1. Hipertensão Arterial Sistêmica
Aspectos gerais
Fisiopatologia
Diagnóstico
Tratamento
Acadêmicos: Guilherme Gobbi Neto – Aspectos gerais & Fisiopatologia
João Paulo da Silva Santos – Diagnóstico & Tratamento
2. Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o
aumento crônico da pressão sanguínea arterial,
existente em um contexto sindrômico devido
alterações hemodinâmicas, tróficas ou
metabólicas.
3. O controle da pressão arterial ainda encontra-se em um
patamar insatisfatório, principalmente devido fatores como:
Falta de conhecimento teórico do clínico;
Falta de uma relação médico-paciente adequada;
Falta de adesão ao tratamento, por ser uma doença
inicialmente assintomática os pacientes subvalorizam o
tratamento;
Baixa penetração das campanhas de prevenção primária.
(fumo, alimentação, exercícios físicos).
4. Fatores de Risco
Idade elevada;
Afrodescendência;
Baixo nível socioeconômico;
Alimentação ruim;
Etilismo;
Obesidade;
Sedentarismo.
5. Epidemiologia
Configura-se como uma das doenças de maior
prevalência no mundo moderno, pois sua maior
incidência está associada a fatores como:
Idade avançada;
Obesidade;
Sedentarismo;
Estresse.
6. Estima-se que de cada 10 brasileiros, 3 são
hipertensos.
Negros possuem chance 67% maior de
desenvolver HAS em relação aos brancos.
27% das mortes no Brasil são atribuídas à
causas cardiovasculares.
Segundo OMS morrem cerca de 9 milhões de
pessoas por ano devido complicações da HSA.
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10. Com o envelhecimento da população e o aumento do número
relativo de obesos, eleva-se a prevalência da HAS e das
complicações secundários a ela, como:
Retinopatia hipertensiva;
Cardiopatias hipertróficas;
Insuficiência cardíaca congestiva;
Coronariopatias;
Insuficiência renal crônica;
Acidente vascular encefálico.
11. Mortalidade
As taxas de mortalidade em pacientes com HAS
não tratada resumem-se em:
12. Definição de hipertensão
Define-se hipertensa, a pressão arterial capaz de evocar
danos cardiovasculares a longo prazo.
Comporta-se de maneira arbitrária e de difícil
padronização pois, elevações a partir de 115/75 mmHg já
demonstram aumento nos índices de mortalidade
cardiovascular.
A melhor definição é “o nível em que os benefícios da
ação excedam os riscos e custos da falta de ação”
Pressão arterial > 139/89 mmHg
13. Pressão sanguínea
É a força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área
da parede vascular.
É medida em milímetros de mercúrio (mmHg).
O fluxo sanguíneo é dependente da diferença de pressão (ΔP)
entre dois pontos.
Ponto de maior pressão (P1) ---> Ponto de menor pressão (P2).
14. O fluxo sanguíneo pelo vaso pode ser calculado pela
seguinte fórmula, também conhecida como “lei de Ohm”.
DC = ΔP/R DC = FC x Volume sistólico
R = Resistência Periférica
ΔP = (P1 – P2)
Logo, temos:
ΔP = DC x R
Podemos dizer então que a pressão sanguínea nada mais
é que o débito cardíaco multiplicado pela resistência
periférica
15. Mecanismos da Hipertensão
São divididos em dois grandes grupos:
Hipertensão primária ou Essencial:
Quando não existe uma única causa concreta explicando a
elevação da pressão, mas apenas possíveis suposições.
Hipertensão secundária:
Quando existe uma causa identificável, que se retirada,
geralmente reverte o quadro.
16. A gênese de qualquer tipo de HAS,
independente se for primária ou secundária,
sempre será devido a algum fator que altere
as variáveis da fórmula da “lei de Ohm”
P = DC x R
DC
ou
R
17. Hipertensão Primária Essencial
São causas de hipertensão primária:
Predisposição genética;
Distúrbios no ambiente fetal;
Retenção renal de sódio alterada;
Hipertrofia vascular;
Disfunções endoteliais;
Hiperatividade simpática;
Disfunção do sistema renina-angiotensina;
Hiperinsulinemia.
18. Predisposição Genética
Evidências em estudos de gêmeos e familiares.
Contribuições genéticas variam de 30 a 60% na
gênese da HSA.
Distúrbio poligênico em quase todos os casos.
Raras causas monogênicas como:
Aldosteronismo e síndrome de Liddle.
19. Distúrbios no Ambiente Fetal
Hipótese da programação fetal de Barker.
