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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Coari - AM (Imagem Google)
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.302 – Florianópolis (SC) – quarta-feira , 18 de janeiro de 2017
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrAilton Elisiário – Rebeliões de Presos
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Bom Senso
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Da Bíblia ao Alcorão: A Maçonaria aceita e une Maçons ...
Bloco 5-IrValdemar Sansão – Maçonaria Simplificada – Maçonaria em Gotas (XVI)
Bloco 6-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas - do Ir Celso Corrêa (Sorocaba – SP) Jóia do Ex-Ven
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 18 de janeiro e versos do Irmão e Poeta
Adilson Zotovici (São Paulo – SP)
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 2/31
Reflexões de um Bibliotecário Maçom
A Maçonaria e a Influência Histórica e Simbólica da Ordem Rosacruz; A
Maçonaria e o Princípio Criador: do Deus Bíblico ao Grande Arquiteto do
Universo; A Presença do Simbolismo Maçônico na Narração da Lenda "A
Saamanca do Jarau": A Maçonaria e o Escritor João Simões Lopes Neto; A
Tábua de Virtudes: Uma Aproximação entre Estóicos e Maçons?; As Duas
Buscas Permanentes do Maçom: Evoluir no Conhecimento e Evoluir como
Ser Humano; As Relações entre a Maçonaria e a Ciência: Existe uma
Ciência Maçônica em Gestação?; Comentários Acerca Da Intolerância
Religiosa, dos Conceitos sobre sobre Tolerância Desenvolvidos por Locke e
Voltaire e Ainda sobre o Exercício de Tolerância na Maçonaria e outros
temas relevantes.
Autor: José Ronaldo Viega Alves
Ed. Maç. A TROLHA - www.atrolha.com.br
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 18º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 347 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Cheia -
Hoje é dia Internacional do Riso
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
L I V R O S
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 3/31
18 de janeiro
 . 336 — É eleito o Papa Marcos, 34º papa, que sucedeu o Papa Silvestre I.
 474 — Leão II torna-se Imperador do Império Bizantino
 1486 — Casamento de Henrique VII de Inglaterra com Isabel de York, herdeira da casa de York.
 1535 — Francisco Pizarro funda a cidade de Lima, no Peru.
 1701 — Frederico I assume o trono da Prússia
 1778 — O explorador britânico James Cook é o primeiro europeu a desembarcar em terras havaianas.
 1788 — A primeira frota organizada para colonizar a Austrália chega em Botany Bay (v. Colonização da
Austrália)
 1822 — José Bonifácio é nomeado chanceler brasileiro.
 1871 — Unificação e Proclamação do Império Alemão sob a liderança do Primeiro-Ministro da Prússia Otto
von Bismarck. Inicia-se o período político conhecido como o Segundo Reich (v. também História da
Alemanha).
 1911 — Eugene Ely torna-se o primeiro piloto a aterrar num navio estacionado (v. Porta-aviões)
 1919 — Inicia-se a Conferência de Paz de Paris
 1934 — Início da grande revolta operária contra o regime de Salazar.
 1943 — Eclode a primeira Revolta do Gueto de Varsóvia.
 1970 — Hans Küng publica no centenário da declaração da infalibilidade papal, no Concílio Vaticano I, o
livro Infallible? An Inquiry em que esmiuçou e rejeitou o caráter infalível de qualquer decisão papal e da
Cúria.
 1974 — Israel e Egito assinam acordos de paz. No ano anterior, o Egito, juntamente com a Síria, atacou
Israel na Guerra do Yom Kipur, que durou dezenove dias.
 1996 — A cantora Madonna chega à Argentina para filmar Evita, filme de Alan Parker. Ela é recebida com
protestos pela população.
 2000 — Vazamento em um duto da Petrobrás derrama mais de 500 mil litros de óleo na Baía de
Guanabara, Rio de Janeiro.
 2002 — Ataques de 11 de Setembro: o último sobrevivente hospitalizado do ataque ao World Trade
Center recebeu alta do hospital.
 2009 — Um desabamento do teto da Igreja Renascer, no bairro do Cambuci (Zona Sul de São Paulo) deixa
sete mortos e 60 fiéis feridos.
1800 Morre, na vila de Desterro, o governador da capitania de Santa Catarina, João Alberto de Miranda
Ribeiro. No dia anterior havia passado o cargo a uma Junta integrada pelo tenente-coronel José da
Gama Lobo D’Eça, ouvidor Aleixo Maria Caetano e vereador José Pereira da Cunha.
1869 Assume o comando das tropas brasileiras sediadas em Assunção, no Paraguai, o catarinense marechal
de campo Guilherme Xavier de Souza.
1911 Nasce, em Florianópolis, Aderbal Ramos da Silva. Advogado e político foi deputado estadual,
governador do Estado de 1947 a 1950 e deputado federal na legislatura de 1955 a 1958.
1914 Nasce, em Florianópolis, Paulo de Tarso da Luz Fontes. Médico e político, foi deputado estadual,
prefeito de Florianópolis no período de 1951 a 1954, Secretário de Estado dos Negócios da Saúde e
Ministro do Tribunal de Contas do Estado.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
Fatos históricos de santa Catarina
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1689 Nasce Charles Montesquieu, filósofo francês, autor de “O Espírito das Leis”, fundador da primeira
Loja conhecida em Paris.
1869 Instalada em Assunção, a Loja Fé, no REAA, sob os auspícios do Grande Oriente dos
Beneditinos, a primeira Loja regular paraguaia. Sustentou um asilo do mesmo nome, que abrigava
mais de 2.000 pessoas.
1883 O Grande Oriente dos Beneditinos une-se ao Grande Oriente do Brasil.
1898 Negado sepultamento a José Teixeira dos Santos em Congonhas, por sido Maçom.
2000 Fundado o Capítulo Keystone de Maçons do Real Arco, no Rio de Janeiro, um dos três Capítulos
que deram origem ao Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil.
2006 Fundação da Loja “Aldo Linhares Sobrinho” nr. 93 (GLSC), em Florianópolis
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
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Contatos: Ir Darci Rocco (Loja Templários da Nova Era) nos telefones
(48) 3233-5069 – 9 9943 1571
De Irmão para Irmão
As publicidades aqui veiculadas são cortesia do JB News,
como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, preferindo o que está sendo anunciado.
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 6/31
Meus Preclaros e Queridos Irmãos,
Permitam-me enviar coletivamente esta mensagem, muito especialmente àqueles
que a remeteram pelo grupo “WhatsApp” ou individualmente por telefone ou e-
mail.
Pela quantidade recebida levaria alguns dias para respondê-las individualmente,
razão pela qual respondo em conjunto a todos os queridos Irmãos. Não me levem a
mal por isso.
Sim. Decidi de domingo para segunda-feira parar com o JB News. Foi uma decisão
pessoal, unilateral, penosa, que surpreendeu até mesmo a minha própria família.
Chorei por dentro e por fora.
Não estou conseguindo resistir à intensidade das súplicas e manifestações de
carinho que se avolumam, bem como um abaixo assinado para a permanência do
JB News. (nunca vi isso em Maçonaria).
Eu não tinha noção da extensão e profundidade do JB News, iniciado há anos sem
qualquer pretensão, a não ser a de repassar conhecimentos para o irmão maçom.
Por isso, coloquei na balança uma série de fundamentos, inclusive maçônicos, e
tomei uma decisão de inopino, quiçá machucando a muitos queridos irmãos.
Até mesmo de Portugal veio uma listagem com pedidos para a continuidade do JB
News.
Está sendo difícil para mim administrar tudo isso.
Um querido Irmão escritor me disse: de repente abro meus emails e levo um choque...
Outro não menos querido registrou: você é responsável por tornar meu nome conhecido no
Brasil e até já recebi mensagem de irmãos estrangeiros sobre o JB News...
Tem um irmão de Mato Grosso não estar acreditando e diz que tudo é brincadeira minha.
Tem outro Irmão do Maranhão que diz “Quando li em negrito: derradeira edição normal do JB
News, foi como levar um soco no peito. Faltou ar.”
De outro significativo Irmão colaborador Não postei nada ontem porque estava atônito... e por aí
se multiplicam as mensagens
Agora de tarde de outro expoente literário ... Infelizmente levo o mesmo choque que
estremeceu a todos: o último exemplar do JB News.
Repito, nunca vi isso e nem imaginava essa dimensão. Enquanto tento me
administrar sobre tudo, vou mesmo ter que esperar o inverno chegar... (como
disse no editorial da edição passada) e continuar plantando frutos e flores.
Muito obrigado pela carinhosa manifestação de cada Irmão. Vamos em frente!
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 7/31
O Irmão Ailton Elisiário,
é membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas.
Publicação simultânea desta crônica às quartas-feiras
no JB News, Jornal da Paraíba e Paraiabaonline.
REBELIÕES DE PRESOS
As rebeliões nos presídios brasileiros estão acontecendo com frequência assustadora
desde o início do ano. No espaço temporal de 15 dias foram 123 detentos assassinados, o que
dá uma média de 8,2 mortos por dia. A primeira rebelião ocorreu no Complexo Penitenciário
Anísio Jobim, em Manaus, Amazonas, com o assassinato de 60 detentos; a segunda resultou
na morte de 4 presos na cadeia pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus;
a terceira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima, com 33 apenados
mortos; a quarta na Penitenciária Estadual de Alcaçuz em Nísia Floresta, cidade próxima de
Natal, Rio Grande do Norte, com a morte de 26 presos.
Segundo notícias, tais rebeliões são frutos de disputas de facções criminosas pelo
controle de drogas, dentre elas o Primeiro Comando da Capital (PCC), Sindicato do Crime RN.
Primeiro Grupo Catarinense (PGC), Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho (CV). Quase
todos os presos foram decapitados, o que parece ser uma regra entre eles. Segundo
pesquisadores, a FDN e o PGC surgiram para impedir o monopólio do mercado brasileiro de
drogas pelo PCC, tendo a FDN o controle das drogas na região Norte. Por isso que o secretário
nacional de juventude, Bruno Júlio, do PMDB, chegou a afirmar que faria bem à sociedade uma
chacina toda semana de bandidos, embora tenha pedido exoneração do cargo por ter se
comportado politicamente incorreto.
Em 2016 ocorreu uma ruptura entre o CV e o PCC, fazendo com que o CV se tornasse
aliado da FDN, formando uma nova configuração do crime organizado na região. Desse modo,
as rebeliões estão se apresentando como guerras entre organizações criminosas pelo controle
do tráfico de drogas, não obstante os inúmeros problemas que enfrenta o sistema penitenciário
brasileiro, dentre os quais a superlotação dos presídios. O Complexo Anísio Jobim tem
capacidade para 454 detentos em regime fechado, no entanto, a unidade abrigava 1.224
detentos. A Cadeia Pública tem capacidade para abrigar 250 presos, mas em média 650
presos são mantidos no local. O Presídio Monte Cristo comporta até 750 detentos, mas acolhia
1.456. Alcaçuz tem capacidade para abrigar 620 detentos, no entanto estava com 1.083.
Essas rebeliões reacenderam a discussão da superlotação carcerária no país. Mas, elas
não tiveram por fundamento fático o excesso de apenados nas prisões. Então, há que se
indagar: as rebeliões serão realmente decorrentes de superlotação ou de luta das organizações
pelo controle de entorpecentes? A construção de mais presídios acabará com essas rebeliões?
Onde está o Estado no controle das penitenciárias? Por que não se extermina o controle dos
crimes realizado de dentro dos presídios pelos chefes de gangs? O que fazer sobre isso para
uma solução definitiva? Leis penais mais duras? Maior rigidez na execução penal? Efetiva
proteção das fronteiras? O problema não é tão simples e exige muito trabalho e vontade
política para solucioná-lo.
2 – Rebeliões de Presos
Ailton Elisiário (Crônica semanal)
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 8/31
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
BOM SENSO
1. Senso: [lat. sensu] Faculdade de apreciar, de julgar; entendimento. Juízo, tino, discrição,
circunspecção, discernimento. Faculdade de sentir ou apreciar, sentido. (Aurélio).
2. Bom senso! Conhece? Observando modo de agir e de lidar com as situações do dia a dia,
pergunto: o quem mais falta nas pessoas hoje em dia? Alguns poderiam me responder que é
bom humor, outros poderiam me dizer que é amor, outros ainda arriscariam dizer que é
compaixão. Mas o que realmente falta nas pessoas hoje, é o bom senso. Na prática, bom senso é
o que faz uma pessoa pensar nas suas próprias atitudes, se estão dentro de seu limite ou se já
invadem e perturbam o espaço alheio. Bom senso é aquilo que faz a pessoa agir de forma mais
consciente, sempre pensando se uma atitude estaria causando incômodo ou desconforto para
alguém ou um grupo. Exemplificando a falta de bom senso, podemos citar a cidadão que empresta
as coisas e não devolve, tem aquele folgado que pede carona, mas você acaba tendo que levá-lo
ao lugar de destino dele, que é totalmente diferente do seu. Podemos citar também aquele vizinho
que fica com o som alto até de madrugada, tem aquela que anda de salto dentro do apartamento
que fica bem em cima do seu, há ainda aquele que deixa o carro estacionado o dia todo em frente
á sua loja e não entra nem seque para olhar alguma coisa. Tem uns casos que são um pouco mais
graves, tipo aquele pai ou mãe que tira foto de seu filho(a) completamente nu e coloca em uma
rede social, ou aqueles pais que deixam as crianças á vontade, fazendo todo tipo de mal criação.
Poderia passar o dia citando casos da falta de bom senso, mas foram citados apenas alguns para
a melhor compreensão de que o bom senso deve ser usado sempre, em todos os momentos do
dia, inclusive em pequenos detalhes, pois se fosse usado por todos, com mais frequência,
viveríamos melhor. Pensem um pouco em seu cotidiano e o quanto as pessoas são capazes de te
irritar por falta de bom senso no decorrer das 24 horas do seu dia. Talvez o bom senso não
esteja em falta, mas sim em decadência. Pois quem usa o bom senso não é capaz de despertar
a atenção geral. Ninguém fica famoso usando apenas o bom senso. Ficar atento ao que acontece
à nossa volta também é parte do processo de desenvolvimento de uma bela e verde consciência
crítica. Pensar na melhor maneira de fazer as coisas e quando fazer é um grande passo para o
resgate do bom senso e para um mundo onde haja mais entendimento e mais compreensão entre
as pessoas. A humanidade nunca estará em condições de dispensar o uso dessa qualidade tão
modesta, que serve como freio ou equilíbrio para as diversas situações do cotidiano.
3 – Bom Senso
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 9/31
3. O Bom Senso ou a Razão! René Descartes viveu na Idade Média, portanto acostumado à
autoridade eclesiástica. Possuidor de um espírito inquieto entregou-se a pesquisa das coisas
existentes no mundo de sua época, rejeitando as percepções dos sentidos e acaba por escrever
uma obra não doutrinária que tenta provar que o conhecimento só pode ser encontrado pelo uso
da razão. Ora, ao empregar o método de Descartes, imagina-se a possibilidade de viver em um
mundo perfeito. Um mundo desenvolvido, ao ponto da humanidade não se prostrar frente às
opiniões pré-concebidas e geradas em função da aplicação de suas diferenças políticas, sexo e
cor. Este mundo possível e ao mesmo tempo, distante e utópico, mostra-se na prancheta de
trabalho do filósofo, como o resultado da aplicação da razão, sobre o pensamento do homem,
resultando no desenvolvimento e no progresso da humanidade. Contudo, apesar de se tratar de
um processo eficiente, mais à vista do homem contemporâneo do que, àquele que vivia na idade
média, parece-me que a intenção de Descartes, em imprimir a obra em francês, para chegar a
todo e qualquer homem, alcançando assim o senso comum, não foi atingido nem mesmo nos dias
de hoje. Quantas guerras, embates, massacres religiosos, divergências políticas e sociais,
não se teria evitado ao longo da história da civilização, se a prática da investigação
científica, caracterizada pelo uso do bom senso ou da razão, tivesse sido o procedimento
normalmente adotado. Todavia, na ciência, este método resultou em boas conquistas: a
medicina, a física e a matemática, áreas de contribuição também de Descartes, experimentadas
por métodos empíricos e de investigação racional, trouxeram benefícios inigualáveis à
humanidade. Porém, no campo dos relacionamentos sociais, as opiniões e preconceitos ainda
fazem vítimas. Enquanto o homem não absorver a postura racional em seu comportamento, resta-
nos à aplicação das leis, como método de minimizar os conflitos, enquanto se pensa em um ideal
maior, que é a educação, a cultura, enfim, a instrução de todo e qualquer homem, com base, e,
neste caso específico, nas idéias e nos pensamentos do pai da filosofia moderna.
4. Razão e bom senso, um artigo de Fernando Henrique Cardoso: Apesar de parecer difícil
guardar otimismo e manter esperanças diante do quadro atual de crise financeira e desatinos
políticos, sempre se há de tentar construir um futuro melhor. Descartes dizia que o bom senso é a
coisa mais bem distribuída entre as pessoas. Em sua época, bom senso equivalia à razão. Na
linguagem atual corresponderia a dizer que o coeficiente de inteligência (QI) se distribui entre
todas as pessoas seguindo uma curva que se mantém inalterada no tempo, geração após
geração. Será? É possível e mesmo provável. Mas bom senso implica também inteligência
emocional e prudência ao tomar decisões. Não basta ser inteligente, é preciso ser razoável e
prudente para evitar que as paixões se sobreponham à razão. É preciso ter juízo... (Fonte:
Estadão, 07/04/2013).
5. Dez Mandamentos do bom senso: 1) Não se deixe seduzir pelos valores da cultura. 2) Não
se apaixone pelo dinheiro e pelas posses. 3) Não empregue um linguajar destrutivo. 4) Não julgue
os outros. 5) Não deixe a raiva controlar você. 6) Mantenha uma perspectiva positiva em relação à
vida. 7) Valorize o que as pessoas têm de melhor. 8) Seja impecável em sua honestidade. 9) Ajude
os necessitados. 10) Faça tudo com amor. (Hal Urban).
6. Máximas: Muitas vezes há mais bom senso numa única pessoa do que numa multidão. (Fedro).
- O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso
aprendem a sabedoria para o futuro. (Plutarco). - É mais fácil entrar em um problema do que sair
dele; o bom senso recomenda procurar a saída antes de entrar. (Esopo). - Bom senso é uma
dádiva, mas inteligência é uma aquisição. (Textos Judaicos). - Não consigo acreditar que o mesmo
deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los. (Galileu Galilei). - Os
sentidos lógicos: uma boca + dois ouvidos... Falar menos e ouvir mais... Resultado: Bom senso!
Na dúvida... Silencie! (Gênice Suavi).
MAÇONARIA
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 10/31
1. Peça de Arquitetura do Irmão Luiz Carlos da Fonseca de Mello: - Busquei e reli os nossos
Rituais, escritos por quem melhor compreendeu as coisas tangíveis e intangíveis da existência e,
em nenhum momento, se vê lá o vocábulo bom senso, desta forma explícita. Porém muito lá está
que, por vários caminhos a ele converge. Adultos que somos, quem de nós não acredita ter
bom senso? Pois que somos justos, probos e de bons costumes, como não admitirmos não
sermos depositários desta preciosa, porque necessária, qualidade? Entre as paredes do Templo,
sob a música indutora, afastada dos problemas da vida lá fora, sentados entre Irmãos que
escolhemos e que nos escolheram, somos a paz, a harmonia, a clareza de raciocínio, todas
somadas e divididas, e por isso, compartilhadas entre nós. Dentro do Templo ninguém sentirá
qualquer impulso que conduza ao mais leve desafio aos mandamentos do Senhor. Estamos,
nestes momentos, sintonizados perfeitamente com as leis da natureza, compreendemos e somos
compreendidos. Todavia, vivemos no mundo exterior, competitivo, mutável a cada momento,
gerador de angústias ou de sobressaltos, a nós e aos nossos. Incompreensões se nos avizinham,
pré-julgamentos por vezes nos vitimam. A isto tudo reagimos, porque, de outro modo, não seria
normal ou mesmo saudável. Estes, então, passam a ser os nossos momentos de vulnerabilidade e
de desafio. Aí então começa a necessidade do bom senso. O Aprendiz da Coluna B é instruído na
busca da razão, para que se afaste do erro. Talhará a Pedra Bruta, usando o Esquadro, emblema
da sabedoria, para que seu ajustamento na sociedade seja perfeito. No Pavimento de Mosaico nos
defrontamos com os contrastes, mas mantemos a compreensão. O Nível lembra que todos os
homens são iguais em direitos e deveres. O Prumo concita-nos a nos elevarmos acima das
mesquinharias. A Pedra, ao se tornar cúbica, simboliza a ausência dos preconceitos. Ipsis literis
dos Rituais: O sábio, o pensador se humilham sempre, quando na presença de uma. Verdade
que reconhecem ser superior à sua compreensão. Preferem o silêncio e o recolhimento.
