1. JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.130 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 1º de agosto de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrJuarez de Oliveira Castro – Profundo Silêncio
Bloco 3-IrSérgio Quirino Guimarães – Coração Maçônico
Bloco 4-IrFrancisco Ariza – René Guénon e a Maçonaria *(Parte I)
Bloco 5-IrKennyo Ismail – A Letra “G” da Maçonaria
Bloco 6-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas - do Ir. REAA (Votuporanga – SP)
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 1º de agosto
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1099 - Arnulfo de Chocques é eleito Patriarca Latino de Jerusalém, sendo substituído ainda no mesmo
ano por Dagoberto de Pisa.
1291 - A Suíça declara a sua independência da "Aliança Eterna", formando
uma confederação composta pelos cantões de Uri,Schwyz e Unterwalden.
1714 - Jorge I ascende ao trono da Grã-Bretanha.
1767 - O município de Piracicaba é fundado no estado de São Paulo, Brasil.
1808 - Começa a intervenção britânica na Guerra Peninsular com o desembarque do Duque de
Wellington em Portugal.
1826 - Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato toma posse como ministro do reino de Portugal,
substituindo José Correia de Lacerda.
1834 - A escravatura é abolida no Império Britânico.
1876 - Colorado torna-se o 38º estado norte-americano.
1896 - O município de Bauru é fundado no estado de São Paulo, Brasil.
1907 - É dado início ao que seria o primeiro acampamento escoteiro da história, organizado por Robert
Stephenson Smyth Baden-Powell na ilha de Brownsea na Inglaterra.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 214º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 152 para terminar este ano bissexto
Dia Mundial da Amamentação e dia do Selo Postal Brasileiro
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1914 - A Alemanha declara guerra à Rússia.
1919 - Adotada a atual bandeira da Polónia.
1925 - Domingos Pereira toma posse como presidente do Ministério (primeiro-ministro( de Portugal,
substituindo António Maria da Silva.
1927
Revolta de Nanchang, na China.
Fundação da revista Festa, no Rio de Janeiro, porta-voz do grupo Festa, de artistas modernistas.
1960 - Independência do Benim.
1976 - Criação das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).
1979 - Maria de Lourdes Pintasilgo torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro
de Portugal, substituindo Carlos Alberto da Mota Pinto.
1981 - É fundada a rede de televisão MTV.
1991 - É fundada a TV Asa Branca, em Caruaru - PE.
1993 - O Cruzeiro Real é adotado como nova moeda brasileira, substituindo o Cruzeiro, por excesso de
zeros. As notas são aproveitadas e carimbadas com o novo nome.
2004 - Um incêndio num supermercado em Assunção, Paraguai, mata ao menos 464 pessoas e fere
outras 409.
2006 - Assinatura do Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação na Província
de Cabinda, entre o Governo de Angola e o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD) com a facilitação
da União Africana.
1822 D. Pedro proíbe o desembarque de tropas portuguesas no Brasil.
1836 Fundada a primeira Loja inglesa no Brasil, a Orphan Lodge.
1888 Iniciado IrLauro Nina Sodré e Silva, na Loja Harmonia, de Belém , PA, fundada em 1856
pelo padre Eutíquio Ferreira da Rocha. Sodré foi militar brilhante, quatro vezes senador,
governador do Pará e GM do GO do Brasil, onde implantou a Beneficência Maçônica e o Rito
Brasileiro
1909 Fundado o GO Nacional da Turquia. Adormeceu de 1935 a 1948, revivendo com a fundação
da GL da Turquia, em 1951.
1914 Fundada a Loja Estrella do Sul 5ª. de Ponta Porã, encerrando as suas atividades em 10 de
outubro de 1917.
1941 Ir.'. José Roig, Maçom francês, é executado pelos nazistas.
1951 Fundado o GO Nacional da Turquia, em 1909. Adormeceu de 1935 a 1948, revivendo com a
fundação da GL da Turquia, em 1951
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
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O Ir Juarez de Oliveira Castro, MI da Loja Alferes
Tiradentes, escreve às segundas-feiras - (48) 9983-
1654 (Claro) - (48) 9801-9025 (TIM)
juacastr@gmail.com – http://www.alferes20.net
Profundo silêncio
Recolhamo-nos ao mais profundo silêncio, assim é pedido no começo da iniciação. No momento
em que é solicitado que se vá buscar o futuro iniciado para prepará-lo segundo nossos usos e
costumes e trazê-lo à Porta do Templo.
Para quê precisamos nos recolher ao mais profundo silêncio?
São vários os motivos, dentre alguns, para ajudar com os futuros iniciados, que se encontram na
“Câmara de Reflexão”, e precisam de muito silêncio para ajudá-los a refletir e responderem os
questionários que lhes foram dados.
De colaborar para seja ampliado a reflexão sobre os últimos desejos para a morte simbólica e o
nascimento para uma nova vida.
Para os candidatos responderem com sinceridade e convicção as perguntas que foram submetidos
ao seu espírito para serem conhecidos o princípio e merecimento de suas virtudes.
Para desenvolver o nosso poder. Como disse Dadi Janki que desenvolvemos poder “através do
silêncio. É quando permanecemos internalizados ou introvertidos que a alma acumula poder.
Uma coisa é estar internalizado e a outra é estar concentrado. Ao ficarmos concentrados nós
permanecemos internalizados. Há silêncio profundo nisso. E então você pensa antes de falar.
Quando há silêncio interior você não precisa falar muito para ser entendido. Suas palavras serão
precisas”.
E, finalmente um motivo muito importante é o aproveitamento que nos é oferecido para reviver o
momento para escutar a voz da nossa consciência para ver se tudo está correndo de conformidade
com o juramento prestado.
E participando de uma iniciação nós temos a oportunidade de recordar e renovar o que
prometemos quando de nossa Iniciação. Tanto é assim que no final do juramento dos candidatos
todos nós, harmoniosamente respondemos: Assim Seja!
E o que é o Assim Seja?
É o mesmo de “Amém” uma palavra hebraica que significa Assim Seja utilizado para afirmar ou
aderir a alguma coisa.
O “Amém” significa uma concordância com uma aprovação incondicional. Por isso que nós
quando participamos de uma iniciação nós estamos renovando o nosso juramento, estamos
reafirmando que aceitamos todos os termos inseridos em nosso juramento, dizendo que nós
prometemos “guardar fielmente os segredos que me fossem confiados; amar, proteger e socorrer
meus Irmãos, sempre que tivessem justa necessidade”.
E o mais importante disso é que não estamos arrependidos de termos contraído essa obrigação. E
que, absolutamente jamais estarei arrependido de tê-lo contraído e se necessário for, estaremos
prontos para renová-lo, conforme nos ensina a segunda instrução de Aprendiz Maçom.
É bom sempre nos recolher ao mais profundo silêncio para fazermos uma faxina em nosso
interior.
Recolher ao mais profundo silêncio para saber tudo aquilo que está nos impedindo de perseverar
em nossas intenções, em nossas metas, e qual direção correta a tomar para o nosso bem e de toda a
humanidade.
2 – Profundo Silêncio - (Foco & Ação)
Juarez de Oliveira Castro
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Ano 10 - artigo 31 - número sequencial 576 –31 julho 2016
Saudações, estimado Irmão!
CORAÇÃO MAÇÔNICO
A trama do filme Braveheart, ou “O Desafio do Guerreiro”, estrelado por Mel Gibson, apresenta
a saga do herói escocês, William Wallace, incansável guerreiro pela libertação de seu povo que,
no final do século XIII, estava sob o domínio da tirania inglesa.
O herói não compreendia como poderia haver tanta desigualdade entre plebeus e nobres e como
inexistia, mesmo entre os Clãs, o sentimento de fraternidade em prol da coletividade.
A cena final mostra o herói sendo torturado em praça pública, para que negasse seu ideal. Apesar
da agonia física, ele não se dobra e não expressa nenhuma lamúria ou arrependimento.
Sua última palavra teria sido manifestar o sentimento que mais lhe pulsava o corpo: Liberdade.
No Brasil, o filme se chama ”Coração Valente”, justamente por sermos um povo emocional, e nos
identificarmos com a premissa de que um ideal não pode morrer.
O Coração Maçônico deve pulsar dentro de um programa de ação, ser motivado por um conjunto
de aspirações e inspirar os demais corações no espírito da fraternidade que nos une. A isto,
chamamos ideal.
3 – Coração Maçônico
Sérgio Quirino Guimarães
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Para além do romantismo de simbolizarmos o coração como sede da alma, é necessário agregar ao
nosso conhecimento a máxima de Homero, que afirmava ser o coração a sede da coragem e a
crença dos Budistas de que nele está a morada da consciência.
O CORAÇÃO MAÇÔNICO É SEDE DA ALMA (aquilo que nos anima), DA CORAGEM
(virtude que transforma a realidade) E DA CONSCIÊNCIA (percepção do que é moralmente
certo ou errado). DAÍ, A RELEVÂNCIA DE NOSSAS LUTAS.
No Livro da Lei, em 1 Samuel, Capítulo 16, Versículo 7, encontramos "A verdadeira essência do
homem não está no seu exterior, por isso Deus olha para o coração do homem”
Este artigo foi inspirado no livro “A ESSÊNCIA DA MAÇONARIA” do Irmão Jorge Vicente, ao
qual tive a honra de prefaciar. Na página 80, o Mestre instrui:
“O coração do Maçom é sempre levado a conhecer a si mesmo, para que, nas dificuldades vindas
de encontro a ele, possa ter o exato entendimento do amor ao próximo, da humildade, do saber e
repetindo, do querer ser.”
Neste décimo ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de
fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura,
enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudo das Lojas.
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de
enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.
Fraternalmente
Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025 - GLMMG
Contato: 0 xx 31 8853-2969 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.
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O Ponto Dentro do Círculo
René Guénon e a Maçonaria (Parte I)
Publicado em 1 de agosto de 2016por Luiz Marcelo Viegas (https://opontodentrodocirculo.wordpress.com)
Autor: Francisco Ariza
Tradução: Igor Silva
Um dos temas de investigação sem dúvida apaixonantes entre os muitos que oferece a obra de René
Guénon é, precisamente, o que nos toca desenvolver nestes parágrafos: a influência de dita obra na
Maçonaria, sabendo de antemão que não podemos abordar, por razões óbvias, tudo o que Guénon disse
a respeito, que foi muito e muito importante. Isto nos obriga a sermos necessariamente sintéticos em
nossa exposição, e a assinalar tão só uma série de pontos que, parece-nos, pudessem oferecer uma visão
global do que a mensagem guenoniana representa para a Maçonaria, uma das poucas vias iniciáticas que
ainda sobrevive no Ocidente.
E quando falamos dessa influência, o fazemos sabendo que a obra legada por Guénon, em seu conjunto,
constitui não a exposição de uma forma tradicional qualquer, senão que se trata da adaptação à nossa
época da doutrina metafísica e da cosmogonia perene, cuja depositária não é outra senão a Tradição
4 – René Guénon e a Maçonaria (Parte I) – Do site
“O Ponto Dentro do Círculo” Francisco Ariza – Trad. Igor Silva
Kennyo Ismail
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primordial, também chamada Tradição unânime e universal, pois sua origem é não-humana, ou melhor
ainda, supra-humana, por ser a expressão própria da Verdade e da Sabedoria eternas[1]. Para Guénon,
todas as formas tradicionais (incluídas as que têm dentro de si um componente religioso ou esotérico)
derivam dessa Tradição primigênia, e dela extraem sua legitimidade enquanto tais formas. Isto inclui,
naturalmente, a tradição Maçônica, segundo confirmam as diferentes lendas aonde se relatam suas
origens míticas, bem como seus códigos simbólicos e seus ritos iniciáticos, os quais constituem suas
senhas de identidade e sua razão própria de ser. Quiçá foi a sobrevivência desses códigos a razão
principal do interesse mostrado sempre por Guénon pela Maçonaria, interesse que, ademais, estava
plenamente justificado pelo fato de que esta, longe de encontrar-se em pleno vigor, achava-se
submergida numa profunda decadência que a conduzia de maneira inexorável à beira de seu
desaparecimento como organização iniciática e, portanto, de ser completamente absorvida pelo mundo
profano.
Com efeito, a princípios do século XX, quando Guénon começa a escrever seus primeiros artigos na
revista “A Gnose” (precisamente na época em que recebe a iniciação islâmica, a taoísta e a Maçônica), a
Maçonaria estava sofrendo da mesma sorte que antanho correram outras organizações iniciáticas e
tradicionais de Ocidente, como foi o caso da Ordem do Templo e a Ordem Rosa-Cruz, às que mais
adiante nos referiremos. A incompreensão de que eram objeto os símbolos e os ritos pela maioria de
seus membros era a causa principal dessa decadência, que para Guénon já começa quando a princípios
do século XVIII a Maçonaria perde grande parte de seu antigo caráter operativo (herdado dos
construtores e confrarias artesanais da Idade Média) ao fazer-se predominante nela o “especulativo”,
que longe de constituir, como assinala o próprio Guénon, “um progresso, implica, não um desvio
propriamente dito, senão uma degeneração no sentido de um apequenamento, que consiste na
negligência e no esquecimento de tudo o que é realização, porque é isto o verdadeiramente
‘operativo'”[2].
Esse esquecimento seria então a verdadeira origem do “especulativo” dentro da Maçonaria (ou da
preponderância deste em detrimento do operativo, pois ambos não têm por que se excluir, como não se
excluíram na antiga Maçonaria, aonde o especulativo se correspondia com a iniciação virtual e o
operativo com a realização efetiva), o que não quer dizer que esta tenha tomado definitivamente uma
forma “especulativa”, pois isto significaria afirmar que seus símbolos são só “teoria”, e não contivessem,
como aliás contêm, os elementos necessários para a realização espiritual. Como antes dissemos, o
“especulativo” é só um ponto de vista, por outro lado insuficiente, por seu caráter mental e reflexo, para
efetuar o passo da “potência ao ato”, do virtual ao efetivo, ou como se diz em linguagem maçônica, para
ir das “trevas à luz”. Isto tem de ficar bem claro em se querendo compreender o que para Guénon
significava realmente a Maçonaria, pois além do estado de degeneração em que, pelas circunstâncias
que sejam, encontra-se uma organização iniciática, isto “não muda nada de sua natureza essencial, e
assim mesmo a continuidade da transmissão é suficiente para que, se circunstâncias mais favoráveis se
apresentarem, uma restauração seja sempre possível, devendo ser necessariamente concebida esta
restauração como uma volta ao estado ‘operativo'”[3]. Por isso ele insistiu, quase cada vez que abordava
o tema maçônico, em assinalar as diferenças existentes entre o “operativo” e o “especulativo”, pois é esta
uma questão de capital importância que deve ser entendida claramente quando se deseja compreender a
verdadeira natureza da iniciação Maçônica, ou melhor ainda, da iniciação considerada nela mesma, à
margem da forma tradicional através da qual se expresse. Para Guénon o “operativo” não é sinônimo de
trabalho manual, nem também de “prática”, senão melhor de trabalho interior, no sentido alquímico do
termo, ou seja do que o ser possa fazer consigo mesmo, em vistas ao cumprimento de sua própria
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realização espiritual, que é o que realmente importa, não sendo o trabalho manual senão um suporte
como outro qualquer para efetuar dita realização. Não é então, por casualidade, que tanto a Maçonaria,
como a tradição Hermética, também se denomine a “Arte Real”, idêntico à “Grande Obra” da
transmutação alquímica. As “ferramentas” desse trabalho interior não são outras que os ritos e os
códigos simbólicos, sua prática, estudo e meditação, pois eles veiculam as ideias de ordem cosmogônica
e metafísica, cujo conhecimento efetivo determinará o grau do desenvolvimento do ser e a vinculação
com seu Princípio uno e eterno.
No entanto, se os símbolos e os ritos, ou a energia espiritual que veiculam e da que são o suporte, não
são “vivificados” pelo Espírito, isto é, se não atualizam e promovem a busca do Conhecimento, que é em
definitivo do que se trata, a iniciação Maçônica será tão só “virtual”, e então sim que poderá chamar-se
“especulativa”, mas não nela mesma, senão com respeito a quem assim a considere. É bastante provável
que para a maioria de maçons de hoje em dia sua Ordem não seja senão isso: “especulativa”, ou teórica,
sem relação alguma, ou em qualquer caso reduzida ao mínimo, com qualquer tipo de realização interior,
que inclui o desenvolvimento das possibilidades de ordem universal e transcendente inerentes à
natureza humana. Mas a obra guenoniana vai dirigida, sobretudo, àqueles maçons que realmente se
entregam à busca do Conhecimento, esperando encontrar nos símbolos e ritos maçônicos os ensinos e
os métodos necessários para fazer efetiva sua iniciação, ou seja, aos que se sentem a si mesmos
herdeiros de seu legado tradicional, e se mostram receptivos a sua mensagem, considerando que está
vivo e que é atuante (e não uma relíquia do passado tresnoitada e anacrônica) e, ademais, sabendo com
certeza, e isto é essencial, que dito legado faz parte da “corrente áurea” ou Philosophia
Perennis diretamente emanada da Tradição primordial.
Por conseguinte, é partindo de uma tomada de consciência da verdadeira universalidade dos símbolos e
dos ritos maçônicos, que se pode acometer qualquer labor encaminhado a recuperar, na medida do
possível, os elementos doutrinais que se perderam, ou foram alterados, com o passo do operativo ao
especulativo. E é neste ponto preciso onde a obra de Guénon adquire sua verdadeira função com
respeito à Ordem Maçônica, oferecendo-lhe a esses maçons vinculados com o Espírito de sua tradição as
“linhas mestras” a partir das quais realizar esse trabalho restaurador. Se a obra que nos legou foi
considerada como “providencial” para a Ordem Maçônica é por uma razão fundamental: porque restitui
o sentido original de seus símbolos e seus ritos, que constituem a doutrina e o método maçônico
respectivamente, integrando-os dentro da Cosmogonia Perene, afim a todas as formas tradicionais. Daí
também que qualquer tentativa que se faça para recuperar a “operatividade” da simbólica Maçônica
tenha de passar necessariamente por um conhecimento prévio daquela obra, na qual se encontrará todo
o imprescindível para que dita tentativa dê seus frutos e se faça realidade, o que inclui, naturalmente, o
conhecimento de outras tradições diferentes da Maçonaria, mas idênticas a ela no essencial. Isto é
perfeitamente normal e inclusive necessário, pois admitindo a universalidade e sacralidade dos códigos
simbólicos de todas as tradições, ainda vivas ou já desaparecidas, o conhecimento de ditos códigos é de
uma ajuda inestimável para compreender a própria simbólica Maçônica. A mesma obra de Guénon é um
exemplo, e inclusive um modelo, do que dizemos, pois nela constantemente se faz referência às relações,
reciprocidade e correspondência entre as diversas doutrinas tradicionais, em sua identidade através de
seus símbolos, ritos e mitos, fazendo-nos ver que todas essas doutrinas derivam, graças precisamente a
essa identidade, de uma só e única Doutrina ou Tradição. Essa obra não é a de uma individualidade (em
todo caso esta foi tão só o suporte), senão a de uma função tradicional, que Guénon “encarnou” por
razões que nunca saberemos (nem também não importam demasiado), pois como se diz nas Escrituras
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“o Espírito sopra onde quer”, como e a quem quer. E também que “os caminhos do Senhor são
inescrutáveis”. No que concerne à doutrina puramente metafísica e aos símbolos fundamentais da
cosmogonia, Guénon foi um fiel intérprete da Tradição, o mais importante de nosso século, e suas
limitações neste caso eram as que lhe impunham a própria linguagem humana, que como tantas vezes
ele mesmo disse, mostra-se incapaz, por sua forma analítica e discursiva, de expressar em toda sua
amplitude as verdades universais, que são de ordem supra-humano, e que só podem ser presas
mediante a “intuição intelectual”, a cujo acordar contribui principalmente o símbolo e o que ele revela.
Guénon não se cansou de repetir que a mensagem tradicional não é sistemático, ou seja que não se
presta a nenhum tipo de classificação racional e mental, pois o próprio objeto dessa mensagem é o
mundo das ideias e dos arquétipos, ou seja das possibilidades de concepção verdadeiramente ilimitadas,
que naturalmente estão por cima de qualquer sistema ou forma, que sempre tende à limitação mais ou
menos estreita.
Por tal motivo, Guénon considerava muito importante a criação de lojas centradas na investigação dos
símbolos e dos rituais, para o qual é imprescindível que os integrantes dessas lojas possuam
conhecimentos doutrinários o suficientemente amplos e profundos para dito labor dos frutos
apetecidos, e permita que o que estava “disperso” seja de novo “reunido”, o que seria conforme a um dos
princípios básicos da Maçonaria, que consiste em “difundir a luz e reunir o disperso”. Podemos dizer
que a obra de Guénon, na medida em que ela é a expressão dos princípios e ideias universais, pode ver-
se como essa “luz” clarificadora que a Maçonaria precisa como guia para remontar a curva descendente
em que se encontra na atualidade. E aqui queremos recordar aquela expressão hermética que afirma que
“quando tudo parece perdido é quando tudo será salvo”. E ainda que esta expressão se refira a um
determinado momento do próprio processo da iniciação, também se pode extrapolar ao conjunto inteiro
de uma tradição, neste caso de uma organização que precisamente é iniciática, que ainda que no
essencial ela siga sendo tão virginal como em suas origens (o que faz possível que, apesar de tudo,
continue transmitindo a influência espiritual a quem esteja capacitado para recebê-la), no entanto,
enquanto instituição, está inevitavelmente sumida no devir do tempo e sua decadência cíclica. Em certo
modo, o próprio do homem, peregrino num país estrangeiro, é “errar” pela “roda do mundo”, enquanto
a Tradição (o que ela revela) mantém-se inalterável no centro dessa mesma roda, à que dá vida e
sentido.
Por conseguinte, o papel que pudessem desempenhar essas lojas seria fundamental para devolver aos
símbolos e ritos maçônicos sua “operatividade”, sabendo de antemão que isto será assim para um
número muito reduzido de maçons, suficientes, por outro lado, para que a Maçonaria recobre
novamente sua “força e vigor”, por empregar uma expressão Maçônica habitual. Este é um dos casos em
que a qualidade importa infinitamente mais do que a quantidade. Mas, para que dita operatividade seja
efetiva, esses estudos, longe de se limitarem ao plano puramente teórico (isto é, “especulativo”), têm de
ser considerados por quem os realizam como um suporte e fazendo parte integrante de seu próprio
trabalho interno, condição esta que é indispensável para que os resultados que se pretendem atingir
estejam apoiados numa base o suficientemente sólida e forte, nascida do íntimo convencimento de que a
“intenção” que os move está em conformidade com a herança recebida da Tradição.
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É evidente que dita “intenção”, ou vontade, tem de se tomar aqui em seu sentido etimológico preciso,
isto é, como um “tender para” (de in tendere), ou “tendência” para a qual se dirige ou “orienta” todo o
ser, o que equivale a seguir uma ordem na direção ascendente que assinala o “Eixo do Mundo”,
comunicando a esse ser com seu Princípio, que na Maçonaria recebe o nome de Grande Arquiteto do
Universo. Aliás, a palavra iniciação, do latim in ire, não quer dizer senão ‘entrada’ ou ‘começo’, e está
unida à ideia de empreender um caminho: o caminho do Conhecimento. No “Rei do Mundo”, Guénon
aclara a representação simbólica dessa intenção ou orientação ritual: “esta, em efeito, é propriamente a
direção para um centro espiritual, que, qualquer que seja, é sempre uma imagem do verdadeiro Centro
do Mundo”. Poderiam aplicar-se aqui estas palavras do Evangelho, que, ademais, fazem parte de certos
rituais maçônicos: “Procurai e encontrareis; pedi e recebereis; chamai e se vos abrirá”. Tem de existir
então um verdadeiro “compromisso” adquirido com o Espírito da Ordem Maçônica para que o “virtual”
passe a ser efetivo e se converta numa realidade permanente; que o potencial, em fim, atualize-se, e
permita que o homem se encontre e se conheça a si mesmo no cumprimento de seu verdadeiro destino.
Dito compromisso o constitui o “laço” iniciático, mediante o qual o ser, ligando-se à Tradição, assume,
ou vai assumindo gradualmente (daqui a ideia de graus), que ela e ele são uma só coisa, ou seja que a
mensagem pela Tradição veiculada se identifica com aquele que a recebe, e vice-versa. Só então a
Maçonaria, sua mensagem ou transmissão[4], poderá ir revelando seu conteúdo e promover a efetiva
realização interior, justificando assim o sentido de sua própria existência como organização iniciática.
Esta ideia aparece com freqüência em Guénon, sobretudo em seus dois livros que tratam
especificamente sobre a iniciação: Aperçus sul l’Initiation eInitiation et Réalisation Spirituelle. Estes
volumes têm um valor inapreciável para conhecer a verdadeira natureza da iniciação, pois neles se
expõem os princípios fundamentais que estruturam seu processo, e para os maçons em particular
constituem sem dúvida uma guia doutrinal que lhes permite recuperar um ensino que fazia parte
integrante da antiga Maçonaria operativa. As ideias que ali se desenvolvem são um complemento
perfeito aos estudos dos símbolos e um meio efetivo para compreender em profundidade o sentido dos
ritos e suas práticas, veículos e suportes, voltamos a repetir, da influência espiritual[5].
Para Guénon, o laço iniciático não é outra coisa que a recepção dessa influência, que sendo de ordem
estritamente espiritual e metafísica é sempre idêntica a si mesma, imutável e eterna, quaisquer sejam os
veículos simbólicos e as formas tradicionais através dos quais se manifeste. Dito laço se refere,
empregando um termo indiano, ao sûtrâtmâ, ou “fio de Âtmâ”, o hálito do Espírito que une entre si aos
múltiplos estados do ser, e a todos eles com seu Princípio, que é sua identidade mais profunda e real.
Neste sentido, devemos recordar que alguns dos antigos manuais maçônicos começavam com a seguinte
série de perguntas e respostas:
– Que laço nos une?
– Um segredo.
– Qual é este segredo?
– A Maçonaria.
Isto quer dizer, entre outras coisas, que a Maçonaria é ela mesma um “segredo”, ou um “mistério”,
conservado em seu núcleo mais íntimo por cima da forma específica que necessariamente adquire uma
organização tradicional, e que dito segredo é inviolável por sua própria natureza espiritual, não tendo
nada que ver com o “secretismo” propiciado pelas seitas ocultistas, pseudo-iniciáticas e similares.
Segredo ou mistério que unicamente pode ser conhecido por quem se entregam a ele, pois como se diz
no Zohar, “a Sabedoria só se revela a quem a ama”.
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Continua…
Autor: Francisco Ariza
Tradução: Igor Silva
Notas
[1] – É o Sanâtana Dharma da tradição indiana, equivalente ao “Evangelho Eterno”. A este poderiam
aplicar-se as palavras de Cristo: “Os céus e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão jamais”.
[2] – Aperçus sul L’Initiation, cap. XXIX, “Operativo e especulativo”.
[3] – Ibid. Guénon fornece também outros dados que contribuem sem dúvida a entender as razões do
nascimento da Maçonaria especulativa, como o fato de que os membros (Anderson à cabeça) que
integravam as quatro lojas inglesas que em 1717 fundaram a Grande Loja de Inglaterra, não tinham
“recebido a totalidade dos graus ‘operativos’, o que explica a existência, ao começo da Maçonaria
‘moderna’, de certas lagoas, às quais foi necessário cobrir seguidamente, o que não pôde fazer-se mais
do que pela intervenção dos sobreviventes da Maçonaria ‘antiga’, muito mais numerosos ainda no século
XVIII do que creem geralmente os historiadores”. Em outro lugar (“Heredom”, em Etudes sul a Franc-
Maçonnerie et lhe Compagnonnage t. II) Guénon assinala que esses maçons só tinham atingido o grau
de companheiro, com o que estavam privados de um conhecimento pleno da iniciação Maçônica,
unicamente outorgado mediante o acesso ao grau de mestre. Faltavam-lhes, por conseguinte, a
legitimidade necessária para adaptar os rituais maçônicos às novas condições cíclicas que se estavam
produzindo naquela época, adaptação que só era possível realizar partindo do respeito aos antigos usos e
costumes, não de seu esquecimento, ou em qualquer caso de sua manipulação, em benefício de uma
concepção da Maçonaria mais moralizada e comprometida com os acontecimentos exteriores do mundo
profano que verdadeiramente iniciática e tradicional. Guénon faz assim mesmo notar como Anderson
destruiu sistematicamente todos quantos documentos da antiga Maçonaria caíram em suas mãos,
especialmente aqueles em que se evidenciava a filiação Maçônica ao esoterismo hermético-cristão, no
que era sumamente importante o simbolismo da Santa Trindade, o que evidentemente não se
enquadrava na mentalidade de um pastor protestante como era Anderson (ver a este respeito “A
propósito dos signos corporativos”, ibid.). Por isso mesmo, as “lagoas” de que fala Guénon se deram,
sobretudo, nos graus superiores da Maçonaria operativa, incluído o grau de mestre, que naturalmente,
estava ausente entre os que fundaram a Grande Loja de Inglaterra. E foram esses graus os que deveram
restituir, na medida do possível, os “sobreviventes” que permaneceram fiéis a sua herança tradicional.
[4] – Tradição e transmissão procedem ambas as do latim tradere, pelo que equivalem exatamente ao
mesmo.
[5] – Na Maçonaria, por sua própria constituição herdada de uma tradição artesanal e de ofício, o
trabalho coletivo desempenha um papel fundamental como suporte para a realização do Conhecimento.
Neste sentido, e para saber o que Guénon pensava ao respeito recomendamos o estudo dos capítulos X e
XXIII de Initiation et Réalisation Spirituelle, chamados respectivamente “Sobre a ‘glorificação do
trabalho'” e “Trabalho iniciático coletivo e ‘presença’ espiritual”. Neles se dão todas as indicações
pertinentes sobre a verdadeira natureza da influência espiritual que inspira e guia o trabalho coletivo tal
qual se pratica, ou deveria praticar-se, na Maçonaria.
13. JB News – Informativo nr. 2.130 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 1º de agosto de 2016 Pág. 13/21
Kennyo Ismail - Mestre Instalado, membro da GLMDF e atual
Grande-Mestre Adjunto da Maçonaria Críptica do Brasil, é
também membro da Philalethes Society e da The Masonic
Society e autor do livro “Desmistificando a Maçonaria”, São
Paulo: Editora - Universo dos Livros, 2012.
A LETRA "G" NA MAÇONARIA
http://www.noesquadro.com.br
Qual o significado da letra “G” comumente presente
no centro do Esquadro & Compasso?
Vários autores apontam vários significados, muitos dos quais absurdos: God, GADU, Grande
Geômetra, Ghimel, Gama, Geração, Gênio, Gnose, Gomel, Glória, Gibur, Gibaltrar, etc.
Há ainda aqueles autores que, sem conseguirem se aprofundar na pesquisa sobre o tema, preferem
afirmar que o verdadeiro significado do “G” é um grande mistério maçônico, talvez nunca
revelado. Uma desculpa um tanto quanto poética.
A letra G é um daqueles tantos símbolos que sobrevivem aos séculos mas, infelizmente, perdem
seu significado original, ganhando vários outros significados ao longo do tempo. E vez ou outra,
um desses significados novos prevalece, sepultando de uma vez por todas o original.
Séculos atrás, conhecimento era algo raro, reservado a pequena parcela da população, restrito aos
poucos com berço ou condições financeiras para tanto. Naqueles tempos, a Geometria era tida
quase como uma ciência sagrada, mãe da arquitetura e da construção, sem a qual as Catedrais não
podiam ser planejadas e concluídas. As crianças não aprendiam Geometria nas escolas, como
ocorre atualmente. Apenas aqueles que trabalhavam com construções aprendiam tais lições. Em
resumo, a Geometria era a ciência do maçom operativo, uma ciência que os distinguia dos demais,
que tornava possível a execução da Arte Real, que levanta templos às virtudes.
A presença do “G” no Templo é representativo da Geometria como a ciência maçônica; como
foco do estudo, conhecimento e prática do trabalho maçônico; e principalmente como origem da
Arte Real, base para o uso de todas as ferramentas do maçom. Esse significado pode ser
comprovado em todos os antigos Catecismos Maçônicos que se tem conhecimento.
5 – A Letra “G” na Maçonaria
Kennyo Ismail
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A letra “G” definitivamente não é “God” ou qualquer outro nome relacionado ao Grande
Arquiteto do Universo. Apenas nas línguas anglo-saxãs, a palavra referente a Deus começa com
“G”, enquanto que o uso do “G” também sempre constou nos países de línguas latinas. Se “G”
fosse God (inglês e holandês) ou Gott (alemão), então nos países como França, Espanha, Itália e
Portugal utilizariam um “D”: Dieu (francês), Dios (espanhol), Dio (italiano) e Deus (português). E
isso não aconteceu e não acontece, nem nesses países e nem nos que adotam as línguas latinas. Já
a palavra “Geometria” mantém sua letra inicial tanto nas línguas anglo-saxãs como nas latinas:
Geometry (inglês), Geometrie (holandês e alemão), Géométrie (francês), Geometría (espanhol),
Geometria (italiano e português).
O surgimento de novos significados para o “G” foi surgindo entre o século XVIII e XIX, quando
os intelectuais-maçons da época, achando a simbologia maçônica de certa forma simplista,
começam a inventar significados considerados por eles mais profundos e adequados para os
símbolos maçônicos e pegar emprestado símbolos de outras fontes (astrologia, alquimia, cabala,
templários, etc), criando novos rituais e ritos.
Ao indicar num mesmo ritual que uma única letra tem 07 diferentes significados, não relacionados
entre si, os “sábios da maçonaria” daquela época, assim como os de hoje, revelam uma
informação importantíssima a todo maçom estudioso: na tentativa de “florear” nossa simbologia,
se mostram grandes incoerentes.
Sim, “G” é apenas “Geometria”. Pode não parecer muita coisa hoje, mas na época era.
Espero que o próximo maçom a se aventurar em escrever sobre o “G” na Maçonaria não
subestime a inteligência de seus irmãos. Não basta apenas pegar o dicionário, abrir no “G”,
selecionar algumas palavras legais e depois filosofar um pouquinho sobre elas. É exatamente
assim que perdemos a nossa história.
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Este Bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk,
às segundas, quartas e sextas-feiras
Loja Estrela de Morretes, 3159 - Morretes – PR
Comentários em loja
REAA, GLESP, Oriente de Votuporanga, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:
amonra_ramses@hotmail.com
Meu Irmão, pesquisando um assunto na Internet, cheguei ao seu nome através do
endereço. Gostaria de saber se o Irmão poderia me esclarecer a seguinte dúvida: infelizmente,
em sessões de minha Loja, nos três graus, são emitidos comentários humorísticos e até mesmo
piadas. Entretanto, nunca nenhuma destas observações (que até considero inconvenientes)
constava em ata. Porém, no balaústre de uma sessão de Iniciação, o Secretário fez constar o
comentário irônico de um Mestre Instalado, dirigindo-se ao Neófito, afirmando que “na Loja
encontraria muita fraternidade, mas poderia se deparar também com membros do Exército
Islâmico ou Boko Karan, numa alusão de que a “turma”, às vezes, “bota terror” em cima dos
Irmãos”. Por considerar a frase inadequada, pedi a palavra e solicitei ao Orador um parecer
sobre a legalidade de se colocar este tipo de comentário nas atas da sessão. Fui advertido pelo
autor do referido, que disse que nunca, na história da Loja, alguém teria solicitado para se
extrair algo e que como ele tinha falado, teria de ser escrito, pois que a ata deveria ser o registro
da sessão. Sem alimentar a polêmica, apenas disse que meu questionamento era a bem da
Ordem e do Quadro, jamais desejando polemizar.
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potên
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
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Considerações:
É eu entendo meu Irmão. Esses são os péssimos exemplos dados por Irmãos que
acham que sabem tudo de Maçonaria, todavia não entendem mesmo é nada.
Ora, é inadmissível esse tipo de pronunciamento em Loja. A Maçonaria ensina que o
Maçom fala pouco; é objetivo e fala bem. Piadinhas, gracejos e outros absurdos de mau gosto
são inimagináveis em Loja, até porque já na doutrina do Segundo Grau são abordadas as Sete
Ciências e Artes Liberais do passado (ver lições de Boécio) no primeiro “trivium”, quando é
mencionada a arte da Gramática, da Retórica e da Lógica, das quais resulta a lição de que das
teses e antíteses resultam as sínteses.
Então que síntese seria essa se adquirida de falas e discursos amparados por
locuções de gracejos e de mau gosto como o do fato mencionado na questão? Alocuções desse
quilate jamais contribuem para o aperfeiçoamento humano.
Aliás, seria até oportuno se perguntar se esse integrante da “turma que bota terror”
aprendeu alguma coisa da doutrina maçônica? Que bela retórica seria essa? Que exemplo
estaria ele dando ao Neófito?
De fato, se existe uma “turma que bota terror” essa “turma” certamente não está no
lugar certo, já que partidários desse tipo de pronunciamento e gracejos deveriam se reunir
mesmo é na “birosca da esquina”, não nas dependências da Loja.
Infelizmente, devo dizer que um Balaústre deve retratar objetivamente e com
fidelidade, sem exceção, todos os acontecimentos da Sessão. Assim antes de se ver obrigado o
Secretário a retratar piadas, gracejos e pronunciamentos de mau gosto, o Orador, que é o
Guarda da Lei e o Venerável deveriam antes coibir esses palavreados chulos geralmente
oriundos daqueles que querem mesmo é aparecer.
Eis a minha opinião.
T.F.A.
PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com -
Fev/2016
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
08.08.1997 Fraternidade das Termas nr. 68 Palmitos
13.08.1986 Harmonia nr. 42 Itajaí
13.08.1993 Albert Mackey nr. 56 Tubarão
15.08.1946 Presidente Roosevelt nr. 2 Criciúma
16.08.1999 Caminhos da Verdade nr. 92 Gaspar
17.08.1999 Ambrósio Peters nr. 74 Florianópolis
18.08.2011 Fraternidade Itapema nr. 104 Itapema
20.08.1985 Eduardo Teixeira nr. 41 Camboriú
30.08.1978 Obreiros de Jaraguá do Sul nr. 23 Jaraguá do Sul
30.08.1991 Sentinela do Vale nr. 54 Braço do Norte
31.08.1982 Solidariedade nr. 28 Florianópolis
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
02/08/1989 Fraternidade Imaruiense Imaruí
09/08/2003 Templários da Boa Ordem Jaguaruna
10/08/2002 Energia das Águas Gravatal
14/08/1985 Justiça E Liberdade Joinville
16/08/2005 José Abelardo Lunardelli São José
19/08/1995 Brusque Deutsche Loge Brusque
20/08/2011 Triângulo Talhadores da Pedra Itá
21/08/2002 Harmonia do Continente Florianópolis
26/08/2002 Templários da Arca Sagrada Blumenau
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de agosto
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
06.08.05 Arquitetos Da Paz - 3698 Blumenau
06.08.05 Delta Brasileiro - 3691 Florianópolis
10.08.10 Colunas De Jaraguá - 4081 Jaraguá do Sul
16.08.05 Novo Horizonte - 4185 Camboriú
07.08.99 União Do Sul - 3260 Criciúma
12.08.96 Perseverança E Fidelidade - 2968 Araranguá
18.08.07 Cavaleiros Do Contestado - 3878 Canoinhas
20.08.94 Vale Do Tijucas - 2817 Tijucas
20.08.94 Luz Do Sinai - 2845 Joinville
20.08.00 Estrela De Herval - 3334 Joaçaba
20.08.00 União Das Termas - 3335 Sto. Amaro da Imperatriz
20.08.04 Frat. Jaraguaense - 3620 Jaraguá do Sul
22.08.96 Campeche -2998 Florianópolis
26.08.02 União Navegantina - 3460 Navegantes
29.08.97 Horizonte De Luz - 3085 Xanxerê
Perdão
‘’Perdão é como uma pétala de flor. Ressentimento é uma doença que
acaba com a paz mental. Aqueles que desejam nos prejudicar emitem
uma energia poderosa cuja raiz está na sua própria dor e raiva. Na
verdade eles estão prejudicando a si mesmos. Quando perdoamos,
enviamos energia curativa e amorosa. Elevamos os sentimentos
negativos dos outros ao lançar um raio de luz em seus corações. Esse
raio reflete de volta para nós e assim nos tornamos mais fortes.’’
José Aparecido dos Santos
TIM: 044-9846-3552
E-mail: aparecido14@gmail.com
Visite nosso site: www.ourolux.com.br
"Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos
19. JB News – Informativo nr. 2.130 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 1º de agosto de 2016 Pág. 19/21
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
BREVIÁRIO MAÇÔNICO
Para o dia 1º de agosto
MAÇONARIA
A definição mais simples que se possa referir é que a Maçonaria é uma Sociedade
Secreta.
O ritual iniciático a define: “Uma Instituição que tem por objetivo tonar mais feliz a
Humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela
igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião”.
Essa definição representa, no entanto, apenas um comportamento exterior, uma vez
que a Maçonaria agrega um gripo de iniciados que, além de amarem o próximo,
amam-se a si mesmos, evoluindo mentalmente, na incessante busca do saber.
Toda instituição que recebe seus adeptos por meio de processo iniciático foge do
comum, pois, existindo uma “seleção”, a Maçonaria ocupa-se dos problemas
superiores, fugindo do vulgar.
O maçom foi “pinçado” mercê da vontade do grande arquiteto do universo, que é
Deus, entre milhares de pessoas; é um “destaque” e por esse motivo ele faz jus às
benesses que a Maçonaria dispensa.
O maçom deve, a todo momento, ser grato por ter sido “chamado” e demonstrar essa
gratidão pelo seu viver.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 232.
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O Irmão Adilson Zotovici,
escreve aos sábados.
adilsonzotovici@gmail.com
SEMI-RETA
Há uma semi-reta
Dentro de reta infinita
Que ao profano, secreta,
Ao iniciado bendita !
Objetivando bela meta
A quem aprouver, erudita !
Como história bonita
Traçada por Grande Arquiteto
Que pelo homem é escrita
Por um grupo seleto
A bem da humanidade restrita
Por gestos de amor,de afeto
Labor profícuo e discreto
Linha única sem paralelas !
Sem desvios e objetivo concreto
Para evitar as mazelas
Que pode haver no trajeto
A livrar de más sequelas !
21. JB News – Informativo nr. 2.130 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 1º de agosto de 2016 Pág. 21/21
Caminhada das mais belas
Tudo bem equilibrado !
Pra suplantar as querelas
D’algum embate porfiado
Austera, por poesias singelas,
A bom resultado esperado !
E assim perpetua o legado
Para quem bem a desfruta
Qual fará do aprendiz, iniciado,
Por sapiente e incessante luta,
Um bom e justo Mestre Instalado,
Ao lapidar, sua Pedra Bruta !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169