Este documento contém um poema de Adília Lopes intitulado "Ondas do mar de Vigo" e informações sobre cantigas de amigo medievais e a análise comparativa entre o poema e as cantigas. O documento fornece instruções sobre ler uma entrevista com Adília Lopes e ouvir versões musicais do poema, além de ler sobre a lírica trovadoresca no manual.
2. Por vezes, o tipo narrativo serviu para
moldura de outro (instrucional, preditivo,
argumentativo).
Haveria que tentar usar um só tipo
textual.
3. — Olá, Fulano.
— Olá, Sicrano.
— Tudo bem?
— Sim. E tu?
— Estou muito bem. Pudera. Estou a
escrever um texto mesmo preguiçosão
para o tepecê de Português. Não havia de
estar bem! E o estúpido do profe vai-me
dar Muito Bom por isto.
— Nisso é que te enganas, Fulano —
interrompeu o professor Beltrano.
4. Em qualquer trabalho espero que se
escrevam coisas inteligentes.
Evitar escrever só para encher (com
banalidades repetidas).
Se dou seis linhas, não se responde
em duas (sobretudo num tepecê).
10. As cantigas de amigo são
composições poéticas nas quais o
emissor é uma donzela apaixonada,
saudosa, inocente e, muitas vezes,
ingénua, que, dirigindo-se à mãe, às
amigas ou à natureza como confidentes,
exprime os seus sentimentos face à
ausência do seu amado. […]
11.
12. Quando se tratar do item 1 da p. 31:
•«meninha» = menina, rapariga
13. Ondas do mar de Vigo,
[dizei-me] se vistes o meu amigo.
E [sabeis], ai Deus, se virá cedo?
Ondas do mar levado,
[dizei-me] se vistes o meu amado.
E [sabeis], ai Deus, se virá cedo?
14. [Dizei-me] se vistes o meu amigo,
aquele por quem suspiro.
E [sabeis], ai Deus, se virá cedo?
[Dizei-me] se vistes o meu amado,
aquele por quem tenho grande cuidado.
E [sabeis], ai Deus, se virá cedo?
15. Se vistes = se vós vistes
Eu vi
Tu viste (*vistes)
Ele viu
Nós vimos
Vós vistes
Eles viram
16. Versos 1-2 da estrofe 1 paralelos aos da estrofe 2
Versos 1-2 da estrofe 3 paralelos aos da estrofe 4
Nas estrofes ímpares, rima com –i («amigo»)
Nas estrofes pares, rima com –a («amado»)
Verso 2 da estrofe 1 serve de verso 1 da estrofe 3
Verso 2 da estrofe 2 serve de verso 1 da estrofe 4
Refrão
Cfr. pp. 32-33
17. a) «Ondas do mar de Vigo» (recetor,
portanto); b) 2; c) 8; d) 11; e) 3 (refrão).
18. Inquietação = se vistes meu amigo? (v. 2)
se vistes meu amado? (v. 5)
Saudade = o por que eu suspiro? (v. 8)
Preocupação = o por que ei gram coidado? (v. 11)
Reencontro = E ai Deus, se verra cedo! (vv. 3, …)
19.
20. A atitude do sujeito no poema de Adília
Lopes é mais de realização amorosa do que de
saudade, preocupação ou angústia. Enquanto na
cantiga de amigo medieval o namorado está
ausente (e é esse mesmo o verdadeiro motivo
dos apelos do eu), no poema do século XX está
presente e aliás numa situação que parece ser
contemporânea da enunciação. Quanto ao mar,
que é confidente («Ondas do mar de Vigo») mas
também causa da ansiedade (está subentendido
que o amigo é um mareante) em Codax, na
quadra da poetisa serve de espaço do encontro
dos dois amantes.
21.
22. «Pedro de Santarém»
Título é uma escola (onde terá andado o «eu» do
texto)
Apóstrofes dirigidas ao próprio enunciador
(«Querida rapariga primitiva que eu sou»;
«Minha querida rapariga»)
Não há pontuação
Versos pequenos, sem rima
Aliterações («girassóis são giros e giram»)
e, em geral, repetições de tópicos
23. Escreve à direita um poema no mesmo
estilo
com gosto, criatividade, cuidado ortográfico
24. Título é uma escola (onde andou o «eu» do texto)
Apóstrofes dirigidas ao próprio enunciador
(«Querida rapariga primitiva que eu sou»; «Minha querida
rapariga»)
Não há pontuação
Versos pequenos e sem rima
Repetições
25.
26.
27. TPC — Em Gaveta de Nuvens lê uma
entrevista com Adília Lopes, por colegas
de há uma dúzia de anos. Podes também
experimentar ouvir algumas versões
musicais de «Ondas do mar de Vigo». E é
útil ires lendo os textos expositivos no
manual sobre a lírica trovadoresca.