex cingulado anterior.
Neurobiologiadadependênciaquímica
 Compulsividade: Incapacidade de interromper ações em
andamento. Envolve o estriado dorsal (caudado e
putâmen), o tálamo e o córtex órbito frontal.
Desequilíbrioentresistemas
neurocomportamentais
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 Receptores de glutamato mGLU 2,3 pré sinapticamente
controlam a liberação de glutamato e dopamina em estruturas
mesocorticolímbicas e sua função é reduzida após exposição
prolongada a droga.
 mGLU regulam tanto o processamento de recompensa quanto
a procura pela droga, controlando a liberação de dopamina
(receptor 2) e glutamato (receptor 3).
 Agonistas mGLU2,3 reduzem recompensa e inibem procura de
drogas em animais.
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 Os receptores mGLU1 estão envolvidos em recompensa,
reforço e comportamentos de recaída, bem como
aprendizado mal adaptativo, memória e inflexibilidade
comportamental.
 Em animais experimentais, antagonistas mGLU1 e mGLU5
reduzem auto-administração de praticamente todas as
drogas de abuso.
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 A procura pela droga está associada a aumento da liberação de
glutamato do córtex pré frontal para o núcleo accumbens.
 O excesso de glutamato transborda para fora da fenda sináptica
e ativa receptores de glutamato extra sinápticos.
 Receptores de glutamato mGLU5 e NMDA2b são estimulados
pelo derramamento de glutamato das sinapses, promovendo a
recaída.
 O transportador glial de glutamato minimiza o derramamento.
 Esse transportador é regulado para baixo no accumbens pelo
uso de drogas a longo prazo.
 O aumento de expressão de GLT1 com n acetil cisteína inibe
recaída em modelos animais.
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 A vulnerabilidade duradoura a recaída de drogas envolve
mudanças durodouras na transmissão sináptica nas
projeções de glutamato ao núcleo accumbens.
 Inputs glutamatérgicos da amígdala, hipocampo e córtex
pré frontal para o accumbens regulam respostas
adaptativas comportamentais.
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 O transportador glial de glutamato minimiza o
derramamento.
 Esse transportador é regulado para baixo no accumbens
pelo uso de drogas a longo prazo.
 O aumento de expressão de GLT1 com n acetil cisteína
inibe recaída em modelos animais.
Açãodoglutamatonocircuitode
recompensa
 O uso de drogas a longo prazo também regula para baixo
os auto receptores pré sinápticos mGLUR2 aumentando
a liberação de glutamato sináptico.
 A n- acetil cisteína restaura GLT1 e restaura a inibição pré
sináptica da liberação de glutamato via mGLUR2.
 Ceftriaxona apresenta o mesmo mecanismo em GLT1.
AçãodoGABAnocircuitoderecompensa
 A estimulação farmacológica de receptores GABA B por
agonistas modifica os efeitos reforçadores da cocaína
chegando a suprimir esses efeitos em modelos de auto
administração em ratos e babuínos.
 Há tambem prevenção ou enfraquecimento de efeito
reforçador em metanfetamina, nicotina, heroína,
morfina, etanol
 Não há modificação na auto administração de comida.
 O baclofeno é um agonista seletivo GABA B.
AçãodoGABAnocircuitoderecompensa
 Os receptores metabotrópicos GABA B (1 e 2) são pré
sinápticos em neurônios Gabaérgicos (autoreceptores) e não
Gabaérgicos (heteroreceptores) ou pós sinápticos em
neurônios não gabaérgicos.
 A maioria dos dados tem focado no efeito regulatório de
heteroreceptores pré sinápticos na atividade neuronal
dopaminérgica em área tegmental ventral, estriado, núcleo
accumbens e córtex frontal.
Álcool-aspectosfarmacológicos
 C2H5OH
 Absorção de 20% pelo estômago e 80 por cento pelo
intestino
 Biotransformação hepática: acetaldeído e acetato
 Em uso frequente indução de sistema microssomal de
oxidação do etanol, produzindo radicais livres e
hepatotoxicidade.
Álcool-Aspectosfarmacológicos
 Acetaldeído é transformado em acetato, e este em CO2
e água via Acetil CoA
 Piruvato é transformado em Acetil CoA via vitamina B1
 Vitamina B1 é essencial no metabolismo dos
carboidratos.
Síndromedeabstinênciadeálcool
Síndromedeabstinênciaalcoólica-
Tratamento
Nível 1 : leve agitação psicomotora, tremores finos de
extremidades, sudorese facial discreta, episódios de
cefaléia, náuseas sem vômitos. Orientado, juízo crítico
preservado, Ansiedade leve.
 Tratamento ambulatorial
Tiamina 300mg IM 7 a 15 dias. Após, oral 300mg ao dia.
Diazepam 20mg / dia ou Clordiazepóxido 100mg / dia ou
Lorazepam 4 mg/ dia, com retirada gradual em uma
semana
Nível 2 : agitação psicomotora intensa, tremores generalizados,
sudorese profusa, cefaléias, náuseas com vômitos e
sensibilidade visual intensa, crises convulsivas ou histórico de
convulsão.
Desorientado, juízo crítico comprometido, ansiedade intensa,
delírio, alucinações
Tratamento hospitalar
Reposição vitamínica semelhante
CIWA-AR a cada hora. Se pontuação maior que 8 ou 10:
Diazepam 10 a 20mg/ hora ou Clordiazepóxido 50 a 100mg/ hora
ou Lorazepam 2 a 4 mg/ hora
Diazepam 10mg não diluído em 4 minutos (suporte ventilatório)
Para DT, haldol 5mg IM
Se confusão mental, jejum para evitar aspiração e hidratação:
1000 ml de solução glicosada 5% + 20ml de NaCl 20% + 10ml
de KCl 19,1% de 8 em 8horas
Laranjeira, R.Usuários de substâncias psicoativas: abordagem, diagnóstico e tratamento.2003
Síndromedeabstinênciaalcoólica-
Tratamento
Álcool–intervençõesfarmacológicas
 Benzodiazepínicos protegem de convulsões e da maioria
dos sintomas da síndrome de abstinência. ( cochrane,
junho 2011)
 Naltrexona: inibe receptores opióides. Parece ser efetiva
e segura, com efeito de magnitude moderada (cochrane,
dezembro de 2010). Efeito colateral: náusea. Contra
indicada em hepatopatas.
 Acamprosato:
 parece ser tratamento efetivo e seguro para
manutenção de abstinência após desintoxicação, com
tamanho de efeito de tratamento bastante moderado.
(cochrane, setembro de 2010)
 Mecanismo de ação: inibição de hiperestimulação de
glutamato, redução de influxo de íons cálcio, aumento de
recaptação de GABA, aumento dos níveis de serotonina e
antagonismo noradrenérgico.
 Posologia: menos de 60kg: 1,3 g dia
mais de 60kg: 2 g dia
Álcool–intervençõesfarmacológicas
Álcool–intervençõesfarmacológicas
 Gamahidroxibutirato (GHB): para tratamento de
abstinência de álcool e prevenção de recaídas: GHB 50mg
parece melhor que naltrexona e dissulfiram na
manutenção de abstinência e prevenção de fissura no
médio e longo prazo (3 a 12 meses). Deve ser usado sob
supervisão médica estrita devido risco de abuso e
dependência. (cochrane, fev 2010)
 Óxido nitroso (Analgésico psicotrópico) para
abstinência alcoólica: devido a amostras pequenas não
há evidência forte, mas pode ser um tratamento efetivo.
Rápido e com mínimo efeito sedativo, acelera a
recuperação. Não há evidência de que seja mais
prejudicial que benzodiazepínicos. (cochrane, abril 2007)
