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LANA DELLY VIEIRA LEITE DO NASCIMENTO
PRESSÃO ARTERIAL
Hipertensão
2017
CASO CLÍNICO
A.V.M., 45 anos, masculino, divorciado, motorista, negro, residente em Cidade, UF.
• História de doença anterior (HDA): Paciente rastreado como suspeito de ser hipertenso durante a
visita do agente comunitário de saúde. Embora fosse completamente assintomático foi agendado para
uma consulta de enfermagem. Na consulta informou que eventualmente sentia um pouco de tontura,
mas não valorizava o fato já que eventualmente bebia e pensava que era alguma coisa relacionada
com o “fígado”. A pressão arterial medida na consulta foi de 180 X 106 mmHg (média de 3 medidas).
• Antecedentes pessoais: Fumante de 20 cigarros/dia (está querendo abandonar o vício). Faz uso
moderado de bebida alcoólica. Sedentário no momento, mas até 6 meses atrás caminhava 2 vezes na
semana. Não sabe se é diabético, mas informa que já teve colesterol alto.
• Antecedentes familiares: Pai diabético e hipertenso (vítima de AVC). Mãe morreu de infarto aos 76
anos. Tem um irmão de 20 anos com problemas no coração.
• Exame físico:
▪ Altura: Peso:1,65cm / 86kg;
▪ Pulso: 82bpm (cheio e irregular);
▪ PA: 180 x 106mmHg (média de 3 medidas);
Fatores de risco identificados no paciente:
• História familiar de hipertensão arterial (pai), inclusive com complicação vascular.
• Mãe teve infarto aos 76 anos.
• Irmão com problemas de coração aos 20 anos.
• Tabagismo, Alcoolismo, Sedentarismo, Obesidade IMC = 31, estresse, hábitos alimentares, como
consumo de sal, dislipidemia.
Exames laboratoriais do paciente
• Glicemia–118 mg/dl;
• Colesterol total–256 mg/dl;
• HDL colesterol–35 mg/dl;
• Triglicérides–250 mg/dl;
• LDL =T/5 + HDL –CT = 171 mg/dl;
• Creatinina–1,0 mg/dl (normal entre 0,3 e 1,3 mg/dl);
• Potássio–4,1 mEq/l (normal entre 3,5 e 5,5 mEq/l);
• Sumário da urina–sem alterações.
Diagnóstico: Hipertensão arterial secundária estágio 3 (grave).
Tratamento
Este paciente foi estratificado como grupo B, de acordo com o Consenso Brasileiro de Hipertensão
Arterial, que recomenda, para este paciente, tratamento farmacológico. O objetivo do tratamento para
este paciente é reduzir a morbimortalidade, através da utilização de medicamentos. O medicamento
passado pelo médico foi a associação de Hidroclorotiazida (diurético tiazídico) e Propranolol
(Inibidor adrenérgico-Betabloqueador).
CONCEITO
A pressão arterial consiste na força exercida pelo sangue sobre a parede do vaso, passível de
mudanças com as atividades exercidas pelo indivíduo, idade, estado emocional (estresse),
temperatura ambiente, posição postural e com uso de drogas (álcool, tabagismo, entre outras). Sua
finalidade é propiciar uma perfusão tissular adequada (medida do volume de sangue que flui através
dos capilares num tecido), permitindo as trocas metabólicas.
A regulação da pressão arterial é uma das funções fisiológicas mais complexas, que depende de ações
integradas dos sistemas cardiovascular, renal, neural e endócrino.
Com a aferição da pressão arterial, determinamos duas pressões: máxima e mínima, sendo registrada
em milímetros de mercúrio (mmHg):
• Pressão Máxima: Quando ocorre a contração do coração, entre os batimentos cardíacos. É o primeiro
número da medição da pressão arterial, que é normalmente cerca de 120. (Pressão sistólica).
• Pressão Mínima: Quando ocorre dilatação do coração. É o segundo número na medida da pressão
arterial, que é normalmente cerca de 80. (Pressão diastólica);
A pressão arterial com valores normais situa-se abaixo de 120/80 mmHg. Se uma medição registrar
uma pressão de 140/90 mmHg ou mais, estamos diante de um quadro de hipertensão. Diabéticos
podem considerar dentro dos padrões uma pressão igual ou menor que 130/85 mmHg e pacientes
renais crônicos, um resultado igual ou menor que 120/75 mmHg.
• Valor ótimo de pressão arterial: <120 x 80 mmHg (12 por 8);
• Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg;
• Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: <130 x 80
mmHg.
Normotensão: considera-se normotensão quando as medidas de consultório são ≤ 120/80 mmHg e
as medidas fora dele confirmam os valores considerados normais referidos.
A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença que afeta um grande número de pessoas em
todo o mundo, com alta mortalidade, mas com controle clínico bem-sucedido na maioria dos casos,
desde que seja feito diagnóstico precoce e ocorra adesão do doente ao tratamento proposto.
Imagine o coração e os vasos sanguíneos como uma torneira aberta com vários esguichos. Se
fecharmos a ponta desses esguichos, a pressão nessa torneira vai aumentar. No caso do coração,
quando este bombeia o sangue, se os vasos estiverem estreitos, a pressão sobe.
Quando houver um aumento no volume de sangue a ser ejetado, por exemplo quando os rins não
funcionam normalmente ou quando o coração contrai de modo insuficiente, ou quando a frequência
cardíaca aumenta, isto é, o coração bate mais vezes por minuto para ejetar um determinado volume
de sangue, ou quando a resistência oferecida pelas artérias para a passagem do sangue estiver
aumentada, ocorre aumento da pressão arterial.
Outra possibilidade é as artérias de maior calibre perderem sua flexibilidade normal e tornarem-se
rígidas, de modo que elas não conseguem expandir para permitir a passagem do sangue bombeado
pelo coração. Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço
menor que o normal e a pressão arterial aumentam.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis
elevados e sustenta dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg de pressão arterial (PA).
Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-
alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade
abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM).
Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico
(AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica
(DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal.
A prevalência da hipertensão arterial aumenta com o aumento da idade, de forma que, metade dos
pacientes na faixa etária de 60-69 anos apresenta hipertensão arterial. Um estudo mostrou que 90%
dos homens e mulheres normotensos aos 55 anos, tornam-se portadores da hipertensão arterial aos
80-85 anos.
Só podemos afirmar que uma pessoa é hipertensa quando sua pressão arterial apresenta várias vezes
o resultado 140×90. Isso porque uma alteração pode acontecer em situações de estresse ou exercício
intenso, mas quando a pressão é alta mesmo se a pessoa estiver relaxada, é sinal de um quadro crônico.
• Hipertensão arterial primária (essencial): a mais frequente, mais de 9 em cada dez hipertensos
têm‐na, esta é a pressão arterial elevada para a qual nenhuma causa pode ser encontrada. A maioria
das pessoas com pressão arterial elevada possuem este tipo de hipertensão. Os Médicos suspeitam
que uma combinação de estilo de vida, idade, sexo, raça / etnia, níveis de hormônio, e outros fatores
contribuem para uma pressão arterial alta.
• Hipertensão arterial secundária (Hipertensão arterial não-essencial): esta é a pressão arterial
elevada para que uma causa definitiva possa ser encontrada. Este tipo de pressão arterial elevada
representa apenas 5 a 10 por cento dos casos de hipertensão. Algumas dessas causas são temporárias
ou controláveis por exemplo, gravidez ou o uso de certos medicamentos, enquanto outras são
condições crónicas como doenças hormonais, doenças renais ou lesões na cabeça, lesão vasos renais,
patologia renal, doenças endocrinológicas.
• Hipertensão arterial do avental branco: é a situação clinica caracterizada por valores anormais da
pressão arterial no consultório, porém com valores considerados normais em medições feitas em casa.
Desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na pressão arterial sistólica e/ou 10 mmHg
na pressão arterial diastólica. Com base em quatro estudos populacionais, a prevalência global da
hipertensão do avental branco é de 13% (intervalo de 9-16%) e atinge cerca de 32% (intervalo de 25-
46%) dos hipertensos, sendo mais comum (55%) nos pacientes em estágio 1 e 10% no estágio 3. Os
doentes que têm este tipo de HTA têm um risco cardiovascular semelhante aos que são "sempre"
hipertensos.
• Hipertensão arterial mascarada: é caracterizada por valores normais da pressão arterial no
consultório, porém com pressão arterial elevada pelas medidas residenciais. A prevalência da
hipertensão mascarada é de 13% (intervalo de 10-17%) em estudos de base populacional. Vários
fatores podem elevar a pressão arterial fora do consultório em relação à pressão arterial nele obtida,
como idade, sexo masculino, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, hipertensão induzida
pelo exercício, ansiedade, estresse, obesidade, diabetes melito, doença renal crônica e histórico
familiar de hipertensão arterial sistêmica. A prevalência é maior quando a pressão arterial do
consultório está́ no nível limítrofe. Estudos prospectivos indicam que a incidência de eventos doença
cardiovascular é cerca de duas vezes maior na hipertensão mascarada do que na normotensão, sendo
comparada à da Hipertensão arterial sistêmica. Em diabéticos, a hipertensão mascarada está associada
a um risco aumentado de nefropatia, especialmente quando a elevação da pressão arterial ocorre
durante o sono.
• Hipertensão sistólica isolada: é definida como pressão arterial sistólica aumentada com pressão
arterial diastólica normal. A pressão arterial é maior do que o normal quando o coração bate, mas
retorna ao normal entre batidas do coração. A grande diferença de pressão pode colocar ainda mais
pressão sobre as paredes das artérias. A hipertensão sistólica isolada (HSI) e a pressão de pulso (PP)
são importantes fatores de risco cardiovascular (FRCV) em pacientes de meia-idade e idosos.
ESTRUTURA ANATÔMICA
Sistema circulatório (estrutura)
Composto pelo:
• Coração: o “motor” do sistema circulatório, tem a função de bombear o sangue, de forma que chegue
a todo corpo. Com isso, o sangue que contém oxigênio pode alimentar a células do corpo. Uma
circulação completa inclui duas passagens pelo coração: uma em direção ao corpo e a outra em
direção ao pulmão.
• Vasos: as veias, artérias e capilares. Que levam o sangue pelo corpo.
• Sangue: material líquido que transporta os nutrientes e oxigenação para as células e tecidos do corpo.
É bombeado pelo coração e é amplamente rico em nutrientes.
