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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Aquidauana (MS) – “Portal do Pantanal”
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.292 – Florianópolis (SC) – domingo , 8 de janeiro de 2017
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella – Caminho Interior
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – A Fábula dos Porcos Assados – 2017
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Templo Sagrado: o de Salomão, o de Zorobabel e o ...
Bloco 5-IrHercule Spoladore – O ex-Venerável dono da Loja
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e o Legado dos Alquimistas
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 8 de janeiro e versos do Irmão e Poeta
Sinval Santos da Silveira (Florianópolis – SC)
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 2/31
8 de janeiro
 1297 — Independência de Mónaco.
 1805 — A Colônia do Cabo, na África do Sul, torna-se colônia britânica.
 1889 — Herman Hollerith patenteou sua máquina de tabulação, que foi usada pela primeira vez para
compilar dados de um recenseamento.
 1918 — O presidente estadunidense Woodrow Wilson profere o discurso dos Quatorze Pontos.
 1925 — O compositor russo Igor Stravinsky apresentou-se pela primeira vez nos Estados Unidos, regendo a
Orquestra Filarmônica de Nova York.
 1959
 Fidel Castro chega a Havana, capital de Cuba, após derrubar em 1° de janeiro, Fulgencio Batista (que
fugiu para o exílio), e assume o poder em Cuba.
 O general Charles De Gaulle foi chamado para assumir o governo da França, ao qual havia renunciado
em 1946. O país estava à beira de uma guerra civil.
 1963 — É adoptada a bandeira do estado de Minas Gerais
 1968 — A TV americana exibiu pela primeira vez um documentário submarino do oceanógrafo Jacques
Cousteau.
 1979 — O petroleiro francês Betelgeuse explode no terminal da Gulf Oil em Bantry na Irlanda – 50 mortos.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 8º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 357 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Quarto Crescente -
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Hoje é dia da Liberdade de Culto, dia da Gratidão, dia Nacional do Fotógrafo e da Fotografia
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 3/31
 1989 — Início da Era Heisei no Japão.
 1992 — A sonda Sakigake fez uma operação de assistência gravitacional com o auxílio da força da
gravidade da Terra.
 1994 — Lançamento da missão Soyuz TM-18.
 1996 — François Mitterrand, presidente da França entre 1981 e 1995, morre aos 79 anos, vitimado por um
câncer na próstata.
 1997 — Depois de trinta anos, chega ao fim o casamento do compositor Chico Buarque com a atriz Marieta
Severo.
 1998 — Imagens transmitidas de Saturno pelo telescópio espacial Hubble fortaleceram a teoria da existência
de planetas fora do sistema solar.
 2001 — Iniciam-se as emissões do canal noticioso português SIC Notícias.
 2004 — A Hewlett-Packard (HP) anunciou que iria licenciar o iPod da Apple Inc. para criar um reprodutor de
áudio digital com a marca da HP.
 2006
 Mehmet Ali Ağca, autor do atentado contra o Papa João Paulo II, recebe ordem de soltura na Turquia.
 Registrada a temperatura mais alta da cidade de Pelotas: 41°C.
Eventos culturais[editar | editar código-fonte]
 1955 — O Museu de Arqueologia de Itaipu é tombado Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(atual IPHAN).
 1997 — Fred Rogers recebe uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.
 2001 — Início das transmissões do SIC Notícias.
1865 Criado, nesta data, na cidade de Desterro, o “Corpo de Voluntários da Marinha”, reunindo
embarcadiços aqui fixados. Foi uma iniciativa do então Capitão dos Portos Enéas J. de Barros
Torreão, tendo em vista a eclosão da Guerra do Paraguai.
1934 Morre, em Florianópolis José Arthur Boiteux, destacada figura da vida política e cultural do Estado.
Foi deputado estadual, federal e secretário de Estado. Fundou o Instituto Histórico e Geográfico de
Santa Catarina de Letras e Faculdade de Direito de Santa Catarina
1681 Nasce Jonathan Belcher, futuro governador de Massachussetts e New Hampshire. Pensava-se que
era o primeiro Maçom na América colonial, mas sabe-se hoje ter sido o escocês John Skene.
1844 Fundada a Grande Loja de Iowa dos Maçons Livres e Aceitos.
1928 Fundada a Grande Loja do Rio Grande do Sul
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 4/31
O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"CAMINHO INTERIOR"
Intrigante como a caminhada nos leva a profundas reflexões. É algo como se
estivéssemos rebobinando a história de nossas vidas.
De repente, enquanto eu percorria meu trajeto, ocorreu-me a lembrança de um
querido Irmão chamado Omar Zacharias - dono de um caráter singular, cujas
características mais marcantes são a sua simplicidade, sua sensibilidade e seu
elevado espírito fraterno.
O referido Irmão que inclusive ocupa um alto cargo dentro da Maçonaria paulista
como Secretário Estadual da Secretaria de Educação e Cultura do Grande Oriente de
São Paulo - em diversas oportunidades percorreu os diferentes caminhos que levam
a Santiago de la Compostela, na Espanha.
Essas experiências sempre se caracterizaram pelo seu aspecto interior e
contemplativo, uma vez que as caminhadas sempre lhes reservaram situações
inéditas que o obrigaram a repartir o pão, a água, a ceder algo material a quem
necessitasse, a invariavelmente deixar uma palavra amiga de apoio e de incentivo a
outros peregrinos e acima de tudo, a olhar para dentro de si e a refletir sobre o
sentido da vida.
Os caminhos que levam a Santiago de la Compostela carregam por si só um
misticismo e uma aura de mistério no contato intenso com as forças do Universo,
que conspiram inevitavelmente em favor do encontro mais recôndito de nossas
almas.
As pedras, as árvores, as curvas, aclives e declives, o calor e o frio, e em especial as
fisionomias de alento e desalento daqueles que trafegam por esses caminhos
registram de maneira única e indescritível como cada um consegue superar seus
limites na busca de seus sonhos e anseios.
Os caminhos se revelam de acordo com as necessidades de cada um de nós.
Eles espelham as nossas expectativas e frustrações, mostram-se mais amenos ou
mais agudos na proporção daquilo que vamos semeando ao longo de nossa
existência.
Mas eles são legitimamente nossos. São propriedades de nossas propostas de vida.
2 – Caminho Interior
Newton Agrella
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Alguns carregam uma cruz, como prova de subserviência, respeito e amor pela
figura exponencial de Cristo, outros simplesmente se valem de um cajado, como
bússola e apoio na caminhada, e muitos nem disso e nem daquilo, valem-se
simplesmente do próprio fardo que carregam fruto daquilo que construíram durante
sua existência.
Não há melhor nem pior. Não há mais leve e nem mais pesado.
O que há sim, é o que cada um registra como marco inquietante de seus desígnios.
Conversar com Deus enquanto se caminha, talvez se constitua na melhor lição
durante essa jornada.
A oportunidade que nos damos de estarmos diante de nós mesmos, como um
presente que o Supremo Arquiteto nos concede para agradecer a Vida e transcender
a mesmice e os significados comuns, é algo que não pode ser desprezado.
Há inúmeros outros caminhos que podemos percorrer...não só no plano terrestre,
mas também no plano das idéias , pois a nossa evolução ganha força e beleza entre
Colunas, quando passamos a entender a universalidade de nossa tarefa que é a de
buscar sempre o aperfeiçoamento humano através do combate à Ignorância e aos
Preconceitos e cultivar a Virtude como a prática do bem em favor da humanidade.
E enquanto a estrada vai ganhando diferentes formas e matizes, meu Irmão Omar
prossegue a passos largos, outras vezes nem tanto, face o peso que sempre
levamos conosco de um modo ou de outro, porém na busca infinita de construir
melhores dias, caminhos menos penosos, e ações cada vez mais benéficas para
tornar a Vida mais leve.
Por outro lado, olho para o relógio e percebo que o tempo que corre fora de mim já
se faz adiantado...
O meu relógio interior obedece um ritmo um pouco mais lento ... tentando entender
e avaliar o porque de cada percalço, de cada revés, e buscando amadurecer meu
pensamento e antes de tudo trabalhando com uma perspectiva mais otimista do que
vem pela frente.
Tenho ainda muitos passos a percorrer... a caminhada parece-me ainda um tanto
longa... De qualquer modo, estou pronto a prosseguir e ser feliz.
Todo caminhada é uma escolha...e os seus contornos e limites somos nós mesmos
quem traçamos de acordo com as circunstâncias...
Parodiando o velho poeta baiano, sigamos "caminhando contra o vento sem lenço e
sem documento" , mas sempre em frente na busca de um amanhã maior !
Fraternalmente
NEWTON AGRELLA
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 6/31
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
A FÁBULA DOS PORCOS ASSADOS - 2017
“Qualquer semelhança no país em que vivemos não é mera coincidência.”
Uma das possíveis versões de um velho conto sobre a origem do assado é esta: certa vez,
produziu-se um incêndio num bosque em que viviam porcos. Estes assaram-se. Os homens
acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam ótimo. Então, cada vez que
queriam comer porcos assados, punham fogo na floresta... até que descobriram um novo
método. Mas o que eu quero contar é o que aconteceu quando se tentou modificar o
sistema, para implantar um novo.
Fazia tempo que as coisas não andavam bem. Os animais se carbonizavam, às vezes
ficavam parcialmente crus, outras de tal maneira queimados que eram impossível utilizá-los.
Como era um processo utilizado em grande escala, preocupava bastante a todos, pois se o
Sistema falhava em grande medida, as perdas ocasionadas eram igualmente grandes. Eram
milhares os que se alimentavam dessa carne assada e também eram milhares os que se
ocupavam dessa tarefa. Por tanto, o Sistema não devia falhar. Mas, curiosamente, à medida
em que se produzia mais, mais parecia falhar e maiores perdas causava.
Em razão das deficiências aumentavam as queixas. Já havia um clamor geral sobre a
necessidade de se reformar a fundo o Sistema. Tanto que todos os anos realizavam-se
congressos, seminários, conferências, encontros, para se achar a solução. Mas parece que
não conseguiam melhorar o mecanismo porque, no ano seguinte, voltavam a se repetir os
congressos os seminários, as conferências e os encontros. E assim, sempre.
As causas do fracasso do Sistema, segundo os especialistas, deviam atribuir-se ou à
indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deviam, ou à natureza inconstante do
fogo, tão difícil de controlar, ou às árvores excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou
3 – A Fábula dos Porcos Assados - 2017
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 7/31
ao Serviço Meteorológico que não acertava com a localização, o horário e quantidade de
chuvas, ou a ...
As causas eram, como se vê, difíceis de determinar, porque, na verdade, o Sistema para
assar porcos era muito complexo. Havia-se montado uma grande estrutura, uma grande
máquina com inúmeros departamentos e ... havia-se institucionalizado. Havia indivíduos
dedicados a pôr fogo, os “ignifier” das zonas norte, oeste, etc.; incendiador noturno ou diurno,
com especialização matinal ou vespertina; incendiador de verão e de inverno (havia discussões
sobre o outono e primavera), havia especialistas em vento: os anemotécnicos. Havia um
Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas (com seu
Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Florestamento Incendiável, uma
Comissão Nacional de Treinamento Profissional em Porcologia, um Instituto Superior de
Cultura e Técnicas Alimentares ( Isceta), e o Bódrio (Bureau Orientador de Reformas Ígneo –
Operativas). O Bódrio era tão grande que tinha um Inspetor de Reformas para cada grupo de
7.000 porcos aproximadamente.
E era precisamente o Bódrio que patrocinava anualmente os tais congressos, seminários
conferência e encontros. Mas estes só serviam para aumentar a burocracia do Bódrio.
Fora planejada e estava em pleno desenvolvimento a formação de novos bosques,
seguindo as últimas indicações tecnológicas, pois estes se situavam em regiões escolhidas
segundo uma determinada orientação, onde os ventos não sopravam por mais de três horas
seguidas, onde era reduzida a porcentagens de umidade relativa do ar, etc..
Havia milhares de pessoas trabalhando na preparação dessas florestas que logo
deviam ser incendiadas. Enquanto isso, especialistas na Europa e nos Estados Unidos
fiscalizavam a importação de melhores madeiras, árvores, toras e sementes. Outros, por sua
vez, estudavam a maneira mais veloz e mais potente de fazer fogo. Havia, também, os que se
dedicavam ao estudo de novas técnicas de como, por exemplo, fazer melhores armadilhas
para pegar porcos. Havia, além disso, grandes instalações para manter os porcos antes do
incêndio, mecanismos para deixá-los sair no momento certo e notáveis técnicos em
alimentação suína.
Havia especialistas em construção de chiqueiros, professores de especialistas na
construção de chiqueiros, universidades que preparavam professores de especialistas na
construção de chiqueiros, pesquisadores que preparavam professores de especialistas na
construção de chiqueiros e fundações que apoiavam os pesquisadores das universidades que
preparavam professores de especialistas na construção de chiqueiros, etc.
As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o
fogo na raiz quadrada de a-1, por velocidade de vento sul e soltar os porcos quinze minutos
antes que o fogo médio dos bosques alcançasse 47 graus de temperatura. Outros diziam que
era necessário instalar grandes ventiladores que serviriam para orientar a direção do fogo. E
assim por diante. E, não é necessário dizer, pouquíssimos especialistas estavam de acordo
entre si, e cada um tinha pesquisas e dados para provar suas afirmações.
Um dia, um “ignifier” categoria S-0/D-M/V-LL, ou seja, um incendiador de bosques,
especialista sudoeste, diurno matinal, licenciado em verão chuvoso, chamado João Bom-
Senso, disse que o problema era muito fácil de resolver. Tudo consistia, segundo ele, em que
em primeiro lugar se matasse o porco escolhido, que ele fosse limpo e cortado
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 8/31
adequadamente, posto em uma grelha ou armação sobre brasas até que, por efeito do calor e
não da chama, ele ficasse pronto.
Matar? Perguntou indignado o Administrador de Florestas.
- Como vamos fazer as pessoas matarem? Quem mata é o fogo, nós nunca!
Quando soube do acontecimento, o Diretor Geral de Assamento mandou chamar João.
Perguntou a ele, que coisas estranhas andava dizendo por aí. Depois que o ouviu, falou a
João:
- O que você diz está certo, mas apenas em teoria. Não vai funcionar na prática. Vejamos, o
que você faz com os anemotécnicos, em caso de se adotar o que você sugere?
- Não sei, respondeu João.
- Onde você coloca os incendiadores das diversas especialidades?
- Não sei.
- E os especialistas em sementes, em madeiras? E os projetistas de chiqueiros de sete
pisos, com suas novas máquinas limpadoras e as perfumadoras automáticas?
- Não sei.
- E os profissionais que ficaram se especializando no exterior durante anos e cuja formação
tanto custou ao País? Vou pô-los a limpar porquinhos?
- Não sei.
- E aqueles que se especializaram durante anos na promoção de congressos, seminários e
encontros, para a reforma e melhoramento do Sistema? Se sua solução resolve tudo, que faço
com eles?
- Não sei.
- Você percebe agora que a sua não é a solução que precisamos? Você acha que se tudo
fosse assim tão simples, nossos especialistas não a teriam encontrado antes? Vejamos. Quais
são os autores em que você se baseou para fazer tais afirmações? Que autoridade está dando
respaldo às suas afirmações? Você não pensa que eu posso dizer aos engenheiros
anemotécnicos que a questão é usar brasinhas e não chamas, não é? O que faço com os
bosques já preparados e prontos para serem queimados e que só possuem madeira para esse
fim, pois suas árvores foram especialmente selecionadas porque não dão frutos e têm
escassez de folhas? E selecionadas após anos de caríssimas pesquisas? Que faço, diga-me?
- Não sei.
- Que faço com a Comissão Redatora de Programas de Assamento, com seus
Departamentos de Classificação e Seleção de Porcos, Arquitetura Funcional de Chiqueiros,
Estatísticas e Agrupamentos?
- Não sei.
- Diga-me, o engenheiro especialista em porcopirotecnia, Dr. J. C. de Figuração, não é uma
extraordinária personalidade científica?
- Sim, parece que sim.
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 9/31
- O simples fato de possuirmos valiosos e extraordinários engenheiros em pirotecnia, indica
que o sistema é bom. E o que faço com especialistas tão valiosos?
- Não sei.
- Viu? O que você deve trazer como solução, é como preparar melhores anemotécnicos,
como conseguir mais rapidamente incendiadores de oeste (que é a nossa maior dificuldade),
como fazer chiqueiros de oito ou mais pisos em lugar de somente sete, como agora. HÁ QUE
SE MELHORAR O QUE TEMOS. E NÃO MUDAR. Traga-me alguma proposta para que nossos
estagiários na Europa custem menos, ou de como fazer um bom relatório para analisar
profundamente o problema da reforma do Assamento. É disso que necessitamos. É disso que
o País necessita. O que falta a você, Bom-Senso, é um pouco de sensatez. Diga-me, por
exemplo, que faço com meu primo, o Presidente da Comissão para Altos Estudos e
Aproveitamento Integral das Resíduos dos Ex-Bosques?
- Realmente estou perplexo, disse João, timidamente.
- Bem, agora você conhece o problema, não saia por aí dizendo que você o resolveria.
Agora você vê que o problema é mais sério e não tão simples como você o imaginava. Quem
está de fora sempre pensa: “eu resolveria tudo”. Mas é preciso estar dentro para conhecer as
dificuldades. Entre nós, recomendo-lhe que não insista com essa idéia, pois poderia ter
dificuldades com o seu emprego. Não por mim. Falo pelo seu bem. Eu o compreendo, entendo
sua colocação, mas você sabe, pode encontrar um superior menos compreensivo e daí...
O pobre João Bom-Senso não disse nada. Sem se despedir, entre assustado e
perplexo, com a cabeça rodando, saiu e nunca mais foi visto. Não se sabe para onde foi.
É por isso que dizem que nessas propostas de Reforma do sistema falta bom-senso.
[...] Caso, entretanto, você não goste de analogias como a dessa pouco respeitosa fábula,
pode encontrar na douta ciência, por exemplo, de Thomas Khun, que em A estrutura das
revoluções científicas, mostra que se não houvesse homens com abertura intelectual, e
principalmente mental, para buscar alternativas para a decadência do uso do conhecimento,
até hoje o flogísto e o geocentrismo seriam aceitos como verdades intocáveis, pois um dia
foram peças fundamentais no conhecimento tradicional.
(Texto de Gustavo Cirigliano com tradução livre de Teresinha M. Fogaça de Almeida).
