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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores do Porto (Portugal)
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 2/27
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 15º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 350 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Cheia -
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Hoje é o dia Internacional do Compositor
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.299 – Florianópolis (SC) – domingo , 15 de janeiro de 2017
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella o Os Degraus da Escada de Jacó
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi - Sentimento
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Boaz ou Booz: a explicação definitiva?
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Modelos de Maçonaria
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Gnose Maçônica
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 15 de janeiro e versos do Irmão e Poeta
Sinval Santos da Silveira (Florianópolis – SC)
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 3/27
15 de janeiro
 69 — Galba é morto pela Guarda Pretoriana; no mesmo dia, o Senado reconhece Otão como novo
imperador romano.
 708 — É eleito o Papa Sisínio.
 1559 — Coroação da rainha Elizabeth I de Inglaterra.
 1582 — A Rússia cede a Livónia e a Estónia à Polónia.
 1622 — O dramaturgo francês Molière é baptizado em Paris.
 1699 — Sancionada pelo Rei de Portugal a Carta Régia que cria o Instituto Militar de Engenharia do Brasil.
 1756 — Manoel Lopes Diniz arrendou do morgado da Casa da Torre as fazendas Panela D’Água, Brejo do
Gama e Campo Grande pertencente aos Garcia d’Ávila proprietários destas terras na capitania de
Pernambuco.
 1759 — Abertura do Museu Britânico.
 1772 — O Castelo de Santa Maria da Feira sofre um violento incêndio.
 1833 — Criação do município de Nova Iguaçu.
 1834 — O exército liberal conquista Leiria durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
 1943 — Inauguração do Pentágono.
 1944
 A European Advisory Commission decide dividir a Alemanha em zonas de ocupação depois do final
da Segunda Guerra Mundial.
 Terramoto em San Juan, Argentina faz 8000-10.000 mortos.
 1956 — o Santos Futebol Clube se torna, depois de vinte anos, campeão paulista de futebol, referente ao
campeonato de 1955.
 1969 — Inicia-se a missão Soyuz 5.
 1970
 A região de Biafra é reincorporada à Nigéria.
 Muammar al-Gaddafi é proclamado primeiro-ministro da Líbia.
 1973 — Os Estados Unidos cessam suas ações militares contra o Vietnã do Norte.
 1975 — Assinado o Acordo de Alvor, em que Portugal reconhece a independência de Angola.
 1985 — No Brasil, é eleito pelo Colégio Eleitoral, em eleição indireta, Tancredo Neves, o primeiro presidente
civil em 21 anos de Ditadura Militar no Brasil.
 1986 — Acidente de helicóptero no Rally Paris-Dakar. Morrem o organizador, Thierry Sabine, e mais quatro
pessoas.
 1989 — No Brasil, o Ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega lança o Plano Verão e uma nova moeda no
país: o Cruzado Novo.
 1992
 Terroristas do ETA assassinam o professor Manuel Broseta, em Valência, na Itália.
 A federação Iugoslava, fundada em 1918, é dissolvida quando a Comunidade Europeia reconhece as
repúblicas da Croácia e da Eslovênia.
 1996 — O primeiro-ministro socialista da Grécia, Andréas Papandréu, renuncia por motivos de saúde.
 2000 — Incêndio do Mercadão de Madureira
 2001
 Lançamento da Wikipédia.
 Primeiro voo da Gol Transportes Aéreos.
 2003 — História do Equador: o coronel aposentado Lucio Gutiérrez, membro da junta militar que derrubou o
presidente Jamil Mahuad em 2000, assumiu a presidência do Equador com uma plataforma de combate à
corrupção. Alfredo Palacio assume a vice-presidência.
 2006
 Chegada da sonda Stardust à Terra com amostras de material recolhido em cometas
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 4/27
 Michelle Bachelet foi eleita a primeira mulher presidente do Chile
 2009 — Um Airbus A320 da US Airways perde potencia após a admissão de pássaros em ambos os
motores logo depois da decolagem no aeroporto de La Guardia, em Nova York. O piloto Chesley
Sullenberger, em conjunto com seu copiloto Jeffrey B. Skiles, num ato heroico, é obrigado a tomar a decisão
de pousar nas águas frias do rio Hudson. Todos os 155 passageiros e a tripulação do Voo US Airways
1549 sobreviveram sem ferimentos graves. A aeronave foi desativada e está exposta em um museu.
1863 Manifestantes populares, nesta data, na cidade de Desterro, repudiam o procedimento da Inglaterra na
chamado “Questão Christie”.
1894 Tropas revolucionárias, procedentes de Santa Catarina sob o comando do coronel Nepomuceno Costa,
desembarcam em Paranaguá, desalojando dali, as forças legais do general Pego Júnior.
1908 Circula em Florianópolis, o primeiro número do jornal “Gazeta Catarinense”, sob a responsabilidade de
Hercílio Pedro da Luz e que terá a duração até o ano de 1910.
1817 Formado o Supremo Conselho da Bélgica, que daria a carta patente a Montezuma para a abertura
de um Supremo Conselho para o Rito Escocês no Brasil.
1847 Iniciado Benito Juarez, patriota de sangue índio que libertou o México da invasão francesa.
1933 Fundada a Grande Loja de Baja Califórnia, México.
1959 Fundada a Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da China, Taiwan.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 5/27
O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"OS DEGRAUS DA ESCADA DE JACÓ"
Independente de qualquer circunstância o Tempo parece-nos o nosso melhor conselheiro e o
remédio mais eficaz para curar as nossas feridas, nossas agruras e de algum modo aliviar as
nossas dores e minimizar os nosso infortúnios.
Vão-se os dias e a nossa capacidade de percepção quanto mais maduro ficamos tende a se
tornar mais aguda perante os percalços e as dificuldades que por força da nossa existência
temos que nos defrontar.
Há dias melhores, dias piores, mas há sempre um sentimento represado dentro de cada um de
nós que exige uma dose de libertação diária das amarras que nos prendem a alguns
sentimentos menores, como a ganância, a inveja, o inconformismo, a intolerância e muitas vezes
a falta de um apego mais consistente naquilo que nos é mais transcendental que é a crença e a
fé incondicional numa força divina maior que tudo.
De repente quando olhamos pra dentro de nós percebemos como as coisas podem ser mais
simples, mais fáceis, sem tantas complicações.
Na Maçonaria por exemplo, o prazer de participar de uma instituição iniciática, tão rica e tão
abundante em ensinamentos e filosofia para o crescimento e aprimoramento humano deveria ser
sem a menor sombra de dúvida um lugar de pura satisfação, prazer e felicidade para se
frequentar, e travar relações cada vez mais saudáveis, fraternas e consistentes entre seus
membros.
Porém nem sempre isso acontece, porque a vaidade, o ego inflado, a necessidade de querer ser
mais do que ou outro, acabam conspirando contra tudo o que a Ordem propõe e pugna dentre
seus postulados.
Muitos de nós temos uma tendência natural de exteriorizar nossas proezas, nossas virtudes,
nossos conhecimentos e nosso suposto poder como se estas fossem as ferramentas mais
importantes no nosso trabalho de construção interior.
A verdade é que o que mais precisamos é "saber viver"... como dizem os versos da canção. "É
preciso saber viver".
2 – Os Degraus da Escada de Jacó
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 6/27
E pra isso, nada melhor do que passarmos a olhar mais detidamente para dentro de nós
mesmos.
De repente, vemo-nos como um belíssimo pavão, cuja cauda multicolorida e cintilante que se
abre em leque é como um imã para atrair aqueles que estão a nossa volta, sem
necessariamente ter muito o que dizer, senão: "olhem que eu estou aqui".
E daí ? De que vale esse exibicionismo, esse narcisismo, essa vontade incontida de querer
aparecer, como se isso fosse um sinal de evolução ?
A duras penas enfrento esse embate. Tenho tentado olhar pra dentro de mim e ver se consigo
enxergar mais a fundo...
Confesso que não é um exercício muito agradável.
Afinal, é muito mais fácil enumerarmos e decantar aos quatro ventos nossas pretensas virtudes
do que os nossos inenarráveis defeitos.
Somos fruto de uma sociedade que nos cobra para sermos cada vez mais competitivos e
melhores, porém como Maçons talvez devamos nos aprofundar no aprimoramento de nossa
essência, de nosso espírito e de nossa alma.
Talvez este seja o trajeto que possa nos conduzir do Grau 1 ao 33 com mais consistência, para
que possamos sentir cada degrau da escada que temos que subir e avaliar com afinco,
propriedade e despojamento qual o valor de cada degrau superado.
Ainda assim, ao término dessa chamada Escada de Jacó - uma metáfora maçônica amplamente
utilizada - perceberemos que o que vem a nossa frente é uma sequência infinita de novos
desafios que demonstram quão distantes estamos de um caminho que na verdade não tem fim.
Somos caminheiros do Tempo, aprendizes eternos da Vida, e como o meu filho me ensinou: "É
preciso saber ceder"....
Eis um verbo tão pouco conjugado, tão pouco difundido, tão pouco articulado, mas que no bojo
de seu significado tenha tanto peso e valor nas nossas vidas e nas nossas relações com tudo e
com todos.
Ceder um ponto de vista, ceder o seu lugar, ceder a sua vez, ceder a sua opinião em favor de
outra que lhe pareça contrária...
Talvez essa seja a maneira mais suave e menos dolorida de trilhar o caminho, sem que isso
signifique submissão ou passividade.
Quem sabe não seja esse o segredo da "Arte de Viver" - assim como o legado que nos
deixaram os avatares - referenciais de nossa existência e artífices de nosso tempo.
Fraternalmente
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 7/27
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
SENTIMENTO
“Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz”. (JJ Rousseau).
1. Dicionário: [lat. sentire, perceber pelos sentidos] Capacidade para sentir; sensibilidade.
Faculdade de conhecer, perceber, apreciar; percepção, noção, senso. Disposição afetiva relação
a coisas de ordem moral e intelectual. Afeto, afeição, amor. (Aurélio).
2. Sentimento: Um sentimento é um estado afetivo que se produz por causas que o
impressionam. Estas causas podem ser alegres e felizes, ou dolorosas e tristes. O sentimento
surge como resultado de uma emoção que permite que o sujeito esteja consciente do seu estado
anímico.
Os sentimentos estão vinculados à dinâmica cerebral e determinam de que forma uma pessoa
reage perante distintos acontecimentos. Trata-se de impulsos da sensibilidade relativamente ao
que se imagina como sendo positivo ou negativo.
Por outras palavras, os sentimentos são emoções conceptualizadas que determinam o
estado afetivo. Sempre que os sentimentos são saudáveis, o estado anímico alcança a
felicidade e a dinâmica cerebral flui com normalidade. Caso contrário, o estado anímico não está
em equilíbrio e podem surgir perturbações como a depressão.
As alterações nas cargas emocionais determinam as características dos sentimentos. As
emoções podem ser breves no tempo, embora possam gerar sentimentos que se mantêm
durante períodos bastante extensos.
Os sentimentos podem ser positivos quando promovem boas ações, ou prejudiciais se
fomentarem más ações. Neste último caso, é importante que o homem consiga dominar os seus
sentimentos e modificá-los. Por exemplo: Um sujeito que sinta ódio planeia realizar um
assassinato. É, portanto imprescindível que essa pessoa controle o seu sentimento de ódio de
modo a evitar o crime.
A pessoa nunca se deve guiar unicamente pelos seus sentimentos, uma vez que estes são
instintivos e, como tal, podem representar uma perda de liberdade para o ser humano ou
promover atos irracionais, tal como mencionado no exemplo anterior. (Fonte: conceitode).
3. História dos sentimentos:
Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou
três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava
tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber
todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém
iria trapacear.
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num
canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a
3 – Sentimento
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 8/27
Arrogância fez cara de desdém pois a ideia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar:
Ah, gente, vamos deixar tudo como está, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali
mesmo onde estava. O otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a
Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.
A Generosidade quase não conseguiu se esconder porque era grande e ainda queria abraçar
meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a
Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe
oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou m lugar perfeito onde não
cabia mais ninguém.
A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente
acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem
sabia o que estava fazendo ali.
Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar. Achou um, achou outro, mas ao
remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos
espinhos.
A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então
o Amor é cego e a Loucura o acompanha.
Juntos fazem a vida valer a pena – mas isso não é coisa para os medrosos nem para os
apáticos, que perderam a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses
melancólicos da acomodação. (Fonte: Pensar é Transgredir, Lya Luft. Ed. Record, 2004).
4. O coração tem razões que a própria razão desconhece. (Blaise Pascal).
Nessa frase, as palavras razões e razão não têm o mesmo significado, indicando coisas
diversas. Razões são os motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração; este é
o nome que damos para as emoções e paixões, enquanto razão é o nome que damos à
consciência intelectual e moral.
Ao dizer que o coração tem suas próprias razões, Pascal está afirmando que as
emoções, os sentimentos ou as paixões são causas de muito do que fazemos, dizemos,
queremos e pensamos. Ao dizer que a razão desconhece as razões do coração, Pascal está
afirmando que a consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos e que
ela é capaz de uma atividade própria não motivada e causada pelas emoções, mas possuindo
seus motivos ou suas próprias razões.
Assim, a frase de Pascal pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional
possui causas e motivos (as razões do coração), que são as paixões ou os sentimentos, e é
diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade intelectual, seja
como atividade moral. (Fonte: Ágora filosófica).