Meditam. Dominar as paixões, fugir de todo o sectarismo, não ter demasiado apego às palavras,
às expressões, essas propostas lá numa página ou noutra, podem ser vistas nos Rituais que
semanalmente manuseamos. Algum de nós deixou de ouvir, no dia em que vimos pela primeira
vez a Verdadeira Luz gozar os prazeres da vida com moderação, não fazendo ostentação do bem
que frui? Eventualmente alguém se negou a afirmar, naquele mesmo dia, frente às palavras do
seu Venerável Mestre: jurais também manter-vos sempre cidadãos honestos e dignos, nunca
atentando contra a honra e a dignidade de ninguém? Das Leis Básicas, extraímos: deveis evitar
toda a discussão, toda a discórdia e todo propósito calunioso, toda maledicência. O Código Moral
Maçônico prescreve: Escuta sempre a voz consciência, evita as querelas, previne os insultos,
deixa que a razão seja o teu guia. Também está lá: Não te irrites com facilidade, porque a ira
repousa no seio do ignorante. E logo adiante: não julgues rapidamente as ações dos homens e
nem as reprove. Antes, procura sondar bem os corações para que possas apreciar a obra por eles
realizadas. E traz preciosos ensinamento para que possamos melhor entender a tolerância dentro
da fraternidade: Sê firme, sem serdes radical; severo, sem ser inflexível e submisso, sem ser
servil. A Maçonaria permite que venhamos a dar passos laterais, mas sempre voltando ao
caminho original, o da retidão dos propósitos e das ações. Ensina-nos ela como dominar nossos
sentimentos. Obriga-nos, quando elevados a Mestres-Maçons, a sermos exemplos aos
Companheiros e Aprendizes e além deles, à comunidade em que vivemos. Só assim
conseguiremos se mantivermos a coerência em nossos atos, qualidade prima-irmã do bom senso.
(Blumenau, 2005).
2. Cinzel: Na Maçonaria o Cinzel representa o bom senso na Investigação.
3. Rituais REAA (GLSC): (...) A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento
sem reservas, mas com discernimento (bom senso), porque está aberta a todas as compressões.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
DA BÍBLIA AO ALCORÃO: A MAÇONARIA ACEITA E UNE MAÇONS DE TODOS OS
CREDOS. O QUE É ECUMENISMO? DEÍSMO X TEÍSMO. A MAÇONARIA NASCEU
CRISTÃ E EVOLUIU EM FAVOR DE UMA IDEIA ECUMÊNICA? A MAÇONARIA É
UNIVERSAL
“A Maçonaria não é um credo ou seita religiosa, o maçom busca a sabedoria
contida em todos os Grandes Livros Sagrados reconhecidos pela Fé Universal, da
Bíblia ao Alcorão. Crendo que neles encontra, e sempre encontra os meios para
buscar e promover a felicidade neste mundo e aguardar a sua recompensa no
próximo. Portanto, a Maçonaria estará sempre com as suas portas abertas para
receber todos os Homens Livres e de Bons Costumes, sejam eles cristãos,
judeus, muçulmanos, budistas, etc., bons homens de todas as religiões que
verdadeiramente aspirem viver segundo a vontade de seu Criador. A Maçonaria é
uma filosofia e uma Fraternidade. Isto une todos os maçons através de um
místico de irmandade sincera e amor mútuo. Fé e trabalho, alma e corpo, coração
e mão estão sempre unidas entre os maçons, por isto, em todo lugar onde
trabalha, a Maçonaria levará Paz e Harmonia para Honrar o Criador e servir a
Humanidade. Os objetivos da maçonaria complementam e não contradizem as
crenças religiosas, como alguns de seus inimigos querem fazer crer. A Maçonaria
é uma fonte e uma poderosa força universal, que promove a melhora espiritual do
indivíduo e deste na sociedade.” (Trecho retirado do verbete “RELIGIÃO E
MAÇONARIA”, que conta no “Vade-Mécum Maçônico” de autoria do Irmão João Ivo
Girardi.)
INTRODUÇÃO
Sobre a afirmação, sempre que surge a oportunidade ou tema que remeta a um assunto
correlato, que a Maçonaria não é religião ou seita, mas, exatamente aquilo que pudemos ler no trecho
logo acima, ou seja, que é uma Filosofia e uma Fraternidade, sempre iremos deparar-nos com tais
comparativos. E o mais incrível de tudo é que se fosse religião, e partindo do pressuposto básico de
que as religiões enfatizam explicitamente o amor, a compaixão e a consideração pelos seres humanos,
o desenvolvimento e a prática das virtudes, ou que religião é para abrir o coração, é para estar próximo
do seu semelhante e estar próximo do Criador, então, se fosse, não seria algo digno de crédito, de
respeito e de tolerância?
Pois, infelizmente, não é bem assim. Acontece que o preconceito com o que é diferente, é
que move aqueles que fazem acusações gratuitas sem o mínimo conhecimento de causa, sem o
4 – Da Bíblia ao Alcorão: A Maçonaria aceita e une Maçons...
José Ronaldo Viega Alves
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mínimo pudor de expor o tamanho da sua ignorância, claro que, normalmente escondidos atrás de
siglas, de grupos radicais, ou do simples anonimato.
E fica difícil entender ainda, o porquê das religiões, todas elas, tendo pilares que incluem
a fé num Criador, a solidariedade, a caridade, o amor, além das tantas virtudes que são colocadas aos
seus seguidores para que sejam exercitadas ao máximo, ou o cumprimento de preceitos, de
mandamentos, tudo em nome das leis de Deus, ou ainda, falando de todos os seres humanos como
filhos de Deus, esqueçam tudo isso com muita rapidez, e sejam tão intolerantes para com aqueles que
professem credos diferentes, como soem ser as histórias que envolvem as relações inter-religiosas, e
onde, como é conhecido de todos, tem prevalecido o conflito e a discórdia.
Se os princípios que regem a Arte Real, tem sua fundamentação naqueles mesmos
preceitos de ordem moral que servem de pilares às religiões, se a Maçonaria promove e quer a união
dos bons homens, independente da fé que professem, se a Maçonaria (no mundo conflagrado onde
vivemos, muitos dos conflitos em andamento tem raízes religiosas) é tão progressista e esperançosa a
ponto de não contradizer suas crenças religiosas, pelo contrário, receber e abrigar a todos os homens
que aspirem viver conforme a vontade de seu Criador, homens desprovidos do sectarismo, de
fanatismo e do radicalismo, bons homens, a Maçonaria é sim uma fonte de melhorias para o indivíduo,
para a sociedade e para a humanidade.
Como Maçons que somos, devemos buscar o nosso aperfeiçoamento contínuo, seja no
campo social, no campo espiritual, respeitando e aceitando as tradições alheias, as crenças diversas,
pois, isso sim, fará com que uma humanidade mais pacífica, mais harmoniosa, mais solidária possa
emergir um dia.
O Dalai Lama, homem respeitado pelas suas posições na defesa de um entendimento
autêntico entre as religiões manifestou sua opinião no livro “Uma Ponte Entre as Religiões”, dizendo
que, quando os praticantes genuínos de duas tradições diversas se encontram, os mesmos são
capazes de reconhecerem um no outro as mesmas qualidades que eles buscam cultivar em sua fé de
origem, como se estivessem cada um deles, vendo o próprio rosto em um espelho.
A proposta implícita neste trabalho passa por mostrar a tolerância que a Maçonaria
demonstra e cultiva perante homens de todos os credos, de como a Maçonaria chegou a esse ideal, as
provas de um certo ineditismo no tocante a esse estágio alcançado, as várias influências que recebeu
ao longo da sua história das grandes religiões monoteístas, principalmente, e tem ainda a pretensão de
alargar os nossos horizontes com informações importantes de natureza filosófica, espiritual e histórica,
resumidamente, é claro, que as religiões preservam em termos de sabedoria, e que os Maçons devem
ter em mente a título de conhecimento, já que, conhecer outras culturas, sempre contribui para que
exercitemos a aceitação do outro. Ainda, sobre religiões, é bom saber que, sempre poderemos estar
aprendendo e colhendo o que de bom todas elas indistintamente tem a oferecer, até porque as suas
Verdades, em essência, convergem.
ECUMENISMO: UMA DEFINIÇÃO
De acordo com o “Dicionário...” de Champlin, a definição para “Ecumenismo” é a seguinte:
“Essa é uma palavra cunhada modernamente, com base no termo grego oikumenica, ‘coisas
relacionadas à terra habitada’(oikumenê). Esse vocábulo tem sido usado para designar tudo quanto
pertence ao mundo cristão (isto é, a Igreja em seu aspecto ecumênico, como coextensiva do mundo
habitado). (...)”
Em um dicionário comum, temos como sinônimo de ecumênico a palavra universal. Essa
definição é a que vai nos servir melhor.
Visto um sinônimo para ecumênico, ecumenismo, é o outro termo que vem na sequência,
e que vamos ficar sabendo do seu significado:
“ECUMENISMO s.m. Movimento que defende a união de todas as Igrejas cristãs numa só. Encicl. O
ecumenismo contemporâneo originou-se na conferência protestante realizada em Edimburgo (1910). O
Conselho Ecumênico das Igrejas (COE), criado em 1948, reúne grande número de Igrejas protestantes
e ortodoxas orientais. A partir do ConcílioVaticano II (1962), a Igreja Católica, por muito tempo alheia a
esse movimento, ampliou os contatos com outras religiões, recusando-se, porém, a tornar-se membro
do COE.”
COMENTÁRIOS:
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À primeira vista, dá para inferir que o termo ecumênico, assim como, o seu correlato
ecumenismo, são praticamente termos de propriedades dos cristãos, conforme as disposições acima.
Mas, será mesmo que essas palavras não podem ser reinterpretadas, tornadas maleáveis em seus
significados? Afinal, as palavras sofrem mudanças ao longo do tempo, e além do mais, não são
palavras muito recentes...
Por que dar um caráter tão exclusivista, tanta ênfase para um termo como sendo de
origem cristã?
Na realidade, se entendida, se interpretada com mais liberdade, sem radicalismos, ou
sem atender a essa de que ela é propriedade de alguns, ela adquire o seu real significado, o que ela já
vem incorporando, ou seja, ligada ao sentido de universalidade.
Pois, ecumenismo em tempos mais modernos, pode significar a união dos povos, pode
significar uma abertura, diálogo entre as religiões, busca de entendimento entre elas, e pode significar
aquilo tudo mais que achamos que pode significar quando se trata de aproximar as religiões e os seres
humanos.
De qualquer forma, e a título de ilustração, tem quem quebre alguns tabus: o Papa João
Paulo II, em 1986, organizou com muito sucesso o Encontro Inter-religioso de Oração pela Paz, em
Assis, na Itália. Muitos líderes religiosos compareceram naquela ocasião, para orarem pela paz
mundial, em uma só voz. O que ficou provado é que é possível os líderes religiosos conversarem entre
si, aceitando e respeitando as suas diferenças, o que para uns poderá parecer pouco, mas, se
considerarmos que para milhões e milhões de fiéis das religiões ali representados por seus líderes, o
fato de se reunirem para orarem juntos, com certeza, tem um efeito simbólico que fazem aqueles
momentos adquirirem magnitude impressionante. Mas, são atos que tem de ser repetidos...
MAÇONARIA E ECUMENISMO
De imediato, transcreverei, quase na íntegra, um pequeno capítulo que consta no livro
“Religiosidade e Maçonaria” de autoria do Irmão Pe. Aloísio Guerra, pois, em sua essência está contida
outra visão para o termo Ecumenismo e que serve também de suporte para compreendermos sobre as
diferentes abordagens que podem ser feitas:
“Quando eventualmente, sou convidado para algum chamado ‘culto ecumênico’ começo por esclarecer
que falar em ecumenismo é ‘propaganda enganosa’; chamemos de ‘Culto Inter-religioso’.
As religiões fazem de conta que aceitam a farsa do ecumenismo ou acham que enganam
os incautos, dizendo aceitarem-se mutuamente. Na verdade, repetem erros anteriores ao cristianismo.
Quando Jesus falou em amar o próximo (Lc 10, 25-37), os judeus perguntaram quem seria o próximo.
Isto porque, ‘próximo’ para um judeu, era outro judeu.
Exatamente o que acontece com as religiões que, de uma maneira disfarçada, se odeiam
entre si. De nada adiantará adocicar a palavra ódio. Ele é, mesmo veladamente, real. Para cada
religião, ‘próximo’ é todo aquele que professa a mesma crença. Isto quer dizer, as religiões regrediram
mais de 2.000 anos.
Amados Irmãos é, no mínimo, curioso, observar que, enquanto as religiões brigam, são
concorrentes entre si, a Maçonaria congrega todas as religiões ecumenicamente, no mútuo e fraternal
respeito. Na Maçonaria existem Padres e Pastores de várias denominações. Quem é católico se torna
um católico melhor, assim como o evangélico ou espírita.
A Maçonaria não é uma religião, pois não tem sacrifícios, nem sacramento, nem teologia.
Ela aceita e acata todos os credos. E aceita também que não está ligada à religião alguma. Exige
apenas que se acredite no Ser Supremo, no Deus único, aqui chamado de Grande Arquiteto do
Universo. Assim sendo, ela é uma entidade religiosa (sem, contudo, ser confessional), como é uma
entidade política (sem ser político-partidária).
Quem acusa ou escreve contra a Maçonaria, ou o faz por ignorância ou má-fé.
Raríssimas entidades são tão sérias, são tão dignas de crédito quanto a Maçonaria. Sua simbologia é
muito rica e ele luta pelo aperfeiçoamento do cidadão. Os Maçons podem ser chamados de
‘construtores sociais’. (...)”
COMENTÁRIOS:
Bem, sobre o que acabamos de ler, poderemos concordar em parte, ou concordar com o
todo, mas, o que fica disso tudo é que, se os líderes religiosos e os seus seguidores não acreditarem
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 14/31
na idéia, não se munirem de boa-vontade, se envolvendo sempre com picuinhas, no meio do caminho,
nada vai acontecer, nenhum progresso se fará notar.
O objetivo aqui não é polemizar, fazer apologia de alguma religião em particular e muito
menos fazer um comparativo delas. Todas devem ter suas virtudes, senão não poderiam ser chamadas
de religiões, em cuja raiz está o “religare”. O objetivo é até muito simples: mostrar que, embora, todas
as religiões em seus fundamentos básicos guardem muito em comum, se aproximem, ou que mesmo
tendo sido erguidas sobre pilares do mesmo tipo de cimento, elas não caminham lado a lado. Tem um
momento depois, “uma pedra no meio do caminho’, que faz com que elas ao desviar da pedra, se
afastem mais e mais, e que o ecumenismo, ou diálogo inter-religioso, ou outro nome que queiramos
adotar, não importa, se revela a única e urgente alternativa de futuro. O objetivo também é mostrar um
pouco, das religiões principais, algumas das suas máximas, dos seus ensinamentos guardados, e até
naquilo que se diferenciam, mas, com o intuito que aprendamos a conhecer e a respeitar essas
diferenças. Mostrar que a Maçonaria, mesmo não sendo uma religião, tem muitos dos seus
ensinamentos baseados nelas, ou que, ao contrário do que ficou implícito no aspecto dos
distanciamentos existentes entre elas, a Maçonaria consegue sim, abrigar membros de todos os credos
sob a abóbada de seus templos. Aliás, poderíamos denominar o que a Maçonaria consegue de ideal
ecumênico?
MAÇONARIA: ESPAÇO TANTO PARA OS DEÍSTAS COMO PARA OS TEÍSTAS
A Maçonaria passou por alguns estágios, e no que tange ao seu reconhecimento de que
existe um Princípio Criador, cada um tem a liberdade para defini-lo como melhor achar, sem que, isso
implique em criar exatamente um conceito maçônico de Deus. Num primeiro momento, quando da
Maçonaria Operativa, havia uma tendência flagrantemente teísta, pois, havia a influência direta do clero
religioso. Por conseguinte, havendo a proteção clerical, ficavam seus membros submetidos à influência
religiosa, em particular da Igreja Católica. A partir de 1717 essa tendência se modificou, por força dos
acontecimentos, se consubstanciando como anglicana ou o que poderia se chamar de protestante-
deísta. Todas essas fases, com o tempo foram se atenuando no que se refere às influências mais
diretas. Hoje, não existe mais uma obrigação do Maçom praticar a religião oficial, digamos assim, do
país em que ele habita, aliás, hoje não há mais nenhuma espécie ou resquício de imposição ao Maçom
sobre a religião que ele deve professar. Uma religião que o ensine a ser bom, a ser justo, a ser
virtuoso, a venerar um Criador Supremo, e seja com o nome que Ele possuir, isso é o que a Maçonaria
exige do Maçom.
Para conhecer um pouco da história da Maçonaria com referência as suas influências
religiosas e antes de mergulharmos para saber como ela chegou ao conceito do G.’A.’.D.’.U.’., vou
transcrever um trecho bastante esclarecedor do livro “La Saga de Los Masones”, mas, antes, vamos
relembrar em rápidas palavras o que é deísmo e o que é teísmo, em definições bem sucintas, aliadas a
alguns comentários:
DEÍSMO – Doutrina religiosa que crê na existência de Deus, mas que rechaça toda revelação.
TEÍSMO – Doutrina que afirma a existência de um único Deus criador do universo.
COMENTÁRIOS:
Dentro do contexto maçônico, e numa referência direta às transformações pelas quais ela
passou, o Teísmo seria a vinculação direta com as predominâncias religiosas existentes em seu seio, o
que conforme já ventilamos, vai implicar no cristianismo em primeira instância. No entender do Irmão
Xico Trolha, foi para eliminar esse Teísmo que estava vinculado à maçonaria que os reverendos James
Anderson e John Theophilo Desaguliers escreveram a sua proposta inserida na Constituição de 1723,
através da Primeira Obrigação, em sua parte I – Concernente a Deus e à Religião:
“Um Maçom fica obrigado, por ocasião de sua iniciação, a obedecer as leis morais e, se ele entender
bem a Arte, ele nunca será um Ateu estúpido e, nem tampouco, um libertino irreligioso. Porque desde
os tempos imemoriais, os maçons eram obrigados, em todos os países, a seguir a religião da maioria
de seu país de origem, qualquer que ele fosse; mas atualmente, o Maçom só é obrigado a ter aquela
religião em que todos, ou a maioria concorda. Guardando para si, as suas opiniões próprias. Isso quer
dizer que o Maçom deve ser um homem bom e verdadeiro e, de muita honestidade e honrado. Mas
qualquer que seja a denominação de suas crenças, pelas quais ele possa se distinguir onde quer que
esteja; a Maçonaria deverá ser sempre o Centro de União e o meio pelo qual ele possa conseguir a
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Verdadeira Amizade entre as pessoas. Isso quer dizer que as opiniões pessoais – religiosas e políticas
– nunca devem ser ventiladas, emitidas.” E o Irmão Xico Trolha arremata: “Aqui começa o Deísmo.”
Para conhecimento dos Irmãos, os ritos mais conhecidos, na atualidade se configuram
assim, conforme o “Vade-Mécum Maçônico”, do Irmão João Ivo Girardi:
“O mais teísta de todos os ritos é o chamado de Rito de York, e na sequência, o R.E.A.A., professado
por todas as Grandes Lojas do Brasil. O Rito Adoniramita, embora exija a crença no Grande Arquiteto
do Universo e haja num juramento sobre a Bíblia, não deixa de, na sua filosofia metafísica, tender para
um deísmo brando, semi-velado. O Rito Francês ou Moderno é deísta. O Rito Schoereder é teísta. (CII
2º IA).”