Privação Mecanismos
Propensão à
nutricional vida
Intra-uterina
adaptativos
celulares
obesidade vida HSA
Hipótese de Brenner:
Diminuição
Nefrogênese
RCIU
alterada
no número HSA
de néfrons
Estudos identificaram aumento de 4 mmHg na pressão
arterial sistólica para cada 1kg a menos no peso ao nascer.
20. Retenção Renal de Sódio Alterada
Fortes evidências apontam para a retenção do
sódio na gênese da HAS. Essa retenção poderia
ocorrer por alguns mecanismos:
Número diminuído de néfrons por deficiência
congênita;
Distúrbio na relação pressão-natriurese normal.
Hipótese de Guyton;
Heterogeneidade dos néfrons. “Sub população
isquêmica secretora de renina”.
21. Hipertrofia Vascular
Aumento da pressão pelo “ R”.
Mecanismos vasoconstritores funcionais (angiotensina II)
Mecanismos estruturais duradouros (espessamento do endotélio)
Teoria de Lever e Harrap para manutenção e perpetuação da
hipertensão:
D
B
A
E Mecanismo
PA Hipertrofia
trófico
Mecanismo
pressor C
22. Disfunções Endoteliais
A célula endotelial tem participação ativa na
regulação da resistência, através de substâncias
parácrinas relaxantes ou constritoras.
NO substância vasodilatadora com a resposta
reduzida na maioria dos hipertensos.
Endotelina-1 fator endotelial de pronunciada
e prolongada vasoconstrição, acredita-se estar
alterado na maioria dos hipertensos.
23. Hiperatividade Simpática
Hipertensos jovens tendem a apresentar
hiperatividade do SNAS.
Catecolaminas circulantes.
Estímulo nervoso simpático muscular.
Reatividade a agonistas alfa-adrenérgicos
24. Disfunção do Sistema Renina-Angiotensina
Devido suas grandes ações pressoras e hipertróficas, o
mecanismo, provavelmente, está envolvido na gênese da HSA.
JG Substrato Angiotensina II
Renina
de renina ECA
Angiotensina I Vasonconstrição Aldosterona
PA Feedback -
PA Na
25. Pelo comportamento das células JG na presença
de hipertensão, era de se esperar uma diminuição na
renina plasmática em hipertensos, mas em 70% ela
está normal ou até aumentada. Algumas possíveis
explicações para tal:
Heterogeneidade de néfrons em hipertensos;
Indivíduos renina-aldosterona não-moduladores.
26. Hiperinsulinemia
A insulina atua na vasoconstrição de várias
maneiras:
Diretamente Leve vasoconstritor;
Indiretamente Ativação simpática e
secreção de endotelina-1.
NO é produzido ao nível do endotélio como
forma compensatória, em alguns indivíduos
este mecanismo compensatório está reduzido,
principalmente em obesos.
27. Hipertensão Secundária
São causas de Hipertensão Secundária:
Alcoolismo;
Tabagismo;
Obesidade;
Apnéia do sono;
Contraceptivos orais;
Doença do parênquima renal;
Hipertensão Renovascular;
Neoplasias;
Coarctação aórtica;
Gravidez.
28. Doença do Parênquima Renal
Responsável por 2% a 5% dos casos de HAS 2ª.
Glomerulonefrite;
Nefrosclerose hipertensiva;
Nefropatia diabética;
29. Hipertensão Renovascular
Uma das formas de HAS 2ª mais comum.
Estenose uni ou bilateral das artérias renais,
pode ser aterosclerótica (80%) ou fibroplástica.
Angiotomografia
Secreção aumentada de
renina devido hipotensão
no rim afetado.
30. Neoplasias
Tumores secretores de Renina:
Neoplasia benigna de células justaglomerulares ou
hemangiopericitomas.
Feocromacitoma
Neoplasia benigna de células cromafins:
15% são extra-adrenais.
10% dos casos são Feocromacitosarcoma
31. Coarctação Aórtica
Estreitamento congênito da aorta, geralmente
após origem da artéria subclávia esquerda ou
distalmente a inserção do ligamento arterial.
Hipertensão de membros superiores ;
Angiotomografia
Pulsos femorais diminuídos;
Sopro intenso ouvido no dorso.
32. Sinais e Sintomas
A hipertensão é assintomática
Alguns sintomas por vezes atribuídos:
Zumbido;
Tontura;
Acuidade visual diminuída;
Cefaléia;
Lipotímia.
33. Diagnóstico
• O diagnóstico de hipertensão arterial é um ato
• médico que, baseado num procedimento relativamente
• simples, a medida da pressão arterial, envolve a
• grande responsabilidade de decidir se um paciente é
• normotenso ou hipertenso
34. DIAGNÓSTICO
EXAMES
ANAMNESE EXAME FÍSICO COMPLEMENTARES
GRAU DE FATORES DE RISCO
ETIOLOGIA COMPROMETIMENTO ASSOCIADOS
38. MAPA E MRPA
Recomenda-se para esclarecimento diagnóstico, identificação da
hipertensão do jaleco branco e hipertensão mascarada.
1) Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA)
São consideradas anormais na MRPA as médias de pressão arterial
acima de 135/85 mmHg.
2) Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)
São consideradas anormais na MAPA as médias de pressão arterial de 24
horas, vigília e sono acima de 130/80, 135/85 e 120/70mmHg,
respectivamente.
39. Rotina de diagnóstico e seguimento
Na primeira avaliação, as medidas devem ser obtidas em ambos os
membros superiores.
Diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10
mmHg para a pressão sistólica/diastólica - investigação.
Em cada consulta, deverão ser realizadas pelo menos três medidas, com
intervalo de um minuto entre elas, sendo a média das duas últimas
considerada a pressão arterial do indivíduo.
A posição recomendada para a medida da pressão arterial é a sentada. A
medida nas posições ortostática e supina deve ser feita pelo menos na
primeira avaliação em todos os indivíduos.
42. Estratificação de Risco e
Decisão Terapêutica
• Para a tomada da decisão terapêutica é necessária a confirmação
diagnóstica, seguindo-se a estratificação de risco, que levara em conta,
além dos valores de pressão arterial, a presença de fatores de risco
cardiovasculares, as lesões em órgãos-alvo e as doenças cardiovasculares
e, finalmente, a meta mínima de valores da pressão arterial, que deverá
ser atingida com o tratamento.
48. Redução no Consumo de Sal
• Ha evidências de que a pressão arterial varia diretamente com o
consumo de sal tanto em normotensos como em hipertensos. Portanto,
mesmo reduções modestas no consumo diário podem produzir benefícios.
• A dieta habitual contém de 10 a 12 g/dia de sal. É saudável uma pessoa
ingerir até 6 g de sal por dia (correspondente a quatro colheres de café
rasas de sal adicionadas aos alimento).
• Para tanto, recomenda-se reduzir o sal adicionado aos alimentos, evitar
o saleiro a mesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados, como
enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhos prontos
e salgadinhos.
49. Tratamento Medicamentoso
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão
arterial e a redução da morbidade e da mortalidade
cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não
só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos
cardiovasculares fatais e não-fatais.
50. Os aspectos importantes na escolha do anti-hipertensivo é que deve-se
explicar, detalhadamente, aos pacientes a ocorrência de possíveis efeitos
adversos, a possibilidade de eventuais modificações na terapêutica instituída
e o tempo necessário para que o efeito pleno dos medicamentos seja obtido.
52. 1) Medicamentos comercializados apenas em associações a outros anti-
hipertensivos.
Amilorida – diurético poupador de potássio
2) Dose máxima variável de acordo com a indicação médica.
Propanolol - betabloqueador
53. Mecanismos de Ação
Diuréticos
EFEITOS DIURÉTICOS E NATRIURÉTICOS
DO VOLUME EXTRACELULAR
4 á 6 semanas
VOLUME CIRCULANTE SE NORMALIZA E DIMINUI A RESISTÊNCIA VASCULAR
PERIFÉRICA
P.A
54. Bloqueadores de Canais de Ca++
DIMINUI A CONCENTRAÇÃO DE CÁLCIO NAS CÉLULAS MUSCULARES LISAS
• REDUZINDO A RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA
• DIMINUINDO A P A
55. Vasodilatadores Diretos
• ATUAM NA MUSCULATURA DA PAREDE VASCULAR
• PROMOVEM RELAXAMENTO MUSCULAR
VASODILATAÇÃO REDUÇÃO R. V. P
DIMINUINDO A PA
58. O tratamento medicamentoso associado ao não-medicamentoso
objetiva a redução da pressão arterial para valores inferiores a 140mmHg
de pressão sistólica e 90mmHg de pressão diastólica, respeitando-se as
características individuais, a presença de doenças ou condições associadas
ou características peculiares e a qualidade de vida dos pacientes.
59. Referências
■ V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. São Paulo. 2006
■ CORRÊA, Thiago Domingos et al. Hipertensão arterial sistêmica:
atualidades sobre sua epidemiologia, diagnostico e tratamento. Arq Med
ABC. 2005;31(2):91-101.
■ Décio Mion Jr. DIAGNÓSTICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL. Medicina,
Ribeirão Preto, Simpósio: HIPERTENSÃO ARTERIAL.29: 193-198, abr./set.
1996
■ BRAUNWALD, Eugene e cols. Tratado de Doenças Cardiovasculares, ed.
7ª Vol. 1. Elsevier: Rio de Janeiro 2006
60. LAC - 2010
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