5. Máximas: Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. (Carlos D. de Andrade). - Todo o
nosso conhecimento se inicia com sentimentos. (Da Vinci).
- Há momentos na vida em que se deveria calar e deixar que o silêncio falasse ao coração, pois há
sentimentos que a linguagem não expressa e há emoções que as palavras não sabem traduzir. (A).
- Se não quiser adoecer fale de seus sentimentos. (Dráuzio Varella).
- Os sentimentos não podem ser desligados como interruptores e tomadas. (A).
- Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis e, por
mais que a gente pense numa forma de empregá-las, elas parecem não servir. Então a gente não diz,
apenas sente. (Freud).
MAÇONARIA
Rituais: REAA-GLSC: (...) A vida é a faculdade de vencer a morte; a inteligência é função ativa da
alma, tanto quanto o sentimento e a vontade. (RA).
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
BOAZ OU BOOZ: A EXPLICAÇÃO DEFINITIVA?
“O Dr. Mackey refere-se às Duas Colunas como monumentos comemorativos das
repetidas promessas de amparo feitas por Deus ao Seu povo de Israel, visto que Jaquim,
acredita ele deriva de Jah, que significa ‘Jeová’, enquanto que aqui,, que significa ‘firmar’, quer
dizer que ‘Deus firmará Sua casa de Israel’. Boaz da mesma forma, se compõe, diz ele, de B, que
significa ‘em’, e de oaz que significa ‘força’, dando-se ao todo o significado de ‘em força será ela
firmada’.”( Horne, pág. 177, “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica”)
INTRODUÇÃO
O título logo acima poderia ter sido utilizado sem o sinal do ponto de interrogação,
mas, ainda que no decorrer do trabalho sejam consideradas e expostas as opiniões de vários
Irmãos que são verdadeiros sábios, é sempre temeroso fazer uma afirmativa desse tipo. Isso
significa dizer que depois de ter escrito sobre os assuntos mais variados, é possível perceber
que a verdade nunca está de posse de um especificamente, embora saibamos que não são
poucos os que se dizem donos dela, e na maioria dos temas de conteúdo maçônico, há sempre
mais de uma versão, mais de uma explicação, mais de uma vertente, seja ele qual for.
O motivo de escolher esse tema deve-se à leitura de um livro, onde entre os
artigos inseridos, num deles deparei-me com a questão que gira sobre o uso do “BOAZ ou
BOOZ?”, que sei ser antiga, mas, que nunca escrevi nada a respeito. Fiquei aguardando um
desfecho para a questão, o que não aconteceu, pois, permaneceu a dúvida ao final. Resolvi
que iria atrás da resposta ou das respostas, pois, além de curioso, um Maçom que tem de estar
sempre disposto a aprender mais, quando o assunto é pertinente.
BOAZ
O Irmão Nicola Aslan em seu “Grande Dicionário Enciclopédico...” escreveu:
“É o nome dado a uma das Colunas que sustentam o Templo de Salomão. É uma palavra
hebraica significando ‘na Força’. Em Maçonaria, a Coluna B.·. é aquela junto à qual, no
R.E.A.A., os Aprendizes recebem o seu salário. Ao contrário, no R.M., ou F., é a dos
Companheiros. (...)”
BOOZ
O “Grande Dicionário Enciclopédico...” do Irmão Nicola Aslan diz assim:
BOOZ – O mesmo que Boaz. Forma por que este nome é apresentado nos Rituais franceses.
Booz ou Boaz, rico morador de Belém e esposo de Rute, sua parenta, era o bisavô de Davi.
(Ruth, I, 13-22)
Na “Enciclopédia...”, de R. N. Champlin, é descrito o verbete BOAZ em seu
contexto bíblico, mas, não é feita em nenhum momento qualquer referência ao termo BOOZ.
No entanto, a enciclopédia contempla duas acepções, a saber:
“BOAZ – No hebraico, ‘felicidade’ ou ‘rapidez’. É nome de uma pessoa e de um detalhe
arquitetônico do templo de Salomão. 1. Um rico belemita e parente chegado do marido falecido
da moabita Rute, e com quem, finalmente se casou, sob a obrigação do casamento levirato,
4 – Boaz ou Booz: a explicação definitiva?
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 10/27
que ele cumpriu voluntariamente, em cerca de 1360 A.C. A conduta digna de Boaz, sua
sensibilidade e seu espírito bondoso, sua piedade e suas boas maneiras, são pontos
ressaltados no livro de Rute, oferecendo-nos uma boa ideia de como seriam as pessoas
pertencentes à classe alta de Israel. Do matrimônio nasceu Obede, que foi pai de Jessé, que
foi pai de Davi. Portanto, Boaz foi um ancestral direto de Jesus. Seu nome ocorre na
genealogia de Jesus, em Mat. 15. (...) 2. Nome de uma das colunas de bronze postas por
Salomão diante do templo de Jerusalém. Aquela que ficava no lado norte era chamada Boaz; e
a que ficava no lado sul, chamava-se Jaquim. Eram adornadas com capitéis representando
lírios (I Reis 7:21 e II Crô. 3:17.”
COMENTÁRIOS:
Até o momento, sem ter usado ainda de um número expressivo de fontes,
podemos dizer que já temos várias situações, assim como, informações um tanto
desencontradas. Vejamos:
_ A Enciclopédia de Champlin diz que BOAZ vem do hebraico e significa “felicidade” ou
“rapidez”. O Irmão Nicola Aslan em seu Grande Dicionário Enciclopédico diz é uma palavra
hebraica significando “na força”.
_ No que se refere ao nome BOOZ, Aslan diz que o nome é o mesmo que BOAZ, no entanto,
Champlin omite o nome BOOZ. Aslan diz que BOOZ era um rico morador de Belém e esposo
de Rute, o que bate com a descrição de Champlin.
Agora vem a parte curiosa: lá no começo lembram que me referi à escolha deste
tema, e que foi suscitada pela leitura de um artigo, pois, o artigo se chamava “Entre Colunas –
Boaz ou Booz?” que faz parte do livro “Metafísica da Arte Real” do ilustre Irmão Caesar
Sobreira. Antes é preciso dizer que para sanar a sua dúvida o autor do referido artigo recorreu
primeiramente ao Irmão Juan Carlos Daza, espanhol que produziu um dicionário sobre a
Maçonaria Simbólica. Após a consulta o Irmão Caesar Coelho, escreveu o seguinte:
“Pois bem, no verbete BOAZ, que o autor também grava BOOZ, informa-se que se trata do
nome simbólico de um das colunas fundidas por Hiram por ordem de Salomão, e que foram
colocadas no pórtico do Templo, conforme descrito em Primeiro Livro de Reis (capítulo 7,
versículos 15-22).
O autor esclarece: ‘Muitas vezes se utiliza escrevendo Booz, que segundo a
tradição latina significa alegria, ainda que em hebraico signifique força interna.’”
Podemos perceber que existe aí uma “aproximação” então, entre Daza e
Champlin, ainda que o vocábulo ao qual Daza se refere é BOOZ, que ele traduz por “alegria”,
enquanto que Champlin se refere a BOAZ , traduzindo-o por “felicidade”, o que guarda alguma
semelhança.
Prosseguindo com o texto do Irmão Caesar Coelho, na passagem seguinte
podemos ver que não dá para não confundir nem na Bíblia. Vejamos:
“Então decidimos consultar a Bíblia de Jerusalém, que é considerada a melhor versão do texto
sagrado. Nela encontramos, no Primeiro Livro de Reis (Capítulo 7, versículo 21), a seguinte
redação:
‘Ergueu as colunas diante do pórtico do santuário; ergueu a coluna do lado direito, à qual deu o
nome de Jaquin; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a Boaz.’
Como também encontramos referências às duas colunas do Templo em Segundo
Livro de Crônicas (capítulo 2, versículo 17). Ali fomos conferir a redação e encontramos a
seguinte grafia:
‘Erigiu colunas diante do Hekal, uma à direita e a outra à esquerda, dando o nome de Jaquin à
da direita, e de Booz à da esquerda.’
Encontramos, portanto, as duas grafias na versão mais autorizada da Bíblia
Sagrada. A questão continua, pois, em aberto. Resta-nos fazer uma leitura da Torah em sua
versão original, estudando as letras utilizadas na escrita desse nome. Infelizmente não temos,
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neste momento, um exemplar hebraico do Tanach (o Antigo Testamento), de modo que
postergamos a solução desse problema.”
DUAS OPINIÕES FUNDAMENTAIS:
O QUE DIZ O IRMÃO KENNYO ISMAIL:
No seu livro “Desmistificando a Maçonaria” o Irmão Kennyo Ismail, assim se
pronunciou sobre o assunto:
“O termo correto é BOAZ. Conforme excelente trabalho do Irmão William Almeida de Carvalho,
o termo BOOZ surgiu quando da tradução de São Jerônimo da Bíblia para o latim, em 405 d.C.,
o qual cometeu o equívoco de registrar como BOOZ em vem de BOAZ. (entre vários outros
equívocos). Já a famosa tradução de Lutero para o alemão foi correta: BOAZ. A famosa versão
da Bíblia de Rei James mantém o BOAZ, e a própria versão em português de João Ferreira de
Alemeida consta como BOAZ.
No Ritual de Enulação, adotado por grande parte das Lojas da Grande Loja Unida
da Inglaterra, o termo adotado é BOAZ. Assim também consta no Monitor de Webb, que é o
ritual dos graus simbólicos do Rito de York, adotado pela quase totalidade das Lojas dos
Estados Unidos. No próprio REAA, o termo correto é BOAZ, como se pode ver no livro Morals
and Dogma do célebre Irmão Albert Pike, 33º. Mackey, outro célebre autor maçônico, também
registrou BOAZ em suas obras, assim como outros grandes historiadores, pesquisadores e
autores maçons na França e na Inglaterra.”
O QUE DIZ O IRMÃO PEDRO JUK:
Em sua coluna na revista “A Trolha”, o Irmão Pedro Juk respondeu a uma dúvida
de outro Irmão versando exatamente sobre a questão envolvendo BOAZ ou BOOZ e onde a
sua resposta dizia:
“Geralmente na Maçonaria brasileira, por ser filha espiritual da França, ainda existe o costume
de se adotar BOOZ que, a bem da verdade, é uma corruptela de BOAZ.
De fato, o termo BOOZ é inexistente no idioma hebraico, senão BOAZ. Essa
anomalia surgiu na tradução bíblica da Vulgata de São Jerônimo onde, inadvertidamente, o
tradutor escreveu BOOZ, e a igreja em respeito à tradição resolveu assim manter a expressão.
Como essa tradução é latina, provavelmente os ritos maçônicos dessa vertente, na sua grande
maioria, acompanham a descrição bíblica da Vulgata. Já na mais antiga tradução bíblica do
hebraico e aramaico para o grego por judeus helenísticos, a versão Septuaginta (dos Setenta)
mantém a tradição do termo de maneira correta – BOAZ.
O rótulo de BOAZ é mantido na tradição maçônica da vertente inglesa, tanto no
Craft inglês quanto o americano.
A vertente bíblica protestante do cristianismo também adota na sua tradução a
palavra BOAZ.
Assim, o GOB ainda permanece no uso da corruptela BOOZ, fato que deveria até
ser revisto, já que essa descrição está em desacordo como o que é fato e direito no idioma
donde provém a verdadeira palavra que é BOAZ.”
SOBRE O BOAZ, O BOOZ E O HEBRAICO
Na “Enciclopédia Judaica” a escrita é BOAZ, o que faz então que acreditemos que
a grafia correta é essa.
Por outro lado, ainda usando do artigo do Irmão Kennyo Ismail em seu último
parágrafo sobre o seu artigo já citado acima “BOOZ ou BOAZ?” ele arremata da seguinte
maneira:
“Uma curiosidade sobre o assunto é que, ao contrário da afirmação do Irmão William de
Carvalho de que o termo BOOZ simplesmente não existe no hebraico, o pastor batista,
professor de teologia e maçom, Venerável Irmão José Ferreira de Barros, demonstrou em
artigo recentemente escrito que o termo BOOZ é sim possível, mas reforça que não é o caso
das passagens bíblicas, onde houve mesmo erro de transliteração.”
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Jules Boucher em seu clássico “A Simbólica Maçônica” escreveu a palavra BOOZ
e a sua escrita em hebraico:
“A palavra Booz escreve-se com as letras Beth(B), Ain (letra que não pode ser traduzida
foneticamente senão por uma aspiração sonora, pelo espírito forte do grego), Zain (Z). Muitas
vezes escreve-se Booz em lugar de Boaz; no entanto, esta última ortografia está mais de
acordo com o hebraico”
COMENTÁRIOS:
Há estudos e estudos. E sobre cada um dos nomes das colunas, JAKIN e BOAZ,
apareceram muitas fantasias.
Creio que o Irmão Mario Name resumiu tudo, com ecos de Alex Horne (pág. 179
do Livro “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica”), quando escreveu:
“Todos os escritores sérios, eruditos e pesquisadores respeitados entendem que ainda a
melhor explicação para estas palavras é buscar o seu significado FILOLÓGICO que está
contido na ENCICLOPÉDIA JUDAICA:
JAQUIM – “Ele firmará”
BOAZ – “Nele está a força”
Fora disso, o resto é pura poesia!”