 Carbamazepina e ácido valpróico: alguma evidência
(Litzen RZ, Allen JP. Advances in development of medications for alcoholism
treatment. Psychopharmacology 139 (1-2)20-30, 1998)
Álcool–intervençõesfarmacológicas
Álcool–intervençõesfarmacológicas
 Baclofeno: Estimulante GABA B aprovado para
espasticidade na esclerose múltipla. Reduz o beber na
dose de 30mg ao dia .Eficaz em três ensaios clínicos
controlados nessa dose. (Garbut, 2009)
 Lioresal ou Kemstro – comprimidos de 5, 10 e 25 mg.
 Pode haver exacerbação de doenças mentais ou
Parkinson
 Ef. Colaterais: sedação, fraqueza, fadiga, confusão,
dificuldade de marcha (Miller G.Tackling alcoholism with drugs.
Psychopharmacology.2007, 320(5873): 168-70)
Álcool–intervençõesfarmacológicas
 Topiramato: Antagonista do receptor AMPA de
glutamato e agonista GABA. Reduz a propriedade de
reforço positivo (efeito de recompensa) do etanol e reduz
a fissura.
Meia vida de 21 horas
Doses de até 300 mg ao dia.
(Castro Al, Baltieri D. O tratamento farmacológico da dependência de álcool. Rev Bras
Psiquiatria 2004, 26(1) 43-46
(Irismar: Psicofarmacologia Clínica/organizadores Eduardo Pondé de Sena et al- 3 ed- Rio
de Janeiro: Medbook, 2011)
Álcool–intervençõesfarmacológicas
 Dissulfiram: inibe ação da aldeído
desidrogenase levando a rubor facial,
hipotensão, tontura, fraqueza, sonolência,
visão turva, náusea, vômito,palpitação,
arritmia, convulsões, delirium, entre
outros.Contra indicações: grávidas, idosos,
cardiopatia, insuficiência renal e hepática,
doença vascular cerebral, doença pulmonar
grave.
Schaffer, A.,Naranjo,C.A. Recommended drug treatment strategies for the alcoholic
patient. Drugs.56(4): 571-585, oct.,1998
Álcool:principaisestudosclínicospositivosnos
últimos5anos
 Naltrexona: 140 pacientes, 8 semanas, 25mg por dia mais 25
mg em antecipação ao beber. Reduziu a quantidade de álcool
ingerida ( SS O Malley,The jornal of clinical psychiatry, 2015)
 Acamprosato: 327 pacientes, 1998mg dia, 24 semanas.
Proporção de pacientes abstinentes nas 24 semanas favoreceu
o acamprosato.(Higushi S,The journal of clinical psychiatry
2015)
 Comparação entre lorazepam e clordiazepóxido para
abstinência de álcool. N:108, lorazepam promove menos
sintomas de abstinência em 48 horas e menor duração na SAA.
 Nalmefeno: Selimcro 18mg.Bloqueador opióide. N: 604, 24
semanas, 18mg “quando necessário”. Diminuição dos dias de
beber pesado e do consumo total mensal de álcool, melhora de
enzimas hepáticas e melhora clínica global.(K.Mann, et al. European psychiatry, 2012)
Maconha-Açõesfarmacológicas
 Em geral 20% deTHC
 Receptores CB1em várias áreas do cérebro=regulação
negativa da atividade da óxido nítrico sintetase, hemostase
de glicose,insulina, ações sobre o envelhecimento,regulação
de febre, memória, comportamento alimentar, pressão
sanguínea, ereção peniana, espermatogênese, resposta
inflamatória, nocicepcao e secreção de dopamina .
Maconha–AçõesFarmacológicas
 Depósito em tecido adiposo
 Metabolismo hepático
 Eliminação total pode durar até 30 dias
 Dronabinol aprovado pelo FDA para náusea,
quimioterapia e anorexia na AIDS.
Síndromedeabstinênciademaconha
 Desconforto generalizado, fissura, diminuição de apetite,
insônia, irritabilidade, angústia.
 Relatos de déficit de memória recente pelo menos até o
primeiro mês de abstinência.
Maconha
Podem atenuar sintomas de abstinência :
 Dronabinol
( Levin FR, Kleber HD.Use of dronabinol for cannabis dependence: two case reports and
review. Am J Addict.2008;17(2):161-4
 Lítio
 Canabidiol
 Buspirona
 Antipsicóticos atípicos
(Green Al et al. Alcohol and cannabis use in schizophrenia: effects of clozapine vs
risperidone. Schizophren res; 2003 ;60(1) 81-85.
Berck M.et al, A comparison of olanzapine with haloperidol in cannabis induced
psychotic disorder: a double blind randomized controlled trial. Int Clin.Psycho
pharmacol 1999;14(3) 177-18-
Maconha:Principaisestudosclínicosnos
últimos5anos
 Gabapentina: N:50, gabapentina 1200mg ao dia ou
placebo. Medidas: check list de sint de abstinencia, auto
relato de consumo , teste de urina semanal, escala de
medida de função executiva. Resultado significativo para
diminuição de síndrome de abstinência, diminuição de
consumo e aumento de função executiva.
 Nac: N: 116 (15 a 21 anos),1200mg duas vezes ao dia, duplo
cego, randomizado, placebo controlado. Urina negativa
em 41 por cento, comparado a 27 no grupo placebo (Gray
et al.The American Journal of Psychiatry.2012)
 NIDA ClinicalTrials Network 2017: estudo em 300 adultos
em seis centros de estudos nos EUA, com duração de 12
semanas e um follow up após 4 semanas: 22.3/22.4
Cocaína-AçõesFarmacológicas
 Metabolismo pelo CYP 3A4
 Metabólitos: norcocaína, benzoilecgonina, cocaetileno
 Meia vida de eliminação: 1 hora
 Excreção renal
 Bloqueio de receptação e reversão de bomba de
serotonina, noradrenalina e dopamina
Síndromedeabstinênciadecocaína
 Disforia, anedonia , falta de motivação e fissura pela
droga.
 Crash ( aprox 4 dias): agitação, depressão, anedonia e
fissura intensa.
CocaínaeCrack
 Dissulfiram :Medicamento mais apoiado por evidências .Ação
inibitória sobre a enzima dopamina beta hidroxilase, inibindo
conversao de dopamina em noradrenalina.Tendência a
diminuir abandono de tratamento psicossocial e aumentar o
tempo de abstinência
(kosten, 2004) (cochrane, jan 2010) (Reis AD,Laranjeira R.Tratamento farmacológico do uso da
cocaína.ABP,2006)
 Alguma evidência para carbamazepina no controle de
comportamentos impulsivos
(Sadock BJ, Sadock VA. Manual de farmacologia psiquiátrica de Kaplan e Sadock.Terceira
edição. Ed Artes Médicas, Porto Alegre, 2002)
CocaínaeCrack
 Topiramato: aumenta os índices de abstinência em
doses de 200mg/dia devido modulação do sistema
dopaminérgico mesolímbico (Kampman, 2004).Estudos
controlados positivos na dose de 300 a 400mg
(Kampman KM et al. A pilot trial of topiramate for the treatment of cocaine dependence.
Drug Alcohol Depend.2004;75(3):233-40)
 Baclofeno 20 a 60 mg reduz a fissura pela cocaína.
( Shoptaw et al, 2003)
Cocaína:principaisestudosclínicosnos
últimos5anos
 Topiramato: N:170, dep de cocaína + álcool, 13 semanas,
300mg ao dia. Diferença significativa na taxa de
abstinencia apenas nas últimas 3 semanas.(Kampman et al. Drug
and alcohol dependence, 2013)
 Nac: N:111, 1200mg, 2400mg ou placebo. 8 semanas, 3
amostras de urina por semana. No subgrupo que iniciou
o tratamento abstinente, nac 2400mg proporcionou
menos fissura e mais tempo de abstinência.( Larowe et al,The
American Journal on addictions, 2013)
Cocaína:Principaisestudosclínicosnos
últimoscincoanos
 Vacina : succinylnorcocaína conjugada a toxina B da
cólera. Estudo duplo-cego placebo controlado de fase 3 ,
6 sites, semanas 8 a 16. Medidas de metabólitos na urina
3 vezes por semana.300 pacientes, cocaína fumada em
média 13 dias por mês. De 130 pacientes vacinados, 67
por cento tinham alto Igg anti cocaína ( maior que 42
microgramas por ml) (5 vacinações). 3 vezes menos
sujeitos com Igg alto versus com Igg baixo deixaram o
estudo ( 7 versus 20 por cento). No total de 16 semanas
não ouve diferença entre os três grupos – placebo, Igg
alto e Igg baixo. Entretanto, após a semana 8 mais
vacinados conseguiram abstinência por pelo menos 2
semanas do estudo, sendo que o Igg alto tinha a maioria
das urinas negativas, com OR 3.02.
Devido a falta de significância estatística, foi considerada
eficácia parcial.
Cocaína:Principaisestudosclínicosnos
últimoscincoanos
 Modafinil: N: 29, 200mg, pacientes tratados com
modafinil relataram menos fissura ao ver figuras. À RM
funcional, havia diminuição da reatividade em área
relacionada a recompensa (ATV), e aumento em área de
controle cognitivo ( córtex cingulado anterior)
(Gaudriaan et al. Addictive Behaviours, 2013)
Nicotina-Aspectosfarmacológicos
 Se Liga a receptores nicotínicos colinérgicos, facilitando
a liberacão de neurotransmissores (dopamina, glutamato
e GABA).
 Metabolizada por CYP 2 A 6.
 80 por cento dos fumantes que tentam parar recaem em
30 dias e 6 por cento permanecem abstinentes em 6
meses.
 Receptor predominante alfa 4 beta 2
Nicotina
Síndromedeabstinênciadenicotina
 Fissura, humor disfórico ou depressivo, insônia ou
hipersonia, irritabilidade, ansiedade, difiuldade de
concentração, inquietação, cefaléia, obstipação
intestinal, aumento de apetite.
 Começa em poucas horas, duração média de 4 semanas.
Fissura e irritabilidade podem perdurar por 6 meses ou
mais.
Nicotina
 Todos os tipos de terapia de reposição de nicotina
aumentam a taxa de abstinência em 50 a 70 por cento,
não importando o setting terapêutico e o suporte
adicional
(cochrane, 14 nov 2012)
 Vareniclina aumenta a chance entre duas e três vezes se
comparada a placebo. Superior a bupropiona ou
reposição de nicotina
(cochrane, 9 maio 2016)
 Bupropiona e nortriptilina tem eficácia semelhante a da
terapia de reposição de nicotina e inferior a da
vareniclina
( cochrane, 8 jan 2014)
Nicotina
Visão geral de metanálises -101000 fumantes
 Reposição de nicotina mais bupropiona ajudaram 80 por
cento mais pessoas que placebo. A cada 10 pessoas com
placebo, 18 com bup maisTRN
 A cada 10 pessoas que param com placebo, 28 param
com vareniclina
 Vareniclina é 50 por cento mais eficaz que um tipo de
reposição de nicotina.
 A combinação de dois tipos de reposição é tão efetiva
quanto vareniclina
 Combinação patch com vareniclina é mais efetiva que
vareniclina isolada. (medline, embase, clinicaltrial.gov, cochrane- BMC
public health,2015)
Nicotina
Medicação Razão de chances
Adesivo +TRN 3,6
Vareniclina 2mg/dia 3,1
Adesivo + bupropiona 2,5
Adesivo alta dose 2,3
Goma 2,2
Bupropiona 2,0
A clinical practice guideline for treating tobacco use and dependence: 2008
update.A US Public Health Service Report. Am J Prev Med. 2008, 35(2):
158-76.
Opióides–aspectosfarmacológicos
 Receptores no sistema nervoso central e periférico.
Ativação leva a fechamento de canais de cálcio voltagem
dependentes e estimulação de efluxo de potássio,
determinando redução na excitabilidade celular neuronal
e diminuindo impulso nociceptivo.
 Agonistas opióides puros: morfina, petidina,
 Agonista parcial: buprenorfina, pentazocina
 Antagonista: naloxona, naltrexona
Opióides
 Buprenorfina é mais efetiva que clonidina para manter
pacientes em tratamento e parece resolver mais
rapidamente os sintomas de abstinência e promover
maior sucesso na abstinencia.Temgesic sublingual
0,2mg . Usar até 2 cp sublinguais a cada 6 horas
 3mg metadona=30 mg morfina=0.4mg
buprenorfina=200mg codeína=300mg petidina
(serviço de anestesiologia do instituto portugues de oncologia de Lisboa.
www.oncoanestesia.org)
 Na manutenção, doses altas de metadona – 60 a 100mg-
são mais efetivas que baixas (até 40mg )
(cochrane, maio 2015)
Opióides
Modelodetratamentodesíndromedeabstinência
 Observar sinais:
 Midríase
 Sudorese, calafrios, lacrimejamento ou rinorréia
 Aumento do pulso em 10 bpm
 Aumento de PA sist em 10mmHg
A cada 4 horas: 2 ou mais sinais = 10mg metadona
Segundo dia dividir dose total em dois
Retirar 5 mg ao dia
Clonidina prescrita na interrupção da metadona (0,15 mg 4 x ao
dia até 2mg ao dia)
Baltieri DA. Opióides: Aspectos Gerais.In: FocchiGRA, Leite MC, Laranjeira R, Andrade
AG.Dependência química: novos modelos de tratamento. São Paulo: Roca;2001.p.109-16
Referências
 Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas. Alessandra Diehl et al.
Porto Alegre: Artmed, 2011
 Psicofarmacologia clínica.Irismar.Organizadores Eduardo Pondé de Sena et al- 3.ed.- Rio
de Janeiro: Medbook,2011
 Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas –Stahl, Stephen M 4ed-Rio
de janeiro: Guanabara Koogan, 2016
 Tratamentos farmacológicos para dependência química: da evidência científica á prática
clínica/ Alessandra Diehl et al- Porto Alegre: Artmed,2010
 Tratamento Farmacológico do alcoolismo/ Danilo Antonio Baltieri- São Paulo: Lemos
Editorial, 2004
 Neurociências para psiquiatria clínica: a fisiopatologia do comportamento e da doença
mental/ Edmund S. Higgins e Mark S. George;PortoAlegre: Artmed, 2010
 Dependência de drogas. Seibel, Sérgio Dario. São Paulo: Editora Atheneu, 2000
 Manual de psicofarmacologia clínica/ irismar Reis de Oliveira, Eduardo Ponde de Sena- 2 ed
. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
 Panorama atual de drogas e dependências/organizadores Dartiu Xavier Da Silveira, ,
Fernanda Gonçalves Moreira-1ed- São Paulo: Editora Atheneu, 2006
 Diretrizes gerais para tratamento da dependência química-Gigliotti, Analice.Rio de Janeiro:
Editora Rubio,2010.
 Aconselhamento em dependência química/Neliana Buzi Figlie, Selma Bordin, Ronaldo
Laranjeira- São Paulo: Roca,2004.
 Cochrane tobacco Addiction Group
Referências
 Group II metabotropic glutamate receptors in drug addiction. European Journal
of pharmacology.August 2010
 Cognitive effects of group I metabotropic glutamate receptor ligands in the
context of drug addiction. MF Olive. European journal of pharmacology 2010
 The story of glutamate in drug addiction and of n acetylcysteine as a potential
pharmacotherapy.JAMA psychiatry, 2013
 Glutamate homeostasis and synaptic plasticity in drug addiction,2015
 A double blind randomized controlled trial of n acetylcysteine in cannabis –
dependent adollescents.The American Journal of psychiatry, 2012
 Efficacy of n acetylcisteine in the treatment of nicotine dependence: a double
blind placebo controlled study. Eur. Addict Res 2011.
 Gaba B receptor agonists for the treatment of drug addiction: a review of recent
findings. Drug and alcohol dependence, 2002.
 Gaba B receptors in drug addiction. Pharmacol Rep, 2008
 Dopamina reuptake transporter inverse agonism - a novel hypothesis to explain
the enigmatic pharmacology of cocaine

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosJaqueline Almeida
 
Ansiolitico, hipnotico e sedativos
Ansiolitico, hipnotico e sedativosAnsiolitico, hipnotico e sedativos
Ansiolitico, hipnotico e sedativosMagda de Souza Assis
 
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2Marcelo Zanotti da Silva
 
Apresentação antidepressivos e ansioliticos
Apresentação antidepressivos e ansioliticosApresentação antidepressivos e ansioliticos
Apresentação antidepressivos e ansioliticosPaula Soares
 
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgico
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgicoNeurofarmacologia do sistema dopaminérgico
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgicoCaio Maximino
 
Antiepilépticos
AntiepilépticosAntiepilépticos
AntiepilépticosSafia Naser
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antidepressivos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AntidepressivosAula de Farmacologia sobre Fármacos Antidepressivos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AntidepressivosJaqueline Almeida
 
Farmacologia 10 antidepressivos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 10   antidepressivos - med resumos (dez-2011)Farmacologia 10   antidepressivos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 10 antidepressivos - med resumos (dez-2011)Jucie Vasconcelos
 
Analgesicos Opioides
Analgesicos Opioides Analgesicos Opioides
Analgesicos Opioides Safia Naser
 

Mais procurados (19)

Antiepiléticos - Caso Clínico
Antiepiléticos - Caso ClínicoAntiepiléticos - Caso Clínico
Antiepiléticos - Caso Clínico
 
Antipsicóticos
AntipsicóticosAntipsicóticos
Antipsicóticos
 
Diazepam
DiazepamDiazepam
Diazepam
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
 
Ansiolitico, hipnotico e sedativos
Ansiolitico, hipnotico e sedativosAnsiolitico, hipnotico e sedativos
Ansiolitico, hipnotico e sedativos
 
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
[Instituto Interage - Curso de Psicofarmacologia] Aula 1/2
 
AnsiolíTicos E HipnóTicos
AnsiolíTicos E HipnóTicosAnsiolíTicos E HipnóTicos
AnsiolíTicos E HipnóTicos
 
Apresentação antidepressivos e ansioliticos
Apresentação antidepressivos e ansioliticosApresentação antidepressivos e ansioliticos
Apresentação antidepressivos e ansioliticos
 
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgico
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgicoNeurofarmacologia do sistema dopaminérgico
Neurofarmacologia do sistema dopaminérgico
 
Ansioliticos
AnsioliticosAnsioliticos
Ansioliticos
 
Antidepressivos
AntidepressivosAntidepressivos
Antidepressivos
 
Farmacologia snc
Farmacologia sncFarmacologia snc
Farmacologia snc
 
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e HipnóticosAula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
 
Antiepilépticos
AntiepilépticosAntiepilépticos
Antiepilépticos
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antidepressivos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AntidepressivosAula de Farmacologia sobre Fármacos Antidepressivos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antidepressivos
 
Antidepressivos
AntidepressivosAntidepressivos
Antidepressivos
 
Farmacologia 10 antidepressivos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 10   antidepressivos - med resumos (dez-2011)Farmacologia 10   antidepressivos - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 10 antidepressivos - med resumos (dez-2011)
 
Metadona
MetadonaMetadona
Metadona
 
Analgesicos Opioides
Analgesicos Opioides Analgesicos Opioides
Analgesicos Opioides
 

Semelhante a Terapia farmacológica na dependência química

Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaDr. Rafael Higashi
 
clara paula correto.pptx
clara paula correto.pptxclara paula correto.pptx
clara paula correto.pptxlvaroCosta22
 
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACK
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACKTERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACK
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACKJANDETE2012
 
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosResumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosNathalya Brazil
 
Farmacologia_adrenergica.pdf
Farmacologia_adrenergica.pdfFarmacologia_adrenergica.pdf
Farmacologia_adrenergica.pdfProfYasminBlanco
 
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosAula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosMauro Cunha Xavier Pinto
 
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.Karen Zanferrari
 
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.MAIQUELE SANTANA
 

Semelhante a Terapia farmacológica na dependência química (20)

psicofarmacologia.pptx
psicofarmacologia.pptxpsicofarmacologia.pptx
psicofarmacologia.pptx
 
Bupropiona
BupropionaBupropiona
Bupropiona
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
 
psicofarmacologia 2
psicofarmacologia 2psicofarmacologia 2
psicofarmacologia 2
 
clara paula correto.pptx
clara paula correto.pptxclara paula correto.pptx
clara paula correto.pptx
 
apresentação 3.ppt
apresentação 3.pptapresentação 3.ppt
apresentação 3.ppt
 
Antidepressivos
AntidepressivosAntidepressivos
Antidepressivos
 
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACK
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACKTERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACK
TERAPIA MEDICAMENTOSA-COCAINA E CRACK
 
Farmacologia dos Analgésicos
Farmacologia dos Analgésicos Farmacologia dos Analgésicos
Farmacologia dos Analgésicos
 
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicosResumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
Resumo de farmacologia ii anti-inflamatorios e anestésicos
 
SNAP.pptx
SNAP.pptxSNAP.pptx
SNAP.pptx
 
SNAP.pptx
SNAP.pptxSNAP.pptx
SNAP.pptx
 
Farmacos detalhes
Farmacos detalhesFarmacos detalhes
Farmacos detalhes
 
Farmacologia_adrenergica.pdf
Farmacologia_adrenergica.pdfFarmacologia_adrenergica.pdf
Farmacologia_adrenergica.pdf
 
Anfetaminas
AnfetaminasAnfetaminas
Anfetaminas
 
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosAula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
 
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.
Sistema nervoso parassimpático - Fármacos que atuam.
 
Psicofarmacologia
PsicofarmacologiaPsicofarmacologia
Psicofarmacologia
 
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
Farmacologia da depressão + anticonvulsivantes.
 
Antipsicoticos teste
Antipsicoticos  testeAntipsicoticos  teste
Antipsicoticos teste
 

Terapia farmacológica na dependência química

  • 1. TERAPIA FARMACOLÓGICA NA DEPENDÊNCIA QUÍMICA Ricardo Manzochi Assmé Psiquiatra especialista em dependências químicas (PUC PR) agosto 2019
  • 2. O Circuito de Recompensa  Recompensa a motivação com prazer  Objetivo de promover a sobrevivência da espécie  As drogas aditivas aumentam a atividade nesse circuito  Sofre mudanças duradouras devido ao uso da droga
  • 3. Basesneuroanatômicasdadependência dedrogas  Área tegmental ventral: origem da via dopaminérgica. Cognição, motivação e prazer. Neurônios dopaminérgicos, de gaba e glutamato.  Núcleo accumbens: motivação, aprendizado, reforço  Hipocampo:Aquisição de informação factual e formação de memórias sobre eventos pessoais  Amígdala: aquisição, armazenamento e expressão de memórias emocionais. Resposta emocional diante de um evento
  • 4. Basesneuroanatômicasdadependência dedrogas  Giro do cíngulo anterior: auto controle emocional, função cognitiva de solução de problemas, detecção de erros  Córtex pré frontal: controle e planejamento  Córtex órbito frontal: controle de impulso e tomada de decisão  Córtex pré frontal ventro medial: verificação de risco, medo, decisão, aprendizado por erro, decisões morais
  • 5. Neurobiologiadadependênciaquímica  Impulsividade: incapacidade de interromper a iniciação de ações. Ação sem reflexão prévia. Centro no estriado ventral (núcleo accumbens) ligado ao tálamo, ao córtex pré frontal ventromedial e ao córtex cingulado anterior.
  • 6. Neurobiologiadadependênciaquímica  Compulsividade: Incapacidade de interromper ações em andamento. Envolve o estriado dorsal (caudado e putâmen), o tálamo e o córtex órbito frontal.
  • 8.
  • 9. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  Receptores de glutamato mGLU 2,3 pré sinapticamente controlam a liberação de glutamato e dopamina em estruturas mesocorticolímbicas e sua função é reduzida após exposição prolongada a droga.  mGLU regulam tanto o processamento de recompensa quanto a procura pela droga, controlando a liberação de dopamina (receptor 2) e glutamato (receptor 3).  Agonistas mGLU2,3 reduzem recompensa e inibem procura de drogas em animais.
  • 10. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  Os receptores mGLU1 estão envolvidos em recompensa, reforço e comportamentos de recaída, bem como aprendizado mal adaptativo, memória e inflexibilidade comportamental.  Em animais experimentais, antagonistas mGLU1 e mGLU5 reduzem auto-administração de praticamente todas as drogas de abuso.
  • 11. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  A procura pela droga está associada a aumento da liberação de glutamato do córtex pré frontal para o núcleo accumbens.  O excesso de glutamato transborda para fora da fenda sináptica e ativa receptores de glutamato extra sinápticos.  Receptores de glutamato mGLU5 e NMDA2b são estimulados pelo derramamento de glutamato das sinapses, promovendo a recaída.  O transportador glial de glutamato minimiza o derramamento.  Esse transportador é regulado para baixo no accumbens pelo uso de drogas a longo prazo.  O aumento de expressão de GLT1 com n acetil cisteína inibe recaída em modelos animais.
  • 12. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  A vulnerabilidade duradoura a recaída de drogas envolve mudanças durodouras na transmissão sináptica nas projeções de glutamato ao núcleo accumbens.  Inputs glutamatérgicos da amígdala, hipocampo e córtex pré frontal para o accumbens regulam respostas adaptativas comportamentais.
  • 13. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  O transportador glial de glutamato minimiza o derramamento.  Esse transportador é regulado para baixo no accumbens pelo uso de drogas a longo prazo.  O aumento de expressão de GLT1 com n acetil cisteína inibe recaída em modelos animais.
  • 14. Açãodoglutamatonocircuitode recompensa  O uso de drogas a longo prazo também regula para baixo os auto receptores pré sinápticos mGLUR2 aumentando a liberação de glutamato sináptico.  A n- acetil cisteína restaura GLT1 e restaura a inibição pré sináptica da liberação de glutamato via mGLUR2.  Ceftriaxona apresenta o mesmo mecanismo em GLT1.
  • 15. AçãodoGABAnocircuitoderecompensa  A estimulação farmacológica de receptores GABA B por agonistas modifica os efeitos reforçadores da cocaína chegando a suprimir esses efeitos em modelos de auto administração em ratos e babuínos.  Há tambem prevenção ou enfraquecimento de efeito reforçador em metanfetamina, nicotina, heroína, morfina, etanol  Não há modificação na auto administração de comida.  O baclofeno é um agonista seletivo GABA B.
  • 16. AçãodoGABAnocircuitoderecompensa  Os receptores metabotrópicos GABA B (1 e 2) são pré sinápticos em neurônios Gabaérgicos (autoreceptores) e não Gabaérgicos (heteroreceptores) ou pós sinápticos em neurônios não gabaérgicos.  A maioria dos dados tem focado no efeito regulatório de heteroreceptores pré sinápticos na atividade neuronal dopaminérgica em área tegmental ventral, estriado, núcleo accumbens e córtex frontal.
  • 17. Álcool-aspectosfarmacológicos  C2H5OH  Absorção de 20% pelo estômago e 80 por cento pelo intestino  Biotransformação hepática: acetaldeído e acetato  Em uso frequente indução de sistema microssomal de oxidação do etanol, produzindo radicais livres e hepatotoxicidade.
  • 18. Álcool-Aspectosfarmacológicos  Acetaldeído é transformado em acetato, e este em CO2 e água via Acetil CoA  Piruvato é transformado em Acetil CoA via vitamina B1  Vitamina B1 é essencial no metabolismo dos carboidratos.
  • 20. Síndromedeabstinênciaalcoólica- Tratamento Nível 1 : leve agitação psicomotora, tremores finos de extremidades, sudorese facial discreta, episódios de cefaléia, náuseas sem vômitos. Orientado, juízo crítico preservado, Ansiedade leve.  Tratamento ambulatorial Tiamina 300mg IM 7 a 15 dias. Após, oral 300mg ao dia. Diazepam 20mg / dia ou Clordiazepóxido 100mg / dia ou Lorazepam 4 mg/ dia, com retirada gradual em uma semana
  • 21. Nível 2 : agitação psicomotora intensa, tremores generalizados, sudorese profusa, cefaléias, náuseas com vômitos e sensibilidade visual intensa, crises convulsivas ou histórico de convulsão. Desorientado, juízo crítico comprometido, ansiedade intensa, delírio, alucinações Tratamento hospitalar Reposição vitamínica semelhante CIWA-AR a cada hora. Se pontuação maior que 8 ou 10: Diazepam 10 a 20mg/ hora ou Clordiazepóxido 50 a 100mg/ hora ou Lorazepam 2 a 4 mg/ hora Diazepam 10mg não diluído em 4 minutos (suporte ventilatório) Para DT, haldol 5mg IM Se confusão mental, jejum para evitar aspiração e hidratação: 1000 ml de solução glicosada 5% + 20ml de NaCl 20% + 10ml de KCl 19,1% de 8 em 8horas Laranjeira, R.Usuários de substâncias psicoativas: abordagem, diagnóstico e tratamento.2003 Síndromedeabstinênciaalcoólica- Tratamento
  • 22.
  • 23. Álcool–intervençõesfarmacológicas  Benzodiazepínicos protegem de convulsões e da maioria dos sintomas da síndrome de abstinência. ( cochrane, junho 2011)  Naltrexona: inibe receptores opióides. Parece ser efetiva e segura, com efeito de magnitude moderada (cochrane, dezembro de 2010). Efeito colateral: náusea. Contra indicada em hepatopatas.
  • 24.  Acamprosato:  parece ser tratamento efetivo e seguro para manutenção de abstinência após desintoxicação, com tamanho de efeito de tratamento bastante moderado. (cochrane, setembro de 2010)  Mecanismo de ação: inibição de hiperestimulação de glutamato, redução de influxo de íons cálcio, aumento de recaptação de GABA, aumento dos níveis de serotonina e antagonismo noradrenérgico.  Posologia: menos de 60kg: 1,3 g dia mais de 60kg: 2 g dia Álcool–intervençõesfarmacológicas
  • 25. Álcool–intervençõesfarmacológicas  Gamahidroxibutirato (GHB): para tratamento de abstinência de álcool e prevenção de recaídas: GHB 50mg parece melhor que naltrexona e dissulfiram na manutenção de abstinência e prevenção de fissura no médio e longo prazo (3 a 12 meses). Deve ser usado sob supervisão médica estrita devido risco de abuso e dependência. (cochrane, fev 2010)
  • 26.  Óxido nitroso (Analgésico psicotrópico) para abstinência alcoólica: devido a amostras pequenas não há evidência forte, mas pode ser um tratamento efetivo. Rápido e com mínimo efeito sedativo, acelera a recuperação. Não há evidência de que seja mais prejudicial que benzodiazepínicos. (cochrane, abril 2007)  Carbamazepina e ácido valpróico: alguma evidência (Litzen RZ, Allen JP. Advances in development of medications for alcoholism treatment. Psychopharmacology 139 (1-2)20-30, 1998) Álcool–intervençõesfarmacológicas
  • 27. Álcool–intervençõesfarmacológicas  Baclofeno: Estimulante GABA B aprovado para espasticidade na esclerose múltipla. Reduz o beber na dose de 30mg ao dia .Eficaz em três ensaios clínicos controlados nessa dose. (Garbut, 2009)  Lioresal ou Kemstro – comprimidos de 5, 10 e 25 mg.  Pode haver exacerbação de doenças mentais ou Parkinson  Ef. Colaterais: sedação, fraqueza, fadiga, confusão, dificuldade de marcha (Miller G.Tackling alcoholism with drugs. Psychopharmacology.2007, 320(5873): 168-70)
  • 28. Álcool–intervençõesfarmacológicas  Topiramato: Antagonista do receptor AMPA de glutamato e agonista GABA. Reduz a propriedade de reforço positivo (efeito de recompensa) do etanol e reduz a fissura. Meia vida de 21 horas Doses de até 300 mg ao dia. (Castro Al, Baltieri D. O tratamento farmacológico da dependência de álcool. Rev Bras Psiquiatria 2004, 26(1) 43-46 (Irismar: Psicofarmacologia Clínica/organizadores Eduardo Pondé de Sena et al- 3 ed- Rio de Janeiro: Medbook, 2011)
  • 29. Álcool–intervençõesfarmacológicas  Dissulfiram: inibe ação da aldeído desidrogenase levando a rubor facial, hipotensão, tontura, fraqueza, sonolência, visão turva, náusea, vômito,palpitação, arritmia, convulsões, delirium, entre outros.Contra indicações: grávidas, idosos, cardiopatia, insuficiência renal e hepática, doença vascular cerebral, doença pulmonar grave. Schaffer, A.,Naranjo,C.A. Recommended drug treatment strategies for the alcoholic patient. Drugs.56(4): 571-585, oct.,1998
  • 30. Álcool:principaisestudosclínicospositivosnos últimos5anos  Naltrexona: 140 pacientes, 8 semanas, 25mg por dia mais 25 mg em antecipação ao beber. Reduziu a quantidade de álcool ingerida ( SS O Malley,The jornal of clinical psychiatry, 2015)  Acamprosato: 327 pacientes, 1998mg dia, 24 semanas. Proporção de pacientes abstinentes nas 24 semanas favoreceu o acamprosato.(Higushi S,The journal of clinical psychiatry 2015)  Comparação entre lorazepam e clordiazepóxido para abstinência de álcool. N:108, lorazepam promove menos sintomas de abstinência em 48 horas e menor duração na SAA.  Nalmefeno: Selimcro 18mg.Bloqueador opióide. N: 604, 24 semanas, 18mg “quando necessário”. Diminuição dos dias de beber pesado e do consumo total mensal de álcool, melhora de enzimas hepáticas e melhora clínica global.(K.Mann, et al. European psychiatry, 2012)
  • 31. Maconha-Açõesfarmacológicas  Em geral 20% deTHC  Receptores CB1em várias áreas do cérebro=regulação negativa da atividade da óxido nítrico sintetase, hemostase de glicose,insulina, ações sobre o envelhecimento,regulação de febre, memória, comportamento alimentar, pressão sanguínea, ereção peniana, espermatogênese, resposta inflamatória, nocicepcao e secreção de dopamina .
  • 32. Maconha–AçõesFarmacológicas  Depósito em tecido adiposo  Metabolismo hepático  Eliminação total pode durar até 30 dias  Dronabinol aprovado pelo FDA para náusea, quimioterapia e anorexia na AIDS.
  • 33. Síndromedeabstinênciademaconha  Desconforto generalizado, fissura, diminuição de apetite, insônia, irritabilidade, angústia.  Relatos de déficit de memória recente pelo menos até o primeiro mês de abstinência.
  • 34. Maconha Podem atenuar sintomas de abstinência :  Dronabinol ( Levin FR, Kleber HD.Use of dronabinol for cannabis dependence: two case reports and review. Am J Addict.2008;17(2):161-4  Lítio  Canabidiol  Buspirona  Antipsicóticos atípicos (Green Al et al. Alcohol and cannabis use in schizophrenia: effects of clozapine vs risperidone. Schizophren res; 2003 ;60(1) 81-85. Berck M.et al, A comparison of olanzapine with haloperidol in cannabis induced psychotic disorder: a double blind randomized controlled trial. Int Clin.Psycho pharmacol 1999;14(3) 177-18-
  • 35. Maconha:Principaisestudosclínicosnos últimos5anos  Gabapentina: N:50, gabapentina 1200mg ao dia ou placebo. Medidas: check list de sint de abstinencia, auto relato de consumo , teste de urina semanal, escala de medida de função executiva. Resultado significativo para diminuição de síndrome de abstinência, diminuição de consumo e aumento de função executiva.  Nac: N: 116 (15 a 21 anos),1200mg duas vezes ao dia, duplo cego, randomizado, placebo controlado. Urina negativa em 41 por cento, comparado a 27 no grupo placebo (Gray et al.The American Journal of Psychiatry.2012)  NIDA ClinicalTrials Network 2017: estudo em 300 adultos em seis centros de estudos nos EUA, com duração de 12 semanas e um follow up após 4 semanas: 22.3/22.4
  • 36. Cocaína-AçõesFarmacológicas  Metabolismo pelo CYP 3A4  Metabólitos: norcocaína, benzoilecgonina, cocaetileno  Meia vida de eliminação: 1 hora  Excreção renal  Bloqueio de receptação e reversão de bomba de serotonina, noradrenalina e dopamina
  • 37. Síndromedeabstinênciadecocaína  Disforia, anedonia , falta de motivação e fissura pela droga.  Crash ( aprox 4 dias): agitação, depressão, anedonia e fissura intensa.
  • 38. CocaínaeCrack  Dissulfiram :Medicamento mais apoiado por evidências .Ação inibitória sobre a enzima dopamina beta hidroxilase, inibindo conversao de dopamina em noradrenalina.Tendência a diminuir abandono de tratamento psicossocial e aumentar o tempo de abstinência (kosten, 2004) (cochrane, jan 2010) (Reis AD,Laranjeira R.Tratamento farmacológico do uso da cocaína.ABP,2006)  Alguma evidência para carbamazepina no controle de comportamentos impulsivos (Sadock BJ, Sadock VA. Manual de farmacologia psiquiátrica de Kaplan e Sadock.Terceira edição. Ed Artes Médicas, Porto Alegre, 2002)
  • 39. CocaínaeCrack  Topiramato: aumenta os índices de abstinência em doses de 200mg/dia devido modulação do sistema dopaminérgico mesolímbico (Kampman, 2004).Estudos controlados positivos na dose de 300 a 400mg (Kampman KM et al. A pilot trial of topiramate for the treatment of cocaine dependence. Drug Alcohol Depend.2004;75(3):233-40)  Baclofeno 20 a 60 mg reduz a fissura pela cocaína. ( Shoptaw et al, 2003)
  • 40. Cocaína:principaisestudosclínicosnos últimos5anos  Topiramato: N:170, dep de cocaína + álcool, 13 semanas, 300mg ao dia. Diferença significativa na taxa de abstinencia apenas nas últimas 3 semanas.(Kampman et al. Drug and alcohol dependence, 2013)  Nac: N:111, 1200mg, 2400mg ou placebo. 8 semanas, 3 amostras de urina por semana. No subgrupo que iniciou o tratamento abstinente, nac 2400mg proporcionou menos fissura e mais tempo de abstinência.( Larowe et al,The American Journal on addictions, 2013)
  • 41. Cocaína:Principaisestudosclínicosnos últimoscincoanos  Vacina : succinylnorcocaína conjugada a toxina B da cólera. Estudo duplo-cego placebo controlado de fase 3 , 6 sites, semanas 8 a 16. Medidas de metabólitos na urina 3 vezes por semana.300 pacientes, cocaína fumada em média 13 dias por mês. De 130 pacientes vacinados, 67 por cento tinham alto Igg anti cocaína ( maior que 42 microgramas por ml) (5 vacinações). 3 vezes menos sujeitos com Igg alto versus com Igg baixo deixaram o estudo ( 7 versus 20 por cento). No total de 16 semanas não ouve diferença entre os três grupos – placebo, Igg alto e Igg baixo. Entretanto, após a semana 8 mais vacinados conseguiram abstinência por pelo menos 2 semanas do estudo, sendo que o Igg alto tinha a maioria das urinas negativas, com OR 3.02. Devido a falta de significância estatística, foi considerada eficácia parcial.
  • 42. Cocaína:Principaisestudosclínicosnos últimoscincoanos  Modafinil: N: 29, 200mg, pacientes tratados com modafinil relataram menos fissura ao ver figuras. À RM funcional, havia diminuição da reatividade em área relacionada a recompensa (ATV), e aumento em área de controle cognitivo ( córtex cingulado anterior) (Gaudriaan et al. Addictive Behaviours, 2013)
  • 43. Nicotina-Aspectosfarmacológicos  Se Liga a receptores nicotínicos colinérgicos, facilitando a liberacão de neurotransmissores (dopamina, glutamato e GABA).  Metabolizada por CYP 2 A 6.  80 por cento dos fumantes que tentam parar recaem em 30 dias e 6 por cento permanecem abstinentes em 6 meses.  Receptor predominante alfa 4 beta 2
  • 45. Síndromedeabstinênciadenicotina  Fissura, humor disfórico ou depressivo, insônia ou hipersonia, irritabilidade, ansiedade, difiuldade de concentração, inquietação, cefaléia, obstipação intestinal, aumento de apetite.  Começa em poucas horas, duração média de 4 semanas. Fissura e irritabilidade podem perdurar por 6 meses ou mais.
  • 46. Nicotina  Todos os tipos de terapia de reposição de nicotina aumentam a taxa de abstinência em 50 a 70 por cento, não importando o setting terapêutico e o suporte adicional (cochrane, 14 nov 2012)  Vareniclina aumenta a chance entre duas e três vezes se comparada a placebo. Superior a bupropiona ou reposição de nicotina (cochrane, 9 maio 2016)  Bupropiona e nortriptilina tem eficácia semelhante a da terapia de reposição de nicotina e inferior a da vareniclina ( cochrane, 8 jan 2014)
  • 47. Nicotina Visão geral de metanálises -101000 fumantes  Reposição de nicotina mais bupropiona ajudaram 80 por cento mais pessoas que placebo. A cada 10 pessoas com placebo, 18 com bup maisTRN  A cada 10 pessoas que param com placebo, 28 param com vareniclina  Vareniclina é 50 por cento mais eficaz que um tipo de reposição de nicotina.  A combinação de dois tipos de reposição é tão efetiva quanto vareniclina  Combinação patch com vareniclina é mais efetiva que vareniclina isolada. (medline, embase, clinicaltrial.gov, cochrane- BMC public health,2015)
  • 48. Nicotina Medicação Razão de chances Adesivo +TRN 3,6 Vareniclina 2mg/dia 3,1 Adesivo + bupropiona 2,5 Adesivo alta dose 2,3 Goma 2,2 Bupropiona 2,0 A clinical practice guideline for treating tobacco use and dependence: 2008 update.A US Public Health Service Report. Am J Prev Med. 2008, 35(2): 158-76.
  • 49. Opióides–aspectosfarmacológicos  Receptores no sistema nervoso central e periférico. Ativação leva a fechamento de canais de cálcio voltagem dependentes e estimulação de efluxo de potássio, determinando redução na excitabilidade celular neuronal e diminuindo impulso nociceptivo.  Agonistas opióides puros: morfina, petidina,  Agonista parcial: buprenorfina, pentazocina  Antagonista: naloxona, naltrexona
  • 50. Opióides  Buprenorfina é mais efetiva que clonidina para manter pacientes em tratamento e parece resolver mais rapidamente os sintomas de abstinência e promover maior sucesso na abstinencia.Temgesic sublingual 0,2mg . Usar até 2 cp sublinguais a cada 6 horas  3mg metadona=30 mg morfina=0.4mg buprenorfina=200mg codeína=300mg petidina (serviço de anestesiologia do instituto portugues de oncologia de Lisboa. www.oncoanestesia.org)  Na manutenção, doses altas de metadona – 60 a 100mg- são mais efetivas que baixas (até 40mg ) (cochrane, maio 2015)
  • 51. Opióides Modelodetratamentodesíndromedeabstinência  Observar sinais:  Midríase  Sudorese, calafrios, lacrimejamento ou rinorréia  Aumento do pulso em 10 bpm  Aumento de PA sist em 10mmHg A cada 4 horas: 2 ou mais sinais = 10mg metadona Segundo dia dividir dose total em dois Retirar 5 mg ao dia Clonidina prescrita na interrupção da metadona (0,15 mg 4 x ao dia até 2mg ao dia) Baltieri DA. Opióides: Aspectos Gerais.In: FocchiGRA, Leite MC, Laranjeira R, Andrade AG.Dependência química: novos modelos de tratamento. São Paulo: Roca;2001.p.109-16
  • 52. Referências  Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas. Alessandra Diehl et al. Porto Alegre: Artmed, 2011  Psicofarmacologia clínica.Irismar.Organizadores Eduardo Pondé de Sena et al- 3.ed.- Rio de Janeiro: Medbook,2011  Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas –Stahl, Stephen M 4ed-Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2016  Tratamentos farmacológicos para dependência química: da evidência científica á prática clínica/ Alessandra Diehl et al- Porto Alegre: Artmed,2010  Tratamento Farmacológico do alcoolismo/ Danilo Antonio Baltieri- São Paulo: Lemos Editorial, 2004  Neurociências para psiquiatria clínica: a fisiopatologia do comportamento e da doença mental/ Edmund S. Higgins e Mark S. George;PortoAlegre: Artmed, 2010  Dependência de drogas. Seibel, Sérgio Dario. São Paulo: Editora Atheneu, 2000  Manual de psicofarmacologia clínica/ irismar Reis de Oliveira, Eduardo Ponde de Sena- 2 ed . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006  Panorama atual de drogas e dependências/organizadores Dartiu Xavier Da Silveira, , Fernanda Gonçalves Moreira-1ed- São Paulo: Editora Atheneu, 2006  Diretrizes gerais para tratamento da dependência química-Gigliotti, Analice.Rio de Janeiro: Editora Rubio,2010.  Aconselhamento em dependência química/Neliana Buzi Figlie, Selma Bordin, Ronaldo Laranjeira- São Paulo: Roca,2004.  Cochrane tobacco Addiction Group
  • 53. Referências  Group II metabotropic glutamate receptors in drug addiction. European Journal of pharmacology.August 2010  Cognitive effects of group I metabotropic glutamate receptor ligands in the context of drug addiction. MF Olive. European journal of pharmacology 2010  The story of glutamate in drug addiction and of n acetylcysteine as a potential pharmacotherapy.JAMA psychiatry, 2013  Glutamate homeostasis and synaptic plasticity in drug addiction,2015  A double blind randomized controlled trial of n acetylcysteine in cannabis – dependent adollescents.The American Journal of psychiatry, 2012  Efficacy of n acetylcisteine in the treatment of nicotine dependence: a double blind placebo controlled study. Eur. Addict Res 2011.  Gaba B receptor agonists for the treatment of drug addiction: a review of recent findings. Drug and alcohol dependence, 2002.  Gaba B receptors in drug addiction. Pharmacol Rep, 2008  Dopamina reuptake transporter inverse agonism - a novel hypothesis to explain the enigmatic pharmacology of cocaine