E agora sim, passemos às informações constantes no livro “La Saga de Los Masones:
“En el espacio de la francmasonería, esse Diós creador, abstraído de cualquier revelación, podia
convenir tanto a los deístas como a los teístas, sean estos últimos cristianos (católicos o protestantes),
judíos o musulmanes. Dando por sentado que cada cual consevaba, para si, sus proprias convicciones
religiosas, pues las Constituciones de Anderson prohíben cualquier discusión teológica o política en el
seno de las logias. Sin embargo, el deísmo latente en estos textos fundacionales de la francmasonería
moderna, que hacían pocas referencias explícitas a la religión cristiana, suscitó resistencias en
Inglaterra, en el seno de la francmasonería. Acabaron siendo incluso un conflicto entre ‘Antiguos’,
agrupados en torno a la logia deYork, que se instituyen como Gran Logia em 1725, y ‘Modernos’ de La
Gran Logia de Londres, fundada en 1717.
Los primeros reprochan, especialmente, a los segundos, haber abandonado las plegarias
y descristianizado los rituales heredados de los Antiguos Deberes (Old Charges) de los francmasnes.
En un intento de apaciguamiento, las Constituciones de 1723 se modifican en 1738 para acompañar la
creación de la Gran Logia de Inglaterra. Las obligaciones, referente a Dios y a la religión, estipulan que
un ‘masón está obligado por su compromiso a observar la Ley moral o verdadero noaquita’. Es decir,
como discípulo de Noé, cuya religión Newton consideraba como la más antigua e la más universal. Así,
según las Constituciones de 1738, la religión en la que todos los hombres están de acuerdo descansa
sobre ‘los tres grandes artículos de Noé’ (prohibición de la idolatria, de la blasfemia y del crimen). Lo
que constituye un recordatorio de la filiación bíblica de la francmasonería.
Pero esta inflexión de los ‘Modernos’ no calma las oposiciones. En 1753, los ‘Antiguos’
crean la Gran Logia de los Francos y Aceptados Masones de la Antigua Institución para preservar el
arraigo cristiano de la francmasonería y fortalecer sus vínculos con la Iglesia anglicana. Un masón –
precisan sus Constituciones – está obligado por su compromiso a creer firmemente y a adorar
fielmente al Dios eterno tanto como las enseñanzas sagradas que los dignatarios y Padres de La
Iglesia han redactado... El cisma solo finalizará en 1813, con la reunión de los ‘Antiguos’ y los
‘Modernos’ en el seno de la nueva Gran Logia Unida de los Antiguos Francmassones de Inglaterra. Por
fin, las posiciones de unos y otros se han aproximado, prevaleciendo sin embargo el teísmo sobre las
tendencias deístas. Esta reunión no lleva a una recristinización de los rituales. Pero el primer artículo
de las Oligaciones de 1732 es retomado en el sentido de um teísmo más personal. En adelante, el
masón se convierte en aquel que ‘de todos los hombres {...} mejor debe comprender que Dios no ve
como el hombre ve, pues el hombre mira las apariencias exteriores, pero Dios mira el corazón.’ Se
afirma también que ‘sea cual sea la religión de un hombre o su modo de adorar, no es excluído de la
Orden siempre que crea en el glorioso Arquitecto del Cielo y de La Tierra, y practique los sagrados
deberes de la Moral.’
O LANDMARK XXI DA LISTA DE MACKEY E ALGUMAS PARTICULARIDADES SOBRE O LIVRO
DA LEI
O Landmark XXI, dos que foram coligidos pelo Irmão Albert Mackey diz assim:
“XXI – É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que, conforme a
crença, se supõe conter a Verdade Revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a
Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus Membros, esses Livros podem
variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark, que o Livro da Lei seja parte
indispensável dos utensílios de uma Loja.” (Pág. 335, do “Vade-Mécum Maçônico)
LIVRO DA LEI: 1. Também chamado Livro Sagrado, da Sabedoria. Diz-se do volume colocado sobre
o Altar dos Juramentos. Para os cristãos, a ‘Bíblia’; para os judeus, o ‘Talmude’ ou o ‘A.T.’; para os
muçulmanos, o ‘Alcorão’; para os adeptos do bramanismo, os ‘Vedas’; para os mazdeístas ou
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seguidores de Zaratustra, o ‘Zend-Avesta’. (...)4. Histórico: o mais antigo texto conhecido que
menciona expressamente o Livro da Lei como uma das Três Grandes Luzes é de 1760, mas é evidente
que não foi uma inovação, pois, na época da Maçonaria Operativa, uma obrigação puramente leiga
seria simplesmente inconcebível. De acordo com os costumes medievais é, contudo, possível que o
juramento fosse prestado sobre ‘relíquias’, mas o seu caráter religioso permanecia o mesmo. O
Manuscrito Nº 1 da Grande Loja (1583) menciona a Bíblia como um objeto essencial do mobiliário de
uma Loja. Bernard Jones em seu ‘Guia e Compêndio do Franco-Maçom’ (1685) cita no mesmo sentido.
Uma alusão irrecusável é, enfim, a contida em 1783 na bula ‘In Iminenti’ de Clemente XII, a propósito
do juramento maçônico: ‘Em virtude de um juramento estrito prestado sobre a Santa Bíblia’. Esta regra
foi abandonada em 1877 pelo Grande Oriente, quando ele baniu de sua constituição a menção do
Grande Arquiteto do Universo. A Grande loja da França considerou o Livro Sagrado como facultativo
até 1953, data em que o restabeleceu, após intermináveis discussões internas. Diferentemente da
Maçonaria regular, ele considera-o apenas um símbolo, e não a ‘Vontade Revelada’ de Deus. Existem
Lojas compostas exclusivamente de muçulmanos na Ásia e na África. O seu Livro da Lei é,
naturalmente, o Alcorão. 5. (...)’O L.’. da L.’. é o Livro Sagrado de cada religião, onde os crentes
julgam existir as verdades pregadas por seus profetas. Assim, o juramento deve ser prestado sobre o
Livro Sagrado da crença do iniciado, pois, pelos princípios básicos da Maçonaria, deve haver o máximo
respeito à crença religiosa de cada um’. (R)” ( Pág. 355, do “Vade-Mécum Maçônico”)
COMENTÁRIOS:
Atentem para a última frase da definição que foi transposta acima: “o juramento deve ser
prestado sobre o Livro Sagrado da crença do iniciado, pois, pelos princípios básicos da maçonaria,
deve haver o máximo respeito à crença religiosa de cada um.”
Baseado no exposto, podemos então dizer que a Maçonaria consegue lidar melhor com a
pluralidade religiosa, e consegue também, como ninguém, tornar prática a convivência entre os seres
humanos que praticam religiões diferentes?
Antes de responder, não podemos deixar de levar em consideração as características do
nosso país. É um país de maioria cristã, os Maçons são em sua maioria cristãos, e aqui temos uma
grande particularidade: o sincretismo religioso.
A Maçonaria como organização é perfeita e consegue materializar a ideia de união e de
fraternidade entre os seus membros. O que vem em decorrência é a aceitação. Para a Maçonaria
existe um Princípio Único, que se convencionou chamar de Grande Arquiteto do Universo. O Maçom,
independente da sua religião em particular, se reúne para trabalhar em prol da humanidade,
concomitantemente honrando esse que é o Grande Arquiteto do Universo.
QUEM É O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO?
O Irmão Kennyo Ismail, em seu livro “Desmistificando a Maçonaria” tem uma boa
resposta:
“A Maçonaria tem como princípio a crença num Ser Supremo, ao qual denominamos Grande Arquiteto
do Universo. Mas qual seria esse Deus da maçonaria, o GADU? Afinal de contas, existem tantos
deuses, com tantos diferentes nomes e tantas diferentes qualidades. Qual seria o verdadeiro?
Se a Maçonaria aceita e possui membros de qualquer religião, qual o Deus presente no
altar maçônico? Ou se trata de um Deus específico, o Deus da Maçonaria, e todos ali estão renegando
seus próprios deuses? Seria então a Maçonaria uma religião? Isso seria um prato cheio para os
fanáticos.
Quando vários maçons estão presentes diante do Altar de um templo maçônico, onde se
vê o Livro Sagrado de uma ou mais religiões, além do Esquadro e do Compasso, eles realizam uma
breve oração. Ali estão católicos, protestantes, muçulmanos, espíritas, budistas, judeus, etc. Eles estão
um do lado do outro, como Irmãos. E ali, diante do Altar da Maçonaria, só há duas opções de
entendimento ao Irmão: ou eu estou orando para Deus verdadeiro, e aqueles Irmãos que professas
outras crenças estão orando para falsos deuses; ou nós estamos todos orando para o mesmo Deus, o
Criador do Universo, visto de forma diferente conforme as peculiaridades da religião e crença de cada
um.
É evidente que o entendimento do verdadeiro maçom é a segunda opção. Ora, se você
chama o maçom que está ao seu lado de Irmão, isso significa que você acredita que ambos nasceram
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do mesmo Pai, foram feitos pelo mesmo Criador, independentemente da fé professada. (...) Os homens
deram nomes ao GADU conforme suas línguas e culturas. Eles apontaram qualidades ao GADU
conforme as histórias de seus povos e a pregação de seus profetas. O único ponto comum em todas
as religiões é esse: a existência de um Ser Supremo, Criador do Universo. Se as diferenças na fé
sempre foram combustíveis para preconceitos, tiranias, atritos e guerras, então apenas o comum pode
servir para unir os homens como irmãos. Maçonaria é isso: ciente da dualidade das forças e
respeitando as diferenças, investe no que há de igual nos homens de bem em busca da felicidade da
humanidade.”
DA IMPORTÂNCIA DE TER UMA RELIGIÃO
Alguns excertos que faço do livro do Dalai Lama, que já foi citado, darão com certeza,
uma visão sobre a importância de ter uma religião:
“Todas as religiões concordam quando à necessidade de controlar a mente indisciplinada que nutre o
egoísmo e outras fontes de problemas. E cada uma delas, a seu modo, ensina um caminho que
conduz a um estado espiritual pacífico, disciplinado, ético e sábio, e, assim, ajuda os seres vivos a
evitar o sofrimento e obter a felicidade.”
“Apesar do imenso progresso das condições materiais no mundo todo, o sofrimento persiste. Aflições
como ganância, raiva, ódio e inveja, que estiveram na base de boa parte de nosso tormento milhares
de anos atrás, continuam a nos inquietar até hoje. A menos que aconteça uma mudança radical na
natureza humana num curto intervalo de tempo, essas aflições ainda nos atormentarão por muito
séculos. Os ensinamentos de cada uma das grandes religiões do mundo, a sua maneira particular,
foram e continuarão a ser um recurso espiritual para se contrapor aos efeitos dessas aflições. A
religião, portanto, permanece relevante e terá um papel importante na sociedade humana no horizonte
do futuro previsível. Acima de tudo, as religiões inspiraram o fluxo de compaixão e grandes atos de
altruísmo com efeitos que revoaram na vida de milhões. Assim, tanto pela perspectiva da paz mundial
como para nutrir o potencial benéfico da religião no mundo, as tradições de fé precisam encontrar um
caminho de se relacionar entre si com aceitação mútua e respeito sincero.”
“Em vez de ressaltar o histórico de divisão dentro das religiões, os não religiosos devem reconhecer os
papéis construtivos e positivos que as religiões tem desempenhado no desenvolvimento da cultura
humana, da filosofia e da transmissão do conhecimento. Também nas áreas de justiça social e
liberdade (...), as significativas contribuições das tradições de fé não podem ser ignoradas. Muitas
vezes, os secularistas identificam a convicção religiosa com uma falta de conhecimento científico e
consideram que, com o progresso do entendimento racional, a fé religiosa gradualmente desaparecerá.
Mas isso se apoia em uma premissa falsa. Enquanto a natureza humana permanecer como é, com
suas necessidades e múltiplas aflições de apego, aversão, orgulho e ilusão que estão conosco desde
que se tem memória, as religiões continuarão a ser relevantes.”
APRENDENDO SOBRE ALGUNS DOS ENSINAMENTOS ESSENCIAIS DAS RELIGIÕES
As leituras referentes aos livros sagrados de outras religiões, ou de estudos sobre as
mesmas, ou ainda, de filosofia das religiões, etc., farão com que as conheçamos melhor e possamos
retirar delas o que possuem de mais sábio e de mais útil para o nosso dia a dia. Sempre é tempo de
aprendermos mais, desde que estejamos com a mente aberta, livre de preconceitos, e todas elas tem
muito a ensinar.
Para ilustrar o que acabo de dizer, vou utilizar-me de mais algumas passagens desse livro
que nos ensina, e ao mesmo tempo, nos faz refletir sobre como é bom e agradável vivermos em paz
com toda a humanidade. Se considerarmos que somos todos filhos do mesmo Deus, se nos
conscientizarmos que somos todos irmãos perante Deus, o Salmo 133 é muito ecumênico em sua
essência!!!
DO BUDISMO:
“Ao alcançar um profundo discernimento pessoal da natureza fundamental da existência humana, o
Buda possibilitou que outros compartilhassem de sua iluminação ensinando o caminho. Ele declarou
que o sofrimento é nossa realidade, que o sofrimento tem uma origem no carma e nas aflições, que há
uma possibilidade de cessação do sofrimento e que existe um caminho que conduz a tal cessação.
Para essa constatação do Buda foi fundamental enxergar claramente que tudo o que fazemos ou
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pensamos cria a realidade psicológica em que vivemos _ nossa sensação de felicidade ou de dor -, e
isso, por sua vez, gera o padrão de nossas ações e pensamentos.“
12º ÉDITO, IMPERADOR ASOKA, ÍNDIA. (ANTES DA ERA COMUM):
Dá uma mostra do histórico de tolerância da Índia, em relação à diversidade religiosa:
“O Amado dos Deuses (o rei) não considera que presentes ou honras sejam tão importantes quanto o
avanço da doutrina essencial de todas as seitas. Esse progresso da doutrina essencial pode assumir
muitas formas, mas sua base é o controle do que se fala de modo a não exaltar a própria seita ou
depreciar a de outro em ocasiões inadequadas, ou pelo menos fazê-lo brandamente em certas
ocasiões. Em todas as situações, é preciso honrar a seita do outro homem, pois, fazendo-o, aumenta-
se a influência da própria seita e beneficia-se a do outro homem; ao passo que, não fazendo assim,
diminui-se a influência da própria seita e prejudica-se a do outro homem. Novamente, quem quer que
honre a própria seita ou deprecie a de outro homem, totalmente por devoção a sua, com vista a
mostrá-la sob uma luz favorável, prejudica sua própria seita ainda mais seriamente. Portanto, a
concórdia deve ser recomendada, para que os homens possam ouvir os princípios uns dos outros...”
DO HINDUÍSMO:
“O hinduísmo ensina que os seres humanos estão sujeitos a uma série de metas na vida. De modo
geral, somos criaturas que buscam o prazer, e a busca pela satisfação desse desejo mantém nossa
natureza no nível mais básico. No entanto, também buscamos sucesso mundano como riqueza, fama e
poder, e para muitos essas são as metas primárias da vida. Se ficarmos em qualquer um desses dois
níveis, lembra-nos o hinduísmo, permanecemos apenas no caminho do desejo. O potencial da vida
humana é maior do que a obtenção de sucesso mundano e a gratificação dos sentidos. Com efeito,
para viver de fato o potencial de uma vida humana, precisamos transcender o caminho do desejo e
movermo-nos além dele, para um caminho de renúncia. Este é chamado de darma, ou o caminho da
verdade.”
DO CRISTIANISMO:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amos sou apenas um bronze
que soa ou um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia e pudesse conhecer todos os
mistérios e toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé aponto de mover montanhas, se não tiver amor
eu não sou nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos pobres e entregasse meu corpo
às chamas, se não tiver amor isso nada me adianta. O amor é paciente, o amor é bom. Ele não inveja,
não se ostenta, não é orgulhoso. Ele não é rude, não busca seu próprio interesse, não se irrita com
facilidade, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Ele sempre protege, sempre confia, sempre espera, sempre persevera. O amor jamais falta. (I
Coríntios, 13:1-8)
SOBRE O ISLAMISMO
“Historicamente falando, alguns dos momentos mais abertos e pluralistas da cultura mundial ocorreram
sob o domínio islâmico. Quer se pense na Espanha da Idade Média,no Califado de Bagdá ou na Índia
de Akbar. A cultura literária e o aprendizado científico floresceram ao lado de uma notável tolerância
pela multiplicidade religiosa. Não foi só por fontes árabes que o Ocidente veio a redescobrir sua
herança filosófica grega, como essas mesmas fontes enriqueceram imensamente o entendimento da
matemática e da astronomia no budismo indiano e tibetano. A percepção do islamismo como estreito,
intolerante e mesmo aberto ao terrorismo é falsa e uma consequência muito infeliz do 11 de setembro.
Tomar os atos insanos de um grupo desorientado como representativo de qualquer outra coisa que não
a degradação moral deles próprios é fazer uma generalização que, simplesmente,não tem base. “
SOBRE O JUDAÍSMO
“Uma das primeiras coisas que ouvi sobre os judeus foi a ideia de que eles são um povo escolhido.
Inicialmente, achei que isso devia ser análogo à idéia tradicional de o povo tibetano ter sido
especialmente escolhido por Avalokiteshevara, o Buda da Compaixão, que prometeu cuidar do povo da
Terra das neves. No entanto, quando meu amigo Hudson Smith, que me visitou pele primeira vez em
Dharamsala no final da década de 1960, explicou com maior profundidade o significado dessa noção
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judaica de ser escolhido, fiquei muito impressionado. Smith me disse que, durante o exílio dos judeus
na Babilônia, desenvolveu-se uma profunda interpretação do sofrimento judaico, que aparece na Bíblia
na última parte do Livro de Isaías. De acordo com essa narrativa, ser escolhido por Deus significa
carregar o peso do sofrimento humano e indica que, pelo sofrimento do povo judeu, a redenção de toda
a humanidade pode ser alcançada. Isso representa um ideal extraordinariamente altruísta. Enquanto
no cristianismo a redenção do mundo é colocada nos ombros de um só homem, ainda que seja o Filho
de Deus, no judaísmo um povo inteiro assume para si essa responsabilidade. (...)”
COMENTÁRIOS:
Os excertos precedidos de “do” e “sobre” são a opinião de um dos homens mais sábios
da atualidade, que é o Dalai Lama. Como frisei anteriormente, o propósito aqui não é fazer apologia de
nenhuma religião, mas, evidentemente através das passagens acima, aleatórias, é possível perceber o
quando um ser humano pode dispor de si, no que tange a exercitar sua tolerância, sua compaixão e
seu amor com o simples objetivo de entender o outro. Com certeza, em algumas dessas passagens,
detectamos sensivelmente a visão budista do autor do livro, o que não impede em nenhum momento
de entendermos o sentido exato do que ele diz, e afinal, o budismo tem um verdadeiro cabedal de
sabedoria acumulada, pois, é uma das religiões mais antigas.
Com isso posto, cabe ao Maçom sempre fazer leituras mais aprofundadas, pois, quanto
mais nos dispusermos a conhecer o outro, menos ele parecerá diferente. Somos todos filhos desse que
para nós tem o nome de Grande Arquiteto do Universo.
E ainda, tenhamos em mente, o seguinte:
“Embora as religiões do mundo possam diferir fundamentalmente entre si em suas concepções
metafísicas, no que se refere a seus ensinamentos sobre a prática efetiva da ética há uma grande
convergência. Todas as tradições de fé enfatizam um modo de ser virtuoso, a purificação da mente de
pensamentos e impulsos negativos, a prática de boas ações e a adoção de um vida significativa.”
E SOBRE A DITA UNIVERSALIDADE DA MAÇONARIA?
O Irmão Kennyo Ismail, no seu livro citado anteriormente, faz a pergunta: “Primeiro o que
é universal? Significa que abrange todos os indivíduos, sem distinção de raça, credo, nacionalidade ou
classe social. Então, a Maçonaria é universal?
Na sequencia o Irmão Kennyo cita o Landmark XIX de Mackey: “A crença no Grande
Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa crença é
impedimento absoluto e irremovível para a Iniciação.”
Prossegue o Irmão Kennyo: “Esse importante Landmark de nossa instituição exclui os
ateus e os agnósticos, visto que o primeiro não acredita em um Ser Supremo, enquanto o segundo
acredita que é impossível concluir que realmente existe ou não um Ser Supremo.”
Prosseguindo com o raciocínio do Irmão Kennyo, vem o Landmark de nº XX:
“Subsidiariamente à crença em um ENTE SUPREMO, é exigida, para a Iniciação, a crença numa vida
futura.”