Para reforçar, vejamos uma passagem da “Enciclopédia Judaica”, na pág. 884,
onde se lê:
“A dedução a que se chega é que a primitiva matzevah – a pedra grande, não lapidada,
‘colocada’ em épocas primitivas nos lugares elevados para receber oferendas de óleo e de
sangue de animais – na fase mais evoluída do Primeiro Templo deu lugar às colunas de
bronze, mais atraente e eficazes, de Jachin e Boaz.”
Podemos ver no parágrafo acima, como foi registrada a palavra BOAZ. Será que
não deveríamos partir do princípio de que se a palavra é hebraica e se na Enciclopédia Judaica
a sua grafia é BOAZ, não é essa maneira mais correta?
CONCLUSÃO
Como pudemos perceber ao longo do trabalho há mais de uma versão sobre o
tema, mas os maiores estudiosos estão propensos ao uso do BOAS.
Com base então nas explanações dos nossos estudiosos e especilaistas, podemos
concluir que a grafia que mais se coaduna com as origens hebraicas, além de ser aquela que
mais frequentemente é utilizada, tanto na maioria das traduções da Bíblia, como em livros de
conteúdo judaico, é mesmo o vocábulo BOAZ.
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revistas:
A TROLHA, nº 320, de Junho/2013: Consultório Maçônico José Castellani – “Boaz ou Booz” – Respostas a cargo
do Irmão Pedro Juk.
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” - Volume 1 – 3ª Edição –
Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2012
AUSUBEL, Nathan. “JUDAICA – Conhecimento Judaico II” – Volume 6 – A. Koogan Editor - 1989
BOUCHER, Jules. “A Simbólica Maçônica” – Editora Pensamento
CHAMPLIN, R.N. ”Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Editora Hagnos – 9ª Edição – 2008
HORNE, Alex. “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica” – Editora Pensamento
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros – 2012
NAME, Mario. “O Templo de Salomão nos Mistérios da Maçonaria” – Editora A Gazeta Maçônica – 1ª Edição -
1988
SOBREIRA, Caesar. “Metafísica da Arte Real” – Kabalah Editorial - 2005
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Modelos de Maçonaria
Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos
anos. Alguns deles merecem ser citados.
Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do
passado já não se adapta ao homem atual. Está anacrônico.
Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro
de seus templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons
atuais não os respeitam como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta
razão, a Maçonaria fragmentou-se, perdeu a sua força e confundiu-se.
Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras
gerações de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento
desta, ou seja, desde então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo
prioritário para lutar por ele.
Não criaram uma outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas
Potências , cada qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando
representante de todas as opiniões da população maçônica e de quando em vez,
soltando na imprensa brasileira bisonhos pronunciamentos políticos.
Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como
líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade. À Maçonaria caberia tão
somente preparar este homem, mostrando-lhe os caminhos de seu autoconhecimento, e
ensinando-o a ser um construtor social para que atue na sociedade como um núcleo em
torno do qual estariam os demais segmentos dessa sociedade.
É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade.
Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais
apropriada ao nosso tempo.
Mas como andam as coisas na Ordem?
É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas
atingirão uma grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas.
Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e,
acreditamos que ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das
cidades entre si, existem verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas
alguns, aleatoriamente. Falta de instrução e conscientização do que vem a ser
Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e o período de estudos ou de
instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem um trabalho a
apresentar.
5 – Modelos de Maçonaria
Hercule Spoladore
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 14/27
Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas
que um Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las.
Sempre existem as evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder.
Você chegará lá. Estude”. Então como poderá um Irmão estar consciente do que é a
Maçonaria? Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado ao se entrar na
Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus, sem saber
ao certo o que estão fazendo ou aprendendo.
A pressa de muitos Irmãos em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos
chamados “fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo
tempo se alimenta exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de
eflúvios etílicos tomarem decisões importantes.
Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras
eminências pardas dentro de sua própria diretoria.
Carreirismo político maçônico, com falsa liderança.
Esvaziamento das Lojas por desmotivação.
Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os
quais querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os
demais.
Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes
dentro de uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos,
não respeitando, às vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade.
Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual
à sua maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil).
A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”.
Esta é uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal.
Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de
uma Loja é usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo
poderiam funcionar pelo menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com
desconhecimento total da história do Brasil e participação de maçons nos eventos.
Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinquenta itens facilmente.
Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da
mal interpretada tolerância maçônica.
A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem.
Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no
campo administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a
ousadia e a coragem de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma
solução que possa melhora-la. Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam
de Irmãos, fala-se muito em tolerância, todo mundo é livre e de bons costumes.
Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São
aqueles Irmãos puro, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e
prolixos oradores continuam matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e
louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a todos os maçons espalhados pela Terra.
Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e
perfeitos fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante.
Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os
maçons de sua cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não
é assim.
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 15/27
Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas
como elas são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo.
Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta
de instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar
uma boa ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a
respeito da filosofia, ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência,
o preparo do Maçom seria outro.
Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês.
Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e
Mestres para toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos
referentes a tudo o que diz respeito à Ordem.
Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter
severa vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e
Ritualística de cada Rito, costumam com frequência introduzir nos Rituais vigentes, a
maioria invenções, enxertos, “achismos” etc. Este controle tem que ser constitucional, ou
seja, deverá constar na Constituição de cada Potência, e o “modificador” terá que
enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes aprovarem. Esta seria uma maneira
de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria brasileira, em especial no
Rito Escocês Antigo e Aceito.
Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é,
e já está sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas
Lojas-Bases está havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria
de Maçons que seguem o axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas,
mesmo de Potências diferentes, estão permitindo o direito de visitação, e este contato
entre Irmãos está trazendo resultados.
Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e
decidirem que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o
qual seria organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente
deveria haver apenas uma Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito
dos candidatos não desejáveis para serem Maçons. Nas cidades onde hajam Lojas das
diversas Potências, deveria haver um Conselho
de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de
filantropia, problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade.
Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade,
mas não foram sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências.
Não há perigo de desestabilização do poder de cada Potência.
Administrativamente, continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a
vaidade de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples.
O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta
maior, um programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a
longo prazo, que pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento
único.
As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem
todos os detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá
que levar em conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e
estabelecendo metas para o próximo século.
Este que está findando já o perdeu. Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o
amor à Ordem. Meditemos, Irmãos!
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 16/27
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos.
É premiado com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
A GNOSE MAÇÔNICA
1. A filosofia de Teilhard de Chardin
Entre os modernos gnósticos, o jesuíta francês Pierre Teilhard de Chardin brilha como uma
estrela de máxima grandeza, por isso julgamos de fundamental importância fazer uma pequena
síntese do seu pensamento, porque ele encontra, em nossa opinião, muitos paralelos nos
temas que informam o ensinamento maçônico.
Teilhard vê o mundo ordenado numa série de grandezas distribuídas ao longo de uma
escala, que é o eixo do espaço-tempo. Essas grandezas se distribuem em duas direções:
uma, que é aquela que vai do ínfimo para o imenso, representada por um universo em
constante expansão, formando os planetas, os astros, as galáxias, as grandes massas
estelares; essa expansão originou-se num ponto ínfimo de máxima densidade energética, que
justamente por hospedar essa inconcebível concentração de energia, um dia explodiu. Essa
explosão pode ser identificada com o Big-Bang dos cientistas.
A outra direção é aquela que parte do imenso para o ínfimo, representada pela tendência da
energia presente nas massas físicas, de enrolar-se sobre si mesma, criando camadas
energéticas cada vez mais densas, concentradas em pontos cada vez menores. Essa é a
direção que o espírito humano percorre. E assim é em virtude do fenômeno da complexificação
cada vez maior dos processos organizacionais, um dos quais, o mais complexo, é o
pensamento humano.
Na escala do imenso, que são as grandezas cósmicas, domina a relatividade. As massas
estelares se formam por dispersão, partindo de um ínfimo inicial. Por isso, a organização dos
corpos materiais é simples. Neles são realizadas combinações atômicas primárias e as
realidades materiais vão surgindo dessas combinações, povoando o nada cósmico. Na escala
do ínfimo, porém, ocorre um processo inverso. Neste domina o quanta.1
Ocorre uma
concentração energética, uma interiorização de energia para dentro dos elementos, e disso
resultam estruturas cada vez mais complexas, quanto mais a energia se concentra sobre si
mesma. Foi essa concentração energética em uma molécula, que produziu, um dia, o primeiro
organismo vivo, o qual evoluiu até desembocar no homem.
Por isso, na psique humana convivem as noções de ínfimo e imenso. Situado no ponto
mínimo da grandeza cósmica, e no ponto máximo da complexidade material, o homem debate-
se entre a glória de ser o organismo mais perfeito que a natureza criou, e a angústia de ser tão
1
Quanta: quantidade mínima de energia que pode ser detectada. Divide-se em onda ou partícula.
6 – A Gnose Maçônica
João Anatalino Rodrigues
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pequeno entre as grandezas cósmicas, comparado a um grão de poeira
perdido na imensidão do universo.
É assim que, pressionado entre o ser (complexidade/consciência), e o
nada (que são os vazios do conhecimento que tem que preencher), ele
sente o arrebatamento do espirito que perscruta a imensidão do universo, e
sofre pela limitação que a matéria lhe impõe, pois esta não lhe permite
mover-se além dos estreitos limites de si mesmo. Esse é o grande conflito
que o homem enfrenta; uma eterna luta entre as forças que o constroem.
Os seres vivos, ensina Teilhard, podem ser grandes ou pequenos. Um dia já foram maiores,
mas a necessidade de adaptar-se ás condições de vida na terra, (resultantes da compressão
num espaço limitado), forçou-os a diminuir de tamanho.
Mais importante que suas conformações externas, porém, é o fato de eles serem simples ou
complexos em suas estruturas, pois é a complexidade dos arranjos que as moléculas fazem
para compor um organismo que determina o grau de sua evolução. Dessa forma, um micróbio,
por possuir na sua estrutura uma complexidade maior do que a de uma galáxia de estrelas
dispersas, ocupa um lugar mais proeminente na escala da evolução do que essa imensidade
cósmica, por infinita que ela seja.
Isso porque, no micróbio, a matéria já se organizou de tal forma que a vida se fez presente,
coisa que a galáxia ainda não conseguiu.
Nos seres infinitamente simples, unicelulares, nada se constata além de mero determinismo.
Neles, tudo se comporta conforme as leis da estatística. Lei da relatividade para o imenso, lei
dos quanta para o infinitamente pequeno. Já nos seres complexos, o que se percebe é a
interiorização da energia. Tactismo nas células, força vegetativa nas plantas, instintos nos
animais, auto-organização nos sistemas, consciência nos homens!
O ser, quanto mais complexo é em sua estrutura, mais consciente se torna em sua
interioridade. Dessa forma, a evolução passa a ser um processo de convergência da energia
presente na matéria, dirigida para o interior dela mesma.
A consciência humana nasceu, dessa forma, como um fenômeno energético que
proporcionou a uma espécie em particular, a condição de diferenciar-se e assumir, entre todas
as espécies criadas pela natureza, o próprio rumo no processo evolutivo. A evolução, que até o
surgimento do homem, era um processo controlado “por fora”, através de leis exclusivamente
naturais, a partir do homem passou a ser controlado “por dentro”, tornando-se auto-evolução.2
2. A matéria e o espírito
No mundo da matéria bruta, um fenômeno cósmico de concentração energética produziu,
um dia, a matéria viva. Esse acontecimento foi uma emergência descontinua numa sucessão
de eventos que se sucediam numa determinada ordem. O surgimento da vida não representou
apenas mais um degrau no ciclo evolutivo da natureza, mas sim, uma mudança qualitativa na
estrutura da matéria.
No mundo dos seres vivos, o homem também é uma emergência descontinua dentro de uma
escala de eventos continuados, sucessivos e ascendentes. O homem é a própria vida refletida.
Seu surgimento inaugurou uma nova etapa no caminho da evolução, pois a partir dele a
evolução passou a ser autogerida. Como isso terá acontecido? Teilhard pensa que, ao longo
da evolução das espécies vivas, um processo de cefalização, que pode ser entendido como
uma centralização de energia em um determinado órgão (o cérebro), ocorreu em uma das
espécies. Essa centralização, ao longo do tempo, foi produzindo cérebros cada vez maiores,
seguindo uma trilha biológica (filogenética), até desembocar no homos sapiens. Daí, essa
2
Na imagem, o padre Pierre Teilhard de Chardin
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centralização proporcionou o salto evolutivo (ontogenético), do mero
reflexo condicionado do animal para a consciência reflexiva do ser
humano.
O universo, na cosmogonia teilhardiana, pode ser visto como o
conjunto total das realidades espalhadas ao longo da reta espaço-
tempo. Com a emissão dos pensamentos por parte do homem, uma
nova camada de elementos passou a envolver a terra: a noosfera. A
noosfera pode ser entendida como a centralização da totalidade
energética despendida pelos homens, em todos os tempos, no ato de
pensar. É o conjunto das reflexões humanas que se concentra sobre si
mesma, criando uma espécie de “atmosfera espiritual”. É esse celeiro
energético de pensa-mentos condensados que fornece o estofo para as
nossas atividades psíquicas.
Partindo dessa idéia, o processo de aculturação da humanidade passa a ser a jornada do
seu espírito coletivo, em busca de uma união que se consuma num ponto único do tempo e do
espaço, que Teilhard chama de Ponto Ômega. Visto dessa forma, a evolução pode ser repre-
sentada por um cone onde a base representa a totalidade das realidades materiais e o seu
vértice a totalidade das suas manifestações energéticas, convertidas em espírito.
Assim, todas as manifestações do espírito humano são etapas de um processo de evolução
cósmica, onde está presente, em maior ou menor grau, a energia na sua forma material, ou já
convertida em espírito. Teilhard vê nesse processo a explicação dos fenômenos religiosos.
Para ele, as religiões pagãs da antiguidade, tais como as religiões egípcia, mesopotâmica,
persa, grega etc. representaram momentos de intensa espiritualidade, em que os cérebros
humanos realizaram ingentes esforços energéticos para realizar a união com a divindade. Da
mesma forma, o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, enfim, todas as religiões não deístas,
também foram momentos em que essa aproximação foi tentada, mas por outros métodos.3
O cristianismo, porém, na opinião de Teilhard, representou a etapa definitiva desse processo
de espiritualização progressiva da consciência humana, o momento-limite em que ela
contemplou a realidade divina em todo seu esplendor. Em suas próprias palavras, Cristo é a
condensação mais densa e perfeita da energia cósmica, na forma de consciência/espírito,
levada ao mais alto grau de densidade. Em suas próprias palavras, “O Cristianismo é a forma
última e axial da necessidade humana de fundir-se com o divino, como ultimação do processo
de evolução. Pleroma, ponto final da evolução do espírito universal, Cristo é o próprio Ponto
Ômega, o fim da flecha da evolução. Bem aventurados os que entenderem essa realidade e a
firmarem em seus corações”.4
Em palavras de intenso lirismo, Teilhard define assim a manifestação suprema dessa
espiritualização, que se realizou no homem Jesus Cristo: “Era preciso nada menos que os
labores terríveis e anônimos do Homem primitivo e a longa beleza egípcia e a espera inquieta
de Israel e o perfume lentamente destilado das místicas orientais e a sabedoria cem vezes
refinada dos gregos, para que, sobre a haste de Jessé e da Humanidade, a Flor pudesse
desabrochar. Todas essas preparações eram cosmicamente, biologicamente necessárias para
que o Cristo entrasse no cenário humano. E todo esse trabalho era movido pelo despertar ativo
e criador de sua alma, enquanto alma humana eleita para animar o Universo. E quando Maria o
tomou nos braços, ela estava erguendo o mundo inteiro”.5
3. O elo de ligação
3
Religiões não deístas são aquelas que não foram “reveladas” ao homem por uma divindade, mas sim desenvolvidas por ele
como forma de se comunicar com elas.
4
Teilhard de Chardin - O Mundo, o Homem e Deus, Ed. Cultrix, 1984
5
Idem, pg.29. Na imagem, o Grande Arquiteto traça os planos do universo. Gravura de William Blake.
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Onde mais, perguntamos, existe uma síntese mais perfeita dessa evolução material e
espiritual da humanidade, senão no ensinamento maçônico? Com efeito, é na moral e na
prática sincera da Arte Real que encontraremos uma perfeita interação entre as tradições
iniciáticas dos antigos povos, (a longa beleza egípcia, a espera inquieta de Israel, a sabedoria
grega e o perfume destilado das místicas orientais presentes na grande tradição da gnose e do
magistério de Hermes), com a explosão final de espiritualidade que se condensou na figura
ímpar, única, singular, de Jesus Cristo.
Nesse elo de ligação, que parecia perdido em meio à mixórdia política, filosófica e ideológica
que a Maçonaria moderna incorporou, eis a moderna teologia de um padre jesuíta cantando um
dueto com os gnósticos de ontem e de hoje. Pois tanto para os antigos, como para os
modernos pensadores dessa escola, o mundo é feito a cada momento, de combinação em
combinação, por um Espírito Supremo ou por espíritos seus delegados. Na formação da
realidade cósmica, que é una, espírito e matéria aparecem sempre em aparente oposição. É
somente através do conhe-cimento que a mente humana pode vencer essa aparente
contradição, transpondo o domínio trevoso da matéria e atingindo o território luminoso do
espírito. Nesse processo ele tem que combinar sabedoria com inteligência. Inteligência para
compreender os processos pelos quais o universo acontece, e sabedoria para saber utilizar
essa descoberta.
De certa forma, esse é o objetivo do magistério maçônico.
4. A ciência e a mística
É por isso que a Maçonaria moderna foi buscar nas grandes tradições da gnose e da cabala
a maior grande parte dos temas ritualísticos desenvolvidos em seus rituais. E isso não é sem
razão. Essas são as únicas disciplinas mentais que combinam, magistralmente, os caminhos
da sensibilidade e da razão, na busca de um conhecimento que não pode ser obtido pelos
meios intelectuais normais, mas apenas por experiência iniciática. Elas integram, ao mesmo
tempo, os métodos da religião e da ciência.
A religião busca a revelação, a ciência quer o conhecimento. Ambas são condensações de
um fenômeno energético que ocorre nos domínios mais sutis do psiquismo humano. A
revelação pode ocorrer no curso de uma prece, de uma prática ritualística ou de um trabalho de
labo-ratório, na oficina ou outro lugar qualquer onde o pensamento guie as mãos; já o
conhecimento científico ocorre como soma de descobertas feitas sistematicamente no decorrer
de um processo de observação dos fenômenos. O que torna diferentes esses dois caminhos de
evolução psíquica é a metodologia. Enquanto o cientista observa o fenômeno e descreve o que
vê, procurando entender por que ele ocorre daquele modo, o místico procura se colocar no
interior do próprio fenômeno, como parte dele, para senti-lo, e dessa forma “ver, por dentro” a
sua forma de ocorrência.
A ciência “vê” as coisas pelo lado de fora, a mística as “sente” pelo lado de dentro. Talvez
esteja aí a razão de o delírio gnóstico e as intuições cabalísticas jamais terem sido conve-
nientemente entendidos pelos racionalistas, pois nunca foi fácil descrever sentimentos, da
mesma forma com que se faz com fenômenos mecânicos. Se duas pessoas que compartilham
o mesmo grau cultural e as mesmas referências simbólicas forem convidadas a descrever o
processo pelo qual a água de uma chaleira se evapora, é possível que ofereçam uma
descrição semelhante, e uma mesma conclusão do por que isso acontece; porém, se lhes
pedirmos que nos descrevam o que sentem em razão desse fenômeno, e os motivos do porquê
sentem dessa forma, dificilmente encontraremos identidade nas respostas e coincidência nas
justificativas.
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5. O método da Maçonaria
Na Maçonaria estão presentes os dois caminhos. O caminho da espiritualização é aquele
proposto pela gnose. Ele se trilha através da prática iniciática, expressa nos rituais, nos
símbolos e alegorias desenvolvidos em cada grau. Nele se aprende pela sensibilidade. O
caminho do conhecimento racional é aquele que se condensa na própria proposta da
Maçonaria: o aprimoramento do espírito, através do estudo das disciplinas morais que tornam o
homem justo em seus julgamentos e perfeito em suas atitudes. Esse conhecimento, que se
inscreve no domínio da moral, é obtido pela razão. Razão e sensibilidade podem e devem
andar juntos. É a perfeita integração desses elementos que produz a verdadeira sabedoria.
É nesse sentido que o homem deve participar do movimento do mundo e não como seu
mero observador. A alma do estudioso, pela participação consciente no processo interativo que
formata as realidades universais, torna-se sua razão, e nessa condição ela realmente ‘vê” o
que acontece no interior das coisas, e essa visão é o verdadeiro “saber”.
Esse método de conhecer o mundo, que é o método gnóstico, psicológico, no dizer de
Ouspensky, é um método que integra razão e sensibilidade, ou se quisermos colocar isso de
uma maneira mais sutil, é uma forma que mistura o esotérico e exotérico, fundindo os dois
domínios num único e grande território de realidades possíveis de serem abarcadas pelo
espírito humano. Se é verdade que espírito e matéria são uma realidade só, que ambos
constituem uma unidade que se constrói mutuamente por interação de suas informações
nucleares, então essa visão não é um mero delírio metafísico. 6
Afinal de contas, toda religião tem como objetivo ligar a esfera do humano á esfera do divino.
Por isso todas elas procuram desenvolver uma visão do mundo, um conhecimento interior que
ilumina a alma do crente e o leva a algum tipo de ascese. Nenhuma confissão religiosa, mesmo
aquelas não deístas, como o confucionismo, o taoísmo, o budismo etc., que trabalham esses
caminhos através do exercício mental ou pela sensibilidade, dispensam esse objetivo final, que
é a iluminação salvadora.
Não se deve confundir gnóstico com mágico, como o fez a Igreja medieval. Embora muitos
gnósticos fossem adeptos do pensamento mágico, o gnosticismo se define pelo exercício do
livre-pensamento, a recusa de qualquer dogma, o conhecimento deduzido das grandes leis da
natureza, ainda que esse conhecimento seja interpretado de maneira religiosa. A gnose cultua
o saber pelo saber sem temores ou crenças sobrenaturais. Aliás, para os gnósticos, o próprio
sobrenatural é apenas uma superação de leis naturais.
Evidentemente, sua conotação como pensamento mágico é uma conseqüência natural da
própria cultura na qual ela se desenvolveu, cultura essa mais voltada para a ciência do divino
do que para as realidades da vida profana. O que os modernos gnósticos (e os maçons) fazem
é exatamente isso: mostrar a gnose sobre um novo enfoque, agora que a inteligência humana
conseguiu se livrar de seus velhos temores sobrenaturais e pode comprovar, pelos avanços da
pesquisa científica, que a natureza é, em si mesma, um verdadeiro repertório de milagres.
É nesse sentido que podemos classificar o ensinamento maçônico entre as disciplinas
conhecidas como gnósticas.
6
Piotr Demianovitch Ouspensky. Um Novo Modelo do Universo, São Paulo, Ed. Pensamento, 1928.
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 21/27
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (só trabalha no
recesso maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 22/27
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Respeito
“O respeito sempre olha além dos erros, fraquezas,
comportamentos antigos e mesmo as intenções manipuladoras
dos outros. Ele vê e afirma a bondade inata e o valor do outro,
mesmo quando o outro não pode ver por si mesmo. Ele vê o
valor inestimável de cada pessoa, bem como seu próprio valor.”
Mike George, Tornar-se e ser um pacificador, Editora Brahma
Kumaris, 2013
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"Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Dia 15 de janeiro:
Akasha
O significado de Akasha é: firmamento; o Cosmos invisível.
Akascha, ou simplesmente Akasha, é o Deus invisível do Cosmos, fonte de vida e
eternidade latente.
É o éter universal, onde a terra se move na sua trajetória constante, obtendo o vigor
que a torna eterna. Maçonicamente é usado, ainda que raramente, significando a
universalidade espiritual.
Tudo o que nos é desconhecido e intangível, mas que existe, deve nos preocupar; não
será nossa ignorância a suprimir a ciência (astronomia) e a afastar nossos
pensamentos da espiritualidade eterna.
Devemos nos preocupar com a grandiosidade do universo, que só se deixa penetrar
pela mente; para tanto, devemos nos exercitar, preferencialmente à noite,
contemplando o firmamento para uma divagação ímpar, na busca do ignoto.
Só assim constataremos nossa pequenez, reforçando em nós o pensamento sobre um
Criador místico, um Grande Arquiteto do Universo, que o idealizou e construiu.
Alimentando, assim, nossa mente, cresceremos em volume e qualidade para sermos
dignos em louvores a Deus.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 34.
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 24/27
Grande Loja de Israel
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 25/27
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
(fontes: internet)
1–
Você sabe como tentar
impedir o ataque de um cão?
Confira!
2 –
Precisa comprar um laptop
mas não sabe qual? Veja este
gui..
3 –
Divertido: Cães que se
intimidam na presença de
gatos!
4 – Praias de Santa Catarina:
Praias de Santa Catarina.pps
5 – Mercado Público de Florianópolis:
Mercado Público de Florianópolis.mp4
6 – Leitura: “Em Nome de Deus ou o assassinato de João Paulo I” (Livro – em PDF -
Colaboração do Ir. Mário Jorge Neves, de Lisboa)
Em Nome de Deus ou o assassinato de João Paulo I.pdf
7 – Filme do dia: “O Guarda Costas 2” –
Sinopse: Khamlao é um agente especial com a Missão de acabar com um grupo de terrorista que adquiriu uma
arma nuclear. Os chefões do grupo passam por donos de gravadora de música e para se aproximar deles, Khamlao
se apresenta como um possível cantor. Khamlao se desdobra para salvar seu país, num filme com cenas de
perseguição, efeitos especiais de última geração, muito rápido, de tirar o fôlego…
https://www.youtube.com/watch?v=jWXufkybZ3w
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 26/27
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira *
escreve aos domingos
A distância induziu, e a precipitação concluiu.
Li, naqueles lindos olhos de mulher, a tristeza
por haver decidido o destino de um grande amor.
Feriu de morte a quem não pretendia magoar.
Sentenciou , por orgulho, ou impaciência, um
maldito "ponto final".
Sua alma, não aprovou.
Conselho do coração, não lhe faltou.
Sofre, agora, a angústia do arrependimento, e
recorre ao seu santo protetor.
JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 27/27
No vento, que vem do norte, sente o cheiro
do homem da sua vida...
Esquecer, impossível !
A saudade devora as suas entranhas, e o orgulho
cederá lugar ao direito de amar !
Reza e chora baixinho...
Grita o seu nome na madrugada e, desesperada, só
lhe resta pedir perdão.
Distante, muito distante daqui, um coração de homem
apaixonado, ouve o seu clamor, reatando tão belo amor !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis

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Os Degraus da Escada de Jacó

  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores do Porto (Portugal)
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 2/27 Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 15º dia do Calendário Gregoriano. Faltam 350 dias para terminar o ano de 2017 - Lua Cheia - É o 128º ano da Proclamçaõ da República; 195º da Independência do Brasil e 517º ano do Descobrimento do Brasil Hoje é o dia Internacional do Compositor Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.299 – Florianópolis (SC) – domingo , 15 de janeiro de 2017 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella o Os Degraus da Escada de Jacó Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi - Sentimento Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Boaz ou Booz: a explicação definitiva? Bloco 5-IrHercule Spoladore – Modelos de Maçonaria Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Gnose Maçônica Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 15 de janeiro e versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira (Florianópolis – SC)
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 3/27 15 de janeiro  69 — Galba é morto pela Guarda Pretoriana; no mesmo dia, o Senado reconhece Otão como novo imperador romano.  708 — É eleito o Papa Sisínio.  1559 — Coroação da rainha Elizabeth I de Inglaterra.  1582 — A Rússia cede a Livónia e a Estónia à Polónia.  1622 — O dramaturgo francês Molière é baptizado em Paris.  1699 — Sancionada pelo Rei de Portugal a Carta Régia que cria o Instituto Militar de Engenharia do Brasil.  1756 — Manoel Lopes Diniz arrendou do morgado da Casa da Torre as fazendas Panela D’Água, Brejo do Gama e Campo Grande pertencente aos Garcia d’Ávila proprietários destas terras na capitania de Pernambuco.  1759 — Abertura do Museu Britânico.  1772 — O Castelo de Santa Maria da Feira sofre um violento incêndio.  1833 — Criação do município de Nova Iguaçu.  1834 — O exército liberal conquista Leiria durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).  1943 — Inauguração do Pentágono.  1944  A European Advisory Commission decide dividir a Alemanha em zonas de ocupação depois do final da Segunda Guerra Mundial.  Terramoto em San Juan, Argentina faz 8000-10.000 mortos.  1956 — o Santos Futebol Clube se torna, depois de vinte anos, campeão paulista de futebol, referente ao campeonato de 1955.  1969 — Inicia-se a missão Soyuz 5.  1970  A região de Biafra é reincorporada à Nigéria.  Muammar al-Gaddafi é proclamado primeiro-ministro da Líbia.  1973 — Os Estados Unidos cessam suas ações militares contra o Vietnã do Norte.  1975 — Assinado o Acordo de Alvor, em que Portugal reconhece a independência de Angola.  1985 — No Brasil, é eleito pelo Colégio Eleitoral, em eleição indireta, Tancredo Neves, o primeiro presidente civil em 21 anos de Ditadura Militar no Brasil.  1986 — Acidente de helicóptero no Rally Paris-Dakar. Morrem o organizador, Thierry Sabine, e mais quatro pessoas.  1989 — No Brasil, o Ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega lança o Plano Verão e uma nova moeda no país: o Cruzado Novo.  1992  Terroristas do ETA assassinam o professor Manuel Broseta, em Valência, na Itália.  A federação Iugoslava, fundada em 1918, é dissolvida quando a Comunidade Europeia reconhece as repúblicas da Croácia e da Eslovênia.  1996 — O primeiro-ministro socialista da Grécia, Andréas Papandréu, renuncia por motivos de saúde.  2000 — Incêndio do Mercadão de Madureira  2001  Lançamento da Wikipédia.  Primeiro voo da Gol Transportes Aéreos.  2003 — História do Equador: o coronel aposentado Lucio Gutiérrez, membro da junta militar que derrubou o presidente Jamil Mahuad em 2000, assumiu a presidência do Equador com uma plataforma de combate à corrupção. Alfredo Palacio assume a vice-presidência.  2006  Chegada da sonda Stardust à Terra com amostras de material recolhido em cometas EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 4/27  Michelle Bachelet foi eleita a primeira mulher presidente do Chile  2009 — Um Airbus A320 da US Airways perde potencia após a admissão de pássaros em ambos os motores logo depois da decolagem no aeroporto de La Guardia, em Nova York. O piloto Chesley Sullenberger, em conjunto com seu copiloto Jeffrey B. Skiles, num ato heroico, é obrigado a tomar a decisão de pousar nas águas frias do rio Hudson. Todos os 155 passageiros e a tripulação do Voo US Airways 1549 sobreviveram sem ferimentos graves. A aeronave foi desativada e está exposta em um museu. 1863 Manifestantes populares, nesta data, na cidade de Desterro, repudiam o procedimento da Inglaterra na chamado “Questão Christie”. 1894 Tropas revolucionárias, procedentes de Santa Catarina sob o comando do coronel Nepomuceno Costa, desembarcam em Paranaguá, desalojando dali, as forças legais do general Pego Júnior. 1908 Circula em Florianópolis, o primeiro número do jornal “Gazeta Catarinense”, sob a responsabilidade de Hercílio Pedro da Luz e que terá a duração até o ano de 1910. 1817 Formado o Supremo Conselho da Bélgica, que daria a carta patente a Montezuma para a abertura de um Supremo Conselho para o Rito Escocês no Brasil. 1847 Iniciado Benito Juarez, patriota de sangue índio que libertou o México da invasão francesa. 1933 Fundada a Grande Loja de Baja Califórnia, México. 1959 Fundada a Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da China, Taiwan. Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 5/27 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "OS DEGRAUS DA ESCADA DE JACÓ" Independente de qualquer circunstância o Tempo parece-nos o nosso melhor conselheiro e o remédio mais eficaz para curar as nossas feridas, nossas agruras e de algum modo aliviar as nossas dores e minimizar os nosso infortúnios. Vão-se os dias e a nossa capacidade de percepção quanto mais maduro ficamos tende a se tornar mais aguda perante os percalços e as dificuldades que por força da nossa existência temos que nos defrontar. Há dias melhores, dias piores, mas há sempre um sentimento represado dentro de cada um de nós que exige uma dose de libertação diária das amarras que nos prendem a alguns sentimentos menores, como a ganância, a inveja, o inconformismo, a intolerância e muitas vezes a falta de um apego mais consistente naquilo que nos é mais transcendental que é a crença e a fé incondicional numa força divina maior que tudo. De repente quando olhamos pra dentro de nós percebemos como as coisas podem ser mais simples, mais fáceis, sem tantas complicações. Na Maçonaria por exemplo, o prazer de participar de uma instituição iniciática, tão rica e tão abundante em ensinamentos e filosofia para o crescimento e aprimoramento humano deveria ser sem a menor sombra de dúvida um lugar de pura satisfação, prazer e felicidade para se frequentar, e travar relações cada vez mais saudáveis, fraternas e consistentes entre seus membros. Porém nem sempre isso acontece, porque a vaidade, o ego inflado, a necessidade de querer ser mais do que ou outro, acabam conspirando contra tudo o que a Ordem propõe e pugna dentre seus postulados. Muitos de nós temos uma tendência natural de exteriorizar nossas proezas, nossas virtudes, nossos conhecimentos e nosso suposto poder como se estas fossem as ferramentas mais importantes no nosso trabalho de construção interior. A verdade é que o que mais precisamos é "saber viver"... como dizem os versos da canção. "É preciso saber viver". 2 – Os Degraus da Escada de Jacó Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 6/27 E pra isso, nada melhor do que passarmos a olhar mais detidamente para dentro de nós mesmos. De repente, vemo-nos como um belíssimo pavão, cuja cauda multicolorida e cintilante que se abre em leque é como um imã para atrair aqueles que estão a nossa volta, sem necessariamente ter muito o que dizer, senão: "olhem que eu estou aqui". E daí ? De que vale esse exibicionismo, esse narcisismo, essa vontade incontida de querer aparecer, como se isso fosse um sinal de evolução ? A duras penas enfrento esse embate. Tenho tentado olhar pra dentro de mim e ver se consigo enxergar mais a fundo... Confesso que não é um exercício muito agradável. Afinal, é muito mais fácil enumerarmos e decantar aos quatro ventos nossas pretensas virtudes do que os nossos inenarráveis defeitos. Somos fruto de uma sociedade que nos cobra para sermos cada vez mais competitivos e melhores, porém como Maçons talvez devamos nos aprofundar no aprimoramento de nossa essência, de nosso espírito e de nossa alma. Talvez este seja o trajeto que possa nos conduzir do Grau 1 ao 33 com mais consistência, para que possamos sentir cada degrau da escada que temos que subir e avaliar com afinco, propriedade e despojamento qual o valor de cada degrau superado. Ainda assim, ao término dessa chamada Escada de Jacó - uma metáfora maçônica amplamente utilizada - perceberemos que o que vem a nossa frente é uma sequência infinita de novos desafios que demonstram quão distantes estamos de um caminho que na verdade não tem fim. Somos caminheiros do Tempo, aprendizes eternos da Vida, e como o meu filho me ensinou: "É preciso saber ceder".... Eis um verbo tão pouco conjugado, tão pouco difundido, tão pouco articulado, mas que no bojo de seu significado tenha tanto peso e valor nas nossas vidas e nas nossas relações com tudo e com todos. Ceder um ponto de vista, ceder o seu lugar, ceder a sua vez, ceder a sua opinião em favor de outra que lhe pareça contrária... Talvez essa seja a maneira mais suave e menos dolorida de trilhar o caminho, sem que isso signifique submissão ou passividade. Quem sabe não seja esse o segredo da "Arte de Viver" - assim como o legado que nos deixaram os avatares - referenciais de nossa existência e artífices de nosso tempo. Fraternalmente Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 7/27 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. escreve às quartas-feiras e domingos. SENTIMENTO “Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz”. (JJ Rousseau). 1. Dicionário: [lat. sentire, perceber pelos sentidos] Capacidade para sentir; sensibilidade. Faculdade de conhecer, perceber, apreciar; percepção, noção, senso. Disposição afetiva relação a coisas de ordem moral e intelectual. Afeto, afeição, amor. (Aurélio). 2. Sentimento: Um sentimento é um estado afetivo que se produz por causas que o impressionam. Estas causas podem ser alegres e felizes, ou dolorosas e tristes. O sentimento surge como resultado de uma emoção que permite que o sujeito esteja consciente do seu estado anímico. Os sentimentos estão vinculados à dinâmica cerebral e determinam de que forma uma pessoa reage perante distintos acontecimentos. Trata-se de impulsos da sensibilidade relativamente ao que se imagina como sendo positivo ou negativo. Por outras palavras, os sentimentos são emoções conceptualizadas que determinam o estado afetivo. Sempre que os sentimentos são saudáveis, o estado anímico alcança a felicidade e a dinâmica cerebral flui com normalidade. Caso contrário, o estado anímico não está em equilíbrio e podem surgir perturbações como a depressão. As alterações nas cargas emocionais determinam as características dos sentimentos. As emoções podem ser breves no tempo, embora possam gerar sentimentos que se mantêm durante períodos bastante extensos. Os sentimentos podem ser positivos quando promovem boas ações, ou prejudiciais se fomentarem más ações. Neste último caso, é importante que o homem consiga dominar os seus sentimentos e modificá-los. Por exemplo: Um sujeito que sinta ódio planeia realizar um assassinato. É, portanto imprescindível que essa pessoa controle o seu sentimento de ódio de modo a evitar o crime. A pessoa nunca se deve guiar unicamente pelos seus sentimentos, uma vez que estes são instintivos e, como tal, podem representar uma perda de liberdade para o ser humano ou promover atos irracionais, tal como mencionado no exemplo anterior. (Fonte: conceitode). 3. História dos sentimentos: Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém iria trapacear. O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a 3 – Sentimento João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 8/27 Arrogância fez cara de desdém pois a ideia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: Ah, gente, vamos deixar tudo como está, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz. A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo. A Generosidade quase não conseguiu se esconder porque era grande e ainda queria abraçar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou m lugar perfeito onde não cabia mais ninguém. A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estava fazendo ali. Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar. Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos. A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha. Juntos fazem a vida valer a pena – mas isso não é coisa para os medrosos nem para os apáticos, que perderam a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação. (Fonte: Pensar é Transgredir, Lya Luft. Ed. Record, 2004). 4. O coração tem razões que a própria razão desconhece. (Blaise Pascal). Nessa frase, as palavras razões e razão não têm o mesmo significado, indicando coisas diversas. Razões são os motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração; este é o nome que damos para as emoções e paixões, enquanto razão é o nome que damos à consciência intelectual e moral. Ao dizer que o coração tem suas próprias razões, Pascal está afirmando que as emoções, os sentimentos ou as paixões são causas de muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. Ao dizer que a razão desconhece as razões do coração, Pascal está afirmando que a consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos e que ela é capaz de uma atividade própria não motivada e causada pelas emoções, mas possuindo seus motivos ou suas próprias razões. Assim, a frase de Pascal pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional possui causas e motivos (as razões do coração), que são as paixões ou os sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade intelectual, seja como atividade moral. (Fonte: Ágora filosófica). 5. Máximas: Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. (Carlos D. de Andrade). - Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos. (Da Vinci). - Há momentos na vida em que se deveria calar e deixar que o silêncio falasse ao coração, pois há sentimentos que a linguagem não expressa e há emoções que as palavras não sabem traduzir. (A). - Se não quiser adoecer fale de seus sentimentos. (Dráuzio Varella). - Os sentimentos não podem ser desligados como interruptores e tomadas. (A). - Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las, elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente. (Freud). MAÇONARIA Rituais: REAA-GLSC: (...) A vida é a faculdade de vencer a morte; a inteligência é função ativa da alma, tanto quanto o sentimento e a vontade. (RA).
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 9/27 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com BOAZ OU BOOZ: A EXPLICAÇÃO DEFINITIVA? “O Dr. Mackey refere-se às Duas Colunas como monumentos comemorativos das repetidas promessas de amparo feitas por Deus ao Seu povo de Israel, visto que Jaquim, acredita ele deriva de Jah, que significa ‘Jeová’, enquanto que aqui,, que significa ‘firmar’, quer dizer que ‘Deus firmará Sua casa de Israel’. Boaz da mesma forma, se compõe, diz ele, de B, que significa ‘em’, e de oaz que significa ‘força’, dando-se ao todo o significado de ‘em força será ela firmada’.”( Horne, pág. 177, “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica”) INTRODUÇÃO O título logo acima poderia ter sido utilizado sem o sinal do ponto de interrogação, mas, ainda que no decorrer do trabalho sejam consideradas e expostas as opiniões de vários Irmãos que são verdadeiros sábios, é sempre temeroso fazer uma afirmativa desse tipo. Isso significa dizer que depois de ter escrito sobre os assuntos mais variados, é possível perceber que a verdade nunca está de posse de um especificamente, embora saibamos que não são poucos os que se dizem donos dela, e na maioria dos temas de conteúdo maçônico, há sempre mais de uma versão, mais de uma explicação, mais de uma vertente, seja ele qual for. O motivo de escolher esse tema deve-se à leitura de um livro, onde entre os artigos inseridos, num deles deparei-me com a questão que gira sobre o uso do “BOAZ ou BOOZ?”, que sei ser antiga, mas, que nunca escrevi nada a respeito. Fiquei aguardando um desfecho para a questão, o que não aconteceu, pois, permaneceu a dúvida ao final. Resolvi que iria atrás da resposta ou das respostas, pois, além de curioso, um Maçom que tem de estar sempre disposto a aprender mais, quando o assunto é pertinente. BOAZ O Irmão Nicola Aslan em seu “Grande Dicionário Enciclopédico...” escreveu: “É o nome dado a uma das Colunas que sustentam o Templo de Salomão. É uma palavra hebraica significando ‘na Força’. Em Maçonaria, a Coluna B.·. é aquela junto à qual, no R.E.A.A., os Aprendizes recebem o seu salário. Ao contrário, no R.M., ou F., é a dos Companheiros. (...)” BOOZ O “Grande Dicionário Enciclopédico...” do Irmão Nicola Aslan diz assim: BOOZ – O mesmo que Boaz. Forma por que este nome é apresentado nos Rituais franceses. Booz ou Boaz, rico morador de Belém e esposo de Rute, sua parenta, era o bisavô de Davi. (Ruth, I, 13-22) Na “Enciclopédia...”, de R. N. Champlin, é descrito o verbete BOAZ em seu contexto bíblico, mas, não é feita em nenhum momento qualquer referência ao termo BOOZ. No entanto, a enciclopédia contempla duas acepções, a saber: “BOAZ – No hebraico, ‘felicidade’ ou ‘rapidez’. É nome de uma pessoa e de um detalhe arquitetônico do templo de Salomão. 1. Um rico belemita e parente chegado do marido falecido da moabita Rute, e com quem, finalmente se casou, sob a obrigação do casamento levirato, 4 – Boaz ou Booz: a explicação definitiva? José Ronaldo Viega Alves
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 10/27 que ele cumpriu voluntariamente, em cerca de 1360 A.C. A conduta digna de Boaz, sua sensibilidade e seu espírito bondoso, sua piedade e suas boas maneiras, são pontos ressaltados no livro de Rute, oferecendo-nos uma boa ideia de como seriam as pessoas pertencentes à classe alta de Israel. Do matrimônio nasceu Obede, que foi pai de Jessé, que foi pai de Davi. Portanto, Boaz foi um ancestral direto de Jesus. Seu nome ocorre na genealogia de Jesus, em Mat. 15. (...) 2. Nome de uma das colunas de bronze postas por Salomão diante do templo de Jerusalém. Aquela que ficava no lado norte era chamada Boaz; e a que ficava no lado sul, chamava-se Jaquim. Eram adornadas com capitéis representando lírios (I Reis 7:21 e II Crô. 3:17.” COMENTÁRIOS: Até o momento, sem ter usado ainda de um número expressivo de fontes, podemos dizer que já temos várias situações, assim como, informações um tanto desencontradas. Vejamos: _ A Enciclopédia de Champlin diz que BOAZ vem do hebraico e significa “felicidade” ou “rapidez”. O Irmão Nicola Aslan em seu Grande Dicionário Enciclopédico diz é uma palavra hebraica significando “na força”. _ No que se refere ao nome BOOZ, Aslan diz que o nome é o mesmo que BOAZ, no entanto, Champlin omite o nome BOOZ. Aslan diz que BOOZ era um rico morador de Belém e esposo de Rute, o que bate com a descrição de Champlin. Agora vem a parte curiosa: lá no começo lembram que me referi à escolha deste tema, e que foi suscitada pela leitura de um artigo, pois, o artigo se chamava “Entre Colunas – Boaz ou Booz?” que faz parte do livro “Metafísica da Arte Real” do ilustre Irmão Caesar Sobreira. Antes é preciso dizer que para sanar a sua dúvida o autor do referido artigo recorreu primeiramente ao Irmão Juan Carlos Daza, espanhol que produziu um dicionário sobre a Maçonaria Simbólica. Após a consulta o Irmão Caesar Coelho, escreveu o seguinte: “Pois bem, no verbete BOAZ, que o autor também grava BOOZ, informa-se que se trata do nome simbólico de um das colunas fundidas por Hiram por ordem de Salomão, e que foram colocadas no pórtico do Templo, conforme descrito em Primeiro Livro de Reis (capítulo 7, versículos 15-22). O autor esclarece: ‘Muitas vezes se utiliza escrevendo Booz, que segundo a tradição latina significa alegria, ainda que em hebraico signifique força interna.’” Podemos perceber que existe aí uma “aproximação” então, entre Daza e Champlin, ainda que o vocábulo ao qual Daza se refere é BOOZ, que ele traduz por “alegria”, enquanto que Champlin se refere a BOAZ , traduzindo-o por “felicidade”, o que guarda alguma semelhança. Prosseguindo com o texto do Irmão Caesar Coelho, na passagem seguinte podemos ver que não dá para não confundir nem na Bíblia. Vejamos: “Então decidimos consultar a Bíblia de Jerusalém, que é considerada a melhor versão do texto sagrado. Nela encontramos, no Primeiro Livro de Reis (Capítulo 7, versículo 21), a seguinte redação: ‘Ergueu as colunas diante do pórtico do santuário; ergueu a coluna do lado direito, à qual deu o nome de Jaquin; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a Boaz.’ Como também encontramos referências às duas colunas do Templo em Segundo Livro de Crônicas (capítulo 2, versículo 17). Ali fomos conferir a redação e encontramos a seguinte grafia: ‘Erigiu colunas diante do Hekal, uma à direita e a outra à esquerda, dando o nome de Jaquin à da direita, e de Booz à da esquerda.’ Encontramos, portanto, as duas grafias na versão mais autorizada da Bíblia Sagrada. A questão continua, pois, em aberto. Resta-nos fazer uma leitura da Torah em sua versão original, estudando as letras utilizadas na escrita desse nome. Infelizmente não temos,
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 11/27 neste momento, um exemplar hebraico do Tanach (o Antigo Testamento), de modo que postergamos a solução desse problema.” DUAS OPINIÕES FUNDAMENTAIS: O QUE DIZ O IRMÃO KENNYO ISMAIL: No seu livro “Desmistificando a Maçonaria” o Irmão Kennyo Ismail, assim se pronunciou sobre o assunto: “O termo correto é BOAZ. Conforme excelente trabalho do Irmão William Almeida de Carvalho, o termo BOOZ surgiu quando da tradução de São Jerônimo da Bíblia para o latim, em 405 d.C., o qual cometeu o equívoco de registrar como BOOZ em vem de BOAZ. (entre vários outros equívocos). Já a famosa tradução de Lutero para o alemão foi correta: BOAZ. A famosa versão da Bíblia de Rei James mantém o BOAZ, e a própria versão em português de João Ferreira de Alemeida consta como BOAZ. No Ritual de Enulação, adotado por grande parte das Lojas da Grande Loja Unida da Inglaterra, o termo adotado é BOAZ. Assim também consta no Monitor de Webb, que é o ritual dos graus simbólicos do Rito de York, adotado pela quase totalidade das Lojas dos Estados Unidos. No próprio REAA, o termo correto é BOAZ, como se pode ver no livro Morals and Dogma do célebre Irmão Albert Pike, 33º. Mackey, outro célebre autor maçônico, também registrou BOAZ em suas obras, assim como outros grandes historiadores, pesquisadores e autores maçons na França e na Inglaterra.” O QUE DIZ O IRMÃO PEDRO JUK: Em sua coluna na revista “A Trolha”, o Irmão Pedro Juk respondeu a uma dúvida de outro Irmão versando exatamente sobre a questão envolvendo BOAZ ou BOOZ e onde a sua resposta dizia: “Geralmente na Maçonaria brasileira, por ser filha espiritual da França, ainda existe o costume de se adotar BOOZ que, a bem da verdade, é uma corruptela de BOAZ. De fato, o termo BOOZ é inexistente no idioma hebraico, senão BOAZ. Essa anomalia surgiu na tradução bíblica da Vulgata de São Jerônimo onde, inadvertidamente, o tradutor escreveu BOOZ, e a igreja em respeito à tradição resolveu assim manter a expressão. Como essa tradução é latina, provavelmente os ritos maçônicos dessa vertente, na sua grande maioria, acompanham a descrição bíblica da Vulgata. Já na mais antiga tradução bíblica do hebraico e aramaico para o grego por judeus helenísticos, a versão Septuaginta (dos Setenta) mantém a tradição do termo de maneira correta – BOAZ. O rótulo de BOAZ é mantido na tradição maçônica da vertente inglesa, tanto no Craft inglês quanto o americano. A vertente bíblica protestante do cristianismo também adota na sua tradução a palavra BOAZ. Assim, o GOB ainda permanece no uso da corruptela BOOZ, fato que deveria até ser revisto, já que essa descrição está em desacordo como o que é fato e direito no idioma donde provém a verdadeira palavra que é BOAZ.” SOBRE O BOAZ, O BOOZ E O HEBRAICO Na “Enciclopédia Judaica” a escrita é BOAZ, o que faz então que acreditemos que a grafia correta é essa. Por outro lado, ainda usando do artigo do Irmão Kennyo Ismail em seu último parágrafo sobre o seu artigo já citado acima “BOOZ ou BOAZ?” ele arremata da seguinte maneira: “Uma curiosidade sobre o assunto é que, ao contrário da afirmação do Irmão William de Carvalho de que o termo BOOZ simplesmente não existe no hebraico, o pastor batista, professor de teologia e maçom, Venerável Irmão José Ferreira de Barros, demonstrou em artigo recentemente escrito que o termo BOOZ é sim possível, mas reforça que não é o caso das passagens bíblicas, onde houve mesmo erro de transliteração.”
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 12/27 Jules Boucher em seu clássico “A Simbólica Maçônica” escreveu a palavra BOOZ e a sua escrita em hebraico: “A palavra Booz escreve-se com as letras Beth(B), Ain (letra que não pode ser traduzida foneticamente senão por uma aspiração sonora, pelo espírito forte do grego), Zain (Z). Muitas vezes escreve-se Booz em lugar de Boaz; no entanto, esta última ortografia está mais de acordo com o hebraico” COMENTÁRIOS: Há estudos e estudos. E sobre cada um dos nomes das colunas, JAKIN e BOAZ, apareceram muitas fantasias. Creio que o Irmão Mario Name resumiu tudo, com ecos de Alex Horne (pág. 179 do Livro “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica”), quando escreveu: “Todos os escritores sérios, eruditos e pesquisadores respeitados entendem que ainda a melhor explicação para estas palavras é buscar o seu significado FILOLÓGICO que está contido na ENCICLOPÉDIA JUDAICA: JAQUIM – “Ele firmará” BOAZ – “Nele está a força” Fora disso, o resto é pura poesia!” Para reforçar, vejamos uma passagem da “Enciclopédia Judaica”, na pág. 884, onde se lê: “A dedução a que se chega é que a primitiva matzevah – a pedra grande, não lapidada, ‘colocada’ em épocas primitivas nos lugares elevados para receber oferendas de óleo e de sangue de animais – na fase mais evoluída do Primeiro Templo deu lugar às colunas de bronze, mais atraente e eficazes, de Jachin e Boaz.” Podemos ver no parágrafo acima, como foi registrada a palavra BOAZ. Será que não deveríamos partir do princípio de que se a palavra é hebraica e se na Enciclopédia Judaica a sua grafia é BOAZ, não é essa maneira mais correta? CONCLUSÃO Como pudemos perceber ao longo do trabalho há mais de uma versão sobre o tema, mas os maiores estudiosos estão propensos ao uso do BOAS. Com base então nas explanações dos nossos estudiosos e especilaistas, podemos concluir que a grafia que mais se coaduna com as origens hebraicas, além de ser aquela que mais frequentemente é utilizada, tanto na maioria das traduções da Bíblia, como em livros de conteúdo judaico, é mesmo o vocábulo BOAZ. CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: Revistas: A TROLHA, nº 320, de Junho/2013: Consultório Maçônico José Castellani – “Boaz ou Booz” – Respostas a cargo do Irmão Pedro Juk. Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” - Volume 1 – 3ª Edição – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2012 AUSUBEL, Nathan. “JUDAICA – Conhecimento Judaico II” – Volume 6 – A. Koogan Editor - 1989 BOUCHER, Jules. “A Simbólica Maçônica” – Editora Pensamento CHAMPLIN, R.N. ”Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Editora Hagnos – 9ª Edição – 2008 HORNE, Alex. “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica” – Editora Pensamento ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros – 2012 NAME, Mario. “O Templo de Salomão nos Mistérios da Maçonaria” – Editora A Gazeta Maçônica – 1ª Edição - 1988 SOBREIRA, Caesar. “Metafísica da Arte Real” – Kabalah Editorial - 2005
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 13/27 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Modelos de Maçonaria Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos anos. Alguns deles merecem ser citados. Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do passado já não se adapta ao homem atual. Está anacrônico. Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons atuais não os respeitam como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta razão, a Maçonaria fragmentou-se, perdeu a sua força e confundiu-se. Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras gerações de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento desta, ou seja, desde então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo prioritário para lutar por ele. Não criaram uma outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas Potências , cada qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando representante de todas as opiniões da população maçônica e de quando em vez, soltando na imprensa brasileira bisonhos pronunciamentos políticos. Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade. À Maçonaria caberia tão somente preparar este homem, mostrando-lhe os caminhos de seu autoconhecimento, e ensinando-o a ser um construtor social para que atue na sociedade como um núcleo em torno do qual estariam os demais segmentos dessa sociedade. É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade. Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais apropriada ao nosso tempo. Mas como andam as coisas na Ordem? É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas atingirão uma grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas. Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e, acreditamos que ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das cidades entre si, existem verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas alguns, aleatoriamente. Falta de instrução e conscientização do que vem a ser Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e o período de estudos ou de instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem um trabalho a apresentar. 5 – Modelos de Maçonaria Hercule Spoladore
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 14/27 Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas que um Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las. Sempre existem as evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder. Você chegará lá. Estude”. Então como poderá um Irmão estar consciente do que é a Maçonaria? Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado ao se entrar na Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus, sem saber ao certo o que estão fazendo ou aprendendo. A pressa de muitos Irmãos em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos chamados “fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo tempo se alimenta exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de eflúvios etílicos tomarem decisões importantes. Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras eminências pardas dentro de sua própria diretoria. Carreirismo político maçônico, com falsa liderança. Esvaziamento das Lojas por desmotivação. Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os quais querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os demais. Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes dentro de uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos, não respeitando, às vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade. Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual à sua maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil). A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”. Esta é uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal. Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de uma Loja é usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo poderiam funcionar pelo menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com desconhecimento total da história do Brasil e participação de maçons nos eventos. Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinquenta itens facilmente. Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da mal interpretada tolerância maçônica. A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem. Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no campo administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a ousadia e a coragem de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma solução que possa melhora-la. Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam de Irmãos, fala-se muito em tolerância, todo mundo é livre e de bons costumes. Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São aqueles Irmãos puro, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e prolixos oradores continuam matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a todos os maçons espalhados pela Terra. Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e perfeitos fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante. Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os maçons de sua cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não é assim.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 15/27 Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo. Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta de instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar uma boa ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a respeito da filosofia, ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência, o preparo do Maçom seria outro. Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês. Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e Mestres para toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos referentes a tudo o que diz respeito à Ordem. Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter severa vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e Ritualística de cada Rito, costumam com frequência introduzir nos Rituais vigentes, a maioria invenções, enxertos, “achismos” etc. Este controle tem que ser constitucional, ou seja, deverá constar na Constituição de cada Potência, e o “modificador” terá que enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes aprovarem. Esta seria uma maneira de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria brasileira, em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito. Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é, e já está sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas Lojas-Bases está havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria de Maçons que seguem o axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas, mesmo de Potências diferentes, estão permitindo o direito de visitação, e este contato entre Irmãos está trazendo resultados. Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e decidirem que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o qual seria organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente deveria haver apenas uma Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito dos candidatos não desejáveis para serem Maçons. Nas cidades onde hajam Lojas das diversas Potências, deveria haver um Conselho de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de filantropia, problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade. Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade, mas não foram sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências. Não há perigo de desestabilização do poder de cada Potência. Administrativamente, continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a vaidade de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples. O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta maior, um programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a longo prazo, que pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento único. As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem todos os detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá que levar em conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas para o próximo século. Este que está findando já o perdeu. Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o amor à Ordem. Meditemos, Irmãos!
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 16/27 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos. É premiado com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br A GNOSE MAÇÔNICA 1. A filosofia de Teilhard de Chardin Entre os modernos gnósticos, o jesuíta francês Pierre Teilhard de Chardin brilha como uma estrela de máxima grandeza, por isso julgamos de fundamental importância fazer uma pequena síntese do seu pensamento, porque ele encontra, em nossa opinião, muitos paralelos nos temas que informam o ensinamento maçônico. Teilhard vê o mundo ordenado numa série de grandezas distribuídas ao longo de uma escala, que é o eixo do espaço-tempo. Essas grandezas se distribuem em duas direções: uma, que é aquela que vai do ínfimo para o imenso, representada por um universo em constante expansão, formando os planetas, os astros, as galáxias, as grandes massas estelares; essa expansão originou-se num ponto ínfimo de máxima densidade energética, que justamente por hospedar essa inconcebível concentração de energia, um dia explodiu. Essa explosão pode ser identificada com o Big-Bang dos cientistas. A outra direção é aquela que parte do imenso para o ínfimo, representada pela tendência da energia presente nas massas físicas, de enrolar-se sobre si mesma, criando camadas energéticas cada vez mais densas, concentradas em pontos cada vez menores. Essa é a direção que o espírito humano percorre. E assim é em virtude do fenômeno da complexificação cada vez maior dos processos organizacionais, um dos quais, o mais complexo, é o pensamento humano. Na escala do imenso, que são as grandezas cósmicas, domina a relatividade. As massas estelares se formam por dispersão, partindo de um ínfimo inicial. Por isso, a organização dos corpos materiais é simples. Neles são realizadas combinações atômicas primárias e as realidades materiais vão surgindo dessas combinações, povoando o nada cósmico. Na escala do ínfimo, porém, ocorre um processo inverso. Neste domina o quanta.1 Ocorre uma concentração energética, uma interiorização de energia para dentro dos elementos, e disso resultam estruturas cada vez mais complexas, quanto mais a energia se concentra sobre si mesma. Foi essa concentração energética em uma molécula, que produziu, um dia, o primeiro organismo vivo, o qual evoluiu até desembocar no homem. Por isso, na psique humana convivem as noções de ínfimo e imenso. Situado no ponto mínimo da grandeza cósmica, e no ponto máximo da complexidade material, o homem debate- se entre a glória de ser o organismo mais perfeito que a natureza criou, e a angústia de ser tão 1 Quanta: quantidade mínima de energia que pode ser detectada. Divide-se em onda ou partícula. 6 – A Gnose Maçônica João Anatalino Rodrigues
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 17/27 pequeno entre as grandezas cósmicas, comparado a um grão de poeira perdido na imensidão do universo. É assim que, pressionado entre o ser (complexidade/consciência), e o nada (que são os vazios do conhecimento que tem que preencher), ele sente o arrebatamento do espirito que perscruta a imensidão do universo, e sofre pela limitação que a matéria lhe impõe, pois esta não lhe permite mover-se além dos estreitos limites de si mesmo. Esse é o grande conflito que o homem enfrenta; uma eterna luta entre as forças que o constroem. Os seres vivos, ensina Teilhard, podem ser grandes ou pequenos. Um dia já foram maiores, mas a necessidade de adaptar-se ás condições de vida na terra, (resultantes da compressão num espaço limitado), forçou-os a diminuir de tamanho. Mais importante que suas conformações externas, porém, é o fato de eles serem simples ou complexos em suas estruturas, pois é a complexidade dos arranjos que as moléculas fazem para compor um organismo que determina o grau de sua evolução. Dessa forma, um micróbio, por possuir na sua estrutura uma complexidade maior do que a de uma galáxia de estrelas dispersas, ocupa um lugar mais proeminente na escala da evolução do que essa imensidade cósmica, por infinita que ela seja. Isso porque, no micróbio, a matéria já se organizou de tal forma que a vida se fez presente, coisa que a galáxia ainda não conseguiu. Nos seres infinitamente simples, unicelulares, nada se constata além de mero determinismo. Neles, tudo se comporta conforme as leis da estatística. Lei da relatividade para o imenso, lei dos quanta para o infinitamente pequeno. Já nos seres complexos, o que se percebe é a interiorização da energia. Tactismo nas células, força vegetativa nas plantas, instintos nos animais, auto-organização nos sistemas, consciência nos homens! O ser, quanto mais complexo é em sua estrutura, mais consciente se torna em sua interioridade. Dessa forma, a evolução passa a ser um processo de convergência da energia presente na matéria, dirigida para o interior dela mesma. A consciência humana nasceu, dessa forma, como um fenômeno energético que proporcionou a uma espécie em particular, a condição de diferenciar-se e assumir, entre todas as espécies criadas pela natureza, o próprio rumo no processo evolutivo. A evolução, que até o surgimento do homem, era um processo controlado “por fora”, através de leis exclusivamente naturais, a partir do homem passou a ser controlado “por dentro”, tornando-se auto-evolução.2 2. A matéria e o espírito No mundo da matéria bruta, um fenômeno cósmico de concentração energética produziu, um dia, a matéria viva. Esse acontecimento foi uma emergência descontinua numa sucessão de eventos que se sucediam numa determinada ordem. O surgimento da vida não representou apenas mais um degrau no ciclo evolutivo da natureza, mas sim, uma mudança qualitativa na estrutura da matéria. No mundo dos seres vivos, o homem também é uma emergência descontinua dentro de uma escala de eventos continuados, sucessivos e ascendentes. O homem é a própria vida refletida. Seu surgimento inaugurou uma nova etapa no caminho da evolução, pois a partir dele a evolução passou a ser autogerida. Como isso terá acontecido? Teilhard pensa que, ao longo da evolução das espécies vivas, um processo de cefalização, que pode ser entendido como uma centralização de energia em um determinado órgão (o cérebro), ocorreu em uma das espécies. Essa centralização, ao longo do tempo, foi produzindo cérebros cada vez maiores, seguindo uma trilha biológica (filogenética), até desembocar no homos sapiens. Daí, essa 2 Na imagem, o padre Pierre Teilhard de Chardin
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 18/27 centralização proporcionou o salto evolutivo (ontogenético), do mero reflexo condicionado do animal para a consciência reflexiva do ser humano. O universo, na cosmogonia teilhardiana, pode ser visto como o conjunto total das realidades espalhadas ao longo da reta espaço- tempo. Com a emissão dos pensamentos por parte do homem, uma nova camada de elementos passou a envolver a terra: a noosfera. A noosfera pode ser entendida como a centralização da totalidade energética despendida pelos homens, em todos os tempos, no ato de pensar. É o conjunto das reflexões humanas que se concentra sobre si mesma, criando uma espécie de “atmosfera espiritual”. É esse celeiro energético de pensa-mentos condensados que fornece o estofo para as nossas atividades psíquicas. Partindo dessa idéia, o processo de aculturação da humanidade passa a ser a jornada do seu espírito coletivo, em busca de uma união que se consuma num ponto único do tempo e do espaço, que Teilhard chama de Ponto Ômega. Visto dessa forma, a evolução pode ser repre- sentada por um cone onde a base representa a totalidade das realidades materiais e o seu vértice a totalidade das suas manifestações energéticas, convertidas em espírito. Assim, todas as manifestações do espírito humano são etapas de um processo de evolução cósmica, onde está presente, em maior ou menor grau, a energia na sua forma material, ou já convertida em espírito. Teilhard vê nesse processo a explicação dos fenômenos religiosos. Para ele, as religiões pagãs da antiguidade, tais como as religiões egípcia, mesopotâmica, persa, grega etc. representaram momentos de intensa espiritualidade, em que os cérebros humanos realizaram ingentes esforços energéticos para realizar a união com a divindade. Da mesma forma, o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, enfim, todas as religiões não deístas, também foram momentos em que essa aproximação foi tentada, mas por outros métodos.3 O cristianismo, porém, na opinião de Teilhard, representou a etapa definitiva desse processo de espiritualização progressiva da consciência humana, o momento-limite em que ela contemplou a realidade divina em todo seu esplendor. Em suas próprias palavras, Cristo é a condensação mais densa e perfeita da energia cósmica, na forma de consciência/espírito, levada ao mais alto grau de densidade. Em suas próprias palavras, “O Cristianismo é a forma última e axial da necessidade humana de fundir-se com o divino, como ultimação do processo de evolução. Pleroma, ponto final da evolução do espírito universal, Cristo é o próprio Ponto Ômega, o fim da flecha da evolução. Bem aventurados os que entenderem essa realidade e a firmarem em seus corações”.4 Em palavras de intenso lirismo, Teilhard define assim a manifestação suprema dessa espiritualização, que se realizou no homem Jesus Cristo: “Era preciso nada menos que os labores terríveis e anônimos do Homem primitivo e a longa beleza egípcia e a espera inquieta de Israel e o perfume lentamente destilado das místicas orientais e a sabedoria cem vezes refinada dos gregos, para que, sobre a haste de Jessé e da Humanidade, a Flor pudesse desabrochar. Todas essas preparações eram cosmicamente, biologicamente necessárias para que o Cristo entrasse no cenário humano. E todo esse trabalho era movido pelo despertar ativo e criador de sua alma, enquanto alma humana eleita para animar o Universo. E quando Maria o tomou nos braços, ela estava erguendo o mundo inteiro”.5 3. O elo de ligação 3 Religiões não deístas são aquelas que não foram “reveladas” ao homem por uma divindade, mas sim desenvolvidas por ele como forma de se comunicar com elas. 4 Teilhard de Chardin - O Mundo, o Homem e Deus, Ed. Cultrix, 1984 5 Idem, pg.29. Na imagem, o Grande Arquiteto traça os planos do universo. Gravura de William Blake.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 19/27 Onde mais, perguntamos, existe uma síntese mais perfeita dessa evolução material e espiritual da humanidade, senão no ensinamento maçônico? Com efeito, é na moral e na prática sincera da Arte Real que encontraremos uma perfeita interação entre as tradições iniciáticas dos antigos povos, (a longa beleza egípcia, a espera inquieta de Israel, a sabedoria grega e o perfume destilado das místicas orientais presentes na grande tradição da gnose e do magistério de Hermes), com a explosão final de espiritualidade que se condensou na figura ímpar, única, singular, de Jesus Cristo. Nesse elo de ligação, que parecia perdido em meio à mixórdia política, filosófica e ideológica que a Maçonaria moderna incorporou, eis a moderna teologia de um padre jesuíta cantando um dueto com os gnósticos de ontem e de hoje. Pois tanto para os antigos, como para os modernos pensadores dessa escola, o mundo é feito a cada momento, de combinação em combinação, por um Espírito Supremo ou por espíritos seus delegados. Na formação da realidade cósmica, que é una, espírito e matéria aparecem sempre em aparente oposição. É somente através do conhe-cimento que a mente humana pode vencer essa aparente contradição, transpondo o domínio trevoso da matéria e atingindo o território luminoso do espírito. Nesse processo ele tem que combinar sabedoria com inteligência. Inteligência para compreender os processos pelos quais o universo acontece, e sabedoria para saber utilizar essa descoberta. De certa forma, esse é o objetivo do magistério maçônico. 4. A ciência e a mística É por isso que a Maçonaria moderna foi buscar nas grandes tradições da gnose e da cabala a maior grande parte dos temas ritualísticos desenvolvidos em seus rituais. E isso não é sem razão. Essas são as únicas disciplinas mentais que combinam, magistralmente, os caminhos da sensibilidade e da razão, na busca de um conhecimento que não pode ser obtido pelos meios intelectuais normais, mas apenas por experiência iniciática. Elas integram, ao mesmo tempo, os métodos da religião e da ciência. A religião busca a revelação, a ciência quer o conhecimento. Ambas são condensações de um fenômeno energético que ocorre nos domínios mais sutis do psiquismo humano. A revelação pode ocorrer no curso de uma prece, de uma prática ritualística ou de um trabalho de labo-ratório, na oficina ou outro lugar qualquer onde o pensamento guie as mãos; já o conhecimento científico ocorre como soma de descobertas feitas sistematicamente no decorrer de um processo de observação dos fenômenos. O que torna diferentes esses dois caminhos de evolução psíquica é a metodologia. Enquanto o cientista observa o fenômeno e descreve o que vê, procurando entender por que ele ocorre daquele modo, o místico procura se colocar no interior do próprio fenômeno, como parte dele, para senti-lo, e dessa forma “ver, por dentro” a sua forma de ocorrência. A ciência “vê” as coisas pelo lado de fora, a mística as “sente” pelo lado de dentro. Talvez esteja aí a razão de o delírio gnóstico e as intuições cabalísticas jamais terem sido conve- nientemente entendidos pelos racionalistas, pois nunca foi fácil descrever sentimentos, da mesma forma com que se faz com fenômenos mecânicos. Se duas pessoas que compartilham o mesmo grau cultural e as mesmas referências simbólicas forem convidadas a descrever o processo pelo qual a água de uma chaleira se evapora, é possível que ofereçam uma descrição semelhante, e uma mesma conclusão do por que isso acontece; porém, se lhes pedirmos que nos descrevam o que sentem em razão desse fenômeno, e os motivos do porquê sentem dessa forma, dificilmente encontraremos identidade nas respostas e coincidência nas justificativas.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 20/27 5. O método da Maçonaria Na Maçonaria estão presentes os dois caminhos. O caminho da espiritualização é aquele proposto pela gnose. Ele se trilha através da prática iniciática, expressa nos rituais, nos símbolos e alegorias desenvolvidos em cada grau. Nele se aprende pela sensibilidade. O caminho do conhecimento racional é aquele que se condensa na própria proposta da Maçonaria: o aprimoramento do espírito, através do estudo das disciplinas morais que tornam o homem justo em seus julgamentos e perfeito em suas atitudes. Esse conhecimento, que se inscreve no domínio da moral, é obtido pela razão. Razão e sensibilidade podem e devem andar juntos. É a perfeita integração desses elementos que produz a verdadeira sabedoria. É nesse sentido que o homem deve participar do movimento do mundo e não como seu mero observador. A alma do estudioso, pela participação consciente no processo interativo que formata as realidades universais, torna-se sua razão, e nessa condição ela realmente ‘vê” o que acontece no interior das coisas, e essa visão é o verdadeiro “saber”. Esse método de conhecer o mundo, que é o método gnóstico, psicológico, no dizer de Ouspensky, é um método que integra razão e sensibilidade, ou se quisermos colocar isso de uma maneira mais sutil, é uma forma que mistura o esotérico e exotérico, fundindo os dois domínios num único e grande território de realidades possíveis de serem abarcadas pelo espírito humano. Se é verdade que espírito e matéria são uma realidade só, que ambos constituem uma unidade que se constrói mutuamente por interação de suas informações nucleares, então essa visão não é um mero delírio metafísico. 6 Afinal de contas, toda religião tem como objetivo ligar a esfera do humano á esfera do divino. Por isso todas elas procuram desenvolver uma visão do mundo, um conhecimento interior que ilumina a alma do crente e o leva a algum tipo de ascese. Nenhuma confissão religiosa, mesmo aquelas não deístas, como o confucionismo, o taoísmo, o budismo etc., que trabalham esses caminhos através do exercício mental ou pela sensibilidade, dispensam esse objetivo final, que é a iluminação salvadora. Não se deve confundir gnóstico com mágico, como o fez a Igreja medieval. Embora muitos gnósticos fossem adeptos do pensamento mágico, o gnosticismo se define pelo exercício do livre-pensamento, a recusa de qualquer dogma, o conhecimento deduzido das grandes leis da natureza, ainda que esse conhecimento seja interpretado de maneira religiosa. A gnose cultua o saber pelo saber sem temores ou crenças sobrenaturais. Aliás, para os gnósticos, o próprio sobrenatural é apenas uma superação de leis naturais. Evidentemente, sua conotação como pensamento mágico é uma conseqüência natural da própria cultura na qual ela se desenvolveu, cultura essa mais voltada para a ciência do divino do que para as realidades da vida profana. O que os modernos gnósticos (e os maçons) fazem é exatamente isso: mostrar a gnose sobre um novo enfoque, agora que a inteligência humana conseguiu se livrar de seus velhos temores sobrenaturais e pode comprovar, pelos avanços da pesquisa científica, que a natureza é, em si mesma, um verdadeiro repertório de milagres. É nesse sentido que podemos classificar o ensinamento maçônico entre as disciplinas conhecidas como gnósticas. 6 Piotr Demianovitch Ouspensky. Um Novo Modelo do Universo, São Paulo, Ed. Pensamento, 1928.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 21/27 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville 26/01/1983 Humânitas Joinville 31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e Fraternidade do Mercosul Ir Hamilton Savi nr. 70 Florianópolis (só trabalha no recesso maçônico) 11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans 13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba 17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis 21/02/1983 Lédio Martins São José 21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió 22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau Data Nome da Loja Oriente 11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá 18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis 21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna 25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau 25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mêses de janeiro e fevereiro
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 22/27 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis 14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis 25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema 06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes 11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão 29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá Respeito “O respeito sempre olha além dos erros, fraquezas, comportamentos antigos e mesmo as intenções manipuladoras dos outros. Ele vê e afirma a bondade inata e o valor do outro, mesmo quando o outro não pode ver por si mesmo. Ele vê o valor inestimável de cada pessoa, bem como seu próprio valor.” Mike George, Tornar-se e ser um pacificador, Editora Brahma Kumaris, 2013 Meditações, Palestras e Artigos clique aqui Conheça também: Editora BK | Outras mensagens Para indicar o recebimento dessas mensagens a um colega, favor sugerir que acesse www.bkumaris.org.br/cadastro A Organização Brahma Kumaris respeita sua privacidade. Caso você não deseje mais receber as mensagens, clique na expressão “remova aqui”, abaixo. Elas podem estar sendo enviadas diretamente por nós (remetente mensagens@bkumaris.org.br) ou reenviada por terceiros; no nosso caso, garantimos a descontinuidade no recebimento. José Aparecido dos Santos TIM: 044-9846-3552 E-mail: aparecido14@gmail.com Visite nosso site: www.ourolux.com.br "Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 23/27 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Dia 15 de janeiro: Akasha O significado de Akasha é: firmamento; o Cosmos invisível. Akascha, ou simplesmente Akasha, é o Deus invisível do Cosmos, fonte de vida e eternidade latente. É o éter universal, onde a terra se move na sua trajetória constante, obtendo o vigor que a torna eterna. Maçonicamente é usado, ainda que raramente, significando a universalidade espiritual. Tudo o que nos é desconhecido e intangível, mas que existe, deve nos preocupar; não será nossa ignorância a suprimir a ciência (astronomia) e a afastar nossos pensamentos da espiritualidade eterna. Devemos nos preocupar com a grandiosidade do universo, que só se deixa penetrar pela mente; para tanto, devemos nos exercitar, preferencialmente à noite, contemplando o firmamento para uma divagação ímpar, na busca do ignoto. Só assim constataremos nossa pequenez, reforçando em nós o pensamento sobre um Criador místico, um Grande Arquiteto do Universo, que o idealizou e construiu. Alimentando, assim, nossa mente, cresceremos em volume e qualidade para sermos dignos em louvores a Deus. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 34.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 24/27 Grande Loja de Israel
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 25/27 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. (fontes: internet) 1– Você sabe como tentar impedir o ataque de um cão? Confira! 2 – Precisa comprar um laptop mas não sabe qual? Veja este gui.. 3 – Divertido: Cães que se intimidam na presença de gatos! 4 – Praias de Santa Catarina: Praias de Santa Catarina.pps 5 – Mercado Público de Florianópolis: Mercado Público de Florianópolis.mp4 6 – Leitura: “Em Nome de Deus ou o assassinato de João Paulo I” (Livro – em PDF - Colaboração do Ir. Mário Jorge Neves, de Lisboa) Em Nome de Deus ou o assassinato de João Paulo I.pdf 7 – Filme do dia: “O Guarda Costas 2” – Sinopse: Khamlao é um agente especial com a Missão de acabar com um grupo de terrorista que adquiriu uma arma nuclear. Os chefões do grupo passam por donos de gravadora de música e para se aproximar deles, Khamlao se apresenta como um possível cantor. Khamlao se desdobra para salvar seu país, num filme com cenas de perseguição, efeitos especiais de última geração, muito rápido, de tirar o fôlego… https://www.youtube.com/watch?v=jWXufkybZ3w
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 26/27 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos A distância induziu, e a precipitação concluiu. Li, naqueles lindos olhos de mulher, a tristeza por haver decidido o destino de um grande amor. Feriu de morte a quem não pretendia magoar. Sentenciou , por orgulho, ou impaciência, um maldito "ponto final". Sua alma, não aprovou. Conselho do coração, não lhe faltou. Sofre, agora, a angústia do arrependimento, e recorre ao seu santo protetor.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.299 – Florianópolis (SC), domingo, 15 de janeiro de 2017 Pág. 27/27 No vento, que vem do norte, sente o cheiro do homem da sua vida... Esquecer, impossível ! A saudade devora as suas entranhas, e o orgulho cederá lugar ao direito de amar ! Reza e chora baixinho... Grita o seu nome na madrugada e, desesperada, só lhe resta pedir perdão. Distante, muito distante daqui, um coração de homem apaixonado, ouve o seu clamor, reatando tão belo amor ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis