A donzela dialoga com as flores do pinheiro, perguntando-lhes se sabem notícias do seu amado. As flores respondem que ele está são e salvo e que estará com ela antes do prazo acabado.

2. V+
V(+)
V
V(-)
V-

3. Vocativo (apóstrofe) inicial dirigido ao
próprio eu do texto

4. Explicitar que se trata de recordação
Aludir a coisas do passado (sem dizer
«estou a recordar»)

5. Estilo de prosa, com texto com frases
muito redigidas
Léxico de prosa («superação»,
«claustrofobia», …)

6. Hei-de
Hei-de-ser
Hei de ser

7. p. 34

16. pinheiro
— Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
e onde está?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?

17. Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é? combinou
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi á jurado!
Ai Deus, e u é?

18. [ — Vós me preguntades polo voss’ amigo,
e eu bem vos digo que é san’ e vivo.
Ai Deus, e u é? ] são
Vós me preguntades polo voss' amado,
e eu bem vos digo que é viv’ e sano.
Ai Deus, e u é?

19. E eu bem vos digo que é san’ e vivo
e seera vosc’ ant’ o prazo saído.
E estará convosco antes do prazo acabado
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv’ e sano
e seera vosc‘ ant‘ o prazo passado.
Ai Deus, e u é?

21. O assunto da cantiga é:
a) a donzela, ansiosa e zangada, dialoga com as flores do
pinheiro, partilhando a sua ansiedade, e pergunta a Deus
se sabe do paradeiro do amigo.
b) a donzela, ansiosa com o Portugal-Suíça, dialoga com
as flores do pinheiro, perguntando-lhes se sabem se há já
pagamentos ao árbitro do encontro, condição que
considera imprescindível.
c) a donzela, ansiosa, dialoga com as flores do pinheiro,
partilhando a sua ansiedade e perguntando-lhes se o
amigo virá são e vivo.
d) a donzela dialoga com as flores do pinheiro,
perguntando-lhes se já fizeram a tarefa sobre elas
próprias (e, se sim, que passem ao item seguinte, sem
estar a conversar para o lado, Francisco).

22. A cantiga é divisível em duas partes:
a) na primeira (estrofes 1-6), fala a donzela; na
segunda (7-8), responde um cocó de cão.
b) na primeira (estrofes 1-4), fala a donzela; na
segunda (5-8), respondem as «flores do verde
pino».
c) na primeira (estrofes 1-4), fala a donzela; na
segunda (5-8), responde Deus.
d) na primeira (estrofes 1-4), fala a donzela; na
segunda (5-8), responde o amigo.

23. As flores do pinheiro
a) aludem ao problemas dos fogos que, já então,
devastavam o centro do país.
b) são metáfora para os pés de Bas Dost
(«pino», porque alto; «verde», porque do
Sporting).
c) são metonímia do amigo da rapariga (porque
este construíra uma casa numa árvore).
d) funcionam como confidente da rapariga (o
que implicará o recurso à personificação).

24. No contexto da cantiga, as flores
a) simbolizam o regresso da primavera (tempo
do amor), que coincidirá com o do amigo.
b) representam a natureza e a defesa dos
recursos naturais já perfilhada por D. Dinis.
c) reportam-se às rosas que D. Isabel de
Aragão levava no regaço.
d) referem alergias tão comuns no início do
«tempo da frol».

26. Segundo as regras das cantigas em
paralelística perfeita — e criando também
os poucos versos que será necessário
inventar —, continua a cantiga em mais
quatro estrofes (coblas).

28. Se sabedes novas
sabees
sabeis
sab[α]is
(sabem)

30. Chegastes | Perfeito do Ind.

31. Lembrais-vos | Presente do Indicativo

32. Estais | Presente do Indicativo

33. Pudésseis | Imperfeito do Conjuntivo

34. Éreis | Imperfeito do Indicativo

35. Ide | Imperativo

36. Comei | Imperativo

37. Sentis-vos | Presente do Indicativo

38. [não] Agradeçais | Imperativo (neg.)
[= Presente do Conjuntivo]

39. Sabeis | Presente do Indicativo

42. Quando você me deixou, meu bem,
Me disse p’ra ser feliz e passar bem,
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.

43. Quando você me quiser rever,
Já vai me encontrar refeita, pode crer;
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz,
Ao sentir que, sem você, eu passo bem demais,

44. E que venho até remoçando,
Me pego cantando
Sem mais nem por quê;
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.

45. Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha, sim;
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz,
Quero ver como suporta me ver tão feliz.

46. remoçando = ‘rejuvenescendo’ (re + moça + ar)
me pego cantando = ‘me descubro a cantar’
sem mais nem por quê = ‘sem motivo’
cê = ‘você’ (> ocê > cê)

47. Escreve comentário em torno de
semelhanças e diferenças entre esta letra
de Chico Buarque e o que temos vindo a
ler nas cantigas de amigo estudadas.
(Será ao estilo do comentário que fizemos
a propósito do contraste entre «Ondas do mar
de Vigo», de Codax, e «Nas ondas», de Adília
Lopes.)

49. TPC — Dá um relance ao glossário
com termos da poesia trovadoresca na p.
69. Vai também revendo a matéria da ficha
informativa n.º 2, nas pp. 38-39 (em aula,
recordaremos depois esse assunto, os
processos fonológicos, mas podes ir
adiantando trabalho).