Como a Hipertensão afeta o sistema circulatório
Nosso organismo é sensível aos aumentos de pressão. Com o sangue sendo bombeado constantemente
sob pressão mais alta, o coração, exausto com tanto esforço, começará a falhar podendo haver um
colapso do sistema circulatório e até morte súbita.
• Danos nas artérias
As artérias saudáveis são flexíveis, fortes e elásticas. Seu revestimento interno é suave para que o
sangue flua livremente, fornecendo aos órgãos vitais e tecidos, nutrientes e oxigênio.
A hipertensão aumenta gradualmente a pressão do sangue que flui através de suas artérias.
As artérias são vasos sanguíneos que possuem uma camada muscular que se contrai ou relaxa como
intuito de manter constante o fluxo de sangue que chega até os órgãos a fim de impedir que eles sejam
danificados.
Como resultado, você pode ter:
Artérias danificadas e estreitas (paredes da artéria menos elásticas, limitando o fluxo de sangue em
todo o seu corpo), aneurisma (a pressão constante do sangue movendo-se através de uma artéria
enfraquecida pode causar uma seção de sua parede para ampliar e formar uma protuberância, o
aneurisma é essa protuberância. Um aneurisma pode, potencialmente, romper e causar sangramento
interno com risco de morte.)
• Danos no coração
Doença coronariana (que afeta as artérias que fornecem sangue ao músculo cardíaco. As artérias
estreitadas pela doença arterial coronariana não permitem que o sangue flua livremente pelas artérias,
provocando dor no peito, um ataque cardíaco ou arritmias), Ventrículo esquerdo amplo (o ventrículo
esquerdo engrossa ou endurece pela pressão arterial elevada que força o coração a trabalhar mais que
o necessário (hipertrofia ventricular esquerda). Essas alterações limitam a capacidade do ventrículo
de bombear o sangue para o seu corpo, o que aumenta o risco de ataque cardíaco, insuficiência
cardíaca e morte cardíaca súbita), Insuficiência cardíaca (a elevação da pressão arterial a longo prazo
pode causar o enfraquecimento do músculo do coração para enfraquece e trabalha de forma menos
eficiente. Eventualmente, seu coração oprimido simplesmente começa a desgastar-se e falhar).
Sistema Nervoso (estrutura)
Composto pelo SNC e SNP.
O SNC se divide em:
• Encéfalo: está localizado na caixa craniana e apresenta três órgãos principais: o cérebro, o cerebelo
e o tronco encefálico.
▪ Cérebro: o responsável pelo pensamento, visão, audição, tato, paladar, fala, escrita, etc, é
sede dos atos conscientes e inconscientes, da memória, do raciocínio, da inteligência e da
imaginação, e controla ainda, os movimentos voluntários do corpo.
▪ Cerebelo: está situado na parte posterior e abaixo do cérebro, ele coordena os movimentos
precisos do corpo, além de manter o equilíbrio. Além disso, regula o tônus muscular, ou seja,
regula o grau de contração dos músculos em repouso.
▪ Tronco Encefálico: está localizado na parte inferior do encéfalo, o tronco encefálico conduz
os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa, além disso, produz os
estímulos nervosos que controlam as atividades vitais como os movimentos respiratórios, os
batimentos cardíacos e os reflexos, como a tosse, o espirro e a deglutição.
• Medula Espinhal: um cordão de tecido nervoso situado dentro da coluna vertebral. Na parte superior
está conectada ao tronco encefálico. Sua função é conduzir os impulsos nervosos do restante do corpo
para o cérebro e coordenar os atos involuntários.
Temos no SNP:
• Nervos cranianos: distribuem-se em 12 pares que saem do encéfalo, e sua função é transmitir
mensagens sensoriais ou motoras, especialmente para as áreas da cabeça e do pescoço.
• Nervos raquidianos: são 31 pares de nervos que saem da medula espinhal. São formados de
neurônios sensoriais, que recebem estímulos do ambiente, e neurônios motores que levam impulsos
do sistema nervoso central para os músculos ou para as glândulas.
• Danos no cérebro
O cérebro depende de um suprimento de sangue nutritivo para funcionar corretamente e sobreviver.
Mas a pressão arterial elevada pode causar vários problemas, incluindo:
Ataque isquêmico transitório (um mini ataque, é uma interrupção breve e temporária do fornecimento
de sangue ao seu cérebro. É muitas vezes causada por aterosclerose ou um coágulo de sangue, ambos
dos quais podem surgir de pressão arterial elevada. Um ataque isquêmico transitório é muitas vezes
um aviso de que você está em risco de um acidente vascular cerebral completo), Acidente vascular
encefálico (ocorre quando parte do seu cérebro é privado de oxigênio e nutrientes, fazendo com que
as células cerebrais morram. A hipertensão arterial descontrolada pode levar a um acidente vascular
cerebral, danificando e enfraquecendo os vasos sanguíneos do cérebro, fazendo com que se estreitem,
se rompam ou vazem. A pressão arterial elevada também pode causar coágulos de sangue formados
nas artérias que levam ao seu cérebro, bloqueando o fluxo sanguíneo e potencialmente causando um
acidente vascular cerebral), Demência (uma doença cerebral que resulta em problemas de
pensamento, fala, raciocínio, memória, visão e movimento. A demência vascular, pode resultar de
estreitamento e bloqueio das artérias que fornecem sangue para o cérebro. Também pode resultar de
derrames causados por uma interrupção do fluxo sanguíneo para o encéfalo. Em ambos os casos, a
pressão arterial elevada pode ser a culpada), Comprometimento cognitivo leve (é um estágio de
transição entre as mudanças na compreensão e memória que vêm com o envelhecimento e os
problemas mais graves causados pela doença de Alzheimer. Tal como a demência, pode resultar do
bloqueio do fluxo sanguíneo para o cérebro quando a pressão arterial elevada danifica as artérias).
• Danos nos olhos
Vasos sanguíneos delicados fornecem sangue aos seus olhos. Como outros vasos, eles também podem
ser danificados pela pressão arterial elevada:
Danos nos vasos sanguíneos dos olhos (a Retinopatia, condição que pode levar à hemorragia no olho,
visão turva e perda completa da visão), Acúmulo de líquido sob a retina (o líquido se acumula sob
sua retina por causa de um vaso sanguíneo com vazamento. Pode resultar em visão distorcida ou, em
alguns casos, em uma cicatriz que prejudica a visão).
Sistema Urinário (estrutura)
Composto por:
• Rins: são órgãos que se situam na parte posterior da cavidade abdominal, localizados um em cada
lado da coluna vertebral. Dentro dos rins se encontram os Néfrons, a unidade básica de filtragem do
sangue, que é formada pelos glomérulos, pela cápsula glomerular e pelo túbulo renal. Que fazem a
filtragem e absorção de componentes importantes do sangue (como água e sais minerais), fazem a
produção da urina e a excreção da mesma.
• Vias Urinárias:
▪ Bexiga Urinária: órgão muscular elástico que está situada na parte inferior do abdome com
a função de acumular a urina que chega dos ureteres.
▪ Ureteres: são dois tubos de aproximadamente 20 cm de comprimento cada, que conduz a
urina dos rins para a bexiga.
▪ Uretra: um tubo muscular, que conduz a urina da bexiga para fora do corpo.
Além de afetar o corpo por completo, como seu nome cientifico diz: Hipertensão arterial sistêmica.
A hipertensão pode ser causada por um problema nos rins no Sistema renina-angiotensina-aldosterona
(S-RAA), o qual é um sistema enzimático-peptídico sintetizado tanto na circulação como nos tecidos
e é responsável por um dos mais potentes mecanismos de vasoconstrição.
O grande feito desse sistema é permitir a ingestão de grandes ou pequenas quantidades de sal sem
causar variações excessivas de pressão arterial.
A renina é uma enzima liberada pelos rins quando a pressão arterial fica baixa, a fim de elevar a
mesma por meio de dois mecanismos, um imediato e outro a longo prazo. Ela é produzida e
armazenada na sua forma inativa, a pró-renina. Quando a pressão arterial cai, a renina é liberada no
sangue, espalhando-se pelo organismo e permanecendo nele de 30 minutos a 1 hora.
Ao chegar à circulação sanguínea, essa enzima transforma o angiotensinogênio, uma proteína
encontrada no plasma, em um vasoconstritor leve, a angiotensina I. Esta, poucos segundos após sua
formação, é convertida em angiotensina II pela enzima conversora nos vasos sanguíneos pulmonares,
a qual é uma forte vasoconstritora, propriedade que permite elevar a resistência periférica e,
consequentemente, a pressão arterial.
Este efeito da ação da angiotensina II é imediato, ocorre a diminuição da excreção de sal e água pelos
rins, provocadora do aumento do volume de líquido extracelular e, por conseguinte, da pressão
arterial.
O sistema renina-angiotensina, além de elevar a pressão arterial quando ela está baixa, pode ainda
diminuí-la para níveis normais quando a mesma está alta, por meio do mecanismo de feedback.
O mecanismo responsável pela hipertensão arterial crônica (a longo prazo) é o da retenção de água e
sal pelos rins provocado pela angiotensina II, visto que o mecanismo vasoconstritor sozinho não seria
suficiente para manter os níveis de pressão elevados por muito tempo. Isso se deve ao comportamento
renal sem sofrer a intervenção da angiotensina, que seria a produção de diurese e natriurese de
pressão, diminuindo o volume de sangue e a pressão arterial.
A Hipertensão causada por rins doentes que secretam cronicamente renina: ocorre quando apenas
uma parte dos rins sofre com isquemia e leva à produção de angiotensina, que atinge as outras regiões
dos dois órgãos e provoca a retenção de sal e líquido geral.
O sistema renina-angiotensina-aldosterona desempenha múltiplas funções sobre diferentes sistemas,
como:
• Cardiovascular, regulando a pressão arterial e o tônus vascular;
• Endócrino, liberando aldosterona;
• Neuronal, liberando catecolaminas.
A hipertensão também pode causar disfunção sexual
Para alguns homens, a diminuição do fluxo sanguíneo torna difícil conseguir e manter ereções –
muitas vezes referida como disfunção erétil. O problema é bastante comum, especialmente entre os
homens que não tratam a pressão arterial elevada da maneira devida.
As mulheres podem ter disfunção sexual como um efeito colateral da pressão arterial elevada também.
A pressão arterial elevada pode reduzir o fluxo sanguíneo para a vagina. Para algumas mulheres, isso
leva a uma diminuição no desejo sexual ou excitação, secura vaginal, ou dificuldade em atingir o
orgasmo.
Perda óssea
A pressão arterial elevada pode aumentar a quantidade de cálcio que está na sua urina. A eliminação
excessiva de cálcio pode levar à perda de densidade óssea (osteoporose), que por sua vez pode levar
a ossos quebrados. O risco é especialmente aumentado em mulheres mais velhas.
Problemas para dormir
A apneia obstrutiva do sono – uma condição em que os músculos da garganta relaxam causando o
ronco alto – ocorre em mais de metade das pessoas com pressão arterial elevada. Além disso, a
privação de sono resultante da apneia pode aumentar a sua pressão arterial.
ETIOLOGIA
Causas
Em cerca de 90% dos casos, a hipertensão não tem causas definidas chegando a se considerar o fator
genético como forte fator de risco para o desenvolvimento da doença. Essa propensão ataca homens
e mulheres de forma igualitária e preocupante. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão,
1 em cada 4 pessoas adultas é considerada hipertensa no Brasil.
Ou seja, se alguém da sua família (mãe, pai, avô ou outro parente próximo) tem problema de pressão
alta, há boas chances de você também ter. Apenas de 5 a 10 % dos casos é decorrente de outras
doenças como insuficiência renal, hipotireoidismo, apneia do sono e Diabetes Melitus. Por isso, é
muito mais seguro considerar não as causas, mas os fatores de risco da pressão alta e agir na
prevenção.
Ao contrário do que se pensa, nem sempre a pessoa nasce com a probabilidade de ter pressão alta,
mas pode adquiri-la por conta de hábitos de vida não saudáveis. Afinal a alimentação excessivamente
gordurosa, falta de atividade física, stress e tabagismo contribuem para o entupimento das veias
criando um fator de duplo risco para quem tem a propensão. Esta combinação de fatores faz com que
se aumente em muito os riscos de infarto do miocárdio, entupimento das veias e derrame cerebral.
Fatores de risco
• Tabagismo;
• Dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue);
• Diabete melito (excesso de açúcar no sangue);
• Idade acima de 60 anos;
• Afro-descendência;
• Obesidade;
• Maus hábitos alimentares – excesso de sal e gordura na comida;
• Estresse;
• Excesso na ingestão de bebidas alcoólicas;
• Sedentarismo;
• Fatores socioeconômicos;
• Sexo: homens ou mulheres pós-menopausa;
• História familiar de doença cardiovascular em: Mulheres com menos de 65 anos de idade/Homens
com menos de 55 anos de idade.
Sintomas
Um dos principais problemas da hipertensão é que na maior parte das vezes, a pessoa nem sabe que
tem o problema. Ela é chamada de “assassina silenciosa”, porque não apresenta sintomas durante
anos até o momento em que atinge um órgão vital. Por isso, é importante fazer a medição
regularmente, assim como exames de sangue. É esse cuidado que vai ajudar a manter a pressão
controlada, evitando danos a sua saúde.
A manifestação da hipertensão arterial sistêmica só vai se manifestar quando houver crises de pressão
alta, nestes casos poderá ocorrer:
• Dor no peito
• Fraqueza
• Sudorese
• Tontura
• Zumbido no ouvido
• Tontura
• Perda de sangue pelo nariz
• Dores de cabeça
• Falta de ar
• Visão embaçada
• Agitação
• Vômito
ACHADOS CLÍNICOS
Avaliação básica
Os exames laboratoriais recomendados como básicos na avaliação do hipertenso:
Exames que fazem parte da rotina mínima do portador de hipertensão arterial (quando possível):
• Exame de urina: bioquímica e sedimento;
• Creatinina
• Potássio;
• Glicemia;
• Colesterol total, HDL e Triglicérides;
• Hematológico;
• Eletrocardiograma de repouso.
Avaliação complementar
De acordo com a indicação clínica, os exames relacionados poderão fazer parte da avaliação
laboratorial complementar do paciente hipertenso:
• Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial;
• Ecocardiograma (exame que através do eco produzido pelo som, permite o diagnóstico em tempo real
de estruturas e órgãos do organismo);
• Radiografia de tórax;
• Teste de esforço (paciente com risco coronariano);
• Proteinúria de 24 horas;
• Hematócrito e hemoglobina;
• Cálcio;
• TSH (faz diagnóstico de hipertireoidismo e hipotireoidismo).
TRATAMENTO
Estratificação em grupos, de acordo com o fator de risco individual
• Grupo A: sem fatores de risco e sem lesão em órgãos-alvo;
• Grupo B: presença de fatores de risco (não incluindo diabetes mellitus e sem lesão em órgãos-alvo;
• Grupo C: presença de lesão em órgãos-alvo, diabetes mellitus e/ou doença cardiovascular
clinicamente identificável.
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade
cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais,
sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a medicamentos anti-
hipertensivos.
A decisão terapêutica deve levar em conta, além dos valores da pressão arterial, a presença ou não de
lesões em órgãos-alvo e de fatores de risco cardiovascular associados.
Todos os pacientes com hipertensão arterial moderada e severa (estágios 2 e 3) devem receber
tratamento medicamentoso inicial. O tratamento medicamentoso também está indicado para os
pacientes hipertensos com lesão em órgãos-alvo, ou doença cardiovascular, ou diabete melito,
independentemente do estágio da hipertensão arterial. Pacientes com valores de pressão arterial
enquadrados na faixa normal limítrofe, mas pertencentes ao grupo de risco C devem receber
tratamento medicamentoso caso apresentem insuficiência cardíaca, insuficiência renal, ou diabete
melito. Na hipertensão leve (estágio 1), os pacientes enquadrados nos grupos de risco
A e B são elegíveis para ser tratados unicamente com modificações no estilo de vida por 6 a 12 meses.
Se, nesse período de acompanhamento, a pressão arterial não for controlada, o tratamento
medicamentoso deverá ser considerado. A idade avançada ou a presença de pressão sistólica elevada
isoladamente não alteram a decisão terapêutica.
Tratamento não-medicamentoso
O tratamento não-medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a morbidade e a
mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução
da pressão arterial.
Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que normotensos, mas de alto risco
cardiovascular. Dentre essas modificações, as que comprovadamente reduzem a pressão arterial são:
• Medidas com maior eficácia anti-hipertensiva
▪ Redução do peso corporal;
▪ Redução da ingestão de sódio;
▪ Maior ingestão de alimentos ricos em potássio;
▪ Redução do consumo de bebidas alcoólicas;
▪ Exercícios físicos regulares.
• Medidas sem avaliação definitiva
▪ Suplementação de cálcio e magnésio;
▪ Dietas vegetarianas ricas em fibras;
▪ Medidas antiestresse.
• Medidas associadas
▪ Abandono do tabagismo;
▪ Controle das dislipidemias;
▪ Controle do diabete melito;
▪ Evitar drogas que potencialmente elevem a pressão.
Considerações gerais sobre o Tratamento Não-Medicamentoso
Torna-se evidente que quase todas as medidas não-medicamentosas dependem de mudanças no estilo
de vida de forma permanente. Em razão de a abordagem do hipertenso ser direcionada a diversos
objetivos, a ação médica é beneficiada com a abordagem multiprofissional.
Vale ressaltar que é de fundamental importância o envolvimento dos familiares do hipertenso na
busca das metas a serem atingidas pelas modificações do estilo de vida.
As razões que tornam as modificações do estilo de vida úteis são:
• Baixo custo e risco mínimo;
• Redução da pressão arterial, favorecendo o controle de outros fatores de risco;
• Aumento da eficácia do tratamento medicamentoso;
• Redução do risco cardiovascular.
Tratamento medicamentoso
O objetivo do tratamento medicamentoso é reduzir a resistência vascular periférica, promovendo
vasodilatação.
Os diferentes agentes anti-hipertensivo o fazem por diferentes mecanismos. Entre os agentes de
primeira linha recomenda-se a utilização de: diurético tiazídicos: inicialmente promovem diminuição
da quantidade de sal e água do organismo, e posteriormente promovem dilatação das artérias,
diminuindo desta forma a resistência vascular e a pressão arterial.
Betabloqueadores: bloqueia os efeitos do sistema nervoso simpático, sistema que pode responder
rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial.
Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos:
• Diuréticos
• Inibidores adrenérgicos
• Vasodilatadores diretos
• Inibidores da enzima conversora da angiotensina
• Antagonistas dos canais de cálcio
• Antagonistas do receptor da angiotensina II
Qualquer grupo de medicamentos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser
apropriado para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes
portadores de hipertensão arterial leve a moderada, que não responderam às medidas não-
medicamentosas.
Diuréticos
O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira fase, à depleção de
volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica decorrente de mecanismos diversos.
São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial, tendo sido comprovada sua
eficácia na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Como anti-hipertensivos, dá-se
preferência aos diuréticos tiazídicos e similares.
Diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiências renal e
cardíaca.
Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena potência diurética, mas quando associados
a tiazídicos e diuréticos de alça são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia.
O uso de diuréticos poupadores de potássio em pacientes com redução de função renal pode acarretar
hiperpotassemia.
Entre os efeitos indesejáveis dos diuréticos, ressalta-se fundamentalmente a hipopotassemia, por
vezes acompanhada de hipomagnesemia (que pode induzir arritmias ventriculares), e a hiperuricemia.
É ainda relevante o fato de os diuréticos poderem provocar intolerância à glicose. Podem também
promover aumento dos níveis séricos de triglicerídeos, em geral dependente da dose, transitório e de
importância clínica ainda não comprovada. Em muitos casos, provocam disfunção sexual. Em geral,
o aparecimento dos efeitos indesejáveis dos diuréticos está relacionado à dosagem utilizada.
Inibidores adrenérgicos
• Ação central
Atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos (alfametildopa, clonidina e
guanabenzo) e/ou os receptores imidazolidínicos (moxonidina) no sistema nervoso central, reduzindo
a descarga simpática. A eficácia anti-hipertensiva desse grupo de medicamentos como monoterapia
é, em geral, discreta. Até o presente momento, não existe experiência clínica suficiente em nosso
meio com o inibidor dos receptores imidazolidínicos. Essas drogas podem ser úteis em associação
com medicamentos de outras classes terapêuticas, particularmente quando existem evidências de
hiperatividade simpática.
Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se aqueles decorrentes da ação central, como sonolência,
sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e impotência. Especificamente com a alfametildopa,
pode ocorrer ainda, com pequena frequência, galactorréia, anemia hemolítica e lesão hepática. O
emprego da alfametildopa é contraindicado na presença de disfunção hepática.
No caso da clonidina, destaca-se a hipertensão rebote, quando da suspensão brusca da medicação.
• Alfa-1 bloqueadores
Apresentam baixa eficácia como monoterapia, devendo ser utilizados em associação com outros anti-
hipertensivos. Podem induzir o aparecimento de tolerância farmacológica, que obriga o uso de doses
crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora do metabolismo lipídico (discreta) e da
urodinâmica (sintomas) de pacientes com hipertrofia prostática. Os efeitos indesejáveis mais comuns
são: hipotensão postural (mais evidente com a primeira dose), palpitação e, eventualmente, astenia.
• Betabloqueadores
O mecanismo anti-hipertensivo, complexo, envolve diminuição do débito cardíaco (ação inicial),
redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas
sinapses nervosas. Esses medicamentos são eficazes como monoterapia, tendo sido comprovada sua
eficácia na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares.
Aqueles com atividade simpatomimética intrínseca são úteis em gestantes hipertensas e em pacientes
com feocromocitoma. Constituem a primeira opção na hipertensão arterial associada a doença
coronariana ou arritmias cardíacas. São úteis em pacientes com síndrome de cefaleia de origem
vascular (enxaqueca). Entre as reações indesejáveis dos betabloqueadores destacam-se:
broncoespasmo, bradicardia excessiva (inferior a 50 bat/min), distúrbios da condução
atrioventricular, depressão miocárdica, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão
psíquica, astenia e disfunção sexual. Do ponto de vista metabólico, podem acarretar intolerância à
glicose, hipertrigliceridemia e redução do HDL-colesterol. A importância clínica das alterações
lipídicas induzidas pelos betabloqueadores ainda não está comprovada. A suspensão brusca desses
bloqueadores pode provocar hiperatividade simpática, com hipertensão rebote e/ou manifestações de
isquemia miocárdica. Os betabloqueadores são formalmente contraindicados em pacientes com asma,
doença pulmonar obstrutiva crônica e bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus. Devem ser utilizados
com cautela em pacientes com doença arterial obstrutiva periférica.
Vasodilatadores diretos
Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam diretamente sobre a
musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com conseqüente vasodilatação
e redução da resistência vascular periférica. Em consequência da vasodilatação arterial direta,
promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia,
devendo ser utilizados associados a diuréticos e/ ou betabloqueadores.
Antagonistas dos canais de cálcio
A ação anti-hipertensiva dos antagonistas dos canais de cálcio decorre da redução da resistência
vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares.
Não obstante o mecanismo final comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido em 4 subgrupos,
com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas (verapamil),
benzotiazepinas (diltiazem), diidropiridinas (nifedipina, isradipina, nitrendipina, felodipina,
amlodipina, nisoldipina, lacidipina) e antagonistas do canal T (mibefradil).
São medicamentos eficazes como monoterapia, e a nitrendipina mostrou-se também eficiente na
redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares em idosos com hipertensão sistólica isolada.
No tratamento da hipertensão arterial, deve-se dar preferência ao uso dos antagonistas dos canais de
cálcio de longa duração de ação (intrínseca ou por formulação galênica), não sendo recomendada a
utilização de antagonistas dos canais de cálcio de curta duração de ação.
Os efeitos adversos desse grupo incluem: cefaleia, tontura, rubor facial (mais frequentes com
diidropiridínicos de curta duração de ação) e edema periférico. Mais raramente, podem induzir
hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de curta duração de ação acarretam importante estimulação
simpática reflexa, deletéria ao sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar
depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular.
Bradicardia excessiva também tem sido relatada com essas duas drogas e com o mibefradil
especialmente quando utilizados em associação com betabloqueadores. Obstipação intestinal é um
efeito indesejável observado principalmente com verapamil.
Inibidores da enzima conversora da angiotensina
O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima
conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São
eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial.
Também reduzem a morbidade e a mortalidade de pacientes hipertensos com insuficiência cardíaca,
e de pacientes com infarto agudo do miocárdio, especialmente daqueles com baixa fração de ejeção.
Quando administrados a longo prazo, os inibidores da ECA retardam o declínio da função renal em
pacientes com nefropatia diabética e de outras etiologias.
Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se tosse seca, alteração do paladar e reações de
hipersensibilidade (erupção cutânea, edema angioneurótico). Em indivíduos com insuficiência renal
crônica, podem induzir hiperpotassemia. Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou com
rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia
e creatinina.
Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode se acompanhar de aumento dos níveis séricos
de creatinina. Entretanto, a longo prazo, prepondera o efeito nefro protetor dessas drogas.
Em associação com diurético, a ação anti-hipertensiva dos inibidores da ECA é magnificada, podendo
ocorrer hipotensão postural.
Seu uso é contraindicado na gravidez. Em adolescentes e mulheres jovens em idade fértil e que não
façam uso de método anticoncepcional medicamente aceitável, o emprego dos inibidores da ECA
deve ser cauteloso devido ao risco de malformações fetais.
Antagonistas do receptor da angiotensina II
Essas drogas antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus
receptores AT1. São eficazes como monoterapia no tratamento do paciente hipertenso. Em um estudo
(ELITE), mostraram-se eficazes na redução da morbidade e da mortalidade de pacientes idosos com
insuficiência cardíaca.
Apresentam bom perfil de tolerabilidade e os efeitos colaterais relatados são tontura e, raramente,
reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”).
As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os inibidores da ECA.
Associação
As associações de drogas devem seguir um racional, obedecendo- se a premissa de não associar
drogas com mecanismos de ação similares, à exceção da associação de diuréticos tiazídicos e de alça
com poupadores de potássio.
Como norma, não é recomendado iniciar o tratamento com associações fixas de drogas. Todas as
associações entre as diferentes classes de anti-hipertensivos são eficazes. Entretanto, os diuréticos em
doses baixas como segunda droga têm sido universalmente utilizados com bons resultados clínicos.
Algumas associações fixas de drogas estão disponíveis no mercado. Seu emprego após o insucesso
da monoterapia, desde que criterioso, pode ser útil por simplificar o esquema posológico, reduzindo
o número de comprimidos administrados.
Para os casos de hipertensão resistente à dupla terapia, pode-se prescrever terapia com três ou mais
drogas. Nessa situação, o uso de diuréticos é fundamental.
Atuação farmacêutica
O farmacêutico da unidade básica de saúde dispensou os medicamentos ao paciente e o questionou
se ele tinha dúvidas para iniciar o tratamento anti‑hipertensivo. Orientou‑o para os horários de
administração que seriam mais adequados, bem como a melhor forma de ingeri‑los e de que forma
poderia ficar atento para sintomas que revelassem a falha na farmacoterapia. Se colocou à disposição
para maiores esclarecimentos e medidas de PA periódicas.
A necessidade de monitorização e acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, para
verificação de sua resposta terapêutica, prevenindo e intervindo nos problemas relacionados aos
medicamentos, e importante para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, podendo o
farmacêutico, em conjunto com o médico e até uma equipe multidisciplinar, executar este importante
papel elaborando o perfil farmacoterapêutico dos pacientes na identificação e prevenção de RAM
(reações adversas ao medicamento).
A Atenção Farmacêutica está fundamentada no fazer em detrimento da construção do ser e de estar
presente, isto é, deve estar integrado aos problemas do paciente, (paciente= foco da Atenção
Farmacêutica), interagindo com o paciente e outros profissionais, ampliando, portanto, o conceito de
saúde, que visam promover o uso racional dos medicamentos e a manutenção da efetividade e
segurança do tratamento.
O farmacêutico além de dispensar um medicamento também implica em orientar ao paciente para
que este cumpra com as indicações do médico, ou seja, implica em uma comunicação farmacêutico-
paciente que conduza ao uso correto do medicamento e a maior adesão ao tratamento.
No Brasil existe uma proposta conceitual que considera a atenção farmacêutica como “um modelo de
prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica que compreende atitudes,
valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de
doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, e que favorece a
interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional.
Após a intervenção farmacológica, espera-se que a paciente melhore sua qualidade de vida,
administrando os medicamentos de forma correta, atentando para os horários e modo de
administração, e, realize periodicamente exames laboratoriais visando uma manutenção na glicemia.
EPIDEMIOLOGIA
Junto com o diabetes, o tabagismo e a dislipidemia, a hipertensão arterial constitui importante fator
de risco para as doenças cardiovasculares responsáveis por cerca de 30% das mortes.
A Hipertensão é muito comum, acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estimasse que
atinja em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após
os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por
40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, existem cerca de 13 milhões de pessoas com a doença,
que atinge principalmente adultos com mais de 60 anos.
Um dos fatores que têm contribuído para o aumento dos casos de hipertensão é o estilo de vida
moderno, que envolve maus hábitos alimentares, sedentarismo obesidade e estresse. Muita gente nem
sabe que tem a doença, até que ela provoque lesões nos órgãos vitais como o coração, os rins e no
cérebro.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a pressão alta é uma das principais causas de infarto
do miocárdio, insuficiência renal e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do
trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015.
Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de doenças
cardiovasculares, a principal causa de morte no país.
As taxas de mortalidade têm apresentado redução ao longo dos anos, com exceção das doenças
hipertensivas (DH), que aumentou entre 2002 e 2009.
As doenças cardiovasculares são ainda responsáveis por alta frequência de internações, com custos
socioeconômicos elevados. Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de
Saúde (SUS) apontam significativa redução da tendência de internação por HA, de 98,1/100.000
habitantes em 2000 para 44,2/100.000 habitantes em 2013.
REFERÊNCIAS
• FISIOPATOLOGIA APLICADA. O sistema renina-angiotensina-aldosterona. Disponível em:
<http://fisiologiaufs.xpg.uol.com.br/apostilas/sistema_renina_angiotensina.pdf>. Acesso em: 01
mar. 2001.
• PDF. A estratificação de risco para hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e doenca
renal crônica. Disponível em: <http://www.conass.org.br/liacc/wp-
content/uploads/2015/02/oficina-3-estratificacao-de-risco-hiper-dia-drc.pdf>. Acesso em: 06 abr.
2013.
• PDF. Epidemiologia da hipertensão arterial no brasil e no mundo. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/rodrigo_olmos/publication/259453495_epidemiologia_da_hi
pertensao_arterial_no_brasil_e_no_mundo/links/02e7e52bb78dfb8828000000/epidemiologia-da-
hipertensao-arterial-no-brasil-e-no-mundo.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2002.
• PDF. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/marcelosacavem/atencao-farmaceutica-na-hipertencao-arterial-tcc>.
Acesso em: 10 mar. 2012.
• PDF. Hipertensão arterial. Disponível em:
<http://www.sbh.org.br/revistas/2000/num1/parte4.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2001.
• PDF. Hipertensão e diabetes: um estudo de caso clínico¹. Disponível em:
<http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/trabalhos/6192.pdf>. Acesso em: 04 mai. 2008.
• PDF. O papel do sistema renina-angiotensinaaldosterona no desenvolvimento da hipertensão
arterial associada à obesidade. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-
2/008.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2002.
• PDF. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caso_clinico_hip_arterial.pdf>. Acesso em: 20 jun.
2016.
• PDF. Reflexos cardiovasculares e hipertensão arterial. Disponível em:
<http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/005.pdf>. Acesso em: 01 jan. 2001.
• PUBLICACOES.CARDIO. 7ª diretriz brasileira de hipertensão arterial. Disponível em:
<http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_hipertensao_arterial.pdf>. Acesso em: 03 set.
2016.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. O que é hipertensão?. Disponível em:
<http://www.sbh.org.br/geral/faq.asp>. Acesso em: 04 mai. 2015.

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Hipertensão: caso clínico

  • 1. LANA DELLY VIEIRA LEITE DO NASCIMENTO PRESSÃO ARTERIAL Hipertensão 2017
  • 2. CASO CLÍNICO A.V.M., 45 anos, masculino, divorciado, motorista, negro, residente em Cidade, UF. • História de doença anterior (HDA): Paciente rastreado como suspeito de ser hipertenso durante a visita do agente comunitário de saúde. Embora fosse completamente assintomático foi agendado para uma consulta de enfermagem. Na consulta informou que eventualmente sentia um pouco de tontura, mas não valorizava o fato já que eventualmente bebia e pensava que era alguma coisa relacionada com o “fígado”. A pressão arterial medida na consulta foi de 180 X 106 mmHg (média de 3 medidas). • Antecedentes pessoais: Fumante de 20 cigarros/dia (está querendo abandonar o vício). Faz uso moderado de bebida alcoólica. Sedentário no momento, mas até 6 meses atrás caminhava 2 vezes na semana. Não sabe se é diabético, mas informa que já teve colesterol alto. • Antecedentes familiares: Pai diabético e hipertenso (vítima de AVC). Mãe morreu de infarto aos 76 anos. Tem um irmão de 20 anos com problemas no coração. • Exame físico: ▪ Altura: Peso:1,65cm / 86kg; ▪ Pulso: 82bpm (cheio e irregular); ▪ PA: 180 x 106mmHg (média de 3 medidas); Fatores de risco identificados no paciente: • História familiar de hipertensão arterial (pai), inclusive com complicação vascular. • Mãe teve infarto aos 76 anos. • Irmão com problemas de coração aos 20 anos. • Tabagismo, Alcoolismo, Sedentarismo, Obesidade IMC = 31, estresse, hábitos alimentares, como consumo de sal, dislipidemia. Exames laboratoriais do paciente • Glicemia–118 mg/dl; • Colesterol total–256 mg/dl; • HDL colesterol–35 mg/dl; • Triglicérides–250 mg/dl; • LDL =T/5 + HDL –CT = 171 mg/dl; • Creatinina–1,0 mg/dl (normal entre 0,3 e 1,3 mg/dl); • Potássio–4,1 mEq/l (normal entre 3,5 e 5,5 mEq/l); • Sumário da urina–sem alterações. Diagnóstico: Hipertensão arterial secundária estágio 3 (grave). Tratamento Este paciente foi estratificado como grupo B, de acordo com o Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, que recomenda, para este paciente, tratamento farmacológico. O objetivo do tratamento para este paciente é reduzir a morbimortalidade, através da utilização de medicamentos. O medicamento passado pelo médico foi a associação de Hidroclorotiazida (diurético tiazídico) e Propranolol (Inibidor adrenérgico-Betabloqueador). CONCEITO A pressão arterial consiste na força exercida pelo sangue sobre a parede do vaso, passível de mudanças com as atividades exercidas pelo indivíduo, idade, estado emocional (estresse), temperatura ambiente, posição postural e com uso de drogas (álcool, tabagismo, entre outras). Sua finalidade é propiciar uma perfusão tissular adequada (medida do volume de sangue que flui através dos capilares num tecido), permitindo as trocas metabólicas. A regulação da pressão arterial é uma das funções fisiológicas mais complexas, que depende de ações integradas dos sistemas cardiovascular, renal, neural e endócrino.
  • 3. Com a aferição da pressão arterial, determinamos duas pressões: máxima e mínima, sendo registrada em milímetros de mercúrio (mmHg): • Pressão Máxima: Quando ocorre a contração do coração, entre os batimentos cardíacos. É o primeiro número da medição da pressão arterial, que é normalmente cerca de 120. (Pressão sistólica). • Pressão Mínima: Quando ocorre dilatação do coração. É o segundo número na medida da pressão arterial, que é normalmente cerca de 80. (Pressão diastólica); A pressão arterial com valores normais situa-se abaixo de 120/80 mmHg. Se uma medição registrar uma pressão de 140/90 mmHg ou mais, estamos diante de um quadro de hipertensão. Diabéticos podem considerar dentro dos padrões uma pressão igual ou menor que 130/85 mmHg e pacientes renais crônicos, um resultado igual ou menor que 120/75 mmHg. • Valor ótimo de pressão arterial: <120 x 80 mmHg (12 por 8); • Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg; • Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: <130 x 80 mmHg. Normotensão: considera-se normotensão quando as medidas de consultório são ≤ 120/80 mmHg e as medidas fora dele confirmam os valores considerados normais referidos. A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença que afeta um grande número de pessoas em todo o mundo, com alta mortalidade, mas com controle clínico bem-sucedido na maioria dos casos, desde que seja feito diagnóstico precoce e ocorra adesão do doente ao tratamento proposto. Imagine o coração e os vasos sanguíneos como uma torneira aberta com vários esguichos. Se fecharmos a ponta desses esguichos, a pressão nessa torneira vai aumentar. No caso do coração, quando este bombeia o sangue, se os vasos estiverem estreitos, a pressão sobe. Quando houver um aumento no volume de sangue a ser ejetado, por exemplo quando os rins não funcionam normalmente ou quando o coração contrai de modo insuficiente, ou quando a frequência cardíaca aumenta, isto é, o coração bate mais vezes por minuto para ejetar um determinado volume de sangue, ou quando a resistência oferecida pelas artérias para a passagem do sangue estiver aumentada, ocorre aumento da pressão arterial. Outra possibilidade é as artérias de maior calibre perderem sua flexibilidade normal e tornarem-se rígidas, de modo que elas não conseguem expandir para permitir a passagem do sangue bombeado pelo coração. Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumentam. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustenta dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg de pressão arterial (PA). Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos- alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM). Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal. A prevalência da hipertensão arterial aumenta com o aumento da idade, de forma que, metade dos pacientes na faixa etária de 60-69 anos apresenta hipertensão arterial. Um estudo mostrou que 90% dos homens e mulheres normotensos aos 55 anos, tornam-se portadores da hipertensão arterial aos 80-85 anos. Só podemos afirmar que uma pessoa é hipertensa quando sua pressão arterial apresenta várias vezes o resultado 140×90. Isso porque uma alteração pode acontecer em situações de estresse ou exercício intenso, mas quando a pressão é alta mesmo se a pessoa estiver relaxada, é sinal de um quadro crônico.
  • 4. • Hipertensão arterial primária (essencial): a mais frequente, mais de 9 em cada dez hipertensos têm‐na, esta é a pressão arterial elevada para a qual nenhuma causa pode ser encontrada. A maioria das pessoas com pressão arterial elevada possuem este tipo de hipertensão. Os Médicos suspeitam que uma combinação de estilo de vida, idade, sexo, raça / etnia, níveis de hormônio, e outros fatores contribuem para uma pressão arterial alta. • Hipertensão arterial secundária (Hipertensão arterial não-essencial): esta é a pressão arterial elevada para que uma causa definitiva possa ser encontrada. Este tipo de pressão arterial elevada representa apenas 5 a 10 por cento dos casos de hipertensão. Algumas dessas causas são temporárias ou controláveis por exemplo, gravidez ou o uso de certos medicamentos, enquanto outras são condições crónicas como doenças hormonais, doenças renais ou lesões na cabeça, lesão vasos renais, patologia renal, doenças endocrinológicas. • Hipertensão arterial do avental branco: é a situação clinica caracterizada por valores anormais da pressão arterial no consultório, porém com valores considerados normais em medições feitas em casa. Desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na pressão arterial sistólica e/ou 10 mmHg na pressão arterial diastólica. Com base em quatro estudos populacionais, a prevalência global da hipertensão do avental branco é de 13% (intervalo de 9-16%) e atinge cerca de 32% (intervalo de 25- 46%) dos hipertensos, sendo mais comum (55%) nos pacientes em estágio 1 e 10% no estágio 3. Os doentes que têm este tipo de HTA têm um risco cardiovascular semelhante aos que são "sempre" hipertensos. • Hipertensão arterial mascarada: é caracterizada por valores normais da pressão arterial no consultório, porém com pressão arterial elevada pelas medidas residenciais. A prevalência da hipertensão mascarada é de 13% (intervalo de 10-17%) em estudos de base populacional. Vários fatores podem elevar a pressão arterial fora do consultório em relação à pressão arterial nele obtida, como idade, sexo masculino, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, hipertensão induzida pelo exercício, ansiedade, estresse, obesidade, diabetes melito, doença renal crônica e histórico familiar de hipertensão arterial sistêmica. A prevalência é maior quando a pressão arterial do consultório está́ no nível limítrofe. Estudos prospectivos indicam que a incidência de eventos doença cardiovascular é cerca de duas vezes maior na hipertensão mascarada do que na normotensão, sendo comparada à da Hipertensão arterial sistêmica. Em diabéticos, a hipertensão mascarada está associada a um risco aumentado de nefropatia, especialmente quando a elevação da pressão arterial ocorre durante o sono. • Hipertensão sistólica isolada: é definida como pressão arterial sistólica aumentada com pressão arterial diastólica normal. A pressão arterial é maior do que o normal quando o coração bate, mas retorna ao normal entre batidas do coração. A grande diferença de pressão pode colocar ainda mais pressão sobre as paredes das artérias. A hipertensão sistólica isolada (HSI) e a pressão de pulso (PP) são importantes fatores de risco cardiovascular (FRCV) em pacientes de meia-idade e idosos. ESTRUTURA ANATÔMICA Sistema circulatório (estrutura) Composto pelo: • Coração: o “motor” do sistema circulatório, tem a função de bombear o sangue, de forma que chegue a todo corpo. Com isso, o sangue que contém oxigênio pode alimentar a células do corpo. Uma circulação completa inclui duas passagens pelo coração: uma em direção ao corpo e a outra em direção ao pulmão. • Vasos: as veias, artérias e capilares. Que levam o sangue pelo corpo. • Sangue: material líquido que transporta os nutrientes e oxigenação para as células e tecidos do corpo. É bombeado pelo coração e é amplamente rico em nutrientes. Como a Hipertensão afeta o sistema circulatório Nosso organismo é sensível aos aumentos de pressão. Com o sangue sendo bombeado constantemente sob pressão mais alta, o coração, exausto com tanto esforço, começará a falhar podendo haver um colapso do sistema circulatório e até morte súbita.
  • 5. • Danos nas artérias As artérias saudáveis são flexíveis, fortes e elásticas. Seu revestimento interno é suave para que o sangue flua livremente, fornecendo aos órgãos vitais e tecidos, nutrientes e oxigênio. A hipertensão aumenta gradualmente a pressão do sangue que flui através de suas artérias. As artérias são vasos sanguíneos que possuem uma camada muscular que se contrai ou relaxa como intuito de manter constante o fluxo de sangue que chega até os órgãos a fim de impedir que eles sejam danificados. Como resultado, você pode ter: Artérias danificadas e estreitas (paredes da artéria menos elásticas, limitando o fluxo de sangue em todo o seu corpo), aneurisma (a pressão constante do sangue movendo-se através de uma artéria enfraquecida pode causar uma seção de sua parede para ampliar e formar uma protuberância, o aneurisma é essa protuberância. Um aneurisma pode, potencialmente, romper e causar sangramento interno com risco de morte.) • Danos no coração Doença coronariana (que afeta as artérias que fornecem sangue ao músculo cardíaco. As artérias estreitadas pela doença arterial coronariana não permitem que o sangue flua livremente pelas artérias, provocando dor no peito, um ataque cardíaco ou arritmias), Ventrículo esquerdo amplo (o ventrículo esquerdo engrossa ou endurece pela pressão arterial elevada que força o coração a trabalhar mais que o necessário (hipertrofia ventricular esquerda). Essas alterações limitam a capacidade do ventrículo de bombear o sangue para o seu corpo, o que aumenta o risco de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e morte cardíaca súbita), Insuficiência cardíaca (a elevação da pressão arterial a longo prazo pode causar o enfraquecimento do músculo do coração para enfraquece e trabalha de forma menos eficiente. Eventualmente, seu coração oprimido simplesmente começa a desgastar-se e falhar). Sistema Nervoso (estrutura) Composto pelo SNC e SNP. O SNC se divide em: • Encéfalo: está localizado na caixa craniana e apresenta três órgãos principais: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. ▪ Cérebro: o responsável pelo pensamento, visão, audição, tato, paladar, fala, escrita, etc, é sede dos atos conscientes e inconscientes, da memória, do raciocínio, da inteligência e da imaginação, e controla ainda, os movimentos voluntários do corpo. ▪ Cerebelo: está situado na parte posterior e abaixo do cérebro, ele coordena os movimentos precisos do corpo, além de manter o equilíbrio. Além disso, regula o tônus muscular, ou seja, regula o grau de contração dos músculos em repouso. ▪ Tronco Encefálico: está localizado na parte inferior do encéfalo, o tronco encefálico conduz os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa, além disso, produz os estímulos nervosos que controlam as atividades vitais como os movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos e os reflexos, como a tosse, o espirro e a deglutição. • Medula Espinhal: um cordão de tecido nervoso situado dentro da coluna vertebral. Na parte superior está conectada ao tronco encefálico. Sua função é conduzir os impulsos nervosos do restante do corpo para o cérebro e coordenar os atos involuntários. Temos no SNP: • Nervos cranianos: distribuem-se em 12 pares que saem do encéfalo, e sua função é transmitir mensagens sensoriais ou motoras, especialmente para as áreas da cabeça e do pescoço. • Nervos raquidianos: são 31 pares de nervos que saem da medula espinhal. São formados de neurônios sensoriais, que recebem estímulos do ambiente, e neurônios motores que levam impulsos do sistema nervoso central para os músculos ou para as glândulas.
  • 6. • Danos no cérebro O cérebro depende de um suprimento de sangue nutritivo para funcionar corretamente e sobreviver. Mas a pressão arterial elevada pode causar vários problemas, incluindo: Ataque isquêmico transitório (um mini ataque, é uma interrupção breve e temporária do fornecimento de sangue ao seu cérebro. É muitas vezes causada por aterosclerose ou um coágulo de sangue, ambos dos quais podem surgir de pressão arterial elevada. Um ataque isquêmico transitório é muitas vezes um aviso de que você está em risco de um acidente vascular cerebral completo), Acidente vascular encefálico (ocorre quando parte do seu cérebro é privado de oxigênio e nutrientes, fazendo com que as células cerebrais morram. A hipertensão arterial descontrolada pode levar a um acidente vascular cerebral, danificando e enfraquecendo os vasos sanguíneos do cérebro, fazendo com que se estreitem, se rompam ou vazem. A pressão arterial elevada também pode causar coágulos de sangue formados nas artérias que levam ao seu cérebro, bloqueando o fluxo sanguíneo e potencialmente causando um acidente vascular cerebral), Demência (uma doença cerebral que resulta em problemas de pensamento, fala, raciocínio, memória, visão e movimento. A demência vascular, pode resultar de estreitamento e bloqueio das artérias que fornecem sangue para o cérebro. Também pode resultar de derrames causados por uma interrupção do fluxo sanguíneo para o encéfalo. Em ambos os casos, a pressão arterial elevada pode ser a culpada), Comprometimento cognitivo leve (é um estágio de transição entre as mudanças na compreensão e memória que vêm com o envelhecimento e os problemas mais graves causados pela doença de Alzheimer. Tal como a demência, pode resultar do bloqueio do fluxo sanguíneo para o cérebro quando a pressão arterial elevada danifica as artérias). • Danos nos olhos Vasos sanguíneos delicados fornecem sangue aos seus olhos. Como outros vasos, eles também podem ser danificados pela pressão arterial elevada: Danos nos vasos sanguíneos dos olhos (a Retinopatia, condição que pode levar à hemorragia no olho, visão turva e perda completa da visão), Acúmulo de líquido sob a retina (o líquido se acumula sob sua retina por causa de um vaso sanguíneo com vazamento. Pode resultar em visão distorcida ou, em alguns casos, em uma cicatriz que prejudica a visão). Sistema Urinário (estrutura) Composto por: • Rins: são órgãos que se situam na parte posterior da cavidade abdominal, localizados um em cada lado da coluna vertebral. Dentro dos rins se encontram os Néfrons, a unidade básica de filtragem do sangue, que é formada pelos glomérulos, pela cápsula glomerular e pelo túbulo renal. Que fazem a filtragem e absorção de componentes importantes do sangue (como água e sais minerais), fazem a produção da urina e a excreção da mesma. • Vias Urinárias: ▪ Bexiga Urinária: órgão muscular elástico que está situada na parte inferior do abdome com a função de acumular a urina que chega dos ureteres. ▪ Ureteres: são dois tubos de aproximadamente 20 cm de comprimento cada, que conduz a urina dos rins para a bexiga. ▪ Uretra: um tubo muscular, que conduz a urina da bexiga para fora do corpo. Além de afetar o corpo por completo, como seu nome cientifico diz: Hipertensão arterial sistêmica. A hipertensão pode ser causada por um problema nos rins no Sistema renina-angiotensina-aldosterona (S-RAA), o qual é um sistema enzimático-peptídico sintetizado tanto na circulação como nos tecidos e é responsável por um dos mais potentes mecanismos de vasoconstrição. O grande feito desse sistema é permitir a ingestão de grandes ou pequenas quantidades de sal sem causar variações excessivas de pressão arterial. A renina é uma enzima liberada pelos rins quando a pressão arterial fica baixa, a fim de elevar a mesma por meio de dois mecanismos, um imediato e outro a longo prazo. Ela é produzida e
  • 7. armazenada na sua forma inativa, a pró-renina. Quando a pressão arterial cai, a renina é liberada no sangue, espalhando-se pelo organismo e permanecendo nele de 30 minutos a 1 hora. Ao chegar à circulação sanguínea, essa enzima transforma o angiotensinogênio, uma proteína encontrada no plasma, em um vasoconstritor leve, a angiotensina I. Esta, poucos segundos após sua formação, é convertida em angiotensina II pela enzima conversora nos vasos sanguíneos pulmonares, a qual é uma forte vasoconstritora, propriedade que permite elevar a resistência periférica e, consequentemente, a pressão arterial. Este efeito da ação da angiotensina II é imediato, ocorre a diminuição da excreção de sal e água pelos rins, provocadora do aumento do volume de líquido extracelular e, por conseguinte, da pressão arterial. O sistema renina-angiotensina, além de elevar a pressão arterial quando ela está baixa, pode ainda diminuí-la para níveis normais quando a mesma está alta, por meio do mecanismo de feedback. O mecanismo responsável pela hipertensão arterial crônica (a longo prazo) é o da retenção de água e sal pelos rins provocado pela angiotensina II, visto que o mecanismo vasoconstritor sozinho não seria suficiente para manter os níveis de pressão elevados por muito tempo. Isso se deve ao comportamento renal sem sofrer a intervenção da angiotensina, que seria a produção de diurese e natriurese de pressão, diminuindo o volume de sangue e a pressão arterial. A Hipertensão causada por rins doentes que secretam cronicamente renina: ocorre quando apenas uma parte dos rins sofre com isquemia e leva à produção de angiotensina, que atinge as outras regiões dos dois órgãos e provoca a retenção de sal e líquido geral. O sistema renina-angiotensina-aldosterona desempenha múltiplas funções sobre diferentes sistemas, como: • Cardiovascular, regulando a pressão arterial e o tônus vascular; • Endócrino, liberando aldosterona; • Neuronal, liberando catecolaminas. A hipertensão também pode causar disfunção sexual Para alguns homens, a diminuição do fluxo sanguíneo torna difícil conseguir e manter ereções – muitas vezes referida como disfunção erétil. O problema é bastante comum, especialmente entre os homens que não tratam a pressão arterial elevada da maneira devida. As mulheres podem ter disfunção sexual como um efeito colateral da pressão arterial elevada também. A pressão arterial elevada pode reduzir o fluxo sanguíneo para a vagina. Para algumas mulheres, isso leva a uma diminuição no desejo sexual ou excitação, secura vaginal, ou dificuldade em atingir o orgasmo. Perda óssea A pressão arterial elevada pode aumentar a quantidade de cálcio que está na sua urina. A eliminação excessiva de cálcio pode levar à perda de densidade óssea (osteoporose), que por sua vez pode levar a ossos quebrados. O risco é especialmente aumentado em mulheres mais velhas. Problemas para dormir A apneia obstrutiva do sono – uma condição em que os músculos da garganta relaxam causando o ronco alto – ocorre em mais de metade das pessoas com pressão arterial elevada. Além disso, a privação de sono resultante da apneia pode aumentar a sua pressão arterial. ETIOLOGIA Causas Em cerca de 90% dos casos, a hipertensão não tem causas definidas chegando a se considerar o fator genético como forte fator de risco para o desenvolvimento da doença. Essa propensão ataca homens e mulheres de forma igualitária e preocupante. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, 1 em cada 4 pessoas adultas é considerada hipertensa no Brasil.
  • 8. Ou seja, se alguém da sua família (mãe, pai, avô ou outro parente próximo) tem problema de pressão alta, há boas chances de você também ter. Apenas de 5 a 10 % dos casos é decorrente de outras doenças como insuficiência renal, hipotireoidismo, apneia do sono e Diabetes Melitus. Por isso, é muito mais seguro considerar não as causas, mas os fatores de risco da pressão alta e agir na prevenção. Ao contrário do que se pensa, nem sempre a pessoa nasce com a probabilidade de ter pressão alta, mas pode adquiri-la por conta de hábitos de vida não saudáveis. Afinal a alimentação excessivamente gordurosa, falta de atividade física, stress e tabagismo contribuem para o entupimento das veias criando um fator de duplo risco para quem tem a propensão. Esta combinação de fatores faz com que se aumente em muito os riscos de infarto do miocárdio, entupimento das veias e derrame cerebral. Fatores de risco • Tabagismo; • Dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue); • Diabete melito (excesso de açúcar no sangue); • Idade acima de 60 anos; • Afro-descendência; • Obesidade; • Maus hábitos alimentares – excesso de sal e gordura na comida; • Estresse; • Excesso na ingestão de bebidas alcoólicas; • Sedentarismo; • Fatores socioeconômicos; • Sexo: homens ou mulheres pós-menopausa; • História familiar de doença cardiovascular em: Mulheres com menos de 65 anos de idade/Homens com menos de 55 anos de idade. Sintomas Um dos principais problemas da hipertensão é que na maior parte das vezes, a pessoa nem sabe que tem o problema. Ela é chamada de “assassina silenciosa”, porque não apresenta sintomas durante anos até o momento em que atinge um órgão vital. Por isso, é importante fazer a medição regularmente, assim como exames de sangue. É esse cuidado que vai ajudar a manter a pressão controlada, evitando danos a sua saúde. A manifestação da hipertensão arterial sistêmica só vai se manifestar quando houver crises de pressão alta, nestes casos poderá ocorrer: • Dor no peito • Fraqueza • Sudorese • Tontura • Zumbido no ouvido • Tontura • Perda de sangue pelo nariz • Dores de cabeça • Falta de ar • Visão embaçada • Agitação • Vômito ACHADOS CLÍNICOS Avaliação básica Os exames laboratoriais recomendados como básicos na avaliação do hipertenso:
  • 9. Exames que fazem parte da rotina mínima do portador de hipertensão arterial (quando possível): • Exame de urina: bioquímica e sedimento; • Creatinina • Potássio; • Glicemia; • Colesterol total, HDL e Triglicérides; • Hematológico; • Eletrocardiograma de repouso. Avaliação complementar De acordo com a indicação clínica, os exames relacionados poderão fazer parte da avaliação laboratorial complementar do paciente hipertenso: • Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial; • Ecocardiograma (exame que através do eco produzido pelo som, permite o diagnóstico em tempo real de estruturas e órgãos do organismo); • Radiografia de tórax; • Teste de esforço (paciente com risco coronariano); • Proteinúria de 24 horas; • Hematócrito e hemoglobina; • Cálcio; • TSH (faz diagnóstico de hipertireoidismo e hipotireoidismo). TRATAMENTO Estratificação em grupos, de acordo com o fator de risco individual • Grupo A: sem fatores de risco e sem lesão em órgãos-alvo; • Grupo B: presença de fatores de risco (não incluindo diabetes mellitus e sem lesão em órgãos-alvo; • Grupo C: presença de lesão em órgãos-alvo, diabetes mellitus e/ou doença cardiovascular clinicamente identificável. O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a medicamentos anti- hipertensivos. A decisão terapêutica deve levar em conta, além dos valores da pressão arterial, a presença ou não de lesões em órgãos-alvo e de fatores de risco cardiovascular associados. Todos os pacientes com hipertensão arterial moderada e severa (estágios 2 e 3) devem receber tratamento medicamentoso inicial. O tratamento medicamentoso também está indicado para os pacientes hipertensos com lesão em órgãos-alvo, ou doença cardiovascular, ou diabete melito, independentemente do estágio da hipertensão arterial. Pacientes com valores de pressão arterial enquadrados na faixa normal limítrofe, mas pertencentes ao grupo de risco C devem receber tratamento medicamentoso caso apresentem insuficiência cardíaca, insuficiência renal, ou diabete melito. Na hipertensão leve (estágio 1), os pacientes enquadrados nos grupos de risco A e B são elegíveis para ser tratados unicamente com modificações no estilo de vida por 6 a 12 meses. Se, nesse período de acompanhamento, a pressão arterial não for controlada, o tratamento medicamentoso deverá ser considerado. A idade avançada ou a presença de pressão sistólica elevada isoladamente não alteram a decisão terapêutica. Tratamento não-medicamentoso O tratamento não-medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial.
  • 10. Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que normotensos, mas de alto risco cardiovascular. Dentre essas modificações, as que comprovadamente reduzem a pressão arterial são: • Medidas com maior eficácia anti-hipertensiva ▪ Redução do peso corporal; ▪ Redução da ingestão de sódio; ▪ Maior ingestão de alimentos ricos em potássio; ▪ Redução do consumo de bebidas alcoólicas; ▪ Exercícios físicos regulares. • Medidas sem avaliação definitiva ▪ Suplementação de cálcio e magnésio; ▪ Dietas vegetarianas ricas em fibras; ▪ Medidas antiestresse. • Medidas associadas ▪ Abandono do tabagismo; ▪ Controle das dislipidemias; ▪ Controle do diabete melito; ▪ Evitar drogas que potencialmente elevem a pressão. Considerações gerais sobre o Tratamento Não-Medicamentoso Torna-se evidente que quase todas as medidas não-medicamentosas dependem de mudanças no estilo de vida de forma permanente. Em razão de a abordagem do hipertenso ser direcionada a diversos objetivos, a ação médica é beneficiada com a abordagem multiprofissional. Vale ressaltar que é de fundamental importância o envolvimento dos familiares do hipertenso na busca das metas a serem atingidas pelas modificações do estilo de vida. As razões que tornam as modificações do estilo de vida úteis são: • Baixo custo e risco mínimo; • Redução da pressão arterial, favorecendo o controle de outros fatores de risco; • Aumento da eficácia do tratamento medicamentoso; • Redução do risco cardiovascular. Tratamento medicamentoso O objetivo do tratamento medicamentoso é reduzir a resistência vascular periférica, promovendo vasodilatação. Os diferentes agentes anti-hipertensivo o fazem por diferentes mecanismos. Entre os agentes de primeira linha recomenda-se a utilização de: diurético tiazídicos: inicialmente promovem diminuição da quantidade de sal e água do organismo, e posteriormente promovem dilatação das artérias, diminuindo desta forma a resistência vascular e a pressão arterial. Betabloqueadores: bloqueia os efeitos do sistema nervoso simpático, sistema que pode responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial. Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos: • Diuréticos • Inibidores adrenérgicos • Vasodilatadores diretos • Inibidores da enzima conversora da angiotensina • Antagonistas dos canais de cálcio • Antagonistas do receptor da angiotensina II
  • 11. Qualquer grupo de medicamentos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser apropriado para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes portadores de hipertensão arterial leve a moderada, que não responderam às medidas não- medicamentosas. Diuréticos O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira fase, à depleção de volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica decorrente de mecanismos diversos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial, tendo sido comprovada sua eficácia na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Como anti-hipertensivos, dá-se preferência aos diuréticos tiazídicos e similares. Diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiências renal e cardíaca. Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena potência diurética, mas quando associados a tiazídicos e diuréticos de alça são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia. O uso de diuréticos poupadores de potássio em pacientes com redução de função renal pode acarretar hiperpotassemia. Entre os efeitos indesejáveis dos diuréticos, ressalta-se fundamentalmente a hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia (que pode induzir arritmias ventriculares), e a hiperuricemia. É ainda relevante o fato de os diuréticos poderem provocar intolerância à glicose. Podem também promover aumento dos níveis séricos de triglicerídeos, em geral dependente da dose, transitório e de importância clínica ainda não comprovada. Em muitos casos, provocam disfunção sexual. Em geral, o aparecimento dos efeitos indesejáveis dos diuréticos está relacionado à dosagem utilizada. Inibidores adrenérgicos • Ação central Atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos (alfametildopa, clonidina e guanabenzo) e/ou os receptores imidazolidínicos (moxonidina) no sistema nervoso central, reduzindo a descarga simpática. A eficácia anti-hipertensiva desse grupo de medicamentos como monoterapia é, em geral, discreta. Até o presente momento, não existe experiência clínica suficiente em nosso meio com o inibidor dos receptores imidazolidínicos. Essas drogas podem ser úteis em associação com medicamentos de outras classes terapêuticas, particularmente quando existem evidências de hiperatividade simpática. Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se aqueles decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e impotência. Especificamente com a alfametildopa, pode ocorrer ainda, com pequena frequência, galactorréia, anemia hemolítica e lesão hepática. O emprego da alfametildopa é contraindicado na presença de disfunção hepática. No caso da clonidina, destaca-se a hipertensão rebote, quando da suspensão brusca da medicação. • Alfa-1 bloqueadores Apresentam baixa eficácia como monoterapia, devendo ser utilizados em associação com outros anti- hipertensivos. Podem induzir o aparecimento de tolerância farmacológica, que obriga o uso de doses crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora do metabolismo lipídico (discreta) e da urodinâmica (sintomas) de pacientes com hipertrofia prostática. Os efeitos indesejáveis mais comuns são: hipotensão postural (mais evidente com a primeira dose), palpitação e, eventualmente, astenia. • Betabloqueadores O mecanismo anti-hipertensivo, complexo, envolve diminuição do débito cardíaco (ação inicial), redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Esses medicamentos são eficazes como monoterapia, tendo sido comprovada sua eficácia na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Aqueles com atividade simpatomimética intrínseca são úteis em gestantes hipertensas e em pacientes com feocromocitoma. Constituem a primeira opção na hipertensão arterial associada a doença coronariana ou arritmias cardíacas. São úteis em pacientes com síndrome de cefaleia de origem
  • 12. vascular (enxaqueca). Entre as reações indesejáveis dos betabloqueadores destacam-se: broncoespasmo, bradicardia excessiva (inferior a 50 bat/min), distúrbios da condução atrioventricular, depressão miocárdica, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual. Do ponto de vista metabólico, podem acarretar intolerância à glicose, hipertrigliceridemia e redução do HDL-colesterol. A importância clínica das alterações lipídicas induzidas pelos betabloqueadores ainda não está comprovada. A suspensão brusca desses bloqueadores pode provocar hiperatividade simpática, com hipertensão rebote e/ou manifestações de isquemia miocárdica. Os betabloqueadores são formalmente contraindicados em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus. Devem ser utilizados com cautela em pacientes com doença arterial obstrutiva periférica. Vasodilatadores diretos Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com conseqüente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Em consequência da vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia, devendo ser utilizados associados a diuréticos e/ ou betabloqueadores. Antagonistas dos canais de cálcio A ação anti-hipertensiva dos antagonistas dos canais de cálcio decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Não obstante o mecanismo final comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido em 4 subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas (verapamil), benzotiazepinas (diltiazem), diidropiridinas (nifedipina, isradipina, nitrendipina, felodipina, amlodipina, nisoldipina, lacidipina) e antagonistas do canal T (mibefradil). São medicamentos eficazes como monoterapia, e a nitrendipina mostrou-se também eficiente na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares em idosos com hipertensão sistólica isolada. No tratamento da hipertensão arterial, deve-se dar preferência ao uso dos antagonistas dos canais de cálcio de longa duração de ação (intrínseca ou por formulação galênica), não sendo recomendada a utilização de antagonistas dos canais de cálcio de curta duração de ação. Os efeitos adversos desse grupo incluem: cefaleia, tontura, rubor facial (mais frequentes com diidropiridínicos de curta duração de ação) e edema periférico. Mais raramente, podem induzir hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de curta duração de ação acarretam importante estimulação simpática reflexa, deletéria ao sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular. Bradicardia excessiva também tem sido relatada com essas duas drogas e com o mibefradil especialmente quando utilizados em associação com betabloqueadores. Obstipação intestinal é um efeito indesejável observado principalmente com verapamil. Inibidores da enzima conversora da angiotensina O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial. Também reduzem a morbidade e a mortalidade de pacientes hipertensos com insuficiência cardíaca, e de pacientes com infarto agudo do miocárdio, especialmente daqueles com baixa fração de ejeção. Quando administrados a longo prazo, os inibidores da ECA retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética e de outras etiologias. Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se tosse seca, alteração do paladar e reações de hipersensibilidade (erupção cutânea, edema angioneurótico). Em indivíduos com insuficiência renal crônica, podem induzir hiperpotassemia. Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou com rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina.
  • 13. Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode se acompanhar de aumento dos níveis séricos de creatinina. Entretanto, a longo prazo, prepondera o efeito nefro protetor dessas drogas. Em associação com diurético, a ação anti-hipertensiva dos inibidores da ECA é magnificada, podendo ocorrer hipotensão postural. Seu uso é contraindicado na gravidez. Em adolescentes e mulheres jovens em idade fértil e que não façam uso de método anticoncepcional medicamente aceitável, o emprego dos inibidores da ECA deve ser cauteloso devido ao risco de malformações fetais. Antagonistas do receptor da angiotensina II Essas drogas antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes como monoterapia no tratamento do paciente hipertenso. Em um estudo (ELITE), mostraram-se eficazes na redução da morbidade e da mortalidade de pacientes idosos com insuficiência cardíaca. Apresentam bom perfil de tolerabilidade e os efeitos colaterais relatados são tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”). As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os inibidores da ECA. Associação As associações de drogas devem seguir um racional, obedecendo- se a premissa de não associar drogas com mecanismos de ação similares, à exceção da associação de diuréticos tiazídicos e de alça com poupadores de potássio. Como norma, não é recomendado iniciar o tratamento com associações fixas de drogas. Todas as associações entre as diferentes classes de anti-hipertensivos são eficazes. Entretanto, os diuréticos em doses baixas como segunda droga têm sido universalmente utilizados com bons resultados clínicos. Algumas associações fixas de drogas estão disponíveis no mercado. Seu emprego após o insucesso da monoterapia, desde que criterioso, pode ser útil por simplificar o esquema posológico, reduzindo o número de comprimidos administrados. Para os casos de hipertensão resistente à dupla terapia, pode-se prescrever terapia com três ou mais drogas. Nessa situação, o uso de diuréticos é fundamental. Atuação farmacêutica O farmacêutico da unidade básica de saúde dispensou os medicamentos ao paciente e o questionou se ele tinha dúvidas para iniciar o tratamento anti‑hipertensivo. Orientou‑o para os horários de administração que seriam mais adequados, bem como a melhor forma de ingeri‑los e de que forma poderia ficar atento para sintomas que revelassem a falha na farmacoterapia. Se colocou à disposição para maiores esclarecimentos e medidas de PA periódicas. A necessidade de monitorização e acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, para verificação de sua resposta terapêutica, prevenindo e intervindo nos problemas relacionados aos medicamentos, e importante para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, podendo o farmacêutico, em conjunto com o médico e até uma equipe multidisciplinar, executar este importante papel elaborando o perfil farmacoterapêutico dos pacientes na identificação e prevenção de RAM (reações adversas ao medicamento). A Atenção Farmacêutica está fundamentada no fazer em detrimento da construção do ser e de estar presente, isto é, deve estar integrado aos problemas do paciente, (paciente= foco da Atenção Farmacêutica), interagindo com o paciente e outros profissionais, ampliando, portanto, o conceito de saúde, que visam promover o uso racional dos medicamentos e a manutenção da efetividade e segurança do tratamento. O farmacêutico além de dispensar um medicamento também implica em orientar ao paciente para que este cumpra com as indicações do médico, ou seja, implica em uma comunicação farmacêutico- paciente que conduza ao uso correto do medicamento e a maior adesão ao tratamento. No Brasil existe uma proposta conceitual que considera a atenção farmacêutica como “um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica que compreende atitudes,
  • 14. valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, e que favorece a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional. Após a intervenção farmacológica, espera-se que a paciente melhore sua qualidade de vida, administrando os medicamentos de forma correta, atentando para os horários e modo de administração, e, realize periodicamente exames laboratoriais visando uma manutenção na glicemia. EPIDEMIOLOGIA Junto com o diabetes, o tabagismo e a dislipidemia, a hipertensão arterial constitui importante fator de risco para as doenças cardiovasculares responsáveis por cerca de 30% das mortes. A Hipertensão é muito comum, acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estimasse que atinja em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, existem cerca de 13 milhões de pessoas com a doença, que atinge principalmente adultos com mais de 60 anos. Um dos fatores que têm contribuído para o aumento dos casos de hipertensão é o estilo de vida moderno, que envolve maus hábitos alimentares, sedentarismo obesidade e estresse. Muita gente nem sabe que tem a doença, até que ela provoque lesões nos órgãos vitais como o coração, os rins e no cérebro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a pressão alta é uma das principais causas de infarto do miocárdio, insuficiência renal e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no país. As taxas de mortalidade têm apresentado redução ao longo dos anos, com exceção das doenças hipertensivas (DH), que aumentou entre 2002 e 2009. As doenças cardiovasculares são ainda responsáveis por alta frequência de internações, com custos socioeconômicos elevados. Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam significativa redução da tendência de internação por HA, de 98,1/100.000 habitantes em 2000 para 44,2/100.000 habitantes em 2013.
  • 15. REFERÊNCIAS • FISIOPATOLOGIA APLICADA. O sistema renina-angiotensina-aldosterona. Disponível em: <http://fisiologiaufs.xpg.uol.com.br/apostilas/sistema_renina_angiotensina.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2001. • PDF. A estratificação de risco para hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e doenca renal crônica. Disponível em: <http://www.conass.org.br/liacc/wp- content/uploads/2015/02/oficina-3-estratificacao-de-risco-hiper-dia-drc.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2013. • PDF. Epidemiologia da hipertensão arterial no brasil e no mundo. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/rodrigo_olmos/publication/259453495_epidemiologia_da_hi pertensao_arterial_no_brasil_e_no_mundo/links/02e7e52bb78dfb8828000000/epidemiologia-da- hipertensao-arterial-no-brasil-e-no-mundo.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2002. • PDF. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/marcelosacavem/atencao-farmaceutica-na-hipertencao-arterial-tcc>. Acesso em: 10 mar. 2012. • PDF. Hipertensão arterial. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/revistas/2000/num1/parte4.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2001. • PDF. Hipertensão e diabetes: um estudo de caso clínico¹. Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/trabalhos/6192.pdf>. Acesso em: 04 mai. 2008. • PDF. O papel do sistema renina-angiotensinaaldosterona no desenvolvimento da hipertensão arterial associada à obesidade. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7- 2/008.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2002. • PDF. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caso_clinico_hip_arterial.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016. • PDF. Reflexos cardiovasculares e hipertensão arterial. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/005.pdf>. Acesso em: 01 jan. 2001. • PUBLICACOES.CARDIO. 7ª diretriz brasileira de hipertensão arterial. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_hipertensao_arterial.pdf>. Acesso em: 03 set. 2016. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. O que é hipertensão?. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/geral/faq.asp>. Acesso em: 04 mai. 2015.