Maçonaria: Lamento que tudo o que está aí nasceu nas entranhas da nossa sociedade! Está
na hora de separarmos o joio do trigo, a começar por nós.
Neste ano a Maçonaria Especulativa completa 300 anos. Acredito que ela poderá continuar
a fazer história.
Para finalizar: Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.
(Lori Tansey).
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
O TEMPLO SAGRADO: O DE SALOMÃO, O DE ZOROBABEL E O DE
HERODES. MAS, PARA OS JUDEUS NÃO SÃO SOMENTE DOIS?
“Seguindo a disposição do Tabernáculo, existiram três templos erigidos no mesmo
local – no Monte Moriá, no setor oriental de Jerusalém, onde segundo a tradição,
Abraão foi sacrificar seu filho Isaac. O primeiro templo foi o de Salomão, o segundo
foi o de Zorobabel, edificado no retorno do exílio da babilônia e o terceiro foi o de
Herodes.“ (”Vade-Mécum Maçônico”, pág.594, 2008)
INTRODUÇÃO
Quem já me acompanha de longa data, sabe que o Templo de Jerusalém ou o Templo de
Salomão (este último nome soa bem mais familiar para nós maçons), é um dos meus temas
recorrentes, além de ter sido objeto de um livro. O assunto me traz fascinado e, não há sinais, por
enquanto, sobre essa fascinação diminuir. Pode até que desapareça com o tempo.
O fato de me deparar constantemente com o número de três templos construídos, ou de
que foram três os templos erigidos naqueles tempos bíblicos, merece uma explicação ou no mínimo um
reparo. Por quê? É o que veremos.
O TABERNÁCULO
O protótipo do Templo Sagrado foi o “Mishkan”, ou o que ficou conhecido como sendo o
Tabernáculo. Foi construído no deserto, pelos filhos de Israel, logo após o recebimento da Torá. Na
Torá, mais especificamente no Livro do Êxodo, é possível atentar para a tamanha importância que o
Templo iria representar, pois, quase que toda a segunda metade desse último livro diz respeito à
descrição do aspecto do Templo e da sua construção.
O Tabernáculo já possuía um simbolismo muito grande: concentrava a ideia de que era
um microcosmo de toda a Criação, além de representar uma aliança entre Deus e o homem.
Mas, isso era provisório, a “Casa de Deus”, de acordo com os ensinamentos do Midrash e
de acordo com a mística judaica, dizia que todo o propósito da Criação era que o homem construísse
uma “habitação” para Deus no mundo físico, onde Ele revelaria a sua presença.
O Tabernáculo, esse que era um lugar sagrado portátil, serviu aos israelitas por séculos.
Até que Davi, guiado pela sugestão do Espírito teve a ideia de que o mesmo deveria ser substituído por
um Templo magnífico e permanente, o que somente seu filho Salomão viria a tornar realidade.
O TEMPLO DE JERUSALÉM OU O TEMPLO DE SALOMÃO: (BEIT HA-MIKDASH)
Davi havia sido um rei guerreiro e sangrento, destruiu e confinou todos aqueles que eram
inimigos de Israel, e isso depôs contra ele, ou seja, não era a pessoa certa para construir o Templo.
Salomão, cujo nome significava “homem de paz”, filho de Davi, foi quem herdou a tarefa,
e para isso Davi contribuiu deixando materiais de construção e objetos valiosos, além de um plano de
construção.
Os hebreus não eram um povo de ciência, mas, um povo de grandes produções literárias,
isso sim.
4 – O Templo Sagrado: O de Salomão, o de Zorobabel e o ...
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 11/31
Salomão, sabendo disso, contratou mão de obra especializada, e usou do conhecimento
e de grande parte dos materiais provindos dos fenícios, povo que reunia tudo isso à época. Salomão
tinha mesmo era dinheiro e escravos.
Depois de sete anos e meio, o Templo que foi construído em honra a Yaweh e estava
situado no alto do Monte Moriah, foi concluído. Não se tem o ano exato em que começou a sua
construção, e o que existe são especulações. O mais próximo dos acontecimentos, ou seja, a sua
construção seria em meados do século 10 a.C.
Não iremos descrever os detalhes do Templo, pois, esse não é o nosso objetivo, além de
que demandaria muito espaço, mas, para quem se dispuser em saber mais detalhes deverá consultar a
Bíblia, fonte maior dessa história, mais especificamente, os textos de Reis e Crônicas.
Importante ressaltar sim, que, tal e qual o Tabernáculo, o Templo iria servir de depositário
da Arca da Aliança (Aron Ha-Berit), aquela que guardava as duas Tábuas do Decálogo (Asseret Ha-
Dibrot) em seu interior.
Depois de ter sido pilhado várias vezes durante a sua existência, em 587-586 a.C., o
Templo foi saqueado, incendiado e destruído pelas tropas de Nabucodonosor, rei da Babilônia. De
acordo com a tradição judaica, isso foi no “Tishá B’Av”, ou seja, no dia 9 de Av, conforme o calendário
hebreu.
A partir daí, os tesouros do Templo foram levados para a Babilônia, juntamente com os
judeus para o cativeiro.
O SEGUNDO TEMPLO OU TEMPLO DE ZOROBABEL (*)
O Templo que substituiu o de Salomão foi chamado de Segundo Templo, mas, também
leva o nome de Templo de Zorobabel. Em livros judaicos, é possível encontrar alusão a Esdras ou Ezra
como tendo sido o grande responsável pela sua reconstrução. Após seu retorno do cativeiro na
Babilônia, os judeus encontraram, além de uma Jerusalém em ruínas, naquele lugar onde outrora tinha
sido erigido o Templo de Salomão ou de Jerusalém, somente a sua fundação.
O esforço empreendido foi gigantesco, pois, aqueles judeus retornados do exílio não
tinham nada em relação à riqueza de Salomão quando construiu o seu Templo. O trabalho foi iniciado,
e não existia a mão de obra dos fenícios. Logo, a reconstrução parou por 16 anos, por uma série de
fatores. (Vide nota, ao final do trabalho) Encorajados pelos profetas Ageu e Zacarias, o Templo foi
reiniciado em 520 a.C. e terminado em 515 a.C. Na Bíblia, isso está registrado em Esdras.
O Segundo Templo não tinha nada da ostentação original, era um Templo humilde, mas,
respeitava ao plano geral. Consta no Talmude que o Segundo Templo não tinha a Arca da Aliança, o
fogo sagrado, o Shekinah(**), o Urim e Tumim(***).
O Segundo Templo perdurou por 473 anos, mais tempo do que o de Jerusalém ou de
Salomão, e caiu pelas mãos de Pompeu, general romano no ano de 63 a.C.
O TEMPLO DE HERODES: TERCEIRO TEMPLO?
Um terceiro Templo não foi construído e nem poderia. O Segundo Templo ficara em pé,
mas, era um templo humilde. Herodes, o Grande, governador da Galiléia e “rei dos judeus”, título que
foi lhe dado por Antônio e Otávio, e que ficou conhecido como edificador, aproveitou viu ali a
oportunidade de fazer mais por seu nome e, investiu na obra de arquitetura do Segundo Templo
promovendo adições e alterações. Dono de um ego espetacular quis superar o próprio Templo de
Salomão, intento conseguido em parte pela ostentação do Templo e o aumento do prédio em virtude
de prédios subsidiários. Esse Templo acabou sendo erigido para substituir o Segundo Templo, mas,
dizem algumas fontes da Antiguidade que o verdadeiro motivo de Herodes foi tentar pacificar os
judeus.
COMENTÁRIOS SOBRE O TERCEIRO TEMPLO, AQUELE QUE FOI ERIGIDO POR HERODES, OU
ESTAMOS FALANDO É DE UM SEGUNDO TEMPLO MELHORADO?
Vamos por partes: Herodes era descendente do povo de Edom que havia sido levado ao
judaísmo por João Hircano. Ou seja, os Herodes não eram judeus de nascimento, e supostamente
eram de religião. A religião quando era utilizada, era atendendo aos interesses da família.
Em 47 a.C. Herodes foi nomeado procurador da Judéia, coisa que acabou acontecendo
também com a Galiléia que mais tarde ficou sob o seu controle.
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Herodes opunha-se aos Hasmoneanos que eram descendentes dos Macabeus, que
controlavam Israel antes da dominação romana, e consequentemente não aceitavam o domínio
imposto por Herodes. Herodes casou com Mariamne que era uma hasmoniana para dissipar as
dúvidas que a família tinha a respeito dele. Mas, foi somente uma jogada ensaiada, pois, com o tempo
Herodes foi eliminando um a um dos líderes e sacerdotes da família e por último a própria Mariamne e
os filhos que teve com ela.
Ter remodelado suntuosamente o Segundo Templo, na realidade um trabalho que se
estendeu pelos reinos dos seus sucessores, onde a série de alterações, foram feitas com o intuito de
ultrapassar a glória de Salomão, pois, o mais provável é que tinham eram para agradar os
judeus(segundas intenções) e ao seu próprio ego também.
O Templo de Herodes substituiu o Segundo Templo, mas, era considerado pelos judeus o
mesmo Segundo Templo ainda. E quanto ao seu plano de agradar ou pacificar os judeus, esses
últimos jamais lhe perdoaram por ter feito desaparecer a família dos Hasmoneanos. No ano de 70. D.C.
os exércitos romanos comandados por Tito, destruíram o Templo de Herodes. A grande casualidade é
que foi no dia 9 de Av, Tishá b’Av, o que fez por se converter no dia mais triste do calendário judaico.
Não podemos esquecer que as entranhas do Templo de Herodes eram o edifício do Segundo Templo
erguido por Esdras e seus companheiros.
Uma informação importante, e que transcrevo tal como foi publicada no trabalho do Irmão
Angelo Spoladore, intitulado “Arqueologia e o Templo do Rei Salomão: “O “Muro das lamentações”
existente até os dias atuais e inicialmente considerado salomônico, através de datações radiométricas
revelou-se pertencente ao Templo de Herodes (Horne, 1972)”
E para corroborar, da revista judaica “Morashá”:
“Hoje, pouco resta do Segundo Templo de Jerusalém, a principal ruína é o Kotel HaMaaravi (****) – o
Muro Ocidental. Nossos sábios ensinam que apesar de o Templo ter sido destruído, a Presença Divina
nunca abandonou o Muro Ocidental.”
CONCLUSÃO
Para os judeus, até hoje, dois templos foram erigidos ou existiram: O Primeiro Templo, de
Jerusalém ou de Salomão, e o Segundo Templo, de Zorobabel.
Pesam os seguintes fatos também: o primeiro homem, Adão, foi criado no lugar onde um
dia seria erguido o Grande Altar. Adão tentando se redimir do seu pecado construiu no lugar do Grande
Altar, um altar para Deus. Para esse lugar é que Caim e Abel levaram suas oferendas. Esse altar foi
destruído pelo Dilúvio, e depois Noé o reconstruiu. Ainda, nesse lugar, seu filho Shem ofereceu a Deus
seus primeiros sacrifícios. Nesse lugar também, Deus fez Seu primeiro pacto com a humanidade, o de
que ela nunca mais seria destruída por um dilúvio. Aquele Altar se transformou num símbolo de
proteção. O lugar do Altar, depois, ainda foi revelado para Avraham quando passou pelo seu teste mais
difícil: levar seu filho Ytzhak para o sacrifício, por ordem divina, no Monte Moriá. Quando chegaram
próximo de Jerusalém havia um anel de nuvens sobre o lugar, sinalizando onde havia sido o Altar.
Avraham reconstruiu o Altar, e ia sacrificar Ytzhak, quando Deus o deteve. O Talmud diz que Deus
considerou como se o sacrifício tivesse ocorrido, e ficou provada assim, a lealdade de Avraham a
Deus. A disposição dele em cumprir a ordem divina passou a valer como proteção para o povo de
Israel.
E depois de resumir essa história, chegamos a essa justificativa: a localização desse Altar
foi revelada anos depois a David, para que lá fosse construído o Primeiro Templo, o que Salomão, seu
filho, realizou. E depois de Davi e de Salomão, foram os últimos profetas de Israel que indicaram o
lugar exato onde deveria ser construído o Segundo Templo.
A pergunta formulada no título, portanto, deve ser respondida, no sentido de que houve
dois Templos, em respeito à história judaica, e três vezes, se não for levada em conta a opinião e a
crença dos judeus. Reafirmando, para o Judaísmo, para os judeus, foram erigidos dois Templos: o de
Jerusalém e o de Zorobabel. O dito terceiro Templo, foi uma remodelação que Herodes mandou fazer
sobre o Segundo Templo dos judeus que foi o último e era muito humilde.
Vale mencionar ainda que o Templo de Herodes, para os judeus teve muito de um
capricho de Herodes.
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Sobre o Terceiro Templo, para os judeus, ele não aconteceu ainda, ele ainda não foi
erigido, e a esse respeito , assim como à lembrança do Templo destruído, destacamos:
“... as principais orações do judaísmo, em particular a Amidá (Shemone Esre), incluem súplicas para
que seja construído o terceiro Templo de Jerusalém, que será eterno. Jerusalém e o Templo Sagrado
são continuamente lembrados. O costume de se quebrar um copo após a cerimônia de casamento
serve para lembrar que a felicidade de um judeu não pode ser completa até que o Sagrado Templo
volte a existir.”
Ou ainda:
“Como lembrança da destruição do Templo, um pedaço de parede deve ser deixado sem decoração
em cada lar judaico.”
Ou será que:
“O Terceiro Templo descenderá do céu, todo pronto e acabado, na Era Messiânica.”
NOTAS:
(*) ZOROBABEL: Em hebraico, “Semente da Babilônia”. Príncipe judeu associado ao retorno dos
judeus do seu exílio na Babilônia. Dois homens dividiam a autoridade na condução da caravana que
tinha quase dois mil quilômetros de deserto para serem atravessados, na sua volta, Zorobabel e Josué.
‘ Lideraram também os primeiros movimentos para a reconstrução do Templo, ou seja, até as
fundações, pois, foram interrompidos pelos samaritanos, que eram uma descendência mista dos
hebreus e queriam participar, o que acabou gerando um impasse. Dezesseis anos depois (algumas
fontes dão como 18), recomeçaram os trabalhos, e a partir daí nada mais se sabe sobre Zorobabel.
(**) SHEKINAH: Também Shechiná, o que em hebraico significa “morada em”. A presença divina ou
imanência de Deus. “Shechiná” é frequentemente usada como mero sinônimo de Deus, mas foi
considerada por alguns filósofos judeus uma entidade separada, um ser criado de luz, que entra em
contato como o homem. O Tabernáculo no deserto e o Primeiro Templo em Jerusalém foram lugares
da morada da Shechiná, mas Deus não morou no Segundo Templo. O exílio de Israel fez a própria
Shechiná ir para o exílio, pois ela mora com a comunidade de Israel, mesmo em sua impureza.
(Unterman, pág. 241, 1992)
(***) URIM E TUMIM: Oráculo usado pelo sumo sacerdote (Núm. 27:21).
(****) KOTEL HAMAARAVI: hebraico. Significa Muro Ocidental, mas, é exatamente o que estamos
pensando, ou seja, é o Muro das Lamentações.
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revistas:
MORASHÁ, Junho de 2010: “O Templo de Jerusalém” – assunto de capa.
O PRUMO, nº 112, JAN./FEV. de 1997: “Arqueologia e o Templo do Rei Salomão” – Artigo de autoria
do Irmão Angelo Spoladore
Livros:
COMAY, Joan. “Quem é quem no Antigo Testamento” – Imago Editora - 1998
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Hagnos Editora – Volumes 3 e 6 – 9ª
Edição – 2008.
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora
– 2ª Edição - 2008
UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” – Jorge Zahar Editor - 1992i
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
O ex-Venerável dono da Loja
- ficção -
É uma situação que ocorre com frequência na maçonaria brasileira e quiçá na mundial. O que
vem a ser esta situação? Simplesmente, conforme o titulo do trabalho já sugere, é um Irmão
que exerceu sua gestão como venerável de uma loja e que seu desempenho pode ter sido
muito bom ou muito mau, mas seu mandato se esgotou, e ele esquecendo que já passou o seu
momento como principal gestor da loja e que deveria ficar quieto no seu canto, insiste em se
intrometer nos trabalhos da nova liderança que democraticamente surgiu na sua loja através do
voto.
Apegado ao poder, chega aos limites da hipocrisia que, como se sabe, é o ato de fingir
qualidades, ideias ou sentimentos que em realidade ele não tem e isso às vezes se torna uma
verdade para ele ainda que falsa, um verdadeiro sofisma, e ele acreditando ser o que sabe
tudo, que sabe mais que os outros, em fim é o dono da verdade.
Ele não sabe se conter, não consegue ficar sem dar palpites, ou sem dar ordens ao novo
venerável; ou criticar o novo líder, não somando as suas forças com as da nova gestão, pelo
contrário, atrapalhando-a. Se o novo venerável não for um líder pragmático, pulso forte, que
não saiba se impor, ficará a mercê do antecessor, não podendo exercer a sua gestão a
contento como planejou.
Todavia, numa loja democrática, não faltarão Irmãos que com coerência e bom senso, tomarão
partido do novo líder e os mais habilidosos, chegam ao ex e com muito jeito, com parcimônia
tentam fazê-lo compreender a nova situação, o que às vezes não conseguem havendo até em
certos casos uma cisão na loja. Muitas novas lojas foram fundadas por ex-veneráveis que não
souberam respeitar a nova liderança. Este é um fato inconteste.
Este apego ao poder é algo que o ex-venerável às vezes não pode se controlar, porque ele não
estava preparado quando exerceu seu mandato para um dia deixa-lo como somente acontece
5 – O ex-Venerável dono da Loja
Hercule Spoladore
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nos regimes democráticos e uma loja maçônica não tem dono justamente por ser uma
democracia. Ele se achou venerável, e não entendeu que apenas estava venerável.
Acha que continua venerável. Este tema abre um leque mais profundo em relação a análise do
poder nas lojas e como ele é manipulado.
