SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
Cuidados pré e pós-operatórios em
Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Jônatas Catunda de Freitas
Médico Residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, R3
Fortaleza - Outubro de 2016 1
Enfoque Multidisciplinar
Introdução
• Equipe de referência
– Multidisciplinar
– Definir estratégias para melhorar o cuidado com o paciente de
cabeça e pescoço
– Capacitar profissionais envolvidos
• Fluxogramas - padronizar as condutas do Serviço
• Livro do Serviço
• Simpósio multidisciplinar em CCP
2
• Novembro/2015
3
Pré-operatório
• Estadiar - Indicar - Planejar o melhor tratamento
• Principal objetivo: segurança do paciente
• Avaliar doenças já conhecidas e identificar “novas”
doenças
• Reduzir morbimortalidade trans e pós-operatória
• Ressecável Vs Operável
• Preparo psicológico - consentimento
4
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
Consulta pré-operatória
• Anamnese objetiva
• Avaliação de comorbidades e uso de medicamentos
• Cirurgias prévias, alergias , tabagismo, alcoolismo
• Avaliação do perfil psicológico e social
• Exame locorregional
• Exames complementares ao estadiamento / pre-op.
• Encaminhamento para avaliação de outras
especialidades e equipe multidisciplinar
5
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013Jônatas Catunda
Consulta pré-operatória
• Equipe multidisciplinar
– Nutrição – avaliar estado nutricional pré-
operatório e necessidades nutricionais no pós
– Psicologia – preparo emocional do paciente e
familiares
– Fonoaudiologia – planejar reabilitação vocal /
deglutição
– Odontologia – tratamento dentário precoce
– Enfermagem
– Fisioterapia
– Assistente social
6
Tratamento
7
Manual de Condutas - AC Camargo
Cuidados pós-operatórios Gerais
8
Cuidados pós-operatórios gerais
• Imediato:
• Hidratação / correção de eletrólitos
• Analgesia
• Diminuir pressão venosa em região cervical
• Cabeceira elevada
• Antieméticos
• Nebulização
9
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
• Iniciar dieta enteral precocemente, 1º PO
– Reduzir hidratação venosa ao iniciar dieta pela SNE, hidratar com
água livre pela SNE
– Ensinar paciente e familiares a cuidar da sonda
• Sentar o paciente e estimular deambulação precoce
– Evita complicações pulmonares e tromboembólicas
– Manter um mínimo de devices presos ao paciente para facilitar
deambulação (equipo, SVD, SNE, drenos)
• Em cirurgias maiores pacientes recebem alta após
– retirada dos drenos
– troca do tqt pelo metálico
10
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
Cuidados pós-operatórios gerais
Drenos
• Indicado usar quando houver grande área de dissecção Ex. Esvaziamentos
cervicais / tireoidectomias por bócio volumoso / grandes retalhos
• Sistema aberto (penrose) X fechado (portovac / blake)
• Laminar / Tubular / tubulo-laminar
• Em geral – remover quando debito < 70ml/24h (desfazer aspiração antes de
retirar)
• Débito elevado ou persistente – suspeitar de fístulas
11
Sabiston 19a ed. 2012
Traqueostomia
• Necessária em cirurgias maiores
– garantir via aérea no pós-operatório
– Reconstrução com retalhos – risco de obstrução de VA
• Se Trismo / volume tumoral – TQT antes da indução anestésica
• Ter um baixo limiar. Na dúvida = TQT
• De maneira geral os pacientes da cabeça e pescoço recebem
alta com o traqueóstomo
The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan 12
Traqueostomia
• Enquanto permanecer traqueostomizado:
– Fisioterapia respiratória
– Nebulização intermitente ou contínua
– Aspirar VA se muito secretivo
– Trocar tqt descartável se sinais de rolha - ruído inspiratório ou
dispnéia
– Cuidados com tqt metálico – ensinar paciente e familiares
• 1º PO ou 2º PO – paciente sentado, desinsuflar Cuff e avaliar se tolera –
tosse persistente por mais de 5 minutos – reinsuflar
• Tolerou cuff desinsuflado por 24h
– Se previsão de decanulação precoce, iniciar oclusão
• Tolerou oclusão por 24h - decanular
– se previsão de alta com tqt, trocar pelo tqt metálico – ensinar os
cuidados
13
The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan
Alta Hospitalar
• Na alta, o paciente deve receber todas as orientações
de como continuar o tratamento em casa
• Orientações sobre:
– Medicações
– Possíveis complicações e o que fazer
– Curativos
– Dieta enteral e uso de medicações pela SNE
– Seguimento ambulatorial
– Cuidados com o traqueóstomo e possíveis
intercorrências (decanulação acidental /
obstrução)
14
Cuidados pós-operatórios específicos
por procedimento
15
Tireoidectomias
• Em geral, pacientes evoluem muito bem
• Alta no 1º PO com reposição de hormônio tireoidiano e
cálcio
• Retirar dreno penrose
• Maior porte = recuperação mais lenta / uso de drenos
– Bócio volumoso / mergulhante
– Esvaziamento cervical lateral
16
Tireoidectomias
• Possíveis complicações pós-operatórias
• Hematoma
– Primeiras 12h. Compressão de VA e dispneia importante.
Risco de vida
– Desaparecimento das pregas cervicais / edema cervical –
sinais alarmantes – fazer curativo pequeno
– Conduta: abrir os pontos no leito / levar para cc
• Lesão do nervo laringeo recorrente = paralisia de prega vocal.
– Se unilateral = rouquidão
– se bilateral = dispneia grave com estridor ou afonia e
broncoaspiração. Conduta: traqueostomia
17
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
Tireoidectomias
• Hipocalcemia
– Alta precoce com cálcio oral ou alta após valores
normais de Ca e PTH
• Se hipocalcemia sintomática (parestesias periorais e
extremidades, cãimbras, vômitos, ansiedade, tetania)
• Gluconato de cálcio 10% 1 ou 2 amp. em 100ml SG
• 10 amp + 900ml SG em BIC 50ml/h ate limite inferior do
cálcio
• Repor magnésio
18
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
Paratireoidectomias
• Controle do hiperpara primário ou secundário
• Pré-operatório – corrigir hipercalcemia
• Hidratação adequada / furosemida / alendronato
• Pós-operatório – manejo semelhantes às tireoidectomias
• Hipocalcemia aguda - fome óssea
• Repor cálcio, magnésio e vitamina D
19
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
Laringectomia Total
• 2 tipos de paciente – virgem de tratamento / resgate
após radioterapia e quimioterapia – complicam mais
• Traqueostoma definitivo – Trocar precocemente por
metálico
• Dieta por SNE por pelo menos 10 dias – prevenir fístula
• Remover drenos <70ml/24h
• 1º PO – retirar svd / iniciar dieta / sentar o paciente fora
do leito / fisioterapia respiratória
• Cuidados para prevenir fístula salivar
20The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan
Glossectomia total
• Traqueostomia
• Dieta enteral por pelo menos 15 dias – até
reabilitar deglutição com fonoterapia
• Remover drenos <70ml/24h
• 1º PO – retirar svd / iniciar dieta / sentar o
paciente fora do leito / fisioterapia respiratória
• Cuidados com o retalho – reconstrução do
assoalho da boca
• Cuidados para prevenir fístula salivar
21
Tumores de pele
• Geralmente cirurgias ambulatoriais
• Retalhos / enxertos
• Curativo com Kollagenase / Atb
• Sangramento discreto nas primeiras 24h é
comum – compressão local
• Edema facial – compressa gelada
• Retirar os pontos – 7 a 15 dias
22
Cirurgias de base do crânio
• Geralmente cirurgias de grande porte
– Traqueostomia
– SNE
– Drenos
– Retalhos – locais ou microcirúrgicos
– Atb
• Vigilância do estado neurológico, reflexos, pupilas,
aparecimento de cefaléia
– Hematoma intracraniano, pneumoencéfalo,
meningite, fístula liquórica = aumento da pressão
intracraniana
23
Manejo das principais complicações
pós-operatórias em cirurgia de cabeça
e pescoço
24
Principais complicações
• Hematoma
• Seroma
• Infecção de SC
• Fístula salivar
• Fístula quilosa
• Lesão de nervos
25
Fístulas salivares
• Fatores de risco – Radioterapia prévia, anemia, desnutrição, estadio avançado,
infecção, DPOC, diabetes
• Prevenção e tratamento de fístulas salivares
• SNE
• ATB
• Amitriptilina e buscopam simples (efeito colateral anticolinérgico -
xerostomia)
• Diagnóstico
• Persistência ou aumento do débito do dreno
• Teste com azul de metileno
• Tratamento
• Curativo compressivo
• Óleo de girassol
• Cânula se Shiley 26
Fístula quilosa
• Esvaziamento cervical à esquerda - lesão do duto
torácico
– Drena toda a linfa do corpo na junção da veia
jugular interna esquerda com v. Subclávia
– Tratamento:
– Dieta pobre em ácidos graxos de cadeia longa
– Curativo compressivo / ocluir dreno por 24h
27
Lesões de nervos
• Reabilitação para recuperar motilidade / reduzir
atrofia / tratar dor crônica
• Fisioterapia
– N. Acessório – elevação do ombro
• Fonoaudiologia
– N. Facial – músculos da mímica
– N. Hipoglosso – músculos da língua
– N. Laringeo recorrente / N. Vago – pregas vocais
28
Seguimento ambulatorial pós-
operatório
29
Seguimento
• Seguimento regular para paciente oncológico
– Ate 3º ano consultas 3-3 meses
– 3º ao 5º ano consultas 6-6 meses
– Após 5 anos – consultas anuais
• 1ª TC 3 meses após concluir tratamento e 6/6 meses
• Tratamento adjuvante - RIT / RT / QT
30
Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013Jônatas Catunda
Seguimento
• Encaminhamentos pós-operatórios
• Nutrição – dieta enteral / desnutrição
• Fisioterapia - esvaziamentos cervicais - lesão n. acessório /
traqueostomia / DPOC
• Fonoaudiologia - disfagia / disfonia / voz esofágica / paralisia
facial
• Enfermagem – se curativos especiais / infecção de FO / fístulas
• Protesista - obturatória / órbita / rinectomia
• Psicologia
31
Obrigado!
32
Bibliografia
• Manual do Residente de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço USP. 2a edição, 2013. Vergilius JF
Araújo, Lenine Garcia et al
• Head and Neck – Surgery and Oncology, 4th ed
2012 - Jatin Shah
• Sabiston Textbook of Surgery 19th ed. 2012
33
Jônatas Catunda