E comenta logo após: “Esse Landmark se refere ao dogma da imortalidade da alma,
presente na Maçonaria, e, como todo dogma, é um preceito fundamental e indiscutível. Com base
nesse dogma, mesmo aqueles que acreditam em um Ser Supremo, mas não crêem na imortalidade da
alma, são incompatíveis com a Iniciação na Maçonaria.“
E finaliza: “É importante ressaltar que existem algumas religiões que são adeptas do
‘aniquilacionismo’, que é a crença de que a alma é mortal e cessa com a morte do corpo que a
hospeda. Entre os cristãos que defendem essa teoria estão as Testemunhas de Jeová, os Adventistas
do Sétimo Dia e a Igreja Mundial de Deus. Já entre os judeus estão os Karaim. Observando isso, pode-
se concluir que, com base no quesito crenças, a Maçonaria não é tão universal como se denomina.
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Porém, entre aqueles que acreditam em um Ser Supremo e na imortalidade da alma, ela realmente
está aberta, sem distinções de religiões, raça, nacionalidade ou classe social.”
Respeitando e admirando sempre a capacidade do Irmão Kennyo Ismail de levantar
críticas, sempre bem fundamentadas, ou questões sobre as quais não nos ocorreu pensar, e a partir
daí oferecer novos ângulos de interpretação aos seus leitores, destaco a visão por outro ângulo e
ancorada na espiritualidade do Irmão e escritor argentino Jorge E. Sanguinetti, em seu livro
“Espiritualidad Y Masonería”:
“La Masonería se precia de no adherir a ninguna doctrina ni filosofia particular, y de acoger en su seno
a todos los hombres, sin distinción de creencias: es decir, congrega a todos los ‘hombres buenos’,
como dicen sus Antiguos Deberes, y se propone entonces como ‘el centro de unión y el feliz medio de
unir a personas, que de outro modo, hubieran permanecido perpetuamente desconocidas entre sí.
Una espiritualidad masónica, entonces, no será comprensible sin tener en cuenta ese
universo humano, de tan amplio espectro de ideas y criterios, que se congrega bajo el signo de la
fraternidad, la tolerancia y la perpetua búsqueda del perfeccionamento humano.”
CONCLUSÃO
A Maçonaria ao longo da sua trajetória buscou a essência contida nos livros sagrados e
se espelhou nesses tesouros da sabedoria e da espiritualidade para propiciar aos seus membros, os
ensinamentos que homens de bons costumes devem assimilar e praticar para cumprir a nobre missão
de melhorar o mundo em que vivemos.
A Maçonaria é sem dúvida a organização em que independente da crença ou da fé
individual, de cada Maçom, faz disso um diferencial com o propósito de integrar os mesmos e não
desunir. A Maçonaria, portanto, pode ser transformada num exemplo claro de aceitação do outro e de
fraternidade.
A verdade é que toda e qualquer iniciativa de parte dos líderes religiosos em favor de uma
aceitação das demais religiões, da pluralidade religiosa, do ecumenismo, vai exigir de todo
indistintamente uma palavra que não é propriedade maçônica, mas, pela importância que os Maçons
atribuem a ela é como se fosse: tolerância. A partir daí, o resto pode ser construído aos poucos.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“Maçonaria, organização ecumênica” – Artigo do Irmão João Anatalino – Disponível em:
WWW.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar...
“Significado Ecumenismo” – Disponível em: WWW.significado-definicao.com/ecumenismo
Livros:
CHAMPLIN, R.N. “Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volume 2 – Hagnos Editora – 9ª Edição –
2008
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – VOLUMES 7, 8 e 22 – Editora Abril
S/A - 2006
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade –Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
GUERRA, Aloísio. “Religiosidade e Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2006
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros - 2012
LAMA, Dalai. “Uma Ponte Entre as Religiões” – Martins Editora Livraria Ltda. 1ª Edição – 2015
LENOIR, Frédéric & ETCHGOIEN, Marie-France. “La Saga de Los Masones” – Ediciones B – 1ª
Edición – 2010 – Barcelona – España.
SANGUINETTI, Jorge E. “Espiritualidad y Masonería” – Editorial Kier – 1ª Ed. 2ª Reimp. Buenos Aires,
Argentina.
TROLHA, Xico. “A Descristianização da Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição -
1997
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MENSAGEM DO DIA - MAÇONARIA EM GOTAS (XVI)
Valdemar Sansão
Dia 16 de janeiro
MAÇONARIA SIMPLIFICADA
A Maçonaria é, na Terra, a única instituição capaz de levar
o homem ao domínio da paz, da ordem e da felicidade
para concorrer à construção moral mais pura da
Humanidade.
Homem – Ser racional composto de corpo, alma e espírito.
Criado por Deus, sua principal missão é refletir-lhe a glória e a
majestade. O homem é a obra-prima das mãos divinas. O homem é a mais notável e soberana das
criaturas que Deus chamou à existência. Embora muito limitado quanto ao tempo e ao espaço,
comunica-se através do espírito com o Criador; por intermédio do corpo, exprime-se para fora de si;
por meio de sua alma (ou mente) elabora os problemas mais difíceis e raciocínios cada vez mais altos
e intricados; sua compulsão para o saber não tem limites. Alguma coisa de eternamente belo e
admirável existe no homem, quando perscrutando seus instintos morais vemo-lo, através das luzes da
razão e sãs aspirações, senhor de seus destinos sociais. Encaramos o homem não como um ser
degenerado, preso à terra pelo egoísmo de seus sentimentos, rastejando no circulo dos preconceitos e
seguindo servilmente os velhos erros hereditários, mas como um ser superior aos demais, usando
conscientemente seus deveres e seus direitos, para chegar ao apogeu da perfeição a que é destinado.
O homem simples – A simplicidade é um estado de espírito. Reside na intenção central que nos
anima. Um homem é simples quando a sua mais alta preocupação consiste em querer ser o que deve
ser, isto é, simplesmente um homem. O ideal humano consistiria assim em transformar a vida em bens
maiores que ela própria. Pode comparar-se a existência a uma matéria prima. O que ela é importa
menos que o que dela se tira. Como em uma obra de arte, o que nela se deve apreciar é o que o artista
lhe soube dar. A pedra bruta é transformada (polida) e levada a um grau superior. Não malbarate a sua
vida; emprega todos os esforços para que ela frutifique. Acostume-se a dá-la para impedi-la de se
perder. A verdadeira vida consiste em realizar os bens superiores que são a Justiça, o Amor, a
Verdade, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, a energia moral na nossa atividade quotidiana,
qualquer que seja o lugar deles e a forma exterior. E essa vida é possível nas mais diversas condições
sociais, e com os dotes naturais mais diferentes. O que constitui o valor da vida, não é a fortuna nem a
superioridade pessoal, mas o partido que da mesma vida tiramos. O brilho como a duração não
aumentam tal valor: o que é importante é a qualidade.
Será preciso dizer que não é sem esforço e sem luta que o homem se eleva a este ponto de vista?
O espírito de simplicidade não é um bem que se herda, mas sim o resultado de uma conquista
laboriosa. Viver bem, como pensar bem, é simplificar.
Séculos e séculos de pesquisas se condensam muitas vezes em um princípio que cabe em uma
linha. Mas a força de trabalhar e de sinceramente ter consciência dos seus atos, o homem acaba por
saber melhor a vida. Aparece-lhe a lei, que é a seguinte: Cumprir a sua missão.
A Ordem Maçônica Simples - Corresponde a uma necessidade profunda de simplificação no meio
desta época agitada e complexa. A Ordem Maçônica é uma associação de homens sábios e virtuosos
que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente unidos por
laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se uns aos outros na prática das virtudes.
É um sistema de moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos. É uma instituição que tem por
objetivo tornar feliz pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade,
5 – Maçonaria Simplificada – Maçonaria em Gotas (XVI)
Valdemar Sansão
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pelo respeito à autoridade e a crença de cada um. Ela é universal e suas Oficinas espalham-se por
todos os recantos da Terra, sem preocupação de fronteiras e raças.
Possamos nós, chegar a compreender que a felicidade, a força e a beleza da existência têm em
grande parte a sua origem no espírito de simplicidade. O homem devorado pela sede sonha, enquanto
dorme, com um fresco ribeirão onde se banha, ou com uma fonte clara onde bebe à vontade. Assim,
na agitação complicada da existência moderna, as nossas almas extenuadas sonham com a
simplicidade. Mas a simplicidade não depende de condições econômicas ou sociais em particular; é
pelo contrário um espírito que pode animar e modificar vidas de gêneros bem diferentes. Longe de
ficarmos reduzidos a correr atrás dela com as nossas lastimas impotentes, afirmamos que dela
podemos fazer objeto das nossas resoluções e o alvo da nossa energia prática.
Aspirar a Maçonaria Simples, é precisamente aspirar a desempenhar o mais prático. Todo o
movimento de humanidade para o advento de mais justiça e de mais luz, foi ao mesmo tempo para
uma vida mais simples. E a simplicidade antiga nas artes, nos costumes, nas ideias, não conserva para
nós o seu incomparável valor senão porque conseguiu dar um poderoso relevo a alguns sentimentos
essenciais, a algumas verdades permanentes. Devemos amar essa simplicidade e esforçar-nos por
mantê-la; é caminhar para esse fim com os meios de que dispomos eis a coisa mais importante, agora
como antes. E é por nos termos afastado dela muitas vezes, que embrulhamos e complicamos a vida.
Se conseguirmos fazer partilhar esta noção bem interior da simplicidade, não teríamos feito um esforço
em vão. Muitas inutilidades com o pretexto de nos abrigarem, não fazem senão esconder a luz nos
separando do ideal de Verdade, de Justiça e Bondade que devem aquecer e vivificar os nossos
corações.
A Maçonaria Simbólica – O sistema básico da organização maçônica reúne toda a doutrina essencial e
a razão de ser da Ordem. Diz-se simbólica porque é, velada por símbolos e alegorias.
A Maçonaria descomplicada – Organizemos o prazer da convivência, criemos encontros, reuniões
sociais, abramos os nossos corações e as nossas casas. Incluamos a família, os nossos filhos que os
nossos lares tristonhos empurram para a rua, e as nossas filhas que se enfadam na solidão.
Multipliquemos as festas de família, as recepções e as excursões familiares.
Para um Aprendiz compreender bem o seu Mestre, nada há como ter rido em sua companhia, e
reciprocamente para um mestre compreender bem o Aprendiz é preciso que o tenha visto fora da Loja.
O prazer e a simplicidade são dois velhos conhecidos. Receba simplesmente, reúna-se simplesmente,
seja o mais amável e leal que se possa e não fale mal dos ausentes; devemos ter a coragem de ser o
que somos, diante de quem quer que seja.
Iniciação Maçônica - deriva das “recepções” da Maçonaria Operativa e do Companheirismo e que se
acha relacionada com a arte da construção. Consiste em provas, juramentos e comunicação de
mistérios, completam-se quando o Maçom, depois de subir os degraus de Aprendiz e Companheiro,
torna-se Mestre. Esta é, porém, uma simples Iniciação simbólica, isto é, uma imagem da verdadeira
iniciação que se processará quando o iniciado conseguir romper a casca mental que formou durante a
sua vida profana e conseguir alcançar um estado de transcendência. E este estado ele só o conseguirá
pelo estudo aprofundado do simbolismo maçônico, que há de lhe abrir a porta.
Conclusão – Ninguém conseguirá a Iniciação real a não ser por seus próprios meios e seus
prolongados esforços, sem outro qualquer auxílio. Aqueles que acreditam ser a Maçonaria apenas uma
sociedade fraternal de socorros mútuos, ou um clube de piqueniques litúrgicos, nela perdem o seu
tempo. Sempre que a lei da simplicidade penetra os corações, desaparece a desordem. Para o
homem, o que há de mais verdadeiro é o que mais o fortifica. Visto que o sol continua a nascer todos
os dias, a terra a florir, a ave a preparar o seu ninho e a mãe a sorrir para o filho, tenhamos a coragem
de ser homens e deixemos o resto Àquele que sabe o número das estrelas.
P.S – Não está no poder de ninguém, homem ou corpo de pessoas, de fazer inovações no corpo
da Maçonaria. A Maçonaria mostra-se completamente avessa às inovações. (Mackey).
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Este Bloco é produzido
pelo Irmão Pedro Juk, às segundas,
quartas e sextas-feiras
Joía do ex-venerável
Em 09/06/2016 o Respeitável Irmão Celso Corrêa, Loja Fidelidade e Justiça, 565, GLESP, Ritual
Trabalho de Emulação, Oriente de Sorocaba, Estado de São Paulo, solicita esclarecimento para o
seguinte.
ftcorrea@uol.com.br
Um nosso Irmão fez uma indagação que não consegui resolver.
Por que a joia do Past Master é o teorema de Pitágoras? Poderia me esclarecer?
Considerações:
Como guardiã das tradições maçônicas, a Maçonaria inglesa traz esse importante símbolo
herdado do período operativo da Ordem. Em síntese esse símbolo invoca a alegoria do
construtor experiente e que já passou pela direção da Loja.
Para entender essa presunção alegórica, o Maçom precisa conhecer a demonstração da
47ª Proposição de Euclides (comprovada por Pitágoras) com uma Verdade Universal aplicada, já
que esse Teorema, para o construtor, demonstra a atenção pelo canto perfeito (90º),
fundamental às construções justas, perfeitas e duradouras.
Como regra aplicada nas Guildas Operativas da obra, sua prática partia da pedra angular
que era sempre colocada no canto nordeste da construção. A partir dela com o manuseio de
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
5 –Perguntas & Respostas)
Pedro Juk
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uma corda de nós equidistantes (cordel do Mestre) marcavam-se três medidas para o Sul e
quatro para o Oeste. Das extremidades desses dois pontos alcançados, ligavam-se os seus
extremos pela medida exata de cinco nós. Dessa precisão (às vezes marcadas por passos
aferidos) obtinha-se o ângulo de 90º a partir do canto assinalado pela pedra angular. Vale a pena
mencionar que essa aplicação, observadas as evoluções dos métodos, é utilizada até o
presente.
Devida essa posição da pedra angular (ponto de partida) na obra originou na Moderna
Maçonaria o símbolo da esquadria no Passo Regular formada com os pés unidos pelos
calcanhares como se ficassem ajustados a partir do canto do poliedro (sólido limitado por
polígonos planos) – o pé colocado junto à pedra angular constituindo a esquadria. Essa prática
é bem representada nas perambulações em Loja quando feitas nas oportunidades em que se
esquadrejam os cantos do tapete no Ritual de Emulação, assim como na execução do Passo
Regular de cada Grau.
No que diz respeito ao símbolo de natureza icônica, o termo “teorema” menciona em
Matemática a proposição que carece de demonstração, o que foi feito por Euclides ao revelar
que em qualquer triângulo retângulo (triângulo com um ângulo reto), a soma dos quadrados dos
catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. É oportuno salientar a fundamental importância
desse conceito para toda a atividade humana, já que qualquer que seja o comprimento dessas
duas linhas, desde que elas partam de um ângulo reto por elas formado, é possível se saber
com exatidão qual é o comprimento da linha que as une (hipotenusa) adotado um sistema de
medida, seja ela na escala métrica ou na astronômica. De fundamental importância, na prática
esse conhecimento é aplicado na navegação no que diz respeito ao traçado de rotas e medir
distâncias; é usado nas medições dos limites de áreas e traçados para a construção de
estradas; por essa ciência é possível de maneira segura se fazer o encontro de duas frentes de
trabalho na escavação de túneis; através dela o Homem calcula as distâncias estelares e chega
ao espaço sideral.
Assim, em Maçonaria, é desse modo que a representação pictográfica do Teorema de
Pitágoras está presente na joia do Mestre Instalado Passado, já que a 47ª Proposição de
Euclides é tida como símbolo da Arte e da Ciência, da Perfeição e da Beleza e da universalidade
das Leis da Natureza. Nesse sentido, a joia procura demonstrar que o Ex - Venerável, com o
auxílio da Arte e da Ciência e a submissão às Leis da Natureza deve sempre buscar a perfeição
(pena que a grande maioria deles ainda não aprendeu isso).
Por assim ser é que o Mestre Instalado Passado (Past Master) traz consigo a joia com essa
representação pictográfica.
Concluindo, deixo aqui a observação que essa joia é peculiar ao Mestre Instalado Passado
da vertente inglesa de Maçonaria, já que nos Ritos de origem francesa, como é o caso do
REAA, a joia distintiva tradicional do Ex-Venerável é outra (o Esquadro e o Compasso sobre o
segmento de um quarto do círculo).
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
AGO/2016.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (só trabalha no
recesso maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
GRANDE ORIENTE DE SANTA CATARINA - GOSC/COMAB
Loja Especial “União e Fraternidade do Mercosul” nº 70
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO - FUNDADA EM 31/01/1998
Convite Palestra
Dia 23/01/2017: 20h00
Palestra do eminente Ir.: Gean Marques Loureiro, Prefeito eleito da Capital de Santa
Catarina, Mestre instalado da ARLS Samuel Fonseca nº 79 - GOSC
A Administração Pública em Época de Crise
Informamos que as sessões da Loja Mercosul Hamilton Savi nº 70 serão
realizadas no Templo da Loja Ordem e Trabalho nº 3, Or. de Florianópolis, Situado
próximo à UFSC –. AV. DESEMBARGADOR VITOR LIMA. 550, Serrinha Florianópolis
SC, com inicio às 20:00hs
Grande Abraço
Ir.: EMÍLIO CÉSAR ESPÍNDOLA V.: M.:
(048)32445761 - (048)999824363
emilioespindola@yahoo.com.br
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Dia 18 de janeiro:
Alfa e Ômega
Primeira e últimas letras do alfabeto grego; simbolizam o princípio e o fim;
representam o próprio Deus que, como justo e perfeito, é o início e o final da criação.
Nas sagradas escrituras encontramos: "eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último,
o princípio e o fim", "eu sou o alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, era e
que há de vir, o Todo-Poderoso."
Essas duas letras são símbolos cujas figuras expressam um universo; o desenho é
conhecido por todos os povos e o seu uso é universal em todas as expressões
filosóficas, religiosas e místicas.
O alfabeto grego possui 24 letras; portanto, ente o alfa e o ômega temos outras 22
letras, que nos conduzem a meditar que todas elas expressam alguma coisa; entre o
princípio e o fim há um "meio" que deve fluir, pelo menos filosoficamente, em nossa
vida; pensemos em nosso próprio alfabeto e concluiremos que dele extraímos os
nossos nomes e o de nossos filhos; cada letra tem o seu valor específico. Assim,
analisemos nesses aspectos que nos conduzirão à meditação com resultados
surpreendentes.
Entre o Alfa e o Ômega (que simbolizam Deus) estamos nós, os seres humanos.
Meditemos sobre isso.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 37.
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 28/31
Templo da Loja Maçônica Renascença Maranhense nr. 621, em São Luiz.
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Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
(fontes: internet)
1–Livros:
http://www.livrariadogadu.com.br/
2 – Fotos inéditas do Papa Francisco:
FOTOS INSOLITAS DEL PAPA FRANCISCO1.ppsx
3 – Portos do mundo:
puertos-del-mundo.pps
4 – O Brasil na 2 Guerra Mundial.
https://www.facebook.com/guilherme.zacurafilho/posts/1082513751874445
5 – Egito: A Origem dos conhecimentos:
Egito - A origem do conhecimento.pps
6 –O Livro Secreto da Maçonaria (colaboração: Ir. Mário Jorge – Lisboa)
O Livro Secreto da Maçonaria - Lourivaldo Perez Baçan.pdf
7 – Filme do dia: “O Gordo e o Magro” – Limpa chaminés
Sinopse:
https://www.youtube.com/watch?v=IlsJhKoTk10&t=15s
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O Irmão Adilson Zotovici,
Loja Chequer Nassif-169
de São Bernardo do Campo – GLESP
escreve aos sábados e
esporadicamente em dias alternados
adilsonzotovici@gmail.com
É MEIA NOITE VENERÁVEL MESTRE ...*
(imagem “Partir Pedra” – 2007)
Estou aqui pensativo
Tentando crer na verdade
Mesmo algum lenitivo
Que efêmera a felicidade
Só a vida tem eternidade !
O sabor de estações felizes,
Tem prazo de validade
Deixam saudade, raízes !
Das ações ficam matrizes
Marcas no tempo, no espaço,
Que de suas diretrizes
Cada qual deixa seu traço
Com bom cinzel e bom maço
Nível, prumo e sabedoria
Vontade, esquadro e compasso
Surge a pedra de cantaria
Com denodo, desde o meio dia
Lavrada à obra bendita
Ali fica qual excelente guia
Útil, exemplar...Infinita
JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 31/31
Mas cada estação é finita !
Nessa obra Sagrada terrestre
E terminada alguém grita....
“É meia noite Venerável Mestre ...
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
*Poema escrito por mim, porém, inspirada no aprendizado junto ao
querido irmão Jeronimo Borges, a quem tenho o maior respeito,
admiração , carinho e ....gratidão !!!
Irmão Adilson Zotovici

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores de Coari - AM (Imagem Google) Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.302 – Florianópolis (SC) – quarta-feira , 18 de janeiro de 2017 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrAilton Elisiário – Rebeliões de Presos Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Bom Senso Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Da Bíblia ao Alcorão: A Maçonaria aceita e une Maçons ... Bloco 5-IrValdemar Sansão – Maçonaria Simplificada – Maçonaria em Gotas (XVI) Bloco 6-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas - do Ir Celso Corrêa (Sorocaba – SP) Jóia do Ex-Ven Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 18 de janeiro e versos do Irmão e Poeta Adilson Zotovici (São Paulo – SP)
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 2/31 Reflexões de um Bibliotecário Maçom A Maçonaria e a Influência Histórica e Simbólica da Ordem Rosacruz; A Maçonaria e o Princípio Criador: do Deus Bíblico ao Grande Arquiteto do Universo; A Presença do Simbolismo Maçônico na Narração da Lenda "A Saamanca do Jarau": A Maçonaria e o Escritor João Simões Lopes Neto; A Tábua de Virtudes: Uma Aproximação entre Estóicos e Maçons?; As Duas Buscas Permanentes do Maçom: Evoluir no Conhecimento e Evoluir como Ser Humano; As Relações entre a Maçonaria e a Ciência: Existe uma Ciência Maçônica em Gestação?; Comentários Acerca Da Intolerância Religiosa, dos Conceitos sobre sobre Tolerância Desenvolvidos por Locke e Voltaire e Ainda sobre o Exercício de Tolerância na Maçonaria e outros temas relevantes. Autor: José Ronaldo Viega Alves Ed. Maç. A TROLHA - www.atrolha.com.br Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 18º dia do Calendário Gregoriano. Faltam 347 dias para terminar o ano de 2017 - Lua Cheia - Hoje é dia Internacional do Riso É o 128º ano da Proclamçaõ da República; 195º da Independência do Brasil e 517º ano do Descobrimento do Brasil Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado. L I V R O S
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 3/31 18 de janeiro  . 336 — É eleito o Papa Marcos, 34º papa, que sucedeu o Papa Silvestre I.  474 — Leão II torna-se Imperador do Império Bizantino  1486 — Casamento de Henrique VII de Inglaterra com Isabel de York, herdeira da casa de York.  1535 — Francisco Pizarro funda a cidade de Lima, no Peru.  1701 — Frederico I assume o trono da Prússia  1778 — O explorador britânico James Cook é o primeiro europeu a desembarcar em terras havaianas.  1788 — A primeira frota organizada para colonizar a Austrália chega em Botany Bay (v. Colonização da Austrália)  1822 — José Bonifácio é nomeado chanceler brasileiro.  1871 — Unificação e Proclamação do Império Alemão sob a liderança do Primeiro-Ministro da Prússia Otto von Bismarck. Inicia-se o período político conhecido como o Segundo Reich (v. também História da Alemanha).  1911 — Eugene Ely torna-se o primeiro piloto a aterrar num navio estacionado (v. Porta-aviões)  1919 — Inicia-se a Conferência de Paz de Paris  1934 — Início da grande revolta operária contra o regime de Salazar.  1943 — Eclode a primeira Revolta do Gueto de Varsóvia.  1970 — Hans Küng publica no centenário da declaração da infalibilidade papal, no Concílio Vaticano I, o livro Infallible? An Inquiry em que esmiuçou e rejeitou o caráter infalível de qualquer decisão papal e da Cúria.  1974 — Israel e Egito assinam acordos de paz. No ano anterior, o Egito, juntamente com a Síria, atacou Israel na Guerra do Yom Kipur, que durou dezenove dias.  1996 — A cantora Madonna chega à Argentina para filmar Evita, filme de Alan Parker. Ela é recebida com protestos pela população.  2000 — Vazamento em um duto da Petrobrás derrama mais de 500 mil litros de óleo na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.  2002 — Ataques de 11 de Setembro: o último sobrevivente hospitalizado do ataque ao World Trade Center recebeu alta do hospital.  2009 — Um desabamento do teto da Igreja Renascer, no bairro do Cambuci (Zona Sul de São Paulo) deixa sete mortos e 60 fiéis feridos. 1800 Morre, na vila de Desterro, o governador da capitania de Santa Catarina, João Alberto de Miranda Ribeiro. No dia anterior havia passado o cargo a uma Junta integrada pelo tenente-coronel José da Gama Lobo D’Eça, ouvidor Aleixo Maria Caetano e vereador José Pereira da Cunha. 1869 Assume o comando das tropas brasileiras sediadas em Assunção, no Paraguai, o catarinense marechal de campo Guilherme Xavier de Souza. 1911 Nasce, em Florianópolis, Aderbal Ramos da Silva. Advogado e político foi deputado estadual, governador do Estado de 1947 a 1950 e deputado federal na legislatura de 1955 a 1958. 1914 Nasce, em Florianópolis, Paulo de Tarso da Luz Fontes. Médico e político, foi deputado estadual, prefeito de Florianópolis no período de 1951 a 1954, Secretário de Estado dos Negócios da Saúde e Ministro do Tribunal de Contas do Estado. EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas Fatos históricos de santa Catarina
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 4/31 1689 Nasce Charles Montesquieu, filósofo francês, autor de “O Espírito das Leis”, fundador da primeira Loja conhecida em Paris. 1869 Instalada em Assunção, a Loja Fé, no REAA, sob os auspícios do Grande Oriente dos Beneditinos, a primeira Loja regular paraguaia. Sustentou um asilo do mesmo nome, que abrigava mais de 2.000 pessoas. 1883 O Grande Oriente dos Beneditinos une-se ao Grande Oriente do Brasil. 1898 Negado sepultamento a José Teixeira dos Santos em Congonhas, por sido Maçom. 2000 Fundado o Capítulo Keystone de Maçons do Real Arco, no Rio de Janeiro, um dos três Capítulos que deram origem ao Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil. 2006 Fundação da Loja “Aldo Linhares Sobrinho” nr. 93 (GLSC), em Florianópolis Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 5/31 Contatos: Ir Darci Rocco (Loja Templários da Nova Era) nos telefones (48) 3233-5069 – 9 9943 1571 De Irmão para Irmão As publicidades aqui veiculadas são cortesia do JB News, como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais. Valorize-os, preferindo o que está sendo anunciado.
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 6/31 Meus Preclaros e Queridos Irmãos, Permitam-me enviar coletivamente esta mensagem, muito especialmente àqueles que a remeteram pelo grupo “WhatsApp” ou individualmente por telefone ou e- mail. Pela quantidade recebida levaria alguns dias para respondê-las individualmente, razão pela qual respondo em conjunto a todos os queridos Irmãos. Não me levem a mal por isso. Sim. Decidi de domingo para segunda-feira parar com o JB News. Foi uma decisão pessoal, unilateral, penosa, que surpreendeu até mesmo a minha própria família. Chorei por dentro e por fora. Não estou conseguindo resistir à intensidade das súplicas e manifestações de carinho que se avolumam, bem como um abaixo assinado para a permanência do JB News. (nunca vi isso em Maçonaria). Eu não tinha noção da extensão e profundidade do JB News, iniciado há anos sem qualquer pretensão, a não ser a de repassar conhecimentos para o irmão maçom. Por isso, coloquei na balança uma série de fundamentos, inclusive maçônicos, e tomei uma decisão de inopino, quiçá machucando a muitos queridos irmãos. Até mesmo de Portugal veio uma listagem com pedidos para a continuidade do JB News. Está sendo difícil para mim administrar tudo isso. Um querido Irmão escritor me disse: de repente abro meus emails e levo um choque... Outro não menos querido registrou: você é responsável por tornar meu nome conhecido no Brasil e até já recebi mensagem de irmãos estrangeiros sobre o JB News... Tem um irmão de Mato Grosso não estar acreditando e diz que tudo é brincadeira minha. Tem outro Irmão do Maranhão que diz “Quando li em negrito: derradeira edição normal do JB News, foi como levar um soco no peito. Faltou ar.” De outro significativo Irmão colaborador Não postei nada ontem porque estava atônito... e por aí se multiplicam as mensagens Agora de tarde de outro expoente literário ... Infelizmente levo o mesmo choque que estremeceu a todos: o último exemplar do JB News. Repito, nunca vi isso e nem imaginava essa dimensão. Enquanto tento me administrar sobre tudo, vou mesmo ter que esperar o inverno chegar... (como disse no editorial da edição passada) e continuar plantando frutos e flores. Muito obrigado pela carinhosa manifestação de cada Irmão. Vamos em frente!
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 7/31 O Irmão Ailton Elisiário, é membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas. Publicação simultânea desta crônica às quartas-feiras no JB News, Jornal da Paraíba e Paraiabaonline. REBELIÕES DE PRESOS As rebeliões nos presídios brasileiros estão acontecendo com frequência assustadora desde o início do ano. No espaço temporal de 15 dias foram 123 detentos assassinados, o que dá uma média de 8,2 mortos por dia. A primeira rebelião ocorreu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, Amazonas, com o assassinato de 60 detentos; a segunda resultou na morte de 4 presos na cadeia pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus; a terceira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima, com 33 apenados mortos; a quarta na Penitenciária Estadual de Alcaçuz em Nísia Floresta, cidade próxima de Natal, Rio Grande do Norte, com a morte de 26 presos. Segundo notícias, tais rebeliões são frutos de disputas de facções criminosas pelo controle de drogas, dentre elas o Primeiro Comando da Capital (PCC), Sindicato do Crime RN. Primeiro Grupo Catarinense (PGC), Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho (CV). Quase todos os presos foram decapitados, o que parece ser uma regra entre eles. Segundo pesquisadores, a FDN e o PGC surgiram para impedir o monopólio do mercado brasileiro de drogas pelo PCC, tendo a FDN o controle das drogas na região Norte. Por isso que o secretário nacional de juventude, Bruno Júlio, do PMDB, chegou a afirmar que faria bem à sociedade uma chacina toda semana de bandidos, embora tenha pedido exoneração do cargo por ter se comportado politicamente incorreto. Em 2016 ocorreu uma ruptura entre o CV e o PCC, fazendo com que o CV se tornasse aliado da FDN, formando uma nova configuração do crime organizado na região. Desse modo, as rebeliões estão se apresentando como guerras entre organizações criminosas pelo controle do tráfico de drogas, não obstante os inúmeros problemas que enfrenta o sistema penitenciário brasileiro, dentre os quais a superlotação dos presídios. O Complexo Anísio Jobim tem capacidade para 454 detentos em regime fechado, no entanto, a unidade abrigava 1.224 detentos. A Cadeia Pública tem capacidade para abrigar 250 presos, mas em média 650 presos são mantidos no local. O Presídio Monte Cristo comporta até 750 detentos, mas acolhia 1.456. Alcaçuz tem capacidade para abrigar 620 detentos, no entanto estava com 1.083. Essas rebeliões reacenderam a discussão da superlotação carcerária no país. Mas, elas não tiveram por fundamento fático o excesso de apenados nas prisões. Então, há que se indagar: as rebeliões serão realmente decorrentes de superlotação ou de luta das organizações pelo controle de entorpecentes? A construção de mais presídios acabará com essas rebeliões? Onde está o Estado no controle das penitenciárias? Por que não se extermina o controle dos crimes realizado de dentro dos presídios pelos chefes de gangs? O que fazer sobre isso para uma solução definitiva? Leis penais mais duras? Maior rigidez na execução penal? Efetiva proteção das fronteiras? O problema não é tão simples e exige muito trabalho e vontade política para solucioná-lo. 2 – Rebeliões de Presos Ailton Elisiário (Crônica semanal)
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 8/31 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. escreve às quartas-feiras e domingos. BOM SENSO 1. Senso: [lat. sensu] Faculdade de apreciar, de julgar; entendimento. Juízo, tino, discrição, circunspecção, discernimento. Faculdade de sentir ou apreciar, sentido. (Aurélio). 2. Bom senso! Conhece? Observando modo de agir e de lidar com as situações do dia a dia, pergunto: o quem mais falta nas pessoas hoje em dia? Alguns poderiam me responder que é bom humor, outros poderiam me dizer que é amor, outros ainda arriscariam dizer que é compaixão. Mas o que realmente falta nas pessoas hoje, é o bom senso. Na prática, bom senso é o que faz uma pessoa pensar nas suas próprias atitudes, se estão dentro de seu limite ou se já invadem e perturbam o espaço alheio. Bom senso é aquilo que faz a pessoa agir de forma mais consciente, sempre pensando se uma atitude estaria causando incômodo ou desconforto para alguém ou um grupo. Exemplificando a falta de bom senso, podemos citar a cidadão que empresta as coisas e não devolve, tem aquele folgado que pede carona, mas você acaba tendo que levá-lo ao lugar de destino dele, que é totalmente diferente do seu. Podemos citar também aquele vizinho que fica com o som alto até de madrugada, tem aquela que anda de salto dentro do apartamento que fica bem em cima do seu, há ainda aquele que deixa o carro estacionado o dia todo em frente á sua loja e não entra nem seque para olhar alguma coisa. Tem uns casos que são um pouco mais graves, tipo aquele pai ou mãe que tira foto de seu filho(a) completamente nu e coloca em uma rede social, ou aqueles pais que deixam as crianças á vontade, fazendo todo tipo de mal criação. Poderia passar o dia citando casos da falta de bom senso, mas foram citados apenas alguns para a melhor compreensão de que o bom senso deve ser usado sempre, em todos os momentos do dia, inclusive em pequenos detalhes, pois se fosse usado por todos, com mais frequência, viveríamos melhor. Pensem um pouco em seu cotidiano e o quanto as pessoas são capazes de te irritar por falta de bom senso no decorrer das 24 horas do seu dia. Talvez o bom senso não esteja em falta, mas sim em decadência. Pois quem usa o bom senso não é capaz de despertar a atenção geral. Ninguém fica famoso usando apenas o bom senso. Ficar atento ao que acontece à nossa volta também é parte do processo de desenvolvimento de uma bela e verde consciência crítica. Pensar na melhor maneira de fazer as coisas e quando fazer é um grande passo para o resgate do bom senso e para um mundo onde haja mais entendimento e mais compreensão entre as pessoas. A humanidade nunca estará em condições de dispensar o uso dessa qualidade tão modesta, que serve como freio ou equilíbrio para as diversas situações do cotidiano. 3 – Bom Senso João Ivo Girardi
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 9/31 3. O Bom Senso ou a Razão! René Descartes viveu na Idade Média, portanto acostumado à autoridade eclesiástica. Possuidor de um espírito inquieto entregou-se a pesquisa das coisas existentes no mundo de sua época, rejeitando as percepções dos sentidos e acaba por escrever uma obra não doutrinária que tenta provar que o conhecimento só pode ser encontrado pelo uso da razão. Ora, ao empregar o método de Descartes, imagina-se a possibilidade de viver em um mundo perfeito. Um mundo desenvolvido, ao ponto da humanidade não se prostrar frente às opiniões pré-concebidas e geradas em função da aplicação de suas diferenças políticas, sexo e cor. Este mundo possível e ao mesmo tempo, distante e utópico, mostra-se na prancheta de trabalho do filósofo, como o resultado da aplicação da razão, sobre o pensamento do homem, resultando no desenvolvimento e no progresso da humanidade. Contudo, apesar de se tratar de um processo eficiente, mais à vista do homem contemporâneo do que, àquele que vivia na idade média, parece-me que a intenção de Descartes, em imprimir a obra em francês, para chegar a todo e qualquer homem, alcançando assim o senso comum, não foi atingido nem mesmo nos dias de hoje. Quantas guerras, embates, massacres religiosos, divergências políticas e sociais, não se teria evitado ao longo da história da civilização, se a prática da investigação científica, caracterizada pelo uso do bom senso ou da razão, tivesse sido o procedimento normalmente adotado. Todavia, na ciência, este método resultou em boas conquistas: a medicina, a física e a matemática, áreas de contribuição também de Descartes, experimentadas por métodos empíricos e de investigação racional, trouxeram benefícios inigualáveis à humanidade. Porém, no campo dos relacionamentos sociais, as opiniões e preconceitos ainda fazem vítimas. Enquanto o homem não absorver a postura racional em seu comportamento, resta- nos à aplicação das leis, como método de minimizar os conflitos, enquanto se pensa em um ideal maior, que é a educação, a cultura, enfim, a instrução de todo e qualquer homem, com base, e, neste caso específico, nas idéias e nos pensamentos do pai da filosofia moderna. 4. Razão e bom senso, um artigo de Fernando Henrique Cardoso: Apesar de parecer difícil guardar otimismo e manter esperanças diante do quadro atual de crise financeira e desatinos políticos, sempre se há de tentar construir um futuro melhor. Descartes dizia que o bom senso é a coisa mais bem distribuída entre as pessoas. Em sua época, bom senso equivalia à razão. Na linguagem atual corresponderia a dizer que o coeficiente de inteligência (QI) se distribui entre todas as pessoas seguindo uma curva que se mantém inalterada no tempo, geração após geração. Será? É possível e mesmo provável. Mas bom senso implica também inteligência emocional e prudência ao tomar decisões. Não basta ser inteligente, é preciso ser razoável e prudente para evitar que as paixões se sobreponham à razão. É preciso ter juízo... (Fonte: Estadão, 07/04/2013). 5. Dez Mandamentos do bom senso: 1) Não se deixe seduzir pelos valores da cultura. 2) Não se apaixone pelo dinheiro e pelas posses. 3) Não empregue um linguajar destrutivo. 4) Não julgue os outros. 5) Não deixe a raiva controlar você. 6) Mantenha uma perspectiva positiva em relação à vida. 7) Valorize o que as pessoas têm de melhor. 8) Seja impecável em sua honestidade. 9) Ajude os necessitados. 10) Faça tudo com amor. (Hal Urban). 6. Máximas: Muitas vezes há mais bom senso numa única pessoa do que numa multidão. (Fedro). - O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro. (Plutarco). - É mais fácil entrar em um problema do que sair dele; o bom senso recomenda procurar a saída antes de entrar. (Esopo). - Bom senso é uma dádiva, mas inteligência é uma aquisição. (Textos Judaicos). - Não consigo acreditar que o mesmo deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los. (Galileu Galilei). - Os sentidos lógicos: uma boca + dois ouvidos... Falar menos e ouvir mais... Resultado: Bom senso! Na dúvida... Silencie! (Gênice Suavi). MAÇONARIA
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 10/31 1. Peça de Arquitetura do Irmão Luiz Carlos da Fonseca de Mello: - Busquei e reli os nossos Rituais, escritos por quem melhor compreendeu as coisas tangíveis e intangíveis da existência e, em nenhum momento, se vê lá o vocábulo bom senso, desta forma explícita. Porém muito lá está que, por vários caminhos a ele converge. Adultos que somos, quem de nós não acredita ter bom senso? Pois que somos justos, probos e de bons costumes, como não admitirmos não sermos depositários desta preciosa, porque necessária, qualidade? Entre as paredes do Templo, sob a música indutora, afastada dos problemas da vida lá fora, sentados entre Irmãos que escolhemos e que nos escolheram, somos a paz, a harmonia, a clareza de raciocínio, todas somadas e divididas, e por isso, compartilhadas entre nós. Dentro do Templo ninguém sentirá qualquer impulso que conduza ao mais leve desafio aos mandamentos do Senhor. Estamos, nestes momentos, sintonizados perfeitamente com as leis da natureza, compreendemos e somos compreendidos. Todavia, vivemos no mundo exterior, competitivo, mutável a cada momento, gerador de angústias ou de sobressaltos, a nós e aos nossos. Incompreensões se nos avizinham, pré-julgamentos por vezes nos vitimam. A isto tudo reagimos, porque, de outro modo, não seria normal ou mesmo saudável. Estes, então, passam a ser os nossos momentos de vulnerabilidade e de desafio. Aí então começa a necessidade do bom senso. O Aprendiz da Coluna B é instruído na busca da razão, para que se afaste do erro. Talhará a Pedra Bruta, usando o Esquadro, emblema da sabedoria, para que seu ajustamento na sociedade seja perfeito. No Pavimento de Mosaico nos defrontamos com os contrastes, mas mantemos a compreensão. O Nível lembra que todos os homens são iguais em direitos e deveres. O Prumo concita-nos a nos elevarmos acima das mesquinharias. A Pedra, ao se tornar cúbica, simboliza a ausência dos preconceitos. Ipsis literis dos Rituais: O sábio, o pensador se humilham sempre, quando na presença de uma. Verdade que reconhecem ser superior à sua compreensão. Preferem o silêncio e o recolhimento. Meditam. Dominar as paixões, fugir de todo o sectarismo, não ter demasiado apego às palavras, às expressões, essas propostas lá numa página ou noutra, podem ser vistas nos Rituais que semanalmente manuseamos. Algum de nós deixou de ouvir, no dia em que vimos pela primeira vez a Verdadeira Luz gozar os prazeres da vida com moderação, não fazendo ostentação do bem que frui? Eventualmente alguém se negou a afirmar, naquele mesmo dia, frente às palavras do seu Venerável Mestre: jurais também manter-vos sempre cidadãos honestos e dignos, nunca atentando contra a honra e a dignidade de ninguém? Das Leis Básicas, extraímos: deveis evitar toda a discussão, toda a discórdia e todo propósito calunioso, toda maledicência. O Código Moral Maçônico prescreve: Escuta sempre a voz consciência, evita as querelas, previne os insultos, deixa que a razão seja o teu guia. Também está lá: Não te irrites com facilidade, porque a ira repousa no seio do ignorante. E logo adiante: não julgues rapidamente as ações dos homens e nem as reprove. Antes, procura sondar bem os corações para que possas apreciar a obra por eles realizadas. E traz preciosos ensinamento para que possamos melhor entender a tolerância dentro da fraternidade: Sê firme, sem serdes radical; severo, sem ser inflexível e submisso, sem ser servil. A Maçonaria permite que venhamos a dar passos laterais, mas sempre voltando ao caminho original, o da retidão dos propósitos e das ações. Ensina-nos ela como dominar nossos sentimentos. Obriga-nos, quando elevados a Mestres-Maçons, a sermos exemplos aos Companheiros e Aprendizes e além deles, à comunidade em que vivemos. Só assim conseguiremos se mantivermos a coerência em nossos atos, qualidade prima-irmã do bom senso. (Blumenau, 2005). 2. Cinzel: Na Maçonaria o Cinzel representa o bom senso na Investigação. 3. Rituais REAA (GLSC): (...) A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com discernimento (bom senso), porque está aberta a todas as compressões.
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 11/31 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com DA BÍBLIA AO ALCORÃO: A MAÇONARIA ACEITA E UNE MAÇONS DE TODOS OS CREDOS. O QUE É ECUMENISMO? DEÍSMO X TEÍSMO. A MAÇONARIA NASCEU CRISTÃ E EVOLUIU EM FAVOR DE UMA IDEIA ECUMÊNICA? A MAÇONARIA É UNIVERSAL “A Maçonaria não é um credo ou seita religiosa, o maçom busca a sabedoria contida em todos os Grandes Livros Sagrados reconhecidos pela Fé Universal, da Bíblia ao Alcorão. Crendo que neles encontra, e sempre encontra os meios para buscar e promover a felicidade neste mundo e aguardar a sua recompensa no próximo. Portanto, a Maçonaria estará sempre com as suas portas abertas para receber todos os Homens Livres e de Bons Costumes, sejam eles cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, etc., bons homens de todas as religiões que verdadeiramente aspirem viver segundo a vontade de seu Criador. A Maçonaria é uma filosofia e uma Fraternidade. Isto une todos os maçons através de um místico de irmandade sincera e amor mútuo. Fé e trabalho, alma e corpo, coração e mão estão sempre unidas entre os maçons, por isto, em todo lugar onde trabalha, a Maçonaria levará Paz e Harmonia para Honrar o Criador e servir a Humanidade. Os objetivos da maçonaria complementam e não contradizem as crenças religiosas, como alguns de seus inimigos querem fazer crer. A Maçonaria é uma fonte e uma poderosa força universal, que promove a melhora espiritual do indivíduo e deste na sociedade.” (Trecho retirado do verbete “RELIGIÃO E MAÇONARIA”, que conta no “Vade-Mécum Maçônico” de autoria do Irmão João Ivo Girardi.) INTRODUÇÃO Sobre a afirmação, sempre que surge a oportunidade ou tema que remeta a um assunto correlato, que a Maçonaria não é religião ou seita, mas, exatamente aquilo que pudemos ler no trecho logo acima, ou seja, que é uma Filosofia e uma Fraternidade, sempre iremos deparar-nos com tais comparativos. E o mais incrível de tudo é que se fosse religião, e partindo do pressuposto básico de que as religiões enfatizam explicitamente o amor, a compaixão e a consideração pelos seres humanos, o desenvolvimento e a prática das virtudes, ou que religião é para abrir o coração, é para estar próximo do seu semelhante e estar próximo do Criador, então, se fosse, não seria algo digno de crédito, de respeito e de tolerância? Pois, infelizmente, não é bem assim. Acontece que o preconceito com o que é diferente, é que move aqueles que fazem acusações gratuitas sem o mínimo conhecimento de causa, sem o 4 – Da Bíblia ao Alcorão: A Maçonaria aceita e une Maçons... José Ronaldo Viega Alves
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 12/31 mínimo pudor de expor o tamanho da sua ignorância, claro que, normalmente escondidos atrás de siglas, de grupos radicais, ou do simples anonimato. E fica difícil entender ainda, o porquê das religiões, todas elas, tendo pilares que incluem a fé num Criador, a solidariedade, a caridade, o amor, além das tantas virtudes que são colocadas aos seus seguidores para que sejam exercitadas ao máximo, ou o cumprimento de preceitos, de mandamentos, tudo em nome das leis de Deus, ou ainda, falando de todos os seres humanos como filhos de Deus, esqueçam tudo isso com muita rapidez, e sejam tão intolerantes para com aqueles que professem credos diferentes, como soem ser as histórias que envolvem as relações inter-religiosas, e onde, como é conhecido de todos, tem prevalecido o conflito e a discórdia. Se os princípios que regem a Arte Real, tem sua fundamentação naqueles mesmos preceitos de ordem moral que servem de pilares às religiões, se a Maçonaria promove e quer a união dos bons homens, independente da fé que professem, se a Maçonaria (no mundo conflagrado onde vivemos, muitos dos conflitos em andamento tem raízes religiosas) é tão progressista e esperançosa a ponto de não contradizer suas crenças religiosas, pelo contrário, receber e abrigar a todos os homens que aspirem viver conforme a vontade de seu Criador, homens desprovidos do sectarismo, de fanatismo e do radicalismo, bons homens, a Maçonaria é sim uma fonte de melhorias para o indivíduo, para a sociedade e para a humanidade. Como Maçons que somos, devemos buscar o nosso aperfeiçoamento contínuo, seja no campo social, no campo espiritual, respeitando e aceitando as tradições alheias, as crenças diversas, pois, isso sim, fará com que uma humanidade mais pacífica, mais harmoniosa, mais solidária possa emergir um dia. O Dalai Lama, homem respeitado pelas suas posições na defesa de um entendimento autêntico entre as religiões manifestou sua opinião no livro “Uma Ponte Entre as Religiões”, dizendo que, quando os praticantes genuínos de duas tradições diversas se encontram, os mesmos são capazes de reconhecerem um no outro as mesmas qualidades que eles buscam cultivar em sua fé de origem, como se estivessem cada um deles, vendo o próprio rosto em um espelho. A proposta implícita neste trabalho passa por mostrar a tolerância que a Maçonaria demonstra e cultiva perante homens de todos os credos, de como a Maçonaria chegou a esse ideal, as provas de um certo ineditismo no tocante a esse estágio alcançado, as várias influências que recebeu ao longo da sua história das grandes religiões monoteístas, principalmente, e tem ainda a pretensão de alargar os nossos horizontes com informações importantes de natureza filosófica, espiritual e histórica, resumidamente, é claro, que as religiões preservam em termos de sabedoria, e que os Maçons devem ter em mente a título de conhecimento, já que, conhecer outras culturas, sempre contribui para que exercitemos a aceitação do outro. Ainda, sobre religiões, é bom saber que, sempre poderemos estar aprendendo e colhendo o que de bom todas elas indistintamente tem a oferecer, até porque as suas Verdades, em essência, convergem. ECUMENISMO: UMA DEFINIÇÃO De acordo com o “Dicionário...” de Champlin, a definição para “Ecumenismo” é a seguinte: “Essa é uma palavra cunhada modernamente, com base no termo grego oikumenica, ‘coisas relacionadas à terra habitada’(oikumenê). Esse vocábulo tem sido usado para designar tudo quanto pertence ao mundo cristão (isto é, a Igreja em seu aspecto ecumênico, como coextensiva do mundo habitado). (...)” Em um dicionário comum, temos como sinônimo de ecumênico a palavra universal. Essa definição é a que vai nos servir melhor. Visto um sinônimo para ecumênico, ecumenismo, é o outro termo que vem na sequência, e que vamos ficar sabendo do seu significado: “ECUMENISMO s.m. Movimento que defende a união de todas as Igrejas cristãs numa só. Encicl. O ecumenismo contemporâneo originou-se na conferência protestante realizada em Edimburgo (1910). O Conselho Ecumênico das Igrejas (COE), criado em 1948, reúne grande número de Igrejas protestantes e ortodoxas orientais. A partir do ConcílioVaticano II (1962), a Igreja Católica, por muito tempo alheia a esse movimento, ampliou os contatos com outras religiões, recusando-se, porém, a tornar-se membro do COE.” COMENTÁRIOS:
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 13/31 À primeira vista, dá para inferir que o termo ecumênico, assim como, o seu correlato ecumenismo, são praticamente termos de propriedades dos cristãos, conforme as disposições acima. Mas, será mesmo que essas palavras não podem ser reinterpretadas, tornadas maleáveis em seus significados? Afinal, as palavras sofrem mudanças ao longo do tempo, e além do mais, não são palavras muito recentes... Por que dar um caráter tão exclusivista, tanta ênfase para um termo como sendo de origem cristã? Na realidade, se entendida, se interpretada com mais liberdade, sem radicalismos, ou sem atender a essa de que ela é propriedade de alguns, ela adquire o seu real significado, o que ela já vem incorporando, ou seja, ligada ao sentido de universalidade. Pois, ecumenismo em tempos mais modernos, pode significar a união dos povos, pode significar uma abertura, diálogo entre as religiões, busca de entendimento entre elas, e pode significar aquilo tudo mais que achamos que pode significar quando se trata de aproximar as religiões e os seres humanos. De qualquer forma, e a título de ilustração, tem quem quebre alguns tabus: o Papa João Paulo II, em 1986, organizou com muito sucesso o Encontro Inter-religioso de Oração pela Paz, em Assis, na Itália. Muitos líderes religiosos compareceram naquela ocasião, para orarem pela paz mundial, em uma só voz. O que ficou provado é que é possível os líderes religiosos conversarem entre si, aceitando e respeitando as suas diferenças, o que para uns poderá parecer pouco, mas, se considerarmos que para milhões e milhões de fiéis das religiões ali representados por seus líderes, o fato de se reunirem para orarem juntos, com certeza, tem um efeito simbólico que fazem aqueles momentos adquirirem magnitude impressionante. Mas, são atos que tem de ser repetidos... MAÇONARIA E ECUMENISMO De imediato, transcreverei, quase na íntegra, um pequeno capítulo que consta no livro “Religiosidade e Maçonaria” de autoria do Irmão Pe. Aloísio Guerra, pois, em sua essência está contida outra visão para o termo Ecumenismo e que serve também de suporte para compreendermos sobre as diferentes abordagens que podem ser feitas: “Quando eventualmente, sou convidado para algum chamado ‘culto ecumênico’ começo por esclarecer que falar em ecumenismo é ‘propaganda enganosa’; chamemos de ‘Culto Inter-religioso’. As religiões fazem de conta que aceitam a farsa do ecumenismo ou acham que enganam os incautos, dizendo aceitarem-se mutuamente. Na verdade, repetem erros anteriores ao cristianismo. Quando Jesus falou em amar o próximo (Lc 10, 25-37), os judeus perguntaram quem seria o próximo. Isto porque, ‘próximo’ para um judeu, era outro judeu. Exatamente o que acontece com as religiões que, de uma maneira disfarçada, se odeiam entre si. De nada adiantará adocicar a palavra ódio. Ele é, mesmo veladamente, real. Para cada religião, ‘próximo’ é todo aquele que professa a mesma crença. Isto quer dizer, as religiões regrediram mais de 2.000 anos. Amados Irmãos é, no mínimo, curioso, observar que, enquanto as religiões brigam, são concorrentes entre si, a Maçonaria congrega todas as religiões ecumenicamente, no mútuo e fraternal respeito. Na Maçonaria existem Padres e Pastores de várias denominações. Quem é católico se torna um católico melhor, assim como o evangélico ou espírita. A Maçonaria não é uma religião, pois não tem sacrifícios, nem sacramento, nem teologia. Ela aceita e acata todos os credos. E aceita também que não está ligada à religião alguma. Exige apenas que se acredite no Ser Supremo, no Deus único, aqui chamado de Grande Arquiteto do Universo. Assim sendo, ela é uma entidade religiosa (sem, contudo, ser confessional), como é uma entidade política (sem ser político-partidária). Quem acusa ou escreve contra a Maçonaria, ou o faz por ignorância ou má-fé. Raríssimas entidades são tão sérias, são tão dignas de crédito quanto a Maçonaria. Sua simbologia é muito rica e ele luta pelo aperfeiçoamento do cidadão. Os Maçons podem ser chamados de ‘construtores sociais’. (...)” COMENTÁRIOS: Bem, sobre o que acabamos de ler, poderemos concordar em parte, ou concordar com o todo, mas, o que fica disso tudo é que, se os líderes religiosos e os seus seguidores não acreditarem
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 14/31 na idéia, não se munirem de boa-vontade, se envolvendo sempre com picuinhas, no meio do caminho, nada vai acontecer, nenhum progresso se fará notar. O objetivo aqui não é polemizar, fazer apologia de alguma religião em particular e muito menos fazer um comparativo delas. Todas devem ter suas virtudes, senão não poderiam ser chamadas de religiões, em cuja raiz está o “religare”. O objetivo é até muito simples: mostrar que, embora, todas as religiões em seus fundamentos básicos guardem muito em comum, se aproximem, ou que mesmo tendo sido erguidas sobre pilares do mesmo tipo de cimento, elas não caminham lado a lado. Tem um momento depois, “uma pedra no meio do caminho’, que faz com que elas ao desviar da pedra, se afastem mais e mais, e que o ecumenismo, ou diálogo inter-religioso, ou outro nome que queiramos adotar, não importa, se revela a única e urgente alternativa de futuro. O objetivo também é mostrar um pouco, das religiões principais, algumas das suas máximas, dos seus ensinamentos guardados, e até naquilo que se diferenciam, mas, com o intuito que aprendamos a conhecer e a respeitar essas diferenças. Mostrar que a Maçonaria, mesmo não sendo uma religião, tem muitos dos seus ensinamentos baseados nelas, ou que, ao contrário do que ficou implícito no aspecto dos distanciamentos existentes entre elas, a Maçonaria consegue sim, abrigar membros de todos os credos sob a abóbada de seus templos. Aliás, poderíamos denominar o que a Maçonaria consegue de ideal ecumênico? MAÇONARIA: ESPAÇO TANTO PARA OS DEÍSTAS COMO PARA OS TEÍSTAS A Maçonaria passou por alguns estágios, e no que tange ao seu reconhecimento de que existe um Princípio Criador, cada um tem a liberdade para defini-lo como melhor achar, sem que, isso implique em criar exatamente um conceito maçônico de Deus. Num primeiro momento, quando da Maçonaria Operativa, havia uma tendência flagrantemente teísta, pois, havia a influência direta do clero religioso. Por conseguinte, havendo a proteção clerical, ficavam seus membros submetidos à influência religiosa, em particular da Igreja Católica. A partir de 1717 essa tendência se modificou, por força dos acontecimentos, se consubstanciando como anglicana ou o que poderia se chamar de protestante- deísta. Todas essas fases, com o tempo foram se atenuando no que se refere às influências mais diretas. Hoje, não existe mais uma obrigação do Maçom praticar a religião oficial, digamos assim, do país em que ele habita, aliás, hoje não há mais nenhuma espécie ou resquício de imposição ao Maçom sobre a religião que ele deve professar. Uma religião que o ensine a ser bom, a ser justo, a ser virtuoso, a venerar um Criador Supremo, e seja com o nome que Ele possuir, isso é o que a Maçonaria exige do Maçom. Para conhecer um pouco da história da Maçonaria com referência as suas influências religiosas e antes de mergulharmos para saber como ela chegou ao conceito do G.’A.’.D.’.U.’., vou transcrever um trecho bastante esclarecedor do livro “La Saga de Los Masones”, mas, antes, vamos relembrar em rápidas palavras o que é deísmo e o que é teísmo, em definições bem sucintas, aliadas a alguns comentários: DEÍSMO – Doutrina religiosa que crê na existência de Deus, mas que rechaça toda revelação. TEÍSMO – Doutrina que afirma a existência de um único Deus criador do universo. COMENTÁRIOS: Dentro do contexto maçônico, e numa referência direta às transformações pelas quais ela passou, o Teísmo seria a vinculação direta com as predominâncias religiosas existentes em seu seio, o que conforme já ventilamos, vai implicar no cristianismo em primeira instância. No entender do Irmão Xico Trolha, foi para eliminar esse Teísmo que estava vinculado à maçonaria que os reverendos James Anderson e John Theophilo Desaguliers escreveram a sua proposta inserida na Constituição de 1723, através da Primeira Obrigação, em sua parte I – Concernente a Deus e à Religião: “Um Maçom fica obrigado, por ocasião de sua iniciação, a obedecer as leis morais e, se ele entender bem a Arte, ele nunca será um Ateu estúpido e, nem tampouco, um libertino irreligioso. Porque desde os tempos imemoriais, os maçons eram obrigados, em todos os países, a seguir a religião da maioria de seu país de origem, qualquer que ele fosse; mas atualmente, o Maçom só é obrigado a ter aquela religião em que todos, ou a maioria concorda. Guardando para si, as suas opiniões próprias. Isso quer dizer que o Maçom deve ser um homem bom e verdadeiro e, de muita honestidade e honrado. Mas qualquer que seja a denominação de suas crenças, pelas quais ele possa se distinguir onde quer que esteja; a Maçonaria deverá ser sempre o Centro de União e o meio pelo qual ele possa conseguir a
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 15/31 Verdadeira Amizade entre as pessoas. Isso quer dizer que as opiniões pessoais – religiosas e políticas – nunca devem ser ventiladas, emitidas.” E o Irmão Xico Trolha arremata: “Aqui começa o Deísmo.” Para conhecimento dos Irmãos, os ritos mais conhecidos, na atualidade se configuram assim, conforme o “Vade-Mécum Maçônico”, do Irmão João Ivo Girardi: “O mais teísta de todos os ritos é o chamado de Rito de York, e na sequência, o R.E.A.A., professado por todas as Grandes Lojas do Brasil. O Rito Adoniramita, embora exija a crença no Grande Arquiteto do Universo e haja num juramento sobre a Bíblia, não deixa de, na sua filosofia metafísica, tender para um deísmo brando, semi-velado. O Rito Francês ou Moderno é deísta. O Rito Schoereder é teísta. (CII 2º IA).” E agora sim, passemos às informações constantes no livro “La Saga de Los Masones: “En el espacio de la francmasonería, esse Diós creador, abstraído de cualquier revelación, podia convenir tanto a los deístas como a los teístas, sean estos últimos cristianos (católicos o protestantes), judíos o musulmanes. Dando por sentado que cada cual consevaba, para si, sus proprias convicciones religiosas, pues las Constituciones de Anderson prohíben cualquier discusión teológica o política en el seno de las logias. Sin embargo, el deísmo latente en estos textos fundacionales de la francmasonería moderna, que hacían pocas referencias explícitas a la religión cristiana, suscitó resistencias en Inglaterra, en el seno de la francmasonería. Acabaron siendo incluso un conflicto entre ‘Antiguos’, agrupados en torno a la logia deYork, que se instituyen como Gran Logia em 1725, y ‘Modernos’ de La Gran Logia de Londres, fundada en 1717. Los primeros reprochan, especialmente, a los segundos, haber abandonado las plegarias y descristianizado los rituales heredados de los Antiguos Deberes (Old Charges) de los francmasnes. En un intento de apaciguamiento, las Constituciones de 1723 se modifican en 1738 para acompañar la creación de la Gran Logia de Inglaterra. Las obligaciones, referente a Dios y a la religión, estipulan que un ‘masón está obligado por su compromiso a observar la Ley moral o verdadero noaquita’. Es decir, como discípulo de Noé, cuya religión Newton consideraba como la más antigua e la más universal. Así, según las Constituciones de 1738, la religión en la que todos los hombres están de acuerdo descansa sobre ‘los tres grandes artículos de Noé’ (prohibición de la idolatria, de la blasfemia y del crimen). Lo que constituye un recordatorio de la filiación bíblica de la francmasonería. Pero esta inflexión de los ‘Modernos’ no calma las oposiciones. En 1753, los ‘Antiguos’ crean la Gran Logia de los Francos y Aceptados Masones de la Antigua Institución para preservar el arraigo cristiano de la francmasonería y fortalecer sus vínculos con la Iglesia anglicana. Un masón – precisan sus Constituciones – está obligado por su compromiso a creer firmemente y a adorar fielmente al Dios eterno tanto como las enseñanzas sagradas que los dignatarios y Padres de La Iglesia han redactado... El cisma solo finalizará en 1813, con la reunión de los ‘Antiguos’ y los ‘Modernos’ en el seno de la nueva Gran Logia Unida de los Antiguos Francmassones de Inglaterra. Por fin, las posiciones de unos y otros se han aproximado, prevaleciendo sin embargo el teísmo sobre las tendencias deístas. Esta reunión no lleva a una recristinización de los rituales. Pero el primer artículo de las Oligaciones de 1732 es retomado en el sentido de um teísmo más personal. En adelante, el masón se convierte en aquel que ‘de todos los hombres {...} mejor debe comprender que Dios no ve como el hombre ve, pues el hombre mira las apariencias exteriores, pero Dios mira el corazón.’ Se afirma también que ‘sea cual sea la religión de un hombre o su modo de adorar, no es excluído de la Orden siempre que crea en el glorioso Arquitecto del Cielo y de La Tierra, y practique los sagrados deberes de la Moral.’ O LANDMARK XXI DA LISTA DE MACKEY E ALGUMAS PARTICULARIDADES SOBRE O LIVRO DA LEI O Landmark XXI, dos que foram coligidos pelo Irmão Albert Mackey diz assim: “XXI – É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que, conforme a crença, se supõe conter a Verdade Revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus Membros, esses Livros podem variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark, que o Livro da Lei seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja.” (Pág. 335, do “Vade-Mécum Maçônico) LIVRO DA LEI: 1. Também chamado Livro Sagrado, da Sabedoria. Diz-se do volume colocado sobre o Altar dos Juramentos. Para os cristãos, a ‘Bíblia’; para os judeus, o ‘Talmude’ ou o ‘A.T.’; para os muçulmanos, o ‘Alcorão’; para os adeptos do bramanismo, os ‘Vedas’; para os mazdeístas ou