Este tipo de dono da loja não é o pior entrave para uma loja. O pior ex-venerável é aquele tipo
de irmão matreiro, político, de fala mansa, que sorri para todo mundo, abraça a todos três
vezes e que se derrete em falsos elogios aos Irmãos do quadro e procede assim porque é uma
das suas estratégias para se manter no poder eternamente. Ele se vale de bonecos ou títeres
para cobrir uma gestão que por imposições das constituições das potências ele não pode se
reeleger mais de uma ou duas vezes. Em seguida ele volta gloriosamente na próxima. Mas
durante a gestão de seu preposto, quem dirigirá a loja de fato, será ele. Não de direito, mas de
fato. Ele tomará todas as decisões e o venerável de plantão cumprirá rigorosamente o que o
seu chefe determinar. Geralmente ele tem o seu grupo, formado por comparsas que são
coniventes que antecipadamente já decidiu quem será o venerável para os próximos seis ou
oito anos, mas sempre ele voltando após as gestões de seus substitutos arranjados ou então
apenas preferirá ser o chefe por trás, nos bastidores, mandando em tudo e por muito tempo.
No fundo a sede de poder, nada mais que uma autoafirmação, insegurança, incapacidade de
ser transparente com seus semelhantes e com o meio em que vive vaidoso mentiroso
geralmente tendo uma visão unilateral dos processos de interação entres os Irmãos, tornando
sua personalidade a de um verdadeiro psicopata social. Não sabe mais discernir os seus
limites. Não tem sentimentos. Chega a ser uma doença um desvio de personalidade, e de
comportamento.
Isto não é bazofia ou piada. Isto realmente acontece na Maçonaria brasileira num índice maior
do que se pode imaginar, mas não como rotina. Infelizmente esta situação vem ocorrendo e
muitos irmãos fingem não vê-la ou senti-la, porque os membros das lojas com exceção de
verdadeiros maçons agem passivamente como cordeiros, esquecendo que uma loja aberta em
sessão é uma tribuna livre onde ideias são criadas, sonhos são idealizados que podem mover
o mundo, um verdadeiro laboratório social que pode mudar tudo para melhor e por isso todos
os problemas devem ser discutidos e todos devem participar.
Uma situação esdrúxula aconteceu em uma loja que será omitido o nome da cidade, onde isso
ocorreu. Um Irmão desses tipos de donos da sua loja, fez a sua loja votar o título de “venerável
perpétuo” para ele. Até aí, nada de mais, a loja votou, está votado. Mas ele exigia que a loja só
abrisse os trabalhos em suas sessões normais quando ele estivesse presente. E ele atrasava
sempre cerca cinco a dez minutos. E aí a sessão começava. Isso é o cúmulo da hipocrisia,
tanto deste sociopata ex-venerável como da loja que aceitava tal situação.
Pasmem! Parece uma estória inventada, mas não é. Isto é verídico!
Mas é bom que se frise que a maioria dos ex-veneráveis não se enquadra nesta descrição.
Existem ainda muitos bons maçons na Ordem. Felizmente a maioria. São. Irmãos excelentes,
preparados, humildes, sabem qual é o seu lugar dentro de uma loja, bons conselheiros,
conhecem o peso de um malhete, porque já o manejaram quando foram veneráveis.
Aprenderam mais ouvir que falar.
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A maçonaria valoriza a Dialética, que é a arte do dialogo, ou a discussão, como força de
argumentação permite que se contrariem ideias, que elas sejam discutidas em todos os
sentidos e que dessa situação nasça uma ideia concreta, inteligente, e perfeita, uma verdadeira
síntese de tudo o que foi tratado, desde que venha em favor da Ordem e da humanidade. Ela
prega a igualdade e a liberdade de pensamento entre seus adeptos.
Esta situação de dono de loja é uma das causas maiores do afastamento de muitos honrados
irmãos da Ordem. Se um irmão, sem medo, com coragem falar em nome da democracia e dos
verdadeiros princípios da Ordem, e isto ferir os desígnios destes déspotas, este será marcado,
perseguido e descriminado.
Considerando-se que temos cerca de seis ou sete mil lojas no Brasil, imagine-se o número de
Irmãos que agem desta forma, considerando-se que a natureza humana é complexa e
estranha, que muitos homens possuem a síndrome do poder em função de seu DNA
animalesco onde um quer ser o dominante sobre o outro, ou sobre os outros. Geralmente estas
pessoas são inseguras, não são felizes, não estão de bem com a vida e esta forma de querer
exercer um suposto poder sobre os outros é sua maneira de tentar equilibrar seus próprios
defeitos.
A síndrome do poder também chamada de síndrome do pequeno poder é uma atitude de
autoritarismo por parte de um individuo que recebeu um poder e tenta usá-lo de forma absoluta
e imperativa sem se preocupar com os problemas dicotomizados que possam vir a ocasionar.
A síndrome do pequeno poder pode se tornar uma patologia, quando se torna crônico. Existem
aqueles Irmãos que mesmo longe do poder pensam que o possui. Quando a realidade lhe é
mostrada, entram em depressão. Mas a maçonaria prega justamente o contrário. Ela é
democrática. Quando se fala em vencer as paixões significa que o maçom deve fazer
prevalecer em seu consciente racional sobre as programações erradas de seu subconsciente,
ou seja, sobre a parte ruim que o ser humano tem dentro de si. Segundo São Francisco de
Assis, é o “burro” ou a “besta” que o ser humano carrega dentro de sua consciência. Uma das
condições mais exigidas pelos princípios maçônicos é justamente você fazer prevalecer seu
lado bom, vencendo o seu lado mau.
A condição para um irmão ser venerável em primeiro lugar é que ele tenha merecimentos
pessoais e que tenha um conhecimento profundo da ciência maçônica em todos os seus
segmentos, tais como história da Ordem, ritualística, simbologia, administração, legislação e
justiça sendo tudo isso associado à sua capacidade de liderança.
Evidentemente a Maçonaria terá que renovar seus líderes, para que novas ideias, novos
postulados, novos rumos e até novos paradigmas sejam estudados, adotados e postos em
ação.
Todavia correrá o famoso risco: Você quer conhecer uma maçom? Dê-lhe poder!
Por fim, enfatiza-se que este trabalho foi escrito para uma minoria de Irmãos, que são
gananciosos do poder. Ressalve-se aqueles Irmãos ex-veneráveis pessoas intocáveis que não
se enquadram neste contexto. Felizmente, a maioria. Estes são os sustentáculos da Ordem.
Autor: Hercule Spoladore
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos.
É premiado com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
A MAÇONARIA E O LEGADO DOS ALQUIMISTAS
Uma palavra sobre a alquimia
Cabe aqui uma palavra sobre a alquimia. Simultaneamente arte, técnica e ciência do espirito,
essa misteriosa ocupação tem desafiado a argúcia dos historiadores, provocado perplexidade nos
cientistas e alimentado a imaginação dos amadores do insólito desde tempos imemoriais. Fonte
inesgotável de tesouros literários, rendeu algumas obras primas da literatura mundial, entre os
quais o clássico de Rabelais, As Aventuras de Gargântua e Pantagruel. Segundo alguns autores, os
romances do Graal são alegorias alquímicas que procuram transmitir aos adeptos da arte de
Hermes o seu magistério. Inspirou também famosos contos de fadas, como O Gato de Botas, Ali
Babá e os Quarenta Ladrões, O Pequeno Polegar, As Viagens de Guliver, etc.e algumas boas
obras modernas como as estórias de Harry Potter, O Alquimista, de Paulo Coelho, os Cem Anos
de Solidão de Gabriel Garcia Marques e outros. Segundo Pawels e Bergier, mais de cem mil livros
foram dedicados a essa prática, o que no mínimo a eleva a fenômeno cultural dos mais
significativos.[1]
Somente essa constatação já nos parece suficiente para que a alquimia não seja levada na
conta de pura divagação de espíritos fascinados pelo fantástico. Hoje não se tem muita dúvida que
se trata de uma técnica, cuja origem está na prática da metalurgia antiga - prática essa, como bem
demonstrou Ambelain - de caráter sagrado. Tanto na China, com os taoístas, como no Egito dos
faraós, com os sacerdotes de Heliópolis, ou na Grécia clássica, com os filósofos naturalistas,
foram as técnicas metalúrgicas, aliadas ao pensamento mágico que elas naturalmente evocam, que
deram origem á alquimia. Daí ela se organizou como ciência da natureza e prática espiritual para o
desenvolvimento de uma consciência superior.
Os trabalhos de René Alleau e Mircea Eliade demonstraram com muita propriedade que a
alquimia, desde a mais remota antiguidade, é uma arte iniciática, associada aos mistérios da
natureza.[2] Por isso era praticada pelos sacerdotes egípcios e hindus em seus templos, não só
como forma operativa de produção de artefatos preciosos, mas também como disciplina do
espírito para atingir o êxtase espiritual. Mais tarde, os filósofos taoístas e gregos a elevaram á
nível de disciplina acadêmica, organizando-lhe uma epistemologia própria, fazendo dela uma arte
especulativa e empírica ao mesmo tempo. [3]
No Egito essa arte era própria dos ourives, mestres na fabricação do “ouro falso”, como eram
chamados os artefatos fabricados com metais comuns, submetidos a banhos dourados para imitar
o ouro. Essa atividade era praticada sob a supervisão direta dos sacerdotes e tida como “arte
6 – A Maçonaria e o Legado dos Alquimistas
João Anatalino Rodrigues
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sagrada”, comparável á arquitetura. Durante muitos séculos os gregos tentaram descobrir o
segredo de tais banhos, e foi no curso dessas tentativas que eles desenvolveram a forma operativa
da alquimia, especulando primeiro e depois realizando experiências de laboratório, anotando e
analisando os resultados. Com isso deram á essa prática, em principio uma arte empírica, um
caráter de ciência experimental.
Foi na Grécia, já no século II da era cristã, que apareceu o primeiro tratado de alquimia,
escrito por um filósofo gnóstico de nome Zózimo. Mais tarde, Jâmblico e Pelágio, mais filósofos
do que cientistas, ambos ligados ao pensamento esotérico, retomaram o trabalho de Zózimo,
vinculando a alquimia aos Mistérios Egípcios e a tradição hermética, com a qual ela ficou
identificada desde então. Associando os símbolos alquímicos á tradição esotérica, fizeram da
alquimia uma ciência do espírito, e mais tarde, quando ela se integrou á cultura medieval , passou
a ser também a Art d’Amour, pela interação do sonho alquímico com as tradições da Gennete [4]
Foi, portanto, a partir dos trabalhos de pensadores gnósticos, como Jâmblico, Pelágio,
Olimpiodoro e outros, que a alquimia ganhou o status de arte hermética, já que foram aqueles
autores que divulgaram a lenda que tais conhecimentos teriam sido legados á humanidade por
Hermes Trismegisto, sacerdote que teria vivido três encarnações no antigo Egito, e em cada uma
delas legado aos homens os conhecimentos necessários para o desenvolvimento da civilização. Na
primeira encarnação Hermes teria ensinado as técnicas de agricultura, na segunda a arte da escrita
e na terceira a metalurgia, com os segredos a ela ligados, entre eles o da fabricação do ouro e da
realização espiritual através da prática dessa arte. Para os gregos, Hermes foi sucessivamente o
deus Osíris, o deus Toth e o próprio Hermes grego; houve inclusive
quem o visse como encarnação de Moisés e Salomão, já que eram
muitas as tradições que atribuía ao rei israelita a invenção da pedra
filosofal.
Entretanto, os maiores divulgadores da alquimia foram
realmente os árabes. Pelos menos, são muçulmanas ou mouriscas
as mais fortes tradições e referências á respeito dessa prática, em
épocas anteriores ao século XII, quando ela penetrou na Europa e caiu nas graças dos “espíritos de
categoria”, na expressão de Pawels e Bergier.
Os métodos da Alquimia
Especializando-se nas artes da metalurgia, os alquimistas procuravam aprender os processos pelos
quais a natureza produz os minerais. Com esse conhecimento, trabalhando em seus laboratórios,
poderiam repeti-los e realizar transmutações de metais simples em metais preciosos. Graças a esse
trabalho, muitas descobertas no campo da química, da medicina e da metalurgia foram realizadas.
A possibilidade de transformar um metal comum em ouro não era um sonho, uma fantasia de
loucos possuídos pelo delírio metafísico, como muitos autores racionalistas o definiram, mas sim
uma prática desenvolvida a partir de uma teoria, que, se pelo menos não era exata, nada tinha de
loucura. Os alquimistas acreditavam que os metais eram encontrados na natureza na forma
perfeita e imperfeita. Os imperfeitos eram aqueles alteráveis pela ação da natureza. Oxidavam-se,
corroíam-se, alteravam-se pela ação do fogo e outros elementos. Os perfeitos eram inalteráveis e
resistentes a esses elementos. Entre os primeiros listavam o ferro, o chumbo, o estanho, o cobre;
entre os segundos, a prata e principalmente o ouro.
Todos os metais, segundo essa teoria, eram formados por dois elementos, que eram o enxofre
e o mercúrio, encontrados em quantidades variáveis em cada metal segundo sua categoria. O que
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conferia a cada metal a qualidade de perfeição era a pureza desses dois constituintes. O ouro era
constituído por uma grande quantidade de mercúrio e uma pequena quantidade de enxofre, ambos
muito puros. O estanho, o ferro, o cobre, ao contrário, eram constituídos por grandes quantidades
de enxofre e pequenas quantidades de mercúrio, ambos mal fixados, ou impuros. Então, para se
alterar as propriedades de um mineral impuro, tornando-o puro, era preciso submetê-lo a um
processo de eliminação de suas impurezas, fazendo-o passar do estado imperfeito para o
perfeito.[5]
O processo pelo qual um metal ordinário pode ser transformado em ouro é explicado por
Ouspensky como sendo uma transmutação da matéria em seu estado físico para um estado
“astral”, por meio da sua desmaterialização. Dessa forma o metal desmaterializa do pode ser
“modificado” pela vontade do operador, retornando ao mundo físico como outro metal, no caso, o
ouro. Esse seria o processo pelo qual os alquimistas realizariam as suas transmutações.
Convenhamos que é uma explicação um tanto imaginosa para uma operação que ninguém sabe se
um dia foi sequer realizada. Só vale citá-la mesmo em razão do simbolismo que encerra.[6]
Na verdade, no plano físico, a crença que está no cerne da prática alquímica é simples e pode
ser explicada a nível operacional. Trata-se simplesmente de isolar, pela ação do fogo e pelas
diversas recombinações da sua estrutura, o chamado “DNA” de um determinado elemento da
natureza, que segundo a crença dos alquimistas, conteria a chamada “alma” dos metais. Isolada
essa “alma” e aplicada em novas combinações atômicas, o metal original mudaria de estrutura.[7]
Maçonaria e alquimia
No plano espiritual, esse mesmo processo poderia ser tomado como aplicável em relação ao
homem, enquanto ser físico, para transformá-lo num “ser superior”, espiritua-lizado ao extremo.
Essa seria a fundamentação da ritualística maçônica, pois, da mesma forma que as técnicas
alquímicas realizavam uma transmutação sobre as moléculas do metal, alterando sua composição,
a prática maçônica obteria o mesmo resultado sobre o espírito de seus praticantes, alterando-os
para melhor.
Os adeptos da arte de Hermes acreditavam que a matéria bruta, sobre a qual deveriam
trabalhar, era um caos, uma treva espessa, um depositório de energias desorganizadas. Mas no seu
interior habitava a chama divina, a luz dos princípios, o raio, que liberto das suas amarras físicas,
daria ao seu libertador o controle sobre todas as forças da natureza. Para eles, era também essa
energia, que liberada, dava a todos os corpos, minerais, vegetais ou animais, suas conformações,
fazendo deles um elemento químico, uma planta ou um animal, sendo também responsável pelos
graus em que se organizam seus elementos internos, dividindo-os em espécies.
Essa energia, que Aristóteles chamava de enteléquia era a matéria prima do espírito.[8] O
espírito, que é luz, habitava em meio a trevas. Ao ser libertado precisava ser convenientemente
dirigido. Pois assim como os núcleos atômicos de materiais pesados que são rompidos sem
medidas de controle, podem causar explosões imensas, com danos irreversíveis para o operador e
para o ambiente, também o espírito liberado sem direcionamento, sem “magistério” próprio, pode
causar terríveis perturbações.
A alquimia entrou na Maçonaria pelas mãos dos “maçons aceitos” do grupo rosacruciano, ali
pelo início do século XVII. Ganhou adeptos em todas as Lojas Especulativas, provavelmente pela
analogia que as tradições alquímicas guardavam com a idéia maçônica, de aprimoramento do
espírito através do trabalho manual.
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Para os alquimistas, o trabalho de manipulação da matéria nos laboratórios provo-cava no
espírito do operador o mesmo resultado que o trabalho de edificação trazia para o construtor de
edifícios. Ambas eram práticas sacralizadas, que levavam ao êxtase aqueles que nelas eram
iniciados. Além disso, a esperança alquímica de revelação divina, através da manipulação da
matéria, estava no mesmo nível da esperança maçônica, de obtenção da gnose através do
simbolismo de um ritual iniciático. Daí tanto se pode dizer que a alquimia era a Arte
Real praticada operativamente nos laboratórios por filósofos químicos, da mesma forma que a
Maçonaria era uma alquimia espiritual praticada numa Loja maçônica ao invés de um laboratório.
Ambas eram derivações de antigas artes operativas: a alquimia provinha da prática da antiga
metalurgia, a Maçonaria da prática da arquitetura.
Que tais idéias fossem associadas a uma disciplina espiritual, visando o mesmo resultado, não
causa nenhuma perplexidade. Afinal, o que pregavam as crenças religiosas e as tradições
iniciáticas de todos os tempos, senão a idéia de que o espírito humano é um elemento que deve ser
expurgado de suas impurezas, para tornar-se uma entidade “luminosa”, limpa, pura, capaz de
alçar-se ao território das divindades e com elas conviver num nível de igualdade? E não era essa
também a finalidade da religião, a meta da filosofia, a esperança gnóstica e a realização derradeira
de toda experiência mística?
Porque então, pensavam os alquimistas, essa esperança não podia ser
realizada através da manipulação química da matéria, que ao mesmo tempo
realizava a experiência espiritual da prática religiosa e o conhecimento
superior da busca da gnose, de forma especulativa e operativa ao mesmo
tempo.
Foi nesse passo que a Alquimia deixou de ser apenas a Arte de Hermes,
destinada a apreender os segredos da natureza e aplicá-los na transmutação
dos metais, para transformar-se em verdadeira ciência do espírito, capaz de
realizar a iluminação do próprio operador, levando-o a um estado de
consciência superior, que só um verdadeiro iniciado conseguia atingir. Essa
era, pelo menos, a esperança da grande maioria dos praticantes da Art
d’Amour, como ficou sendo conhecida a alquimia entre os românticos admiradores dessa arte. A
esse respeito escrevem Pawels e Bergier: “Finalmente pensamos o seguinte: o alquimista no fim
do seu trabalho sobre a matéria vê, segundo a lenda, operar-se em si mesmo uma espécie de
transmutação. Aquilo que se passa no seu crisol passa-se igualmente na sua consciência ou na
sua alma. Há uma mudança de estado. Todos os textos tradicionais insistem nesse ponto, evocam
o momento em que a “ Grande Obra” se realiza e em que o alquimista se transforma “ num
homem desperto”. Parece-nos que esses velhos textos descrevem deste modo o termo de todo o
conhecimento real das leis da matéria e da energia, incluindo o conhecimento técnico” [10]
Eis, portanto, realizada a ascese espiritual, a iluminação buscada pelos místicos de todos os
tempos, a gnose dos antigos filósofos e o “insight” do cientista. O operador alquímico é agora
um Homem Novo, renascido das próprias cinzas, como a fênix da lenda, como a matéria prima
mineral que durante anos a fio triturou, dissolveu, aqueceu no crisol e cozeu no seu forno,
“matando-a’ e “ressuscitando-a” inúmeras vezes, até que, por um fenômeno de interação entre
suas moléculas modificadas e recombinadas infinitas vezes, produz-se o fenômeno.
E ao mesmo tempo, enquanto o metal se purifica no decorrer do processo, o operador
alquímico torna-se também “purificado”, como o metal grudado no fundo do crisol. Ele é detentor
de todo saber, todo conhecimento, todos os segredos da natureza e senhor do seu próprio
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 21/31
psiquismo. É o Homem da Terra, feito á semelhança do Homem do Céu, da tradição essênia,
o Homem Desperto das crenças teosóficas, o Homem Universal da esperança maçônica.
Simbolismo alquímico e maçônico
Eis enfim, realizado o grande sonho da humanidade. Enquanto o alquimista possui agora, um
artefato capaz de introduzi-lo no mais íntimo dos segredos da natureza, que é o processo pelo qual
ela “fabrica” os elementos naturais, ele agora é também, como homem desperto, um verdadeiro“
eleito” na sociedade em que vive, pois possui a gnose, a verdadeira sabedoria que tudo transforma.
Essa também é a simbologia que se aplica ao maçom, homem regenerado pela iniciação,
possuidor de uma consciência superior, que lhe permite “ver” e agir num domínio ampliado pelo
mundo interior que a prática da Arte Real finalmente lhe assegura.
Não é sem motivo que muitos autores sustentam que o objetivo da Maçonaria é a realização de
uma obra espiritual comparável á grande obra dos alquimistas, represen-tada pela pedra filosofal.
Não é também irracional a comparação que se faz entre a construção simbólica do Templo de
Salomão e a obtenção dessa “pedra”, capaz de transformar minerais impuros no mais puro
ouro.[11]
E não é também, por acaso que a iniciação maçônica, e o seu próprio catecismo, são pródigos
de evocações a símbolos alquímicos. E tanto se pode dizer que a Maçonaria é uma espécie de
cavalaria simbólica, quanto uma forma de alquimia praticada especula-tivamente numa Loja, ao
invés de um laboratório, tendo como matéria prima o psiquismo do praticante, e como finalidade a
transmutação do próprio operador.
Bernard Rogers resume bem essa questão: “O objetivo que os franco-maçons perseguiam é a
construção do Homem, isto é, da Humanidade Autêntica, concebida como projeto, a partir da
construção do individuo”,escreve aquele autor. “Não causará surpresa”, prossegue ele, “o fato
de que o eixo em torno do qual eles estabeleceram seu simbolismo seja a construção do Templo
de Salomão, sendo o ser humano considerado como a morada da divindade. A quem venha opor
esse propósito a afirmação de que há franco-maçons ateus, respondamos que nenhum desses, a
menos que não mereça sua qualificação, poderia pelo menos negar sua fé na perfectibilidade do
homem, cuja natureza divina- isto é- luminosa- não pode deixar de ser reconhecida por quem não
tem medo das palavras e se recusa a tornar-se escravo do que esta ou aquela religião possa
exigir dele”.[12]
Por acaso também não é que a disposição dos símbolos numa Loja maçônica, assemelhe-se, de
forma notável, à quarta prancha do Mutus Líber dos alquimistas.[13] Ambas são visões
simbólicas do universo. Nelas se representa a “energia dos princí-pios”, responsável pelas
transformações internas e externas que se realizam na natureza e no homem. É na Loja que a
mística da Palavra Perdida, o Verbo Divino, o Número Único, que na cabala representa o
Princípio Criador de todas as coisas, e na alquimia a “ flos coeli”,“o dom de Deus”, é captada pela
alma humana no momento da iniciação. É essa energia que age, á medida que a cerimônia avança,
para a realização da transmutação do neófito, conferindo-lhe um status que o eleva de
sua condição anterior de profano á condição superior de iniciado.
O piso da Loja maçônico
Em tudo e por tudo o magistério alquímico guarda a mais estreita relação com a tradição
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 22/31
maçônica. Tanto é que as cinco telas do Mutus Líber ocupam, na iconografia alquímica, a mesma
posição que o piso mosaico na Loja Maçônica, onde se realizam as transmutações dos aprendizes,
na passagem sucessiva das fases de iniciação nas Lojas Simbólicas. O piso mosaico, em ambas as
tradições, tem a função específica de “ receber e filtrar a luz” que vem do Oriente, a “ Luz de Rá”
das iniciações egípcias, Principio Criador de tudo que há no mundo. E as cores desse piso, em
preto e branco, repetem as mesmas cores do mercúrio dos filósofos alquimistas.
Diz-se que o piso mosaico, na Loja maçônica, é uma representação do piso que ornava o
Templo de Salomão. Mas essa referência histórica é apenas uma informação que não reflete o seu
verdadeiro significado. Na verdade, desde o tempo de Moisés, ou até antes disso, esse traçado
geométrico já representava idéias de alto conteúdo esotérico. Era utilizado nos templos egípcios,
nas antigas sinagogas judaicas e nos templos greco-romanos como forma de captar e filtrar a luz
solar, orientando-a para um fim determinado. Dessa forma, não é estranho que os alquimistas
tenham utilizado a mesma disposição geométrica para preparar o seu “filtro”, fundamentados na
mesma sensibilidade que tiveram os antigos profetas e hierofantes.
As antigas tradições maçônicas dizem que o Templo de Salomão era ornamentado por um piso
mosaico formado por quadrados pretos e brancos, orientados de certa forma. Essa informação
consta de diversos manuscritos antigos, pertencentes ao conjunto que hoje chamamos de Old
Charges (As Velhas Instruções).[15] É bom lembrar, entretanto, que em nenhuma parte da Bíblia,
ou de qualquer outro documento histórico, esse detalhe foi realmente informado, o que nos leva a
pensar que ele tenha, efetivamente, mais relação com o simbolismo alquímico do que,
propriamente com as antigas tradições maçônicas herdadas da arquitetura medieval.
O iluminismo maçônico
Por analogia, podemos comparar o magistério alquímico com a prática maçônica. Há uma
similitude nos objetivos de ambas as tradições e no processo de obtenção de resultados, que muito
se assemelham entre si. Da mesma forma que na prática alquímica o metal se regenera a partir de
uma conjunção entre a luz e as trevas, na Maçonaria essa regeneração é operada a partir do sol e
da lua. Por isso esses astros estão representados no Oriente da Loja, atrás do trono do Venerável
Mestre. No meio deles, no centro do triângulo, o “olho onisciente”, reina absoluto.
Essa simbologia, inspirada em tradições egípcias, é representativa da crença de que tudo no
universo emana da conjunção de dois princípios, resultando num terceiro, que se propaga por todo
o real existente.[16] O sol ali representado é Osíris, ou Rá, o Principio Criador de tudo que existe
no universo. A lua representa Isis, a deusa-mãe em cujo ventre se opera o milagre da regeneração,
e o “olho onisciente” é o olho de Hórus, o filho que nasce da união de Ísis e Osíris, após a
ressurreição daquele deus. Por ele, a manifestação do Principio Criador projeta o universo real,
dando forma a toda a criação cósmica.
A trindade egípcia, pintada obrigatoriamente atrás do trono do Venerável Mestre é
representativa do “mistério maçônico” que se opera na Loja, a partir do qual o maçom alcança a
regeneração psíquica pela prática da iniciação. É da luz que vem do Oriente, a partir da
consagração dada pelo Venerável, que o iniciado atinge a qualidade de homem renascido, após ter
sofrido a morte psíquica, simbolizada por sua passagem pelos subterrâneos e sua descida ao ventre
da terra.
Após ter passado um período perdido nas trevas, realizando diversas provas e viagens, o
neófito “vê” a luz, no momento em que lhe são retiradas as vendas dos olhos. Momento limite de
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 23/31
sua iniciação, ele percebe que essa luz lhe é conferida pelos astros ali representados,
simbolizando que ele, finalmente, superou a primeira fase de sua jornada iniciática e sabe agora da
existência de uma verdade maior que precisará ser descoberta.
A correspondência entre o iluminismo maçônico e a tradição alquímica é evidente: o Aprendiz,
que durante longo tempo permaneceu num estado de semente, lançada num profundo negro,
evolui para o branco da regeneração, quando se torna Companheiro e conhece o vermelho da
ressurreição ao tornar-se Mestre. O Mestre que renasce a partir de Hiram morto, eis o apogeu do
processo que simboliza o nascimento de um maçom na sua plenitude iniciática, pois ao iniciar-se
Aprendiz, e ao elevar-se a Companheiro, ele ainda está em processo de gestação. Será preciso um
longo trabalho de manipulação e aprimoramento do seu caráter até que ele se torne, enfim, o
Homem Universal, alicerce da nova sociedade, justa e perfeita, que a Maçonaria se propõe
construir.
[1] “Conhecem-se mais de cem mil livros ou manuscritos alquímicos” , escrevem aqueles autores. “Essa imensa literatura, á qual se
consagraram espíritos de categoria, homens importantes e honestos, essa imensa literatura que afirma solenemente a sua adesão a fatos,
a realidades experimentais, nunca foi explorada cientificamente. O pensamento reinante, católico no passado, racionalista atualmente,
manteve em redor desses textos uma conspiração de ignorância e desprezo. Existem cem mil livros que possivelmente contém alguns dos
segredos da energia e da matéria. Se isso não é verdade, eles pelo menos assim o proclamam” Pawels e Bergier- O Despertar dos
Mágicos pg. 101
[2] Mircéa Eliade - Ferreiros e Alquimistas – Ed. Flammarion,1977
[3] Bernard.Rogers- Descobrindo a Alquimia pg. 28
[4]Gennete é palavra francesa que designa a instituição da Cavalaria.
[5] Na imagem, o alquimista moderno em seu laboratório.Fonte:alquimia.blogspot.com
[6] P. D Ouspensky,- Um Novo Modelo do Universo. pg. 92
[7] Serge Hutin. História da Alquimia. São Paulo, Cultrix, 1987.
[8] Enteléquia ( em grego entélékhéia) significa a qualidade do ser que tem em si mesmo a capacidade de promover o seu próprio
desenvolvimento. No ser humano pode ser entendida como a força que o leva a enriquecer o espírito através da aquisição do
conhecimento e também a promover o desenvolvimento do seu organismo em termos físicos.
[9] Na imagem a 3º tela do Mutus Liber- Nicolas Flamel, Livro das Figuras Hiroglíficas- Vol 16- Biblioteca Planeta.
[10] Pawels e Bergier op citado pg. 99.
[11] Não é sem razão também que o nome do Rei Salomão sempre foi conectado com as lendas alquímicas. Dizia-se que esse rei era
possuidor da pedra filosofal, que era a origem da sua incalculável riqueza.
[12] Bernard Rogers- Descobrindo a Alquimia, pg. 260.
[13] O Mutus Líber são pranchas ou quadros nos quais se representam, de forma simbólica, as fases do processo de obtenção da pedra
filosofal. É um conjunto de cinco telas semelhantes as dos painéis das Lojas Simbólicas. Na Maçonaria essas telas têm como finalidade
justamente a representação, através de símbolos próprios, do processo pelo qual o universo maçônico é construído. É muito difícil não
pensar que tais iconografias não tenham tido uma fonte comum de inspiração. Veja-se, por exemplo, que os diferentes “quadros”, das
diferentes “Lojas” , na Maçonaria representam cada um, um motivo ligado á uma “ fase” do “iluminismo maçônico”, que, no seu
desenvolvimento e objetivo, equivale, simbolicamente, as diferentes fases do magistério alquímico. Tal como na Arte de Hermes, a Arte
Real se vale desse simbolismo para transmitir suas mensagens.
[14] Na imagem, o piso mosaico de uma Loja maçônica.
[15] Particularmente o chamado manuscrito Dunfries nº 4- que estabelece como ornamentação necessária de um Templo maçônico essa
forma de piso.
[16] Da mesma forma que na doutrina da cabala, na qual o Princípio Criador se manifesta em forma de uma esfera de energia chamada
Kether e se espalha pelo nada cósmico, formando a Árvore da Vida, que é o símbolo do universo físico e espiritual.
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 24/31
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (trabalha no recesso
maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
GOB/SC –
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 25/31
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Associação de Médicos Maçons
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LOJA MAÇÔNICA ESPECIAL
União e Fraternidade do Mercosul
Ir∴ Hamilton Savi nº 70
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO – GOSC/COMAB
FUNDADA EM 31/01/1998
À GDGADU
Orde Florianópolis, aos 20 dias do mês de dezembro do ano de 2016 E∴V∴
Ofic. 003/2016
A Todos os Homens Livres e de Bons Costumes
Programação – Loja União e Fraternidade do Mercosul - Hamilton Savi nº 70 - Mês de Janeiro de 2017
Dia 09/01/2017:
Abertura dos trabalhos com leitura do ato do GM nomeando a Administração da Loja para o ano
2017.
Palavra do Grande Oriente de Santa Catarina – GOSC
Palestra do eminente Ir. Kennyo Ismail –
Editor-chefe da revista “Ciência & Maçonaria”, a primeira revista acadêmico-científica dedicada
ao estudo da Maçonaria na América do Sul, vinculada ao NP3/CEAM/UnB; professor do curso de
pós-graduação em História da Maçonaria pela UnyLeya; e membro da Academia Maçônica de
Letras do Distrito Federal, ocupando a cadeira No.33.
Palestrante conhecido no meio maçônico é autor de diversos artigos publicados em várias revistas
e sites maçônicos no Brasil e em outros países. Foi revisor técnico e prefaciou a edição brasileira
do best-seller internacional Freemasons for Dummies (Maçonaria para Leigos), publicado pela
AltaBooks (2015); traduziu e comentou a obra “Ahiman Rezon – A Constituição dos Maçons
Antigos”, publicado pela A Trolha (2016); e é autor dos livros: “Desmistificando a Maçonaria”
(2012), “O Líder Maçom” (2014), e “Debatendo Tabus Maçônicos” (2016).
Dia 23/01/2017:
Palestra do eminente Ir.: Gean Marques Loureiro, Prefeito eleito da Capital de Santa Catarina.
Mestre instalado da ARLS Samuel Fonseca nº 79 - GOSC
Informamos que as sessões da Loja Mercosul Hamilton Savi nº 70 serão realizadas no
Templo da Loja Ordem e Trabalho nº 3, Or. de Florianópolis, Situado próximo à UFSC –
Serrinha. AV. DESEMBARGADOR VITOR LIMA. 550, com inicio às 20:00hs
Grande Abraço
Ir.: EMÍLIO CÉSAR ESPÍNDOLA V.: M.:
(048)32445761 - (048)999824363
emilioespindola@yahoo.com.br
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Dia 8 de janeiro:
Adormecer
"Estar adormecido" significa o maçom afastado de sua Loja.
Cremos, porém, que esse "adormecer" tem várias nuances, como por exemplo: "estar
sonolento", nem desperto nem em sono.
O maçom que se afasta de seus Irmãos e de sua Loja estará dando um passo
impensado e cruel, uma vez que, com sua ausência, atingirá toda a Loja, rompendo a
Cadeia de União, por ser ele um elo indispensável; sua ausência "enlutará" sua
comunidade.
O maçom afastado sofre desgaste espiritual; mesmo que não se dê conta disso, o seu
templo interior estará vazio e, assim, não poderá, em união, louvar o Senhor.
Mesmo que surjam divergências entre os Irmãos, o afastamento prejudicará a quem se
afasta; os demais suprirão a ausência com a admissão de novos maçons.
A Loja não precisa de nós; nós é que necessitamos do convívio permanente.
Se você está afastado, por qualquer motivo, retorne e encontrará uma plêiade de
Irmãos prontos a abraçá-lo.
Não interrompa o destino; participe da comunhão dos santos, da corrente da
Fraternidade.
Coragem!
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 27.
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 28/31
Iniciação do ator cinematográfico John Waine
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 29/31
(pesquisa e arquivo JB News, vídeos da internet e colaboração de irmãos - fontes: Google)
1 –
2 – Miguel Angel:
Miguel_Angel_y_sus_obras.pps
3 – idade ecológica da Suécia:
Malmo - Suecia -Ciudad_Ecologica.pps
4 – Mistério e surpresa:
MISTERIOYTREMENDASORPRESA.pdf
5 – Naquele tempo era assim:
NAQUELE TEMPO.pps
6 - Monastério de Sumela:
Monasterio de Sumela. Turquia.pps
7 - Filme do dia: “Em nome do Rei” – dublado
O poderoso rei Konreid precisa defender seu castelo e seu povo do diabólico Gallian, que quer derrubá-lo.
Um exército aterrorizante de monstros guerreiros, conhecidos como Krugs, é enviado pelo vilão para
invadir o reino em busca do rei. A vida de um homem simples, chamado Farmer, muda para sempre
quando os monstros destroem sua pacífica comunidade. Depois de ter seu filho assassinado e sua mulher
sequestrada, ele está determinado a se vingar e parte em busca da esposa.
o Licença padrão do YouTube
 Música
o "Hell Is for Heroes" por One Man Army and the Undead Quartet (iTunes)
https://www.youtube.com/watch?v=vuu0BBYMLmA
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 30/31
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira *
escreve aos domingos no “Fechando a
Cortina”
Hoje o autor presta uma justa
homenagem ao Irmão Abner, da Loja
Alferes Tiradentes, que foi chamado ao Oriente Eterno.
Quem sabe lá não estará com sua costumeira vestimenta natalina???
Sensível e inteligente, habitava
aquela mente, uma linda poetisa !
JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 31/31
Construía os seus versos com beleza
e harmonia, conquistando todo aquele
que o seu poema lia.