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Insuficiência hepática e Hipertensão Porta
Insuficiência hepática e Hipertensão PortaInsuficiência hepática e Hipertensão Porta
Insuficiência hepática e Hipertensão Portapauloalambert
 
Exame físico geral 2
Exame físico geral 2Exame físico geral 2
Exame físico geral 2pauloalambert
 
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIA
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIAESTUDO DE CASO APENDICECTOMIA
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIAIvanilson Gomes
 
Semiologia arterial e venosa
Semiologia arterial e venosaSemiologia arterial e venosa
Semiologia arterial e venosaPaulo Alambert
 
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao trauma
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao traumaRemit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao trauma
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao traumaCarlos Costa
 
Obstrução intestinal
Obstrução intestinalObstrução intestinal
Obstrução intestinalIgor Fonseca
 
Aula - semiologia do abdôme
Aula - semiologia do abdômeAula - semiologia do abdôme
Aula - semiologia do abdômedapab
 
Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lpauloalambert
 
Infarto Agudo do Miocárdio e Fisioterapia
Infarto Agudo do Miocárdio e FisioterapiaInfarto Agudo do Miocárdio e Fisioterapia
Infarto Agudo do Miocárdio e FisioterapiaJosi Amorim
 
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIO
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIOMANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIO
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIOYuri Assis
 
Primeiros socorros trauma abdominal
Primeiros socorros trauma abdominalPrimeiros socorros trauma abdominal
Primeiros socorros trauma abdominalFelipe Mago
 
Exame físico do abdome l
Exame físico do abdome lExame físico do abdome l
Exame físico do abdome lpauloalambert
 
Apresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaApresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaGuilherme Decanini
 

Mais procurados (20)

CHECK LIST EM UTI
CHECK LIST EM UTICHECK LIST EM UTI
CHECK LIST EM UTI
 
Abdome agudo
Abdome agudoAbdome agudo
Abdome agudo
 
Insuficiência hepática e Hipertensão Porta
Insuficiência hepática e Hipertensão PortaInsuficiência hepática e Hipertensão Porta
Insuficiência hepática e Hipertensão Porta
 
Exame físico geral 2
Exame físico geral 2Exame físico geral 2
Exame físico geral 2
 
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIA
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIAESTUDO DE CASO APENDICECTOMIA
ESTUDO DE CASO APENDICECTOMIA
 
Semiologia arterial e venosa
Semiologia arterial e venosaSemiologia arterial e venosa
Semiologia arterial e venosa
 
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao trauma
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao traumaRemit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao trauma
Remit - Resposta endocrina metabolica e imunologia ao trauma
 
Abdome ii 2019
Abdome ii 2019Abdome ii 2019
Abdome ii 2019
 
Obstrução intestinal
Obstrução intestinalObstrução intestinal
Obstrução intestinal
 
Aula - semiologia do abdôme
Aula - semiologia do abdômeAula - semiologia do abdôme
Aula - semiologia do abdôme
 
Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal l
 
Reabilitação cardíaca
Reabilitação cardíacaReabilitação cardíaca
Reabilitação cardíaca
 
Apendicite aguda
Apendicite agudaApendicite aguda
Apendicite aguda
 
Infarto Agudo do Miocárdio e Fisioterapia
Infarto Agudo do Miocárdio e FisioterapiaInfarto Agudo do Miocárdio e Fisioterapia
Infarto Agudo do Miocárdio e Fisioterapia
 
Apendicite
ApendiciteApendicite
Apendicite
 
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIO
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIOMANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIO
MANEJO HÍDRICO PÓS OPERATÓRIO
 
Semiologia dos Edemas
Semiologia dos EdemasSemiologia dos Edemas
Semiologia dos Edemas
 
Primeiros socorros trauma abdominal
Primeiros socorros trauma abdominalPrimeiros socorros trauma abdominal
Primeiros socorros trauma abdominal
 
Exame físico do abdome l
Exame físico do abdome lExame físico do abdome l
Exame físico do abdome l
 
Apresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaApresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeça
 

Semelhante a Equipe multidisciplinar - cuidados pre e pós-operatórios

Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptx
Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptxTreinamentos de novos protocolos residente (1).pptx
Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptxFernandoSakataBeliza
 
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptx
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptxAula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptx
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptxAtenobsica16
 
Guidelines 2015 principais alterações
Guidelines 2015   principais alteraçõesGuidelines 2015   principais alterações
Guidelines 2015 principais alteraçõesPatricia Mendes
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Huggalegoo
 
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdf
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdfTransplante real e cuidados de enf - CC.pdf
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdfTHIALYMARIASILVADACU
 
Transplante renal final
Transplante renal finalTransplante renal final
Transplante renal finalCláudia Sofia
 
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas Catunda
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas CatundaAbordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas Catunda
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIRaquelzinha Vales
 
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Aline Bandeira
 
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoço
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoçoTORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoço
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoçoDr Jônatas Catunda
 
Admissão do doente do foro cirurgico
Admissão do doente do foro cirurgicoAdmissão do doente do foro cirurgico
Admissão do doente do foro cirurgicoEduardo Bernardino
 
Via aérea dificil
Via aérea dificilVia aérea dificil
Via aérea dificilAnestesiador
 
Perioperative Medication Management
Perioperative Medication ManagementPerioperative Medication Management
Perioperative Medication ManagementCarlos D A Bersot
 

Semelhante a Equipe multidisciplinar - cuidados pre e pós-operatórios (20)

Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptx
Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptxTreinamentos de novos protocolos residente (1).pptx
Treinamentos de novos protocolos residente (1).pptx
 
Simpósio de Plantonista Veterinário
Simpósio de Plantonista VeterinárioSimpósio de Plantonista Veterinário
Simpósio de Plantonista Veterinário
 
UTI coronariana - clinica
UTI coronariana - clinicaUTI coronariana - clinica
UTI coronariana - clinica
 
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptx
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptxAula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptx
Aula Sequencia Rápida de Intubação Faculdade Pombal.pptx
 
O politraumatizado em UCI boas praticas
O politraumatizado em UCI   boas praticas O politraumatizado em UCI   boas praticas
O politraumatizado em UCI boas praticas
 
Guidelines 2015 principais alterações
Guidelines 2015   principais alteraçõesGuidelines 2015   principais alterações
Guidelines 2015 principais alterações
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
 
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdf
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdfTransplante real e cuidados de enf - CC.pdf
Transplante real e cuidados de enf - CC.pdf
 
Transplante renal final
Transplante renal finalTransplante renal final
Transplante renal final
 
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas Catunda
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas CatundaAbordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas Catunda
Abordagem cirúrgica do câncer de boca e orofaringe - Dr Jônatas Catunda
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POI
 
Ciclo iii 03
Ciclo iii 03Ciclo iii 03
Ciclo iii 03
 
Opioid-free anesthesia/ERAS
Opioid-free anesthesia/ERASOpioid-free anesthesia/ERAS
Opioid-free anesthesia/ERAS
 
Tomografia do Abdome
Tomografia do Abdome Tomografia do Abdome
Tomografia do Abdome
 
DESMAME VM.pptx
DESMAME VM.pptxDESMAME VM.pptx
DESMAME VM.pptx
 
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
 
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoço
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoçoTORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoço
TORS e TLM em Cirurgia de cabeça e pescoço
 
Admissão do doente do foro cirurgico
Admissão do doente do foro cirurgicoAdmissão do doente do foro cirurgico
Admissão do doente do foro cirurgico
 
Via aérea dificil
Via aérea dificilVia aérea dificil
Via aérea dificil
 
Perioperative Medication Management
Perioperative Medication ManagementPerioperative Medication Management
Perioperative Medication Management
 

Mais de Dr Jônatas Catunda

Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomias
Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomiasMonitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomias
Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomiasDr Jônatas Catunda
 
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017Dr Jônatas Catunda
 
Melanoma em cabeça e pescoço
Melanoma em cabeça e pescoçoMelanoma em cabeça e pescoço
Melanoma em cabeça e pescoçoDr Jônatas Catunda
 
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primário
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primárioGuideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primário
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primárioDr Jônatas Catunda
 
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas Catunda
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas CatundaAnatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas Catunda
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas Catunda
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas CatundaAbordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas Catunda
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
Laringectomias parciais - Dr Jônatas Catunda
Laringectomias parciais - Dr Jônatas CatundaLaringectomias parciais - Dr Jônatas Catunda
Laringectomias parciais - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas Catunda
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas CatundaCarcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas Catunda
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...Dr Jônatas Catunda
 
Câncer de boca - Dr Jônatas Catunda
Câncer de boca - Dr Jônatas CatundaCâncer de boca - Dr Jônatas Catunda
Câncer de boca - Dr Jônatas CatundaDr Jônatas Catunda
 
8th tnm 2016 principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...
8th tnm 2016   principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...8th tnm 2016   principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...
8th tnm 2016 principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...Dr Jônatas Catunda
 

Mais de Dr Jônatas Catunda (13)

Resumo ifhnos 2016
Resumo ifhnos 2016Resumo ifhnos 2016
Resumo ifhnos 2016
 
Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomias
Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomiasMonitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomias
Monitorização intra operatória do nervo facial em parotidectomias
 
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017
Resumo Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoç 2017
 
Melanoma em cabeça e pescoço
Melanoma em cabeça e pescoçoMelanoma em cabeça e pescoço
Melanoma em cabeça e pescoço
 
Esvaziamentos cervicais
Esvaziamentos cervicaisEsvaziamentos cervicais
Esvaziamentos cervicais
 
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primário
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primárioGuideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primário
Guideline - manejo inicial do hiperparatireoidismo primário
 
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas Catunda
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas CatundaAnatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas Catunda
Anatomia de cabeça e pescoço - Dr Jônatas Catunda
 
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas Catunda
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas CatundaAbordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas Catunda
Abordagem aos tumores do espaço parafaríngeo - Dr Jônatas Catunda
 
Laringectomias parciais - Dr Jônatas Catunda
Laringectomias parciais - Dr Jônatas CatundaLaringectomias parciais - Dr Jônatas Catunda
Laringectomias parciais - Dr Jônatas Catunda
 
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas Catunda
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas CatundaCarcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas Catunda
Carcinoma bem diferenciado da tireóide – manejo inicial - Dr Jônatas Catunda
 
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...
Carcinogênese e marcadores tumorais em cirurgia de cabeça e pescoço - Dr J...
 
Câncer de boca - Dr Jônatas Catunda
Câncer de boca - Dr Jônatas CatundaCâncer de boca - Dr Jônatas Catunda
Câncer de boca - Dr Jônatas Catunda
 
8th tnm 2016 principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...
8th tnm 2016   principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...8th tnm 2016   principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...
8th tnm 2016 principais mudanças em câncer de cabeça e pescoço - Dr Jôn...
 

Último

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024RicardoTST2
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 

Último (10)

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 

Equipe multidisciplinar - cuidados pre e pós-operatórios

  • 1. Cuidados pré e pós-operatórios em Cirurgia de Cabeça e Pescoço Jônatas Catunda de Freitas Médico Residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, R3 Fortaleza - Outubro de 2016 1 Enfoque Multidisciplinar
  • 2. Introdução • Equipe de referência – Multidisciplinar – Definir estratégias para melhorar o cuidado com o paciente de cabeça e pescoço – Capacitar profissionais envolvidos • Fluxogramas - padronizar as condutas do Serviço • Livro do Serviço • Simpósio multidisciplinar em CCP 2
  • 4. Pré-operatório • Estadiar - Indicar - Planejar o melhor tratamento • Principal objetivo: segurança do paciente • Avaliar doenças já conhecidas e identificar “novas” doenças • Reduzir morbimortalidade trans e pós-operatória • Ressecável Vs Operável • Preparo psicológico - consentimento 4 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
  • 5. Consulta pré-operatória • Anamnese objetiva • Avaliação de comorbidades e uso de medicamentos • Cirurgias prévias, alergias , tabagismo, alcoolismo • Avaliação do perfil psicológico e social • Exame locorregional • Exames complementares ao estadiamento / pre-op. • Encaminhamento para avaliação de outras especialidades e equipe multidisciplinar 5 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013Jônatas Catunda
  • 6. Consulta pré-operatória • Equipe multidisciplinar – Nutrição – avaliar estado nutricional pré- operatório e necessidades nutricionais no pós – Psicologia – preparo emocional do paciente e familiares – Fonoaudiologia – planejar reabilitação vocal / deglutição – Odontologia – tratamento dentário precoce – Enfermagem – Fisioterapia – Assistente social 6
  • 9. Cuidados pós-operatórios gerais • Imediato: • Hidratação / correção de eletrólitos • Analgesia • Diminuir pressão venosa em região cervical • Cabeceira elevada • Antieméticos • Nebulização 9 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
  • 10. • Iniciar dieta enteral precocemente, 1º PO – Reduzir hidratação venosa ao iniciar dieta pela SNE, hidratar com água livre pela SNE – Ensinar paciente e familiares a cuidar da sonda • Sentar o paciente e estimular deambulação precoce – Evita complicações pulmonares e tromboembólicas – Manter um mínimo de devices presos ao paciente para facilitar deambulação (equipo, SVD, SNE, drenos) • Em cirurgias maiores pacientes recebem alta após – retirada dos drenos – troca do tqt pelo metálico 10 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013 Cuidados pós-operatórios gerais
  • 11. Drenos • Indicado usar quando houver grande área de dissecção Ex. Esvaziamentos cervicais / tireoidectomias por bócio volumoso / grandes retalhos • Sistema aberto (penrose) X fechado (portovac / blake) • Laminar / Tubular / tubulo-laminar • Em geral – remover quando debito < 70ml/24h (desfazer aspiração antes de retirar) • Débito elevado ou persistente – suspeitar de fístulas 11 Sabiston 19a ed. 2012
  • 12. Traqueostomia • Necessária em cirurgias maiores – garantir via aérea no pós-operatório – Reconstrução com retalhos – risco de obstrução de VA • Se Trismo / volume tumoral – TQT antes da indução anestésica • Ter um baixo limiar. Na dúvida = TQT • De maneira geral os pacientes da cabeça e pescoço recebem alta com o traqueóstomo The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan 12
  • 13. Traqueostomia • Enquanto permanecer traqueostomizado: – Fisioterapia respiratória – Nebulização intermitente ou contínua – Aspirar VA se muito secretivo – Trocar tqt descartável se sinais de rolha - ruído inspiratório ou dispnéia – Cuidados com tqt metálico – ensinar paciente e familiares • 1º PO ou 2º PO – paciente sentado, desinsuflar Cuff e avaliar se tolera – tosse persistente por mais de 5 minutos – reinsuflar • Tolerou cuff desinsuflado por 24h – Se previsão de decanulação precoce, iniciar oclusão • Tolerou oclusão por 24h - decanular – se previsão de alta com tqt, trocar pelo tqt metálico – ensinar os cuidados 13 The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan
  • 14. Alta Hospitalar • Na alta, o paciente deve receber todas as orientações de como continuar o tratamento em casa • Orientações sobre: – Medicações – Possíveis complicações e o que fazer – Curativos – Dieta enteral e uso de medicações pela SNE – Seguimento ambulatorial – Cuidados com o traqueóstomo e possíveis intercorrências (decanulação acidental / obstrução) 14
  • 16. Tireoidectomias • Em geral, pacientes evoluem muito bem • Alta no 1º PO com reposição de hormônio tireoidiano e cálcio • Retirar dreno penrose • Maior porte = recuperação mais lenta / uso de drenos – Bócio volumoso / mergulhante – Esvaziamento cervical lateral 16
  • 17. Tireoidectomias • Possíveis complicações pós-operatórias • Hematoma – Primeiras 12h. Compressão de VA e dispneia importante. Risco de vida – Desaparecimento das pregas cervicais / edema cervical – sinais alarmantes – fazer curativo pequeno – Conduta: abrir os pontos no leito / levar para cc • Lesão do nervo laringeo recorrente = paralisia de prega vocal. – Se unilateral = rouquidão – se bilateral = dispneia grave com estridor ou afonia e broncoaspiração. Conduta: traqueostomia 17 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
  • 18. Tireoidectomias • Hipocalcemia – Alta precoce com cálcio oral ou alta após valores normais de Ca e PTH • Se hipocalcemia sintomática (parestesias periorais e extremidades, cãimbras, vômitos, ansiedade, tetania) • Gluconato de cálcio 10% 1 ou 2 amp. em 100ml SG • 10 amp + 900ml SG em BIC 50ml/h ate limite inferior do cálcio • Repor magnésio 18 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
  • 19. Paratireoidectomias • Controle do hiperpara primário ou secundário • Pré-operatório – corrigir hipercalcemia • Hidratação adequada / furosemida / alendronato • Pós-operatório – manejo semelhantes às tireoidectomias • Hipocalcemia aguda - fome óssea • Repor cálcio, magnésio e vitamina D 19 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013
  • 20. Laringectomia Total • 2 tipos de paciente – virgem de tratamento / resgate após radioterapia e quimioterapia – complicam mais • Traqueostoma definitivo – Trocar precocemente por metálico • Dieta por SNE por pelo menos 10 dias – prevenir fístula • Remover drenos <70ml/24h • 1º PO – retirar svd / iniciar dieta / sentar o paciente fora do leito / fisioterapia respiratória • Cuidados para prevenir fístula salivar 20The Open Access Atlas of Otolaryngology, Head & Neck Operative Surgery - Johan Fagan
  • 21. Glossectomia total • Traqueostomia • Dieta enteral por pelo menos 15 dias – até reabilitar deglutição com fonoterapia • Remover drenos <70ml/24h • 1º PO – retirar svd / iniciar dieta / sentar o paciente fora do leito / fisioterapia respiratória • Cuidados com o retalho – reconstrução do assoalho da boca • Cuidados para prevenir fístula salivar 21
  • 22. Tumores de pele • Geralmente cirurgias ambulatoriais • Retalhos / enxertos • Curativo com Kollagenase / Atb • Sangramento discreto nas primeiras 24h é comum – compressão local • Edema facial – compressa gelada • Retirar os pontos – 7 a 15 dias 22
  • 23. Cirurgias de base do crânio • Geralmente cirurgias de grande porte – Traqueostomia – SNE – Drenos – Retalhos – locais ou microcirúrgicos – Atb • Vigilância do estado neurológico, reflexos, pupilas, aparecimento de cefaléia – Hematoma intracraniano, pneumoencéfalo, meningite, fístula liquórica = aumento da pressão intracraniana 23
  • 24. Manejo das principais complicações pós-operatórias em cirurgia de cabeça e pescoço 24
  • 25. Principais complicações • Hematoma • Seroma • Infecção de SC • Fístula salivar • Fístula quilosa • Lesão de nervos 25
  • 26. Fístulas salivares • Fatores de risco – Radioterapia prévia, anemia, desnutrição, estadio avançado, infecção, DPOC, diabetes • Prevenção e tratamento de fístulas salivares • SNE • ATB • Amitriptilina e buscopam simples (efeito colateral anticolinérgico - xerostomia) • Diagnóstico • Persistência ou aumento do débito do dreno • Teste com azul de metileno • Tratamento • Curativo compressivo • Óleo de girassol • Cânula se Shiley 26
  • 27. Fístula quilosa • Esvaziamento cervical à esquerda - lesão do duto torácico – Drena toda a linfa do corpo na junção da veia jugular interna esquerda com v. Subclávia – Tratamento: – Dieta pobre em ácidos graxos de cadeia longa – Curativo compressivo / ocluir dreno por 24h 27
  • 28. Lesões de nervos • Reabilitação para recuperar motilidade / reduzir atrofia / tratar dor crônica • Fisioterapia – N. Acessório – elevação do ombro • Fonoaudiologia – N. Facial – músculos da mímica – N. Hipoglosso – músculos da língua – N. Laringeo recorrente / N. Vago – pregas vocais 28
  • 30. Seguimento • Seguimento regular para paciente oncológico – Ate 3º ano consultas 3-3 meses – 3º ao 5º ano consultas 6-6 meses – Após 5 anos – consultas anuais • 1ª TC 3 meses após concluir tratamento e 6/6 meses • Tratamento adjuvante - RIT / RT / QT 30 Manual do residente de ccp USP - 2a ed. - 2013Jônatas Catunda
  • 31. Seguimento • Encaminhamentos pós-operatórios • Nutrição – dieta enteral / desnutrição • Fisioterapia - esvaziamentos cervicais - lesão n. acessório / traqueostomia / DPOC • Fonoaudiologia - disfagia / disfonia / voz esofágica / paralisia facial • Enfermagem – se curativos especiais / infecção de FO / fístulas • Protesista - obturatória / órbita / rinectomia • Psicologia 31
  • 33. Bibliografia • Manual do Residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço USP. 2a edição, 2013. Vergilius JF Araújo, Lenine Garcia et al • Head and Neck – Surgery and Oncology, 4th ed 2012 - Jatin Shah • Sabiston Textbook of Surgery 19th ed. 2012 33 Jônatas Catunda

Notas do Editor

  1. Elective operation should be performed under optimal condition with full physical and psychological preparation of a fully informed patient. Emergency operation may have to be done in less than ideal circumstances .