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 16/31 seguidores de Zaratustra, o ‘Zend-Avesta’. (...)4. Histórico: o mais antigo texto conhecido que menciona expressamente o Livro da Lei como uma das Três Grandes Luzes é de 1760, mas é evidente que não foi uma inovação, pois, na época da Maçonaria Operativa, uma obrigação puramente leiga seria simplesmente inconcebível. De acordo com os costumes medievais é, contudo, possível que o juramento fosse prestado sobre ‘relíquias’, mas o seu caráter religioso permanecia o mesmo. O Manuscrito Nº 1 da Grande Loja (1583) menciona a Bíblia como um objeto essencial do mobiliário de uma Loja. Bernard Jones em seu ‘Guia e Compêndio do Franco-Maçom’ (1685) cita no mesmo sentido. Uma alusão irrecusável é, enfim, a contida em 1783 na bula ‘In Iminenti’ de Clemente XII, a propósito do juramento maçônico: ‘Em virtude de um juramento estrito prestado sobre a Santa Bíblia’. Esta regra foi abandonada em 1877 pelo Grande Oriente, quando ele baniu de sua constituição a menção do Grande Arquiteto do Universo. A Grande loja da França considerou o Livro Sagrado como facultativo até 1953, data em que o restabeleceu, após intermináveis discussões internas. Diferentemente da Maçonaria regular, ele considera-o apenas um símbolo, e não a ‘Vontade Revelada’ de Deus. Existem Lojas compostas exclusivamente de muçulmanos na Ásia e na África. O seu Livro da Lei é, naturalmente, o Alcorão. 5. (...)’O L.’. da L.’. é o Livro Sagrado de cada religião, onde os crentes julgam existir as verdades pregadas por seus profetas. Assim, o juramento deve ser prestado sobre o Livro Sagrado da crença do iniciado, pois, pelos princípios básicos da Maçonaria, deve haver o máximo respeito à crença religiosa de cada um’. (R)” ( Pág. 355, do “Vade-Mécum Maçônico”) COMENTÁRIOS: Atentem para a última frase da definição que foi transposta acima: “o juramento deve ser prestado sobre o Livro Sagrado da crença do iniciado, pois, pelos princípios básicos da maçonaria, deve haver o máximo respeito à crença religiosa de cada um.” Baseado no exposto, podemos então dizer que a Maçonaria consegue lidar melhor com a pluralidade religiosa, e consegue também, como ninguém, tornar prática a convivência entre os seres humanos que praticam religiões diferentes? Antes de responder, não podemos deixar de levar em consideração as características do nosso país. É um país de maioria cristã, os Maçons são em sua maioria cristãos, e aqui temos uma grande particularidade: o sincretismo religioso. A Maçonaria como organização é perfeita e consegue materializar a ideia de união e de fraternidade entre os seus membros. O que vem em decorrência é a aceitação. Para a Maçonaria existe um Princípio Único, que se convencionou chamar de Grande Arquiteto do Universo. O Maçom, independente da sua religião em particular, se reúne para trabalhar em prol da humanidade, concomitantemente honrando esse que é o Grande Arquiteto do Universo. QUEM É O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO? O Irmão Kennyo Ismail, em seu livro “Desmistificando a Maçonaria” tem uma boa resposta: “A Maçonaria tem como princípio a crença num Ser Supremo, ao qual denominamos Grande Arquiteto do Universo. Mas qual seria esse Deus da maçonaria, o GADU? Afinal de contas, existem tantos deuses, com tantos diferentes nomes e tantas diferentes qualidades. Qual seria o verdadeiro? Se a Maçonaria aceita e possui membros de qualquer religião, qual o Deus presente no altar maçônico? Ou se trata de um Deus específico, o Deus da Maçonaria, e todos ali estão renegando seus próprios deuses? Seria então a Maçonaria uma religião? Isso seria um prato cheio para os fanáticos. Quando vários maçons estão presentes diante do Altar de um templo maçônico, onde se vê o Livro Sagrado de uma ou mais religiões, além do Esquadro e do Compasso, eles realizam uma breve oração. Ali estão católicos, protestantes, muçulmanos, espíritas, budistas, judeus, etc. Eles estão um do lado do outro, como Irmãos. E ali, diante do Altar da Maçonaria, só há duas opções de entendimento ao Irmão: ou eu estou orando para Deus verdadeiro, e aqueles Irmãos que professas outras crenças estão orando para falsos deuses; ou nós estamos todos orando para o mesmo Deus, o Criador do Universo, visto de forma diferente conforme as peculiaridades da religião e crença de cada um. É evidente que o entendimento do verdadeiro maçom é a segunda opção. Ora, se você chama o maçom que está ao seu lado de Irmão, isso significa que você acredita que ambos nasceram
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 17/31 do mesmo Pai, foram feitos pelo mesmo Criador, independentemente da fé professada. (...) Os homens deram nomes ao GADU conforme suas línguas e culturas. Eles apontaram qualidades ao GADU conforme as histórias de seus povos e a pregação de seus profetas. O único ponto comum em todas as religiões é esse: a existência de um Ser Supremo, Criador do Universo. Se as diferenças na fé sempre foram combustíveis para preconceitos, tiranias, atritos e guerras, então apenas o comum pode servir para unir os homens como irmãos. Maçonaria é isso: ciente da dualidade das forças e respeitando as diferenças, investe no que há de igual nos homens de bem em busca da felicidade da humanidade.” DA IMPORTÂNCIA DE TER UMA RELIGIÃO Alguns excertos que faço do livro do Dalai Lama, que já foi citado, darão com certeza, uma visão sobre a importância de ter uma religião: “Todas as religiões concordam quando à necessidade de controlar a mente indisciplinada que nutre o egoísmo e outras fontes de problemas. E cada uma delas, a seu modo, ensina um caminho que conduz a um estado espiritual pacífico, disciplinado, ético e sábio, e, assim, ajuda os seres vivos a evitar o sofrimento e obter a felicidade.” “Apesar do imenso progresso das condições materiais no mundo todo, o sofrimento persiste. Aflições como ganância, raiva, ódio e inveja, que estiveram na base de boa parte de nosso tormento milhares de anos atrás, continuam a nos inquietar até hoje. A menos que aconteça uma mudança radical na natureza humana num curto intervalo de tempo, essas aflições ainda nos atormentarão por muito séculos. Os ensinamentos de cada uma das grandes religiões do mundo, a sua maneira particular, foram e continuarão a ser um recurso espiritual para se contrapor aos efeitos dessas aflições. A religião, portanto, permanece relevante e terá um papel importante na sociedade humana no horizonte do futuro previsível. Acima de tudo, as religiões inspiraram o fluxo de compaixão e grandes atos de altruísmo com efeitos que revoaram na vida de milhões. Assim, tanto pela perspectiva da paz mundial como para nutrir o potencial benéfico da religião no mundo, as tradições de fé precisam encontrar um caminho de se relacionar entre si com aceitação mútua e respeito sincero.” “Em vez de ressaltar o histórico de divisão dentro das religiões, os não religiosos devem reconhecer os papéis construtivos e positivos que as religiões tem desempenhado no desenvolvimento da cultura humana, da filosofia e da transmissão do conhecimento. Também nas áreas de justiça social e liberdade (...), as significativas contribuições das tradições de fé não podem ser ignoradas. Muitas vezes, os secularistas identificam a convicção religiosa com uma falta de conhecimento científico e consideram que, com o progresso do entendimento racional, a fé religiosa gradualmente desaparecerá. Mas isso se apoia em uma premissa falsa. Enquanto a natureza humana permanecer como é, com suas necessidades e múltiplas aflições de apego, aversão, orgulho e ilusão que estão conosco desde que se tem memória, as religiões continuarão a ser relevantes.” APRENDENDO SOBRE ALGUNS DOS ENSINAMENTOS ESSENCIAIS DAS RELIGIÕES As leituras referentes aos livros sagrados de outras religiões, ou de estudos sobre as mesmas, ou ainda, de filosofia das religiões, etc., farão com que as conheçamos melhor e possamos retirar delas o que possuem de mais sábio e de mais útil para o nosso dia a dia. Sempre é tempo de aprendermos mais, desde que estejamos com a mente aberta, livre de preconceitos, e todas elas tem muito a ensinar. Para ilustrar o que acabo de dizer, vou utilizar-me de mais algumas passagens desse livro que nos ensina, e ao mesmo tempo, nos faz refletir sobre como é bom e agradável vivermos em paz com toda a humanidade. Se considerarmos que somos todos filhos do mesmo Deus, se nos conscientizarmos que somos todos irmãos perante Deus, o Salmo 133 é muito ecumênico em sua essência!!! DO BUDISMO: “Ao alcançar um profundo discernimento pessoal da natureza fundamental da existência humana, o Buda possibilitou que outros compartilhassem de sua iluminação ensinando o caminho. Ele declarou que o sofrimento é nossa realidade, que o sofrimento tem uma origem no carma e nas aflições, que há uma possibilidade de cessação do sofrimento e que existe um caminho que conduz a tal cessação. Para essa constatação do Buda foi fundamental enxergar claramente que tudo o que fazemos ou
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 18/31 pensamos cria a realidade psicológica em que vivemos _ nossa sensação de felicidade ou de dor -, e isso, por sua vez, gera o padrão de nossas ações e pensamentos.“ 12º ÉDITO, IMPERADOR ASOKA, ÍNDIA. (ANTES DA ERA COMUM): Dá uma mostra do histórico de tolerância da Índia, em relação à diversidade religiosa: “O Amado dos Deuses (o rei) não considera que presentes ou honras sejam tão importantes quanto o avanço da doutrina essencial de todas as seitas. Esse progresso da doutrina essencial pode assumir muitas formas, mas sua base é o controle do que se fala de modo a não exaltar a própria seita ou depreciar a de outro em ocasiões inadequadas, ou pelo menos fazê-lo brandamente em certas ocasiões. Em todas as situações, é preciso honrar a seita do outro homem, pois, fazendo-o, aumenta- se a influência da própria seita e beneficia-se a do outro homem; ao passo que, não fazendo assim, diminui-se a influência da própria seita e prejudica-se a do outro homem. Novamente, quem quer que honre a própria seita ou deprecie a de outro homem, totalmente por devoção a sua, com vista a mostrá-la sob uma luz favorável, prejudica sua própria seita ainda mais seriamente. Portanto, a concórdia deve ser recomendada, para que os homens possam ouvir os princípios uns dos outros...” DO HINDUÍSMO: “O hinduísmo ensina que os seres humanos estão sujeitos a uma série de metas na vida. De modo geral, somos criaturas que buscam o prazer, e a busca pela satisfação desse desejo mantém nossa natureza no nível mais básico. No entanto, também buscamos sucesso mundano como riqueza, fama e poder, e para muitos essas são as metas primárias da vida. Se ficarmos em qualquer um desses dois níveis, lembra-nos o hinduísmo, permanecemos apenas no caminho do desejo. O potencial da vida humana é maior do que a obtenção de sucesso mundano e a gratificação dos sentidos. Com efeito, para viver de fato o potencial de uma vida humana, precisamos transcender o caminho do desejo e movermo-nos além dele, para um caminho de renúncia. Este é chamado de darma, ou o caminho da verdade.” DO CRISTIANISMO: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amos sou apenas um bronze que soa ou um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia e pudesse conhecer todos os mistérios e toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé aponto de mover montanhas, se não tiver amor eu não sou nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos pobres e entregasse meu corpo às chamas, se não tiver amor isso nada me adianta. O amor é paciente, o amor é bom. Ele não inveja, não se ostenta, não é orgulhoso. Ele não é rude, não busca seu próprio interesse, não se irrita com facilidade, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Ele sempre protege, sempre confia, sempre espera, sempre persevera. O amor jamais falta. (I Coríntios, 13:1-8) SOBRE O ISLAMISMO “Historicamente falando, alguns dos momentos mais abertos e pluralistas da cultura mundial ocorreram sob o domínio islâmico. Quer se pense na Espanha da Idade Média,no Califado de Bagdá ou na Índia de Akbar. A cultura literária e o aprendizado científico floresceram ao lado de uma notável tolerância pela multiplicidade religiosa. Não foi só por fontes árabes que o Ocidente veio a redescobrir sua herança filosófica grega, como essas mesmas fontes enriqueceram imensamente o entendimento da matemática e da astronomia no budismo indiano e tibetano. A percepção do islamismo como estreito, intolerante e mesmo aberto ao terrorismo é falsa e uma consequência muito infeliz do 11 de setembro. Tomar os atos insanos de um grupo desorientado como representativo de qualquer outra coisa que não a degradação moral deles próprios é fazer uma generalização que, simplesmente,não tem base. “ SOBRE O JUDAÍSMO “Uma das primeiras coisas que ouvi sobre os judeus foi a ideia de que eles são um povo escolhido. Inicialmente, achei que isso devia ser análogo à idéia tradicional de o povo tibetano ter sido especialmente escolhido por Avalokiteshevara, o Buda da Compaixão, que prometeu cuidar do povo da Terra das neves. No entanto, quando meu amigo Hudson Smith, que me visitou pele primeira vez em Dharamsala no final da década de 1960, explicou com maior profundidade o significado dessa noção
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 19/31 judaica de ser escolhido, fiquei muito impressionado. Smith me disse que, durante o exílio dos judeus na Babilônia, desenvolveu-se uma profunda interpretação do sofrimento judaico, que aparece na Bíblia na última parte do Livro de Isaías. De acordo com essa narrativa, ser escolhido por Deus significa carregar o peso do sofrimento humano e indica que, pelo sofrimento do povo judeu, a redenção de toda a humanidade pode ser alcançada. Isso representa um ideal extraordinariamente altruísta. Enquanto no cristianismo a redenção do mundo é colocada nos ombros de um só homem, ainda que seja o Filho de Deus, no judaísmo um povo inteiro assume para si essa responsabilidade. (...)” COMENTÁRIOS: Os excertos precedidos de “do” e “sobre” são a opinião de um dos homens mais sábios da atualidade, que é o Dalai Lama. Como frisei anteriormente, o propósito aqui não é fazer apologia de nenhuma religião, mas, evidentemente através das passagens acima, aleatórias, é possível perceber o quando um ser humano pode dispor de si, no que tange a exercitar sua tolerância, sua compaixão e seu amor com o simples objetivo de entender o outro. Com certeza, em algumas dessas passagens, detectamos sensivelmente a visão budista do autor do livro, o que não impede em nenhum momento de entendermos o sentido exato do que ele diz, e afinal, o budismo tem um verdadeiro cabedal de sabedoria acumulada, pois, é uma das religiões mais antigas. Com isso posto, cabe ao Maçom sempre fazer leituras mais aprofundadas, pois, quanto mais nos dispusermos a conhecer o outro, menos ele parecerá diferente. Somos todos filhos desse que para nós tem o nome de Grande Arquiteto do Universo. E ainda, tenhamos em mente, o seguinte: “Embora as religiões do mundo possam diferir fundamentalmente entre si em suas concepções metafísicas, no que se refere a seus ensinamentos sobre a prática efetiva da ética há uma grande convergência. Todas as tradições de fé enfatizam um modo de ser virtuoso, a purificação da mente de pensamentos e impulsos negativos, a prática de boas ações e a adoção de um vida significativa.” E SOBRE A DITA UNIVERSALIDADE DA MAÇONARIA? O Irmão Kennyo Ismail, no seu livro citado anteriormente, faz a pergunta: “Primeiro o que é universal? Significa que abrange todos os indivíduos, sem distinção de raça, credo, nacionalidade ou classe social. Então, a Maçonaria é universal? Na sequencia o Irmão Kennyo cita o Landmark XIX de Mackey: “A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa crença é impedimento absoluto e irremovível para a Iniciação.” Prossegue o Irmão Kennyo: “Esse importante Landmark de nossa instituição exclui os ateus e os agnósticos, visto que o primeiro não acredita em um Ser Supremo, enquanto o segundo acredita que é impossível concluir que realmente existe ou não um Ser Supremo.” Prosseguindo com o raciocínio do Irmão Kennyo, vem o Landmark de nº XX: “Subsidiariamente à crença em um ENTE SUPREMO, é exigida, para a Iniciação, a crença numa vida futura.” E comenta logo após: “Esse Landmark se refere ao dogma da imortalidade da alma, presente na Maçonaria, e, como todo dogma, é um preceito fundamental e indiscutível. Com base nesse dogma, mesmo aqueles que acreditam em um Ser Supremo, mas não crêem na imortalidade da alma, são incompatíveis com a Iniciação na Maçonaria.“ E finaliza: “É importante ressaltar que existem algumas religiões que são adeptas do ‘aniquilacionismo’, que é a crença de que a alma é mortal e cessa com a morte do corpo que a hospeda. Entre os cristãos que defendem essa teoria estão as Testemunhas de Jeová, os Adventistas do Sétimo Dia e a Igreja Mundial de Deus. Já entre os judeus estão os Karaim. Observando isso, pode- se concluir que, com base no quesito crenças, a Maçonaria não é tão universal como se denomina.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 20/31 Porém, entre aqueles que acreditam em um Ser Supremo e na imortalidade da alma, ela realmente está aberta, sem distinções de religiões, raça, nacionalidade ou classe social.” Respeitando e admirando sempre a capacidade do Irmão Kennyo Ismail de levantar críticas, sempre bem fundamentadas, ou questões sobre as quais não nos ocorreu pensar, e a partir daí oferecer novos ângulos de interpretação aos seus leitores, destaco a visão por outro ângulo e ancorada na espiritualidade do Irmão e escritor argentino Jorge E. Sanguinetti, em seu livro “Espiritualidad Y Masonería”: “La Masonería se precia de no adherir a ninguna doctrina ni filosofia particular, y de acoger en su seno a todos los hombres, sin distinción de creencias: es decir, congrega a todos los ‘hombres buenos’, como dicen sus Antiguos Deberes, y se propone entonces como ‘el centro de unión y el feliz medio de unir a personas, que de outro modo, hubieran permanecido perpetuamente desconocidas entre sí. Una espiritualidad masónica, entonces, no será comprensible sin tener en cuenta ese universo humano, de tan amplio espectro de ideas y criterios, que se congrega bajo el signo de la fraternidad, la tolerancia y la perpetua búsqueda del perfeccionamento humano.” CONCLUSÃO A Maçonaria ao longo da sua trajetória buscou a essência contida nos livros sagrados e se espelhou nesses tesouros da sabedoria e da espiritualidade para propiciar aos seus membros, os ensinamentos que homens de bons costumes devem assimilar e praticar para cumprir a nobre missão de melhorar o mundo em que vivemos. A Maçonaria é sem dúvida a organização em que independente da crença ou da fé individual, de cada Maçom, faz disso um diferencial com o propósito de integrar os mesmos e não desunir. A Maçonaria, portanto, pode ser transformada num exemplo claro de aceitação do outro e de fraternidade. A verdade é que toda e qualquer iniciativa de parte dos líderes religiosos em favor de uma aceitação das demais religiões, da pluralidade religiosa, do ecumenismo, vai exigir de todo indistintamente uma palavra que não é propriedade maçônica, mas, pela importância que os Maçons atribuem a ela é como se fosse: tolerância. A partir daí, o resto pode ser construído aos poucos. Consultas Bibliográficas: Internet: “Maçonaria, organização ecumênica” – Artigo do Irmão João Anatalino – Disponível em: WWW.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar... “Significado Ecumenismo” – Disponível em: WWW.significado-definicao.com/ecumenismo Livros: CHAMPLIN, R.N. “Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volume 2 – Hagnos Editora – 9ª Edição – 2008 DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – VOLUMES 7, 8 e 22 – Editora Abril S/A - 2006 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade –Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição – 2008 GUERRA, Aloísio. “Religiosidade e Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2006 ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Editora Universo dos Livros - 2012 LAMA, Dalai. “Uma Ponte Entre as Religiões” – Martins Editora Livraria Ltda. 1ª Edição – 2015 LENOIR, Frédéric & ETCHGOIEN, Marie-France. “La Saga de Los Masones” – Ediciones B – 1ª Edición – 2010 – Barcelona – España. SANGUINETTI, Jorge E. “Espiritualidad y Masonería” – Editorial Kier – 1ª Ed. 2ª Reimp. Buenos Aires, Argentina. TROLHA, Xico. “A Descristianização da Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 1997
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 21/31 MENSAGEM DO DIA - MAÇONARIA EM GOTAS (XVI) Valdemar Sansão Dia 16 de janeiro MAÇONARIA SIMPLIFICADA A Maçonaria é, na Terra, a única instituição capaz de levar o homem ao domínio da paz, da ordem e da felicidade para concorrer à construção moral mais pura da Humanidade. Homem – Ser racional composto de corpo, alma e espírito. Criado por Deus, sua principal missão é refletir-lhe a glória e a majestade. O homem é a obra-prima das mãos divinas. O homem é a mais notável e soberana das criaturas que Deus chamou à existência. Embora muito limitado quanto ao tempo e ao espaço, comunica-se através do espírito com o Criador; por intermédio do corpo, exprime-se para fora de si; por meio de sua alma (ou mente) elabora os problemas mais difíceis e raciocínios cada vez mais altos e intricados; sua compulsão para o saber não tem limites. Alguma coisa de eternamente belo e admirável existe no homem, quando perscrutando seus instintos morais vemo-lo, através das luzes da razão e sãs aspirações, senhor de seus destinos sociais. Encaramos o homem não como um ser degenerado, preso à terra pelo egoísmo de seus sentimentos, rastejando no circulo dos preconceitos e seguindo servilmente os velhos erros hereditários, mas como um ser superior aos demais, usando conscientemente seus deveres e seus direitos, para chegar ao apogeu da perfeição a que é destinado. O homem simples – A simplicidade é um estado de espírito. Reside na intenção central que nos anima. Um homem é simples quando a sua mais alta preocupação consiste em querer ser o que deve ser, isto é, simplesmente um homem. O ideal humano consistiria assim em transformar a vida em bens maiores que ela própria. Pode comparar-se a existência a uma matéria prima. O que ela é importa menos que o que dela se tira. Como em uma obra de arte, o que nela se deve apreciar é o que o artista lhe soube dar. A pedra bruta é transformada (polida) e levada a um grau superior. Não malbarate a sua vida; emprega todos os esforços para que ela frutifique. Acostume-se a dá-la para impedi-la de se perder. A verdadeira vida consiste em realizar os bens superiores que são a Justiça, o Amor, a Verdade, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, a energia moral na nossa atividade quotidiana, qualquer que seja o lugar deles e a forma exterior. E essa vida é possível nas mais diversas condições sociais, e com os dotes naturais mais diferentes. O que constitui o valor da vida, não é a fortuna nem a superioridade pessoal, mas o partido que da mesma vida tiramos. O brilho como a duração não aumentam tal valor: o que é importante é a qualidade. Será preciso dizer que não é sem esforço e sem luta que o homem se eleva a este ponto de vista? O espírito de simplicidade não é um bem que se herda, mas sim o resultado de uma conquista laboriosa. Viver bem, como pensar bem, é simplificar. Séculos e séculos de pesquisas se condensam muitas vezes em um princípio que cabe em uma linha. Mas a força de trabalhar e de sinceramente ter consciência dos seus atos, o homem acaba por saber melhor a vida. Aparece-lhe a lei, que é a seguinte: Cumprir a sua missão. A Ordem Maçônica Simples - Corresponde a uma necessidade profunda de simplificação no meio desta época agitada e complexa. A Ordem Maçônica é uma associação de homens sábios e virtuosos que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente unidos por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se uns aos outros na prática das virtudes. É um sistema de moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos. É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, 5 – Maçonaria Simplificada – Maçonaria em Gotas (XVI) Valdemar Sansão
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 22/31 pelo respeito à autoridade e a crença de cada um. Ela é universal e suas Oficinas espalham-se por todos os recantos da Terra, sem preocupação de fronteiras e raças. Possamos nós, chegar a compreender que a felicidade, a força e a beleza da existência têm em grande parte a sua origem no espírito de simplicidade. O homem devorado pela sede sonha, enquanto dorme, com um fresco ribeirão onde se banha, ou com uma fonte clara onde bebe à vontade. Assim, na agitação complicada da existência moderna, as nossas almas extenuadas sonham com a simplicidade. Mas a simplicidade não depende de condições econômicas ou sociais em particular; é pelo contrário um espírito que pode animar e modificar vidas de gêneros bem diferentes. Longe de ficarmos reduzidos a correr atrás dela com as nossas lastimas impotentes, afirmamos que dela podemos fazer objeto das nossas resoluções e o alvo da nossa energia prática. Aspirar a Maçonaria Simples, é precisamente aspirar a desempenhar o mais prático. Todo o movimento de humanidade para o advento de mais justiça e de mais luz, foi ao mesmo tempo para uma vida mais simples. E a simplicidade antiga nas artes, nos costumes, nas ideias, não conserva para nós o seu incomparável valor senão porque conseguiu dar um poderoso relevo a alguns sentimentos essenciais, a algumas verdades permanentes. Devemos amar essa simplicidade e esforçar-nos por mantê-la; é caminhar para esse fim com os meios de que dispomos eis a coisa mais importante, agora como antes. E é por nos termos afastado dela muitas vezes, que embrulhamos e complicamos a vida. Se conseguirmos fazer partilhar esta noção bem interior da simplicidade, não teríamos feito um esforço em vão. Muitas inutilidades com o pretexto de nos abrigarem, não fazem senão esconder a luz nos separando do ideal de Verdade, de Justiça e Bondade que devem aquecer e vivificar os nossos corações. A Maçonaria Simbólica – O sistema básico da organização maçônica reúne toda a doutrina essencial e a razão de ser da Ordem. Diz-se simbólica porque é, velada por símbolos e alegorias. A Maçonaria descomplicada – Organizemos o prazer da convivência, criemos encontros, reuniões sociais, abramos os nossos corações e as nossas casas. Incluamos a família, os nossos filhos que os nossos lares tristonhos empurram para a rua, e as nossas filhas que se enfadam na solidão. Multipliquemos as festas de família, as recepções e as excursões familiares. Para um Aprendiz compreender bem o seu Mestre, nada há como ter rido em sua companhia, e reciprocamente para um mestre compreender bem o Aprendiz é preciso que o tenha visto fora da Loja. O prazer e a simplicidade são dois velhos conhecidos. Receba simplesmente, reúna-se simplesmente, seja o mais amável e leal que se possa e não fale mal dos ausentes; devemos ter a coragem de ser o que somos, diante de quem quer que seja. Iniciação Maçônica - deriva das “recepções” da Maçonaria Operativa e do Companheirismo e que se acha relacionada com a arte da construção. Consiste em provas, juramentos e comunicação de mistérios, completam-se quando o Maçom, depois de subir os degraus de Aprendiz e Companheiro, torna-se Mestre. Esta é, porém, uma simples Iniciação simbólica, isto é, uma imagem da verdadeira iniciação que se processará quando o iniciado conseguir romper a casca mental que formou durante a sua vida profana e conseguir alcançar um estado de transcendência. E este estado ele só o conseguirá pelo estudo aprofundado do simbolismo maçônico, que há de lhe abrir a porta. Conclusão – Ninguém conseguirá a Iniciação real a não ser por seus próprios meios e seus prolongados esforços, sem outro qualquer auxílio. Aqueles que acreditam ser a Maçonaria apenas uma sociedade fraternal de socorros mútuos, ou um clube de piqueniques litúrgicos, nela perdem o seu tempo. Sempre que a lei da simplicidade penetra os corações, desaparece a desordem. Para o homem, o que há de mais verdadeiro é o que mais o fortifica. Visto que o sol continua a nascer todos os dias, a terra a florir, a ave a preparar o seu ninho e a mãe a sorrir para o filho, tenhamos a coragem de ser homens e deixemos o resto Àquele que sabe o número das estrelas. P.S – Não está no poder de ninguém, homem ou corpo de pessoas, de fazer inovações no corpo da Maçonaria. A Maçonaria mostra-se completamente avessa às inovações. (Mackey).
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 23/31 Este Bloco é produzido pelo Irmão Pedro Juk, às segundas, quartas e sextas-feiras Joía do ex-venerável Em 09/06/2016 o Respeitável Irmão Celso Corrêa, Loja Fidelidade e Justiça, 565, GLESP, Ritual Trabalho de Emulação, Oriente de Sorocaba, Estado de São Paulo, solicita esclarecimento para o seguinte. ftcorrea@uol.com.br Um nosso Irmão fez uma indagação que não consegui resolver. Por que a joia do Past Master é o teorema de Pitágoras? Poderia me esclarecer? Considerações: Como guardiã das tradições maçônicas, a Maçonaria inglesa traz esse importante símbolo herdado do período operativo da Ordem. Em síntese esse símbolo invoca a alegoria do construtor experiente e que já passou pela direção da Loja. Para entender essa presunção alegórica, o Maçom precisa conhecer a demonstração da 47ª Proposição de Euclides (comprovada por Pitágoras) com uma Verdade Universal aplicada, já que esse Teorema, para o construtor, demonstra a atenção pelo canto perfeito (90º), fundamental às construções justas, perfeitas e duradouras. Como regra aplicada nas Guildas Operativas da obra, sua prática partia da pedra angular que era sempre colocada no canto nordeste da construção. A partir dela com o manuseio de Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência. 5 –Perguntas & Respostas) Pedro Juk
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 24/31 uma corda de nós equidistantes (cordel do Mestre) marcavam-se três medidas para o Sul e quatro para o Oeste. Das extremidades desses dois pontos alcançados, ligavam-se os seus extremos pela medida exata de cinco nós. Dessa precisão (às vezes marcadas por passos aferidos) obtinha-se o ângulo de 90º a partir do canto assinalado pela pedra angular. Vale a pena mencionar que essa aplicação, observadas as evoluções dos métodos, é utilizada até o presente. Devida essa posição da pedra angular (ponto de partida) na obra originou na Moderna Maçonaria o símbolo da esquadria no Passo Regular formada com os pés unidos pelos calcanhares como se ficassem ajustados a partir do canto do poliedro (sólido limitado por polígonos planos) – o pé colocado junto à pedra angular constituindo a esquadria. Essa prática é bem representada nas perambulações em Loja quando feitas nas oportunidades em que se esquadrejam os cantos do tapete no Ritual de Emulação, assim como na execução do Passo Regular de cada Grau. No que diz respeito ao símbolo de natureza icônica, o termo “teorema” menciona em Matemática a proposição que carece de demonstração, o que foi feito por Euclides ao revelar que em qualquer triângulo retângulo (triângulo com um ângulo reto), a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. É oportuno salientar a fundamental importância desse conceito para toda a atividade humana, já que qualquer que seja o comprimento dessas duas linhas, desde que elas partam de um ângulo reto por elas formado, é possível se saber com exatidão qual é o comprimento da linha que as une (hipotenusa) adotado um sistema de medida, seja ela na escala métrica ou na astronômica. De fundamental importância, na prática esse conhecimento é aplicado na navegação no que diz respeito ao traçado de rotas e medir distâncias; é usado nas medições dos limites de áreas e traçados para a construção de estradas; por essa ciência é possível de maneira segura se fazer o encontro de duas frentes de trabalho na escavação de túneis; através dela o Homem calcula as distâncias estelares e chega ao espaço sideral. Assim, em Maçonaria, é desse modo que a representação pictográfica do Teorema de Pitágoras está presente na joia do Mestre Instalado Passado, já que a 47ª Proposição de Euclides é tida como símbolo da Arte e da Ciência, da Perfeição e da Beleza e da universalidade das Leis da Natureza. Nesse sentido, a joia procura demonstrar que o Ex - Venerável, com o auxílio da Arte e da Ciência e a submissão às Leis da Natureza deve sempre buscar a perfeição (pena que a grande maioria deles ainda não aprendeu isso). Por assim ser é que o Mestre Instalado Passado (Past Master) traz consigo a joia com essa representação pictográfica. Concluindo, deixo aqui a observação que essa joia é peculiar ao Mestre Instalado Passado da vertente inglesa de Maçonaria, já que nos Ritos de origem francesa, como é o caso do REAA, a joia distintiva tradicional do Ex-Venerável é outra (o Esquadro e o Compasso sobre o segmento de um quarto do círculo). T.F.A. PEDRO JUK jukirm@hotmail.com AGO/2016.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 25/31 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville 26/01/1983 Humânitas Joinville 31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e Fraternidade do Mercosul Ir Hamilton Savi nr. 70 Florianópolis (só trabalha no recesso maçônico) 11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans 13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba 17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis 21/02/1983 Lédio Martins São José 21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió 22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau Data Nome da Loja Oriente 11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá 18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis 21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna 25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau 25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mêses de janeiro e fevereiro
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 26/31 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis 14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis 25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema 06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes 11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão 29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá GRANDE ORIENTE DE SANTA CATARINA - GOSC/COMAB Loja Especial “União e Fraternidade do Mercosul” nº 70 RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO - FUNDADA EM 31/01/1998 Convite Palestra Dia 23/01/2017: 20h00 Palestra do eminente Ir.: Gean Marques Loureiro, Prefeito eleito da Capital de Santa Catarina, Mestre instalado da ARLS Samuel Fonseca nº 79 - GOSC A Administração Pública em Época de Crise Informamos que as sessões da Loja Mercosul Hamilton Savi nº 70 serão realizadas no Templo da Loja Ordem e Trabalho nº 3, Or. de Florianópolis, Situado próximo à UFSC –. AV. DESEMBARGADOR VITOR LIMA. 550, Serrinha Florianópolis SC, com inicio às 20:00hs Grande Abraço Ir.: EMÍLIO CÉSAR ESPÍNDOLA V.: M.: (048)32445761 - (048)999824363 emilioespindola@yahoo.com.br
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 27/31 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Dia 18 de janeiro: Alfa e Ômega Primeira e últimas letras do alfabeto grego; simbolizam o princípio e o fim; representam o próprio Deus que, como justo e perfeito, é o início e o final da criação. Nas sagradas escrituras encontramos: "eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim", "eu sou o alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, era e que há de vir, o Todo-Poderoso." Essas duas letras são símbolos cujas figuras expressam um universo; o desenho é conhecido por todos os povos e o seu uso é universal em todas as expressões filosóficas, religiosas e místicas. O alfabeto grego possui 24 letras; portanto, ente o alfa e o ômega temos outras 22 letras, que nos conduzem a meditar que todas elas expressam alguma coisa; entre o princípio e o fim há um "meio" que deve fluir, pelo menos filosoficamente, em nossa vida; pensemos em nosso próprio alfabeto e concluiremos que dele extraímos os nossos nomes e o de nossos filhos; cada letra tem o seu valor específico. Assim, analisemos nesses aspectos que nos conduzirão à meditação com resultados surpreendentes. Entre o Alfa e o Ômega (que simbolizam Deus) estamos nós, os seres humanos. Meditemos sobre isso. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 37.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 28/31 Templo da Loja Maçônica Renascença Maranhense nr. 621, em São Luiz.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 29/31 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. (fontes: internet) 1–Livros: http://www.livrariadogadu.com.br/ 2 – Fotos inéditas do Papa Francisco: FOTOS INSOLITAS DEL PAPA FRANCISCO1.ppsx 3 – Portos do mundo: puertos-del-mundo.pps 4 – O Brasil na 2 Guerra Mundial. https://www.facebook.com/guilherme.zacurafilho/posts/1082513751874445 5 – Egito: A Origem dos conhecimentos: Egito - A origem do conhecimento.pps 6 –O Livro Secreto da Maçonaria (colaboração: Ir. Mário Jorge – Lisboa) O Livro Secreto da Maçonaria - Lourivaldo Perez Baçan.pdf 7 – Filme do dia: “O Gordo e o Magro” – Limpa chaminés Sinopse: https://www.youtube.com/watch?v=IlsJhKoTk10&t=15s
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 30/31 O Irmão Adilson Zotovici, Loja Chequer Nassif-169 de São Bernardo do Campo – GLESP escreve aos sábados e esporadicamente em dias alternados adilsonzotovici@gmail.com É MEIA NOITE VENERÁVEL MESTRE ...* (imagem “Partir Pedra” – 2007) Estou aqui pensativo Tentando crer na verdade Mesmo algum lenitivo Que efêmera a felicidade Só a vida tem eternidade ! O sabor de estações felizes, Tem prazo de validade Deixam saudade, raízes ! Das ações ficam matrizes Marcas no tempo, no espaço, Que de suas diretrizes Cada qual deixa seu traço Com bom cinzel e bom maço Nível, prumo e sabedoria Vontade, esquadro e compasso Surge a pedra de cantaria Com denodo, desde o meio dia Lavrada à obra bendita Ali fica qual excelente guia Útil, exemplar...Infinita
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.302 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 - Pág. 31/31 Mas cada estação é finita ! Nessa obra Sagrada terrestre E terminada alguém grita.... “É meia noite Venerável Mestre ... Adilson Zotovici ARLS Chequer Nassif-169 *Poema escrito por mim, porém, inspirada no aprendizado junto ao querido irmão Jeronimo Borges, a quem tenho o maior respeito, admiração , carinho e ....gratidão !!! Irmão Adilson Zotovici