Sua graciosidade a todos encantava,
e despertou a paixão de um rude
pescador.
Parecia pretensão demasiada,
namorar uma mulher tão refinada !
Nem compreendia os seus escritos,
o humilde trabalhador.
Sua paixão era comovente, e até
humilhação vivenciou.
Mas seu barco e suas calejadas mãos,
sensibilizaram a criatura !
As gaivotas, como cupidos em ação,
levavam e traziam recados, tocando
aquele nobre coração.
O que parecia impossível, em realidade
se tornou !
Um casal apaixonado, cheio de amor !
Ela, em terra firme, belas poesias foi
construindo.
Ele, em alto mar, sob os aplausos dos
biguás, pescando os peixes para a sua
amada alimentar !
Junto-me, agora, aos pássaros marinhos
e, também, aos passarinhos, para desejar
ao feliz casal, muito amor, na terra e no mar !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores de Aquidauana (MS) – “Portal do Pantanal” Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.292 – Florianópolis (SC) – domingo , 8 de janeiro de 2017 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella – Caminho Interior Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – A Fábula dos Porcos Assados – 2017 Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Templo Sagrado: o de Salomão, o de Zorobabel e o ... Bloco 5-IrHercule Spoladore – O ex-Venerável dono da Loja Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e o Legado dos Alquimistas Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 8 de janeiro e versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira (Florianópolis – SC)
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 2/31 8 de janeiro  1297 — Independência de Mónaco.  1805 — A Colônia do Cabo, na África do Sul, torna-se colônia britânica.  1889 — Herman Hollerith patenteou sua máquina de tabulação, que foi usada pela primeira vez para compilar dados de um recenseamento.  1918 — O presidente estadunidense Woodrow Wilson profere o discurso dos Quatorze Pontos.  1925 — O compositor russo Igor Stravinsky apresentou-se pela primeira vez nos Estados Unidos, regendo a Orquestra Filarmônica de Nova York.  1959  Fidel Castro chega a Havana, capital de Cuba, após derrubar em 1° de janeiro, Fulgencio Batista (que fugiu para o exílio), e assume o poder em Cuba.  O general Charles De Gaulle foi chamado para assumir o governo da França, ao qual havia renunciado em 1946. O país estava à beira de uma guerra civil.  1963 — É adoptada a bandeira do estado de Minas Gerais  1968 — A TV americana exibiu pela primeira vez um documentário submarino do oceanógrafo Jacques Cousteau.  1979 — O petroleiro francês Betelgeuse explode no terminal da Gulf Oil em Bantry na Irlanda – 50 mortos. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 8º dia do Calendário Gregoriano. Faltam 357 dias para terminar o ano de 2017 - Lua Quarto Crescente - É o 128º ano da Proclamçaõ da República; 195º da Independência do Brasil e 517º ano do Descobrimento do Brasil Hoje é dia da Liberdade de Culto, dia da Gratidão, dia Nacional do Fotógrafo e da Fotografia Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado. EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 3/31  1989 — Início da Era Heisei no Japão.  1992 — A sonda Sakigake fez uma operação de assistência gravitacional com o auxílio da força da gravidade da Terra.  1994 — Lançamento da missão Soyuz TM-18.  1996 — François Mitterrand, presidente da França entre 1981 e 1995, morre aos 79 anos, vitimado por um câncer na próstata.  1997 — Depois de trinta anos, chega ao fim o casamento do compositor Chico Buarque com a atriz Marieta Severo.  1998 — Imagens transmitidas de Saturno pelo telescópio espacial Hubble fortaleceram a teoria da existência de planetas fora do sistema solar.  2001 — Iniciam-se as emissões do canal noticioso português SIC Notícias.  2004 — A Hewlett-Packard (HP) anunciou que iria licenciar o iPod da Apple Inc. para criar um reprodutor de áudio digital com a marca da HP.  2006  Mehmet Ali Ağca, autor do atentado contra o Papa João Paulo II, recebe ordem de soltura na Turquia.  Registrada a temperatura mais alta da cidade de Pelotas: 41°C. Eventos culturais[editar | editar código-fonte]  1955 — O Museu de Arqueologia de Itaipu é tombado Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN).  1997 — Fred Rogers recebe uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.  2001 — Início das transmissões do SIC Notícias. 1865 Criado, nesta data, na cidade de Desterro, o “Corpo de Voluntários da Marinha”, reunindo embarcadiços aqui fixados. Foi uma iniciativa do então Capitão dos Portos Enéas J. de Barros Torreão, tendo em vista a eclosão da Guerra do Paraguai. 1934 Morre, em Florianópolis José Arthur Boiteux, destacada figura da vida política e cultural do Estado. Foi deputado estadual, federal e secretário de Estado. Fundou o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina de Letras e Faculdade de Direito de Santa Catarina 1681 Nasce Jonathan Belcher, futuro governador de Massachussetts e New Hampshire. Pensava-se que era o primeiro Maçom na América colonial, mas sabe-se hoje ter sido o escocês John Skene. 1844 Fundada a Grande Loja de Iowa dos Maçons Livres e Aceitos. 1928 Fundada a Grande Loja do Rio Grande do Sul Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 4/31 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "CAMINHO INTERIOR" Intrigante como a caminhada nos leva a profundas reflexões. É algo como se estivéssemos rebobinando a história de nossas vidas. De repente, enquanto eu percorria meu trajeto, ocorreu-me a lembrança de um querido Irmão chamado Omar Zacharias - dono de um caráter singular, cujas características mais marcantes são a sua simplicidade, sua sensibilidade e seu elevado espírito fraterno. O referido Irmão que inclusive ocupa um alto cargo dentro da Maçonaria paulista como Secretário Estadual da Secretaria de Educação e Cultura do Grande Oriente de São Paulo - em diversas oportunidades percorreu os diferentes caminhos que levam a Santiago de la Compostela, na Espanha. Essas experiências sempre se caracterizaram pelo seu aspecto interior e contemplativo, uma vez que as caminhadas sempre lhes reservaram situações inéditas que o obrigaram a repartir o pão, a água, a ceder algo material a quem necessitasse, a invariavelmente deixar uma palavra amiga de apoio e de incentivo a outros peregrinos e acima de tudo, a olhar para dentro de si e a refletir sobre o sentido da vida. Os caminhos que levam a Santiago de la Compostela carregam por si só um misticismo e uma aura de mistério no contato intenso com as forças do Universo, que conspiram inevitavelmente em favor do encontro mais recôndito de nossas almas. As pedras, as árvores, as curvas, aclives e declives, o calor e o frio, e em especial as fisionomias de alento e desalento daqueles que trafegam por esses caminhos registram de maneira única e indescritível como cada um consegue superar seus limites na busca de seus sonhos e anseios. Os caminhos se revelam de acordo com as necessidades de cada um de nós. Eles espelham as nossas expectativas e frustrações, mostram-se mais amenos ou mais agudos na proporção daquilo que vamos semeando ao longo de nossa existência. Mas eles são legitimamente nossos. São propriedades de nossas propostas de vida. 2 – Caminho Interior Newton Agrella
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 5/31 Alguns carregam uma cruz, como prova de subserviência, respeito e amor pela figura exponencial de Cristo, outros simplesmente se valem de um cajado, como bússola e apoio na caminhada, e muitos nem disso e nem daquilo, valem-se simplesmente do próprio fardo que carregam fruto daquilo que construíram durante sua existência. Não há melhor nem pior. Não há mais leve e nem mais pesado. O que há sim, é o que cada um registra como marco inquietante de seus desígnios. Conversar com Deus enquanto se caminha, talvez se constitua na melhor lição durante essa jornada. A oportunidade que nos damos de estarmos diante de nós mesmos, como um presente que o Supremo Arquiteto nos concede para agradecer a Vida e transcender a mesmice e os significados comuns, é algo que não pode ser desprezado. Há inúmeros outros caminhos que podemos percorrer...não só no plano terrestre, mas também no plano das idéias , pois a nossa evolução ganha força e beleza entre Colunas, quando passamos a entender a universalidade de nossa tarefa que é a de buscar sempre o aperfeiçoamento humano através do combate à Ignorância e aos Preconceitos e cultivar a Virtude como a prática do bem em favor da humanidade. E enquanto a estrada vai ganhando diferentes formas e matizes, meu Irmão Omar prossegue a passos largos, outras vezes nem tanto, face o peso que sempre levamos conosco de um modo ou de outro, porém na busca infinita de construir melhores dias, caminhos menos penosos, e ações cada vez mais benéficas para tornar a Vida mais leve. Por outro lado, olho para o relógio e percebo que o tempo que corre fora de mim já se faz adiantado... O meu relógio interior obedece um ritmo um pouco mais lento ... tentando entender e avaliar o porque de cada percalço, de cada revés, e buscando amadurecer meu pensamento e antes de tudo trabalhando com uma perspectiva mais otimista do que vem pela frente. Tenho ainda muitos passos a percorrer... a caminhada parece-me ainda um tanto longa... De qualquer modo, estou pronto a prosseguir e ser feliz. Todo caminhada é uma escolha...e os seus contornos e limites somos nós mesmos quem traçamos de acordo com as circunstâncias... Parodiando o velho poeta baiano, sigamos "caminhando contra o vento sem lenço e sem documento" , mas sempre em frente na busca de um amanhã maior ! Fraternalmente NEWTON AGRELLA
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 6/31 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. escreve às quartas-feiras e domingos. A FÁBULA DOS PORCOS ASSADOS - 2017 “Qualquer semelhança no país em que vivemos não é mera coincidência.” Uma das possíveis versões de um velho conto sobre a origem do assado é esta: certa vez, produziu-se um incêndio num bosque em que viviam porcos. Estes assaram-se. Os homens acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam ótimo. Então, cada vez que queriam comer porcos assados, punham fogo na floresta... até que descobriram um novo método. Mas o que eu quero contar é o que aconteceu quando se tentou modificar o sistema, para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não andavam bem. Os animais se carbonizavam, às vezes ficavam parcialmente crus, outras de tal maneira queimados que eram impossível utilizá-los. Como era um processo utilizado em grande escala, preocupava bastante a todos, pois se o Sistema falhava em grande medida, as perdas ocasionadas eram igualmente grandes. Eram milhares os que se alimentavam dessa carne assada e também eram milhares os que se ocupavam dessa tarefa. Por tanto, o Sistema não devia falhar. Mas, curiosamente, à medida em que se produzia mais, mais parecia falhar e maiores perdas causava. Em razão das deficiências aumentavam as queixas. Já havia um clamor geral sobre a necessidade de se reformar a fundo o Sistema. Tanto que todos os anos realizavam-se congressos, seminários, conferências, encontros, para se achar a solução. Mas parece que não conseguiam melhorar o mecanismo porque, no ano seguinte, voltavam a se repetir os congressos os seminários, as conferências e os encontros. E assim, sempre. As causas do fracasso do Sistema, segundo os especialistas, deviam atribuir-se ou à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deviam, ou à natureza inconstante do fogo, tão difícil de controlar, ou às árvores excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou 3 – A Fábula dos Porcos Assados - 2017 João Ivo Girardi
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 7/31 ao Serviço Meteorológico que não acertava com a localização, o horário e quantidade de chuvas, ou a ... As causas eram, como se vê, difíceis de determinar, porque, na verdade, o Sistema para assar porcos era muito complexo. Havia-se montado uma grande estrutura, uma grande máquina com inúmeros departamentos e ... havia-se institucionalizado. Havia indivíduos dedicados a pôr fogo, os “ignifier” das zonas norte, oeste, etc.; incendiador noturno ou diurno, com especialização matinal ou vespertina; incendiador de verão e de inverno (havia discussões sobre o outono e primavera), havia especialistas em vento: os anemotécnicos. Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Florestamento Incendiável, uma Comissão Nacional de Treinamento Profissional em Porcologia, um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentares ( Isceta), e o Bódrio (Bureau Orientador de Reformas Ígneo – Operativas). O Bódrio era tão grande que tinha um Inspetor de Reformas para cada grupo de 7.000 porcos aproximadamente. E era precisamente o Bódrio que patrocinava anualmente os tais congressos, seminários conferência e encontros. Mas estes só serviam para aumentar a burocracia do Bódrio. Fora planejada e estava em pleno desenvolvimento a formação de novos bosques, seguindo as últimas indicações tecnológicas, pois estes se situavam em regiões escolhidas segundo uma determinada orientação, onde os ventos não sopravam por mais de três horas seguidas, onde era reduzida a porcentagens de umidade relativa do ar, etc.. Havia milhares de pessoas trabalhando na preparação dessas florestas que logo deviam ser incendiadas. Enquanto isso, especialistas na Europa e nos Estados Unidos fiscalizavam a importação de melhores madeiras, árvores, toras e sementes. Outros, por sua vez, estudavam a maneira mais veloz e mais potente de fazer fogo. Havia, também, os que se dedicavam ao estudo de novas técnicas de como, por exemplo, fazer melhores armadilhas para pegar porcos. Havia, além disso, grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, mecanismos para deixá-los sair no momento certo e notáveis técnicos em alimentação suína. Havia especialistas em construção de chiqueiros, professores de especialistas na construção de chiqueiros, universidades que preparavam professores de especialistas na construção de chiqueiros, pesquisadores que preparavam professores de especialistas na construção de chiqueiros e fundações que apoiavam os pesquisadores das universidades que preparavam professores de especialistas na construção de chiqueiros, etc. As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo na raiz quadrada de a-1, por velocidade de vento sul e soltar os porcos quinze minutos antes que o fogo médio dos bosques alcançasse 47 graus de temperatura. Outros diziam que era necessário instalar grandes ventiladores que serviriam para orientar a direção do fogo. E assim por diante. E, não é necessário dizer, pouquíssimos especialistas estavam de acordo entre si, e cada um tinha pesquisas e dados para provar suas afirmações. Um dia, um “ignifier” categoria S-0/D-M/V-LL, ou seja, um incendiador de bosques, especialista sudoeste, diurno matinal, licenciado em verão chuvoso, chamado João Bom- Senso, disse que o problema era muito fácil de resolver. Tudo consistia, segundo ele, em que em primeiro lugar se matasse o porco escolhido, que ele fosse limpo e cortado
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 8/31 adequadamente, posto em uma grelha ou armação sobre brasas até que, por efeito do calor e não da chama, ele ficasse pronto. Matar? Perguntou indignado o Administrador de Florestas. - Como vamos fazer as pessoas matarem? Quem mata é o fogo, nós nunca! Quando soube do acontecimento, o Diretor Geral de Assamento mandou chamar João. Perguntou a ele, que coisas estranhas andava dizendo por aí. Depois que o ouviu, falou a João: - O que você diz está certo, mas apenas em teoria. Não vai funcionar na prática. Vejamos, o que você faz com os anemotécnicos, em caso de se adotar o que você sugere? - Não sei, respondeu João. - Onde você coloca os incendiadores das diversas especialidades? - Não sei. - E os especialistas em sementes, em madeiras? E os projetistas de chiqueiros de sete pisos, com suas novas máquinas limpadoras e as perfumadoras automáticas? - Não sei. - E os profissionais que ficaram se especializando no exterior durante anos e cuja formação tanto custou ao País? Vou pô-los a limpar porquinhos? - Não sei. - E aqueles que se especializaram durante anos na promoção de congressos, seminários e encontros, para a reforma e melhoramento do Sistema? Se sua solução resolve tudo, que faço com eles? - Não sei. - Você percebe agora que a sua não é a solução que precisamos? Você acha que se tudo fosse assim tão simples, nossos especialistas não a teriam encontrado antes? Vejamos. Quais são os autores em que você se baseou para fazer tais afirmações? Que autoridade está dando respaldo às suas afirmações? Você não pensa que eu posso dizer aos engenheiros anemotécnicos que a questão é usar brasinhas e não chamas, não é? O que faço com os bosques já preparados e prontos para serem queimados e que só possuem madeira para esse fim, pois suas árvores foram especialmente selecionadas porque não dão frutos e têm escassez de folhas? E selecionadas após anos de caríssimas pesquisas? Que faço, diga-me? - Não sei. - Que faço com a Comissão Redatora de Programas de Assamento, com seus Departamentos de Classificação e Seleção de Porcos, Arquitetura Funcional de Chiqueiros, Estatísticas e Agrupamentos? - Não sei. - Diga-me, o engenheiro especialista em porcopirotecnia, Dr. J. C. de Figuração, não é uma extraordinária personalidade científica? - Sim, parece que sim.
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 9/31 - O simples fato de possuirmos valiosos e extraordinários engenheiros em pirotecnia, indica que o sistema é bom. E o que faço com especialistas tão valiosos? - Não sei. - Viu? O que você deve trazer como solução, é como preparar melhores anemotécnicos, como conseguir mais rapidamente incendiadores de oeste (que é a nossa maior dificuldade), como fazer chiqueiros de oito ou mais pisos em lugar de somente sete, como agora. HÁ QUE SE MELHORAR O QUE TEMOS. E NÃO MUDAR. Traga-me alguma proposta para que nossos estagiários na Europa custem menos, ou de como fazer um bom relatório para analisar profundamente o problema da reforma do Assamento. É disso que necessitamos. É disso que o País necessita. O que falta a você, Bom-Senso, é um pouco de sensatez. Diga-me, por exemplo, que faço com meu primo, o Presidente da Comissão para Altos Estudos e Aproveitamento Integral das Resíduos dos Ex-Bosques? - Realmente estou perplexo, disse João, timidamente. - Bem, agora você conhece o problema, não saia por aí dizendo que você o resolveria. Agora você vê que o problema é mais sério e não tão simples como você o imaginava. Quem está de fora sempre pensa: “eu resolveria tudo”. Mas é preciso estar dentro para conhecer as dificuldades. Entre nós, recomendo-lhe que não insista com essa idéia, pois poderia ter dificuldades com o seu emprego. Não por mim. Falo pelo seu bem. Eu o compreendo, entendo sua colocação, mas você sabe, pode encontrar um superior menos compreensivo e daí... O pobre João Bom-Senso não disse nada. Sem se despedir, entre assustado e perplexo, com a cabeça rodando, saiu e nunca mais foi visto. Não se sabe para onde foi. É por isso que dizem que nessas propostas de Reforma do sistema falta bom-senso. [...] Caso, entretanto, você não goste de analogias como a dessa pouco respeitosa fábula, pode encontrar na douta ciência, por exemplo, de Thomas Khun, que em A estrutura das revoluções científicas, mostra que se não houvesse homens com abertura intelectual, e principalmente mental, para buscar alternativas para a decadência do uso do conhecimento, até hoje o flogísto e o geocentrismo seriam aceitos como verdades intocáveis, pois um dia foram peças fundamentais no conhecimento tradicional. (Texto de Gustavo Cirigliano com tradução livre de Teresinha M. Fogaça de Almeida). Maçonaria: Lamento que tudo o que está aí nasceu nas entranhas da nossa sociedade! Está na hora de separarmos o joio do trigo, a começar por nós. Neste ano a Maçonaria Especulativa completa 300 anos. Acredito que ela poderá continuar a fazer história. Para finalizar: Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades. (Lori Tansey).
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 10/31 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com O TEMPLO SAGRADO: O DE SALOMÃO, O DE ZOROBABEL E O DE HERODES. MAS, PARA OS JUDEUS NÃO SÃO SOMENTE DOIS? “Seguindo a disposição do Tabernáculo, existiram três templos erigidos no mesmo local – no Monte Moriá, no setor oriental de Jerusalém, onde segundo a tradição, Abraão foi sacrificar seu filho Isaac. O primeiro templo foi o de Salomão, o segundo foi o de Zorobabel, edificado no retorno do exílio da babilônia e o terceiro foi o de Herodes.“ (”Vade-Mécum Maçônico”, pág.594, 2008) INTRODUÇÃO Quem já me acompanha de longa data, sabe que o Templo de Jerusalém ou o Templo de Salomão (este último nome soa bem mais familiar para nós maçons), é um dos meus temas recorrentes, além de ter sido objeto de um livro. O assunto me traz fascinado e, não há sinais, por enquanto, sobre essa fascinação diminuir. Pode até que desapareça com o tempo. O fato de me deparar constantemente com o número de três templos construídos, ou de que foram três os templos erigidos naqueles tempos bíblicos, merece uma explicação ou no mínimo um reparo. Por quê? É o que veremos. O TABERNÁCULO O protótipo do Templo Sagrado foi o “Mishkan”, ou o que ficou conhecido como sendo o Tabernáculo. Foi construído no deserto, pelos filhos de Israel, logo após o recebimento da Torá. Na Torá, mais especificamente no Livro do Êxodo, é possível atentar para a tamanha importância que o Templo iria representar, pois, quase que toda a segunda metade desse último livro diz respeito à descrição do aspecto do Templo e da sua construção. O Tabernáculo já possuía um simbolismo muito grande: concentrava a ideia de que era um microcosmo de toda a Criação, além de representar uma aliança entre Deus e o homem. Mas, isso era provisório, a “Casa de Deus”, de acordo com os ensinamentos do Midrash e de acordo com a mística judaica, dizia que todo o propósito da Criação era que o homem construísse uma “habitação” para Deus no mundo físico, onde Ele revelaria a sua presença. O Tabernáculo, esse que era um lugar sagrado portátil, serviu aos israelitas por séculos. Até que Davi, guiado pela sugestão do Espírito teve a ideia de que o mesmo deveria ser substituído por um Templo magnífico e permanente, o que somente seu filho Salomão viria a tornar realidade. O TEMPLO DE JERUSALÉM OU O TEMPLO DE SALOMÃO: (BEIT HA-MIKDASH) Davi havia sido um rei guerreiro e sangrento, destruiu e confinou todos aqueles que eram inimigos de Israel, e isso depôs contra ele, ou seja, não era a pessoa certa para construir o Templo. Salomão, cujo nome significava “homem de paz”, filho de Davi, foi quem herdou a tarefa, e para isso Davi contribuiu deixando materiais de construção e objetos valiosos, além de um plano de construção. Os hebreus não eram um povo de ciência, mas, um povo de grandes produções literárias, isso sim. 4 – O Templo Sagrado: O de Salomão, o de Zorobabel e o ... José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 11/31 Salomão, sabendo disso, contratou mão de obra especializada, e usou do conhecimento e de grande parte dos materiais provindos dos fenícios, povo que reunia tudo isso à época. Salomão tinha mesmo era dinheiro e escravos. Depois de sete anos e meio, o Templo que foi construído em honra a Yaweh e estava situado no alto do Monte Moriah, foi concluído. Não se tem o ano exato em que começou a sua construção, e o que existe são especulações. O mais próximo dos acontecimentos, ou seja, a sua construção seria em meados do século 10 a.C. Não iremos descrever os detalhes do Templo, pois, esse não é o nosso objetivo, além de que demandaria muito espaço, mas, para quem se dispuser em saber mais detalhes deverá consultar a Bíblia, fonte maior dessa história, mais especificamente, os textos de Reis e Crônicas. Importante ressaltar sim, que, tal e qual o Tabernáculo, o Templo iria servir de depositário da Arca da Aliança (Aron Ha-Berit), aquela que guardava as duas Tábuas do Decálogo (Asseret Ha- Dibrot) em seu interior. Depois de ter sido pilhado várias vezes durante a sua existência, em 587-586 a.C., o Templo foi saqueado, incendiado e destruído pelas tropas de Nabucodonosor, rei da Babilônia. De acordo com a tradição judaica, isso foi no “Tishá B’Av”, ou seja, no dia 9 de Av, conforme o calendário hebreu. A partir daí, os tesouros do Templo foram levados para a Babilônia, juntamente com os judeus para o cativeiro. O SEGUNDO TEMPLO OU TEMPLO DE ZOROBABEL (*) O Templo que substituiu o de Salomão foi chamado de Segundo Templo, mas, também leva o nome de Templo de Zorobabel. Em livros judaicos, é possível encontrar alusão a Esdras ou Ezra como tendo sido o grande responsável pela sua reconstrução. Após seu retorno do cativeiro na Babilônia, os judeus encontraram, além de uma Jerusalém em ruínas, naquele lugar onde outrora tinha sido erigido o Templo de Salomão ou de Jerusalém, somente a sua fundação. O esforço empreendido foi gigantesco, pois, aqueles judeus retornados do exílio não tinham nada em relação à riqueza de Salomão quando construiu o seu Templo. O trabalho foi iniciado, e não existia a mão de obra dos fenícios. Logo, a reconstrução parou por 16 anos, por uma série de fatores. (Vide nota, ao final do trabalho) Encorajados pelos profetas Ageu e Zacarias, o Templo foi reiniciado em 520 a.C. e terminado em 515 a.C. Na Bíblia, isso está registrado em Esdras. O Segundo Templo não tinha nada da ostentação original, era um Templo humilde, mas, respeitava ao plano geral. Consta no Talmude que o Segundo Templo não tinha a Arca da Aliança, o fogo sagrado, o Shekinah(**), o Urim e Tumim(***). O Segundo Templo perdurou por 473 anos, mais tempo do que o de Jerusalém ou de Salomão, e caiu pelas mãos de Pompeu, general romano no ano de 63 a.C. O TEMPLO DE HERODES: TERCEIRO TEMPLO? Um terceiro Templo não foi construído e nem poderia. O Segundo Templo ficara em pé, mas, era um templo humilde. Herodes, o Grande, governador da Galiléia e “rei dos judeus”, título que foi lhe dado por Antônio e Otávio, e que ficou conhecido como edificador, aproveitou viu ali a oportunidade de fazer mais por seu nome e, investiu na obra de arquitetura do Segundo Templo promovendo adições e alterações. Dono de um ego espetacular quis superar o próprio Templo de Salomão, intento conseguido em parte pela ostentação do Templo e o aumento do prédio em virtude de prédios subsidiários. Esse Templo acabou sendo erigido para substituir o Segundo Templo, mas, dizem algumas fontes da Antiguidade que o verdadeiro motivo de Herodes foi tentar pacificar os judeus. COMENTÁRIOS SOBRE O TERCEIRO TEMPLO, AQUELE QUE FOI ERIGIDO POR HERODES, OU ESTAMOS FALANDO É DE UM SEGUNDO TEMPLO MELHORADO? Vamos por partes: Herodes era descendente do povo de Edom que havia sido levado ao judaísmo por João Hircano. Ou seja, os Herodes não eram judeus de nascimento, e supostamente eram de religião. A religião quando era utilizada, era atendendo aos interesses da família. Em 47 a.C. Herodes foi nomeado procurador da Judéia, coisa que acabou acontecendo também com a Galiléia que mais tarde ficou sob o seu controle.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 12/31 Herodes opunha-se aos Hasmoneanos que eram descendentes dos Macabeus, que controlavam Israel antes da dominação romana, e consequentemente não aceitavam o domínio imposto por Herodes. Herodes casou com Mariamne que era uma hasmoniana para dissipar as dúvidas que a família tinha a respeito dele. Mas, foi somente uma jogada ensaiada, pois, com o tempo Herodes foi eliminando um a um dos líderes e sacerdotes da família e por último a própria Mariamne e os filhos que teve com ela. Ter remodelado suntuosamente o Segundo Templo, na realidade um trabalho que se estendeu pelos reinos dos seus sucessores, onde a série de alterações, foram feitas com o intuito de ultrapassar a glória de Salomão, pois, o mais provável é que tinham eram para agradar os judeus(segundas intenções) e ao seu próprio ego também. O Templo de Herodes substituiu o Segundo Templo, mas, era considerado pelos judeus o mesmo Segundo Templo ainda. E quanto ao seu plano de agradar ou pacificar os judeus, esses últimos jamais lhe perdoaram por ter feito desaparecer a família dos Hasmoneanos. No ano de 70. D.C. os exércitos romanos comandados por Tito, destruíram o Templo de Herodes. A grande casualidade é que foi no dia 9 de Av, Tishá b’Av, o que fez por se converter no dia mais triste do calendário judaico. Não podemos esquecer que as entranhas do Templo de Herodes eram o edifício do Segundo Templo erguido por Esdras e seus companheiros. Uma informação importante, e que transcrevo tal como foi publicada no trabalho do Irmão Angelo Spoladore, intitulado “Arqueologia e o Templo do Rei Salomão: “O “Muro das lamentações” existente até os dias atuais e inicialmente considerado salomônico, através de datações radiométricas revelou-se pertencente ao Templo de Herodes (Horne, 1972)” E para corroborar, da revista judaica “Morashá”: “Hoje, pouco resta do Segundo Templo de Jerusalém, a principal ruína é o Kotel HaMaaravi (****) – o Muro Ocidental. Nossos sábios ensinam que apesar de o Templo ter sido destruído, a Presença Divina nunca abandonou o Muro Ocidental.” CONCLUSÃO Para os judeus, até hoje, dois templos foram erigidos ou existiram: O Primeiro Templo, de Jerusalém ou de Salomão, e o Segundo Templo, de Zorobabel. Pesam os seguintes fatos também: o primeiro homem, Adão, foi criado no lugar onde um dia seria erguido o Grande Altar. Adão tentando se redimir do seu pecado construiu no lugar do Grande Altar, um altar para Deus. Para esse lugar é que Caim e Abel levaram suas oferendas. Esse altar foi destruído pelo Dilúvio, e depois Noé o reconstruiu. Ainda, nesse lugar, seu filho Shem ofereceu a Deus seus primeiros sacrifícios. Nesse lugar também, Deus fez Seu primeiro pacto com a humanidade, o de que ela nunca mais seria destruída por um dilúvio. Aquele Altar se transformou num símbolo de proteção. O lugar do Altar, depois, ainda foi revelado para Avraham quando passou pelo seu teste mais difícil: levar seu filho Ytzhak para o sacrifício, por ordem divina, no Monte Moriá. Quando chegaram próximo de Jerusalém havia um anel de nuvens sobre o lugar, sinalizando onde havia sido o Altar. Avraham reconstruiu o Altar, e ia sacrificar Ytzhak, quando Deus o deteve. O Talmud diz que Deus considerou como se o sacrifício tivesse ocorrido, e ficou provada assim, a lealdade de Avraham a Deus. A disposição dele em cumprir a ordem divina passou a valer como proteção para o povo de Israel. E depois de resumir essa história, chegamos a essa justificativa: a localização desse Altar foi revelada anos depois a David, para que lá fosse construído o Primeiro Templo, o que Salomão, seu filho, realizou. E depois de Davi e de Salomão, foram os últimos profetas de Israel que indicaram o lugar exato onde deveria ser construído o Segundo Templo. A pergunta formulada no título, portanto, deve ser respondida, no sentido de que houve dois Templos, em respeito à história judaica, e três vezes, se não for levada em conta a opinião e a crença dos judeus. Reafirmando, para o Judaísmo, para os judeus, foram erigidos dois Templos: o de Jerusalém e o de Zorobabel. O dito terceiro Templo, foi uma remodelação que Herodes mandou fazer sobre o Segundo Templo dos judeus que foi o último e era muito humilde. Vale mencionar ainda que o Templo de Herodes, para os judeus teve muito de um capricho de Herodes.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 13/31 Sobre o Terceiro Templo, para os judeus, ele não aconteceu ainda, ele ainda não foi erigido, e a esse respeito , assim como à lembrança do Templo destruído, destacamos: “... as principais orações do judaísmo, em particular a Amidá (Shemone Esre), incluem súplicas para que seja construído o terceiro Templo de Jerusalém, que será eterno. Jerusalém e o Templo Sagrado são continuamente lembrados. O costume de se quebrar um copo após a cerimônia de casamento serve para lembrar que a felicidade de um judeu não pode ser completa até que o Sagrado Templo volte a existir.” Ou ainda: “Como lembrança da destruição do Templo, um pedaço de parede deve ser deixado sem decoração em cada lar judaico.” Ou será que: “O Terceiro Templo descenderá do céu, todo pronto e acabado, na Era Messiânica.” NOTAS: (*) ZOROBABEL: Em hebraico, “Semente da Babilônia”. Príncipe judeu associado ao retorno dos judeus do seu exílio na Babilônia. Dois homens dividiam a autoridade na condução da caravana que tinha quase dois mil quilômetros de deserto para serem atravessados, na sua volta, Zorobabel e Josué. ‘ Lideraram também os primeiros movimentos para a reconstrução do Templo, ou seja, até as fundações, pois, foram interrompidos pelos samaritanos, que eram uma descendência mista dos hebreus e queriam participar, o que acabou gerando um impasse. Dezesseis anos depois (algumas fontes dão como 18), recomeçaram os trabalhos, e a partir daí nada mais se sabe sobre Zorobabel. (**) SHEKINAH: Também Shechiná, o que em hebraico significa “morada em”. A presença divina ou imanência de Deus. “Shechiná” é frequentemente usada como mero sinônimo de Deus, mas foi considerada por alguns filósofos judeus uma entidade separada, um ser criado de luz, que entra em contato como o homem. O Tabernáculo no deserto e o Primeiro Templo em Jerusalém foram lugares da morada da Shechiná, mas Deus não morou no Segundo Templo. O exílio de Israel fez a própria Shechiná ir para o exílio, pois ela mora com a comunidade de Israel, mesmo em sua impureza. (Unterman, pág. 241, 1992) (***) URIM E TUMIM: Oráculo usado pelo sumo sacerdote (Núm. 27:21). (****) KOTEL HAMAARAVI: hebraico. Significa Muro Ocidental, mas, é exatamente o que estamos pensando, ou seja, é o Muro das Lamentações. CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: Revistas: MORASHÁ, Junho de 2010: “O Templo de Jerusalém” – assunto de capa. O PRUMO, nº 112, JAN./FEV. de 1997: “Arqueologia e o Templo do Rei Salomão” – Artigo de autoria do Irmão Angelo Spoladore Livros: COMAY, Joan. “Quem é quem no Antigo Testamento” – Imago Editora - 1998 CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Hagnos Editora – Volumes 3 e 6 – 9ª Edição – 2008. GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora – 2ª Edição - 2008 UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” – Jorge Zahar Editor - 1992i
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 14/31 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br O ex-Venerável dono da Loja - ficção - É uma situação que ocorre com frequência na maçonaria brasileira e quiçá na mundial. O que vem a ser esta situação? Simplesmente, conforme o titulo do trabalho já sugere, é um Irmão que exerceu sua gestão como venerável de uma loja e que seu desempenho pode ter sido muito bom ou muito mau, mas seu mandato se esgotou, e ele esquecendo que já passou o seu momento como principal gestor da loja e que deveria ficar quieto no seu canto, insiste em se intrometer nos trabalhos da nova liderança que democraticamente surgiu na sua loja através do voto. Apegado ao poder, chega aos limites da hipocrisia que, como se sabe, é o ato de fingir qualidades, ideias ou sentimentos que em realidade ele não tem e isso às vezes se torna uma verdade para ele ainda que falsa, um verdadeiro sofisma, e ele acreditando ser o que sabe tudo, que sabe mais que os outros, em fim é o dono da verdade. Ele não sabe se conter, não consegue ficar sem dar palpites, ou sem dar ordens ao novo venerável; ou criticar o novo líder, não somando as suas forças com as da nova gestão, pelo contrário, atrapalhando-a. Se o novo venerável não for um líder pragmático, pulso forte, que não saiba se impor, ficará a mercê do antecessor, não podendo exercer a sua gestão a contento como planejou. Todavia, numa loja democrática, não faltarão Irmãos que com coerência e bom senso, tomarão partido do novo líder e os mais habilidosos, chegam ao ex e com muito jeito, com parcimônia tentam fazê-lo compreender a nova situação, o que às vezes não conseguem havendo até em certos casos uma cisão na loja. Muitas novas lojas foram fundadas por ex-veneráveis que não souberam respeitar a nova liderança. Este é um fato inconteste. Este apego ao poder é algo que o ex-venerável às vezes não pode se controlar, porque ele não estava preparado quando exerceu seu mandato para um dia deixa-lo como somente acontece 5 – O ex-Venerável dono da Loja Hercule Spoladore
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 15/31 nos regimes democráticos e uma loja maçônica não tem dono justamente por ser uma democracia. Ele se achou venerável, e não entendeu que apenas estava venerável. Acha que continua venerável. Este tema abre um leque mais profundo em relação a análise do poder nas lojas e como ele é manipulado. Este tipo de dono da loja não é o pior entrave para uma loja. O pior ex-venerável é aquele tipo de irmão matreiro, político, de fala mansa, que sorri para todo mundo, abraça a todos três vezes e que se derrete em falsos elogios aos Irmãos do quadro e procede assim porque é uma das suas estratégias para se manter no poder eternamente. Ele se vale de bonecos ou títeres para cobrir uma gestão que por imposições das constituições das potências ele não pode se reeleger mais de uma ou duas vezes. Em seguida ele volta gloriosamente na próxima. Mas durante a gestão de seu preposto, quem dirigirá a loja de fato, será ele. Não de direito, mas de fato. Ele tomará todas as decisões e o venerável de plantão cumprirá rigorosamente o que o seu chefe determinar. Geralmente ele tem o seu grupo, formado por comparsas que são coniventes que antecipadamente já decidiu quem será o venerável para os próximos seis ou oito anos, mas sempre ele voltando após as gestões de seus substitutos arranjados ou então apenas preferirá ser o chefe por trás, nos bastidores, mandando em tudo e por muito tempo. No fundo a sede de poder, nada mais que uma autoafirmação, insegurança, incapacidade de ser transparente com seus semelhantes e com o meio em que vive vaidoso mentiroso geralmente tendo uma visão unilateral dos processos de interação entres os Irmãos, tornando sua personalidade a de um verdadeiro psicopata social. Não sabe mais discernir os seus limites. Não tem sentimentos. Chega a ser uma doença um desvio de personalidade, e de comportamento. Isto não é bazofia ou piada. Isto realmente acontece na Maçonaria brasileira num índice maior do que se pode imaginar, mas não como rotina. Infelizmente esta situação vem ocorrendo e muitos irmãos fingem não vê-la ou senti-la, porque os membros das lojas com exceção de verdadeiros maçons agem passivamente como cordeiros, esquecendo que uma loja aberta em sessão é uma tribuna livre onde ideias são criadas, sonhos são idealizados que podem mover o mundo, um verdadeiro laboratório social que pode mudar tudo para melhor e por isso todos os problemas devem ser discutidos e todos devem participar. Uma situação esdrúxula aconteceu em uma loja que será omitido o nome da cidade, onde isso ocorreu. Um Irmão desses tipos de donos da sua loja, fez a sua loja votar o título de “venerável perpétuo” para ele. Até aí, nada de mais, a loja votou, está votado. Mas ele exigia que a loja só abrisse os trabalhos em suas sessões normais quando ele estivesse presente. E ele atrasava sempre cerca cinco a dez minutos. E aí a sessão começava. Isso é o cúmulo da hipocrisia, tanto deste sociopata ex-venerável como da loja que aceitava tal situação. Pasmem! Parece uma estória inventada, mas não é. Isto é verídico! Mas é bom que se frise que a maioria dos ex-veneráveis não se enquadra nesta descrição. Existem ainda muitos bons maçons na Ordem. Felizmente a maioria. São. Irmãos excelentes, preparados, humildes, sabem qual é o seu lugar dentro de uma loja, bons conselheiros, conhecem o peso de um malhete, porque já o manejaram quando foram veneráveis. Aprenderam mais ouvir que falar.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 16/31 A maçonaria valoriza a Dialética, que é a arte do dialogo, ou a discussão, como força de argumentação permite que se contrariem ideias, que elas sejam discutidas em todos os sentidos e que dessa situação nasça uma ideia concreta, inteligente, e perfeita, uma verdadeira síntese de tudo o que foi tratado, desde que venha em favor da Ordem e da humanidade. Ela prega a igualdade e a liberdade de pensamento entre seus adeptos. Esta situação de dono de loja é uma das causas maiores do afastamento de muitos honrados irmãos da Ordem. Se um irmão, sem medo, com coragem falar em nome da democracia e dos verdadeiros princípios da Ordem, e isto ferir os desígnios destes déspotas, este será marcado, perseguido e descriminado. Considerando-se que temos cerca de seis ou sete mil lojas no Brasil, imagine-se o número de Irmãos que agem desta forma, considerando-se que a natureza humana é complexa e estranha, que muitos homens possuem a síndrome do poder em função de seu DNA animalesco onde um quer ser o dominante sobre o outro, ou sobre os outros. Geralmente estas pessoas são inseguras, não são felizes, não estão de bem com a vida e esta forma de querer exercer um suposto poder sobre os outros é sua maneira de tentar equilibrar seus próprios defeitos. A síndrome do poder também chamada de síndrome do pequeno poder é uma atitude de autoritarismo por parte de um individuo que recebeu um poder e tenta usá-lo de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas dicotomizados que possam vir a ocasionar. A síndrome do pequeno poder pode se tornar uma patologia, quando se torna crônico. Existem aqueles Irmãos que mesmo longe do poder pensam que o possui. Quando a realidade lhe é mostrada, entram em depressão. Mas a maçonaria prega justamente o contrário. Ela é democrática. Quando se fala em vencer as paixões significa que o maçom deve fazer prevalecer em seu consciente racional sobre as programações erradas de seu subconsciente, ou seja, sobre a parte ruim que o ser humano tem dentro de si. Segundo São Francisco de Assis, é o “burro” ou a “besta” que o ser humano carrega dentro de sua consciência. Uma das condições mais exigidas pelos princípios maçônicos é justamente você fazer prevalecer seu lado bom, vencendo o seu lado mau. A condição para um irmão ser venerável em primeiro lugar é que ele tenha merecimentos pessoais e que tenha um conhecimento profundo da ciência maçônica em todos os seus segmentos, tais como história da Ordem, ritualística, simbologia, administração, legislação e justiça sendo tudo isso associado à sua capacidade de liderança. Evidentemente a Maçonaria terá que renovar seus líderes, para que novas ideias, novos postulados, novos rumos e até novos paradigmas sejam estudados, adotados e postos em ação. Todavia correrá o famoso risco: Você quer conhecer uma maçom? Dê-lhe poder! Por fim, enfatiza-se que este trabalho foi escrito para uma minoria de Irmãos, que são gananciosos do poder. Ressalve-se aqueles Irmãos ex-veneráveis pessoas intocáveis que não se enquadram neste contexto. Felizmente, a maioria. Estes são os sustentáculos da Ordem. Autor: Hercule Spoladore
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 17/31 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos. É premiado com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br A MAÇONARIA E O LEGADO DOS ALQUIMISTAS Uma palavra sobre a alquimia Cabe aqui uma palavra sobre a alquimia. Simultaneamente arte, técnica e ciência do espirito, essa misteriosa ocupação tem desafiado a argúcia dos historiadores, provocado perplexidade nos cientistas e alimentado a imaginação dos amadores do insólito desde tempos imemoriais. Fonte inesgotável de tesouros literários, rendeu algumas obras primas da literatura mundial, entre os quais o clássico de Rabelais, As Aventuras de Gargântua e Pantagruel. Segundo alguns autores, os romances do Graal são alegorias alquímicas que procuram transmitir aos adeptos da arte de Hermes o seu magistério. Inspirou também famosos contos de fadas, como O Gato de Botas, Ali Babá e os Quarenta Ladrões, O Pequeno Polegar, As Viagens de Guliver, etc.e algumas boas obras modernas como as estórias de Harry Potter, O Alquimista, de Paulo Coelho, os Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marques e outros. Segundo Pawels e Bergier, mais de cem mil livros foram dedicados a essa prática, o que no mínimo a eleva a fenômeno cultural dos mais significativos.[1] Somente essa constatação já nos parece suficiente para que a alquimia não seja levada na conta de pura divagação de espíritos fascinados pelo fantástico. Hoje não se tem muita dúvida que se trata de uma técnica, cuja origem está na prática da metalurgia antiga - prática essa, como bem demonstrou Ambelain - de caráter sagrado. Tanto na China, com os taoístas, como no Egito dos faraós, com os sacerdotes de Heliópolis, ou na Grécia clássica, com os filósofos naturalistas, foram as técnicas metalúrgicas, aliadas ao pensamento mágico que elas naturalmente evocam, que deram origem á alquimia. Daí ela se organizou como ciência da natureza e prática espiritual para o desenvolvimento de uma consciência superior. Os trabalhos de René Alleau e Mircea Eliade demonstraram com muita propriedade que a alquimia, desde a mais remota antiguidade, é uma arte iniciática, associada aos mistérios da natureza.[2] Por isso era praticada pelos sacerdotes egípcios e hindus em seus templos, não só como forma operativa de produção de artefatos preciosos, mas também como disciplina do espírito para atingir o êxtase espiritual. Mais tarde, os filósofos taoístas e gregos a elevaram á nível de disciplina acadêmica, organizando-lhe uma epistemologia própria, fazendo dela uma arte especulativa e empírica ao mesmo tempo. [3] No Egito essa arte era própria dos ourives, mestres na fabricação do “ouro falso”, como eram chamados os artefatos fabricados com metais comuns, submetidos a banhos dourados para imitar o ouro. Essa atividade era praticada sob a supervisão direta dos sacerdotes e tida como “arte 6 – A Maçonaria e o Legado dos Alquimistas João Anatalino Rodrigues
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 18/31 sagrada”, comparável á arquitetura. Durante muitos séculos os gregos tentaram descobrir o segredo de tais banhos, e foi no curso dessas tentativas que eles desenvolveram a forma operativa da alquimia, especulando primeiro e depois realizando experiências de laboratório, anotando e analisando os resultados. Com isso deram á essa prática, em principio uma arte empírica, um caráter de ciência experimental. Foi na Grécia, já no século II da era cristã, que apareceu o primeiro tratado de alquimia, escrito por um filósofo gnóstico de nome Zózimo. Mais tarde, Jâmblico e Pelágio, mais filósofos do que cientistas, ambos ligados ao pensamento esotérico, retomaram o trabalho de Zózimo, vinculando a alquimia aos Mistérios Egípcios e a tradição hermética, com a qual ela ficou identificada desde então. Associando os símbolos alquímicos á tradição esotérica, fizeram da alquimia uma ciência do espírito, e mais tarde, quando ela se integrou á cultura medieval , passou a ser também a Art d’Amour, pela interação do sonho alquímico com as tradições da Gennete [4] Foi, portanto, a partir dos trabalhos de pensadores gnósticos, como Jâmblico, Pelágio, Olimpiodoro e outros, que a alquimia ganhou o status de arte hermética, já que foram aqueles autores que divulgaram a lenda que tais conhecimentos teriam sido legados á humanidade por Hermes Trismegisto, sacerdote que teria vivido três encarnações no antigo Egito, e em cada uma delas legado aos homens os conhecimentos necessários para o desenvolvimento da civilização. Na primeira encarnação Hermes teria ensinado as técnicas de agricultura, na segunda a arte da escrita e na terceira a metalurgia, com os segredos a ela ligados, entre eles o da fabricação do ouro e da realização espiritual através da prática dessa arte. Para os gregos, Hermes foi sucessivamente o deus Osíris, o deus Toth e o próprio Hermes grego; houve inclusive quem o visse como encarnação de Moisés e Salomão, já que eram muitas as tradições que atribuía ao rei israelita a invenção da pedra filosofal. Entretanto, os maiores divulgadores da alquimia foram realmente os árabes. Pelos menos, são muçulmanas ou mouriscas as mais fortes tradições e referências á respeito dessa prática, em épocas anteriores ao século XII, quando ela penetrou na Europa e caiu nas graças dos “espíritos de categoria”, na expressão de Pawels e Bergier. Os métodos da Alquimia Especializando-se nas artes da metalurgia, os alquimistas procuravam aprender os processos pelos quais a natureza produz os minerais. Com esse conhecimento, trabalhando em seus laboratórios, poderiam repeti-los e realizar transmutações de metais simples em metais preciosos. Graças a esse trabalho, muitas descobertas no campo da química, da medicina e da metalurgia foram realizadas. A possibilidade de transformar um metal comum em ouro não era um sonho, uma fantasia de loucos possuídos pelo delírio metafísico, como muitos autores racionalistas o definiram, mas sim uma prática desenvolvida a partir de uma teoria, que, se pelo menos não era exata, nada tinha de loucura. Os alquimistas acreditavam que os metais eram encontrados na natureza na forma perfeita e imperfeita. Os imperfeitos eram aqueles alteráveis pela ação da natureza. Oxidavam-se, corroíam-se, alteravam-se pela ação do fogo e outros elementos. Os perfeitos eram inalteráveis e resistentes a esses elementos. Entre os primeiros listavam o ferro, o chumbo, o estanho, o cobre; entre os segundos, a prata e principalmente o ouro. Todos os metais, segundo essa teoria, eram formados por dois elementos, que eram o enxofre e o mercúrio, encontrados em quantidades variáveis em cada metal segundo sua categoria. O que
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 19/31 conferia a cada metal a qualidade de perfeição era a pureza desses dois constituintes. O ouro era constituído por uma grande quantidade de mercúrio e uma pequena quantidade de enxofre, ambos muito puros. O estanho, o ferro, o cobre, ao contrário, eram constituídos por grandes quantidades de enxofre e pequenas quantidades de mercúrio, ambos mal fixados, ou impuros. Então, para se alterar as propriedades de um mineral impuro, tornando-o puro, era preciso submetê-lo a um processo de eliminação de suas impurezas, fazendo-o passar do estado imperfeito para o perfeito.[5] O processo pelo qual um metal ordinário pode ser transformado em ouro é explicado por Ouspensky como sendo uma transmutação da matéria em seu estado físico para um estado “astral”, por meio da sua desmaterialização. Dessa forma o metal desmaterializa do pode ser “modificado” pela vontade do operador, retornando ao mundo físico como outro metal, no caso, o ouro. Esse seria o processo pelo qual os alquimistas realizariam as suas transmutações. Convenhamos que é uma explicação um tanto imaginosa para uma operação que ninguém sabe se um dia foi sequer realizada. Só vale citá-la mesmo em razão do simbolismo que encerra.[6] Na verdade, no plano físico, a crença que está no cerne da prática alquímica é simples e pode ser explicada a nível operacional. Trata-se simplesmente de isolar, pela ação do fogo e pelas diversas recombinações da sua estrutura, o chamado “DNA” de um determinado elemento da natureza, que segundo a crença dos alquimistas, conteria a chamada “alma” dos metais. Isolada essa “alma” e aplicada em novas combinações atômicas, o metal original mudaria de estrutura.[7] Maçonaria e alquimia No plano espiritual, esse mesmo processo poderia ser tomado como aplicável em relação ao homem, enquanto ser físico, para transformá-lo num “ser superior”, espiritua-lizado ao extremo. Essa seria a fundamentação da ritualística maçônica, pois, da mesma forma que as técnicas alquímicas realizavam uma transmutação sobre as moléculas do metal, alterando sua composição, a prática maçônica obteria o mesmo resultado sobre o espírito de seus praticantes, alterando-os para melhor. Os adeptos da arte de Hermes acreditavam que a matéria bruta, sobre a qual deveriam trabalhar, era um caos, uma treva espessa, um depositório de energias desorganizadas. Mas no seu interior habitava a chama divina, a luz dos princípios, o raio, que liberto das suas amarras físicas, daria ao seu libertador o controle sobre todas as forças da natureza. Para eles, era também essa energia, que liberada, dava a todos os corpos, minerais, vegetais ou animais, suas conformações, fazendo deles um elemento químico, uma planta ou um animal, sendo também responsável pelos graus em que se organizam seus elementos internos, dividindo-os em espécies. Essa energia, que Aristóteles chamava de enteléquia era a matéria prima do espírito.[8] O espírito, que é luz, habitava em meio a trevas. Ao ser libertado precisava ser convenientemente dirigido. Pois assim como os núcleos atômicos de materiais pesados que são rompidos sem medidas de controle, podem causar explosões imensas, com danos irreversíveis para o operador e para o ambiente, também o espírito liberado sem direcionamento, sem “magistério” próprio, pode causar terríveis perturbações. A alquimia entrou na Maçonaria pelas mãos dos “maçons aceitos” do grupo rosacruciano, ali pelo início do século XVII. Ganhou adeptos em todas as Lojas Especulativas, provavelmente pela analogia que as tradições alquímicas guardavam com a idéia maçônica, de aprimoramento do espírito através do trabalho manual.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 20/31 Para os alquimistas, o trabalho de manipulação da matéria nos laboratórios provo-cava no espírito do operador o mesmo resultado que o trabalho de edificação trazia para o construtor de edifícios. Ambas eram práticas sacralizadas, que levavam ao êxtase aqueles que nelas eram iniciados. Além disso, a esperança alquímica de revelação divina, através da manipulação da matéria, estava no mesmo nível da esperança maçônica, de obtenção da gnose através do simbolismo de um ritual iniciático. Daí tanto se pode dizer que a alquimia era a Arte Real praticada operativamente nos laboratórios por filósofos químicos, da mesma forma que a Maçonaria era uma alquimia espiritual praticada numa Loja maçônica ao invés de um laboratório. Ambas eram derivações de antigas artes operativas: a alquimia provinha da prática da antiga metalurgia, a Maçonaria da prática da arquitetura. Que tais idéias fossem associadas a uma disciplina espiritual, visando o mesmo resultado, não causa nenhuma perplexidade. Afinal, o que pregavam as crenças religiosas e as tradições iniciáticas de todos os tempos, senão a idéia de que o espírito humano é um elemento que deve ser expurgado de suas impurezas, para tornar-se uma entidade “luminosa”, limpa, pura, capaz de alçar-se ao território das divindades e com elas conviver num nível de igualdade? E não era essa também a finalidade da religião, a meta da filosofia, a esperança gnóstica e a realização derradeira de toda experiência mística? Porque então, pensavam os alquimistas, essa esperança não podia ser realizada através da manipulação química da matéria, que ao mesmo tempo realizava a experiência espiritual da prática religiosa e o conhecimento superior da busca da gnose, de forma especulativa e operativa ao mesmo tempo. Foi nesse passo que a Alquimia deixou de ser apenas a Arte de Hermes, destinada a apreender os segredos da natureza e aplicá-los na transmutação dos metais, para transformar-se em verdadeira ciência do espírito, capaz de realizar a iluminação do próprio operador, levando-o a um estado de consciência superior, que só um verdadeiro iniciado conseguia atingir. Essa era, pelo menos, a esperança da grande maioria dos praticantes da Art d’Amour, como ficou sendo conhecida a alquimia entre os românticos admiradores dessa arte. A esse respeito escrevem Pawels e Bergier: “Finalmente pensamos o seguinte: o alquimista no fim do seu trabalho sobre a matéria vê, segundo a lenda, operar-se em si mesmo uma espécie de transmutação. Aquilo que se passa no seu crisol passa-se igualmente na sua consciência ou na sua alma. Há uma mudança de estado. Todos os textos tradicionais insistem nesse ponto, evocam o momento em que a “ Grande Obra” se realiza e em que o alquimista se transforma “ num homem desperto”. Parece-nos que esses velhos textos descrevem deste modo o termo de todo o conhecimento real das leis da matéria e da energia, incluindo o conhecimento técnico” [10] Eis, portanto, realizada a ascese espiritual, a iluminação buscada pelos místicos de todos os tempos, a gnose dos antigos filósofos e o “insight” do cientista. O operador alquímico é agora um Homem Novo, renascido das próprias cinzas, como a fênix da lenda, como a matéria prima mineral que durante anos a fio triturou, dissolveu, aqueceu no crisol e cozeu no seu forno, “matando-a’ e “ressuscitando-a” inúmeras vezes, até que, por um fenômeno de interação entre suas moléculas modificadas e recombinadas infinitas vezes, produz-se o fenômeno. E ao mesmo tempo, enquanto o metal se purifica no decorrer do processo, o operador alquímico torna-se também “purificado”, como o metal grudado no fundo do crisol. Ele é detentor de todo saber, todo conhecimento, todos os segredos da natureza e senhor do seu próprio
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 21/31 psiquismo. É o Homem da Terra, feito á semelhança do Homem do Céu, da tradição essênia, o Homem Desperto das crenças teosóficas, o Homem Universal da esperança maçônica. Simbolismo alquímico e maçônico Eis enfim, realizado o grande sonho da humanidade. Enquanto o alquimista possui agora, um artefato capaz de introduzi-lo no mais íntimo dos segredos da natureza, que é o processo pelo qual ela “fabrica” os elementos naturais, ele agora é também, como homem desperto, um verdadeiro“ eleito” na sociedade em que vive, pois possui a gnose, a verdadeira sabedoria que tudo transforma. Essa também é a simbologia que se aplica ao maçom, homem regenerado pela iniciação, possuidor de uma consciência superior, que lhe permite “ver” e agir num domínio ampliado pelo mundo interior que a prática da Arte Real finalmente lhe assegura. Não é sem motivo que muitos autores sustentam que o objetivo da Maçonaria é a realização de uma obra espiritual comparável á grande obra dos alquimistas, represen-tada pela pedra filosofal. Não é também irracional a comparação que se faz entre a construção simbólica do Templo de Salomão e a obtenção dessa “pedra”, capaz de transformar minerais impuros no mais puro ouro.[11] E não é também, por acaso que a iniciação maçônica, e o seu próprio catecismo, são pródigos de evocações a símbolos alquímicos. E tanto se pode dizer que a Maçonaria é uma espécie de cavalaria simbólica, quanto uma forma de alquimia praticada especula-tivamente numa Loja, ao invés de um laboratório, tendo como matéria prima o psiquismo do praticante, e como finalidade a transmutação do próprio operador. Bernard Rogers resume bem essa questão: “O objetivo que os franco-maçons perseguiam é a construção do Homem, isto é, da Humanidade Autêntica, concebida como projeto, a partir da construção do individuo”,escreve aquele autor. “Não causará surpresa”, prossegue ele, “o fato de que o eixo em torno do qual eles estabeleceram seu simbolismo seja a construção do Templo de Salomão, sendo o ser humano considerado como a morada da divindade. A quem venha opor esse propósito a afirmação de que há franco-maçons ateus, respondamos que nenhum desses, a menos que não mereça sua qualificação, poderia pelo menos negar sua fé na perfectibilidade do homem, cuja natureza divina- isto é- luminosa- não pode deixar de ser reconhecida por quem não tem medo das palavras e se recusa a tornar-se escravo do que esta ou aquela religião possa exigir dele”.[12] Por acaso também não é que a disposição dos símbolos numa Loja maçônica, assemelhe-se, de forma notável, à quarta prancha do Mutus Líber dos alquimistas.[13] Ambas são visões simbólicas do universo. Nelas se representa a “energia dos princí-pios”, responsável pelas transformações internas e externas que se realizam na natureza e no homem. É na Loja que a mística da Palavra Perdida, o Verbo Divino, o Número Único, que na cabala representa o Princípio Criador de todas as coisas, e na alquimia a “ flos coeli”,“o dom de Deus”, é captada pela alma humana no momento da iniciação. É essa energia que age, á medida que a cerimônia avança, para a realização da transmutação do neófito, conferindo-lhe um status que o eleva de sua condição anterior de profano á condição superior de iniciado. O piso da Loja maçônico Em tudo e por tudo o magistério alquímico guarda a mais estreita relação com a tradição
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 22/31 maçônica. Tanto é que as cinco telas do Mutus Líber ocupam, na iconografia alquímica, a mesma posição que o piso mosaico na Loja Maçônica, onde se realizam as transmutações dos aprendizes, na passagem sucessiva das fases de iniciação nas Lojas Simbólicas. O piso mosaico, em ambas as tradições, tem a função específica de “ receber e filtrar a luz” que vem do Oriente, a “ Luz de Rá” das iniciações egípcias, Principio Criador de tudo que há no mundo. E as cores desse piso, em preto e branco, repetem as mesmas cores do mercúrio dos filósofos alquimistas. Diz-se que o piso mosaico, na Loja maçônica, é uma representação do piso que ornava o Templo de Salomão. Mas essa referência histórica é apenas uma informação que não reflete o seu verdadeiro significado. Na verdade, desde o tempo de Moisés, ou até antes disso, esse traçado geométrico já representava idéias de alto conteúdo esotérico. Era utilizado nos templos egípcios, nas antigas sinagogas judaicas e nos templos greco-romanos como forma de captar e filtrar a luz solar, orientando-a para um fim determinado. Dessa forma, não é estranho que os alquimistas tenham utilizado a mesma disposição geométrica para preparar o seu “filtro”, fundamentados na mesma sensibilidade que tiveram os antigos profetas e hierofantes. As antigas tradições maçônicas dizem que o Templo de Salomão era ornamentado por um piso mosaico formado por quadrados pretos e brancos, orientados de certa forma. Essa informação consta de diversos manuscritos antigos, pertencentes ao conjunto que hoje chamamos de Old Charges (As Velhas Instruções).[15] É bom lembrar, entretanto, que em nenhuma parte da Bíblia, ou de qualquer outro documento histórico, esse detalhe foi realmente informado, o que nos leva a pensar que ele tenha, efetivamente, mais relação com o simbolismo alquímico do que, propriamente com as antigas tradições maçônicas herdadas da arquitetura medieval. O iluminismo maçônico Por analogia, podemos comparar o magistério alquímico com a prática maçônica. Há uma similitude nos objetivos de ambas as tradições e no processo de obtenção de resultados, que muito se assemelham entre si. Da mesma forma que na prática alquímica o metal se regenera a partir de uma conjunção entre a luz e as trevas, na Maçonaria essa regeneração é operada a partir do sol e da lua. Por isso esses astros estão representados no Oriente da Loja, atrás do trono do Venerável Mestre. No meio deles, no centro do triângulo, o “olho onisciente”, reina absoluto. Essa simbologia, inspirada em tradições egípcias, é representativa da crença de que tudo no universo emana da conjunção de dois princípios, resultando num terceiro, que se propaga por todo o real existente.[16] O sol ali representado é Osíris, ou Rá, o Principio Criador de tudo que existe no universo. A lua representa Isis, a deusa-mãe em cujo ventre se opera o milagre da regeneração, e o “olho onisciente” é o olho de Hórus, o filho que nasce da união de Ísis e Osíris, após a ressurreição daquele deus. Por ele, a manifestação do Principio Criador projeta o universo real, dando forma a toda a criação cósmica. A trindade egípcia, pintada obrigatoriamente atrás do trono do Venerável Mestre é representativa do “mistério maçônico” que se opera na Loja, a partir do qual o maçom alcança a regeneração psíquica pela prática da iniciação. É da luz que vem do Oriente, a partir da consagração dada pelo Venerável, que o iniciado atinge a qualidade de homem renascido, após ter sofrido a morte psíquica, simbolizada por sua passagem pelos subterrâneos e sua descida ao ventre da terra. Após ter passado um período perdido nas trevas, realizando diversas provas e viagens, o neófito “vê” a luz, no momento em que lhe são retiradas as vendas dos olhos. Momento limite de
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 23/31 sua iniciação, ele percebe que essa luz lhe é conferida pelos astros ali representados, simbolizando que ele, finalmente, superou a primeira fase de sua jornada iniciática e sabe agora da existência de uma verdade maior que precisará ser descoberta. A correspondência entre o iluminismo maçônico e a tradição alquímica é evidente: o Aprendiz, que durante longo tempo permaneceu num estado de semente, lançada num profundo negro, evolui para o branco da regeneração, quando se torna Companheiro e conhece o vermelho da ressurreição ao tornar-se Mestre. O Mestre que renasce a partir de Hiram morto, eis o apogeu do processo que simboliza o nascimento de um maçom na sua plenitude iniciática, pois ao iniciar-se Aprendiz, e ao elevar-se a Companheiro, ele ainda está em processo de gestação. Será preciso um longo trabalho de manipulação e aprimoramento do seu caráter até que ele se torne, enfim, o Homem Universal, alicerce da nova sociedade, justa e perfeita, que a Maçonaria se propõe construir. [1] “Conhecem-se mais de cem mil livros ou manuscritos alquímicos” , escrevem aqueles autores. “Essa imensa literatura, á qual se consagraram espíritos de categoria, homens importantes e honestos, essa imensa literatura que afirma solenemente a sua adesão a fatos, a realidades experimentais, nunca foi explorada cientificamente. O pensamento reinante, católico no passado, racionalista atualmente, manteve em redor desses textos uma conspiração de ignorância e desprezo. Existem cem mil livros que possivelmente contém alguns dos segredos da energia e da matéria. Se isso não é verdade, eles pelo menos assim o proclamam” Pawels e Bergier- O Despertar dos Mágicos pg. 101 [2] Mircéa Eliade - Ferreiros e Alquimistas – Ed. Flammarion,1977 [3] Bernard.Rogers- Descobrindo a Alquimia pg. 28 [4]Gennete é palavra francesa que designa a instituição da Cavalaria. [5] Na imagem, o alquimista moderno em seu laboratório.Fonte:alquimia.blogspot.com [6] P. D Ouspensky,- Um Novo Modelo do Universo. pg. 92 [7] Serge Hutin. História da Alquimia. São Paulo, Cultrix, 1987. [8] Enteléquia ( em grego entélékhéia) significa a qualidade do ser que tem em si mesmo a capacidade de promover o seu próprio desenvolvimento. No ser humano pode ser entendida como a força que o leva a enriquecer o espírito através da aquisição do conhecimento e também a promover o desenvolvimento do seu organismo em termos físicos. [9] Na imagem a 3º tela do Mutus Liber- Nicolas Flamel, Livro das Figuras Hiroglíficas- Vol 16- Biblioteca Planeta. [10] Pawels e Bergier op citado pg. 99. [11] Não é sem razão também que o nome do Rei Salomão sempre foi conectado com as lendas alquímicas. Dizia-se que esse rei era possuidor da pedra filosofal, que era a origem da sua incalculável riqueza. [12] Bernard Rogers- Descobrindo a Alquimia, pg. 260. [13] O Mutus Líber são pranchas ou quadros nos quais se representam, de forma simbólica, as fases do processo de obtenção da pedra filosofal. É um conjunto de cinco telas semelhantes as dos painéis das Lojas Simbólicas. Na Maçonaria essas telas têm como finalidade justamente a representação, através de símbolos próprios, do processo pelo qual o universo maçônico é construído. É muito difícil não pensar que tais iconografias não tenham tido uma fonte comum de inspiração. Veja-se, por exemplo, que os diferentes “quadros”, das diferentes “Lojas” , na Maçonaria representam cada um, um motivo ligado á uma “ fase” do “iluminismo maçônico”, que, no seu desenvolvimento e objetivo, equivale, simbolicamente, as diferentes fases do magistério alquímico. Tal como na Arte de Hermes, a Arte Real se vale desse simbolismo para transmitir suas mensagens. [14] Na imagem, o piso mosaico de uma Loja maçônica. [15] Particularmente o chamado manuscrito Dunfries nº 4- que estabelece como ornamentação necessária de um Templo maçônico essa forma de piso. [16] Da mesma forma que na doutrina da cabala, na qual o Princípio Criador se manifesta em forma de uma esfera de energia chamada Kether e se espalha pelo nada cósmico, formando a Árvore da Vida, que é o símbolo do universo físico e espiritual.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 24/31 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville 26/01/1983 Humânitas Joinville 31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e Fraternidade do Mercosul Ir Hamilton Savi nr. 70 Florianópolis (trabalha no recesso maçônico) 11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans 13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba 17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis 21/02/1983 Lédio Martins São José 21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió 22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau GOB/SC – Data Nome da Loja Oriente 11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá 18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis 21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna 25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau 25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mêses de janeiro e fevereiro
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 25/31 http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis 14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis 25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema 06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes 11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão 29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá Associação de Médicos Maçons
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 26/31 LOJA MAÇÔNICA ESPECIAL União e Fraternidade do Mercosul Ir∴ Hamilton Savi nº 70 RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO – GOSC/COMAB FUNDADA EM 31/01/1998 À GDGADU Orde Florianópolis, aos 20 dias do mês de dezembro do ano de 2016 E∴V∴ Ofic. 003/2016 A Todos os Homens Livres e de Bons Costumes Programação – Loja União e Fraternidade do Mercosul - Hamilton Savi nº 70 - Mês de Janeiro de 2017 Dia 09/01/2017: Abertura dos trabalhos com leitura do ato do GM nomeando a Administração da Loja para o ano 2017. Palavra do Grande Oriente de Santa Catarina – GOSC Palestra do eminente Ir. Kennyo Ismail – Editor-chefe da revista “Ciência & Maçonaria”, a primeira revista acadêmico-científica dedicada ao estudo da Maçonaria na América do Sul, vinculada ao NP3/CEAM/UnB; professor do curso de pós-graduação em História da Maçonaria pela UnyLeya; e membro da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal, ocupando a cadeira No.33. Palestrante conhecido no meio maçônico é autor de diversos artigos publicados em várias revistas e sites maçônicos no Brasil e em outros países. Foi revisor técnico e prefaciou a edição brasileira do best-seller internacional Freemasons for Dummies (Maçonaria para Leigos), publicado pela AltaBooks (2015); traduziu e comentou a obra “Ahiman Rezon – A Constituição dos Maçons Antigos”, publicado pela A Trolha (2016); e é autor dos livros: “Desmistificando a Maçonaria” (2012), “O Líder Maçom” (2014), e “Debatendo Tabus Maçônicos” (2016). Dia 23/01/2017: Palestra do eminente Ir.: Gean Marques Loureiro, Prefeito eleito da Capital de Santa Catarina. Mestre instalado da ARLS Samuel Fonseca nº 79 - GOSC Informamos que as sessões da Loja Mercosul Hamilton Savi nº 70 serão realizadas no Templo da Loja Ordem e Trabalho nº 3, Or. de Florianópolis, Situado próximo à UFSC – Serrinha. AV. DESEMBARGADOR VITOR LIMA. 550, com inicio às 20:00hs Grande Abraço Ir.: EMÍLIO CÉSAR ESPÍNDOLA V.: M.: (048)32445761 - (048)999824363 emilioespindola@yahoo.com.br
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 27/31 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Dia 8 de janeiro: Adormecer "Estar adormecido" significa o maçom afastado de sua Loja. Cremos, porém, que esse "adormecer" tem várias nuances, como por exemplo: "estar sonolento", nem desperto nem em sono. O maçom que se afasta de seus Irmãos e de sua Loja estará dando um passo impensado e cruel, uma vez que, com sua ausência, atingirá toda a Loja, rompendo a Cadeia de União, por ser ele um elo indispensável; sua ausência "enlutará" sua comunidade. O maçom afastado sofre desgaste espiritual; mesmo que não se dê conta disso, o seu templo interior estará vazio e, assim, não poderá, em união, louvar o Senhor. Mesmo que surjam divergências entre os Irmãos, o afastamento prejudicará a quem se afasta; os demais suprirão a ausência com a admissão de novos maçons. A Loja não precisa de nós; nós é que necessitamos do convívio permanente. Se você está afastado, por qualquer motivo, retorne e encontrará uma plêiade de Irmãos prontos a abraçá-lo. Não interrompa o destino; participe da comunhão dos santos, da corrente da Fraternidade. Coragem! Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 27.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 28/31 Iniciação do ator cinematográfico John Waine
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 29/31 (pesquisa e arquivo JB News, vídeos da internet e colaboração de irmãos - fontes: Google) 1 – 2 – Miguel Angel: Miguel_Angel_y_sus_obras.pps 3 – idade ecológica da Suécia: Malmo - Suecia -Ciudad_Ecologica.pps 4 – Mistério e surpresa: MISTERIOYTREMENDASORPRESA.pdf 5 – Naquele tempo era assim: NAQUELE TEMPO.pps 6 - Monastério de Sumela: Monasterio de Sumela. Turquia.pps 7 - Filme do dia: “Em nome do Rei” – dublado O poderoso rei Konreid precisa defender seu castelo e seu povo do diabólico Gallian, que quer derrubá-lo. Um exército aterrorizante de monstros guerreiros, conhecidos como Krugs, é enviado pelo vilão para invadir o reino em busca do rei. A vida de um homem simples, chamado Farmer, muda para sempre quando os monstros destroem sua pacífica comunidade. Depois de ter seu filho assassinado e sua mulher sequestrada, ele está determinado a se vingar e parte em busca da esposa. o Licença padrão do YouTube  Música o "Hell Is for Heroes" por One Man Army and the Undead Quartet (iTunes) https://www.youtube.com/watch?v=vuu0BBYMLmA
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 30/31 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Hoje o autor presta uma justa homenagem ao Irmão Abner, da Loja Alferes Tiradentes, que foi chamado ao Oriente Eterno. Quem sabe lá não estará com sua costumeira vestimenta natalina??? Sensível e inteligente, habitava aquela mente, uma linda poetisa !
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.292 – Florianópolis (SC), domingo, 8 de janeiro de 2017 Pág. 31/31 Construía os seus versos com beleza e harmonia, conquistando todo aquele que o seu poema lia. Sua graciosidade a todos encantava, e despertou a paixão de um rude pescador. Parecia pretensão demasiada, namorar uma mulher tão refinada ! Nem compreendia os seus escritos, o humilde trabalhador. Sua paixão era comovente, e até humilhação vivenciou. Mas seu barco e suas calejadas mãos, sensibilizaram a criatura ! As gaivotas, como cupidos em ação, levavam e traziam recados, tocando aquele nobre coração. O que parecia impossível, em realidade se tornou ! Um casal apaixonado, cheio de amor ! Ela, em terra firme, belas poesias foi construindo. Ele, em alto mar, sob os aplausos dos biguás, pescando os peixes para a sua amada alimentar ! Junto-me, agora, aos pássaros marinhos e, também, aos passarinhos, para desejar ao feliz casal, muito amor, na terra e no mar ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis