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Saúde Coletiva 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Disciplina: Saúde Coletiva 
Endemias brasileiras e 
controle de vetores 
Mario Gandra
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
Endemia (OPAS, 1997) 
● Presença constante de uma doença ou de um agente 
infeccioso em determinada área geográfica. Pode significar 
também a prevalência usual de determinada doença nesta 
área. 
Convencionou-se no Brasil designar determinadas doenças, 
a maioria delas transmitidas por vetor ou parasitárias, 
como "endemias" ou "endemias rurais". 
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algumas helmintíases intestinais.
Saúde Coletiva
Saúde Coletiva 
Norte 
Nordeste 
Endemias Brasileiras 
Causas de internação no Brasil (1984-2001) Sul e Suldeste
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
O panorama atual das grandes endemias brasileiras: 
• Evolução epidemiológica dos respectivos programas de 
controle, no que diz respeito à demanda de vigilância 
epidemiológica e de importantes câmbios estratégicos em 
sua formulação. 
Programas e controle... 
• Urbanização de clássicas endemias rurais 
(esquistossomose, leishmanioses e malária). 
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dengue.
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
Causa: mudanças demográficas ocorridas a partir dos anos 60 
Cerca de 20% da população das grandes e médias cidades 
estão vivendo em favelas, cortiços ou em áreas de invasão.
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
Círculo vicioso entre pobreza e saúde: Endemias e impacto 
PP 
OOB 
B 
RRE 
EZ 
Z 
AA 
RREESSUULLTTAADDOOSS 
NNAA 
econômico 
Produtividade 
econômica 
Disponibilidade SSAAÚÚDDEE 
de recursos
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
Problemas no controle de endemias 
• A falta de conhecimento, prática e entrosamento na 
execução dos programas específicos, por parte de estados e 
municípios. 
• A ocorrência de um histórico modelo de medicina curativa, 
deixando um pequeno espaço às ações e temas de Saúde 
Pública, à participação comunitária, ao saneamento básico e à 
prevenção de doenças. 
?
Saúde Coletiva 
Endemias Brasileiras 
Detalhamento 
• Redução significativa na incidência de peste (praticamente 
erradicada), raiva, febre amarela e doença de chagas. 
• A leptospirose (meses mais chuvosos e alta letalidade). 
• Leishmanioses e esquistossomose: elevadas prevalências, 
expansão na área de ocorrência. 
• Malária: a partir de 1999, reduções superiores a 40%. Em 
2003 houve um aumento na transmissão. 
• A dengue: introduzida no país em 1982. O mosquito Aedes 
aegypti, que havia sido erradicado nas décadas de 50 e 60 em 
vários países do continente americano, retorna na década de 
70. (Destaca-se a introdução de um novo sorotipo, o DEN 3).
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Peste 
1) Agente etiológico: bactéria Yersinia pestis (gânglios 
lifáticos) 
2) Vetor: Pulgas Xenopsylla cheopis, Polygenis bohlsi jordani 
e Polygenis tripus (dos roedores silvestres e comensais), Pulex 
irritans (Pulga do homem), Ctenocephalides felis (parasito de 
cães e gatos), dentre outras. 
3) Sintomas: inicialmente - calafrios, cefaléia intensa, febre 
alta, dores generalizadas, anorexia, náuseas, vômitos, 
confusão mental, congestão das conjuntivas, taquicardia, 
hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Após 2 ou 3 
dias tumefações nos linfonodos superficiais bubão pestoso. 
Evolui para septicemia.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Peste 
4) Diagnóstico: isolamento e a identificação da Y. pestis, em 
amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue, 
bacteriológica por meio de cultura e hemocultura. 
5) Tratamento: 10 dias estreptomicina ou cloranfenicol ou 
tetraciclina 
Epidemias na idade média, peste negra na 
europa século XIV disseminou 1/3 da 
população 
Ilustração da Peste na Bíblia de Tggenburg
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
5) Aspectos epidemiológico: Focos naturais delimitados no 
Brasil (PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, MG e RJ) e em outros países 
do mundo. 
Medidas de controle: 
● Saneamento básico e 
educação sanitária básica 
● Descobrir precocemente 
casos humanos para evitar a 
letalidade da doença. 
● Monitoramento da peste em 
animais nas áreas 
endêmicas. 
Número de casos humanos positivos de peste: 1980 a 2005, no Brasil.
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Endemias e controle de vetores 
Febre Amarela 
1) Agente etiológico: vírus da febre amarela 
2) Vetor: Aedes aegypti e Haemagogus 
3) Sintomas: Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, 
vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam 
amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, 
intestino e urina). O vírus infecta macrófagos e hepatócitos. 
4) Diagnóstico: /por ano 
isolamento do vírus imunofluorescência 
indireta 
5) Tratamento: A febre amarela é tratada sintomaticamente, 
transfusão e hemodiálise.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Medidas de controle: 
1. Vacinação 
2. Estratégias de combate ao vetor. 
2. Investigação epidemiológica dos casos registrados. 
3. Melhoria na assistência médica. 
4. Informação//por ano 
educação da população e vacinação em áreas 
endêmicas 
Meta cobertura vacinal 100% dos municípios
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Endemias e controle de vetores 
Doença de Chagas 
1) Agente etiológico: Trypanosoma cruzi (protozoário 
flagelado) infecta neurônios, especialmente miocárdio, tb. 
digestório) 
2) Vetor: Triatomídeo Rhodnius prolixus 
3) Sintomas: Após 7 dias, dor de cabeça, fraqueza intensa, 
inchaço no rosto e pernas dor de estômago, vômitos e diarréia. 
Devido à inflamação no coração, pode ocorrer falta de ar 
intensa, tosse e acúmulo de água no coração e pulmão. Se a 
pessoa for picada pelo barbeiro, pode aparecer lesão 
semelhante a furúnculo no local. 
4) Diagnóstico: parasitológico de sangue (esfregaço e gota 
espessa); e sorologia 
5) Tratamento: Apenas fase aguda – benzonidazol - gratuito
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
6) Aspectos epidemiológicos 
● Os índices de transmissão declinaram drasticamente em mais 
de 95% na área endêmica. 
● Melhoria da atenção ao chagásico: 
- diagnóstico precoce e de atenção adequada 
- cuidados mais especializados àqueles que evoluem para as 
formas graves
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Medidas de controle: 
1. Infestação de habitações humanas 
por "barbeiros" transmissores. 
2. Estudos biológicos e ecológicos sobre 
triatomíneos transmissores incluindo a 
suscetibilidade aos inseticidas. 
3. Biologia específica do Trypanosoma 
cruzi. 
4. Testes clínicos com drogas eficazes e 
seguras para o tratamento da infecção. 
5. Estudos sobre a relação infecção-doença 
visando a medidas de prevenção 
e reabilitação.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Leptospirose 
1) Agente etiológico: Leptospira 
(presente na urina do rato). 
2) Sintomas: febre, dor de 
cabeça, dores pelo corpo, podendo 
também ocorrer icterícia, falência 
renal, meningite, falência hepática 
e deficiência respiratória. 
3) Diagnóstico: sorológico 
4) Tratamento: principalmente 
estreptomicina 
5) Aspectos epidemiológicos:
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Leishmaniose 
1) Agente etiológico: protozoário Leishmania (macrófagos) 
2) Vetor: flebotomínios américa Lutzomyia 
3) Reservatório: roedores, preguiça, tamanduá, cão e 
eqüinos. 
4) Sintomas: Na forma cutânea, lesões no corpo. Na forma 
visceral ocorre e aumento do volume do fígado e do baço, 
emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, 
desânimo, prostração, apatia e palidez (fígado, baço e medula 
– produtores de macrófagos). 
- Pode haver tosse, diarréia, respiração acelerada, hemorragias 
e sinais de infecções associadas. 
- Quando não tratada, a doença evolui podendo levar à morte 
até 90% dos doentes.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Leishmaniose 
5) Diagnóstico: parasitológico (material lesão), cultura, 
biopsia 
6) Tratamento: antimonial pentavalente, anfotericina B e o 
isotionato de pentamidina. 
7) Aspectos epidemiológicos: 
- Atualmente, houve um aumento no registro de casos da co-infecção 
Leishmania – HIV passando a ser considerada como 
emergente e de alta gravidade. É doença de notificação 
compulsória nacional. 
- A leishmaniose tegumentar americana (LTA) difundida no 
País. A leishmaniose visceral americana (LVA) é muito mais 
grave e também tende à urbanização, ocorrendo 
principalmente no Nordeste.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Medidas de controle: 
1. Tem-se usado com prioridade a 
estratégia de diagnóstico e eliminação 
de cães infectados. 
2. Viabilizar ações de higiene peridomiciliar. 
3. Controlar da população de reservatórios 
e do agente transmissor. 
4. Diagnosticar e tratar precocemente os 
casos para reduzir as complicações e 
deformidades provocadas pela doença. 
2007
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Esquistossomose 
1) Agente etiológico: platelminto Schistosoma mansoni 
2) Reservatório: Biomphalaria glabrata, B. tenagophila, B. 
Stramínea 
3) Sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, suores, 
fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Como 
o verme adulto se direciona para veia mesentérica na forma 
crônica ocore comprometimento hepático com hepatomegalia. 
4) Diagnóstico: parasitológico fezes 
5) Tratamento: praziquantel e a oxaminiquina ambos dose 
única.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Esquistossomose 
6) Aspectos epidemiológicos: 
- Endemia mundial: 72 países, principalmente, na América do 
Sul, África, Caribe e leste do Mediterrâneo. 
- No Brasil já atinge 19 estados. 
- Não pode ser considerada em regressão apesar de relatos de 
reduções pontuais em programas de controle. 
- Doença de notificação compulsória em áreas não endêmicas.
Saúde Coletiva
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Esquistossomose 
Agente etiológico: platelminto Schistosoma mansoni 
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Diagnóstico: parasitológico fezes 
4) Tratamento: praziquantel e a oxaminiquina ambos dose 
única 
5) Aspectos epidemiológicos:
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Malária 
1) Agente etiológico: protozoário Plasmodium vivax, 
falciparum ou “malariae” 
2) Vetor: Anopheles (hábito fim da tarde) 
3) Sintomas: febre, calafrios, fadiga, náuseas, dor de cabeça 
e, em alguns casos, anorexia com como infecta hemácias, 
hemólise, icterícia. 
4) Diagnóstico: parasitológico (sangue) 
5) Tratamento: cloroquina e derivados (resistência) 
6) Aspectos epidemiológicos: Incidência elevada, mata 1 
criança africana a cada 30 segundos. Estudos detectaram 
33,8% de sorologia positiva em habitantes de zona endêmica 
urbana na Amazônia brasileira (Ferranoni e Lacaz, 1982).
Saúde Coletiva
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Medidas de controle: 
1. Vigilância de suscetibilidade dos plasmódios às drogas 
específicas em uso; 
2. Testes clínicos e operacionais com novos medicamentos; 
3. Métodos de controle do Anopheles, incluindo saneamento, 
utilização de inseticidas e controle biológico; 
4. Aplicação de inquéritos soro-epidemiológicos para malária e 
aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico sorológico. 
5. Medidas de prevenção e controle e informação.
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Dengue 
1) Agente etiológico: Vírus da dengue sorotipos: 
DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 
2) Vetor: Aedes aegypti 
3) Sintomas: febre, dor de cabeça e no corpo – 
Hemorrágica insuficiênca circulatória e choque 
4) Diagnóstico: sorologia para DEN 
5) Tratamento: sintomático 
6) Aspectos epidemiológicos: reemergiu no País nos últimos 
anos
Saúde Coletiva 
Endemias e controle de vetores 
Prevenção 
1. Eficácia do sistema de saúde, vigilância e controle 
epidemiológico. 
2. Saneamento básico. 
3. Combate ao mosquito transmissor, informação e efetiva 
e continuada participação da população.
Saúde Coletiva 
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● Aproximadamente 1 bilhão de pessoas – um sexto da 
população mundial – encontra-se acometida de uma ou mais 
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saúde são para estas doenças.
Saúde Coletiva 
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Endemias brasileiras e controle de vetores

  • 1. Saúde Coletiva Universidade Federal do Rio de Janeiro Disciplina: Saúde Coletiva Endemias brasileiras e controle de vetores Mario Gandra
  • 2. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras Endemia (OPAS, 1997) ● Presença constante de uma doença ou de um agente infeccioso em determinada área geográfica. Pode significar também a prevalência usual de determinada doença nesta área. Convencionou-se no Brasil designar determinadas doenças, a maioria delas transmitidas por vetor ou parasitárias, como "endemias" ou "endemias rurais". São elas: a malária, a febre amarela, a esquistossomose, a leishmaniose, a peste, a doença de Chagas, além de algumas helmintíases intestinais.
  • 4. Saúde Coletiva Norte Nordeste Endemias Brasileiras Causas de internação no Brasil (1984-2001) Sul e Suldeste
  • 5. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras O panorama atual das grandes endemias brasileiras: • Evolução epidemiológica dos respectivos programas de controle, no que diz respeito à demanda de vigilância epidemiológica e de importantes câmbios estratégicos em sua formulação. Programas e controle... • Urbanização de clássicas endemias rurais (esquistossomose, leishmanioses e malária). • Surgimento (ou reemergência) de antigas doenças, como dengue.
  • 6. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras Causa: mudanças demográficas ocorridas a partir dos anos 60 Cerca de 20% da população das grandes e médias cidades estão vivendo em favelas, cortiços ou em áreas de invasão.
  • 7. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras Círculo vicioso entre pobreza e saúde: Endemias e impacto PP OOB B RRE EZ Z AA RREESSUULLTTAADDOOSS NNAA econômico Produtividade econômica Disponibilidade SSAAÚÚDDEE de recursos
  • 8. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras Problemas no controle de endemias • A falta de conhecimento, prática e entrosamento na execução dos programas específicos, por parte de estados e municípios. • A ocorrência de um histórico modelo de medicina curativa, deixando um pequeno espaço às ações e temas de Saúde Pública, à participação comunitária, ao saneamento básico e à prevenção de doenças. ?
  • 9. Saúde Coletiva Endemias Brasileiras Detalhamento • Redução significativa na incidência de peste (praticamente erradicada), raiva, febre amarela e doença de chagas. • A leptospirose (meses mais chuvosos e alta letalidade). • Leishmanioses e esquistossomose: elevadas prevalências, expansão na área de ocorrência. • Malária: a partir de 1999, reduções superiores a 40%. Em 2003 houve um aumento na transmissão. • A dengue: introduzida no país em 1982. O mosquito Aedes aegypti, que havia sido erradicado nas décadas de 50 e 60 em vários países do continente americano, retorna na década de 70. (Destaca-se a introdução de um novo sorotipo, o DEN 3).
  • 10. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Peste 1) Agente etiológico: bactéria Yersinia pestis (gânglios lifáticos) 2) Vetor: Pulgas Xenopsylla cheopis, Polygenis bohlsi jordani e Polygenis tripus (dos roedores silvestres e comensais), Pulex irritans (Pulga do homem), Ctenocephalides felis (parasito de cães e gatos), dentre outras. 3) Sintomas: inicialmente - calafrios, cefaléia intensa, febre alta, dores generalizadas, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Após 2 ou 3 dias tumefações nos linfonodos superficiais bubão pestoso. Evolui para septicemia.
  • 11. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Peste 4) Diagnóstico: isolamento e a identificação da Y. pestis, em amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue, bacteriológica por meio de cultura e hemocultura. 5) Tratamento: 10 dias estreptomicina ou cloranfenicol ou tetraciclina Epidemias na idade média, peste negra na europa século XIV disseminou 1/3 da população Ilustração da Peste na Bíblia de Tggenburg
  • 12. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores 5) Aspectos epidemiológico: Focos naturais delimitados no Brasil (PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, MG e RJ) e em outros países do mundo. Medidas de controle: ● Saneamento básico e educação sanitária básica ● Descobrir precocemente casos humanos para evitar a letalidade da doença. ● Monitoramento da peste em animais nas áreas endêmicas. Número de casos humanos positivos de peste: 1980 a 2005, no Brasil.
  • 13. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Febre Amarela 1) Agente etiológico: vírus da febre amarela 2) Vetor: Aedes aegypti e Haemagogus 3) Sintomas: Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). O vírus infecta macrófagos e hepatócitos. 4) Diagnóstico: /por ano isolamento do vírus imunofluorescência indireta 5) Tratamento: A febre amarela é tratada sintomaticamente, transfusão e hemodiálise.
  • 14. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Medidas de controle: 1. Vacinação 2. Estratégias de combate ao vetor. 2. Investigação epidemiológica dos casos registrados. 3. Melhoria na assistência médica. 4. Informação//por ano educação da população e vacinação em áreas endêmicas Meta cobertura vacinal 100% dos municípios
  • 15. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Doença de Chagas 1) Agente etiológico: Trypanosoma cruzi (protozoário flagelado) infecta neurônios, especialmente miocárdio, tb. digestório) 2) Vetor: Triatomídeo Rhodnius prolixus 3) Sintomas: Após 7 dias, dor de cabeça, fraqueza intensa, inchaço no rosto e pernas dor de estômago, vômitos e diarréia. Devido à inflamação no coração, pode ocorrer falta de ar intensa, tosse e acúmulo de água no coração e pulmão. Se a pessoa for picada pelo barbeiro, pode aparecer lesão semelhante a furúnculo no local. 4) Diagnóstico: parasitológico de sangue (esfregaço e gota espessa); e sorologia 5) Tratamento: Apenas fase aguda – benzonidazol - gratuito
  • 16. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores 6) Aspectos epidemiológicos ● Os índices de transmissão declinaram drasticamente em mais de 95% na área endêmica. ● Melhoria da atenção ao chagásico: - diagnóstico precoce e de atenção adequada - cuidados mais especializados àqueles que evoluem para as formas graves
  • 17. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Medidas de controle: 1. Infestação de habitações humanas por "barbeiros" transmissores. 2. Estudos biológicos e ecológicos sobre triatomíneos transmissores incluindo a suscetibilidade aos inseticidas. 3. Biologia específica do Trypanosoma cruzi. 4. Testes clínicos com drogas eficazes e seguras para o tratamento da infecção. 5. Estudos sobre a relação infecção-doença visando a medidas de prevenção e reabilitação.
  • 18. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Leptospirose 1) Agente etiológico: Leptospira (presente na urina do rato). 2) Sintomas: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, podendo também ocorrer icterícia, falência renal, meningite, falência hepática e deficiência respiratória. 3) Diagnóstico: sorológico 4) Tratamento: principalmente estreptomicina 5) Aspectos epidemiológicos:
  • 19. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Leishmaniose 1) Agente etiológico: protozoário Leishmania (macrófagos) 2) Vetor: flebotomínios américa Lutzomyia 3) Reservatório: roedores, preguiça, tamanduá, cão e eqüinos. 4) Sintomas: Na forma cutânea, lesões no corpo. Na forma visceral ocorre e aumento do volume do fígado e do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, prostração, apatia e palidez (fígado, baço e medula – produtores de macrófagos). - Pode haver tosse, diarréia, respiração acelerada, hemorragias e sinais de infecções associadas. - Quando não tratada, a doença evolui podendo levar à morte até 90% dos doentes.
  • 20. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Leishmaniose 5) Diagnóstico: parasitológico (material lesão), cultura, biopsia 6) Tratamento: antimonial pentavalente, anfotericina B e o isotionato de pentamidina. 7) Aspectos epidemiológicos: - Atualmente, houve um aumento no registro de casos da co-infecção Leishmania – HIV passando a ser considerada como emergente e de alta gravidade. É doença de notificação compulsória nacional. - A leishmaniose tegumentar americana (LTA) difundida no País. A leishmaniose visceral americana (LVA) é muito mais grave e também tende à urbanização, ocorrendo principalmente no Nordeste.
  • 21. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Medidas de controle: 1. Tem-se usado com prioridade a estratégia de diagnóstico e eliminação de cães infectados. 2. Viabilizar ações de higiene peridomiciliar. 3. Controlar da população de reservatórios e do agente transmissor. 4. Diagnosticar e tratar precocemente os casos para reduzir as complicações e deformidades provocadas pela doença. 2007
  • 22. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Esquistossomose 1) Agente etiológico: platelminto Schistosoma mansoni 2) Reservatório: Biomphalaria glabrata, B. tenagophila, B. Stramínea 3) Sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Como o verme adulto se direciona para veia mesentérica na forma crônica ocore comprometimento hepático com hepatomegalia. 4) Diagnóstico: parasitológico fezes 5) Tratamento: praziquantel e a oxaminiquina ambos dose única.
  • 23. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Esquistossomose 6) Aspectos epidemiológicos: - Endemia mundial: 72 países, principalmente, na América do Sul, África, Caribe e leste do Mediterrâneo. - No Brasil já atinge 19 estados. - Não pode ser considerada em regressão apesar de relatos de reduções pontuais em programas de controle. - Doença de notificação compulsória em áreas não endêmicas.
  • 25. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Esquistossomose Agente etiológico: platelminto Schistosoma mansoni 2) Reservatório: Biomphalaria glabrata, B. tenagophila, B. Stramínea Sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Como o verme adulto se direciona para veia mesentérica na forma crônica ocore comprometimento hepático com hepatomegalia. Diagnóstico: parasitológico fezes 4) Tratamento: praziquantel e a oxaminiquina ambos dose única 5) Aspectos epidemiológicos:
  • 26. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Malária 1) Agente etiológico: protozoário Plasmodium vivax, falciparum ou “malariae” 2) Vetor: Anopheles (hábito fim da tarde) 3) Sintomas: febre, calafrios, fadiga, náuseas, dor de cabeça e, em alguns casos, anorexia com como infecta hemácias, hemólise, icterícia. 4) Diagnóstico: parasitológico (sangue) 5) Tratamento: cloroquina e derivados (resistência) 6) Aspectos epidemiológicos: Incidência elevada, mata 1 criança africana a cada 30 segundos. Estudos detectaram 33,8% de sorologia positiva em habitantes de zona endêmica urbana na Amazônia brasileira (Ferranoni e Lacaz, 1982).
  • 28. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Medidas de controle: 1. Vigilância de suscetibilidade dos plasmódios às drogas específicas em uso; 2. Testes clínicos e operacionais com novos medicamentos; 3. Métodos de controle do Anopheles, incluindo saneamento, utilização de inseticidas e controle biológico; 4. Aplicação de inquéritos soro-epidemiológicos para malária e aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico sorológico. 5. Medidas de prevenção e controle e informação.
  • 29. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Dengue 1) Agente etiológico: Vírus da dengue sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 2) Vetor: Aedes aegypti 3) Sintomas: febre, dor de cabeça e no corpo – Hemorrágica insuficiênca circulatória e choque 4) Diagnóstico: sorologia para DEN 5) Tratamento: sintomático 6) Aspectos epidemiológicos: reemergiu no País nos últimos anos
  • 30. Saúde Coletiva Endemias e controle de vetores Prevenção 1. Eficácia do sistema de saúde, vigilância e controle epidemiológico. 2. Saneamento básico. 3. Combate ao mosquito transmissor, informação e efetiva e continuada participação da população.
  • 31. Saúde Coletiva Doenças negligenciadas ● Aproximadamente 1 bilhão de pessoas – um sexto da população mundial – encontra-se acometida de uma ou mais doenças tropicais negligenciadas ● Menos de 10% dos recursos globais gastos em pesquisa em saúde são para estas doenças.
  • 32. Saúde Coletiva Impacto das doenças tropicais negligenciadas no mundo Países afetados apenas com uma doença tropical negligenciada países afetados com duas países afetados com três países afetados com quatro países afetados com cinco países afetados com seis doenças
  • 33. Saúde Coletiva Doenças negligenciadas Medidas propostas para o controle global das endemias Objetivo I: Vigilância – Descobrir, investigar rapidamente e acompanhar os casos. Objetivo II: Pesquisa Aplicada – Integrar os laboratórios e a epidemiologia. Objetivo III: Prevenção e Controle – Estimular a informação sobre as doenças emergentes e implementar estratégias de prevenção. Objetivo IV: Infra-estrutura – Fortificar a infra-estrutura de saúde pública em níveis local, estadual e federal.