Este documento discute doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Apresenta os principais tipos de DSTs incluindo sintomas, agentes causadores e formas de transmissão. Também discute o impacto das DSTs na saúde pública e a importância da vigilância epidemiológica e medidas de prevenção como campanhas educativas e rastreamento.
3. Infecção: penetração e desenvolvimento e/ou multiplicação de
um agente infeccioso no organismo do hospedeiro.
Infestação: desenvolvimento e/ou multiplicação de um agente
etiológico na superfície do corpo.
Doença contagiosa: doença infecciosa cujo agente etiológico
atinge um indivíduo sadio através do contato com os
indivíduos infectados.
4. Doença causada por um agente infeccioso ou seus produtos tóxicos
originada através da transmissão do agente ou seus produtos para
um hospedeiro susceptível.
Doença transmissível = Doença infecciosa
Agente infeccioso = Bioagente patogênico
Doença Infecciosa
Classificação das Doenças Segundo a Etiologia
Doença infecciosa (transmissível)
Doença não-infecciosa (não transmissível)
8. Transmissão Direta Imediata
Transmissão por contato físico, sem que o bioagente
patogênico faça passagem pelo meio ambiente.
Transmissão Direta Mediata
Transmissão por contato de fluidos biológicos eliminados no
ambiente por um indivíduo infectado.
Transmissão Indireta
Transmissão que depende de vetores para que o bioagente
patogênico “percorra a distância” entre o indivíduo
infectado e o susceptível.
Transmissão
9. Um bioagente patogênico é capaz de infectar qualquer
indivíduo?
Quais são os principais fatores que determinam
se o indivíduo infectado pode desenvolver a doença?
O que determina a capacidade da doença se espalhar na
sociedade?
?
10. Fatores Epidemiológicos
Inerentes ao meio ambiente: físicos, biológicos, sócio econômicos.
Inerentes ao hospedeiro: espécie, sexo, idade, estado fisiológico,
resistência (natural e imunidade).
Inerentes ao bioagente patogênico: infectividade, patogenicidade,
virulência, imunogenicidade.
11. 2. Doenças transmitidas por via aérea
1. Doenças sexualmente transmissíveis
4. Doenças adquiridas por ingestão
3. Doenças transmitidas por vetores
Modos de Infecção
14. Doenças Sexualmente transmissíveis
Expressão usada para denominar as infecções transmitidas:
• por contato sexual
• de mãe para filho, antes ou durante o parto
• por transfusão de sangue contaminado
Doença transmissível exclusivamente por contato sexual
Transmissíveis freqüentemente por contágio sexual
Doença transmitida eventualmente por contato sexual
16. Gonorréia
1) Agente etiológico: bactéria Neisseria gonorrhoeae. Possui pili que facilitam a
adesão a células da uretra.
2) Sintomas e progressão: incubação de 2 a 4 dias / em casos extremamente raros
pode chegar a 30 dias.
Início: uretrite (corrimento purulento amarelado)
Complicação: DIP – Doença inflamatória pélvica, prostatite e epididimite –
Infertilidade. Em alguns casos raros não tratados o gonococo pode se
disseminar através da circulação, afetando principalmente a pele, articulações,
cérebro, coração, faringe e olhos.
3) Diagnóstico :cultura de secreção uretral
4) Tratamento: Ampicilina em dose única de 3,5g + 1g de Probenecida, devendo
fazer teste após 7 semanas p/ homens e 10 p/ mulheres.
17. Sífilis
cancro duro, avariose, doença-do-mundo, mal-de-franga, mal-de-nápoles, mal-de-
santa-eufêmia e pudendagra.
1) Agente etiológico: bactéria Treponema pallidum
2) Evolução
Sífilis primária: incubação variável de 10 a 90 dias, pequena ferida ou ulceração firme e
dura, geralmente no pênis, vagina, reto ou boca. Esta lesão permanece por 4 a 6
semanas, desaparecendo espontaneamente.
Sífilis secundária: aparece de 1 a 6 meses após a lesão primária ter desaparecido. Sinais
mais específicos ocorrem nas seguintes frequências: exantemas (88%-100%),
linfodenopatia (85%-89%), cancro primário residual (25%-43%), hepatomegalia (23%),
placas mucosas (7%-12%). Manifestações raras incluem meningite aguda, que acontece
em aproximadamente 2% de pacientes, hepatite, doença renal, gastrite, artrite, neurite
do nervo óptico.
Sífilis terciária:A sífilis terciária acontece já um ano depois da infecção inicial mas pode
levar dez anos para se manifestar. Esta fase é caracterizada por formação de gomas
sifilíticas, tumorações amolecidas que podem evoluir para a neurossífilis e a sífilis
cardiovascular
3) Diagnóstico: sorologia - cardiolipina
4) Tratamento: Penicilina G ou tetraciclina
18.
19. Cancro mole
1) Agente etiológico: bactéria Haemophilus ducreyi
2) Inicia-se como uma lesão que evolui para pústula, e finalmente para
úlcera, muitas vezes purulenta, e borda bem definida na vagina, pênis e
anus.
3) Diagnóstico: recolhe-se o exudato purulento para microscopia, o qual é
submetido ao exame microscópico (coloração de Gram). Posteriormente
é feito cultura.
4) Tratamento: azitromicina em dose única
As lesões apresentam fundo de aspecto "sujo", a parte central purulenta, amarelada, e as bordas nítidas e
irregulares
20. Herpes
1) Agente etiológico: Herpes simplex 1 e 2
2) Sintomas: feridas remissivas e complicações neurológicas.
3) Na maior parte dos casos o simples exame clínico permite
ao médico diagnosticar o herpes
4) Não há vacina nem tratamento definitivo
21. Donovanose
É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e
mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus.
Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em
pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico.
Sinais e sintomas
Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. As feridas não
causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de
complicações.
.
22. Hepatite B
1) Agente etiológico = vírus da hepatite B - HBV
2) O período de incubação da doença vai de 4-12 semanas, enquanto que o
período da infecção vai de 2-12 meses. Cirrose hepática ou
hepatocarcinoma
Agulhas contaminadas.
3) Diagnóstico = marcadores sorológicos anticorpos contra HBV
4) Não há tratamento específico – prevenção –vacina /Cura apenas na fase
aguda
Hepatite C?????
23. Tricomoníase
1) Agente etiológico: protozoário Trichomonas vaginalis
2) Sintoma e progressão: secreção espumosa de cor verde-amarelada e odor
desagradável, vaginite, disúria e dor abdominal.
3) Diagnóstico: Através da coleta de urina de primeiro jato e análise por microsopia
(o parasita tem aspecto e motilidade característicos) ou em preparações coradas.
Pode ser feita a cultura.
4) Tratamento: quimioterápicos nitroimidazólicos (metronidazol ou tinidazol),
administrados em dose oral única
24. Candidíase
1) Agente etiológico: fungo - Candida albicans.
2) Sintomas e progressão: comichão, vermelhidão e irritação da zona exterior da
vagina, secreção branca e espessa no caso das mulheres e o inchaço e
vermelhidão do pênis e prepúcio no caso dos homens.
3) Diagnóstico: A presença de hifas e leveduras observadas ao microscópio
4) Tratamento: infecções sistêmicas - derivados de azol (fluconazol) infecções
superficiais antimicóticos tópicos (nistatina, clotrimazol e miconazol).
Secreção branca e grumosa aderentes às paredes da vagina com candidíase Eritema
e placas grumosas brancas
25. HPV
1) Agente etiológico: vírus do papiloma humano, infecta queratinócitos da pele ou
mucosa, possui mais de 200 variações
2) Sintomas e progressão:
Verrugas HPV-1 e HPV-2 (mãos, pés e face), HPV-6 a 11: verrugas na vulva e
pênis
Câncer HPV16, 18, 31 e 45 (do colo uterino, do ânus, da vulva, do pênis e da
cabeça e pescoço)
3) Diagnóstico: Colposcopia, peniscopia, biopsia, hibridização
4) Tratamento: cirúrgico (vacina e imunomoduladores)
26. HTLV-1
1) Agente etiológico vírus linfotrópico humano é um retrovírus
2) Sintomas: assintomática apenas 3% desenvolvem o linfoma de células T ou a
paraparesia espástica tropical
3) Diagnóstico: sorológico
paraparesia espástica tropical
27. HIV
1) Vírus da imunodeficiência humana. O alvo principal são os linfócitos T CD4+
2) diagnóstico: Sorologia
3) Tratamento:
análogos de nucleotídeos: AZT, ABC
Inibidores da protease que cliva as proteínas do vírus após transcrição: saquinavir, indinavir e
outros.
Inibidores da enzima integrase, que faz com que o material genético do vírus entre no núcleo da
célula: raltegravir
Inibidores do CCR5, impedindo um dos passos de ligação do HIV à célula alvo: maravirc
Inibidores de fusão, impedindo que o vírus funda seu envelope à membrana plasmática da célula
alvo: enfuvirtina
28. Comportamento (sexual e preconceito)
Baixa expressividade de campanhas educativas
Manifesta X Inaparente
Automedicação
Seqüelas
DSTs: problema de Saúde Pública
29. Mesmo entre as DSTs que possuem tratamento e cura
• Infertilidade feminina e masculina
• Perdas gestacionais e doenças congênitas
• Aumento do risco para infecção pelo HIV
Entre mulheres com infecções não tratadas por gonorréia
40% desenvolve DIP, mais de 25% de tornam inférteis.
Vários estudos em diferentes países mostram que pessoas
com outras DSTs apresentam risco aumentado em 10-18
vezes de contrair Aids
Em 1999 OMS estimou 340 milhões de novos casos anuais
de DSTs curáveis, sendo10-12 milhões no Brasil.
Apenas em 1987 com o Programa Nacional de Controle da
Aids as DSTs voltaram a adquirir importância como
problema de saúde pública
DSTs problema de Saúde Pública
30. Em 1999 OMS estimou 340 milhões de novos casos anuais de
DSTs curáveis, sendo10-12 milhões no Brasil.
Apenas em 1987 com o Programa Nacional de Controle da Aids
as DSTs voltaram a adquirir importância como problema de
saúde pública
No Brasil
Apenas HIV, AIDS, Sífilis e hepatites virais são de notificação
compulsória
Falta de dados dificulta a visibilidade do problema
DSTs problema de Saúde Pública
31. Medidas de prevenção
•Campanhas educativas
• Rastreamento e diagnóstico precoce
• Planejamento para monitoração acoplado ao Programa
Nacional de Controle da Aids
32. Vigilância epidemiológica das DST
Implantada desde 1996
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), até meados de 2005, eram
notificadas exclusivamente através do SINAN.
Limitação sub-notificação (estimada) - Decisão do Ministério da
Saúde de liberar os Estados para que organizassem sistemas próprios de
avaliação epidemiológica das DST.
Seção de Controle das DST/Aids - Secretaria de Saúde do Estado
100% das notificações dos casos atendidos nos serviços de referência de
DST/Aids (SR DST/Aids) representa apenas uma parcela dos casos (reais)
nos estados, grande parcela de indivíduos procuram tratamento direto nas
farmácias
Mesmo assim, a regularidade do recebimento das notificações nessas
unidades, permite avaliar a tendência desses agravos além de outros
indicadores epidemiológicos e operacionais das DST.
33. Com as Seções de Controle das DST/Aids - Secretaria de
Saúde do Estado outros dados se tornaram possíveis